Coletânea Digital Cinema e Memória
O Projeto Cineclube nas Escolas promoveu uma coletânea de textos de Profissionais da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro. A coletânea trazem memórias afetivas surgidas através de filmes e telas de cinema.
O Projeto Cineclube nas Escolas promoveu uma coletânea de textos de Profissionais da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro.
A coletânea trazem memórias afetivas surgidas através de filmes e telas de cinema.
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Nome: Adriana Soares Magdaleno.
Função: Professor I - História
Unidade de Lotação: (02.06.024) Escola Municipal Sérgio Vieira de Mello
Título do Filme: O Garoto
“O Garoto” entre Choros e Risos
Para falar do meu filme de afeto, recorro à memória mais profunda, a imagens fortuitas de um
inconsciente, mas reveladas pelas palavras do mais próximo dos familiares: minha mãe.
Segundo relato materno, certo dia, uma pequena criança estava de pé em frente ao aparelho de
televisão com as mãozinhas esticadas para cima emitindo palavras aparentemente incompreensíveis.
Essa pessoinha com aproximadamente um ano e meio de idade, postava-se muito aflita e mãe tinha
dificuldades para entender o seu estranho enunciado: “xai xá pen.” A frase fora repetida inúmeras
vezes, no dia a dia, mas nenhum habitante daquela casa conseguia decifrá-la.
Eis que um dia, o incompreendido “xai xá pen” aparecera figurando nas telas da televisão,
arrancando sorrisos e gargalhadas do bebê que o assistia. O mistério estaria resolvido: era o filme do
Charles Chaplin que despertava momentos de alegria e contentamento ao resoluto ser. Porém, uma
pergunta pairava no ar: como um filme em preto e branco com um personagem que não fora projetado
especificamente para crianças poderia despertar tanto interesse em um bebê? Como uma obra podia
sobrepor as fronteiras da idade e despertar emoção e sentimento em uma criança que ainda estava
aprendendo a falar?
Ah...são mistérios do cinema, meus caros, mais precisamente, mistérios do gênio mundial do
cinema, Charles Chaplin.
As obras cinematográficas do nosso gênio despertam no sentir e no vivenciar a cada gesto, a
cada movimentação corporal, sentimentos conflitantes e díspares, encaixando elementos da tragédia e
da comédia, ampliando uma carga emocional em que a dor e o amor, a felicidade e a tristeza caminham
juntas nesse grande espetáculo humano. Chaplin nos faz refletir sobre as injustiças e, simultaneamente,
nos humaniza pela empatia de como sentimos em nós, a dor do outro. Destaco, então, o filme “O
Garoto”, que faz vibrar as profundezas de minha alma, que me faz sonhar e acreditar que o humano
pode se aperfeiçoar a cada gesto, a cada olhar, a cada emoção dividida.
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