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Não penso em<br />
vender. Não<br />
consigo<br />
me desapegar<br />
dele<br />
A partida é feita por um botão no assoalho e o câmbio<br />
possui três marchas, mais a ré.<br />
Um detalhe interessante do veículo é o marcador<br />
de temperatura da água do radiador. Em vez de ficar no<br />
painel, como nos veículos modernos, ele está instalado no<br />
ponta do capô e mais parece uma mira.<br />
O diminuto quadro de instrumentos na porção central<br />
do painel exibe os mostradores de quilometragem e velocidade,<br />
medida em milhas por hora (MPH) e dos níveis de<br />
combustível e da carga da bateria.<br />
“O meu carro está bem completo. São pouquíssimas<br />
coisas que não são originais, algumas porque não existiam<br />
na época, como pisca-pisca e bateria de 12V. A original<br />
era de 6V, difícil de encontrar, assim como lâmpadas com<br />
a mesma voltagem”, ressalta o proprietário.<br />
DE POPULAR A ALVO DE COLECIONADORES<br />
O apelido baratinha surgiu no Brasil pelo fato dessa<br />
versão do Ford A ser a mais barata à época. “O Roadster<br />
era bastante popular, muito usado por vendedores por ser<br />
compacto, básico e fácil de dirigir. Acabou virando um<br />
dos antigos da Ford mais procurados por colecionadores”,<br />
salienta.<br />
Sebastião revela que teve dificuldades para encontrar<br />
um à venda, garimpo que vinha fazendo muito antes de<br />
achá-lo na oficina de restauração. “Quem tem, dificilmente<br />
quer vender. Até encontrei alguns, mas eram caros para<br />
mim”, relata.<br />
A linha A também herdou da linha T o apelido de<br />
Ford Bigode. A referência se deu pelas duas alavancas em<br />
posição opostas atrás do volante que formavam a figura de<br />
um bigode.<br />
ENCONTROS DE ANTIGOS<br />
O comerciante faz questão de exibir seu Roadster<br />
sempre que pode. Participa de quase todos os eventos de<br />
antigos que acontece em Curitiba, e até fora do Estado.<br />
“Fui e voltei ao Sul-Brasileiro em Porto Alegre em 2018,<br />
sem que o carro apresentasse qualquer problema. A não<br />
ser uma luz do conjunto do alternador que queimou”,<br />
lembra.<br />
A próxima aventura seria uma viagem para Cusco, no<br />
Peru, no segundo semestre deste ano. Porém, o problema<br />
da pandemia do coronavírus adiou os planos. Ele faz parte<br />
do Clube do Fordinho de Curitiba e pegaria a estrada com<br />
outros parceiros do grupo.<br />
Sebastião é frequentador assíduo das exposições aos<br />
sábados na Praça da Espanha, e aos domingos, na Feirinha<br />
do Largo da Ordem – momentaneamente suspensas<br />
devido ao Covid-19.<br />
E ainda cai na estrada pelo menos duas vezes ao ano<br />
para visitar a família em Santo Antônio da Platina (são 360<br />
km de distância), sua cidade natal.<br />
Além do Ford A 1928 e do Essex Super 6 1930, a coleção<br />
de Sebastião inclui também dois Impalas, da Chevrolet,<br />
um 1958 e outro 1959.<br />
MERCADO, CURIOSIDADES<br />
E BASTIDORES.<br />
trovaomotor<br />
JUNHO 2020 51