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São Lucas Magazine - Edição 03

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cooperativismo

Unidos em busca da Justiça Social

Carol Naves

Em meados de 1844, surgia uma

das doutrinas mais conhecidas do

mundo. O coopera vismo nasceu em

uma cidadezinha no interior da Inglaterra.

Os moradores de Rochdale, em

Manchester, não conseguiam comprar

o básico para sobreviver nos mercadinhos

da região, que nham valores

abusivos. Pensando na união e nas

melhores possibilidades para todas

aquelas famílias, 28 pessoas se reuniram

para montar um armazém próprio.

Lá eles realizavam compras conjuntas

em grande quan dade e compar

lhavam de forma igualitária os

produtos com valores mais justos.

Atualmente, a palavra cooperar

tem feito parte da vida de milhões de

brasileiros. São centenas de cooperavas

por todo o Brasil. E o senso de

jus ça e igualdade tem sido difundido

todos os dias. Graças à educação e

divulgação dessa prá ca que é tão

importante, as pessoas têm aprendido

a importância da igualdade e da

união para o bem comum.

Maria Elisa Di Poi é presidente do

Sicoob Credimed, uma coopera va

em Uberaba que faz parte do grupo

Sicoob. O Sicoob é o maior sistema

financeiro coopera vo do país com

mais de 4,3 milhões de cooperados e

2,8 mil pontos de atendimento, distribuídos

em todo o Brasil. Apaixonada

pelo movimento coopera vista, a

presidente conta sobre a importância

da jus ça financeira e do crescimento

mútuo da sociedade que é conquistada

em decorrência do coopera vismo.

“O coopera vismo é um modelo

de negócio, mas, além disso, é um

modelo de vida. No quesito negócio,

as coopera vas são grupos de pessoas

que se unem e formam uma associação

específica que são as segmentadas

ou as livres que são unidas não

apenas pelo segmento, mas por

outros obje vos que sejam comuns.

Tornou-se um modelo de vida, pois os

valores principais são a cooperação,

democracia, jus ça, igualdade, transparência

e o incen vo à educação e ao

conhecimento. É um modelo que já

funciona no mundo há muito tempo.

Quem está na coopera va, os associados,

são os donos do próprio negócio.

E as sobras são rateadas entre os membros.

Tudo que é gerado nela é rever -

do aos cooperados. Eles são os donos

e os usuários. A coopera va é democrá

ca e oferece o direito à voz e voto,

pois as decisões são tomadas dentro

das assembleias com os cooperados.”

É apaixonante ver como os envolvidos

na causa gostam de falar sobre o

assunto e divulgar o movimento.

Maria Elisa conheceu o coopera vismo,

quando ainda fazia faculdade, há

quase 40 anos. O seu trabalho de conclusão

de curso foi sobre o coopera -

vismo de crédito. E, desde aquela

época, ela já acreditava no modelo.

“Anos depois, ve a possibilidade de

fazer parte do conselho fiscal e de

administração de uma singular do

Sicoob e algum tempo depois fui convidada

a fazer parte da diretoria.

Desde então eu par cipei de dezenas

de cursos, palestras e especializações,

inclusive fora do Brasil. Em Belo Horizonte,

fiz um curso intensivo de 2

anos, lá eu conheci realmente na práca.

Que é um movimento que tem

tudo a ver com o que eu acredito,

meus princípios e valores. A cooperava

é um eterno ganha-ganha, todos

ganhamos, ninguém perde e ninguém

é enganado. É absolutamente transparente.”

A paixão é comum entre os par cipantes,

as pessoas se integram a essa

corrente e começam a trabalhar por

gosto, por amor, porque sabem que

estão fazendo o bem e trazendo benecios

para uma maioria. É uma forma

sustentável e que propicia o bem para

ambos os lados. As ins tuições são

extremamente sólidas, confiáveis e

fiscalizadas pelo Banco Central de

forma con nua. A educação cooperavista

tem sido difundida nas escolas

e o obje vo é que seja incorporada

como matéria escolar nas nossas

regiões no futuro. Essa já é uma realidade

do Sul do Brasil onde existem as

primeiras coopera vas e as maiores.

Lá existe um trabalho de educação

coopera vista feito dentro das escolas.

Os cursos e palestras dos órgãos

responsáveis dos grupos coopera vistas

estão empenhados em disseminar

essa filosofia e prá ca. Inclusive o

Ins tuto Sicoob tem feito concursos e

livros para incen var a metodologia

entre as crianças e os jovens.

Álvaro de Sá é gerente geral do Sicoob

Credimed. Há mais de 20 anos

envolvido no coopera vismo, ele

conta com alegria sobre o crescimento

da filosofia e a força que a prá ca

adquiriu no Brasil. “A educação é um

dos pilares do coopera vismo e traz

grandes vantagens. No caso das coopera

vas de crédito, muitas vezes

algumas pessoas vêm apenas por uma

taxa melhor e não sabem muito sobre

a sua essência. E isso depende de nós,

das ins tuições coopera vistas

estarem trabalhando a educação de

forma mais fortalecida entre a população.

É importante falar de coopera -

vismo com todas as pessoas, não só os

cooperados. Coopera vismo é união,

igualdade e a busca por jus ça financeira.

O Faça Parte, que é um slogan u lizado

pelo Sicoob, representa a essência

do coopera vismo e mostra a força

de fazer parte de um movimento que

se tornou um dos mais importantes do

mundo.

SÃO LUCAS MAGAZINE | 43

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