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Artigo 1<br />
8<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2021<br />
Introdução<br />
Os fios capilares, exclusivos dos<br />
mamíferos, tem uma importante<br />
função no funcionamento regular do<br />
corpo humano: a proteção térmica da<br />
cabeça contra radiações. Entretanto,<br />
com o passar dos anos essa<br />
atribuição vem sendo modificada,<br />
sendo considerado uma forma de<br />
representação estética, auxiliando<br />
no aumento da autoestima e na<br />
determinação de padrões sociais [1] .<br />
Estima-se que as colorações, não<br />
só capilares, surgiram há 4.000 mil<br />
anos atrás, no Egito, onde foram<br />
encontradas múmias com os fios<br />
tingidos de um pigmento extraído<br />
da planta Lawsoniainermise e outros<br />
corantes extraídos de matéria animal<br />
e vegetal como a camomila, índigo e<br />
leite [1] .<br />
A partir de então, as pesquisas na área<br />
da química e cosmética ganharam<br />
cada vez mais forças, e foi em 1863<br />
que August Wilhelm von Hofmann<br />
descobriu as propriedades do PPD<br />
(parafenilenodiamina), originando as<br />
tinturas artificiais para cabelo, com<br />
altas concentrações de componentes<br />
químicos [2] .<br />
Contudo, a utilização desses<br />
ingredientes nos fios capilares<br />
começou a prejudicar a vida, não<br />
somente dos cabelos como também<br />
das pessoas que a usavam, trazendo<br />
inúmeros malefícios. Posteriormente,<br />
em 1980 os ingredientes ativos<br />
já precisavam ser reduzidos para<br />
prevenção à descoloração excessiva<br />
e a diminuição da penetração do<br />
produto nos cabelos [2,3] .<br />
Um dos problemas recorrentes,<br />
conforme Lewis, se dá pelas moléculas<br />
de cor, que acumulam elétrons<br />
antes de conseguirem pintar os fios.<br />
Essa necessidade dos elétrons não é<br />
saciada e vão para a pele causando<br />
reações alérgicas, danos ao DNA,<br />
ressecamento e quebra dos fios [4] .<br />
Mesmo trazendo riscos à saúde<br />
humana e dos cabelos, grande parte<br />
da população continua fazendo uso<br />
das tinturas devido aos benefícios que<br />
as mesmas proporcionam a beleza<br />
estética como efeitos duradouros,<br />
resistentes a várias lavagens e fatores<br />
externos, que permitem ainda<br />
qualquer tonalidade e a cobertura de<br />
até 100% dos fios brancos [5,6,7] .<br />
O Brasil ocupa a quarta posição<br />
no mercado global de produtos<br />
capilares. Uma pesquisa feita pela<br />
Head&Sholders aponta que 85% das<br />
brasileiras de 18 a 35 anos acreditam<br />
que o cabelo influencia na autoestima<br />
e a transformação da cor natural dos<br />
cabelos apresenta forte influência<br />
nesse processo [8,9] .<br />
Com o intuito de eliminar os riscos à<br />
saúde humana e aos cabelos, muitos<br />
pesquisadores e químicos atuais<br />
tentam encontrar uma maneira de<br />
produzir tinturas naturais com maior<br />
durabilidade, penetração e cobertura<br />
dos cabelos, como é o caso da Henna,<br />
Natucolor e outras preparações<br />
caseiras. Muitas destas formulações<br />
feitas em casa sugerem a utilização<br />
da fucsina básica, corante orgânico<br />
criado pelo químico polonês Jakub<br />
Natanson em 1856, que apresenta<br />
um custo baixo e acessível, dando<br />
uma cor viva aos fios e uma duração<br />
adequada [10,11] .<br />
Ao observar a ação do cloreto de<br />
etileno sobre a anilina deu origem a<br />
magenta I (fucsina) e posteriormente<br />
a magenta II e III, utilizadas<br />
atualmente para o método clínico<br />
e microbiológico de Coloração de<br />
Gram – diferenciação de bactérias<br />
gram-positivas de bactérias gramnegativas.<br />
Ainda não existem estudos<br />
desse corante nosfios capilares, no<br />
entanto, de acordo com sua FISPQ, o<br />
produto não é perigoso [10,12] .<br />
Portanto, o objetivo deste artigo é<br />
descrever a criação de um produto<br />
inovador, utilizando os pigmentos e<br />
componentes extraídos de plantas