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Coletânea Digital Cinema e Memória

O Projeto Cineclube nas Escolas promoveu uma coletânea de textos de Profissionais da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro. A coletânea trazem memórias afetivas surgidas através de filmes e telas de cinema.

O Projeto Cineclube nas Escolas promoveu uma coletânea de textos de Profissionais da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro.
A coletânea trazem memórias afetivas surgidas através de filmes e telas de cinema.

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Nome: Laerte Cardoso Mourão.

Função: Professor I - Espanhol

Unidade de Lotação: (01.07.012) Escola Municipal Gonzaga da Gama Filho

Título do Filme: Blade Runner – O Caçador de Androides

Cinema e memória, meu filme de afeto - Memórias, lágrimas e chuva

Ano 1982, tarde chuvosa e eu, um adolescente de 16 anos, tinha um encontro, no cinema!

Depois de uns desentendimentos, o romance parecia se firmar. Pena que o tempo não...

Sim! O encontro era naquele dia e o cinema se chamava Tamoio, o mais badalado e concorrido

da cidade de São Gonçalo. As estreias eram de fazer fila e, nem sempre se tinha a sorte de encontrar

ingressos pra uma sessão. Naquela época, não se imaginava comprar as entradas e a pipoca antes, por

aplicativo, direto de um aparelho que estivesse na palma de nossas mãos. Isso pareceria coisa de ficção,

viagem futurista.

Assim como futurista era o enredo de um filme que prometia ser a sensação da temporada:

Blade Runner- “O Caçador de Androides”, direção: Ridley Scott (que já tinha dirigido Alien- o 8º

passageiro) e era estrelado por ninguém menos que Harrison Ford. Esse filme e a situação que agora

narro marcaram minha vida por um bom tempo. Parecia que não tinha como dar errado o encontro,

parecia cena de cinema.

Na história do filme, o ano era 2019 e a cidade era Los Angeles. Androides se rebelaram contra

os cientistas que os criaram para servir aos humanos, mas morriam precocemente. A tecnologia tinha

evoluído tanto que os carros podiam planar pelo ar, faziam-se conversas por vídeo, os outdoors tinham

alta definição e passavam propagandas até mesmo nas janelas dos arranha-céus. Tudo isso dava algum

movimento e colorido àquele ambiente sujo e soturno da cidade que jazia lá embaixo.

E, no alto da telona, se via uma cidade e uma sociedade perdida, onde tudo parecia não ter mais

sentido ou valor: as relações humanas, o afeto e até mesmo o respeito à vida. Isso era o que se previa

no roteiro do filme. Imagina se de 2019 em diante a vida seria assim!

Estávamos na década de 80 e a ditadura militar dava os primeiros sinais de enfraquecimento.

Parecia que era permitido sonhar. E, como em um sonho, na hora marcada, a minha linda veio de jeans

e blusa branca, toda molhada e despenteada. Meu coração deu uma descompassada quando a vi saltar

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