COMUNICAÇÕES 240 - Fernando Alfaiate: o homem do PRR
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5 perguntas<br />
10<br />
RICARDO MARTINHO<br />
Formação e captação<br />
de talento é o desafio<br />
A<strong>do</strong>tar uma cultura de inovação, com incorporação de tecnologias<br />
disruptivas, é, para Ricar<strong>do</strong> Martinho, fundamental. Presidente<br />
da IBM Portugal desde setembro, está convicto de que o<br />
grupo tem todas as capacidades para responder às novas necessidades<br />
<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />
Texto de Isabel Travessa Fotos Vítor Gor<strong>do</strong>/ Syncview<br />
Estar na IBM desde 1998 é uma<br />
vantagem para liderar a operação?<br />
Estar na IBM há mais de 20 anos, ter<br />
passa<strong>do</strong> por diversas áreas e cargos,<br />
incluin<strong>do</strong> a área técnica e vendas,<br />
permitiu-me ter um bom conhecimento<br />
<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> local, clientes<br />
e ecossistema. É uma excelente<br />
vantagem. Destaco ainda o meu percurso<br />
internacional, que me permitiu<br />
alargar a rede de networking na IBM,<br />
o que, sem dúvida, me ajudará a<br />
liderar da melhor forma a operação.<br />
O que mu<strong>do</strong>u na IBM Portugal,<br />
com a pandemia e o spin-off da<br />
Kyndryl?<br />
O spin-off da área de serviços de<br />
gestão de infraestruturas foi uma decisão<br />
que resultou da transformação<br />
<strong>do</strong>s últimos anos, que tem passa<strong>do</strong><br />
por uma aposta estratégica na tecnologia<br />
da IBM, incluin<strong>do</strong> soluções<br />
de software e sistemas (servi<strong>do</strong>res<br />
e storage). Há <strong>do</strong>is anos, fizemos a<br />
nossa maior aquisição de sempre, da<br />
RedHat e desde então otimizámos o<br />
portefólio. Somos agora uma empresa<br />
de soluções de cloud híbrida e IA,<br />
além de continuarmos a investir em<br />
consultoria, para ajudar os clientes<br />
a fazer a sua transformação digital.<br />
Reformulámos por completo o nosso<br />
go-to-market, estamos a investir no<br />
ecossistema como nunca e temos<br />
feito aquisições em áreas como a IA<br />
e cloud. Além <strong>do</strong> trabalho remoto<br />
alarga<strong>do</strong>, a pandemia não teve grandes<br />
implicações internas. Já estávamos<br />
habitua<strong>do</strong>s ao trabalho remoto.<br />
A pandemia veio sobretu<strong>do</strong> acelerar<br />
a transformação nos nossos clientes,<br />
trazen<strong>do</strong> a urgência da transição<br />
digital. Assistimos a um aumento<br />
de contratação nos nossos centros<br />
de nearshore, demonstran<strong>do</strong> que a<br />
nossa aposta local estava certa. Esta<br />
nova IBM, mais ágil, centrada na<br />
tecnologia, focada na inovação, vem,<br />
sem dúvida, responder ainda melhor<br />
às novas necessidades, geradas<br />
também pela Covid-19.<br />
Inicia este desafio quan<strong>do</strong> chegam<br />
os fun<strong>do</strong>s europeus, como o <strong>PRR</strong>,<br />
com os quais se promete transformar<br />
o país. Qual é a sua ambição?<br />
É crítico continuar a investir no processo<br />
de transformação digital, pois<br />
será fundamental para transitarmos<br />
para um modelo económico mais<br />
sustentável, moderno e competitivo.<br />
O <strong>PRR</strong> e os fun<strong>do</strong>s europeus são<br />
uma excelente oportunidade para<br />
promovermos a transição digital, na<br />
AP e no teci<strong>do</strong> empresarial. A a<strong>do</strong>ção<br />
de uma cultura de inovação, com a<br />
incorporação de tecnologias disruptivas,<br />
é fundamental para o posicionamento<br />
competitivo <strong>do</strong> país.<br />
As empresas portuguesas estão a<br />
reinventar-se através da tecnologia<br />
de forma acelerada, ou apenas<br />
a começar?<br />
Já vínhamos a assistir a uma progressiva<br />
transformação das empresas,<br />
para operarem de forma mais<br />
eficiente e inova<strong>do</strong>ra, num mun<strong>do</strong><br />
cada vez mais digital. A pandemia<br />
veio acelerar esta necessidade. Mas<br />
há ainda muito por fazer na digitalização<br />
no nosso país e no mun<strong>do</strong>.<br />
Podemos é dizer que, agora sim,<br />
estamos a assistir à tão falada transformação<br />
digital.<br />
Sen<strong>do</strong> as qualificações digitais<br />
uma aposta estratégica, poderá<br />
resolver-se o problema da falta<br />
de talento, ou o tema terá de ser<br />
aborda<strong>do</strong> de outra forma?<br />
Há recursos talentosos e qualifica<strong>do</strong>s,<br />
universidades reconhecidas<br />
internacionalmente pela sua qualidade,<br />
mas temos de conseguir reter<br />
talentos e apostar na requalificação<br />
e formação para as necessidades<br />
atuais e futuras. Tem de se investir<br />
na atualização <strong>do</strong>s currículos,<br />
com crescente articulação entre os<br />
mun<strong>do</strong>s académico e empresarial,<br />
e na promoção de uma cultura de<br />
empreende<strong>do</strong>rismo, fundamental<br />
para a inovação. Sabemos que a<br />
Europa pretende <strong>do</strong>tar 80% <strong>do</strong>s<br />
europeus de competências digitais e<br />
que o desenvolvimento de competências<br />
é um <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> <strong>PRR</strong>.<br />
Se queremos gerar um impacto positivo<br />
na economia e desenvolver um<br />
modelo mais sustentável, é crítico<br />
que, nos próximos anos, se promova<br />
a inovação, tecnologia e formação<br />
das competências <strong>do</strong> futuro. É, por<br />
exemplo, o que estamos a fazer nos<br />
nossos centros nearshore da Softinsa<br />
em Tomar, Viseu, Fundão e Portalegre,<br />
em colaboração com autarquias<br />
e politécnicos.•