Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. A obra foi lançada em 2007.
No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. A obra foi lançada em 2007.
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Arthur Thomas
executou o projeto
de colonização da
companhia; na foto
abaixo; uma idéia
de como era difícil
vencer as estradas
do sertão
Em seguida, outro grupo aparecia para fazer leiras, que ficavam a secar por um
tempo. Depois, era a vez do fogo. Tanto fogo e fumaça se via ao mesmo tempo
que parecia o fim do mundo. Labaredas chegavam às alturas, queimando por
semanas as volumosas toras e toda aquela coivara. De longe se podiam ver
gigantescas colunas de fumaça se juntando às nuvens. Em plena noite, o céu
se mantinha avermelhado, intrigando quem, de longe, contemplasse o
sertão. A impressão era de que o sol ainda estava ali, em algum lugar, pouco
abaixo da linha do horizonte.
A legião seguinte de mão-de-obra, contratada por muitos donos de lotes,
atuava na limpeza final e no preparo das terras vermelhas, agora desnudas,
bem como no plantio e na formação de lavouras de café.
As estradinhas eram um formigueiro humano: famílias chegando em caminhão
de mudança, automóvel, carroça, jardineira. Aquele povo todo ia se embrenhando
na selva como se fosse a coisa mais natural.
Elas geralmente chegavam em Ourinhos, no Estado de São Paulo, última parada
antes de adentrar ao Paraná, onde eram orientadas por representantes da CTNP e
viajavam prevenidas até o ponto final, Jataí (hoje o município de Jataizinho). Para
facilitar o transporte do pessoal, a CTNP transformou caminhões Ford 1929 em
jardineiras, colocando bancos nas carrocerias. Compradores de terras, muitos de
origem estrangeira, eram dessa forma conduzidos aos povoados.
No caminho, após muitas horas de cansativa jornada, os viajantes paravam para
um pernoite na chamada Serra Morena, onde mais tarde surgiria a cidade de
Cornélio Procópio. Descansados, seguiam em frente na manhã seguinte, varando
30 10