Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. A obra foi lançada em 2007.
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. A obra foi lançada em 2007.
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às Emprezas Electricas Brasileiras S.A., que por sua vez organizaram a Companhia
Força e Luz do Paraná (CFLP), subsidiária do grupo norte-americano
AMFORP, passando a atuar na capital e cidades próximas. Nessa época, a região
da capital contava com 2.590 kVA de capacidade geradora e 7.543 unidades
consumidoras. Nos anos seguintes, a queixa dos consumidores seria com o
excessivo custo do serviço, o que chegou a gerar um
boicote ao consumo em 1932.
A energia elétrica ia chegando, assim, a um número
cada vez maior de consumidores. Até poucas
décadas, as cidades estavam completamente às
escuras e não se fazia idéia das grandes mudanças
pelas quais passariam. Aos poucos, o uso
doméstico da energia elétrica popularizava-se, ao
mesmo tempo em que isso ia modificando o hábito
das famílias.
Os partidários da revolução de 1930, que levou
Getúlio Vargas à presidência da República, dominaram
com facilidade o Paraná. O Estado ficou até
1935 sob intervenção federal, ano em que realizaram-se
eleições. Mas em 1937, Vargas deu um golpe
de Estado, iniciando um período de oito anos de
ditadura. Durante toda essa época, destacou-se no
Paraná a figura de Manoel Ribas, que dirigiu o Estado
de 1932 até 1935, como interventor, de 1935 até
1937, como governador eleito, e de 1937 até 1945,
novamente como interventor. Ao longo de sua administração
houve alguns avanços na eletrificação,
sobretudo no interior, embora a queixa com a
qualidade dos serviços fosse constante.
No entanto, a má qualidade dos serviços podia
resultar, também, em atritos com as empresas. Em
1933, a população de Tomazina revoltou-se com a
precariedade da estrutura mantida pela companhia
responsável pelo fornecimento de energia na cidade,
a Norte do Paraná Ltda, que usava máquinas
obsoletas e postes de madeira (chamados de palitinhos
de fósforo). Um relatório sobre isso seria
apresentado pelo prefeito Avelino A. Vieira ao
interventor Manoel Ribas, em 1941. Os serviços
de luz e força ficaram interrompidos por vários
anos, sem que se conseguisse chegar a um acordo.