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Revista Analytica Edição 129

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REVISTA<br />

Mídia Oficial da Instrumentação e Controle de Qualidade Industrial Ano 22- <strong>Edição</strong> <strong>129</strong> - Março 2024<br />

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TRADIÇÃO E CONFIANÇA<br />

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EDITORIAL<br />

<strong>Revista</strong><br />

Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>129</strong> - Março 2024<br />

Caros leitores,<br />

É com grande entusiasmo e gratidão que<br />

trazemos até vocês mais uma edição da<br />

nossa revista dedicada ao controle de qualidade<br />

industrial. Nesta jornada contínua em<br />

busca da excelência, temos o privilégio de<br />

destacar não apenas os avanços científicos<br />

e tecnológicos, mas também os brilhantes<br />

colaboradores e parceiros que tornam esta<br />

publicação possível.<br />

Queremos expressar nossa mais profunda<br />

apreciação aos nossos estimados colunistas,<br />

cuja expertise e dedicação inabalável<br />

enriquecem as páginas desta revista. Seus<br />

insights, pesquisas e experiências práticas<br />

são essenciais para a contínua evolução e<br />

aprimoramento das práticas em diversos<br />

setores industriais.<br />

Além disso, gostaríamos de estender<br />

nossos sinceros agradecimentos aos<br />

nossos valorosos anunciantes, cujo apoio<br />

contínuo é fundamental para o sucesso e<br />

a sustentabilidade desta publicação. Sua<br />

parceria nos permite continuar a oferecer<br />

conteúdo de alta qualidade e relevância<br />

aos nossos leitores, ajudando a promover<br />

a alta tecnologia disponível para as<br />

melhores práticas em toda a indústria.<br />

Nesta edição, destacamos uma variedade de<br />

artigos científicos e técnicos que abordam<br />

desde métodos inovadores de inspeção e<br />

análise de dados até estratégias avançadas<br />

de garantia da qualidade, estamos empenhados<br />

em fornecer informações valiosas<br />

que possam informar e inspirar nossos<br />

leitores em suas próprias práticas industriais.<br />

No entanto, enquanto celebramos as<br />

conquistas e os avanços em qualidade<br />

industrial, reconhecemos que enfrentamos<br />

desafios significativos em nosso<br />

cenário industrial atual. As indústrias no<br />

Brasil estão passando por um período de<br />

transformação e adaptação, enfrentando<br />

desafios como a busca por eficiência<br />

operacional, a adoção de práticas sustentáveis<br />

e a garantia de conformidade com<br />

regulamentações cada vez mais rigorosas.<br />

É crucial que permaneçamos ágeis e<br />

proativos na abordagem desses desafios,<br />

buscando constantemente inovação e<br />

aprimoramento em nossas práticas de<br />

controle de qualidade. Ao fazê-lo, não<br />

apenas fortaleceremos a competitividade<br />

e a resiliência de nossas indústrias, mas<br />

também contribuiremos para o avanço<br />

econômico e social de nosso país.<br />

Portanto, nesta jornada em direção à excelência<br />

na qualidade industrial, convidamos<br />

todos os nossos leitores a se juntarem<br />

a nós na busca por soluções inovadoras e<br />

colaborativas. Juntos, podemos enfrentar<br />

os desafios que enfrentamos e construir<br />

um futuro mais sólido e próspero para as<br />

indústrias brasileiras.<br />

Agradecemos novamente a todos os nossos<br />

colaboradores, anunciantes e leitores<br />

por seu apoio contínuo. Esperamos que<br />

esta edição inspire e capacite cada um de<br />

vocês em suas trajetórias profissionais.<br />

Com os melhores cumprimentos,<br />

Luciene Almeida<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIENTE | BIOTECNOLOGIA | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

Para novidades na área de instrumentação analítica, controle<br />

de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />

/<strong>Revista</strong><strong>Analytica</strong><br />

/revista-analytica<br />

/revistaanalytica<br />

EXPEDIENTE<br />

Realização: Futurlab<br />

Editora Responsável: Luciene Almeida | redacao@futurlab.com.br<br />

Para assinaturas / renovação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@futurlab.com.br<br />

Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />

Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral


<strong>Revista</strong><br />

Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>129</strong> - Março 2024<br />

ÍNDICE<br />

01 Editorial<br />

ARTIGO 1 08<br />

Alexsandro Brigatti, Eliezer Leonel Andrade Schott, Paulo Roberto da Silva Ribeiro,<br />

Marcos Roberto Ruiz, Rafael Rebes Zilliani, Camila Kristhiny Silva Matsu, César Vanderlei Nascimento<br />

05 Agenda<br />

06<br />

Publique na <strong>Analytica</strong><br />

ADITIVO SAPONIFICADO PARA PREPARO DE ARGAMASSA DE<br />

REVESTIMENTOS DE PAREDES E TETOS.<br />

ARTIGO 2 20<br />

Luiza Laura Barbosa, Alex Magalhães de Almeida, Anísio Claudio Rios Fonseca<br />

PROCEDIMENTO PARA DETERMINAÇÃO DE POTÁSSIO EM<br />

SOLOS E ROCHAS POR ESPECTROFOTOMETRIA UV-VIS.<br />

ARTIGO 3 26<br />

Andrea Lucia Rezemini<br />

TENDÊNCIAS EM CROMATOGRAFIA E SUSTENTABILIDADE:<br />

HPLC MAIS VERDE E ECONÔMICO<br />

MATÉRIA DE CAPA 30<br />

Nova Analítica Importação e Exportação Ltda.<br />

2<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

ANALÍTICA É A MARCA DA NOVA ANALÍTICA<br />

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA.<br />

Neurociências Industrial 40<br />

Química no Meio Ambiente 43<br />

Blog dos Cientistas 47<br />

36<br />

41<br />

45<br />

52<br />

Espectrometria de Massas<br />

Indústria 4.0<br />

Logística Laboratorial<br />

Em Foco


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<strong>Revista</strong><br />

Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>129</strong> - Março 2024<br />

ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />

ordem alfabética<br />

Anunciante pág. Anunciante pág.<br />

ALFA 07<br />

KASVI<br />

2ª CAPA<br />

BCQ<br />

4ª CAPA<br />

NOVA ANALITICA 55<br />

FCE PHARMA 35<br />

GREINER 19<br />

TPP TECHNO 03<br />

VEOLIA 25<br />

GRUPO PRIME<br />

3ª CAPA<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

4<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Conselho Editorial<br />

Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />

Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />

do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />

de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />

Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />

da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />

Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />

Eduardo Pimenta, Ingrid Ferreira Costa, Camila M. M. Ferro, Dr. Leonardo Schultz da Silva, Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues e Prof. Dr. Rogerio Aparecido Machado.


agenda<br />

CONGRESSO ANALITICA LATIN AMÉRICA – ANALITICA ROAD SHOW<br />

DATA: 07 DE MAIO DE 2024<br />

Local: Santiago - Chile<br />

Informações: https://home.analiticanet.com.br/<br />

47ª REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA<br />

DATA: 22 A 25 DE MAIO DE 2024<br />

Local: Águas de Lindóia, São Paulo - SP<br />

Informações: www.sbq.org.br/<br />

IV WEB ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA QUÍMICA<br />

DATA: 08 E 12 DE JULHO DE 2024<br />

Local: Evento Online<br />

Informações: https://www.even3.com.br/wendeq2024/<br />

I CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL<br />

DATA: 25 A 28 DE AGOSTO DE 2024<br />

Local: Costão do Santinho, Florianópolis-SC<br />

Informações: https://cobbind.com.br/cobbind2024<br />

EXPO & CONGRESSO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO (EXPOSIBRAM)<br />

DATA: 09 A 12 DE SETEMBRO DE 2024<br />

Local: Expominas, Belo Horizonte – MG<br />

Informações: https://exposibram2024.ibram.org.br/<br />

21º ENCONTRO NACIONAL DE QUÍMICA ANALÍTICA (ENQA) E 9º CONGRESSO IBERO<br />

AMERICANO DE QUÍMICA ANALÍTICA (CIAQA)<br />

DATA: 15 A 18 DE SETEMBRO DE 2024<br />

Local: Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, Belém - PA<br />

Informações: www.enqa2024.com.br/<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

5


<strong>Revista</strong><br />

Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>129</strong> - Março 2024<br />

PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />

Normas de publicação<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas<br />

para publicação de artigos aos autores interessados.<br />

Bimestralmente, a <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> publica<br />

editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />

educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />

levarão em consideração para publicação toda<br />

e qualquer contribuição que possua correlação<br />

com as análises industriais, instrumentação e o<br />

controle de qualidade.<br />

Os manuscritos deverão ser escritos em<br />

português (ortografia oficial), com Abstract<br />

detalhado em inglês. O Resumo e o<br />

Abstract deverão conter as palavras-chave<br />

e keywords, respectivamente.<br />

Todas as fotos, ilustrações, gráficos, desenhos<br />

e fórmulas que comporem o artigo, devem ser<br />

enviados separadamente, em alta resolução<br />

e com os devidos créditos, para uma perfeita<br />

reprodução. Todas deverão estar devidamente<br />

identificadas e com a indicação no texto de<br />

onde deverão ser colocadas.<br />

Os trabalhos deverão ser enviados por e-mail,<br />

ordenados em título, nome e sobrenomes<br />

completos dos autores e nome da instituição<br />

onde o estudo foi realizado. Além disso, o<br />

nome do autor correspondente, com endereço<br />

completo, telefone e e-mail. Seguidos por<br />

Resumo, Palavras-chave, Abstract, Keywords,<br />

Introdução, Materiais e Métodos, Parte<br />

Experimental, Resultados, Discussão, Conclusão,<br />

Agradecimentos e Referências bibliográficas.<br />

As referências deverão constar no texto de<br />

acordo com as normas ABNT.<br />

Evite utilizar abstracts como referências.<br />

Referências de contribuições ainda não<br />

publicadas deverão ser mencionadas como<br />

"no prelo" ou "in press".<br />

Todas as contribuições serão revisadas e<br />

analisadas pelo comitê editorial. Os autores<br />

deverão informar todo e qualquer conflito<br />

de interesse existente, em particular aqueles<br />

de natureza financeira relativo a companhias<br />

interessadas ou envolvidas em produtos ou<br />

processos que estejam relacionados com a<br />

contribuição e o manuscrito apresentado.<br />

Após a aprovação do artigo, os autores<br />

deverão preencher e assinar o termo de<br />

compromisso enviado pela redação, atestando<br />

a originalidade do artigo, bem como a<br />

participação de todos os envolvidos.<br />

Observação: É importante frisar que a <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato<br />

que, tendo em vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa<br />

nesse sentido. Além disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados –<br />

levando em conta uma média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores<br />

disponibilizarem seu material em outras publicações.<br />

6<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

ENVIE SEU TRABALHO<br />

Luciene Almeida – Redação<br />

redacao@futurlab.com.br<br />

CASO PRECISE DE INFORMAÇÕES ADICIONAIS, ENVIE UM E-MAIL PARA A REDAÇÃO.


Artigo 1<br />

ADITIVO SAPONIFICADO PARA<br />

PREPARO DE ARGAMASSA DE REVESTIMENTOS DE<br />

PAREDES E TETOS.<br />

Alexsandro Brigatti1, Eliezer Leonel Andrade Schott1, Paulo Roberto da Silva Ribeiro1,<br />

Marcos Roberto Ruiz1, Rafael Rebes Zilliani1, Camila Kristhiny Silva Matsu1, César Vanderlei Nascimento2<br />

1Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI “Santo Paschoal Crepaldi” Presidente Prudente SP.<br />

2 Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE de Presidente Prudente SP.<br />

8<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

RESUMO:<br />

Este trabalho tem como<br />

objetivo apresentar os<br />

resultados do uso de um<br />

aditivo saponificado elaborado<br />

para argamassa de<br />

revestimento de paredes<br />

e tetos, que acrescentou<br />

características como trabalhabilidade<br />

e redução<br />

na absorção de água pela<br />

esta argamassa. Para isso,<br />

foram realizadas reações<br />

químicas envolvendo<br />

bases, como o hidróxido<br />

de sódio e sais, como a<br />

sílica gel que formaram<br />

o silicato de sódio que é<br />

altamente alcalino. Esses<br />

elementos já são usados<br />

na produção de materiais<br />

comuns a construção<br />

civil, como o silício que<br />

constitui a sílica gel, e<br />

que faz parte do cimento<br />

Portland, ou o hidróxido<br />

de sódio que já faz parte<br />

da composição de produtos<br />

comerciais, usados<br />

na construção civil como<br />

aditivos. A ideia surgiu a<br />

partir do uso, por profissionais<br />

do ramo da construção<br />

civil, do detergente<br />

de cozinha e da sacarose<br />

na forma de açúcar, que<br />

poderiam apresentar<br />

algum tipo de efeito<br />

positivo na argamassa,<br />

porém sem estudos mais<br />

aprofundados e usados<br />

de forma aleatória. Foram<br />

feitos testes de trabalhabilidade<br />

e em laboratório<br />

seguindo as normas da<br />

ABNT para o preparo da<br />

argamassa e para ensaio<br />

de compressão e flexão<br />

em corpos de prova.<br />

Palavras-chave: Sílica,<br />

Saponificação, Trabalhabilidade,<br />

Sacarose, Argamassa,<br />

ABNT.


Introdução:<br />

as argamassas. Por outro<br />

do Serviço Nacional de<br />

A história da construção<br />

civil se confunde com a<br />

própria história da civilização,<br />

pois desde os<br />

primórdios da sociedade<br />

a mesma se consolida<br />

como uma necessidade<br />

básica do ser humano, e<br />

com o passar dos tempos<br />

essa necessidade vêm se<br />

tornando mais complexa,<br />

sendo assim se faz<br />

necessário a busca por<br />

alternativas que atendam<br />

as essas demandas.<br />

lado e de forma empírica,<br />

são usados por mestres de<br />

obras e pedreiros como<br />

aditivos as argamassas, o<br />

detergente de cozinha e a<br />

sacarose na forma de açúcar<br />

ou melaço de cana.<br />

O detergente de cozinha<br />

não tem seu uso voltado<br />

para essa finalidade,<br />

entretanto, estes observam<br />

que esse produto<br />

melhora a consistência e<br />

facilita o espalhamento<br />

da massa. Dessa mesma<br />

Aprendizagem Industrial<br />

- SENAI “Santo Paschoal<br />

Crepaldi” de Presidente<br />

Prudente SP.<br />

O aditivo foi feito a partir<br />

da reação inicial entre<br />

hidróxido de sódio e o<br />

silício na forma de sílica<br />

gel, com óleos comestíveis<br />

de descarte residencial<br />

ou industrial, e<br />

da sacarose na forma de<br />

melaço de cana adicionado<br />

durante o processo<br />

A indústria química<br />

desenvolve aditivos que<br />

melhoram a estabilidade<br />

de materiais da construção<br />

civil há muito tempo.<br />

Na composição dos produtos<br />

que se encontra<br />

no comércio, o hidróxido<br />

de sódio e o silício são<br />

amplamente utilizados<br />

para conferir melhor<br />

acabamento e qualidade<br />

forma, o uso da sacarose<br />

na forma de açúcar ou de<br />

melaço-de-cana é utilizado<br />

para reduzir a quantidade<br />

de fissuras após a<br />

secagem da argamassa. A<br />

produção de um aditivo<br />

que utiliza alguns desses<br />

princípios foi testado em<br />

argamassa em âmbito<br />

laboratorial e in loco no<br />

curso de Mestre de Obras<br />

de saponificação. A reação<br />

entre o hidróxido de<br />

sódio e a sílica gel mantém<br />

o caráter alcalino<br />

necessário para a saponificação,<br />

e essa reação<br />

por sua vez, torna o produto<br />

com características<br />

próximas a neutralidade,<br />

possibilitando a sua aplicação<br />

na argamassa sem<br />

alterar o seu pH.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

9


Artigo 1<br />

10<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

A saponificação é uma reação<br />

entre uma base forte<br />

em meio aquoso e algum<br />

óleo ou gordura, formando<br />

um sal e um álcool. O aditivo<br />

em pó foi adicionado<br />

ao preparo da argamassa<br />

já úmida e as características<br />

observadas podem<br />

ser comparadas com as<br />

de aditivos plastificantes,<br />

incorporadores de ar e<br />

impermeabilizantes que<br />

estão no mercado, entretanto<br />

nas proporções dos<br />

traços da mistura usados<br />

para a produção da argamassa<br />

em laboratório, houve<br />

queda dos índices de<br />

resistência de compressão<br />

e flexão, quando comparados<br />

a argamassa sem o aditivo,<br />

mas, nada que possa<br />

comprometer a estrutura<br />

da obra por se tratar de um<br />

elemento de finalização e<br />

acabamento. Os testes de<br />

físicos para resistência do<br />

material foram realizados<br />

com a colaboração do<br />

laboratório de materiais de<br />

construção do Campus II<br />

da Universidade do Oeste<br />

Paulista -UNOESTE.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS:<br />

Para a realização do experimento<br />

no laboratório do<br />

SENAI, foram utilizados<br />

os seguintes materiais:<br />

- Hidróxido de sódio<br />

(NaOH).<br />

- Sílica Gel (SiO2).<br />

- Melaço de cana-de-<br />

-açúcar.<br />

- Óleo de soja de descarte.<br />

- Béquer de 250 ml.<br />

- Béquer de 50 ml.<br />

- Balança analítica.<br />

- Balança semianalítica<br />

- Proveta<br />

- Espátula.<br />

- Bastão de vidro<br />

- Almofariz.<br />

- Pistilo.<br />

- Peneira de 30 Mesh.<br />

- Estufa de secagem.<br />

- Agitador mecânico<br />

- Peagâmetro<br />

- Papel tornassol<br />

- Peça de revestimento<br />

cerâmico.<br />

- Papel alumínio<br />

- Termômetro<br />

- Água.<br />

- Cimento CP II E.<br />

- Areia.<br />

- Cal hidratada CH II.<br />

- Bandeja de alumínio.<br />

Figura 1. - Produtos usados na produção do<br />

aditivo.<br />

Foram pesados em balança<br />

analítica, a massa referente<br />

a 2 (dois) mols de<br />

Hidróxido de Sódio e 1<br />

(um) mol de Sílica Gel em<br />

béqueres separados. Foi<br />

feita uma leve hidratação<br />

com água deionizada no<br />

Hidróxido de Sódio e na<br />

Sílica gel para possibilitar<br />

a reação entre ambos,<br />

essa é uma reação é exotérmica,<br />

e que em um<br />

ambiente industrial pode<br />

ser utilizada como fonte<br />

de energia para outros<br />

processos, apenas por<br />

curiosidade, adicionamos<br />

um termômetro após a<br />

reação mais enérgica ter<br />

diminuído e a temperatura<br />

registrada foi de 96°C.


Ocorre então a formação<br />

de silicato de sódio<br />

(Na2SiO3) em solução<br />

aquosa que teve seu pH<br />

determinado, em peagâmetro<br />

e em papel tornassol,<br />

foi obtido um pH<br />

Figura 3. - Produção do aditivo.<br />

altamente alcalino e que<br />

esse não deve ser adicio-<br />

Na sequência, foram pro-<br />

nado diretamente a arga-<br />

Figura 2. - Leitura de pH<br />

duzidas pequenas quan-<br />

massa para não provocar<br />

tidades de argamassa. O<br />

danos a estrutura, assim a<br />

reação de saponificação<br />

tem a finalidade de neutralizar<br />

o pH.<br />

Dessa forma foi adicionado<br />

ao silicato de sódio,<br />

o óleo de soja a fim de<br />

realizar a reação de saponificação.<br />

A mistura foi<br />

agitada no béquer inicialmente<br />

com a ajuda de um<br />

bastão de vidro, e após<br />

isso no agitador mecânico.<br />

Durante a reação foi<br />

adicionado o melaço de<br />

cana-de-açúcar, permanecendo<br />

por agitação até<br />

a saponificação completa.<br />

O produto pastoso foi<br />

colocado em uma bandeja<br />

de alumínio para seu<br />

endurecimento, após isso,<br />

foi reduzido em pedaços<br />

menores e levado para<br />

a estufa a 50°C, até a sua<br />

desidratação. Após a sua<br />

secagem, foi triturado em<br />

um almofariz com a ajuda<br />

de um pistilo e passou por<br />

peneiração em uma tela<br />

de 30 Mesh, suficiente<br />

para o material ser adicionado<br />

a argamassa sem<br />

provocar grumos, o que<br />

dificultaria homogeneização<br />

da mistura.<br />

traço para produção de<br />

argamassa para área exterior<br />

foi de 1:1:5 para a cal, o<br />

cimento e a areia, respectivamente.<br />

Já para argamassa<br />

para acabamento para<br />

interiores, o traço utilizado<br />

foi de 1:1:6 para a cal, o<br />

cimento e a areia. Com a<br />

argamassa pronta e com<br />

porções pesadas, o aditivo<br />

em pó foi adicionado para<br />

teste com a argamassa já<br />

úmida, nas proporções de<br />

0,3%, 0,5%, 1,0%, 1,5% e<br />

2,0%, referente ao peso de<br />

cada porção, essa massa foi<br />

aplicada sobre uma peça<br />

de revestimento cerâmico<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

11


Artigo 1<br />

que serviu apenas como<br />

-Béquer de 250 ml,<br />

base física, e ficou em seca-<br />

-Proveta 500 ml,<br />

gem por 72 horas. Após<br />

-Espátula,<br />

12<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

esse período, cerca de 1 ml<br />

de água foi aplicado sobre<br />

cada porção de argamassa,<br />

e visualmente os melhores<br />

resultados quanto a absorção<br />

de água se deram nas<br />

menores quantidades aplicadas,<br />

0,3%, 0,5% e 1,0%,<br />

com maiores benefícios<br />

para as duas primeiras,<br />

onde a água permaneceu<br />

sobre a argamassa por<br />

quase 3 horas sem infiltrar<br />

completamente.<br />

Na sequência, e já no laboratório<br />

de materiais de construção<br />

da Universidade do<br />

Oeste Paulista, - UNOESTE-,<br />

foram realizados testes<br />

em conformidade com as<br />

exigências da Associação<br />

Brasileira de Normas Técnica<br />

-ABNT- seguindo a NBR<br />

13279/2005, que determina<br />

a resistência a tração na<br />

flexão e à compressão.<br />

Figura 4. - Teste de absorção de água.<br />

Figura 5. - Teste de absorção de água.<br />

Para essa etapa, forma<br />

utilizados os seguintes<br />

materiais:<br />

-Estufa<br />

-Balança analítica,<br />

-Balança,<br />

-Mesa para índice de<br />

consistência, com molde<br />

cônico e soquete<br />

para argamassa,<br />

-Molde prismático para<br />

corpo de prova 4x4x16 cm,<br />

-Molde para corpo de<br />

prova 17x7,5 cm,<br />

-Cápsula de cerâmica,<br />

-Régua 30 cm,<br />

-Argamassadeira eletromecânica<br />

5 litros,<br />

-Mesa vibratória.<br />

-Óleo lubrificante.<br />

-Prensa universal eletrônica<br />

20 toneladas.<br />

-Dessecador,<br />

-Bandeja de alumínio,<br />

-Areia,<br />

-Cal CH II,<br />

-Balde plástico,<br />

-Cimento CP II E,<br />

-Água,<br />

-Aditivo em Pó.<br />

A argamassa foi produzida<br />

em conformidade<br />

com a ABNT NBR<br />

13276/2016. Inicialmente<br />

a areia foi colocada<br />

em estufa por 24 horas<br />

para total desidratação,<br />

para que dessa forma a<br />

sua água não interferisse<br />

nos resultados.


Inicialmente foi preparada<br />

uma argamassa sem<br />

o aditivo, apenas com<br />

cal, areia e cimento referentes<br />

ao traço 1:1:5, que<br />

foram misturadas ainda<br />

secas e colocadas na<br />

argamassadeira, a água<br />

foi adicionada aos poucos<br />

e a argamassadeira<br />

foi acionada até a mistura<br />

ser finalizada. A argamassa<br />

foi colocada na mesa<br />

para índice de consistência,<br />

onde seu molde<br />

cônico foi preenchido em<br />

3 camadas, e as bolhas de<br />

ar formadas em seu interior<br />

foram retiradas com<br />

o soquete fazendo 15,10<br />

e 5 movimentos de compressão<br />

sobre cada uma<br />

Figura 6. - Argamassadeira<br />

das respectivas camadas,<br />

o teste se inicia após a<br />

retirada do molde cônico<br />

e consiste em girar a<br />

manivela da mesa provocando<br />

movimento de<br />

sobe e desce por 30 vezes<br />

em 30 segundos, a argamassa<br />

deve se abrir sobre<br />

a bancada da mesa preferencialmente<br />

entre 24 cm<br />

e 30 cm com tolerância<br />

de +/- 0,5 cm medidos<br />

em três diagonais.<br />

No teste a argamassa<br />

produzida obteve abertura<br />

de 24 cm, essa então<br />

foi colocada no molde<br />

de corpo de prova prismático<br />

de 4x4x16cm,<br />

previamente lubrificado<br />

com óleo, que é usado<br />

para facilitar a retirada<br />

da argamassa seca do<br />

molde, após isso o molde<br />

foi preenchido em camadas<br />

na mesa vibratória<br />

para que bolhas de ar ou<br />

falhas fossem retidas de<br />

seu interior. Todos esses<br />

mesmos procedimentos<br />

foram realizados com as<br />

argamassas preparadas<br />

com o aditivo em proporções<br />

de 0,3% e 0,5%,<br />

referentes ao peso da<br />

argamassa úmida, também<br />

foram preparados<br />

corpos de prova cilíndricos<br />

medindo 10x5 cm,<br />

que foram usados no<br />

teste de compressão.<br />

Figura 7. - Mesa para índice de consistência.<br />

Ainda foi produzida uma<br />

quantidade de argamassa<br />

com o traço 1:1:6, com<br />

0,3% e outra com 0,5%<br />

do aditivo para ser usada<br />

nos corpos de prova de<br />

17x7,5cm a fim de verificar<br />

a absorção de água,<br />

esse teste foi apenas visual<br />

e sem padrão ABNT.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

13


Artigo 1<br />

Figura 9. - Câmara úmida.<br />

Figura 8. - Corpos de prova desinformados.<br />

Figura 10. - Teste de flexão e compressão<br />

Após todos os corpos<br />

de prova prontos, estes<br />

foram desinformados<br />

após 48h e permaneceram<br />

para cura da argamassa,<br />

por 28 dias em<br />

uma câmara com umidade<br />

controlada em 60%.<br />

Os corpos de prova prismáticos<br />

foram pesados<br />

e tiveram suas seções<br />

marcas nas medidas<br />

determinada para o teste<br />

na prensa universal. Os<br />

testes com os corpos de<br />

prova prismáticos foram<br />

feitos inicialmente para<br />

verificar sua resistência a<br />

tração na flexão.<br />

Figura 11. - Teste de flexão e compressão<br />

Os corpos de prova que<br />

foram submersos por 24h,<br />

tiveram o excesso de água<br />

14<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Os primeiros corpos de<br />

prova a serem retirados<br />

da câmara úmida,<br />

foram os de 17x7,5 cm<br />

que foram colocados<br />

na estufa por 24 h com<br />

temperatura de 105 °C e<br />

depois levados para um<br />

dessecador para resfriar e<br />

assim permanecer por 24<br />

horas submerso em água.<br />

Em seguida, a peça que<br />

faz o apoio nos corpos<br />

de prova foi trocada para<br />

dar continuidade ao teste,<br />

visando a leitura de dados<br />

referentes a compressão,<br />

esse teste é realizado com<br />

as metades dos corpos de<br />

prova que foram rompidas<br />

no teste de flexão, o teste<br />

de compressão também foi<br />

realizado com os corpos de<br />

prova cilíndricos.<br />

retirado com pano úmido<br />

e foram pesados. Os testes<br />

no laboratório de materiais<br />

de construção foram<br />

finalizados dessa forma.<br />

Um último teste em laboratório<br />

foi realizado no<br />

SENAI, com a aplicação<br />

de fenolftaleina a 1%<br />

sobre partes da mesma<br />

argamassa que havia sido<br />

testada a fim de verificar


se estava alcalina, essa<br />

propriedade não é testada<br />

em argamassas de<br />

revestimento, entretanto<br />

pode ser desejável a fim<br />

de proteger a estrutura<br />

usada na construção, que<br />

devido a acidez natural<br />

da água de chuva, tem a<br />

oxidação das ferragens<br />

dos concretos acelerada.<br />

Após todos os testes em<br />

laboratórios realizados, e o<br />

aditivo foi usado em uma<br />

aplicação real, para testar<br />

aplicabilidade da argamassa,<br />

assim contamos com o<br />

auxílio dos profissionais do<br />

curso de mestre de obras<br />

do SENAI de Presidente<br />

Prudente/SP.<br />

Nesse teste, foi experimentada<br />

a substituição<br />

total da cal pelo aditivo, o<br />

traço de cimento e areia<br />

usados foi de 1:7 com<br />

30 g do aditivo, a água<br />

adicionada foi suficiente<br />

para atingir o ponto de<br />

trabalhabilidade sem um<br />

teste específico e da mesma<br />

forma que é realizada<br />

em uma obra, quantidade<br />

produzida de argamassa<br />

foi suficiente para cobrir<br />

uma área de 0,6 m2.<br />

Para comparação, foi<br />

produzida uma argamassa<br />

para revestimento<br />

com o traço tradicional<br />

de 1:2:7 e água<br />

suficiente para atingir<br />

o ponto ideal de aplicação,<br />

dessa maneira foi<br />

observado que o traço<br />

com a cal obteve a mesma<br />

aplicabilidade que a<br />

argamassa apenas com<br />

o aditivo.<br />

RESULTADOS E DISCUS-<br />

SÃO:<br />

A preparação da argamassa<br />

seguiu normas<br />

ABNT e as etapas de<br />

preparo realizadas indicaram<br />

que o traço usado<br />

na argamassa sem o aditivo,<br />

utilizou mais água<br />

para chegar ao ponto<br />

adequado de trabalhabilidade<br />

do que a argamassa<br />

com o aditivo em<br />

suas proporções:<br />

Figura 12. - Teste com fenolftaleína a 1%.<br />

Adição de água a argamassa traço 1:1:5<br />

Aditivo (%) Água adicionada (L) % de redução de água na<br />

massa<br />

0,00% 0,370 0<br />

0,30% 0,330 12,12<br />

0,50% 0,310 19,35<br />

Redução de água na mistura da argamassa.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

15


Artigo 1<br />

Os aditivos que têm essa<br />

função são conhecidos<br />

como aditivos plastificantes<br />

e podem reduzir<br />

a quantidade de água<br />

adicionada a argamassa.<br />

Outra possibilidade<br />

observada foi a redução<br />

da densidade aparente<br />

da argamassa, os aditivos<br />

que conferem essa<br />

característica são conhecidos<br />

como aditivos<br />

incorporadores de ar.<br />

Após testes realizados seguindo a ABNT, foi observado<br />

que:<br />

Corpo de Prova<br />

0,3%<br />

Comp.<br />

(mm)<br />

Larg.<br />

(mm)<br />

Alt.(mm) Massa<br />

(g)<br />

1 160 40 40 297,5 1.162,1<br />

2 160 40 40 294,2 1.149,2<br />

3 160 40 40 297,3 1,161,3<br />

Média 1.157,5<br />

Corpo de Prova<br />

0,5%<br />

Dens.Aparente.<br />

(kg/m3)<br />

Comp.<br />

(mm)<br />

Larg.<br />

(mm)<br />

Alt.(mm) Massa<br />

(g)<br />

1 160 40 40 282,9 1.105,0<br />

2 160 40 40 283,3 1.106,6<br />

3 160 40 40 285,9 1.116,8<br />

Média 1.109,4<br />

Corpo de Prova<br />

0,0%<br />

Dens.Aparente.<br />

(kg/m3)<br />

Comp.<br />

(mm)<br />

Larg.<br />

(mm)<br />

Alt.(mm) Massa<br />

(g)<br />

1 160 40 40 508,8 1.987,5<br />

2 160 40 40 515,3 2.012.9<br />

3 160 40 40 515 2011,71<br />

Dens.Aparente.<br />

(kg/m3)<br />

Média 2.004,0<br />

Percentual de diferença de densidade com aditivo a 0,3% 42,3<br />

Percentual de diferença de densidade com aditivo a 0,5% 44,7<br />

Redução da densidade da argamassa seca.<br />

16<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

A densidade da argamassa<br />

com aditivo diminuiu<br />

após o período de 28<br />

dias, e ao aumentar a<br />

proporção do aditivo na<br />

argamassa, verificou-se<br />

sua densidade aparente<br />

diminui. A densidade<br />

aparente foi calculada<br />

através da fórmula:<br />

D= M / V * 1000.<br />

O resultado em g/L foi<br />

multiplicado por mil para<br />

conversão para kg/m3.<br />

Para o teste realizado<br />

quanto a absorção de<br />

água, este não foi feito<br />

seguindo normas da<br />

ABNT, foi realizado apenas<br />

de forma visual, com<br />

os corpos de prova de<br />

17x7,5 cm.<br />

Notou-se que após 24<br />

horas submerso em água,<br />

os corpos de prova absorveram<br />

apenas 0,5 cm ao<br />

seu redor mantendo o<br />

interior integro, sugerindo<br />

sim certa capacidade de<br />

impermeabilização a essa<br />

argamassa final.<br />

Figura 13. - Corpo de prova com traço 1:1:6<br />

divido ao meio.


A norma ABNT referente<br />

a esse teste é a NBR<br />

9778/2009, mas que<br />

não pôde ser realizado<br />

devido à falta de equipamentos<br />

que seriam<br />

usados para fervura da<br />

argamassa em água, por<br />

cerca de cinco horas.<br />

Entretanto, nos testes<br />

realizados para determinar<br />

os índices para resistência<br />

de compressão e<br />

flexão segundo a norma<br />

ABNT NBR 13279/2005,<br />

foi verificado que a<br />

resistência nesses dois<br />

casos diminuiu com o<br />

aditivo em qualquer das<br />

proporções.<br />

Água na argamassa traço 1:1:6<br />

Massa seca<br />

0,3% (g)<br />

Massa saturada<br />

0,3% (g)<br />

Absorção de água na massa<br />

(%)<br />

3709,2 4038,9 8,16<br />

Massa seca<br />

Massa saturada Absorção de água na massa<br />

0,5% (g)<br />

0,5% (g)<br />

3563 3842,7 7,28<br />

Percentual de absorção de água na argamassa.<br />

Aditivo<br />

Comp.<br />

(mm)<br />

Larg.<br />

(mm)<br />

Redução da resistência da argamassa seca.<br />

Alt.(mm)<br />

A argamassa teve diminuída<br />

sua resistência,<br />

entretanto nas classificações<br />

atuais, a argamassa<br />

com esse aditivo poderia<br />

ser aplicada como<br />

revestimento interno de<br />

qualquer edificação, e<br />

nos revestimentos externos<br />

em edificações com<br />

menos de 10 metros de<br />

altura, como consta na<br />

ABNT NBR 13281-1 de<br />

2023, sobre argamassas<br />

inorgânicas.<br />

Para as áreas externas ainda<br />

foi verificado, através<br />

de teste com fenolftaleína<br />

Massa<br />

(g)<br />

Carga<br />

máxima<br />

(kgf)<br />

Tensão<br />

máxima<br />

(MPa)<br />

0,30% 160 40 40 297,5 9,00 0,06<br />

0,30% 160 40 40 294,2 2,00 0,01<br />

amostra amostra<br />

0,30% 160 40 40 297,3<br />

perdida perdida<br />

Média 5,50 0,04<br />

Aditivo<br />

Comp.<br />

(mm)<br />

Larg.<br />

(mm)<br />

Alt.(mm)<br />

Massa<br />

(g)<br />

Carga<br />

máxima<br />

(kgf)<br />

Tensão<br />

máxima<br />

(MPa)<br />

0,50% 160 40 40 282,9 6,00 0,04<br />

0,50% 160 40 40 283,3 7,00 0,04<br />

0,50% 160 40 40 285,9 6,00 0,04<br />

Média 6,33 0,04<br />

Aditivo<br />

Comp.<br />

(mm)<br />

Larg.<br />

(mm)<br />

Alt.(mm)<br />

Massa<br />

(g)<br />

0,00% 160 40 40 508,8<br />

Carga<br />

máxima<br />

(kgf)<br />

amostra<br />

perdida<br />

Tensão<br />

máxima<br />

(MPa)<br />

amostra<br />

perdida<br />

0,00% 160 40 40 515,3 32,00 0,20<br />

0,00% 160 40 40 515 81,00 0,50<br />

Média 56,50 0,35<br />

a 1%, que o aditivo pode<br />

auxiliar no caráter alcalino<br />

da argamassa e assim<br />

prevenir contra corrosão<br />

da estrutura metálica de<br />

colunas e vigas de concreto,<br />

ocasionado pelo contato<br />

com a água naturalmente<br />

ácida das chuvas.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

17


Artigo 1<br />

18<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Seria necessário 2,30 kg<br />

de aditivo para 36 m2 de<br />

área construída, usando<br />

o traço da argamassa na<br />

proporção de 1:1:5, da<br />

cal, cimento e areia, ao<br />

custo de produção de<br />

R$ 6,97 por kg, lembrado<br />

que o produto é feito<br />

com óleo reciclado trazendo<br />

benefícios além<br />

dos financeiros.<br />

CONCLUSÃO:<br />

O aditivo pode ser produzido<br />

com um material<br />

de reuso e com um<br />

outro produto abundante<br />

e de fácil obtenção,<br />

outros dois são de<br />

fácil acesso, tornando<br />

seu valor de produção<br />

perfeitamente viável.<br />

O aditivo conseguiu<br />

reduzir o consumo de<br />

água na produção da<br />

argamassa em quantidades<br />

que variam de 12% a<br />

19%, houve redução de<br />

cerca de 55% da densidade<br />

aparente da argamassa,<br />

gerando assim<br />

menos peso a estrutura<br />

final de uma obra, houve<br />

também baixa absorção<br />

de água pela argamassa<br />

em 24 horas, o que gera<br />

mais proteção a estrutura<br />

ao evitar contato com<br />

umidade. Entretanto<br />

a resistência da argamassa<br />

foi diminuída em<br />

testes de compressão e<br />

flexão, isso pode significar<br />

que um ajuste do<br />

traço da argamassa seja<br />

necessário, ou mesmo<br />

que a produção da argamassa<br />

apenas com areia<br />

e cimento nas suas devidas<br />

proporções apresente<br />

melhores resultados.<br />

Sendo assim, o aditivo<br />

poderia ser utilizado em<br />

proporções a fim de substituir<br />

a cal ou complementar<br />

o traço para melhor<br />

finalização da argamassa.<br />

Referências:<br />

[1] LIMA, Lucas Pereira; DIÓGENES, Daniel<br />

Gomes; CABRAL, Eduardo Bezerra; NOGUEIRA,<br />

Ricardo Emílio F.Q; COSTA, Heloina Nogueira da.<br />

Comportamento no estado fresco e no estado<br />

endurecido de argamassas álcali-ativadas à base de<br />

cinza volantes curadas em temperatura ambiente.<br />

Disponível em: Acesso em 02 junho de 2023.<br />

[2] FERREIRA, Regis de Castro; FALEIRO, Heloina<br />

Teresinha; FREIRE, Wesley Jorge. Desempenho<br />

físico-químico de solo argiloso estabilizado<br />

com cal e silicato de sódio visando à aplicação<br />

em construções rurais. Disponível em: http://<br />

repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/ri/13169. Acesso<br />

em 02 junho de 2023.<br />

[3] RODRIGUES, Ana Paula Sousa; ROSA, Aneir<br />

Ferreira; SILVA, Danilo Duarte Costa; OLIVEIRA,<br />

Janaine Mônica; VARGAS, Rogério Dutra; ALMEIDA,<br />

Solimar Soares. http://repositorio.aee.edu.br/jspui/<br />

handle/aee/1533. Acesso em 22 junho de 2023.<br />

[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS<br />

TÉCNICAS. NBR 13276: Argamassa para<br />

assentamento e revestimento de paredes e tetos<br />

- Determinação do índice de consistência. Rio de<br />

Janeiro, 2016.<br />

[5] NBR 11768: Aditivos para Concreto de Cimento<br />

Portland - requisitos. Rio de Janeiro, 2011.<br />

[6] NBR 13.529: Revestimento de paredes e tetos<br />

de argamassas inorgânicas - Terminologia, Rio de<br />

Janeiro, 2013.<br />

[7] NBR 16607: Cimento Portland — Determinação<br />

dos tempos de pega. Rio de Janeiro, 2018.<br />

[8] NBR 13279: Argamassa para assentamento e<br />

revestimento de paredes e tetos - Determinação da<br />

resistência à tração na flexão e à compressão. Rio<br />

de Janeiro, 2016.<br />

[9] NBR 13528-3: Revestimento de paredes de<br />

argamassas inorgânicas — Determinação da<br />

resistência de aderência à tração Parte 3: Aderência<br />

superficial. Rio de Janeiro, 2019.<br />

[10] NBR 9778-2009: Argamassa E Concreto<br />

Endurecidos - Determinação da absorção de água<br />

por imersão - Indice De Vazios E Massa Especifica.<br />

Rio de Janeiro, 2009.<br />

[11] NBR 13281/1-2023. Argamassa Inorgânicas<br />

- Requisitos e Métodos de Ensaios; Parte 1-<br />

Argamassas de revestimentos de paredes e tetos.<br />

Rio de Janeiro, 2023.<br />

[12] IKEMATSU, Paula; LAGUNA, Luis Antônio.<br />

Sacarose no tempo de pega do cimento. Disponível<br />

em: https://pt.scribd.com/document/390133932/<br />

A-Influencia-Da-Sacarose-No-Tempo-de-Pega-Do-<br />

Cimento#. Acesso em: 22 junho de 2023.<br />

[13] Óleo E Gordura de Fritura - Vegetal / Usado /<br />

Reciclado em Belo 376077 (mfrural.com.br), acesso<br />

em 13/12/2023 às 12:31h<br />

[14] Soda Cáustica Escamas 99% (Hidróxido de<br />

Sódio) 25 kg (casadosquimicos.com.br), acesso em<br />

13/12/2023 às 12:35h


Artigo 2<br />

PROCEDIMENTO PARA DETERMINAÇÃO<br />

DE POTÁSSIO EM SOLOS E ROCHAS POR<br />

ESPECTROFOTOMETRIA UV-VIS.<br />

PROCEDURE FOR DETERMINING POTASSIUM IN SOILS AND ROCKS BY UV-VIS SPECTROPHOTOMETRY.<br />

Luiza Laura Barbosa1, Alex Magalhães de Almeida2 *,<br />

Anísio Claudio Rios Fonseca3.<br />

1Graduanda do curso de Bacharelado em Biomedicina<br />

no Centro Universitário de Formiga – UNI-<br />

FOR-MG, bolsista de Iniciação científica do CNPq.<br />

2*Professor no Centro Universitário de Formiga –<br />

UNIFOR-MG. Doutor em Química Analítica, coordenador<br />

de projetos de pesquisa no UNIFOR-MG.<br />

3Professor no Centro Universitário de Formiga –<br />

UNIFOR-MG.<br />

Curador do Museu de Mineralogia do Centro Universitário<br />

de Formiga.<br />

20<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Resumo<br />

Os solos brasileiros apresentam<br />

teores baixos do<br />

nutriente potássio em sua<br />

constituição. Este macro<br />

nutriente é de grande<br />

importância no desenvolvimento<br />

de diversos cultivares.<br />

É um componente<br />

sempre presente na formulação<br />

de insumos e fertilizantes.<br />

Entretanto, para<br />

que ocorra uma melhor<br />

utilização deste elemento,<br />

faz-se necessário a análise<br />

nutricional do solo quanto<br />

aos teores potenciais de<br />

seus nutrientes. As análises<br />

para verificar a presença<br />

de potássio são normalmente<br />

realizadas por fotometria<br />

de chama, método<br />

simples e de baixo custo,<br />

porém sujeito a algumas<br />

interferências espectrais.<br />

Visando reduzir o fator de<br />

interferência, propôs-se a<br />

determinação de potássio<br />

utilizando a formação de<br />

um composto coordenado<br />

e espectrofotometria<br />

UV-VIS. Os métodos espectrofotométricos<br />

também<br />

apresentam baixo custo e<br />

fácil operação. O estudo<br />

baseia-se na complexação<br />

do metal com o reagente<br />

preto de eriocromo, que é<br />

caracterizado em λ = 540<br />

nm e apresenta uma curva<br />

de calibração linear até 20<br />

mmol de potássio. Avaliou-se<br />

a potencialidade<br />

do procedimento, realizando-se<br />

a determinação<br />

do elemento em rochas<br />

com teores caracterizado<br />

por fluorescência de raio-<br />

-X, obtendo-se resultados<br />

satisfatórios. O estudo de<br />

interferentes revelou que<br />

os demais elementos nas<br />

amostras não afetam o<br />

procedimento de determinação<br />

do potássio.<br />

Palavras chave: Macro<br />

nutriente do solo. Solução<br />

do solo. Extração<br />

multielementar.


ABSTRACT<br />

Brazilian soils have low<br />

levels of the nutrient<br />

potassium in their constitution.<br />

This macro<br />

nutrient is of great importance<br />

in the development<br />

of several cultivars. It is a<br />

component always present<br />

in the formulation<br />

of inputs and fertilizers.<br />

However, for better use of<br />

this element, it is necessary<br />

to carry out a nutritional<br />

analysis of the soil<br />

regarding the potential<br />

levels of its nutrients.<br />

Analyzes to check the<br />

presence of potassium<br />

are normally carried out<br />

using flame photometry,<br />

a simple and low-cost<br />

method, but subject to<br />

some spectral interference.<br />

Aiming to reduce the<br />

interference factor, it was<br />

proposed to determine<br />

potassium using the formation<br />

of a coordinated<br />

compound and UV-VIS<br />

spectrophotometry. Spectrophotometric<br />

methods<br />

are also low cost and easy<br />

to operate. The study is<br />

based on the complexation<br />

of the metal with the<br />

eriochrome black reagent,<br />

which is characterized at<br />

λ = 540 nm and presents<br />

a linear calibration curve<br />

up to 20 mmol potassium.<br />

The potential of the procedure<br />

was evaluated by<br />

determining the element<br />

in rocks with levels characterized<br />

by X-ray fluorescence,<br />

obtaining satisfactory<br />

results. The study<br />

of interferents revealed<br />

that the other elements in<br />

the samples do not affect<br />

the potassium determination<br />

procedure.<br />

Keywords: Soil macro<br />

nutrients. Soil solution.<br />

Multi-element extraction.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O elemento potássio é um<br />

metal alcalino de cor prateada,<br />

muito reativo que<br />

é encontrado em minérios<br />

como o feldspato, sendo<br />

considerado um nutriente<br />

mineral essencial para<br />

plantas e animais (GOMES<br />

e PEREIRA, 2021). Este<br />

elemento está entre os 10<br />

mais abundantes da crosta<br />

terrestre, ocorrendo em<br />

uma série de minerais, tais<br />

como a silvita e a carnalita.<br />

A sua principal aplicação<br />

está na agricultura, por<br />

meio da fabricação de<br />

fertilizantes, uma vez que<br />

o potássio é um macronutriente<br />

usado no desenvolvimento<br />

de vegetais<br />

(KANO, CARDOSO e VILAS<br />

BOAS, 2010).<br />

Sabe-se que as plantas são<br />

organismos que vivem<br />

entre dois ambientes<br />

inteiramente inorgânicos,<br />

retirando da atmosfera e<br />

do solo os nutrientes para<br />

o seu crescimento. O bom<br />

desenvolvimento dos diferentes<br />

cultivos, dependem<br />

fundamentalmente de um<br />

fluxo contínuo de elementos<br />

minerais, presentes no<br />

solo, e que são essenciais<br />

para o desempenho das<br />

principais funções metabólicas<br />

das células vegetais<br />

(NUNES, 2015).<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

21


Artigo 2<br />

22<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Uma planta não vai atingir<br />

um bom desenvolvimento<br />

se não obtiver um conjunto<br />

de minerais e outros<br />

elementos essenciais<br />

necessários para tanto. A<br />

absorção de nutrientes a<br />

partir da solução do solo,<br />

dependerá das características<br />

químicas e físicas deste,<br />

entretanto, vale ressaltar<br />

que as raízes das plantas, ao<br />

entrarem em contato com<br />

os nutrientes do solo não<br />

selecionam, qual ou quais<br />

destes, são absorvidos. Se<br />

estes estiverem em excesso<br />

ou em falta, transmitem<br />

essa informação sob a forma<br />

de sintomas, tais como:<br />

manchas nas suas folhas,<br />

plantas com pouco vigor<br />

ou murchas, presença de<br />

pragas e/ou doenças, entre<br />

outros. Dentro da categoria<br />

de nutrientes necessários<br />

para as plantas, alguns<br />

são mais necessários que<br />

outros, sendo por isso fundamental,<br />

que estejam presentes<br />

em maiores quantidades,<br />

para que as plantas<br />

os possam aproveitar (COR-<br />

REA, GOLVEIA e CARDOSO,<br />

2014). Deve-se por essa<br />

razão, inferir que existem<br />

fatores importantes a considerar,<br />

como por exemplo,<br />

o tipo de solo que é utilizado<br />

e o tipo de cultivar<br />

que será ali estabelecido,<br />

para que dessa forma, seja<br />

mais fácil o fornecimento<br />

de nutrientes no teor adequado<br />

as plantas (QUAG-<br />

GIO, et al. 2009). Sabe-se<br />

que as plantas superiores<br />

requerem um total de 16<br />

nutrientes para seu crescimento<br />

normal. Destes, o<br />

carbono, o hidrogênio e o<br />

oxigênio são provenientes<br />

do ar e água de irrigação,<br />

os demais são absorvidos<br />

pelas raízes na forma de<br />

íons disponíveis na solução<br />

do solo. Um desses íons é o<br />

potássio que é um regulador<br />

osmótico participante<br />

das atividades enzimáticas<br />

e da síntese de proteínas.<br />

A falta de potássio na nutrição<br />

de plantas implica em<br />

um crescimento reduzido,<br />

clorose matizada na folha,<br />

folhas recurvadas e enroladas,<br />

e encurtamento de<br />

entrenós (NUNES, 2015).<br />

Os solos brasileiros apresentam<br />

teores baixos do<br />

nutriente potássio em sua<br />

constituição, necessitando,<br />

portanto, do uso de<br />

corretivos, insumos e fertilizantes,<br />

para garantir um<br />

bom desenvolvimento do<br />

cultivar. Entretanto, para<br />

que ocorra uma melhor<br />

utilização deste elemento,<br />

faz-se necessário a análise<br />

nutricional do solo quanto<br />

aos teores potenciais<br />

de seus nutrientes. As<br />

análises para verificar a<br />

presença de potássio são<br />

normalmente realizadas<br />

por fotometria de chama<br />

desde o século passado<br />

(CATANI, GLORIA e ROSSE-<br />

TO, 1965). É um método<br />

simples e de baixo custo,<br />

porém sujeito a algumas<br />

interferências espectrais.<br />

Visando reduzir o fator de<br />

interferência, propôs-se a<br />

determinação de potássio<br />

utilizando a formação de<br />

um composto coordenado,<br />

também denominado<br />

de complexo, e espectrofotometria<br />

UV-VIS.<br />

Os métodos espectrofotométricos<br />

também<br />

apresentam baixo custo e<br />

fácil operação (PAVIA et al.<br />

2015). O procedimento de<br />

determinação proposto,<br />

baseia-se na complexação<br />

do metal com o reagente<br />

cromogênico preto de<br />

eriocromo, que apresenta<br />

um sinal característico, e<br />

não se teve interferência<br />

causada pelos demais<br />

íons presentes.


MATERIAIS E METODOS<br />

O trabalho foi desenvolvido<br />

empregando-se<br />

reagentes de grau analítico<br />

ou superior e utilizando<br />

água deionizada<br />

em todas as diluições e<br />

preparo de soluções.<br />

Testou-se primeiramente,<br />

a possibilidade de reação<br />

para alguns reagentes<br />

cromogênicos com o<br />

potássio. Dentre os reagentes<br />

avaliados, o que<br />

melhor evidenciou alteração<br />

de suas características<br />

colorimétricas foi o preto<br />

de eriocromo. Verificou-<br />

-se para essa mistura, em<br />

qual região do espectro<br />

UV-VIS poderia ocorrer a<br />

identificação do complexo<br />

formado entre o íon<br />

potássio e o reagente cromogênico.<br />

Tendo a região<br />

de caracterização do composto<br />

coordenado confeccionou-se<br />

a curva de<br />

calibração e verificou-se<br />

as condições de limites de<br />

detecção e quantificação.<br />

Avaliou-se a potencialidade<br />

do procedimento,<br />

realizando-se a determinação<br />

do elemento<br />

potássio em rochas com<br />

Figura 1: Espectro comparativo do reagente preto de eriocromo e o composto coordenado formado<br />

pelo reagente cromogênico e o íon potássio.<br />

Fonte: Autores do trabalho<br />

teores caracterizado por<br />

raio-X, obtendo-se resultados<br />

satisfatórios. As rochas<br />

sofreram solubilização<br />

com ácido clorídrico sob<br />

aquecimento e determinação<br />

pelo procedimento<br />

proposto. Quanto a<br />

interferência, realizou-se a<br />

verificação dos potenciais<br />

interferentes empregando<br />

uma solução contendo os<br />

diferentes íons que fazem<br />

parte da solução do solo.<br />

RESULTADOS E DISCUS-<br />

SÃO<br />

Tendo-se preparado as<br />

soluções de potássio e de<br />

preto de eriocromo, em<br />

meio aquoso, verificou-se<br />

a ocorrência da reação<br />

entre os íons potássio e o<br />

reagente cromogênico,<br />

através da alteração de<br />

coloração dos componentes<br />

em contato. Na<br />

sequência realizou-se uma<br />

varredura entre os comprimentos<br />

de onda de 320 a<br />

700 nm, em um espectrofotômetro<br />

monocanal. O<br />

complexo evidenciou um<br />

comprimento de onda<br />

característico em 540 nm,<br />

na região de transmitância,<br />

conforme pode ser<br />

visualizado na Figura 1.<br />

Na região de 540 nm realizou-se<br />

medições com<br />

soluções em diversas concentrações<br />

de potássio, e<br />

a partir destes dados confeccionou-se<br />

uma curva de<br />

calibração que apresentou<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

23


Artigo 2<br />

ser linear até 20 mmol/L,<br />

com limite de detecção<br />

estimado em 0,001 mmol/L<br />

e limite de quantificação<br />

em 0,034 mmol/L. A curva<br />

de calibração e suas características<br />

são exibidas na<br />

Figura 2, bem como sua<br />

equação matemática.<br />

24<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Utilizando uma solução<br />

contendo os íons considerados<br />

macro e micronutrientes<br />

de plantas,<br />

presentes no solo, em um<br />

estudo exploratório, verificou-se<br />

que o sinal analítico<br />

não sofreu interferência<br />

quanto a presença ou não<br />

dos íons, e desta forma,<br />

pode-se efetuar as determinações<br />

de potássio, sem<br />

a preocupação com interferentes<br />

metálicos.<br />

Com o objetivo de verificar<br />

a viabilidade do método,<br />

efetuou-se a determinação<br />

de potássio em três<br />

rochas, cujos valores de<br />

potássio são caracterizados<br />

por difração de raio-X.<br />

Os resultados obtidos são<br />

mostrados na Tabela 1, e<br />

evidenciam que o método<br />

proposto pode ser usado<br />

na determinação de potássio<br />

em solos e também em<br />

material rochoso.<br />

Figura 2: Curva de calibração característica utilizada na determinação do íon potássio por<br />

espectrofotometria UV-VIS.<br />

Fonte: Autores do trabalho<br />

Tipo de Rocha Método Raio-X Método UV-VIS<br />

Kimberlito 2,200 % 2,813 %<br />

Fonolito 9,00 % 9,12<br />

Ritimito 10,00 % 10,18<br />

Fonte: Autores do trabalho<br />

CONCLUSÃO<br />

O estudo realizado evidencia<br />

que a determinação<br />

de potássio, utilizando<br />

espectrofotometria<br />

UV-VIS é possível de ser<br />

realizada, e o procedimento<br />

proposto não apresenta<br />

fatores de custo ou de<br />

manejo que impeçam a<br />

sua execução em laboratórios<br />

de análise de solos.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Os autores agradecem<br />

ao Centro Universitário<br />

de Formiga UNIFOR-MG,<br />

pela disponibilização de<br />

equipamentos e pelo<br />

uso dos laboratórios, e<br />

ao CNPq pela bolsa concedida<br />

a discente participante<br />

do projeto.<br />

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS<br />

CATANI, R. A., GLÓRIA, N. A., ROSSETO, A. J..<br />

Determinação de potássio em fertilizantes por<br />

fotometria de chama. Anais da Escola Superior de<br />

Agricultura Luiz de Queiroz, Vol XXII, 1965.<br />

GOMES, E. B. e PEREIRA, H. C. P.. Distúrbios do<br />

Potássio. Vittalle – <strong>Revista</strong> de Ciências da Saúde.<br />

Vol. 33, nº 1, 2021.<br />

KANO C; CARDOSO AII; VILLAS BÔAS, RL.. Influência<br />

de doses de potássio nos teores de macronutrientes<br />

em plantas e sementes de alface. <strong>Revista</strong> Horticultura<br />

Brasileira. Vol. 28, nº 3, jul.- set. 2010.<br />

NUNES, J. L. S.. A verdade sobre a nutrição das<br />

plantas. Secretaria de Estado de Meio Ambiente,<br />

Desenvolvimento Económico, Produção e<br />

Agricultura Familiar (SEMAGRO) Governo do<br />

Estado, Mato Grosso do Sul. 2015.<br />

PAVIA, D. L; LAMPMAN, G. M; KRIZ, G. S; VYVYAN,<br />

J.. Introduction to spectroscopy, 5ª edição. Editora<br />

Cengage Learning, 2015.<br />

QUAGGIO, J., TEIXEIRA, L. A. J., CANTARELLA, H.,<br />

MELLIS, H. V., SIGRIST, J. M.. Post-harvest behaviour<br />

of pineapple affected by sources and rates of<br />

potassium. <strong>Revista</strong> Acta Horticult, nº 822, 2009.


Artigo 3<br />

TENDÊNCIAS EM CROMATOGRAFIA E<br />

SUSTENTABILIDADE: HPLC MAIS VERDE<br />

E ECONÔMICO<br />

Por: Andrea Lucia Rezemini, Gabriel Nobrega da Rocha Martins<br />

26<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Estamos desenvolvendo<br />

atividades mais sustentáveis<br />

no nosso dia a dia<br />

e na Química Analítica<br />

não é diferente. Graças as<br />

novas tecnologias empregadas<br />

nos equipamentos<br />

e nas colunas de HPLC,<br />

podemos fazer a maior<br />

parte das análises com<br />

mais eficiência (melhor<br />

separação dos picos<br />

nos cromatogramas) e<br />

em menos tempo. Se<br />

olharmos um pouco para<br />

trás, em 1995 quando o<br />

HPLC 1100 foi lançado,<br />

as bombas trabalhavam<br />

com pressão máxima de<br />

400 bar e hoje os HPLCs<br />

analíticos mais modernos<br />

1260, 1260 Prime já operam<br />

com pressão máxima<br />

de 600 e 800 bar respectivamente<br />

e o UHPLC <strong>129</strong>0<br />

vai até 1300 bar. A evolução<br />

das colunas de HPLC<br />

foi acompanhando o<br />

avanço da tecnologia dos<br />

equipamentos e como<br />

Partículas<br />

Superficialmente<br />

Porosas (PSP)<br />

1.9 µm<br />

2.7 µm<br />

Desempenho<br />

Maior<br />

desempenho<br />

UHPLC<br />

em<br />

Desempenho de<br />

UHPLC em baixas<br />

pressões<br />

Pressão<br />

Máxima<br />

1300<br />

bar<br />

agora os equipamentos<br />

suportam pressões mais<br />

elevadas, as colunas com<br />

partículas menores que<br />

5 µm foram surgindo,<br />

como as de 1,8 µm, que<br />

proporcionam melhor<br />

separação dos picos mas<br />

operam com pressões<br />

mais elevadas, visto<br />

que o empacotamento<br />

fica mais compactado,<br />

quando comparado com<br />

as partículas de 5 µm.<br />

Sempre comparando o<br />

mesmo tipo de partícula,<br />

então de 5 µm para 1,8 µm<br />

de partículas totalmente<br />

porosas (PTP), como é o<br />

caso da família Zorbax.<br />

Se olharmos as colunas<br />

mais novas com partículas<br />

superficialmente<br />

porosas (PSP), também<br />

conhecidas como partículas<br />

de núcleo sólido,<br />

como a família InfinityLab<br />

Poroshell 120,<br />

também temos o mesmo<br />

efeito com a diminuição<br />

do tamanho das partículas<br />

de 4 µm, passando<br />

para 2,7 µm e chegando<br />

a 1,9 µm, ou seja, temos<br />

o aumento da eficiência<br />

com a diminuição do<br />

tamanho das partículas<br />

e também o aumento da<br />

pressão, mas com a PSP<br />

o aumento da pressão é<br />

menor quando comparado<br />

com as PTP, como<br />

pode ser observado na<br />

Tabela 1 abaixo:<br />

Tabela 1: Desempenho e pressão das colunas com PSP e a eficiência comparada com as colunas com PTP.<br />

4 µm<br />

Melhor<br />

desempenho<br />

HPLC<br />

de<br />

600 bar<br />

600 bar<br />

Pressão Típica<br />

Similar a sub-2 µm<br />

totalmente porosa<br />

50% of sub-2 µm<br />

totalmente porosa<br />

Tipicamente < 200<br />

bar<br />

Eficiência<br />

~120% da partícula<br />

totalmente porosa de sub-2<br />

µm<br />

~90% da partícula<br />

totalmente porosa de sub-2<br />

µm<br />

~200% da partícula<br />

totalmente porosa de 5 µm


Com o uso das colunas Poroshell com PSP ocorre a redução da dispersão, porque<br />

o analito “viaja” uma distância mais curta dentro da partícula (0,25 µm), somente<br />

na superfície porosa, como mostra a Figura 1 abaixo.<br />

Figura 1: Caminho percorrido pelo analito na PTP Zorbax de 5 µm e na PSP Poroshell de 4 µm.<br />

Como o analito entra e<br />

no gradiente e com isso<br />

volume do gradiente em<br />

sai mais rápido da PSP, o<br />

pico sai mais fino e assim<br />

conseguimos separar<br />

mais compostos.<br />

podemos usar uma coluna<br />

diferente daquela descrita<br />

no método compendial.<br />

Lembrando que quando<br />

função do tempo de cada<br />

segmento do gradiente,<br />

conforme a equação fonecida<br />

pela USP, descrita no<br />

Tanto as PTP quanto PSP<br />

podem ser usadas nos<br />

métodos compendiais da<br />

USP (United States Pharmacopeia)<br />

e recentemente<br />

a USP publicou várias<br />

mudanças importantes no<br />

capítulo geral de<br />

cromatografia. Uma delas<br />

foi o ajuste permitido<br />

mudamos as dimensões<br />

da coluna e, portanto, o<br />

volume da coluna, isso<br />

impacta no volume do<br />

gradiente que controla a<br />

seletividade. Então, o volume<br />

do gradiente é ajustado<br />

proporcionalmente ao<br />

volume da coluna. Podemos<br />

fazer esse ajuste do<br />

Passo 3 da Tabela 2 abaixo.<br />

Além dessa equação,<br />

para modernizar o método<br />

compendial fazendo<br />

mudanças no gradiente<br />

de eluição, seguimos as<br />

instruções descritas no<br />

capítulo geral , que<br />

estão resumidas nos quatro<br />

passos abaixo:<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

27


Artigo 3<br />

Como exemplo de<br />

mudança na eluição por<br />

gradiente podemos citar<br />

o método de teor de Cloridrato<br />

de Difenidramina<br />

da USP. A Tabela 3 mostra<br />

os parâmetros do método<br />

original com coluna<br />

contendo PTP de 5 µm e<br />

as mudanças realizadas<br />

para PSP de 2,7 µm.<br />

Tabela 2: Requerimentos para mudar as condições do gradiente de eluição:<br />

Passo 1: Seleção das novas dimensões da coluna<br />

dentro do intervalo permitido.<br />

L/dp: -25% to +50% de PTP para PTP<br />

ou (tttttttt/wwwwwwww) 2222 : -25% to +50% de PTP para PSP<br />

Passo 2: Ajustar o fluxo de acordo com as novas<br />

dimensões da coluna.<br />

F 2 = F 1 [(dc 2<br />

2<br />

× dp 1)/(dc 1<br />

2<br />

× dp 2)]<br />

Passo 3: Ajustar cada segmento de tempo do<br />

gradiente.<br />

t G2 = t G1 × (F 1/F 2) [(L 2 × dc 22 )/(L 1 × dc 12 )]<br />

Passo 4: Ajustar o volume de injeção.<br />

V inj2 = V inj1 × [(L 2 ×dc 22 )/(L 1× dc 1<br />

2<br />

)]<br />

Onde:<br />

L Comprimento da coluna<br />

dp Diâmetro da partícula<br />

F 1 Fluxo no método original<br />

F 2 Fluxo no novo método<br />

dc 1 Diâmetro interno da coluna inicial<br />

dc 2 Diâmetro interno da nova coluna<br />

dp 1 Tamanho da partícula da coluna<br />

inicial<br />

dp 2 Tamanho da partícula da nova<br />

coluna<br />

t G1 Tempo do gradiente original<br />

t G2 Novo tempo do gradiente<br />

V inj1 Volume de injeção inicial<br />

V inj2 Novo volume de injeção<br />

L1 Comprimento da coluna inicial<br />

L2 Comprimento da nova coluna<br />

tr Tempo de retenção do pico<br />

wh Largura do pico a meia altura.<br />

28<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

A Figura 2 abaixo mostra<br />

o cromatograma da<br />

adequação do sistema<br />

para o método de teor<br />

de Cloridrato de Difenidramina<br />

da USP já otimizado<br />

utilizando o UHPLC<br />

e a coluna Agilent InfinityLab<br />

Poroshell 120<br />

EC-C8. Os tempos de<br />

retenção relativo para o<br />

composto relacionado<br />

A da Difenidramina e a<br />

Difenidramina são 0,9 e<br />

1,0; respectivamente.<br />

Para esse estudo foi utilizado<br />

o UHPLC <strong>129</strong>0, mas<br />

como a pressão máxima<br />

não ultrapassou 408 bar,<br />

obtida com o método<br />

otimizado e com a coluna<br />

InfinityLab Poroshell<br />

120 EC-C8, 4,6 x 100 mm;<br />

Tabela 3: Comparação dos métodos com mudança na eluição por gradiente.<br />

Método Original da<br />

USP<br />

2,7 µm, poderia ter sido<br />

utilizado um HPLC. Nesse<br />

caso, aumentaria a dispersão<br />

e os tempos de<br />

retenção dos compostos,<br />

já que o volume morto<br />

do HPLC é maior que o do<br />

UHPLC. A pressão máxima<br />

no sistema utilizando<br />

a coluna Zorbax Eclipse<br />

Método usando HPLC<br />

Coluna L7 4,6 x 250 mm; 5 µm Agilent ZORBAX Eclipse Plus<br />

C8<br />

4,6 x 250 mm; 5 µm<br />

(tr/Wh) 2<br />

de -25 à 50% do método<br />

Difenidramina<br />

original<br />

Método usando UHPLC<br />

2.410 (1.805 à 3615) 2.778 (+15,3 %)<br />

Agilent InfinityLab Poroshell 120<br />

EC-C8, 4,6 x 100 mm; 2,7 µm<br />

Fase Móvel<br />

A) Tampão: 5,4 g/L de fosfato monobásico de potássio, ajustar com ácido fosfórico para pH<br />

3,0<br />

B) Acetonitrila<br />

Diluente: Acetonitrila e tampão (35:65)<br />

Fluxo 1,2 mL/min. 1,2 mL/min. 1,8 mL/min.<br />

Gradiente<br />

Tempo<br />

Tempo<br />

Tempo<br />

B %<br />

B %<br />

(min)<br />

(min)<br />

(min)<br />

B %<br />

0 35<br />

0 35<br />

0 35<br />

4 35<br />

4 35<br />

1,1 35<br />

7 80<br />

7 80<br />

1,9 80<br />

9 35<br />

9 35<br />

2,4 35<br />

13 35<br />

13 35<br />

3,5 35<br />

Temperatura Não indicada 25 ˚C 25 ˚C<br />

Volume de Injeção* 10 µL 10 µL 4 µL<br />

Detecção UV 220 nm Sinal DAD em 220 nm, Sinal DAD em 220 nm, referência<br />

referência off, 5 Hz<br />

off, 40 Hz<br />

Tempo de Corrida 13 min. 13 min. 3,5 min.<br />

*Pode ser ajustado se for consistente com a precisão, linearidade e limites de detecção aceitos.<br />

Plus C8 4,6 x 250 mm;<br />

5 µm chegou a 280 bar.<br />

As partículas superficialmente<br />

porosas (PSP) e de<br />

menor tamanho (2,7 µm)<br />

contribuíram para que a<br />

eficiência ((tr/Wh)2) fosse<br />

15,3 % maior com a coluna<br />

Poroshell do que com<br />

a coluna Zorbax de partí-


culas totalmente porosas<br />

(PTP) de 5 µm, (Tabela 3),<br />

mesmo usando a coluna<br />

Poroshell de menor comprimento<br />

(100 mm).<br />

No cromatograma da<br />

Figura 3, obtido com o<br />

método original, o tempo<br />

de retenção do pico da<br />

Difenidramina foi 4,997<br />

min., enquanto que com<br />

o método otimizado<br />

(Figura 4), esse tempo foi<br />

1,417 min.; que representa<br />

uma economia de tempo<br />

de aproximadamente<br />

72%. Isso representa<br />

economia de solvente<br />

da fase móvel (menos<br />

descarte de solvente) e<br />

aumento da produtividade<br />

do laboratório.<br />

Os relatos acima desse<br />

estudo mostram que<br />

aproveitar os benefícios<br />

das novas tecnologias<br />

para a melhoria contínua<br />

na eficiência e sustentabilidade<br />

das análises, já<br />

fazem parte do dia a dia<br />

dos laboratórios.<br />

Referências:<br />

Fu, R.; Grover M.; Freeman R.; Long, W.<br />

Understanding the Latest Revisions to<br />

USP , Nota de Aplicação da Agilent<br />

Technologies 5994-6618EN online: https://www.<br />

agilent.com/cs/library/whitepaper/public/wpusp-621-5994-6618en-agilent.pdf<br />

Long, W. J. A Simple Conversion of the USP Assay<br />

Method for Diphenhydramine HCl to the Agilent<br />

InfinityLab Poroshell 120 Column EC-C8, Nota de<br />

Aplicação da Agilent Technologies 5994 5400EN<br />

online: https://www.agilent.com/cs/library/<br />

applications/an-conversion-usp-assay-methodzorbax-poroshell120-5994-5400en-agilent.pdf<br />

Documento Técnico da Agilent Tecnologies<br />

5990-3333PTBR online: https://www.agilent.<br />

com/cs/library/brochures/5990-3333PTBR.pdf<br />

USP General Chapter Chromatography –<br />

versão official 30-abril-2023 online DOI: https://<br />

doi.org/10.31003/USPNF_M99380_07_01<br />

Monografia Oficial da USP: Diphenhydramine<br />

Hydrochloride online DOI: https://doi.<br />

org/10.31003/USPNF_M27130_04_01<br />

Napolitano-Tabares, P.; Negrín-Santamaría,<br />

I.;Gutiérrez-Serpa, A and Pino,V. Recent efforts to<br />

increase greenness in chromatography – Review<br />

online: https://www.sciencedirect.com/journal/<br />

current-opinion-in-green-and-sustainablechemistry/special-issue/10SZ60KSCZ3<br />

Andrea Lucia Rezemini<br />

Bacharel em Química com Mestrado e Doutorado em Química Analítica pela USP. Vinte anos de experiência em diferentes laboratórios. Entre as diferentes<br />

técnicas analíticas, HPLC, GC, MS, FTIR, UV-Vis e KF foram as mais utilizadas para análises químicas, desenvolvimento e validação de métodos. No trabalho<br />

anterior, na United States Pharmacopeia, atuou no desenvolvimento de Padrões de Referência durante doze anos (2008 – 2020). Atualmente ocupa a função<br />

de Cientista de Aplicações para os consumíveis da Agilent Technologies.<br />

Gabriel Nobrega da Rocha Martins<br />

Bacharel e Mestre em Química pela USP, com 20 anos de experiencia em química analítica. Atuando com instrumentação analítica nos últimos quinze<br />

anos, especializado em Cromatografia Líquida, sendo que os últimos 12 anos foram dedicados ao trabalho na Agilent Technologies, como especialista<br />

de campo e cientista de aplicação.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

29


Matéria de Capa<br />

Analítica é a marca da Nova Analítica<br />

Importação e Exportação Ltda.<br />

Como tudo começou...<br />

A nossa jornada tem início em 1962, ano que foi fundada a Ciola & Gregori<br />

que mais tarde alterou a Razão Social para Instrumentos Científicos CG. O<br />

Prof. Remolo Ciola fabricou o primeiro cromatógrafo a gás comercial no<br />

Brasil na garagem da sua casa na Rua Lins de Vasconcelos em SP.<br />

A história da Analítica remonta à década de 90, quando um grupo de funcionários da CG, que tinha importante<br />

participação no mercado de equipamentos para análise química instrumental, enfrentou a diminuição drástica<br />

das atividades devido às alterações na legislação de importação de equipamentos analíticos.<br />

30<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Diante dessas dificuldades, esse grupo, com apoio fundamental da diretoria da CG, fundou<br />

uma nova empresa. Assim nascia a CG Analítica, inicialmente focada em oferecer<br />

suporte de manutenção, peças, acessórios e consumíveis para os equipamentos da marca<br />

CG em operação no Brasil além de distribuir algumas linhas de equipamentos da GBC<br />

(Austrália) e da Gilson (França).


Matéria de Capa<br />

Durante a década de 90 a CG Analítica ampliou suas atividades para um mercado mais<br />

amplo com a adição de produtos para Life Science, em particular Pipetas Gilson.<br />

A mudança estratégica para Nova Analítica representou não apenas uma evolução do<br />

nome, mas também um compromisso renovado com a inovação e o foco em produtos e<br />

serviços de qualidade.<br />

laboratórios.<br />

A introdução da marca Analítica refletiu a expansão da empresa para além<br />

de suas raízes, demonstrando a capacidade de oferecer não apenas seus produtos<br />

originais, mas uma ampla gama de soluções para os mais diferentes<br />

Esta fase estabeleceu as bases para o crescimento contínuo e a consolidação da Analítica como um dos<br />

líderes do mercado com uma filosofia de trabalho com foco na qualidade<br />

e na seriedade de relacionamento com seus clientes.<br />

Com o aumento das atividades, a Analítica mudou-se para amplas instalações<br />

na Rua Assungui no Alto do Ipiranga, além de estabelecer filiais no<br />

Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.<br />

Durante esse período de crescimento, a Analítica<br />

não apenas manteve seu compromisso<br />

com a qualidade, mas também ampliou significativamente<br />

sua gama de produtos e serviços<br />

passando a distribuir vários equipamentos<br />

de grande porte da Thermo Fisher Scientific.<br />

Reconhecendo a importância da diversificação, expandiu seu portfólio para incluir uma ampla variedade de produtos<br />

ampliando as opções de equipamentos para Biologia Molecular e Celular e, posteriormente, incluindo os<br />

reagentes para Life Science da Abcam.<br />

Essa diversificação não apenas atendeu às demandas crescentes do mercado, mas tornou a Analitica a maior distribuidora<br />

genuinamente brasileira em seu mercado.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

31


Matéria de Capa<br />

Hoje, a Analítica é um nome de referência no cenário nacional e mesmo internacional. Resultado de mais de três<br />

décadas de trabalho intenso e sério com seus clientes, funcionários e fornecedores. Com uma equipe robusta de<br />

mais de 200 colaboradores, incluindo equipes de vendas e serviços presentes na maioria dos Estados do Brasil.<br />

Essa distribuição geográfica também ressalta a abrangência da Analítica, que continua assegurando a satisfação<br />

dos clientes com produtos e serviços de qualidade.<br />

Com um passado de sucesso, em 2022 completamos 30 anos de atuação.<br />

32<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Os 30 anos foram comemorados em 2023 com a presença de nossos colaboradores e parceiros.


Matéria de Capa<br />

Em 2023, a Nova Analítica se mudou para suas atuais instalações, situada em Diadema, ocupa um prédio<br />

de 5,3 mil m² de área construída, com 8 mil metros de área total.<br />

Por ser uma empresa em transformação, a Analítica<br />

entende que adoção de práticas ESG (Environmental,<br />

Social and Governance) está entre as principais tendências<br />

do mundo dos negócios, implantar atitudes<br />

sustentáveis para que a manutenção dos recursos<br />

naturais seja feita cada vez mais de forma consciente<br />

e olhar atentamente para as pautas ambientais,<br />

sociais e de governança é um compromisso da Analítica.<br />

Como primeiro passo, foram instaladas placas de captação de<br />

energia solar no topo do prédio e também vagas na garagem<br />

para carga de carros elétricos.<br />

As parcerias de longa data continuam e foram absorvidas novas representadas nesse tempo, atualmente<br />

representa cerca de 60 marcas internacionais.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

33


Matéria de Capa<br />

A nova estrutura possui showrooms equipados para demonstrações aos clientes, oferecendo cursos e treinamentos<br />

práticos<br />

Um estoque amplo e variado garante entregas<br />

rápidas da maioria dos produtos.<br />

O intuito é dar continuidade no fornecimento de<br />

produtos, serviços e soluções para laboratórios em<br />

todo o Brasil.<br />

A Analítica agradece aos seus colaboradores e clientes que fizeram e ainda fazem essa história acontecer.<br />

Nos siga nas redes!<br />

34<br />

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Espectrometria de Massas<br />

ENTENDENDO EXPERIMENTOS MS/MS<br />

36<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Ao operar um espectrômetro<br />

de massas nos deparamos<br />

com diversas opções<br />

de experimentos. Da mesma<br />

maneira, ao analisar<br />

um dado obtido por esta<br />

técnica, a informação<br />

do método instrumental<br />

é crucial para a correta<br />

interpretação. Neste mês<br />

iremos explorar algumas<br />

opções de aquisição de<br />

dados MS/MS em instrumentos<br />

triplo quadrupolo.<br />

No artigo anterior vimos<br />

as partes essenciais de um<br />

espectrômetro de massas<br />

e como elas podem ser<br />

combinadas, como se fossem<br />

aqueles brinquedos<br />

de blocos de encaixar. O<br />

analisador é onde os íons<br />

são separados por m/z,<br />

informação que, combinada<br />

com a abundância<br />

detectada de cada íon, fornece<br />

o espectro (intensidade<br />

X m/z). Quando o instrumento<br />

tem mais de um<br />

analisador é possível realizar<br />

experimentos sequenciais,<br />

conhecidos como<br />

tandem MS e representados<br />

como MS/MS ou MS2.<br />

Dentre as mais diversas<br />

combinações vamos ver<br />

alguns experimentos disponíveis<br />

em instrumentos<br />

Triplo Quadrupolo (QQQ),<br />

utilizando exemplos e<br />

termos da linha TSQ TM<br />

Thermo Scientific TM. Mantive<br />

a nomenclatura dos<br />

experimentos em inglês,<br />

já que este é o idioma dos<br />

softwares de controle de<br />

instrumento e visualização<br />

de dados. Os exemplos<br />

também consideram ionização<br />

por eletrospray (ESI)<br />

considerando a molécula<br />

protonada [M+H] + .<br />

Iniciamos com os experimentos<br />

MS, que podem<br />

ser por varredura de uma<br />

determinada faixa de<br />

m/z (full scan) ou fazendo<br />

a leitura específica<br />

de uma m/z (selected ion<br />

monitoring – SIM). Como<br />

mostra a figura 1, o full<br />

scan traz muitas informações<br />

sobre a amostra, o<br />

que é ótimo em métodos<br />

exploratórios e amostras<br />

desconhecidas. Por outro<br />

lado, o SIM gera um resultado<br />

seletivo, sem interferências<br />

de compostos de<br />

m/z diferente, aumentando<br />

assim a sensibilidade<br />

da medida em misturas<br />

complexas que exigem<br />

grande velocidade de<br />

aquisição (Figura 1).<br />

As possibilidades se multiplicam<br />

em instrumentos<br />

com mais de um analisador,<br />

onde podemos realizar<br />

experimentos MS/<br />

MS. Nos instrumentos<br />

triplo quadrupolo o Q1<br />

e o Q3 funcionam como<br />

analisadores, e o Q2 pode<br />

funcionar como célula de<br />

colisão. Isso é importante<br />

porque, além da massa da<br />

molécula inteira e carregada<br />

é possível também<br />

analisar seus fragmentos,<br />

aumentando a confiança<br />

na identificação do<br />

analito e seletividade do<br />

método. Veja a comparação<br />

de espectros MS e<br />

MS/MS na figura 1.


Espectrometria de Massas<br />

O experimento product<br />

ion (figura 1) é essencial<br />

no desenvolvimento de<br />

novos métodos: seleciona<br />

um precursor no Q1,<br />

fragmenta no Q2 e faz<br />

uma varredura no Q3<br />

para detectar os fragmentos<br />

gerados. É possível<br />

gerar uma lista de<br />

aquisição para diversos<br />

compostos, auxiliando na<br />

confirmação de identidade<br />

de cada analito.<br />

Figura 1. Comparação de experimentos MS e MS/MS obtidos em um triplo quadrupolo.1<br />

O padrão de fragmentação,<br />

assim como o<br />

tempo de retenção, é<br />

característico da molécula.<br />

Em outras palavras,<br />

a presença e ausência<br />

de fragmentos e a<br />

proporção entre eles é<br />

relativamente reprodutível<br />

quando utilizadas<br />

as mesmas condições<br />

experimentais. O padrão<br />

de fragmentação pode<br />

ser determinado experimentalmente<br />

ou ser<br />

encontrado em databases<br />

como o mzCloud2.<br />

É uma informação<br />

Figura 2. Comparação de experimentos MS/MS que utilizam informações do padrão de fragmentação<br />

do analito (ou classes de analitos).1<br />

poderosa para garantir<br />

a identificação do<br />

analito, e consequentemente,<br />

a qualidade<br />

da quantificação. Por<br />

outro lado, amostras<br />

complexas e métodos<br />

multi-analitos exigem<br />

grande velocidade do<br />

espectrômetro de massas,<br />

exigindo métodos<br />

com maior seletividade.<br />

Os experimentos SRM,<br />

precursor scan e neutral<br />

loss aumentam a seletividade<br />

de experimentos<br />

MS/MS ao selecionar<br />

íons específicos do analito<br />

para quantificação,<br />

como vemos na figura 2<br />

e no texto mais adiante.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

37


Espectrometria de Massas<br />

38<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

SRM (do inglês, selected<br />

reaction monitoring –<br />

monitoramento de reação<br />

selecionada): Combinando<br />

a seletividade<br />

da seleção de um único<br />

íon, este experimento<br />

faz a seleção do precursor<br />

no Q1, fragmentação<br />

no Q2 e detecção de<br />

fragmentos específicos<br />

no Q3. Aqui conhecer o<br />

padrão de fragmentação<br />

do analito é crucial<br />

para a escolha de fragmentos<br />

que, de fato,<br />

representem a presença<br />

do analito na amostra.<br />

Leva o nome de reação<br />

pois monitora a transição<br />

do precursor para o<br />

produto, ou seja, a reação<br />

de fragmentação,<br />

que é específica para<br />

cada íon monitorado.<br />

É comum utilizar mais<br />

de uma transição por<br />

composto, sendo uma<br />

para quantificação e<br />

outra para confirmação<br />

de identidade, aumentando<br />

ainda mais a<br />

confiança do resultado<br />

(Figura 2A).<br />

QED (do inglês, Quantitation<br />

Enhanced Data-Dependent<br />

– quantificação<br />

aumentada dependendo<br />

dos dados): Você pode<br />

aliar a seletividade do<br />

SRM com a informação<br />

estrutural do Product Ion.<br />

Pensando na formação<br />

de um pico cromatográfico<br />

com dados do<br />

detector MS, cada ponto<br />

é um evento. E para que<br />

a integração do pico,<br />

consequentemente a<br />

quantificação, seja precisa<br />

e exata, é desejável<br />

ter vários pontos de<br />

aquisição formando um<br />

único pico. Neste experimento<br />

o instrumento é<br />

programado a monitorar<br />

SRM mudando apenas<br />

uma única vez para product<br />

ion quando há uma<br />

concentração mínima do<br />

precursor.<br />

Para quantificação de<br />

classes de compostos<br />

podemos monitorar características<br />

do padrão de<br />

fragmentação sem depender<br />

da massa do precursor:<br />

Neutral loss (perda<br />

neutra): As reações de<br />

fragmentação podem<br />

gerar compostos não carregados<br />

como resultado<br />

de rearranjo molecular.<br />

A espectrometria de<br />

massas não detecta compostos<br />

neutros, mas sim a<br />

diferença de massa. Neste<br />

experimento é monitorada<br />

uma diferença de<br />

massa entre o detectado<br />

no Q1 e no Q3, acusando<br />

precursores que geraram<br />

esta perda (Figura 2B). É<br />

muito utilizado em experimentos<br />

para detectar<br />

um grande número de<br />

analitos que possuem o<br />

mesmo grupo funcional,<br />

proporcionando o monitoramento<br />

da perda de<br />

compostos como CO2 de<br />

ácidos carboxílicos, CO de<br />

aldeídos e H2O de álcoois.<br />

Precursor ion (íon precursor):<br />

Também considerando<br />

a fragmentação<br />

característica do analito,<br />

este experimento monitora<br />

análogos estrutu-


Espectrometria de Massas<br />

rais. O Q3 é ajustado para<br />

analisar somente um<br />

determinado fragmento,<br />

enquanto é gerado um<br />

espectro de Q1 somente<br />

com os precursores que<br />

geraram tal fragmento<br />

(Figura 2C). Alguns<br />

exemplos de aplicação<br />

é a busca de ftalatos<br />

que geram o fragmento<br />

específico de m/z 149.<br />

A tela do software editor<br />

de métodos é muito<br />

prática: é só escolher o<br />

experimento para o seu<br />

método instrumental e<br />

arrastar para selecionar<br />

(Figura 3). Mas é crucial<br />

entender os eventos<br />

que ocorrerão no espectrômetro,<br />

tanto para a<br />

intepretação dos resultados<br />

quanto para o<br />

desenvolvimento e otimização<br />

de métodos. Eu<br />

Figura 3. Detalhe da tela do editor de métodos do TSQ Fortis Plus Thermo Scientific.<br />

sempre sugiro em aulas e<br />

treinamentos que o usuário<br />

tenha claro o layout<br />

da máquina e os processos<br />

físico-químicos que<br />

ocorrem durante a análise.<br />

Este é o caminho para<br />

aproveitar todo o potencial<br />

de seu espectrômetro<br />

de massas e desenvolver<br />

métodos ainda melhores.<br />

Se quiser sugerir temas ou<br />

comentar os artigos é só me<br />

procurar no LinkedIn!<br />

1 Figuras adaptadas de Thermo Scientific TSQ Series II<br />

Mass Spectrometers Hardware Manual<br />

80133-98005 Revision A September 2021<br />

2 Conheça a mzCloud em https://www.mzcloud.org/<br />

Daniele Fernanda de Oliveira Rocha<br />

Bacharela em Química Tecnológica pela PUC-Campinas (2005), Mestra (2008) e Doutora (2013) em Química Orgânica, e pós-doutorado em Espectrometria<br />

de Massas (2018) pela Unicamp. Pós-doutorado em proteômica pelo The Scripps Research Institute - La Jolla, California (2016). Atualmente é Química de<br />

Aplicação Sênior na Nova Analítica (revendedor autorizado Thermo Scientific) e Coordenadora da Especialização em Análise Instrumental da PUC-Campinas.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

39


Neurociências Industrial<br />

O FUTURO DOS MEDICAMENTOS PARA TRATAR<br />

DOENÇAS NEUROLÓGICAS DEGENERATIVAS:<br />

UMA TAREFA MULTIDISCIPLINAR<br />

O desenvolvimento de<br />

medicamentos destinados<br />

ao tratamento de<br />

doenças neurológicas<br />

não é algo de hoje, mas<br />

ele nunca contou com<br />

tanta tecnologia como<br />

atualmente, o que faz<br />

com que ela tenha maiores<br />

possibilidades de<br />

desenvolver novos fármacos,<br />

com um especial<br />

destaque para as doenças<br />

degenerativas.<br />

As doenças neurodegenerativas<br />

são distúrbios<br />

que afetam o Sistema<br />

Nervoso Central, gerando<br />

uma deterioração gradativa<br />

das células, dentre<br />

as mais conhecidas estão<br />

o Alzheimer, Parkinson e<br />

Esclerose Lateral Amiotrófica<br />

(ELA), todas sem<br />

cura, mas com tratamentos<br />

que trazem resultados<br />

cada vez melhores<br />

para a qualidade de vida<br />

do paciente.<br />

Esse avanço na eficácia<br />

dos tratamentos se deve<br />

a novos estudos da neurociência<br />

que passaram<br />

a, cada vez mais, compreender<br />

o surgimento,<br />

desenvolvimento, fatores<br />

envolvidos e efeitos dessas<br />

doenças, o que permite<br />

direcionar melhor<br />

o estudo sobre novos<br />

fármacos e, assim, ter<br />

melhores resultados.<br />

No entanto, esse tipo<br />

de avanço não é nada<br />

rápido, são necessários<br />

vários testes rigorosos<br />

para garantir um<br />

controle sobre efeitos<br />

colaterais, determinar<br />

dosagens e garantir a eficácia,<br />

algo que depende<br />

da interação próxima de<br />

neurocientistas pesquisadores<br />

e desenvolvedores<br />

de fármacos.<br />

Por isso, essa proximidade<br />

deve ser estimulada cada<br />

vez mais, tanto para garantir<br />

um melhor desenvolvimento<br />

dos medicamentos,<br />

quanto para impulsionar<br />

novas descobertas, uma<br />

vez que a multidisciplinaridade<br />

é um importante<br />

pilar da evolução científica,<br />

principalmente quando se<br />

trata de um sistema tão<br />

complexo como o sistema<br />

nervoso humano.<br />

40<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues<br />

Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society (Mais de 200 membros da Sigma Xi receberam<br />

o Prêmio Nobel), Membro da Society for Neuroscience (USA), Membro da Royal Society of Biology no Reino Unido e da APA - American Philosophical<br />

Association (USA), Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações<br />

nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Pesquisador e especialista em Nutrigenética e Genômica.


Indústria 4.0<br />

O PAPEL DO EDGE COMPUTING NA EVOLUÇÃO<br />

DA INDÚSTRIA 4.0<br />

O panorama industrial brasileiro<br />

tem sido marcado<br />

por desafios econômicos e<br />

políticos, mas também por<br />

oportunidades. No contexto<br />

industrial, a Indústria<br />

4.0 é caracterizada pela<br />

utilização de tecnologias<br />

inovadoras, como internet<br />

das coisas, inteligência artificial,<br />

automação, robótica<br />

e big data, para aumentar<br />

a eficiência, flexibilidade<br />

e competitividade das<br />

empresas. E com o avanço<br />

das inovações e a necessidade<br />

de obter respostas<br />

em tempo real, cresce<br />

também a necessidade de<br />

soluções que tragam mais<br />

segurança e velocidade às<br />

operações e à comunicação<br />

das empresas.<br />

Nesse sentido, o edge computing<br />

ou computação de<br />

borda, representa o próximo<br />

passo para a indústria,<br />

impulsionando novas aplicações<br />

com menor custo<br />

de implementação, baixo<br />

tempo de resposta e maior<br />

resiliência. É uma tecnologia<br />

que descentraliza as<br />

operações com o objetivo<br />

de melhorar a experiência<br />

do usuário e trazer mais<br />

confiabilidade e eficiência<br />

para os processos.<br />

Se hoje as empresas ainda<br />

precisam contar com uma<br />

infraestrutura centralizada<br />

— geralmente na nuvem<br />

— para o processamento<br />

de dados, comunicação e<br />

análises, com o edge computing<br />

é possível distribuir<br />

essas operações em uma<br />

espécie de micro-data centers<br />

periféricos. Ela forma<br />

uma rede descentralizada<br />

e posicionada de maneira<br />

estratégica, mais próxima<br />

ao chão de fábrica, para<br />

reduzir custos, dar mais<br />

segurança e garantir velocidade<br />

e qualidade do<br />

processamento de dados.<br />

E isso só é possível incorporando<br />

a internet das coisas<br />

industrial (IIoT) e dispositivos<br />

inteligentes que coletam<br />

e processam os dados.<br />

Para entender o edge computing,<br />

temos que voltar<br />

um passo, até o cloud<br />

computing. A computação<br />

em nuvem foi um avanço,<br />

que viabilizou o surgimento<br />

de muitos modelos de<br />

negócios e possibilitou a<br />

criação de uma série de<br />

aplicativos, incluindo softwares<br />

utilizados mundialmente.<br />

No entanto, com a<br />

aceleração da transformação<br />

digital e a chegada de<br />

novas tecnologias, houve<br />

também uma mudança<br />

na demanda de pessoas<br />

e empresas. Hoje, muitas<br />

aplicações já não podem<br />

ser executadas na nuvem,<br />

pois elas têm necessidade<br />

de uma conectividade de<br />

alta resiliência e, por vezes,<br />

baixa latência para controle<br />

de sistemas críticos,<br />

algo que provedores de<br />

internet não conseguem<br />

fornecer e que é essencial<br />

para o funcionamento<br />

dessas aplicações.<br />

Nesse contexto surge o<br />

edge computing, resolvendo<br />

problemas relacionados<br />

à demora de<br />

comunicação, disponibilidade<br />

de rede e custos. E<br />

a questão da velocidade<br />

da comunicação é central<br />

quando falamos de cloud e<br />

edge computing. Por mais<br />

que seja imperceptível do<br />

ponto de vista humano,<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

41


Indústria 4.0<br />

na nuvem, a comunicação<br />

não ocorre em tempo<br />

real; há um certo atraso. E<br />

com as novas tecnologias,<br />

como sistemas autônomos<br />

para controle de veículos<br />

ou da segurança de<br />

processos críticos de uma<br />

indústria, esse atraso faz<br />

toda a diferença. Não apenas<br />

em termos de custos,<br />

mas também de riscos –<br />

de pessoas e estruturas.<br />

De olho nas necessidades,<br />

a computação de<br />

borda é a tendência mais<br />

forte quando falamos em<br />

indústria 4.0. Nos próximos<br />

anos, devemos ver a<br />

tecnologia tornar-se tão<br />

forte quanto o cloud computing<br />

é atualmente.<br />

No contexto da indústria<br />

4.0 e com o avanço da<br />

digitalização de processos<br />

fabris, novas tecnologias<br />

foram evoluindo e, ao<br />

mesmo tempo, sendo<br />

impulsionadas. A computação<br />

em nuvem e a internet<br />

das coisas industrial<br />

(IIoT) já fazem parte da<br />

rotina de muitos setores<br />

produtivos. E no que se<br />

refere a dados, inovações<br />

como Big Data, Inteligência<br />

Artificial e Machine<br />

Learning também. No<br />

entanto, a demanda cada<br />

vez maior pela adoção de<br />

dispositivos de IIoT e pela<br />

redução do tempo de<br />

resposta na comunicação,<br />

aliado ao lançamento da<br />

rede 5G, exige da indústria<br />

uma estrutura computacional<br />

capaz de atender<br />

a essas necessidades. E a<br />

resposta para isso está na<br />

chegada do edge computing<br />

ao chão de fábrica.<br />

O emprego da computação<br />

de borda aliada à<br />

internet das coisas industrial<br />

permite a criação de<br />

ambientes ciberfísicos,<br />

que combinam máquinas<br />

e processos digitais para<br />

assegurar uma tomada de<br />

decisões em tempo real e<br />

descentralizada ao longo<br />

da cadeia. Do fornecimento<br />

à distribuição, do armazenamento<br />

à comercialização<br />

do produto, tudo<br />

pode ser monitorado e<br />

gerenciado simultânea e<br />

instantaneamente.<br />

Dessa forma, o edge<br />

computing potencializa<br />

a capacidade da indústria<br />

em gerar, transmitir,<br />

analisar e processar seus<br />

dados, garantindo a infraestrutura<br />

necessária para<br />

impulsionar a digitalização<br />

e permitir um avanço<br />

em termos de maturidade<br />

na transformação digital<br />

das indústrias. Com maior<br />

capacidade de avançar,<br />

sobretudo, em processos<br />

autônomos como mais<br />

previsibilidade e adaptabilidade<br />

nos processos.<br />

Ou seja, a computação<br />

de borda não apenas<br />

auxilia as empresas na sua<br />

gestão em tempo real,<br />

mas também aumenta<br />

sua capacidade preditiva<br />

e de resposta a eventos.<br />

Garantindo mais inteligência<br />

e velocidade, o<br />

edge computing se torna,<br />

também, um importante<br />

diferencial competitivo.<br />

42<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Jefferson Melo<br />

Engenheiro de Controle e Automação pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2008) e MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV, com ênfase<br />

em tecnologias da informação. É especialista em Indústria 4.0 e transformação digital com experiência no desenvolvimento de sistemas de controle de<br />

produção, sistemas de informação customizados para controle de processos. Atualmente, é Gerente de Projetos, Coordenador da área de Sistemas Fabris<br />

Inteligentes e Arquiteto de Soluções na Fundação Certi, onde atua no desenvolvimento de projetos na área de transformação digital, Indústria 4.0,<br />

automação de processos, tecnologias de informação para indústrias, sistemas supervisórios, Fábrica Visual, Sistemas de Visão e simulação de processos.


Química no Meio Ambiente<br />

AGROTÓXICOS – A REALIDADE BRASILEIRA<br />

Os agrotóxicos, ou menos<br />

coloquial e mais técnico,<br />

defensivos agrícolas,<br />

são produtos químicos<br />

sintéticos utilizados para<br />

matar insetos, larvas,<br />

fungos e carrapatos evitando<br />

assim as doenças<br />

que esses vetores podem<br />

causar nas pessoas, bem<br />

como também servem<br />

para regular o crescimento<br />

da vegetação.<br />

Nas atividades agrícolas,<br />

eles são utilizados na<br />

linha de produção, em<br />

atividades como limpeza<br />

do terreno, preparo<br />

do solo, acompanhamento<br />

da lavoura, beneficiamento<br />

de produtos<br />

agrícolas e em florestas<br />

plantadas.<br />

Existem diferentes formas<br />

de contaminação por<br />

agrotóxico ao ser humano,<br />

podendo acontecer<br />

isto durante o trabalho<br />

rural através da inalação,<br />

pelo contato com a pele<br />

ou boca durante a aplicação<br />

ou preparação do<br />

produto, e também através<br />

do ambiente, onde a<br />

população pode ser atingida<br />

através de pulverizações<br />

aéreas que podem<br />

contaminar uma grande<br />

área além da específica<br />

desejada. Além disso,<br />

a contaminação pode<br />

ocorrer pelo consumo de<br />

água e alimentos contaminados<br />

pelo agrotóxico,<br />

fato este já constatado<br />

pelas doenças disseminadas<br />

nas pessoas.<br />

O Brasil é um dos países<br />

que mais usa agrotóxico<br />

no planeta, haja vista<br />

que é um dos maiores<br />

produtores de alimentos<br />

do mundo.<br />

Nos últimos anos no Brasil<br />

houve um aumento<br />

exponencial do uso de<br />

agrotóxicos, bem como<br />

também a liberação<br />

de novos registros. O<br />

grande problema é que<br />

muitos destes produtos<br />

liberados são proibidos<br />

no resto do mundo,<br />

principalmente em<br />

países com legislações<br />

de saúde e também<br />

ambientais rigorosas.<br />

Para piorar, além de estarmos<br />

com produtos que<br />

são proibidos em boa<br />

parte do mundo, temos o<br />

contrabando destes produtos,<br />

o que traz não só o<br />

problema da toxicidade,<br />

mas também da procedência<br />

duvidosa.<br />

O Brasil foi beneficiado<br />

com a Revolução Verde do<br />

pós segunda Guerra Mundial,<br />

onde houve o desenvolvimento<br />

das técnicas<br />

agrícolas, bem como o<br />

uso de produtos sintéticos<br />

para propiciar uma maior<br />

produção de alimentos.<br />

Este avanço começou aqui<br />

nos 1960 com a introdução<br />

de novos agrotóxicos,<br />

que depois foram incentivados<br />

nos anos 1970 e<br />

chegando aos anos 1990<br />

com o grande avanço do<br />

agronegócio, baseado<br />

muito no uso de agrotóxicos<br />

em fartura.<br />

No nosso país usamos<br />

como agrotóxicos: Glifosato,<br />

Mancozebe, Atrazina,<br />

Acefato, Clorotalonil,<br />

Malationa, Imidacloprido<br />

e Clorpirifós. Sendo que o<br />

glifosato é o mais utilizado.<br />

Problema: segundo a<br />

Organização Mundial da<br />

Saúde (OMS) o glifosato<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

43


Química no Meio Ambiente<br />

é considerado possivelmente<br />

cancerígeno ao<br />

ser humano. Pior ainda,<br />

o Brasil permite que o<br />

resíduo deste produto<br />

na água ou alimento seja<br />

maior em cinco mil vezes<br />

do que é tolerado na<br />

União Européia.<br />

No período de 2000 até<br />

2015, o Brasil possuía<br />

média de liberação de<br />

123 agrotóxicos anuais.<br />

Porém, a partir de 2016 a<br />

2022, o Brasil apresentou<br />

média de 450 agrotóxicos<br />

anuais, um aumento<br />

de 365%, e isto não diminui<br />

até hoje.<br />

Um problema que a<br />

população brasileira<br />

ignora, muito por falta<br />

de divulgação técnica,<br />

se assim podemos dizer,<br />

é o controle cotidiano<br />

dos mananciais de<br />

água potável que não<br />

comtemplam o controle<br />

destes tipos de produtos<br />

na água que chega pelas<br />

torneiras em nossas<br />

casas, só em casos específicos<br />

as análises para<br />

detecção destas substâncias<br />

são efetuadas.<br />

A contaminação involuntária<br />

da população é<br />

uma realidade no Brasil.<br />

Isto significa, que não<br />

é necessário a pessoa<br />

estar próxima a uma<br />

plantação que utiliza<br />

agrotóxico para se contaminar<br />

com o produto.<br />

Ele, agrotóxico, em muitas<br />

situações, nos mais variados<br />

alimentos vegetais<br />

pode vir aderido pela casca<br />

ou até internamente.<br />

Uma das explicações para<br />

a maioria da população<br />

não ficar doente comendo<br />

apenas uma hortaliça<br />

ou fruta com agrotóxico,<br />

é a pequena do agrotóxico<br />

no alimento, mas a<br />

realidade é que a interação<br />

desta substância com<br />

o organismo tem efeito<br />

acumulativo, ou seja, o<br />

problema vem com o<br />

tempo, ao passar da vida,<br />

para alguns rapidamente<br />

e para outros pode até<br />

nunca causar problema<br />

significativo na saúde.<br />

Estamos vendo pela<br />

TV e mídia em geral os<br />

produtores europeus<br />

protestarem quanto ao<br />

problema de custo para<br />

suas produções agrícolas<br />

o que inviabiliza o negócio<br />

deles. Vejam que eles<br />

manifestam que não<br />

querem concorrência<br />

com a América do Sul,<br />

pois nossos custos são<br />

menores que o deles.<br />

Vejam, tecnicamente<br />

falando, o agrotóxico<br />

está nesta revolta por<br />

parte deles, e no caso<br />

a legislação a que eles<br />

estão submetidos é muito<br />

mais restritiva, pois<br />

vê mais o lado da saúde<br />

da população do que<br />

recorde de produção e<br />

de faturamento para as<br />

empresas, agronegócios<br />

e balança comercial.<br />

44<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Rogerio Aparecido Machado<br />

Bacharel em Química com atribuições tecnológicas - (1987), latu sensu em Qualidade na área de Engenharia (1991), mestrado em<br />

Saneamento Ambiental pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1999) e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São<br />

Paulo (2003). Atualmente é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Faculdade São Bernardo do Campo além de Químico<br />

Responsável do Instituto Presbiteriano Mackenzie.


A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE NA<br />

LOGÍSTICA<br />

Logística Laboratorial<br />

Para abordar o tema Qualidade na<br />

Para aplicar SGQ nos processos<br />

ganização ter um SGQ de acordo<br />

Logística, precisamos falar da importância<br />

do sistema de gestão da<br />

qualidade SGQ.<br />

A NBR ISO 9001 requisitos, é uma<br />

das principais referências de gestão<br />

de qualidade para as empresas, pois<br />

norteia a organização para a melhoria<br />

nos seus processos, objetivando<br />

a satisfação de seus clientes, colaboradores,<br />

provedores externos e<br />

melhoria constante do SGQ.<br />

O comprometimento da alta direção<br />

no SGQ é imprescindível, onde junto<br />

aos seus gestores o planejamento<br />

dos processos para melhoria e<br />

robustez do SGQ na organização a<br />

curto, médio e longo prazo sejam<br />

implementados e difundidos a todos.<br />

logísticos é necessário que os<br />

gestores entendam a necessidade<br />

de aprimorar os procedimentos,<br />

qualificar a mão de obra, implantar<br />

os indicadores de desempenho que<br />

possibilitam validar a execução das<br />

tarefas e assegurar que estejam<br />

sendo cumpridas, possibilitando a<br />

tomada de decisões estratégicas e<br />

assertivas, a eficiência na gestão a<br />

fim de evitar processos que geram<br />

desperdícios e prejuízos, o registro<br />

das informações que permite que<br />

a rastreabilidade e agilidade na<br />

execução das atividades.<br />

Na logística voltada ao transporte<br />

e armazenagem de produtos de<br />

interesse a saúde, é comum a or-<br />

com a norma ISO9001, porém as<br />

principais regras a serem estabelecidas<br />

pela organização são as boas<br />

práticas descritas nas Resoluções<br />

– RDC’s da ANVISA e legislações<br />

sanitárias locais que norteiam<br />

esses processos para garantia da<br />

integridade desses produtos até o<br />

destino/usuário final.<br />

As principais Resoluções (RDC) e<br />

Portaria para o transporte, distribuição<br />

e armazenagem de produtos<br />

de interesse a saúde são:<br />

• RDC 430 de 08 de outubro de 2020,<br />

que dispõe sobre as Boas Práticas<br />

de Distribuição, Armazenagem e de<br />

Transporte de Medicamentos;<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

45


Logística Laboratorial<br />

• RDC 653 de 24 de março de 2022,<br />

que altera (complementa) a resolução<br />

colegiada – RDC 430 de 08 de<br />

outubro de 2020;<br />

• RDC 665 de 30 de março de 2022,<br />

que dispõe sobre as Boas Práticas<br />

de Fabricação de Produtos Médicos<br />

e Produtos para Diagnóstico<br />

de Uso In Vitro;<br />

• Portaria/SVS 344 de 12 de maio de<br />

1998 que, aprova o Regulamento<br />

Técnico sobre substâncias e medicamentos<br />

sujeitos a controle especial;<br />

• RDC 504 de 27 de maio de 2021,<br />

que dispõe sobre as Boas Práticas<br />

para o transporte de material biológico<br />

humano.<br />

Neste sentido a figura do responsável<br />

técnico, profissional da saúde<br />

habilitado é fundamental para<br />

que a organização consiga atingir<br />

uma alta qualidade na prestação<br />

do serviço, garantindo que as boas<br />

práticas sejam difundidas a todos.<br />

farmacêuticos, medicamentos de<br />

controle especial, insumos farmacêuticos<br />

de controle especial,<br />

a figura do responsável técnico<br />

deve ser exclusiva do profissional<br />

Farmacêutico, por atribuição única<br />

quanto a esta classe de produtos de<br />

interesse a saúde.<br />

Sua responsabilidade no SGQ é<br />

garantir que os processos relacionados<br />

a treinamentos aos colaboradores,<br />

qualificação de provedores<br />

externos (fornecedores), controle<br />

de higiene e limpeza do local e dos<br />

veículos, controle de pragas e vetores,<br />

controle de temperatura e umidade<br />

do armazém e veículos, compatibilidade<br />

de cargas, tratamento<br />

de ações corretivas e preventivas,<br />

produtos não conforme, estejam<br />

implementados garantindo além<br />

de um SGQ eficaz, que o produto<br />

de interesse a saúde enquanto nas<br />

dependências da organização tenha<br />

sua integridade garantida e sua<br />

entrega realizada com a qualidade<br />

assegurada ao destino final.<br />

com área construída adequada<br />

que permita o monitoramento de<br />

temperatura e a conservação dos<br />

produtos, fatores relacionados diretamente<br />

é qualidade dos produtos<br />

de interesse a saúde.<br />

E é assim, com a implementação<br />

das boas práticas de armazenagem<br />

e distribuição de produtos de interesse<br />

a saúde, SGQ, atuação direta<br />

do Responsável Técnico, mão de<br />

obra qualificada, comprometimento<br />

da alta direção e gestores, que<br />

a Organização consegue garantir a<br />

prestação do serviço com eficácia,<br />

atendendo com maestria as expectativas<br />

de seus clientes, colaboradores,<br />

provedores externos (fornecedores),<br />

órgão governamentais<br />

e a cadeia Logistica voltada a este<br />

processo como um todo...<br />

Karina Ferreira / Vera Lucia Germano<br />

Farmacêuticas / Responsáveis Técnicas<br />

Grupo Prime.<br />

Importante frisar que ao tratar de<br />

A organização ainda deve dispor de<br />

transporte, distribuição e armaze-<br />

uma boa infraestrutura para a guar-<br />

46<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

nagem de medicamentos, insumos<br />

da e armazenamento dos produtos,


Blog dos Cientistas<br />

BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (BPF)<br />

A princípio, qual é o obje-<br />

que padronizam os proce-<br />

Durante a etapa inicial<br />

tivo das Boas Práticas de<br />

dimentos e métodos para,<br />

de produção, elas servem<br />

Fabricação (BPF)? A res-<br />

por exemplo: controle<br />

para manter a segurança<br />

posta é simples: eficiência.<br />

Os manuais com as boas<br />

práticas são utilizados em<br />

diferentes etapas da indústria,<br />

ainda assim, possibilita<br />

um ambiente de trabalho<br />

mais eficiente na produ-<br />

de qualidade, fabricação,<br />

condições das instalações,<br />

equipamentos, embalagens,<br />

armazenamento e<br />

distribuição. Conforme a<br />

legislação sanitária federal,<br />

essas normas apresen-<br />

do trabalho e o controle de<br />

qualidade das matérias-<br />

-primas. Por outro lado, na<br />

etapa final, elas existem<br />

para ser um diferencial<br />

percebido sensorialmente<br />

pelos consumidores.<br />

ção. Contudo, sua adoção<br />

é um requisito da legislação<br />

vigente, conforme as<br />

normativas RDC 658/2022,<br />

47/2013 e 48/2013.<br />

O que são as Boas Práticas<br />

de Fabricação (BPF)?<br />

“Em outras palavras, é<br />

imprescindível que registrem<br />

as suas Boas Práticas<br />

de Fabricação num manual<br />

próprio, desde que<br />

tam caráter geral, sendo<br />

aplicáveis em qualquer<br />

tipo de indústria. Portanto,<br />

é a ferramenta mais<br />

importante para construir<br />

no seu estabelecimento<br />

um Sistema de Garantia<br />

da Qualidade.<br />

Afinal, qual é o objetivo<br />

das Boas Práticas de Fabricação?<br />

Simples: garantir<br />

que os produtos gerados<br />

Quais são os itens englobados<br />

pelo manual de<br />

BPF da Anvisa?<br />

De acordo com as normativas<br />

vigentes: as instalações,<br />

pessoal, operações,<br />

controle de pragas, registros<br />

e documentos, são<br />

os itens que devem ser<br />

englobados pelo manual<br />

de BPF. Em contrapartida,<br />

como esse manual é construído<br />

baseado no Siste-<br />

especifique todos os pro-<br />

no estabelecimento aten-<br />

ma de Gestão da Quali-<br />

cedimentos de controle.”<br />

dam às especificações de<br />

dade (SGQ) da empresa,<br />

As Boas Práticas de Fabricação<br />

(BPF) se tratam de<br />

um conjunto de normas<br />

qualidade e de identidade.<br />

Afinal, também servem<br />

para evitar possíveis fontes<br />

de contaminação.<br />

a garantia da qualidade é<br />

responsável por verificar<br />

os pontos que devem ser<br />

incluídos em cada item.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

47


Blog dos Cientistas<br />

- Instalações: projeto, pare-<br />

próprio, que especifique<br />

1. Apresentação do manu-<br />

des, pisos, janelas, tetos,<br />

todos os procedimentos<br />

al, com capa, apresentação<br />

esgotamento<br />

industrial,<br />

de controle para cada eta-<br />

e identificação, sumário,<br />

iluminação e instalações<br />

pa do seu processamento.<br />

referências e definições;<br />

elétricas;<br />

Seja como for, existem<br />

2. Identificação do esta-<br />

- Pessoal: higienização<br />

modelos prontos que<br />

belecimento, com nome<br />

pessoal, aparência, ador-<br />

indicam os principais<br />

fantasia e do proprietário,<br />

nos, uniformes, equipa-<br />

tópicos do manual de<br />

CPF/CNPJ, quadro funcio-<br />

mentos e conduta;<br />

BPF. Por isso, confira ago-<br />

nal, endereço completo,<br />

ra um como exemplo.<br />

telefone, licença ambien-<br />

- Operações: recepção da<br />

tal, número de registro e<br />

matéria-prima,<br />

controle<br />

Qual é o modelo do<br />

horário de funcionamento;<br />

de estoque, processamen-<br />

manual de Boas Práti-<br />

to, embalagem, armaze-<br />

cas de Fabricação da<br />

3. Relação dos produtos<br />

namento do produto final<br />

Anvisa?<br />

fabricados, com deno-<br />

e produtos químicos;<br />

Conforme o que é reco-<br />

minação de venda dos<br />

mendado em Boas Prá-<br />

produtos e capacidade de<br />

- Controle de pragas;<br />

ticas de Fabricação (BPF)<br />

produção;<br />

pela Anvisa, um bom<br />

- Registros e documentos.<br />

modelo deve apresentar<br />

4. Descrição da localiza-<br />

a descrição das principais<br />

ção do estabelecimento<br />

Como elaborar o manu-<br />

atividades realizadas, e<br />

para identificar possíveis<br />

al de BPF?<br />

também, os principais<br />

fontes de contaminação;<br />

Apesar de termos falado<br />

procedimentos<br />

adota-<br />

5. Instalações internas e<br />

48<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

até agora sobre um manual<br />

de BPF da Anvisa, não<br />

existe um manual pronto:<br />

você deve elaborar um<br />

dos. Por isso, confira a<br />

seguir os principais tópicos<br />

que um bom manual<br />

de BPF deve conter:<br />

externas;<br />

6. Descrição do sistema de<br />

abastecimento de água;


Blog dos Cientistas<br />

7. Descrição de como serão<br />

13. Manejo dos resíduos;<br />

trução para a realização<br />

realizadas as higienizações<br />

14. Forma de armazena-<br />

de diversas atividades,<br />

das instalações, dos equi-<br />

mento do produto final;<br />

por exemplo: instrução<br />

pamentos e dos utensílios;<br />

15. Transporte do produto<br />

para lavagem de vidrarias,<br />

instrução para validação<br />

8. Relação das medidas<br />

preventivas/corretivas<br />

com o controle de pragas<br />

e vetores;<br />

final até o ponto de venda;<br />

16. Processo de rastreamento/recolhimento<br />

do<br />

produto;<br />

de métodos, entre outros.<br />

Sendo assim, a ideia é<br />

padronizar a execução<br />

dos procedimentos para a<br />

realização deles pelos fun-<br />

9. Como será realizado<br />

o controle de matéria-<br />

-prima, ingredientes e<br />

embalagens;<br />

17. Definição do método<br />

de arquivamento e tempo<br />

de armazenamento<br />

dos documentos do<br />

cionários. Para que os procedimentos<br />

sejam executados<br />

de maneira idêntica<br />

por todos, eles devem ser<br />

monitorados e registrados<br />

10. Descrição do processo<br />

de produção num fluxograma<br />

e memorial descritivo;<br />

estabelecimento;<br />

18. Aprovação do manual,<br />

com assinatura e data<br />

diariamente num manual<br />

de Procedimentos Operacionais<br />

Padrão.<br />

11. Método de identi-<br />

no rodapé.<br />

Como montar um manual<br />

de Procedimentos<br />

ficação/estocagem<br />

das<br />

O que são os Procedi-<br />

Operacionais Padrão?<br />

substâncias químicas e<br />

mentos<br />

Operacionais<br />

Em primeiro lugar, é impor-<br />

dos agentes tóxicos;<br />

Padrão (POPs)?<br />

tante ressaltar que não<br />

Os Procedimentos Ope-<br />

existe um modelo padrão<br />

12. Descrição dos cuidados<br />

na higienização pessoal/<br />

saúde dos manipuladores;<br />

racionais Padrão (POPs)<br />

são parte do manual de<br />

BPF, sendo eles uma ins-<br />

que deve ser seguido para<br />

a elaboração de um POP.<br />

Mas confira a seguir, as<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

49


Blog dos Cientistas<br />

principais informações que<br />

você não pode esquecer de<br />

incluir no seu manual.<br />

1. Cabeçalho: logotipo ou<br />

marca da empresa, título e<br />

número do procedimento,<br />

revisão e número de<br />

páginas (no formato y/x);<br />

2. Corpo: objetivo, campos<br />

de aplicação, etapas<br />

ou procedimento (enumerado),<br />

frequência,<br />

responsável pelo procedimento<br />

e observações;<br />

3. Rodapé: o POP deve<br />

ser assinado e datado no<br />

rodapé na elaboração,<br />

em revisões e na aprovação<br />

do documento.<br />

Fabricação (BPF) é individualizado,<br />

e por isso, depende<br />

do seu Sistema de Gestão<br />

da Qualidade (SGQ) para<br />

definir os atributos críticos<br />

da qualidade. A seguir,<br />

confira quais são 11 pontos<br />

principais nas Boas Práticas<br />

de Fabricação:<br />

- Higienização pessoal/<br />

ambiental;<br />

- Instalações;<br />

- Equipamentos;<br />

- Documentos e registros<br />

de operações;<br />

- Segurança do trabalho;<br />

- Produção;<br />

- Armazenagem e distribuição;<br />

- Treinamento.<br />

Em síntese, desses 11,<br />

devemos focar em dois<br />

pontos principais!<br />

Segurança do Trabalho<br />

O principal ponto para<br />

a segurança no ambiente<br />

de trabalho é o uso<br />

obrigatório dos Equipamentos<br />

de Proteção Individual<br />

ou EPIs, por isso,<br />

eles devem ser fornecidos<br />

pela empresa, que<br />

deve trazer treinamentos<br />

sobre eles e sinalizações<br />

de segurança.<br />

Quais são os pontos<br />

principais das Boas Prá-<br />

- Garantia de qualidade;<br />

Dessa forma, é importante<br />

que siga as nor-<br />

50<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

ticas de Fabricação?<br />

O processo de implementação<br />

das Boas Práticas de<br />

- Contaminação;<br />

- Controle de pragas;<br />

mas de segurança e as<br />

orientações da CIPA e da<br />

Brigada de Incêndio.


Blog dos Cientistas<br />

Documentos e Registros<br />

Os documentos e registros<br />

são parte essencial<br />

do Sistema de Garantia<br />

da Qualidade, portanto,<br />

devem estar relacionados<br />

com todas as partes<br />

das BPFs. Por isso,<br />

o preenchimento da<br />

documentação deve ser<br />

sempre realizado com<br />

caligrafia legível e no<br />

momento do procedimento<br />

para garantir a<br />

integridade dos dados<br />

gerados. Afinal, a finalidade<br />

deles é simples:<br />

garantir que o colaborador<br />

tenha acesso a todas<br />

as informações!<br />

Conclusão<br />

Em conclusão, o manual de<br />

Boas Práticas e o manual de<br />

Procedimentos Operacionais<br />

Padrão têm um papel<br />

simples: garantir a qualidade<br />

do produto final e manter<br />

a segurança durante os<br />

níveis iniciais de produção.<br />

Portanto, ao montar<br />

o seu manual de Boas<br />

Práticas de Fabricação,<br />

você garante uma maior<br />

qualidade durante todo<br />

esse processo!<br />

Conheça a plataforma da<br />

Biochemie Academy com<br />

cursos de Química Industrial,<br />

Gestão da Qualidade<br />

e Biotecnologia. E<br />

se eventualmente, você<br />

tiver interesse em cursos,<br />

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ou dúvidas sobre esse<br />

tema, entre em contato<br />

pelo e-mail:<br />

contato@biochemie.com.br<br />

Ingrid Ferreira Costa<br />

Founder & CEO da Biochemie. Bacharel em Química. Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas. Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Especialista<br />

em Growth Hacking. MBA em Marketing Estratégico Digital. Auditora Interna na ABNT ISO/IEC 17025:2017. Auditora Externa na ABNT ISO/IEC 17025:2017.<br />

Auditora Interna na ABNT ISO/IEC ISO 9001:2015. Auditora Líder na ABNT ISO/IEC 17025:2017, ABNT ISO/IEC 15189:2015 e ABNT ISO/IEC 17043:2011. Se você<br />

tiver interesse em cursos, treinamentos in company ou dúvidas sobre esse tema, entre em contato pelo e-mail: contato@biochemie.com.br.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

51


Em Foco<br />

EXISTE UM FRASCO TPP ESPECÍFICO PARA<br />

CADA APLICAÇÃO<br />

Os frascos TPP são ideais para<br />

cultura celular por possuírem uma<br />

área de crescimento ativada, que é<br />

tratada opto-mecanicamente. Isso<br />

aumenta a adesão celular e promove<br />

o crescimento celular uniforme.<br />

Frasco de cultura celular com<br />

tampa “VENT” - 25 - 300 cm2<br />

A geometria do bocal garante o acesso<br />

total das pipetas TPP, dos raspadores<br />

TPP e da espátula TPP. Sem cantos<br />

mortos = 100% de recuperação de<br />

células. A tampa “VENT” permite uma<br />

troca gasosa sem derramamento do<br />

meio de cultura e evitando comprometer<br />

a integrabilidade da amostra<br />

com contaminações. Os diferentes<br />

rosqueamentos da tampa que permitem<br />

a ventilação.<br />

Frasco de cultura celular com tampa “VENT” - 25 - 300 cm2<br />

Frasco de cultura celular com filtro na tampa - 25 - 300 cm2<br />

Frasco de cultura celular com<br />

tampa “VENT” - 25 - 300 cm2<br />

Toda a versatilidade do frasco TPP<br />

agora conta com a tecnologia de<br />

membrana PTFE hidrofóbica com<br />

poro de 0.22 µm. Garantindo a troca<br />

contínua de gases e mantendo<br />

o interior do recipiente estéril.<br />

52<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Ambos os frascos permitem o<br />

crescimento controlado de células<br />

para estudos in vitro. Os frascos TPP<br />

garantem o controle do ambiente e<br />

a homogeneidade da amostra e do<br />

seu crescimento. Vale ressaltar, que a<br />

tecnologia é destinada para células<br />

aderentes, que são dependentes de<br />

ancoragem e de uma superfície de<br />

contato para iniciar a sua proliferação.<br />

Para esse tipo celular, os frascos<br />

necessitam de uma carga negativa,<br />

para desencadear uma produção<br />

de proteínas de adesão e proteoglicanos<br />

que irão iniciar o processo<br />

de adesão da célula à superfície da<br />

garrafa. Os frascos TPP são tratados<br />

opto-mecanicamente para esse fim.<br />

A matriz extracelular produzida que<br />

interage com a carga negativa da<br />

garrafa,promovendo que as células<br />

aderem e espalham-se por todo o<br />

fundo da garrafa, formando o que é<br />

chamado de monocamada celular.<br />

Exemplos de linhagens celulares<br />

aderentes: CHO (Cricetulusgriseus)<br />

tecido de ovário de hamster; L929<br />

(Mus musculus) tecido de fibroblasto;<br />

RAW 264.7 (Mus musculus) tecido<br />

Informações de contato.<br />

telefone: (11) 91109-2022/ (11) 91911-2022<br />

email: info@tpp-br.com<br />

site: https://www.tpp-shop.com.br/<br />

redes sociais: @tppbrasil<br />

de tumor induzido; HeLa (Homo<br />

sapiens) cérvice; MCF-7 (Homo<br />

sapiens) glândula mamária.<br />

ALVES, Emanuele Amorim; GUIMARÃES,<br />

Anna Christina Rosa. Cultivo celular. In:<br />

MOLINARO, Etelcia Moraes; CAPUTO,<br />

Luzia Fátima Gonçalves; AMENDOEIRA,<br />

Maria Regina Reis (Org.). Conceitos e<br />

métodos para a formação de profissionais<br />

em laboratórios de saúde. v.2. Rio<br />

de Janeiro: EPSJV, 2010. p. 215-253.


Em Foco<br />

COM DESIGN COMPACTO, O SISTEMA DE<br />

PURIFICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA<br />

CENTRA, ATENDE DEMANDA DE ATÉ DEZ MIL<br />

LITROS DIA DE ÁGUA PURA<br />

Tecnologia da linha ELGA Veolia requer apenas um módulo com tanque de armazenagem integrado,<br />

capaz de produzir, distribuir e controlar automáticamente vazão de até 300 litros por hora.<br />

Líder mundial na prestação de serviços<br />

relacionados ao tratamento<br />

de água e efluentes líquidos, a<br />

Veolia Water disponibiliza a tecnologia<br />

CENTRA, capaz de abranger<br />

toda cadeia de produção de água<br />

pura, produzindo e distribuindo de<br />

forma automatizada.<br />

Pertencente à linha ELGA Labwater,<br />

o CENTRA revoluciona a forma com<br />

que expressivos volumes de água<br />

pura são produzidos, armazenados<br />

e distribuídos. Ao invés do laboratório<br />

ter um sistema tradicional<br />

e deficiente em componentes,<br />

tubulações e armzenagem, agora<br />

você pode ter apenas um sistema<br />

integrado e completo.<br />

O CENTRA-R60 e o CENTRA-R120<br />

são sistemas completos de purificação,<br />

armazenamento, controle e<br />

distribuição de água que fornecem<br />

até 120 litros por hora de água<br />

que foi purificada usando osmose<br />

reversa, lâmpada UV, deionização<br />

opcional e filtração de 0,2 μm.<br />

O CENTRA R60 e o CENTRA R120 fornecem<br />

água Tipo II e Tipo III para alimentar<br />

lavadoras grandes, sistemas<br />

de ultrapurificação de água e distribuição<br />

com pontos para aplicações<br />

gerais de laboratório. Eles podem<br />

fornecer até 120 litros por hora de<br />

água que foi purificada usando uma<br />

variedade de tecnologias.<br />

Dentre diversas caracteristicas<br />

do sistema, podemos destacar:<br />

• O design compacto oferece<br />

opções de instalação flexíveis<br />

para novos edifícios e reformas. As<br />

dimensões reduzidas do CENTRA<br />

significa que ele pode ser colocado<br />

perto das áreas de trabalho, evitando<br />

custos negativos e implicações<br />

de design de tubulações desnecessariamente<br />

longas<br />

• Fornecimento confiável e contínuo<br />

de água pura usando controles<br />

de acesso exclusivos, sistemas de<br />

detecção de vazamentos e alarmes<br />

AV completos com conectividade<br />

opcional de sistema de gerenciamento<br />

predial (BMS).<br />

• Pureza otimizada da água através<br />

do uso de lâmpada UV em linha,<br />

deionização e filtração de 0,2 μm<br />

• A sanitização rápida e fácil garante<br />

que a pureza ideal seja mantida<br />

durante toda a vida útil do sistema.<br />

Contate nossos especialistas para<br />

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marketingbr@veolia.com<br />

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Rafaela Rodrigues<br />

Cel. +55 11 97675-0943<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

53


Em Foco<br />

THERMO FISHER SCIENTIFIC LANÇA NOVO<br />

SISTEMA DE CROMATOGRAFIA IÔNICA<br />

A Thermo Fisher Scientific lançou<br />

o sistema Dionex Inuvion Ion<br />

Chromatography (IC), para análise<br />

por cromatografia iônica. Projetada<br />

para ser reconfigurável, a nova<br />

tecnologia amplia a experiência<br />

dos usuários que trabalham em<br />

diversos setores como indústrias<br />

alimentos e bebidas, laboratórios<br />

de análise de águas, permite iden-<br />

Thermo Scientific Orbitrap Exploris<br />

BioPharma Platform<br />

tificar contaminantes corrosivos<br />

em petróleo e gás, possibilita o<br />

controle de qualidade de compostos<br />

iônicos em produtos farmacêuticos<br />

e muito mais.<br />

Confidently characterize<br />

without compromise<br />

“O sistema Dionex Inuvion é<br />

construído com base em anos<br />

de experiência em cromatografia<br />

de íons e este novo sistema<br />

fornecerá recursos aprimorados<br />

para laboratórios de todos os<br />

tamanhos e demanda, ao mesmo<br />

tempo que ajudará a simplificar o<br />

portfólio de IC da Thermo Fisher<br />

Scientific, para facilitar na escolha<br />

da tecnologia que melhor atende<br />

as suas necessidades”, disse<br />

• Peptide Mapping<br />

• Intact Protein Analysis<br />

gerente geral de cromatografia • Aggregate analysis de para atender a condições variáveis<br />

• Charge Variant Analysis<br />

íons e preparação • de Glycan amostras Analysis da e posteriormente, reconfigurado,<br />

• RNA and Oligonucleotide Analysis<br />

Thermo Fisher Scientific em um para novas demandas. O sistema<br />

• Gene Therapy Analysis<br />

comunicado à imprensa. • Host Cell Protein Analysis Dionex Inuvion IC está disponível<br />

• Multi-Attribute Method<br />

em três configurações: Dionex<br />

• Antibody Drug Conjugate Analysis<br />

O novo sistema de cromatografia<br />

Inuvion Core IC, Dionex Inuvion IC<br />

e Dionex Inuvion IC com recursos<br />

de íons (IC) da Thermo Fisher<br />

For more information de visit: IC sem www.thermofisher.com/MAM<br />

reagente (RFIC).<br />

pode ser adaptado a diferentes<br />

requisitos analíticos e ampliar os<br />

recursos de aplicação, o que signi-<br />

54<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Lidija Raicevic, vice-presidente e<br />

fica que ele pode ser configurado


Sistema de cromatografia<br />

de íons Dionex Inuvion<br />

Bem-vindo à evolução da confiabilidade diária de IC.<br />

O sistema Dionex Inuvion ajuda os laboratórios a<br />

operar de forma mais eficiente, com fluxos de trabalho<br />

facilmente configuráveis e ocupando pouco espaço.<br />

A plataforma flexível pode ser adaptada para atender<br />

aos requisitos analíticos atuais e pode ser ampliada para<br />

se adaptar às mudanças nos tipos de amostras e nos<br />

requisitos de fluxo de trabalho no futuro, de maneira mais<br />

fácil e econômica.


Em Foco<br />

AUTOMAÇÃO FACILITADA PARA SEUS ENSAIOS<br />

COM INSERTOS DE CULTURA CELULAR<br />

Greiner Bio-One acrescenta ao seu portfólio versões de ThinCert®<br />

com 96 poços para aplicações de cultura celular em high throughput<br />

Os insertos de cultura celular Thin-<br />

Cert® da Greiner Bio-One fazem<br />

parte de uma história de sucesso<br />

global em aplicações sofisticadas<br />

de cultura de células e tecidos. Os<br />

novos produtos HTS de 96 poços se<br />

somam ao portfólio de 6, 12 e 24<br />

poços e são perfeitos para aplicações<br />

high-throughput, reduzindo<br />

os custos por ensaio.<br />

Insertos com membrana para<br />

cultura celular como o ThinCert®<br />

permitem testar in vitro modelos<br />

específicos de tecidos (ex.:<br />

endotélio e epitélios) em estudos<br />

de transporte, secreção, difusão,<br />

migração, invasão e cocultura<br />

usando métodos de cultura na<br />

interface ar-líquido ou submersa.<br />

Eles são utilizados principalmente<br />

na pesquisa básica e descoberta de<br />

novos compostos (drug discovery),<br />

representando uma alternativa ética,<br />

econômica e representativa em<br />

relação ao uso de animais.<br />

O portfólio do ThinCert® oferece<br />

insertos para placas multipoços<br />

Cada inserto ThinCert® HTS de 96<br />

poços consiste em uma placa de<br />

96 poços com membrana porosa<br />

e uma placa receptora. A membrana<br />

de policarbonato possui<br />

tratamento para cultura de células<br />

e tecidos (TC) e permite a troca de<br />

nutrientes e outras substâncias<br />

entre os compartimentos, criando<br />

condições de cultivo similares às<br />

encontradas in vivo. Essas características<br />

contribuem para o ótimo<br />

crescimento celular, a formação<br />

de monocamada e a diferenciação<br />

tecidual. O encaixe preciso entre<br />

a placa com membrana e a placa<br />

receptora previne possíveis vazamentos<br />

por efeito de capilaridade,<br />

oferencendo condições estáveis e<br />

reprodutíveis para os ensaios.<br />

Diferentes opções de aplicações<br />

graças às diversas configurações<br />

de membrana<br />

Semelhante aos insertos individuais,<br />

a versão HTS atende várias aplicações<br />

na área de screening de compostos<br />

assim como a investigação de<br />

processos fisiológicos e patológicos.<br />

A Greiner Bio-One oferece uma<br />

opção exclusiva com uma configuração<br />

de poros especial que<br />

combina uma excelente permeabilidade<br />

e transparência para ensaios<br />

monitorados por microscopia. Uma<br />

alternativa com maior densidade<br />

de poros e ótima permeabilidade<br />

também está disponível.<br />

Os insertos ThinCert® HTS com<br />

poros de 3 μm e 8 μm são recomendados<br />

principalmente para<br />

testar o comportamento celular<br />

em estudos de mobilidade. Sua<br />

alta transparência permite o<br />

monitoramento de mecanismos<br />

como migração e invasão celular,<br />

os quais são fundamentais em<br />

processos fisiológicos e patológicos,<br />

como a migração de células<br />

imunes, o processo de cicatrização<br />

e a metástase tumoral.<br />

ThinCert® é uma marca registrada<br />

da Greiner Bio-One GmbH.<br />

56<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

com uma variedade de tipos de<br />

membranas, tamanhos de poros e<br />

densidades. Nossa nova adição é o<br />

inserto ThinCert® HTS de 96 poços,<br />

o qual suporta aplicações altamente<br />

especializadas. Além disso, a miniaturização<br />

e o uso reduzido de células,<br />

meios de cultura e reagentes resultam<br />

na redução de custos por ensaio.<br />

Os insertos HTS com poros de 0.4<br />

μm são recomendados principalmente<br />

para a geração de modelos<br />

de tecido (ex.: endotélios e epitélios)<br />

em culturas na interface<br />

ar-líquido ou submersas que serão<br />

utilizadas para análises high-throughput<br />

em estudos de transporte,<br />

permeabilidade e cocultura.<br />

Para mais informações:<br />

Departamento de Marketing<br />

Tel.: +55 19 3468 9600<br />

E-mail: info@br.gbo.com


Em Foco<br />

ENZIMAS REVOLUCIONAM A LIMPEZA<br />

LABORATORIAL<br />

No cenário dinâmico dos laboratórios,<br />

onde a precisão é vital, as enzimas<br />

se destacam como elementos<br />

cruciais nos produtos de limpeza.<br />

Especialmente nos detergentes<br />

enzimáticos, essas moléculas especializadas<br />

desempenham um papel<br />

fundamental na remoção eficaz de<br />

resíduos complexos, como proteínas,<br />

gorduras e carboidratos.<br />

Detergentes Enzimáticos: Poder<br />

na Especificidade<br />

Destacando-se por sua abordagem<br />

específica, os detergentes<br />

enzimáticos são formulados para<br />

lidar precisamente com resíduos<br />

laboratoriais persistentes. A capacidade<br />

dessas enzimas em quebrar<br />

ligações químicas complexas não<br />

apenas aprimora a eficiência da<br />

limpeza, mas também reduz o<br />

esforço físico necessário.<br />

• Conformidade com Padrões de<br />

Qualidade: Produtos de limpeza<br />

enzimáticos superam padrões rigorosos,<br />

proporcionando ambientes<br />

de trabalho mais seguros e resultados<br />

confiáveis.<br />

cedimentos, desde a obtenção até<br />

a purificação destas. Para auxiliar<br />

profissionais de laboratório durante<br />

todo o processo, a Kasvi dispõe<br />

de diversos produtos que não só<br />

complementam, mas também aprimoram<br />

os procedimentos laborato-<br />

Benefícios para Laboratórios em<br />

Destaque<br />

• Eficiência Operacional Aprimorada:<br />

As enzimas economizam tempo<br />

e esforço, contribuindo para uma<br />

limpeza mais rápida e eficiente.<br />

• Durabilidade e Manutenção Prolongada:<br />

Ao remover resíduos de<br />

forma eficaz, as enzimas promovem<br />

a durabilidade e a manutenção<br />

prolongada de equipamentos,<br />

otimizando custos operacionais.<br />

A escolha de produtos de limpeza<br />

enzimáticos não apenas assegura<br />

uma limpeza excepcional, mas<br />

também impulsiona processos<br />

eficientes e sustentabilidade. Uma<br />

decisão que faz a diferença na busca<br />

pela excelência científica.<br />

A Kasvi e a Obtenção das Enzimas<br />

Para obter as enzimas necessárias<br />

para incluir nos produtos de limpeza,<br />

é necessária uma série de pro-<br />

riais, reforçando a capacidade dos<br />

laboratórios de alcançar resultados<br />

consistentes e de excelência em<br />

suas atividades enzimáticas.<br />

Conheça desde os pHmetros até<br />

colunas cromatográficas, vials e<br />

reagentes disponíveis na Kasvi<br />

através do nosso portal, ou entre<br />

em contato conosco:<br />

Contato<br />

Portal.kasvi.com.br<br />

comercial@kasvi.com.br<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

57


Em Foco<br />

NOVOS PRODUTOS PARA CROMATOGRAFIA<br />

PERFECTA: ACELERANDO A ANÁLISE QUÍMICA<br />

A cromatografia desempenha um<br />

papel fundamental na indústria<br />

por ser uma técnica de separação<br />

e análise de substâncias muito<br />

versátil e precisa. É uma técnica<br />

essencial para garantir a qualidade<br />

dos produtos, controlar processos<br />

de produção e cumprir as<br />

regulamentações de segurança e<br />

ambientais.<br />

A Perfecta, sempre atenta aos<br />

principais processos analíticos<br />

do mercado, tem o orgulho de<br />

apresentar sua linha de produtos<br />

de cromatografia, projetada para<br />

garantir a eficiência e precisão das<br />

análises químicas na indústria.<br />

São vials de diferentes capacidades<br />

feitos em vidro borossilicato<br />

de alta qualidade nas cores claro<br />

e âmbar; além de micro inserts, kit<br />

vial e tampas avulsas.<br />

Prepare-se para elevar o seu laborató-<br />

Confira de perto esta novidade!<br />

rio a um novo patamar com os produ-<br />

Faça a sua cotação através dos<br />

58<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

tos de cromatografia da Perfecta.<br />

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