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Revista Analytica Edição 129

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Química no Meio Ambiente<br />

é considerado possivelmente<br />

cancerígeno ao<br />

ser humano. Pior ainda,<br />

o Brasil permite que o<br />

resíduo deste produto<br />

na água ou alimento seja<br />

maior em cinco mil vezes<br />

do que é tolerado na<br />

União Européia.<br />

No período de 2000 até<br />

2015, o Brasil possuía<br />

média de liberação de<br />

123 agrotóxicos anuais.<br />

Porém, a partir de 2016 a<br />

2022, o Brasil apresentou<br />

média de 450 agrotóxicos<br />

anuais, um aumento<br />

de 365%, e isto não diminui<br />

até hoje.<br />

Um problema que a<br />

população brasileira<br />

ignora, muito por falta<br />

de divulgação técnica,<br />

se assim podemos dizer,<br />

é o controle cotidiano<br />

dos mananciais de<br />

água potável que não<br />

comtemplam o controle<br />

destes tipos de produtos<br />

na água que chega pelas<br />

torneiras em nossas<br />

casas, só em casos específicos<br />

as análises para<br />

detecção destas substâncias<br />

são efetuadas.<br />

A contaminação involuntária<br />

da população é<br />

uma realidade no Brasil.<br />

Isto significa, que não<br />

é necessário a pessoa<br />

estar próxima a uma<br />

plantação que utiliza<br />

agrotóxico para se contaminar<br />

com o produto.<br />

Ele, agrotóxico, em muitas<br />

situações, nos mais variados<br />

alimentos vegetais<br />

pode vir aderido pela casca<br />

ou até internamente.<br />

Uma das explicações para<br />

a maioria da população<br />

não ficar doente comendo<br />

apenas uma hortaliça<br />

ou fruta com agrotóxico,<br />

é a pequena do agrotóxico<br />

no alimento, mas a<br />

realidade é que a interação<br />

desta substância com<br />

o organismo tem efeito<br />

acumulativo, ou seja, o<br />

problema vem com o<br />

tempo, ao passar da vida,<br />

para alguns rapidamente<br />

e para outros pode até<br />

nunca causar problema<br />

significativo na saúde.<br />

Estamos vendo pela<br />

TV e mídia em geral os<br />

produtores europeus<br />

protestarem quanto ao<br />

problema de custo para<br />

suas produções agrícolas<br />

o que inviabiliza o negócio<br />

deles. Vejam que eles<br />

manifestam que não<br />

querem concorrência<br />

com a América do Sul,<br />

pois nossos custos são<br />

menores que o deles.<br />

Vejam, tecnicamente<br />

falando, o agrotóxico<br />

está nesta revolta por<br />

parte deles, e no caso<br />

a legislação a que eles<br />

estão submetidos é muito<br />

mais restritiva, pois<br />

vê mais o lado da saúde<br />

da população do que<br />

recorde de produção e<br />

de faturamento para as<br />

empresas, agronegócios<br />

e balança comercial.<br />

44<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />

Rogerio Aparecido Machado<br />

Bacharel em Química com atribuições tecnológicas - (1987), latu sensu em Qualidade na área de Engenharia (1991), mestrado em<br />

Saneamento Ambiental pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1999) e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São<br />

Paulo (2003). Atualmente é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Faculdade São Bernardo do Campo além de Químico<br />

Responsável do Instituto Presbiteriano Mackenzie.

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