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REVISTA EMPRESARIOS EDIÇÃO JULHO AGOSTO 2022 ATUALIDADES

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que as mudanças climáticas podem

trazer impactos negativos e irreversíveis

ao planeta. Como CEO da Sustentech

como você avalia este cenário?

João Marcello Gomes Pinto - É

um cenário sem dúvida preocupante

e que ainda não foi entendido em sua

total extensão por governos e empresas.

Hoje dispomos das ferramentas,

conhecimento, tecnologia e meios para

evitar os piores efeitos se aplicados a

tempo. Acredito que mais uma vez a

mola propulsora desse movimento será

o mercado financeiro que está cada vez

mais atento aos riscos ambientais que

as mudanças climáticas representam

para os seus próprios negócios e investimentos.

É do mercado financeiro inclusive que

veio o termo ESG que vêm nos últimos

3 anos, desde a famosa carta do Larry

Fink do Blackrock, fundo com mais de

10 trilhões de dólares de ativos geridos,

direcionando os esforços das empresas

para incorporarem de fato aspectos,

estratégias e riscos ambientais, sociais

e de governança no seus modelos de

negócios.

Revista Empresários - E continuando:

de que forma a Sustentech, em

sua área de atuação, tem conseguido

não só propor soluções adequadas aos

clientes, como fazê-los entender a importância

de tais iniciativas?

João Marcello Gomes Pinto - As

demandas de mercado têm feito com

que várias empresas nos procurem

para obter certificações de sustentabilidade

que acabam sendo parte de seus

modelos de gestão corporativa e cumprem

muito bem o papel de “prestar

conta” aos seus stakeholders com relação

às suas estratégias ESG. Para muitos

gestores isso acaba sendo “um item

a mais a cumprir na agenda”. Nesses

casos buscamos sensibilizar o cliente

a cada decisão sobre a necessidade de

realmente alcançar uma operação mais

sustentável e não apenas conquistar

pontos em uma certificação. Entendo

que esse é um papel importante que

a Sustentech desempenha na ampliação

da consciência de todo o mercado,

e que esse processo se torna um ciclo

virtuoso e nossos clientes vão experimentam

todos os benefícios positivos

da sustentabilidade à medida em que

vamos derrubando um a um os mitos

e medos que envolvem o tema.

Em relação a propor soluções adequadas

aos clientes, essa é “a nossa praia”.

Estamos permanentemente olhando o

mercado e identificando novas soluções,

sistemas, equipamentos, estratégias

e materiais que contribuam para

a sustentabilidade. Sempre fazemos

um diagnóstico dos ativos de nossos

clientes em primeiro lugar de modo

a alinharmos nossa expertise em sustentabilidade

às estratégias, objetivos e

cultura da empresa. Depois disso, durante

a implementação das ações, toda

solução proposta é acompanhada de

estudos de viabilidade técnica e econômica.

Revista Empresários- Como empresário

que escolheu trabalhar desenvolvendo

soluções sustentáveis há mais

de 15 anos, você acredita que a sustentabilidade,

hoje, é vista como imprescindível

ou ainda há certa resistência?

João Marcello Gomes Pinto- Nos

escalões mais altos, no C-Level das

grandes empresas, percebo que a sustentabilidade

é vista como imprescindível.

O risco de um deslize nessa área

e um não alinhamento às demandas

atuais dos investidores, consumidores

e opinião pública em geral tem consequências

muito graves para as empresas.

Na área mais operacional ainda vejo

certa resistência, não exatamente à sustentabilidade

em si, mas a mudar as

rotinas que já existem, a ter “mais trabalho”,

cumprir “mais regras e exigências”.

Nosso trabalho é sempre mostrar

o proposito dessas ações e o seu benefício

para a empresa e para a sociedade

como um todo. Com isso todo o mercado

cresce e se desenvolve.

Revista Empresários – Sabemos

que alguns empresários ainda não valorizam,

como deveriam, iniciativas

que protejam o meio ambiente nos

processos de seus negócios. Para estes,

o que você poderia ‘dizer’?

João Marcello Gomes Pinto -

Muito simples. A falta de sustentabilidade

custa e custa caro. Se o empresário

acha que está economizando ao

tomar ações irresponsáveis em relação

ao meio ambiente e à sustentabilidade,

ele não está entendendo que a conta

virá, mais cedo ou mais tarde. Desperdício

de recursos, gastos elevados com

água e energia, impactos negativos na

marca e na reputação da empresa, reações

da opinião pública, dos próprios

colaboradores e financiadores, tudo

isso custo. Sem falar de multas ambientais

e outras sanções que a empresa

pode sofrer em não se enquadrando a

esse novo modelo de negócios e desenvolvimento

que o planeta obrigatoriamente

está começando a trilhar.

Revista Empresários - Você poderia

citar algum trabalho feito pela

Sustentech que tenha sido, entre todos,

aquele em que ações sustentáveis foram

implementadas em todos os processos

internos?

João Marcello Gomes Pinto - São

inúmeros, mais de 500 projetos de sustentabilidade

desenvolvidos ao longo

desses 15 anos de atuação. Alguns de

maior destaque são o Parque Olímpico

e a Vila Olímpica da Rio 16 onde

implementamos todos os requisitos de

sustentabilidade do Comitê Olímpico

Internacional; o Plano Noronha Carbono

Zero onde definimos as metas e

traçamos as estratégias para zerar as

metas de emissões de gases do efeito

estufa da Ilha de Fernando de Noronha

até 2050; as certificações de sustentabilidade

do Superior Tribunal Militar devido

aos altíssimos níveis de exigência

da engenharia do Exército Brasileiro; a

certificação LEED da maior fábrica de

vacinas da América Latina da Fiocruz;

os projetos desenvolvidos para grandes

empresas listadas na Bovespa consideradas

exemplos de sustentabilidade

como Renner, Fleury, Natura e JHSF;

para multinacionais como Nestlé, Fiat,

Saint Gobain e Mercado Livre; além de

alguns bons projetos fora do Brasil , na

Argentina, Alemanha e Espanha.

Revista Empresários - Apesar do

cenário atual (econômico, ambiental)

ser incerto, as perspectivas para o

avanço das iniciativas sustentáveis podem

ser animadoras justamente por-

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