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Revista Apólice #262

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E a vacina foi parar na Câmara...

DOIS PROJETOS TRAMITAM EM BRASÍLIA: O PRIMEIRO QUER COMERCIALIZAÇÃO PELA REDE

PRIVADA; O SEGUNDO, UM SEGURO QUE CUBRA EVENTUAIS DANOS PROVOCADOS PELAS VACINAS

A

corrida pela vacinação, seja ela pelo Sistema Único

de Saúde (SUS) ou não, aportou no campo legislativo.

Na Câmara dos Deputados tramitam dois projetos

de lei nesse sentido, ambos apresentados na primeira

semana de fevereiro à Mesa da Casa. O primeiro deles, o PL

141/21, de autoria do deputado Gilson Marques (Novo/SC) e

de outros seis deputados do mesmo partido, prevê a comercialização

de doses de vacinas contra a Covid-19 autorizadas

para uso emergencial que não tenham sido adquiridas pelo

SUS, como informa a Agência Câmara.

Duas condições cercam, contudo, essa permissão de

venda pela rede privada: o compartilhamento de dados de

vacinados com o Sistema de Informação do Programa Nacional

de Imunizações (SI-PNI) ou outra forma de registro que o

Ministério da Saúde empregue e as doses que forem comercializadas

só poderão ser importadas ao Brasil em termos de

parceria e contratos que adicionem ao estoque nacional de

vacinas, sem reduzir a oferta de doses ao setor público.

Os autores do projeto ressaltam, entretanto, haver uma

insegurança jurídica que atrapalha o aumento da imunização

da população. Dizem eles: “Atualmente, normas infralegais

tornam tal atividade juridicamente insegura, o que desincentiva

a vinda de mais imunizantes ao Brasil e reduz nossa capacidade

de resistência à pandemia. Ao permitir a comercialização,

o projeto visa dar segurança a quem deseja somar ao

esforço público de imunização da população brasileira.”

SEGURO NECESSÁRIO, DEFENDE DEPUTADO

Paralelamente a esse PL apresentado pelo Novo, há o projeto

de lei complementar assinado pelo deputado federal Giovani

Cherini (PL/RS) que altera o art. 20 do Decreto-lei nº 73, de 21

de novembro de 1966. A proposta de Cherini institui seguro obrigatório

destinado à cobertura de danos pessoais decorrentes de

efeitos adversos causados pela administração de vacinas contra

Covid-19 distribuídas ou comercializadas no território nacional.

Em sua justificativa para a proposta, Cherini destaca,

entre outros aspectos, que “os resultados sobre a segurança

desses produtos, embora com baixas

frequências de efeitos adversos graves,

se mostram válidos pelo tempo

em que durou essa fase — ou seja,

não há certeza se em um lapso temporal

mais longo não haverá relatos

de doenças graves”.

O parlamentar prossegue, citando

como exemplo o estudo de

uma vacina na fase III, que observou

uma população de pessoas vacinadas

durante um ano e que concluiu

que 95% das pessoas desenvolveram

anticorpos em níveis protetores contra

a Covid-19, e que 0,01% apresentou

efeitos adversos graves. “Assim,

não se sabe se esse efeito protetor

dura mais do que um ano, e se após

um ano não começarão a aparecer

efeitos adversos graves, como, por

exemplo, casos de câncer. A verificação

da segurança do produto em

longo prazo é feita com os estudos

de fase IV, após autorizada sua distribuição

e comercialização, em que

ocorre a farmacovigilância”, conclui

Cherini.

Ainda na justificativa, o deputado

assinala que proposta visa a “resguardar”

a população dos eventuais

desdobramentos jurídicos de tal controvérsia,

“garantindo-lhe uma salvaguarda

legal” que assegure direito de

ressarcimento por eventuais danos

decorrentes da utilização de qualquer

vacina contra Covid-19 em território

nacional.

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