Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. A obra foi lançada em 2007.
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. A obra foi lançada em 2007.
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Acima, a aquarela
de Jean Baptista
Debret, de 1820,
mostra escravos
manipulando um
lampião à azeite de
peixe; abaixo,
lampadário público
instalado na esquina
das ruas Alfândega
e Regente Feijó
(www.memoriaviva.com.br)
A cidade do Rio de Janeiro, ainda em meados do século XVI e até o início do
século XVII, era dotada de fraca iluminação noturna, percebida somente através das
janelas, vindas de candeeiros, lamparinas e velas voltadas para o interior das
construções. Nas vias públicas, a única iluminação que se tinha era de cunho
religioso, nos oratórios. Os hábitos dos habitantes eram, portanto, diurnos.
A primeira lanterna permanente acesa no Rio de Janeiro foi a que o Convento de
Santo Agostinho, no Largo da Carioca, ergueu em sua portaria em 1710. No início
do século XVIII, quando a população da cidade era de 12 mil habitantes, as lanternas
começaram a suprir a iluminação externa, nos prédios públicos e em algumas
residências, sendo fixadas nas ombreiras das portas. Entre 1779 e 1790 já havia 73
lampadários instalados, custeados por particulares, em oratórios da cidade,
conforme cita Ruy Maurício de Lima e Silva, em “Rio de Janeiro em seus 400 anos”.
“Em 1763, quando o Rio de Janeiro passou a ser capital do Brasil, a cidade era
iluminada apenas e muito precariamente, por meio de lampiões e candeeiros
alimentados a óleo de peixe. A iluminação pública era assim precaríssima em ruas
estreitas e não calçadas, o que fazia o povo recolher-se cedo, fechar as portas e evitar
saídas noturnas”.
Foram instalados pelo governo em 1794 os lampiões e candeeiros de azeite,
fixados em postes nas ruas da cidade, custeados pelo poder público e por
particulares. As casas eram iluminadas por meio de pequenos cilindros coloridos de
vidro, enchidos com cera com um pavio no centro.
A Família Real se transfere para o Brasil em 1808 e D. João VI institui a
Intendência Nacional de Polícia para cuidar da segurança e do policiamento. A
Intendência de Polícia providenciaria a instalação de iluminação em diversas ruas da
cidade para evitar a escuridão, tida
como propícia à proliferação de
marginais. Foram colocados, a cada
100 passos de distância, lampiões
sobre colunas de pedra e cal no trajeto
do coche de D. João em direção à
Quinta da Boa Vista. Essa estrada
ficaria conhecida como Caminho das
Lanternas e, posteriormente, Caminho
do Aterrado, por avançar sobre
alagadiços então existentes.
Na Europa, a partir de 1784, o engenheiro
escocês William Murdock
(1754-1839) iniciou estudos para utilizar
o gás advindo da gaseificação do
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