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histórias<br />
resposta<br />
R<br />
odopiando<br />
em diáfanas vestes<br />
invisíveis<br />
colho a poesia<br />
que do céu se esparge<br />
em minhas palmas:<br />
cores, luzes, movimento<br />
criaturas aladas<br />
e cantantes!<br />
sorvo a poesia ao respirar<br />
perfume de flores<br />
cheiro de chuva<br />
tão somente o ar<br />
nutro-me desta poesia verde e tátil<br />
concreta e inefável<br />
– não,<br />
a poesia não é útil:<br />
é essencial!<br />
As palavras são estes entes<br />
transparentes<br />
jazendo inertes ao sol<br />
insinuantes, sinuosas, reluzentes<br />
vazias, invisíveis, contundentes<br />
as palavras são estes entes<br />
transparentes<br />
correndo, encharcadas, no temporal<br />
instigantes, sibilantes, traiçoeiras<br />
empolgantes, aviltantes, envolventes<br />
as palavras são estes entes<br />
transparentes<br />
pegando em armas contra o vendaval<br />
saltitantes, vibrantes, esquivas<br />
tocantes, pulsantes, semoventes<br />
as palavras são estes entes<br />
transparentes<br />
mordendo e escapando do anzol<br />
ascetas, abjetas, mutantes, vivas!<br />
– as palavras são como a gente.<br />
Os poemas de Priscila Prado www.priscilaprado.com fazem parte do livro<br />
Encontros Desconcertantes, editado pela Editora Insight (2018). Projeto realizado<br />
com o apoio do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura Fundação Cultural de<br />
Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba. Incentivo: Grupo Positivo<br />
Poemas e foto: Priscila Prado<br />
58<br />
JUNHO 2020<br />
revistavoi.com.br
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