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Química no Meio Ambiente<br />
é considerado possivelmente<br />
cancerígeno ao<br />
ser humano. Pior ainda,<br />
o Brasil permite que o<br />
resíduo deste produto<br />
na água ou alimento seja<br />
maior em cinco mil vezes<br />
do que é tolerado na<br />
União Européia.<br />
No período de 2000 até<br />
2015, o Brasil possuía<br />
média de liberação de<br />
123 agrotóxicos anuais.<br />
Porém, a partir de 2016 a<br />
2022, o Brasil apresentou<br />
média de 450 agrotóxicos<br />
anuais, um aumento<br />
de 365%, e isto não diminui<br />
até hoje.<br />
Um problema que a<br />
população brasileira<br />
ignora, muito por falta<br />
de divulgação técnica,<br />
se assim podemos dizer,<br />
é o controle cotidiano<br />
dos mananciais de<br />
água potável que não<br />
comtemplam o controle<br />
destes tipos de produtos<br />
na água que chega pelas<br />
torneiras em nossas<br />
casas, só em casos específicos<br />
as análises para<br />
detecção destas substâncias<br />
são efetuadas.<br />
A contaminação involuntária<br />
da população é<br />
uma realidade no Brasil.<br />
Isto significa, que não<br />
é necessário a pessoa<br />
estar próxima a uma<br />
plantação que utiliza<br />
agrotóxico para se contaminar<br />
com o produto.<br />
Ele, agrotóxico, em muitas<br />
situações, nos mais variados<br />
alimentos vegetais<br />
pode vir aderido pela casca<br />
ou até internamente.<br />
Uma das explicações para<br />
a maioria da população<br />
não ficar doente comendo<br />
apenas uma hortaliça<br />
ou fruta com agrotóxico,<br />
é a pequena do agrotóxico<br />
no alimento, mas a<br />
realidade é que a interação<br />
desta substância com<br />
o organismo tem efeito<br />
acumulativo, ou seja, o<br />
problema vem com o<br />
tempo, ao passar da vida,<br />
para alguns rapidamente<br />
e para outros pode até<br />
nunca causar problema<br />
significativo na saúde.<br />
Estamos vendo pela<br />
TV e mídia em geral os<br />
produtores europeus<br />
protestarem quanto ao<br />
problema de custo para<br />
suas produções agrícolas<br />
o que inviabiliza o negócio<br />
deles. Vejam que eles<br />
manifestam que não<br />
querem concorrência<br />
com a América do Sul,<br />
pois nossos custos são<br />
menores que o deles.<br />
Vejam, tecnicamente<br />
falando, o agrotóxico<br />
está nesta revolta por<br />
parte deles, e no caso<br />
a legislação a que eles<br />
estão submetidos é muito<br />
mais restritiva, pois<br />
vê mais o lado da saúde<br />
da população do que<br />
recorde de produção e<br />
de faturamento para as<br />
empresas, agronegócios<br />
e balança comercial.<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2024<br />
Rogerio Aparecido Machado<br />
Bacharel em Química com atribuições tecnológicas - (1987), latu sensu em Qualidade na área de Engenharia (1991), mestrado em<br />
Saneamento Ambiental pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1999) e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São<br />
Paulo (2003). Atualmente é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Faculdade São Bernardo do Campo além de Químico<br />
Responsável do Instituto Presbiteriano Mackenzie.