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Revista Analytica Edição 120

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MICROSCÓPIO<br />

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EDITORIAL<br />

<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>120</strong> - Setembro 2022<br />

<strong>Edição</strong> de Aniversário<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> chega ao número <strong>120</strong>! E isso pede uma comemoração… Significa que triunfamos em nossa missão inicial, definida há 20 anos atrás,<br />

quando decidimos acompanhar a evolução do controle de qualidade industrial e contribuir para a formação de novos realizadores. Brindamos a mais esse<br />

aniversário, oferecendo aos leitores uma edição especialíssima, com assuntos tão diversos quanto interessantes.<br />

Estreamos a participação da Fundação CERTI com a ilustre colaboração do Coordenador da área de Sistemas<br />

para Qualidade e Inovação do Centro de Referência em Metrologia e Instrumentação, André Luiz Meira de<br />

Oliveira, com o artigo: Quando vale a pena internalizar um laboratório de metrologia na sua empresa?<br />

Outro assunto interessante desta edição é o artigo da seção Nanotecnologia que abordará A tecnologia de<br />

nanopartículas na agricultura.<br />

Finalizo, neste mês de aniversário, com a boa notícia de que a confiança da Indústria sobe em agosto, levada<br />

pela queda nos custos e o resultado fica acima do nível de neutralidade do setor. O Índice de Confiança da<br />

Indústria (ICI) registrou alta de 0,8 ponto percentual para 100,3 pontos, segundo o Instituto Brasileiro de<br />

Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).<br />

Dados do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) mostram que o Brasil precisará, até 2025,<br />

formar e requalificar 4,2 milhões de trabalhadores para economia digital e novas tecnologias. E uma parceria<br />

da instituição com o Fórum Econômico Mundial irá incluir o Brasil num mundial, que busca a aceleração de<br />

competências para formar, em oito anos, 1 bilhão de pessoas em todo mundo.<br />

O que nos mostra que a <strong>Analytica</strong> tem muito trabalho pela frente!<br />

É isso aí: sejam muito bem-vindos à nossa festa, obrigada a todos que nos acompanharam nestes 20 anos,<br />

e que venham as próximas edições! É “pique, é pique”...<br />

Boa leitura!<br />

Fale com a gente<br />

Comercial | Para Assinaturas | Renovação | Para Anunciar:<br />

Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Dúvidas, críticas e ou sugestões, entre em contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />

Para novidades na área de instrumentação analítica, controle<br />

de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />

/<strong>Revista</strong><strong>Analytica</strong><br />

/revista-analytica<br />

/revistaanalytica<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | BIOTECNOLOGIA | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

EXPEDIENTE<br />

Realização: Newslab<br />

Editora Responsável : Luciene Almeida | editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Para assinaturas / renovação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />

Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral


<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>120</strong> - Setembro 2022<br />

ÍNDICE<br />

01<br />

Editorial<br />

ARTIGO 1<br />

08<br />

06<br />

Publique na <strong>Analytica</strong><br />

ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS DE<br />

AMENDOINS COMERCIALIZADOS NO<br />

MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.<br />

Por: Felipe José Ferreira Gomes, Rondinele Ribeiro Motta<br />

ARTIGO 2<br />

12<br />

BARRA DE CEREAL VEGANA DE ORA<br />

PRO NOBIS E BAGAÇO DE MALTE<br />

Por: Cleyton Aparecido Gabeloni, Henrique Pires Teodoro, Kamile Manuelli Santos Miguel,<br />

Maiara Pereira dos Santos, Pedro Leonardo Ferreira de Mello, Ricardo Kenji Hamada Bendrath,<br />

Marcos Roberto Ruiz, Paulo Roberto da Silva Ribeiro, Rafael Rebes Zilliani.<br />

ARTIGO 3<br />

18<br />

PIVE: COMO É REALIZADA A PRODUÇÃO<br />

IN VITRO DE EMBRIÕES?<br />

2<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

Fonte: Blog Kasvi<br />

Metrologia 26<br />

Nanotecnologia 32<br />

Logística Laboratorial 40<br />

22<br />

28<br />

36<br />

42<br />

Blog dos Cientitas<br />

Metrologia, Qualidade e Tecnologia<br />

Análise de Minerais<br />

Em Foco


<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>120</strong> - Setembro 2022<br />

ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />

ordem alfabética<br />

Anunciante pág. Anunciante pág.<br />

ARENA TÉCNICA 07<br />

BCQ<br />

4ª CAPA<br />

GREINER 43<br />

GRUPO PRIME<br />

3ª CAPA<br />

KASVI<br />

2ª CAPA<br />

NOVA ANALITICA 47<br />

PENSABIO 03 E 35<br />

SBM 31<br />

VEOLIA 17<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

4<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

Conselho Editorial<br />

Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />

Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />

do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />

de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />

Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />

da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />

Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />

Eduardo Pimenta, Felipe José Ferreira Gomes,Rondinele Ribeiro Motta, Cleyton Aparecido Gabeloni, Henrique Pires Teodoro, Kamile Manuelli Santos Miguel, Maiara Pereira dos Santos, Pedro Leonardo<br />

Ferreira de Mello, Ricardo Kenji Hamada Bendrath, Marcos Roberto Ruiz, Paulo Roberto da Silva Ribeiro, Rafael Rebes Zilliani, Ingrid Ferreira Costa, André Luiz Meira de Oliveira, Ivo Ázara e Thiago Menegotto.


agenda<br />

in-cosmetics Latin America<br />

Data: 21 e 22 de setembro de 2022<br />

Expo Center Norte– Vila Guilherme/São Paulo<br />

Informações: www:in-cosmetics.com/latin-america/pt-br.html<br />

8º Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica<br />

Data: 24 e 25 de setembro de 2022<br />

Espaço Apas - Alto da Lapa - São Paulo / SP<br />

Informações: sbmicrobiologia.org.br/eventos/8o-simposio-internacional-de-microbiologia/<br />

Congresso Internacional De Celulose E Papel<br />

Data: 4 a 6 de outubro de 2022<br />

Transamerica Expo Center<br />

Informações: abtcp2022.org.br/<br />

X ENCONTRO TECNOLÓGICO - Inovação Industrial - <strong>Edição</strong> Especial<br />

Data: 5 e 6 de outubro de 2022<br />

SEDE DA BENER - VINHEDO - SP<br />

Informações: encontrotecnologico.com.br/<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

5


<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>120</strong> - Setembro 2022<br />

PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />

Normas de publicação para artigos e informes assinados<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para publicação de artigos, aos<br />

autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />

Informações aos Autores<br />

Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong> publica<br />

editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />

educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />

levarão em consideração para publicação toda<br />

e qualquer contribuição que possua correlação<br />

com as análises industriais, instrumentação e o<br />

controle de qualidade.<br />

Todas as contribuições serão revisadas e<br />

analisadas pelos revisores.<br />

Os autores deverão informar todo e<br />

qualquer conflito de interesse existente, em<br />

particular aqueles de natureza financeira<br />

relativo a companhias interessadas ou<br />

envolvidas em produtos ou processos que<br />

estejam relacionados com a contribuição e o<br />

manuscrito apresentado.<br />

Acompanhando o artigo deve vir o termo de<br />

compromisso assinado por todos os autores,<br />

atestando a originalidade do artigo, bem<br />

como a participação de todos os envolvidos.<br />

Os manuscritos deverão ser escritos em<br />

português, mas com Abstract detalhado em<br />

inglês. O Resumo e o Abstract deverão conter as<br />

palavras-chave e keywords, respectivamente.<br />

As fotos e ilustrações devem<br />

preferencialmente ser enviadas na forma<br />

original, para uma perfeita reprodução. Se o<br />

autor preferir mandá-las por e-mail, pedimos<br />

que a resolução do escaneamento seja de 300<br />

dpi’s, com extensão em TIF ou JPG.<br />

Os manuscritos deverão estar digitados e<br />

enviados por e-mail, ordenados em título,<br />

nome e sobrenomes completos dos autores e<br />

nome da instituição onde o estudo foi realizado.<br />

Além disso, o nome do autor correspondente,<br />

com endereço completo fone/fax e e-mail<br />

também deverão constar. Seguidos por<br />

resumo, palavras-chave, abstract, keywords,<br />

texto (Ex: Introdução, Materiais e Métodos,<br />

Parte Experimental, Resultados e Discussão,<br />

Conclusão) agradecimentos, referências<br />

bibliográficas, tabelas e legendas.<br />

As referências deverão constar no texto com o<br />

sobrenome do devido autor, seguido pelo ano<br />

da publicação, segundo norma ABNT 10520.<br />

As identificações completas de cada<br />

referência citadas no texto devem vir listadas<br />

no fim, com o sobrenome do autor em<br />

primeiro lugar seguido pela sigla do prenome.<br />

Ex.: sobrenome, siglas dos prenomes. Título:<br />

subtítulo do artigo. Título do livro/periódico,<br />

volume, fascículo, página inicial e ano.<br />

Evite utilizar abstracts como referências.<br />

Referências de contribuições ainda não<br />

publicadas deverão ser mencionadas como<br />

“no prelo” ou “in press”.<br />

Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />

vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além<br />

disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />

média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />

em outras publicações.<br />

6<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

ENVIE SEU TRABALHO<br />

Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />

A/C: Luciene Almeida – Redação<br />

Rua Doutor Guilherme Bannitz, 126, 8º Andar - Conj. 81 CV: 10543 Itaim Bibi, São Paulo, SP, 04532-060<br />

Ou por e-mail: editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Para outras informações acesse: www.revistaanalytica.com.br/publique/


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Artigo 1<br />

ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS DE AMENDOINS<br />

COMERCIALIZADOS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.<br />

Por: Felipe José Ferreira Gomes 1 , Rondinele Ribeiro Motta 1<br />

1<br />

Universidade Paulista/Instituto de Ciências da Saúde, Rod.<br />

Presidente Dutra, km157, Pista sul, 12240-420, São José dos Campos<br />

Brasil,felipe.jogfer@gmail.com, rondinele.ribeiro@hotmail.com<br />

Amostra 11 em meio Sabouraud Dextrose<br />

Amostra 11 em microscopia óptica corado com lactofenol de algodão azul<br />

Fonte: Laboratório da Universidade Paulista – UNIP (SJ.Campos); 2021 Fonte: Laboratório da Universidade Paulista – UNIP (SJ.Campos); 2021<br />

Resumo<br />

Através das análises microbiológicas em amendoins comercializados no município de São José dos campos<br />

foi verificado a presença de Aspergillusflavus, através do seu crescimento em Agar PDA Dextrose e Sabouraud<br />

Dextrose. Foi coletada amendoim a granel, sendo 2 amostras de cada pontos de comércio diferentes, totalizando<br />

13 pontos de coletasno município de São José dos campos, (totalizando 26 amostras coletadas). As amostras<br />

foram separadas em grupos (grupo A com 13 amostras), (Grupo B com 13 amostras), logo o grupo A foi semeado<br />

em meio de cultura PDA Dextrose acidificado pH 6,5 e o grupo B em meio de cultura Sabouraud Dextrose, foram<br />

incubados por 7 dias a temperatura de 30º C. Obtivemos como resultados os meios de cultura positivo em 2<br />

amostras do grupo A e 2 amostras com resultados positivo no grupo B, observando assimo crescimento de<br />

Aspergillusflavus. Conclui-se desta forma que 4 pontos de venda de amendoim comercializado no município<br />

de São José dos campos continham amostras de contaminadas por fungos Aspergillusflavus, apresentando um<br />

grande risco de contaminação patológica aos consumidores desses produtos.<br />

8<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

Palavras chave: Aspergillusflavus, Aflatoxinas, Amendoin.<br />

Área do Conhecimento: Ciências da saúde.


Introdução<br />

Beneficiando os seres humanos,<br />

o amendoim hoje é um alimento<br />

consumido com muita frequência pelos<br />

brasileiros, estando empregado como um<br />

alimento que faz parte da nossa cultura,<br />

em culinárias típicas, petiscos, doces,<br />

óleos e manteigas em geral (WILKIN et<br />

al., 2014).Considerando a necessidade de<br />

nossa população enriquecer a qualidade<br />

da dieta, o amendoim se apresenta<br />

como um alimento benéfico para o<br />

sistema cardiovascular, pois apresenta<br />

em sua composição os fitoesteróides,<br />

que contribuem com a prevenção de<br />

doenças cardiovasculares como exemplo<br />

a aterosclerose, essa contribuição vem do<br />

aumento do colesterol bom (HDL), além<br />

de apresentar tocoferol e B-caroteno,<br />

substâncias que apresentam outros efeitos<br />

benéficos a saúde. Junto a estes benefícios<br />

o amendoim também é um composto<br />

rico em alta quantidade de aminoácidos<br />

essenciais, importantes minerais e sais<br />

essenciais (KIM et al., 2015).<br />

A grande preocupação é o grão de<br />

amendoim ser considerado uma<br />

semente oleaginosa, conforme<br />

classificação segundo Anvisa (BRASIL,<br />

2015), desta forma apresenta grande<br />

possibilidade de colonização por fungos,<br />

como Aspergillus. flavus, isso pode<br />

causar grande impacto toxicológico<br />

e patológico a os seres humanos e<br />

animais. Esses fungos estão localizados<br />

preferencialmente em solos, ar e no<br />

próprio alimento como o amendoim,<br />

asituação da colonização pode ser<br />

agravada pela utilização de práticas<br />

agrícolas inadequadas e quando ocorre<br />

secagem e armazenamento de maneira<br />

incorreta do alimento. O Aspergillusflavus<br />

são fungos produtores de aflatoxina B1,<br />

uma micotoxina (DRUMOND, 2012;<br />

BANDE et al., 2012; RAMOS et al., 2012).<br />

A aflatoxina pode desencadear no<br />

indivíduo patologias impactantes,<br />

acarretando intoxicações agudas ou<br />

crônicas, entre os sintomas estão<br />

citados náuseas, febre, fadiga, dor na<br />

Figura 1. Amostras coletadas<br />

Fonte: próprio autor, 2021.<br />

região abdominal, falta de apetite,<br />

com possibilidade de agravamento<br />

(Carvalho, 2013). Outros quadros<br />

que podem estar presentes em um<br />

indivíduo contaminado são necrose,<br />

hemorragia hepática, hemorragia<br />

gástrica, icteríca, letargia e até mesmo<br />

o óbito (MURUNGA et al., 2014;<br />

CARDOSO FILHO et al., 2011).<br />

Desta forma o objetivo do presente<br />

trabalho foi avaliar a presença de<br />

Aspergillusflavusem amostras de<br />

amendoim comercializadas no<br />

município de São José dos Campos,<br />

bem como alertar sobre os riscos<br />

desta infecção fúngica.<br />

Metodologia<br />

Para o estudo proposto, foram coletadas<br />

cerca de 26 amostras de grãos de<br />

amendoim in natura, cerca de 50g<br />

de amendoim em cada amostragem,<br />

sendo coletados nos principais pontos<br />

de comércios de especiarias á granel<br />

do município, em cada ponto de<br />

coleta foiadquirido 2 amostras dos 13<br />

estabelecimentos comerciais edivididas<br />

em (grupo A) e (grupo B).<br />

As amostras de amendoins foram<br />

acondicionadas em temperatura<br />

ambiente, os amendoins coletados<br />

foram analisados no período de<br />

agosto de 2017, através da técnica<br />

de plaqueamento direto em placas<br />

Figura 2. Grãos semeados em placa<br />

Fonte: próprio autor, 2021.<br />

de Petri, contendo o meio de cultura<br />

Agar batata dextrose (PDA) acidificado<br />

Ph 6,5 para o (grupo A) e no (grupo<br />

B) em meio de cultura Saboraund<br />

Dextrose,cada placa conteve 5 grãos de<br />

amendoim, inseridos com o auxílio de<br />

uma pinça esterilizada. A incubação foi<br />

realizada em estufa bacteriológica na<br />

temperatura de 30ºC, por um período<br />

de sete dias (SAVI et al., 2014).<br />

Foram realizadas as avaliações<br />

macroscópicas nos meios de<br />

cultura, avaliando e acompanhando<br />

o crescimento dos fungos, após<br />

identificada as placas positivas para<br />

o crescimento, ocorreu a transferência<br />

das colônias do meio de cultura para<br />

as lâminas de microscopia, logo em<br />

seguida as mesmas foram coradas<br />

com lactofenol de amanne avaliadas<br />

em microscópico óptico, para a<br />

confirmação positivado crescimento<br />

de Aspergillusflavus (BARTON, 2013).<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

9


Artigo 1<br />

10<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

Resultados<br />

Das 26 amostras coletas 4 obtiveram<br />

os resultados positivos para colônias<br />

de Aspergillusflavus, onde foram<br />

confirmadas em microscopia óptica. A<br />

Tabela 1 mostra os grupos coletados<br />

e os resultados obtidos em meios<br />

de cultura positivos e na análises da<br />

coloração com lactofenol de amann.<br />

Discussão<br />

A presença de amostras positivas no<br />

comércio de amendoins no município<br />

de São José dos Campos, alerta e<br />

abre a discussão sobre a possível<br />

deficiência em fiscalizações, fato que<br />

pode favorecer o manejo inadequado<br />

e o desenvolvimento de colônias<br />

fúngicas, o que agrava-se ainda mais<br />

devido a possibilidade permitida<br />

de contaminação pela sociedade<br />

que consome esses produtos. Vale<br />

ressaltar que o valor estipulado<br />

para contaminação de amendoim<br />

com aflatoxina já foi estabelecido<br />

pela Agência Nacional de Vigilância<br />

Sanitária (ANVISA, 2011), o que<br />

permite a atuação de equipes de<br />

fiscalização com embasamento<br />

teórico para esta prática, aumentando<br />

a salvaguarda da população em geral.<br />

No presente trabalho a obtenção de<br />

4 amostras positivas reforça ainda<br />

mais esta linha de discussão, pois<br />

as amostras foram obtidas e estão<br />

sendo comercializadas em uma<br />

cidade considerada com um bom<br />

aporte tecnológico no interior de<br />

São Paulo. O problema maior a ser<br />

discutido não é só a presença dos<br />

Amostras coletadas<br />

(Grupo A , Grupo B)<br />

Agar Saboraund<br />

Agar PDA<br />

Dextrose<br />

Coloração com<br />

Lactofenol de<br />

aman azul<br />

(AV.M.O)<br />

Amostra (1A,1B) ( - ) ( - ) ( - )<br />

Amostra (2A,2B) ( - ) ( - ) ( - )<br />

Amostra (3A,3B) (+ ) ( - ) ( + )<br />

Amostra (4A,4B) ( - ) ( + ) ( + )<br />

Amostra (5A,5B) ( - ) ( - ) ( - )<br />

Amostra (6A,6B) ( - ) ( - ) ( - )<br />

Amostra (7A,7B) ( - ) ( - ) ( - )<br />

Amostra (8A,8B)<br />

Amostra (9A,9B)<br />

Amostra (10A,10B)<br />

Amostra (11A,11B)<br />

Amostra (12A,12B)<br />

Amostra (13A,13B)<br />

( - )<br />

( - )<br />

( - )<br />

(+ )<br />

( - )<br />

( - )<br />

( - )<br />

( - )<br />

( + )<br />

( - )<br />

( - )<br />

( - )<br />

( - )<br />

( - )<br />

( + )<br />

( + )<br />

( - )<br />

( - )<br />

Total amostras: 13 13 = 26<br />

Tabela 1- Fungos encontrados em amostras de amendoins coletadas no município de São José dos Campos - SP.<br />

Fonte: próprio autor, 2021.<br />

Figura 3. Amostra positiva 3A<br />

Fonte: próprio autor, 2021.<br />

Figura 5. Amostra positiva 10B.<br />

Fonte: próprio autor, 2021.<br />

fungos nas amostras, mas sim a<br />

liberação da aflatoxina pelos mesmos,<br />

evento que se torna consequência<br />

das contaminações, desta forma<br />

um desdobramento do presente<br />

Figura 4. Amostra positiva 4B.<br />

Fonte: próprio autor, 2021.<br />

Figura 6. Amostra positiva 11A.<br />

Fonte: próprio autor, 2021.<br />

trabalho seria a a identificação e<br />

a quantificação de aflatoxinas nas<br />

amostras, técnicas realizadas com o<br />

auxílio de cromatografia em camada<br />

delgada (CCD) e espectrofotometria,


espectivamente. (COLAKOGLU et<br />

al., 2012).É possível encontrar em<br />

literaturas a descrição que a aflatoxina<br />

B1 é uma das substâncias mais tóxicas<br />

já produzidas por seres microscópico,<br />

desta forma a intoxicação por<br />

aflatoxinas em humanos, através da<br />

ingestão de alimentos contaminados<br />

pelo fungo Aspergillusflavus, tem o<br />

potencial de acarretar prejuízos graves<br />

a população, induzindo quadros<br />

clínicos de alta complexidade, com<br />

prevalência de distúrbios renais e<br />

hepáticos, além de possibilidade de<br />

efeitos teratogênicos, bem como<br />

carcinogênicos e a real possibilidade<br />

de óbito (ANVISA, 2011). Fato que<br />

fortalece a discussão principal do<br />

presente trabalho, que se apoia<br />

na necessidade de maior controle<br />

e fiscalização de alimentos como<br />

o amendoim, que apresentam a<br />

possibilidade de contaminação pelo<br />

fungo. Desta forma o trabalho em<br />

questão alcança o seu objetivo em<br />

demonstrar a real possibilidade de<br />

contaminação pelo consumo de<br />

amendoim, obtido do comércio do<br />

município de São José dos Campos,<br />

bem como induzir a discussão e<br />

salientar a necessidade de maior<br />

atuação dos órgãos pertinentes de<br />

fiscalização atuante no município.<br />

Conclusão<br />

Conclui-se que a possibilidade de<br />

contaminação por fungos Aspergillus<br />

flavus através do consumo de<br />

amendoins, comercializados no<br />

município de São José dos Campos<br />

é real. Desta maneira a necessidade<br />

de maior fiscalização controle e<br />

orientação se faz necessária para<br />

aumentar a segurança da população<br />

que consome o referido alimento.<br />

Referências<br />

BANDE,Y.M; ADAM, N.M; AZNI,Y.JAMAREI, O. Moisture-dependent<br />

physical and compression of bitter melon (Citrulluscolocynthislanatus)<br />

seeds.InternationalJournalofAgriculturalResearch. V.7, p.243-254, 2012.<br />

BARTON, R.C. Diagnóstico laboratorial de aspergilose invasiva: do diagnóstico ao<br />

resultado de predição. Scientifica, 2013.Disponivelem:. Acesso em: 13. Ago. 2017.<br />

BRASIL. Agência Nacional de vigilância SanitáriaClassificação<br />

dos Alimentos para o estabelecimento dos limites máximos de<br />

resíduos ou tolerâncias. Disponível em:<br />

. Acesso em: 2 abr. 2015.<br />

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). RDC7,<br />

de 18 de fevereiro de 2011. Disponível em:.<br />

Acesso em: 3. Set.2014.<br />

CARDOSO FILHO, F. C. et al. Ocorrência de Aspergillus spp.,<br />

Penicillium spp. e aflatoxinas em amostras de farinha de milho<br />

utilizadas no consumo humano, Piauí, Brasil. Arq. Inst. Biol. V. 78,<br />

N. 3, p. 443-447, 2011.<br />

COLAKOGLU, F; DONMEZ, H, H. Efeitos da Aflatoxina no Fígado e<br />

Eficácia Protetora do Glucomanano Esterificado em Ratos Merinos.<br />

ScientificWorld Journal. V.4, N.2, p. 37-46, 2012.<br />

DRUMOND V. L. M. M. Presença de aflatoxinas em arroz e cereais<br />

importados na União Européia – Revisão bibliográfica e análise de<br />

dados RASFF. 2012. 78f.(Dissertação de Mestrado). Universidade<br />

Nova Lisboa, 2012.<br />

KIM, J.K; LIM, H.J; SHIN, D.H;SHIN, E.C.Comparação da qualidade<br />

nutricional eEstabilidade térmica entre o óleo de amendoim e<br />

óleos de fritura comuns.Jornal de química biológica aplicada. V.<br />

58, N. 4, p. 527-532, 2015.<br />

MURUNGA, I; LEBELO, S.L; RHEEDER, J.P; KATERERE, D. R. Ocorrência<br />

natural de aflatoxinas em amendoim e manteiga de amendoim de<br />

Bulawayo, no Zimbabwe.Journal of Food Protection. V. 77, N. 10,<br />

p.1814-1818, 2014.<br />

RAMOS, M.L.G; KONRAD,M.L.F; SILVA,D.E; RIBEIRO, E.M. Diversidade<br />

de fungos micorrízicos e colonização radicular em forrageiras<br />

solteriras e em consórcio com milho.Bioscience Journa. V.28,<br />

p.235-244, 2012.<br />

SAVI, G.D; PIACENTINI, K.C; BITTENCOURT, K.O; SCUSSEL, V.M;<br />

Efeito do tratamento do ozônio sobre a degradação de Fusarium<br />

graminearum e deoxynivalenol e seus efeitos sobre a qualidade<br />

e germinação de grãos de trigo integral (Triticum aestivum L.).<br />

JournalofStoredProductsResearch. V.59, p.245-253, 2014.<br />

WILKIN, J.D; ASHTON I.P; FIELDING L.M;TATHAM, A.S.Estabilidade<br />

de armazenamento de Amendoim inteiro e nibd, convencional e<br />

alto oleico. Arachis hypogeae. V. 7, N. 1, p. 105-113, 2014.<br />

Complemento Normativo - Artigo 1<br />

Referente ao artigo 1<br />

Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />

ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS DE AMENDOINS COMERCIALIZADOS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.<br />

ISO 6478<br />

Peanuts — Specification<br />

Norma publicada em: 12/1990. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Frutas e legumes e seus derivados<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS DE AMENDOINS COMERCIALIZADOS<br />

NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suíça.<br />

https://www.iso.org/standard/12842.html<br />

ISO 16050<br />

Foodstuffs — Determination of aflatoxin B1, and the total<br />

content of aflatoxins B1, B2, G1 and G2 in<br />

cereals, nuts and derived products — High-performance<br />

liquid chromatographic method<br />

Norma publicada em: 09/2003. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Cereais, leguminosas e produtos derivados.<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS DE AMENDOINS COMERCIALIZADOS<br />

NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suíça.<br />

https://www.iso.org/standard/29628.html<br />

DIN EN 17855<br />

Foodstuffs - Minimum performance requirements for<br />

quantitative measurement of the food allergens milk, egg,<br />

peanut, hazelnut, almond, walnut, cashew, pecan nut, brazil<br />

nut, pistachio nut, macadamia nut, wheat, lupine, sesame,<br />

mustard, soy, celery, fish, molluscs, and crustaceans<br />

Projeto de Norma em desenvolvimento<br />

Artigo: ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS DE AMENDOINS COMERCIALIZADOS<br />

NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.<br />

Entidade: DIN.<br />

País de procedência/Região: Alemanha.<br />

https://www.beuth.de/en/draft-standard/din-en-17855/351077717<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

11


Artigo 2<br />

BARRA DE CEREAL VEGANA<br />

DE ORA PRO NOBIS E BAGAÇO DE MALTE<br />

Por: Cleyton Aparecido Gabeloni 1 ,<br />

Henrique Pires Teodoro 1 , Kamile<br />

Manuelli Santos Miguel 1 ,<br />

Maiara Pereira dos Santos1,<br />

Pedro Leonardo Ferreira de Mello1,<br />

Ricardo Kenji Hamada Bendrath1,<br />

Marcos Roberto Ruiz1,<br />

Paulo Roberto da Silva Ribeiro1,<br />

Rafael Rebes Zilliani1.<br />

1Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI “Santo<br />

Paschoal Crepaldi” - Presidente Prudente-SP.<br />

Resumo<br />

As barras proteicas são fontes alternativas e práticas de alimentação saudável devido as suas propriedades<br />

nutritivas, suprindo a necessidade de uma refeição intermediária. O fato de conceder energia rápida ao<br />

metabolismo humano, a torna ideal para o consumo antes e após atividades físicas.<br />

Tendo em vista o alto consumo e o apelo comercial de tais produtos, caracteriza-se por ser de origem vegetal<br />

e sustentável, promovendo o bem-estar nutricional, sendo uma fonte rica em proteínas, fibras e carboidratos.<br />

Para isso, apresentará uma formulação à base de ora pro nobis, bagaço de malte, farinha de semente de<br />

melão, banana nanica, uva passa, melado (ou açúcar mascavo), cacau.<br />

Desta feita, ao concluir a produção da barra de cereal de acordo com a formulação supracitada, o êxito do presente<br />

trabalho se dará ao avaliar a capacidade do produto em conferir os valores nutricionais necessários, empregando<br />

os Princípios da Sustentabilidade e da Economia Circular ao utilizar produtos naturais não convencionais como a<br />

ora pro nobis e outros que serão reaproveitados, como semente de melão e o bagaço de malte.<br />

12<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

Palavras chave: Barra proteica. Nutricional. Ora pro nobis. Bagaço de malte. Semente de melão.


INTRODUÇÃO:<br />

Hodiernamente, a oferta de alimentos<br />

é vasta para o ser humano, todavia,<br />

não reflete necessariamente em uma<br />

alimentação saudável e equilibrada.<br />

O consumo demasiado caracteriza-se<br />

por ser insustentável, a matéria prima<br />

não é reposta na mesma intensidade<br />

de sua extração, o que ocasiona a<br />

degradação ambiental. Percebe-se<br />

que há um alto consumo de alimentos<br />

industrializados, muito calóricos e com<br />

altos teores de aditivos químicos.<br />

Deste modo, a barra de cereal a<br />

ser desenvolvida visa atender à<br />

necessidade corpórea com valores<br />

nutricionais adequados, utilizando<br />

matéria prima sustentável que será<br />

reutilizada, tomando por exemplo<br />

o bagaço do malte da produção<br />

cervejeira e a semente de melão<br />

(extraída da fruta).<br />

A ora pro nobis (considerada uma Planta<br />

Alimentícia Não Convencional - PANC),<br />

detém em sua composição (em uma<br />

porção de 100g), alto teor de proteínas<br />

21g, valor energético de 160kcal, 1,3g<br />

de lipídeos, 17g de carboidratos, 39g<br />

de fibras, 3.128mg de cálcio, 1.900mg<br />

de magnésio, 1,3mg de zinco, 27mg de<br />

ferro, 19,3mg de ácido fólico. (1)<br />

É digno de apreço esclarecer, segundo<br />

a literatura científica, que o bagaço de<br />

malte possui “teores de 29,92% de<br />

hemiceluloses, 21,16% de proteínas,<br />

20,80% de lignina total, 15,99% de<br />

celulose, 8,33% de extrativos e 3,76%<br />

de cinzas”. (2)<br />

Figura 2: Bagaço de malte.<br />

A semente de melão amarelo, por<br />

sua vez, utilizada na forma de farinha<br />

integral, detém “um considerável<br />

valor nutricional, apresentando (em<br />

cada porção de 100g) 19,64g de<br />

proteína; 26,18g de lipídios; 29,31g de<br />

carboidratos; 19,57 de fibra bruta; 3,04g<br />

de cinzas e 2,26g de água (umidade).(3)<br />

100g de melado possui 297 kcal, 22,1%<br />

de umidade, 76,6g carboidrato, 1,3g de<br />

cinzas e não são aplicadas medidas de<br />

fibra alimentar e colesterol, e não contém<br />

proteína, lipídeos e fibras. Quanto aos<br />

minerais, possui cálcio (102mg) e o<br />

magnésio (115mg). (4)<br />

Por conseguinte, a uva passa (a<br />

cada porção de 100g) contém,<br />

segundo a Tabela Nutricional do IBGE,<br />

considerável quantidade de vitamina<br />

A (3,29g), 279 kcal em energia,<br />

proteína (3,07g), Carboidratos<br />

(78,18g) e fibra alimentar (3,7g). (5)<br />

A banana nanica é composta por<br />

nutrientes (porção de 100g), proteínas<br />

(1,4g), lipídios (0,1g), magnésio (28 mg),<br />

potássio (376 mg), fosfato (27 mg), zinco<br />

(02 mg) carboidratos (23,8 g). (6)<br />

O óleo de coco, produto de grande<br />

apelo comercial, possui ácidos graxos,<br />

condizendo com outro ingrediente,<br />

o amendoim, por sua vez rico em<br />

proteínas (25,80g), lipídios (49,24g),<br />

carboidratos (16,13g) para cada<br />

100g de porção. A glucose e o açúcar<br />

mascavo, possuem respectivamente,<br />

0,7g e 0,8g de proteínas; 21,5g e<br />

94,5g de carboidratos; e valores<br />

energéticos de 110kcal e 369 kcal. (7)<br />

Figura 1: Ora pro nobis em moída<br />

Figura 3: Farinha de semente de melão.<br />

O melado de cana (obtido através da<br />

evaporação do caldo de cana), produto<br />

enraizado na cultura de muitos Estados<br />

brasileiros, é encontrado em abundância<br />

e de acordo com a Tabela Brasileira<br />

de Composição de Alimentos – TACO<br />

(UNICAMP, 2011, revisado em 2017) em<br />

Por fim, para agregar ao produto<br />

caráter marcante, será incorporado em<br />

sua formulação o Cacau em pó 100%,<br />

consubstanciando que “há relatos<br />

de que o cacau tem propriedades<br />

antioxidantes e anti-inflamatórias.<br />

Atuando também na diminuição<br />

do LDL-colesterol e na queda da<br />

prevalência e incidência de doenças<br />

cardiovasculares. Isso porque contém<br />

altos níveis de compostos fenólicos.” (8)<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

13


Artigo 2<br />

MATERIAIS E MÉTODOS:<br />

A barra proteica é composta de bagaço<br />

de malte, semente de melão, banana,<br />

uva passa, melado de cana de açúcar<br />

(obtido da evaporação da cana-deaçúcar),<br />

amendoim torrado, cacau em<br />

pó (100%) e açúcar mascavo.<br />

• Análise de proteínas pelo<br />

método de Kjedahl. Executada<br />

por meio de um destilador de<br />

nitrogênio, na qual uma amostra da<br />

barra será analisada para quantificar<br />

as proteínas.<br />

Em uma balança semi- analítica<br />

MARTE UW6200H, pesar o bagaço<br />

de malte previamente desidratado<br />

na estufa de secagem CIENLAB a 60<br />

graus célsius por 48 horas.<br />

Em seguida, adicionar na panela<br />

o bagaço de malte, ora pro nobis,<br />

melado de cana, semente de melão,<br />

óleo de coco, banana, uva passa,<br />

glucose e amendoim. Misturar<br />

até formar uma liga entre os<br />

ingredientes.<br />

Transferir o conteúdo da panela, para uma<br />

forma untada com óleo de coco, assar a<br />

180 graus por 20 minutos.<br />

Figura 4: Análise gravimétrica Velp Scientifica e vidraria Dovil.<br />

• Análise de carboidratos<br />

pelo método de Lane Eynon.<br />

Também é conhecido como<br />

método de Fehling, utilizado<br />

para verificar a quantidade de<br />

carboidratos (reação dos açúcares<br />

redutores) de uma amostra.<br />

Figura 5: Destilador de nitrogênio Velp Scientifica do<br />

Método de Kjedahl<br />

• Análise de extrato etéreo pelo<br />

método de Soxhlet. Utilizado para<br />

obter o teor de lipídios da amostra,<br />

através de solvente orgânico (Hexano)<br />

e que ao entrar em contato com o<br />

produto ocorre a decantação de toda<br />

matéria orgânica da amostra.<br />

14<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

Para o preparo da calda, levar ao<br />

banho maria o óleo de coco, até seu<br />

derretimento, adicionar o cacau em<br />

pó e o açúcar mascavo, misturar bem<br />

para sua homogeneização.<br />

Ato contínuo, cortar e encaminhar a<br />

barra proteica para a forma e aguardar<br />

o resfriamento, após mergulhar os<br />

pedaços na calda de chocolate. Por<br />

fim, prosseguir com as análises:<br />

• Análise sensorial. Empreendida<br />

para interpretar as reações sensoriais<br />

e gustativas na apreciação do<br />

produto finalizado.<br />

Figura 5: Solução de Fehling do método Lane Eynon.<br />

• Análise gravimétrica de<br />

fibras bruta. Realizada para<br />

determinar a quantidade de fibras<br />

brutas (FB). Utiliza ácido sulfúrico<br />

para extrair as fibras da amostra,<br />

determinando a sua porcentagem.<br />

Figura 6: Extrato etéreo pelo Soxhlet (Marconi), com manta<br />

térmica Cienlab e condensador.<br />

RESULTADOS:<br />

A Figura 7 apresenta o produto final.<br />

Figura 7: Barra Proteica.


Uma barra de proteína com produtos<br />

naturais e outros reaproveitados<br />

que tem propriedades nutricionais e<br />

medicinais, além de ser vegana.<br />

Além de tais benefícios, a formulação<br />

final apresenta fácil aceitação quanto<br />

à análise sensorial do público.<br />

Com relação ao valor atribuído para<br />

uma unidade, R$ 2,50 (dois reais e<br />

cinquenta centavos), com a produção<br />

artesanal, sabendo que na escala<br />

industrial seria mais acessível. O valor<br />

foi contabilizado de acordo com o<br />

expresso da Tabela 1.<br />

Tabela 1: Matéria-prima e custos para produção<br />

da barrinha.<br />

Matéria-prima<br />

Valor para<br />

uma<br />

unidade de<br />

30g<br />

(R$) 2,50<br />

Ora pro nobis 0,70<br />

Óleo de coco 0,62<br />

Semente de melão 0,30<br />

Banana 0,06<br />

Uva passa 0,04<br />

Açúcar Mascavo 0,04<br />

Melado de cana 0,18<br />

Cacau em pó 0,43<br />

Glucose 0,05<br />

Amendoim 0,08<br />

Total 2,50<br />

As Figura 8, 9, 10, 11 e 12 são referentes<br />

as análises e apresenta os dados obtidos no<br />

questionário na análise sensorial.<br />

Título do Eixo<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Gostei<br />

muito<br />

Sabor<br />

Gostei<br />

modera<br />

dament<br />

e<br />

Não<br />

gostei<br />

Sabor 18 0 0<br />

Figura 8: Análise sensorial sabor.<br />

Título do Eixo<br />

Figura 9: Análise sensorial odor.<br />

Título do Eixo<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Gostei<br />

muito<br />

Sabor<br />

Gostei<br />

modera<br />

dament<br />

e<br />

Não<br />

gostei<br />

Sabor 18 0 0<br />

Figura 10: Análise sensorial aparência.<br />

Título do Eixo<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Gostei<br />

muito<br />

Gostei<br />

moder<br />

adame<br />

nte<br />

Não<br />

gostei<br />

Aparência 17 1 0<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Aparêcia<br />

Textura<br />

Gostei<br />

muito<br />

Figura 11: Análise sensorial textura.<br />

Gostei<br />

modera<br />

dament<br />

e<br />

Não<br />

gostei<br />

Textura 16 1 0<br />

Título do Eixo<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Gostei<br />

muito<br />

Cor<br />

Figura 12: Análise sensorial cor.<br />

Gostei<br />

moderad<br />

amente<br />

Não<br />

gostei<br />

Cor 15 2 0<br />

Com isso, evidencia-se que o<br />

produto atende ao principal<br />

objetivo, ou seja, fornece uma<br />

escala satisfatória de proteína<br />

vegetal, advinda da ora pro nobis,<br />

semente de melão e bagaço de<br />

malte, totalizando 8,31%. O teor<br />

proteico corresponde com valores<br />

de outras barrinhas do mercado. [9]<br />

O resultado obtido na análise de<br />

carboidratos foi satisfatório, pois<br />

apresenta um teor de 49,82%,<br />

porcentagem que se observa nas<br />

barras proteicas do mercado. Com<br />

relação ao resultado obtido na<br />

análise de fibras (26%), também<br />

foi satisfatório, contendo no<br />

presente trabalho um pouco mais<br />

do que as barras de proteínas<br />

comuns, conforme citação do<br />

parágrafo anterior.<br />

Por fim, o resultado obtido na<br />

análise de extrato etéreo (teor de<br />

lipídeos), totalizando 17,01%.<br />

Sabe-se, outrossim, que é uma<br />

quantidade considerada adequada<br />

para alimentos. [10]<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

15


Artigo 2<br />

CONCLUSÃO:<br />

Após um longo processo de pesquisas,<br />

análises e aprimoramentos, que<br />

apresentou desafios principalmente<br />

no que diz respeito ao equilíbrio que<br />

buscava-se estabelecer entre aroma,<br />

sabor e produtos exclusivamente de<br />

origem vegetal, torna-se válido dizer<br />

que a barra de proteínas desenvolvida<br />

foi satisfatória para o objetivo<br />

estipulado, o que foi comprovado por<br />

meio dos testes tratados nos temas<br />

anteriores. Além disso, o mesmo se<br />

encontra dentro dos parâmetros de<br />

qualidade estabelecidos, levando em<br />

consideração os resultados obtidos nas<br />

análises realizadas.<br />

Dessa forma, a validação final da<br />

formulação desenvolvida para a barra<br />

proteica vegana se completa por meio<br />

de excelente feedback com os 18<br />

(dezoito) alunos de ambas as salas da<br />

turma de técnico em química do SENAI,<br />

que provaram a barra, apresentando<br />

com os dados fornecidos pelos usuários<br />

que participaram da análise sensorial,<br />

comprovando assim, a sua aceitabilidade<br />

diante de seu público-alvo.<br />

REFERÊNCIAS:<br />

[1] PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS: UTILIZAÇÃO<br />

DAS FOLHAS DE “ORA-PRO-NOBIS” (PERESKIA ACULEATA MILL,<br />

CACTACEAE) NO CONSUMO HUMANO. A. F. P. CRUZ, A. SAVICKI, A.<br />

FRENTZEL, I. P. ADAM, L. O. PRADO, L. FRANQUETO, Maria Eugenia<br />

BALBI. Disponível em: Acesso em: 13 de abril de 2022.<br />

[2] CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DO BAGAÇO DE MALTE E<br />

AVALIAÇÃO DO SEU POTENCIAL PARA OBTENÇÃO DE PRODUTOS<br />

DE VALOR AGREGADO. The Journal of Engineering and Exact<br />

Sciences, Viçosa/MG, BR, v. 6, n. 1, p. 0083–0091, 2020. DOI:<br />

10.18540/jcecvl6iss1pp0083-0091. MASSARDI, M. M.; MASSINI,<br />

R. M. M.; SILVA, D. de J Disponível em:<br />

https://periodicos.ufv.br/jcec/article/view/9418. Acesso em:<br />

6 abr. 2022.<br />

[3] CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA FARINHA INTEGRAL DA<br />

SEMENTE DO MELÃO AMARELO (CUCUMIS MELO L.) LIOFILIZADA<br />

reticulatus). Santos, T.B. (IFMA); Ribeiro, M.H.S. (IFMA); Vieira,<br />

M.A. (IFMA); Freitas, A.S. (IFMA); Almeida, E.B. (IFMA) http://<br />

www.abq.org.br/cbq/2017/trabalhos/10/12713-25238.html.<br />

Acesso em: 06 de abril de 2022.<br />

[4] Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO,<br />

UNICAMP, 2011, atualizado em 2017). Disponível em: Acesso em: 06 de abril de 2022.<br />

[5] Tabela Nutricional IBGE. Disponível em: < https://biblioteca.<br />

ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50002.pdf> Acesso em: 11 de<br />

abril de 2022.<br />

[6] Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO,<br />

UNICAMP, 2011, atualizado em 2017). Disponível em: Acesso em: 06 de abril de 2022.<br />

[7] Tabela Nutricional IBGE. Disponível em: < https://biblioteca.<br />

ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50002.pdf> Acesso em: 11 de<br />

abril de 2022.<br />

[8] BENEFÍCIOS FUNCIONAIS DO CACAU (THEOBROMA CACAO)<br />

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GONÇALVES, Caryna Eurich MAZUR. Disponível em: < https://<br />

revistas.ufpr.br/academica/article/view/61915/0> Acesso em:<br />

13 de abril de 2022.<br />

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VAxJmtGqzC-LRA1-UmRpRXgRLIaAnyiEALw_wcB> Acesso em:<br />

15 de maio de 2022.<br />

[10] Alimentos ricos em Lipídeos. Disponível em: <br />

Acesso em: 15 de maio de 2022.<br />

Complemento Normativo - Artigo 2<br />

Referente ao artigo 2<br />

Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />

BARRA DE CEREAL VEGANA DE ORA PRO NOBIS E BAGAÇO DE MALTE<br />

NBR 10004<br />

Resíduos sólidos – Classificação<br />

Norma publicada em: 05/2004. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Resíduos sólidos<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: Barra de Cereal Vegana de Ora Pro Nobis e Bagaço de Malte<br />

Entidade: ABNT<br />

País de procedência/Região: Brasil<br />

https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?Q=V1BmejNuejBUdzkwM2FxZ<br />

09VU2FYWENMVmlSb1NVeVU=<br />

NBR 11161<br />

Grãos — Procedimentos de amostragem<br />

Norma publicada em: 06/2016. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Cereais, legumes e produtos derivados. Processos da indústria alimentícia<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: Barra de Cereal Vegana de Ora Pro Nobis e Bagaço de Malte<br />

Entidade: ABNT<br />

País de procedência/Região: Brasil<br />

https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx ?Q=OFZjQXUzU0psY0lKV 2xEaFlwSlRJdzRsRTJKbXV1NnRmV0xMdVJLMzYwND0=<br />

16<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022


Artigo 3<br />

PIVE: COMO É REALIZADA A PRODUÇÃO<br />

IN VITRO DE EMBRIÕES?<br />

Na última década o Brasil se tornou<br />

referência na produção in vitro de<br />

embriões (PIVE) bovinos. Nos anos<br />

de 2012 e 2013 o país chegou a<br />

ser líder mundial nesse segmento,<br />

tornando-se vanguarda em técnicas<br />

como aspiração folicular orientada por<br />

ultrassonografia transvaginal (OPU)<br />

para obtenção de oócitos (células<br />

reprodutivas da fêmea bovina).<br />

18<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

Países europeus e os Estados Unidos<br />

passaram a investir a mesma técnica<br />

ganhando mais espaço com o passar<br />

dos anos. Atualmente, o Brasil<br />

responde por 34,8% da produção<br />

global dos embriões, sendo ainda uma<br />

fatia importante do mercado.<br />

O que é a PIVE?<br />

A produção in vitro de embriões (PIVE)<br />

é uma técnica de reprodução assistida<br />

que consiste na preparação e co-cultivo<br />

de gametas em ambiente laboratorial<br />

para geração do zigoto, e seu cultivo<br />

até o estádio de desenvolvimento<br />

embrionário desejado.<br />

A técnica contém uma série de<br />

procedimentos integrados, que<br />

vão desde o manejo reprodutivo<br />

das doadoras e receptoras, punção<br />

folicular guiada por ultrassom,<br />

procedimentos no laboratório até a<br />

transferência dos embriões.<br />

A PIVE tem sido muito utilizada para<br />

maior aproveitamento de animais<br />

mais aptos à reprodução. A fêmea em<br />

condições fisiológicas, tem a produção<br />

de até 10 bezerros durante sua vida<br />

produtiva. Por aspiração folicular, são<br />

recuperados, em média, 30 oócitos<br />

viáveis, chegando a 2.880 oócitos<br />

viáveis por ano por animal.<br />

As principais aplicações da PIVE<br />

envolvem:<br />

1. Reprodução assistida de<br />

animais (fêmeas) de alto valor<br />

genético portadores de patologias<br />

reprodutivas adquiridas;<br />

2. Melhoramento genético animal,<br />

ou seja, o aumento da intensidade<br />

de seleção e redução do intervalo<br />

entre gerações;<br />

3. Pesquisa dos processos envolvidos<br />

na fecundação de gametas e no<br />

desenvolvimento embrionário inicial;<br />

4. Possibilidade de formação de<br />

um banco de germoplasma para<br />

conservação de espécies.<br />

Preparação dos gametas<br />

Para que a técnica tenha o resultado<br />

desejado, é necessária a preparação<br />

adequada dos gametas feminino e<br />

masculino, assim como meios de<br />

cultivo e condições favoráveis para que<br />

ocorra a fertilização.


Os oócitos são capturados por meio<br />

de uma aspiração folicular que<br />

pode ocorrer em animais vivos ou já<br />

abatidos. A maturação dos oócitos<br />

envolve uma série de transformações<br />

nucleares, citoplasmáticas e<br />

moleculares que tornam o gameta<br />

feminino apto a ser fecundado.<br />

1 - Preparação da placa de<br />

fecundação<br />

Em uma placa de Petri preparar gotas<br />

de 10 μL de meio de fecundação,<br />

recobrí-las com óleo mineral e<br />

equilibrar em estufa incubadora por<br />

duas horas, antes do início do período<br />

de fecundação.<br />

posição inclinada. Lembrar de retirar<br />

uma pequena amostra de sêmen para<br />

analisar a motilidade e vigor do sêmen<br />

antes da incubação em estufa.<br />

- Manter o tubo Falcon com o sêmen por<br />

1 hora em estufa incubadora nas mesmas<br />

condições da maturação.<br />

Vários laboratórios utilizam o sêmen<br />

congelado. Após descongelamento, é<br />

necessário selecionar espermatozoides<br />

vivos e aptos à fecundação.<br />

O potencial de adquirir a competência<br />

para fecundar é denominada<br />

capacitação espermática. Para isso,<br />

precisa ocorrer uma desestabilização<br />

da membrana plasmática dos<br />

espermatozoides pela remoção de<br />

algumas proteínas, sem modificações<br />

morfológicas, resultando em uma<br />

hiperativação espermática.<br />

Procedimentos para a<br />

fecundação<br />

O material Biotécnicas da Reprodução<br />

em Bovinos, da Embrapa, traz<br />

algumas orientações para a realização<br />

da fecundação in vitro (FIV).<br />

2 - Preparação do Sêmen<br />

Neste momento são empregados<br />

métodos de seleção espermática<br />

para o sucesso da fertilização. O<br />

Swim-up pode melhorar alguns dos<br />

parâmetros relacionados a estrutura<br />

da cromatina do espermatozoide.<br />

Confira o passo a passo do Swim-up:<br />

- Adicionar 1 mL de SPTL em um tubo<br />

de fundo cônico de 15 mL, tampar,<br />

sem vedar, a rosca dos tubos e manter<br />

em estufa incubadora para estabilizar o<br />

meio.<br />

- Descongelar a palheta de sêmen em<br />

banho-maria a 37 ºC por 30 segundos.<br />

Em seguida, verter o conteúdo da<br />

palheta cuidadosamente no fundo<br />

do tubo contendo SPTL e mantê-lo<br />

apoiado dentro de um becker em<br />

- Após 1 hora, remover o sobrenadante<br />

e transferí-lo para um novo tubo Falcon<br />

previamente aquecido.<br />

- Remover uma segunda amostra<br />

de sêmen para analisar motilidade<br />

e vigor.<br />

- Centrifugar o tubo Falcon com o<br />

sêmen por 8 minutos a 1.200 RPM<br />

em centrífuga sorológica.<br />

- Remover o sobrenadante e<br />

ressuspender o pellet com meio<br />

FERT-TALP (previamente equilibrado<br />

na incubadora) para um volume<br />

final de 100 μL.<br />

- Deixar o tubo na incubadora enquanto<br />

se processa a contagem espermática.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

19


Artigo 3<br />

Em seguida, deve ser realizada a<br />

técnica de Percoll. Este método<br />

proporciona maior recuperação de<br />

espermatozoides móveis e com<br />

mais qualidade.<br />

Estes são os procedimentos para<br />

realizar a preparação do Mini Percoll:<br />

- Preparar um tubo cônico com<br />

capacidade de 1,5 mL com gradiente<br />

de Percoll, pela adição de 250 μL de<br />

Percoll 90% e, sobre esta camada,<br />

depositar 250 μL de gradiente Percoll<br />

45%, vagarosamente, de maneira que<br />

as duas camadas não se misturem.<br />

- Equilibrar a temperatura e atmosfera<br />

do gradiente de Percoll em incubadora<br />

por aproximadamente 1 hora antes do<br />

uso.<br />

- Após o descongelamento do<br />

sêmen, o conteúdo da palheta deve<br />

ser depositado sobre as camadas de<br />

Percoll previamente aquecidas (não<br />

deixar o sêmen se misturar com as<br />

camadas de Percoll).<br />

- Centrifugar o tubo em uma<br />

microcentrífuga a 8.000 RPM, por<br />

7 minutos.<br />

Remover o sobrenadante, ressuspender<br />

o pellet com 1 mL de meio FERT e<br />

centrifugar novamente por 5 min,<br />

utilizando a força de 3.200 RPM.<br />

- Remover 60 μL do pellet formado e<br />

transferir para outro eppendorf.<br />

- Transferir 5 μL para eppendorf<br />

contendo 50 μL de meio FERT para<br />

análise de motilidade progressiva.<br />

Após os procedimentos para<br />

descongelamento, deve-se realizar<br />

a contagem espermática e ajuste da<br />

concentração do sêmen:<br />

- Diluir 5 μL da amostra do sêmen em<br />

250 μL de água e homogeneizar bem.<br />

- Contar os espermatozóides em 5<br />

retículos da câmara de Neubauer<br />

para se determinar o volume de meio<br />

FERT-TALP a ser adicionado.<br />

Fecundação in vitro<br />

Após ajuste da concentração espermática<br />

transferir, no máximo 20 oócitos por<br />

gota, adicionar volume espermático<br />

e completar com FERT para volume<br />

final de 50 a 100 μL, de acordo com o<br />

protocolo adotado no laboratório.<br />

- Antes de transferir os oócitos<br />

para gota de fecundação, lavar, ao<br />

menos duas vezes, em meio FERT<br />

previamente equilibrado e aquecido.<br />

- Incubar os oócitos juntamente com<br />

os espermatozóides por um período de<br />

18 a 22 horas, nas mesmas condições<br />

de atmosfera, temperatura e umidade<br />

adotadas para a maturação in vitro.<br />

Desenvolvimento do embrião<br />

O período de desenvolvimento<br />

embrionário pré-implantação é<br />

marcado por importantes eventos,<br />

como clivagem, ativação do genoma<br />

embrionário, compactação dos<br />

blastômeros, diferenciação do<br />

trofoblasto e embrioblasto, formação e<br />

expansão da blastocele e rompimento<br />

da zona pelúcida.<br />

20<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022


Esses fenômenos podem ser afetados de<br />

muitas formas no cultivo in vitro, sendo<br />

o ponto crítico do desenvolvimento a<br />

ativação do genoma embrionário, que se<br />

dá por volta do estádio de 8-16 células.<br />

Desenvolvimento da PIVE no<br />

Brasil<br />

O Brasil é um país bastante competente<br />

no desenvolvimento dessas técnicas.<br />

Somente em 2014, o Brasil produziu<br />

70,8% dos embriões de FIV no mundo.<br />

Daqui em diante, é importante buscar<br />

formas de minimizar as perdas<br />

embrionárias na pré-implantação<br />

uterina, pois apenas 50% dos<br />

embriões transferidos chegam até o<br />

final da gestação.<br />

Produtos relacionados<br />

Estereomicroscópio com zoom<br />

(lançamento)<br />

Micropipetas<br />

Placas de petri<br />

Ponteiras<br />

Câmaras Neubauer<br />

Fontes:<br />

http://cbra.org.br/portal/downloads/publicacoes/rbra/v43/n2/p156-<br />

159%20(RB785).pdf<br />

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/<br />

doc/1015853/1/BiotecnicasparaProducaoem Bovinos.Documentos175.pdf<br />

https://www.revistaespacios.com/a18v39n16/a18v39n16p02.pdf<br />

https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/25076/8/<br />

Influ%C3%AAnciaM%C3%A9todosSele%C3%A7%C3%A3o.pdf<br />

Complemento Normativo - Artigo 3<br />

Referente ao artigo 3<br />

Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />

COMO É REALIZADA A PRODUÇÃO IN VITRO DE EMBRIÕES?<br />

Fonte: Blog Kasvi<br />

ISO 6717<br />

In vitro diagnostic medical devices — Single-use containers for<br />

the collection of specimens from humans other than blood<br />

Norma publicada em: 08/2021. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Sistemas de teste de diagnóstico in vitro<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: PIVE: Como é realizada a produção in vitro de embriões?<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/80907.html<br />

ISO 21151<br />

In vitro diagnostic medical devices — Requirements for<br />

international harmonisation protocols establishing metrological<br />

traceability of values assigned to calibrators and human samples<br />

Norma publicada em: 05/2020. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Sistemas de teste de diagnóstico in vitro<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: PIVE: Como é realizada a produção in vitro de embriões?<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/69985.html<br />

NBR 16075<br />

Diagnóstico de uso in vitro - Competência de laboratórios<br />

e organização de ensaio de avaliação da conformidade de<br />

produtos - Requisitos gerais<br />

Norma publicada em: 08/2012. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Sistemas de ensaio para diagnóstico in vitro<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: PIVE: Como é realizada a produção in vitro de embriões?<br />

Entidade: ABNT<br />

País de procedência/Região: Brasil<br />

https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?Q=T3hOR1dPTl<br />

RtR0xxS3grWkZ6WTNIeDdvN3ZpaVJvUnRYYm04U HRYaHM2ND0=<br />

DIN EN 13532<br />

General requirements for in vitro diagnostic medical<br />

devices for self-testing<br />

Norma publicada em: 08/2002. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: PIVE: Como é realizada a produção in vitro de embriões?<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Alemanha<br />

https://www.beuth.de/en/standard/din-en-13532/44554238<br />

DIN EN 13612<br />

Performance evaluation of in vitro diagnostic medical devices<br />

Norma publicada em: 08/2002. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: PIVE: Como é realizada a produção in vitro de embriões?<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Alemanha<br />

https://www.beuth.de/en/standard/din-en-13612/44554207<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

21


Blog dos Cientistas<br />

BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO (BPL)<br />

Por: Ingrid Ferreira Costa<br />

Resumo<br />

Em qualquer tipo de laboratório,<br />

é importante criar e manter uma<br />

cultura de segurança e de controle<br />

de qualidade. Regras e normas<br />

são utilizadas para isso e elas<br />

são vistas nas Boas Práticas de<br />

Laboratório (BPL).<br />

22<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

De acordo com as normas de<br />

Boas Práticas de Laboratório<br />

(BPL), os princípios de BPL não<br />

produzem qualidades observadas<br />

apenas no resultado final – a<br />

ideia é que promovam um<br />

sistema de qualidade integrado já<br />

inicialmente. Em outras palavras,<br />

além de resultados confiáveis, as<br />

BPLs devem promover segurança<br />

nos procedimentos e processos.<br />

Sendo assim, qual é a importância das<br />

Boas Práticas de Laboratório? Prossiga<br />

com a leitura para descobrir isso e<br />

muito mais!<br />

O que são as Boas Práticas de<br />

Laboratório (BPL)?<br />

“A biossegurança se trata de um<br />

conjunto de ações que previnem e<br />

minimizam os riscos envolvendo<br />

pesquisa, produção e ensino. Ela não<br />

Imagem ilustrativa<br />

preserva apenas a qualidade dos<br />

produtos, mas também a saúde do<br />

trabalhador e das pessoas ao redor.”<br />

As Boas Práticas de Laboratório<br />

(BPL) se tratam de um conjunto de<br />

princípios que regem um sistema<br />

de qualidade. Portanto, esse sistema<br />

abrange o processo organizacional<br />

e as condições nos quais ocorrem os<br />

estudos não-clínicos.<br />

A ideia é que o planejamento,<br />

desenvolvimento, monitoramento,<br />

registro e arquivamento ocorridos no<br />

laboratório sejam feitos da maneira<br />

ideal. Sendo assim, o conceito de<br />

laboratório das Boas Práticas são:<br />

- Instalações de teste, que seriam a<br />

unidade principal;<br />

- Unidades de teste, que seriam as<br />

unidades onde uma ou mais fases de<br />

um estudo são realizadas.<br />

Em síntese, o reconhecimento da<br />

conformidade às Boas Práticas deve<br />

ser solicitado por qualquer instalação<br />

e unidade de teste. Dessa forma, o<br />

processo de reconhecimento ocorre em<br />

cada instalação, considerando a área de<br />

especialidade dos testes realizados ali.


Blog dos Cientistas<br />

Como é o processo de<br />

reconhecimento das Boas<br />

Práticas?<br />

A princípio, o processo de implantação<br />

das Boas Práticas de Laboratório (BPL)<br />

é individualizado e depende de como o<br />

Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)<br />

está sendo construído. Sendo assim, a<br />

garantia da qualidade deve auxiliar os<br />

outros setores nas seguintes etapas de<br />

reconhecimento:<br />

1. Solicitação do reconhecimento<br />

2. Definição do Gestor de Acreditação<br />

(GA)<br />

3. Formação da equipe de inspeção<br />

4. Análise da documentação<br />

5. Inspeção e Auditoria de Estudo<br />

6. Decisão final do reconhecimento<br />

7. Formalização do reconhecimento<br />

Imagem ilustrativa<br />

Quais são os riscos no<br />

laboratório a serem evitados<br />

pelas Boas Práticas?<br />

Primeiramente, a análise de riscos<br />

considera qualquer perigo de<br />

dano, ferimento ou doença. Dessa<br />

forma, podemos classificar os riscos<br />

existentes no laboratório em cinco<br />

categorias:<br />

1. Risco de acidente (por exemplo:<br />

matéria-prima fora de especificação,<br />

armazenamento inadequado, iluminação<br />

excessiva ou insuficiente, manuseio de<br />

substâncias químicas sem equipamentos<br />

de proteção individual, entre outros).<br />

2. Risco ergonômico (por exemplo:<br />

esforço físico intenso, jornadas de<br />

trabalhos prolongadas, repetitividade,<br />

entre outros).<br />

3. Risco físico (por exemplo:<br />

temperaturas extremas – muito calor<br />

ou muito frio, umidade excessiva,<br />

vibrações, entre outros).<br />

4. Risco químico (por exemplo:<br />

manuseio de substâncias químicas sem<br />

equipamentos de proteção individual,<br />

armazenagem incorreta, rotulagem<br />

inadequada, entre outros)<br />

5. Risco biológico (por exemplo:<br />

amostras biológicas, lixo hospitalar,<br />

entre outros). Nesse sentido, esse risco<br />

também pode se dividir em 4 classes (de<br />

baixo risco até elevado risco), e também,<br />

apresenta 4 níveis de contenção.<br />

Propósitos das BPLs: qual é a<br />

importância das Boas Práticas<br />

de Laboratório?<br />

Afinal, qual é a importância das Boas<br />

Práticas de Laboratório? Em síntese, as<br />

normas BPLs se tratam de um sistema de<br />

qualidade na organização, metodologias,<br />

procedimentos e condições de estudo em<br />

laboratório. Dessa forma, os seus Princípios<br />

trazem os seguintes propósitos:<br />

- Promoção de um nível de qualidade<br />

mais elevado e confiável nos estudos<br />

envolvendo produtos químicos,<br />

bioquímicos e biotecnológicos;<br />

- Promoção de maior eficácia nas análises;<br />

- Implementação de um sistema<br />

de controle de qualidade entre<br />

laboratórios (por exemplo, a realização<br />

de ensaios interlaboratoriais e<br />

intralaboratoriais);<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

23


Blog dos Cientistas<br />

- Geração de conhecimentos científicos<br />

com a devida segurança no laboratório;<br />

- Aumento do número de técnicos<br />

qualificados nas áreas laboratoriais;<br />

- Reconhecimento internacional dos<br />

laboratórios brasileiros (por exemplo,<br />

com a acreditação).<br />

24<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

Segurança no laboratório: quais<br />

são as Boas Práticas?<br />

As Boas Práticas de Laboratório<br />

funcionam respeitando diretrizes<br />

básicas na utilização desse tipo<br />

de espaço. Sendo assim, elas são<br />

um conjunto de ações que visam<br />

diminuir os riscos dentro do ambiente<br />

laboratorial – e essas ações se dividem<br />

em diferentes grupos.<br />

Recomendações gerais das normas<br />

BPL<br />

- Realizar uma higienização e<br />

limpeza adequada do ambiente;<br />

- Dispor um manual de biossegurança<br />

no laboratório;<br />

- Identificar e armazenar corretamente<br />

os produtos químicos tóxicos;<br />

- Manter visível e com fácil acesso as<br />

Fichas de Informações de Segurança<br />

de Produtos Químicos (FISPQ);<br />

- Dispor em áreas seguras os<br />

equipamentos de risco;<br />

- Para o armazenamento de itens<br />

pessoais, utilizar armários próprios;<br />

Imagem ilustrativa<br />

- Iluminar bem o ambiente<br />

laboratorial;<br />

- Possuir caixa de primeiros socorros e<br />

pessoal treinado no uso dela;<br />

- Possuir quantidade suficiente de<br />

EPI e EPC no laboratório;<br />

- Evitar comidas, bebidas ou<br />

cosméticos no laboratório;<br />

- Lavar as mãos antes e depois dos<br />

experimentos;<br />

- Utilizar o jaleco apenas no laboratório;<br />

- Utilizar sapato fechado, manter os<br />

cabelos presos e deixar as unhas curtas<br />

e limpas. Evitar colar, anéis, pulseiras,<br />

brincos e piercing no laboratório;<br />

- Sempre usar luvas na manipulação de<br />

materiais potencialmente infectantes;<br />

- Evitar trabalhar sozinho.<br />

Quais são os Equipamentos de<br />

Proteção Individual (EPI) no<br />

laboratório?<br />

Os principais Equipamentos de<br />

Proteção Individual (EPI) no<br />

laboratório são:<br />

- Jaleco;<br />

- Luvas (látex/látex nitrílico, PVC, fibra<br />

de vidro com polietileno reversível, fio<br />

de kevlar, térmicas de nylon e borracha);<br />

- Máscara (PFF1, PFF2, PFF3);<br />

- Touca;<br />

- Óculos de proteção/protetor facial.<br />

Quais são os Equipamentos<br />

de Proteção Coletiva (EPC) no<br />

laboratório?<br />

Os principais Equipamentos de<br />

Proteção Coletiva (EPC) são:<br />

- Chuveiro de emergência;<br />

- Lava olhos;<br />

- Autoclave;<br />

- Cabines de segurança biológica;<br />

- Extintores;<br />

- Kit de derramamento.


Blog dos Cientistas<br />

Como ocorre o processo de<br />

descontaminação?<br />

1. Primeiro vem a limpeza para a<br />

remoção de partículas/material orgânico<br />

2. Depois, a desinfecção para<br />

eliminar todos os microrganismos<br />

3. Por fim, a esterilização por calor<br />

úmido ou seco, por filtração ou por<br />

agentes químicos<br />

Diretrizes básicas: o que é a ISO<br />

17025:2017 e a RDC 512/21?<br />

A norma ISO 17025:2017 é a base para<br />

o sistema de gestão de laboratório,<br />

pois tem o intuito de garantir<br />

que opere de forma competente.<br />

Portanto, ela considera três atividades<br />

laboratoriais: calibração, ensaio e<br />

amostragem seguida de ensaio.<br />

Em outras palavras, ao seguir a ISO<br />

17025:2017, você garante a qualidade<br />

e a confiança nos resultados do seu<br />

laboratório, o que confere aceitação<br />

mundial das suas atividades.<br />

O que é a RDC Nº 512/21?<br />

A RDC 512/21 dispõe sobre as Boas<br />

Práticas para Laboratórios de Controle<br />

Imagem ilustrativa<br />

de Qualidade, apresentando um<br />

regulamento técnico que pode ser<br />

seguido pelos profissionais. Embora,<br />

essa resolução discuta alguns pontos<br />

importantes que são semelhantes<br />

a ABNT ISO/IEC 17025:2017,<br />

não temos discussões sobre os<br />

conceitos de Incerteza de Medição<br />

e Rastreabilidade Metrológica.<br />

Ressaltando que as normativas da<br />

Anvisa são complementares, por<br />

isso, há outros regulamentos que te<br />

auxiliam nesse processo de garantir<br />

às Boas Práticas. Ao final, produza os<br />

documentos e registros das BPLs<br />

Conclusão<br />

Em síntese, o laboratório deve<br />

apresentar os documentos e registros<br />

dos procedimentos operacionais e da<br />

capacitação da equipe. Os documentos<br />

que comprovam a rastreabilidade<br />

dos dados, calibração e qualificação,<br />

não conformidades e métodos<br />

analíticos, por exemplo, também<br />

devem ser apresentados. Portanto,<br />

esses documentos das Boas Práticas<br />

de Laboratório (BPL) podem e serão<br />

solicitados em auditorias internas e<br />

externas. Como resultado, se quer<br />

demonstrar conformidade, você precisa<br />

documentar tudo que fez!<br />

Ingrid Ferreira Costa<br />

Founder & CEO da Biochemie. Bacharel em Química. Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas. Mestrado em Ciências<br />

Farmacêuticas. Especialista em Growth Hacking. MBA em Marketing Estratégico Digital. Auditora Interna na ABNT ISO/IEC<br />

17025:2017. Auditora Externa na ABNT ISO/IEC 17025:2017. Auditora Interna na ABNT ISO/IEC ISO 9001:2015. Auditora Líder na ABNT<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

25


Metrologia<br />

QUANDO VALE A PENA INTERNALIZAR UM<br />

LABORATÓRIO DE METROLOGIA NA SUA EMPRESA?<br />

Por: André Luiz Meira de Oliveira<br />

Quando se compra uma peça para<br />

o carro, um alimento para sua mesa<br />

ou um eletrônico para o dia a dia,<br />

espera-se que eles estejam com as<br />

corretas dimensões, padronizações<br />

e aspectos garantidos de segurança.<br />

Pelo lado do fornecedor, o que<br />

garante que os produtos estão aptos<br />

para a utilização é a combinação<br />

de normas, medições e avaliação<br />

da conformidade. Responsável<br />

pelo controle de qualidade dos<br />

equipamentos e pela confiabilidade<br />

e rastreabilidade da informação, a<br />

metrologia é uma área estratégica<br />

para a indústria, já que assegura que<br />

os produtos que saem estão de acordo<br />

com os parâmetros estabelecidos.<br />

Para indústrias demandantes desse<br />

serviço, uma grande dúvida é se<br />

vale a pena ter um laboratório de<br />

metrologia, visto os custos em adquirir<br />

e manter a infraestrutura. Com o fim<br />

da era do ouro do capitalismo, em<br />

meados da década de 70, a indústria<br />

passou a cortar gastos com o objetivo<br />

de se tornar mais competitiva e<br />

flexível. Neste período, um dos<br />

setores historicamente comprometido<br />

foi a metrologia, incentivando a<br />

terceirização dos laboratórios. É<br />

certo: terceirizar nem sempre é a<br />

resposta errada. Porém, com a falta<br />

da análise metrológica interna,<br />

há possíveis consequências nos<br />

produtos desenvolvidos e produzidos<br />

pela empresa, além da perda das<br />

competências essenciais que podem<br />

proporcionar vantagem competitiva<br />

e agregar valor sob a ótica do cliente.<br />

Como já mencionado, há um custo<br />

elevado em manter um laboratório<br />

interno, tecnologias que podem variar<br />

muitas vezes em custos, sistemas de<br />

gestão, rastreabilidade das medições,<br />

treinamentos de técnicos especialistas,<br />

além de pouca visualização de uso<br />

contínuo. Entretanto, existe um ponto<br />

em que ela se torna economicamente<br />

viável. Com o laboratório montado podese<br />

expandir as atuações da metrologia,<br />

indo além do controle de qualidade final,<br />

inserindo relevante apoio nas fases de<br />

desenvolvimento, controle e na melhoria<br />

contínua dos processos e dos produtos.<br />

26<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022


Metrologia<br />

Comparando-se as vantagens e<br />

desvantagens de ter um laboratório<br />

interno de metrologia, a escolha entre<br />

terceirizar ou internacionalizar torna-se<br />

um caminho sequencial de análise das<br />

variáveis impactam nesta definição.<br />

O primeiro passo é analisar a atual<br />

demanda por serviços laboratoriais.<br />

Certamente se o balanço entre o custo<br />

de terceirização e o de internalização<br />

for vantajoso, não há dúvidas quanto<br />

à manutenção deste laboratório. Um<br />

bom planejamento do laboratório,<br />

com sistemas de medição selecionados<br />

corretamente e a consideração<br />

completa dos custos de operação deve<br />

ser feita neste momento. É um stagegate<br />

mais simples de se obter.<br />

Persistindo as dúvidas, ou se o custo<br />

direto está desvantajoso, parte-se para<br />

análises de valor, com estimativas de<br />

impacto nos negócios, necessidades<br />

de internalização de conhecimento,<br />

facilidade de obtenção de respostas<br />

em curto espaço de tempo, geração<br />

de valor intangível para o cliente e<br />

outros fatores que podem compor<br />

uma matriz de decisão. Leva-se ainda<br />

em consideração a possibilidade de<br />

expandir a abrangência do laboratório<br />

para outras áreas e temas não<br />

pensados inicialmente, aproveitando<br />

todo o potencial do conhecimento<br />

metrológico internalizado.<br />

Claro que a longo prazo essa análise<br />

precisa ser refeita, pois o momento da<br />

empresa pode mudar. Mas respondendo<br />

à interrogação do título, de maneira<br />

geral, vale a pena sim internalizar a<br />

metrologia, cabendo a nós decidirmos<br />

o que e como fazer. A resposta não é<br />

universal, cada indústria é única.<br />

André Luiz Meira de Oliveira<br />

É coordenador da área de Sistemas para Qualidade e Inovação do Centro de Referência em Metrologia e Instrumentação da Fundação CERTI.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

27


Metrologia, Qualidade e Tecnologia<br />

“A IMPORTÂNCIA DO USO CORRETO DE<br />

TERMOS TÉCNICOS”.<br />

Por: Ivo Ázara e Thiago Menegotto - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Inmetro<br />

Contribuir para a utilização da correta<br />

terminologia na área de iluminação,<br />

com base nos termos e definições<br />

adotados internacionalmente, é o<br />

objetivo deste artigo.<br />

A terminologia tem papel<br />

fundamental em qualquer área<br />

do conhecimento, uma vez que<br />

estabelece uma linguagem comum<br />

para comunicação. Termos técnicos<br />

e científicos devem ser claramente<br />

definidos e corretamente utilizados.<br />

Nas áreas de luz e iluminação, a<br />

terminologia é definida e normalizada<br />

pela CIE (Comission Internationale<br />

d’Éclairage) representada no Brasil<br />

pelo CIE-Brasil (Comitê Brasileiro de<br />

Iluminação), sediado no Inmetro. A CIE<br />

é reconhecida pela ISO (International<br />

Standard Organization) e pela IEC<br />

(International Electrotechnical<br />

Commission) como organização<br />

internacional de caráter normativo [1].<br />

A IEC é uma entidade reconhecida<br />

na maioria dos países, inclusive<br />

no Brasil, onde muitas de suas<br />

normas são traduzidas pela ABNT<br />

(Associação Brasileira de Normas<br />

Técnicas) e são designadas como<br />

ABNT NBR IEC. Essas normas têm<br />

o mesmo status das normas ABNT<br />

NBR. A IEC mantém um vocabulário<br />

de termos de diversas áreas no site<br />

da Electropedia [2]. A Electropedia<br />

contém os termos e definições<br />

do Vocabulário Internacional<br />

Eletrotécnico (IEV), que também<br />

consta na série de publicações da IEC<br />

60050. A seção 845 da Electropedia<br />

é dedicada à área de iluminação e<br />

incorpora os termos do Vocabulário<br />

Internacional de Iluminação<br />

(ILV) elaborado pela Comissão<br />

Internacional de Iluminação,<br />

consolidado na publicação CIE S 017<br />

[3] e no E-ILV [4].<br />

Em alguns casos, devido à<br />

semelhança entre as palavras ou até<br />

mesmo entre as definições, acontece<br />

a tradução incorreta e/ou o<br />

uso indevido de alguns termos. Por<br />

exemplo, na norma ABNT NBR IEC<br />

62504:2021 [5], o item 3.26 define<br />

“eficiência luminosa ” como sen-do “quociente<br />

obtido quando o fluxo luminoso<br />

emitido é dividido pela potência<br />

consumida pela fonte”, e a Nota 1<br />

especifica a unidade lm/W. Consta<br />

também a informação “[FONTE:<br />

IEC 60050845:1987, 845.01.55,<br />

modificado …]”. A entrada citada,<br />

845-01.55 corresponde atualmente<br />

à entrada 845-21-089 da<br />

Electropedia, “luminous efficacy<br />

”, definida como<br />

“quotient of the emitted luminous<br />

flux and the power consumed”,<br />

sendo apresentada a tradução para<br />

o português “eficácia luminosa, ”.<br />

28<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022


Metrologia, Qualidade e Tecnologia<br />

Eficiência e eficácia<br />

Tabela 1 Termos da Electropedia contendo a palavra efficacy e as respectivas traduções apresentadas para o português<br />

Quando as normas IEC da área<br />

de iluminação são traduzidas,<br />

ou mesmo quando consultadas<br />

diretamente em inglês, é comum<br />

os termos efficacy e efficiency<br />

serem ambos traduzidos para o<br />

português como eficiência, o que<br />

não é correto, pois correspondem a<br />

conceitos diferentes.<br />

Consultando-se o termo efficacy na<br />

Electropedia, encontram-se diversas<br />

entradas que o contêm, listadas<br />

na tabela 1, com a correspondente<br />

tradução para o português<br />

apresentada na Electropedia. É<br />

interessante notar que todas elas<br />

se referem à área de iluminação<br />

(Lighting / Radiation, quantities and<br />

units), e a unidade é lm . W -1 , exceto<br />

para a entrada 845-26-061, cuja<br />

unidade é W.lm -1 . Nota-se que o uso<br />

do termo efficacy sempre relaciona<br />

Esfera integradora (à esquerda) e goniofotômetro (à direita, do tipo com espelho) são equipamentos que permitem medir o fluxo<br />

luminoso produzido e a potência elétrica consumida por fontes, e, portanto, determinar a sua eficácia luminosa<br />

grandezas da área de iluminação<br />

com unidades diferentes, sendo<br />

lúmen (lm) a unidade de fluxo<br />

luminoso e watt (W) a unidade de<br />

potência, que pode ser potência<br />

óptica do fluxo radiante (na entrada<br />

845-26-061), ou potência elétrica<br />

(nos demais casos).<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

29


Metrologia, Qualidade e Tecnologia<br />

O termo efficiency aparece em uma<br />

grande quantidade de entradas<br />

da Electropedia. Na tabela 2 estão<br />

apresentadas três, sendo uma de<br />

caráter geral e as demais da área<br />

de iluminação. Essas entradas têm<br />

em comum o fato de a unidade ser<br />

1 (nos casos em que a unidade é 1,<br />

é comum se dizer, erroneamente,<br />

que a grandeza não tem unidade).<br />

Muitas vezes o valor da eficiência é<br />

apresentado na forma percentual.<br />

Por exemplo, se o valor de uma<br />

eficiência é 0,80, normalmente é<br />

apresentada como 80 %.<br />

Tabela 2 Exemplos de termos da Electropedia contendo a palavra efficiency e as respectivas traduções apresentadas para o português<br />

Tabela 3 Termos e respectivas traduções para o português, da Electropedia, contendo a palavra yield, referentes à área de iluminação<br />

30<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

Rendimento<br />

A tradução preferencial de yield<br />

para o português é rendimento.<br />

Na Electropedia, pode-se observar<br />

que o seu significado é o mesmo<br />

de efficiency, podendo ser usados<br />

indistintamente, em português, os<br />

termos rendimento e eficiência. A<br />

tradução de yield adotada pela IEC<br />

para o francês é rendement.<br />

Na Electropedia existem apenas<br />

quatro entradas ativas para esse<br />

termo, sendo duas delas da área de<br />

iluminação, apresentadas na tabela 3.<br />

Tanto rendimento quanto eficiência<br />

descrevem a razão entre duas grandezas<br />

de mesma unidade. Por exemplo, a<br />

razão entre dois fluxos luminosos (845-<br />

29-052) ou a razão entre dois fluxos<br />

radiantes (845-24-034).<br />

Conclusões<br />

O termo em inglês efficacy, aplicável<br />

apenas à área de iluminação, deve<br />

ser traduzido para o português como<br />

eficácia. Sua unidade é lm.W -1 ou<br />

W.lm -1 (Tabela 1).<br />

O termo em inglês efficiency deve<br />

ser traduzido como eficiência e sua<br />

unidade é 1. Normalmente a eficiência<br />

é apresentada em forma percentual.<br />

Os termos em inglês efficiency<br />

e yield são equivalentes entre<br />

si e podem ser traduzidos por<br />

eficiência ou rendimento, de acordo<br />

com o mais usual em cada área,<br />

incluindo-se a área de iluminação,<br />

onde, por exemplo, o termo<br />

rendimento óptico é usado em<br />

relação a luminárias com lâmpadas<br />

substituíveis. Como rendimento<br />

e eficiência são equivalentes, a<br />

unidade de rendimento é 1, e a<br />

apresentação é feita normalmente<br />

em forma percentual.<br />

Referências<br />

[1] Página do CIE Brasil na internet, www.inmetro.gov.br/<br />

ciebrasil, acessada em 05/08/2021.<br />

[2] Página da Electropedia na internet, www.electropedia.org,<br />

acessada em 05/08/2021.<br />

[3] Publicação CIE S 017/E – Comission Internationale d’Éclairage<br />

– ILV: International Lighting Vocabulary – 2nd Edition, 2020<br />

[4] Página do Vocabulário Internacional de Iluminação, E-ILV,<br />

www.cie.co.at/e-ilv, acessada em 05/08/2021.<br />

.[5] ABNT NBR IEC 62504:2021 - Iluminação geral - LED e módulos<br />

de LED - Termos e definições<br />

Agradecimento<br />

O coautor Ivo Ázara agradece o apoio do Inmetro através de bolsa<br />

de pesquisa pelo programa Pronametro<br />

O artigo foi publicado previamente na <strong>Revista</strong> Eletricidade<br />

Moderna, Aranda Editora, edição março/abril 2022, páginas<br />

30-33. Disponível em https://issuu.com/aranda_editora/docs/<br />

em_mar_o_2022?fr=sNTA1ODQ0OTEyODM


REALIZAÇÃO<br />

NO DIAS 24 E 25 DE SETEMBRO, NOSSO ENCONTRO<br />

SERÁ ESPECIAL E PRESENCIAL!<br />

LOCAL:<br />

INSCRIÇÕES:<br />

SBMICROBIOLOGIA.ORG.BR<br />

2 4 E 2 5 D E S E T E M B R O


Nanotecnologia<br />

A TECNOLOGIA DE NANOPARTÍCULAS NA<br />

AGRICULTURA<br />

A nanotecnologia é resultado de<br />

inúmeros avanços e surgiu decorrente<br />

da combinação e evolução de diversas<br />

áreas do conhecimento humano,<br />

incluindo a química, a ciência dos<br />

materiais, a biologia, a eletrônica,<br />

a computação e a física. Podemos<br />

afirmar que a nanotecnologia é<br />

um conjunto de atividades ou<br />

mecanismos que ocorrem em uma<br />

escala extremamente pequena,<br />

esses mecanismos estão além da<br />

percepção dos olhos humanos em<br />

uma escala chamada nanométrica.<br />

A necessidade efetiva e promissora<br />

de aumento da produção<br />

agrícola é um grande desafio,<br />

principalmente quando se trata de<br />

um aumento de produção, atrelado<br />

ao desenvolvimento sustentável<br />

sem aumento de área plantada. A<br />

nanotecnologia oferece a perspectiva<br />

de avanços expressivos que<br />

permitirão melhorar a qualidade de<br />

vida preservando o meio ambiente.<br />

Nesse sentido, a nanotecnologia<br />

Escala nanométrica – Fonte: Embrapa Agropecuária<br />

Nanotecnologia aplicada ao manejo agrícola - Fonte: blog.agrointeli.com.br<br />

32<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022


Nanotecnologia<br />

aplicada a agricultura é uma aliada<br />

no desenvolvimento tecnológico<br />

sustentável e eficiente.<br />

O uso de nanopartículas na<br />

agricultura pode ser encontrado em<br />

nanofertilizantes, nanopesticidas e<br />

nanossensores que são algumas das<br />

ferramentas utilizadas atualmente.<br />

A formulação de nanofertilizantes é<br />

uma tecnologia aplicada para garantir<br />

a nutrição equilibrada das culturas<br />

agrícolas, portanto, podem ser<br />

utilizadas nanopartículas de nitrogênio,<br />

fósforo, potássio, bem como outros<br />

micronutrientes que possuem funções<br />

fisiológicas específicas de extrema<br />

importância no metabolismo vegetal.<br />

Um exemplo é o elemento metálico<br />

Magnésio (Mg), componente central<br />

da molécula de clorofila.<br />

Os nanofertilizantes apresentam maior<br />

facilidade de absorção e translocação<br />

A – Molécula da Clorofila a; B – Molécula da Clorofila b.<br />

no sistema vascular dos vegetais,<br />

melhorando o desenvolvimento e<br />

potencializando seu desempenho. Os<br />

nanofertilizantes são formulações, no<br />

todo ou em parte, de nanoestruturas<br />

que podem ser aplicadas em plantas,<br />

permitindo à absorção eficiente e/<br />

ou a liberação lenta de ingredientes<br />

ativos. As propriedades únicas das<br />

nanopartículas podem influenciar as<br />

atividades metabólicas da planta em<br />

diferentes níveis.<br />

A aplicação de nanofertilizantes na<br />

produção agrícola, permite a otimização<br />

do processo e melhor aproveitamento<br />

do produto, que pode estimular e<br />

desencadear reações bioquímicas nas<br />

plantas, essas reações possuem efeito<br />

sinérgico, causando impactos positivos<br />

como aumento da resistência a fatores<br />

bióticos e abióticos, aumento da<br />

produtividade através da potencialização<br />

da fotossíntese, melhor qualidade de<br />

frutos e diversos outros benefícios:<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

33


Nanotecnologia<br />

Melhor aderência dos<br />

micronutrientes nos grânulos de<br />

fertilizantes NPK;<br />

Elimina a segregação dos<br />

micronutrientes;<br />

Maior eficiência nutricional,<br />

possibilitando que as plantas<br />

expressem todo o seu potencial<br />

genético;<br />

Uniformidade e praticidade no<br />

processo de aplicação;<br />

Aumento da produtividade e<br />

rentabilidade ao produtor rural<br />

sem necessidade do aumento de<br />

área plantada.<br />

Nesse contexto, há muitas lacunas<br />

que podem ser preenchidas com<br />

novas formulações tecnológicas, e<br />

uma das alternativas são formulações<br />

nanotecnológicas com elementos<br />

químicos, que podem potencializar o<br />

metabolismo vegetal. Como exemplo,<br />

podemos citar os elementos químicos<br />

Fe, Zn, Cu, Ni, que são classificados<br />

como micronutrientes, por serem<br />

aplicados em pequenas quantidades,<br />

mas, são de extrema importância,<br />

pois possuem funções específicas<br />

essenciais diretamente ligadas à<br />

fotossíntese e consequentemente a<br />

produção final.<br />

Esquema simplificado da fotossíntese - Fonte: Adaptado de https://pt.vecteezy.com.<br />

agricultura, e é uma das apostas<br />

mais promissoras de pesquisa, para<br />

atenuar os problemas de aplicação de<br />

fertilizantes, via foliar (a volatilização<br />

e a lixiviação), bem como auxiliar<br />

no aumento de produtividade das<br />

culturas agrícolas de enorme impacto<br />

econômico na sociedade.<br />

Referências:<br />

CAMPOS, M. M.; GUIMARÃES, M. V. A. F.; FERREIRA, L. J. A.;<br />

ALVARES, L. M. A. R. Estudo da rede de colaboração científica em<br />

nanotecnologia na empresa brasileira de pesquisa agropecuária.<br />

Transinformação, v. 29, n. 1, p. 115-123, 2017.<br />

Nanotecnologia na agricultura: realidade ou tendência? Disponível<br />

em: https://blog.agrointeli.com.br/blog/nanotecnologia-na-<br />

agricultura/. Acesso em Agosto, 2022.<br />

Diagrama mostrando o processo de fotossíntese na planta.<br />

Disponível em: https://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/1972165-<br />

diagrama-mostrando-o-processo-de-fotossintese-na-planta.<br />

Acesso em Agosto, 2022.<br />

HERRMANN, P. S. P.; COLNAGO, L. A.; MATTOSO, L. H. c., CRUVrNEL, P.;<br />

FROMMER, J. NanotechnoIogy and nanosciences, perspectives<br />

and potential applications in agricultura I research. In: CRUVINEL,<br />

P.E.; MASCARENHAS, S.. (Org.). Advanced Studies in Agricultural<br />

Instrumentation. São Carlos: Rima Editora, v. Capo 3, p. 53-74;<br />

2002.<br />

KUZMA, J; VERHAGE, P. Nanotechnology in Agriculture and<br />

Food Production: Anticipated Applications, Woodrow Wilson<br />

International Center for Scholars or The Pew Charitable Trusts,<br />

September, 2006.<br />

TOMA, HENRIQUE E.. Magnetic nanohydrometallurgy: a<br />

nanotechnological approach to elemental sustainability. Green<br />

Chemistry (Print), v. 17, p. 2027-2041, 2015.<br />

U.S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (EPA), STAR Progress<br />

Review Workshop, "Nanotechnology and the Environment:<br />

Applications and Implications", 2002: http://es.epa.gov/ncer/<br />

publications/workshop/nano_proceed.pdf. Acesso em Agosto, 2022.<br />

TAIZ L & ZEIGER. Fisiologia Vegetal. 3° ed. Porto Alegre, Artmed.<br />

559p. 2004.<br />

34<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

A nanotecnologia esta em constante<br />

evolução, sempre com o objetivo<br />

de trazer novos benefícios para<br />

Prof. Dr. Rafael Rebes Zilliani<br />

Químico, Mestre em Fisiologia e Bioquímica Vegetal e Doutor<br />

em Biotecnologia Vegetal, docente do Curso Técnico em<br />

Química do SENAI-SP.<br />

Prof. Dr. Marcos Roberto Ruiz<br />

Químico, Mestre em Química Analítica e Doutor em Ciência<br />

e Tecnologia dos Materiais, docente do Curso Técnico em<br />

Química do SENAI-SP, com atuação no desenvolvimento de<br />

Projetos Inovadores.


Análise de Minerais<br />

EUREKA!<br />

PUBLICADA A NORMA ABNT NBR ISO 12154<br />

DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE POR DESLOCAMENTO<br />

VOLUMÉTRICO - DENSIDADE - ESQUELETO POR<br />

PICNOMETRIA A GÁS.<br />

36<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

“Diz a história que Herão, rei de<br />

Siracusa, contratou um artesão para<br />

fabricar sua coroa com ouro maciço.<br />

Ao ser contratado, o rei ofereceu uma<br />

bela quantia em dinheiro e forneceu<br />

o ouro a ser utilizado na coroa. Após<br />

alguns dias, o artesão entregou ao<br />

rei, a sua tão desejada coroa. Herão<br />

recebeu a coroa, mas desconfiou se o<br />

artesão teria usado todo o ouro que<br />

recebera. Para ter certeza, pediu que<br />

utilizassem uma balança no intuito<br />

de registrar a massa da coroa. Feito<br />

o procedimento, verificou-se que a<br />

massa da coroa era igual àquela do<br />

ouro fornecido pelo rei.<br />

A confirmação da igualdade das<br />

massas não convenceu o rei, que<br />

ainda desconfiava do artesão<br />

em relação à mistura de prata<br />

com o ouro. Diante do impasse<br />

e sem conhecimento adequado<br />

para desvendar o mistério, Herão<br />

contratou Arquimedes e incumbiulhe<br />

de descobrir a verdade sobre<br />

o fato. Arquimedes dedicou-se<br />

exclusivamente ao pedido do rei,<br />

mas não conseguia estabelecer<br />

uma forma de verificar a ocorrência<br />

ou não da fraude.<br />

Certo dia, quando se preparava para<br />

o banho, encheu a banheira de água<br />

e, ao adentrá-la verificou que certa<br />

quantidade de água transbordava.<br />

Em virtude dessa observação, ele<br />

concluiu que teria como verificar<br />

a dúvida do rei. Empolgado com a<br />

possível descoberta, saiu correndo<br />

pelas ruas em direção ao palácio<br />

real, gritando: Eureka! Eureka!, que<br />

em grego significa “descobri”.1<br />

Arquimedes, que viveu no período<br />

antes da Era Comum (287 a.E.C. -<br />

212 a.E.C.), período este também<br />

denominado antes de Cristo, fez uma<br />

das descobertas mais utilizadas em<br />

nossos tempos atuais, a densidade.<br />

A densidade possui inúmeras<br />

aplicações nos nossos dias atuais.<br />

Fraudes em combustíveis (uso de<br />

percentual de álcool na gasolina<br />

superior aos limites estabelecidos<br />

pelos órgãos regulamentadores),<br />

operações industriais para separação<br />

de minerais (separações do mineral<br />

de interesse da ganga por diferença<br />

de densidade), limpeza e separação<br />

de gêneros alimentícios (separação<br />

dos grãos de café e suas cascas) ou<br />

o uso de meios de transporte como<br />

navios e balões a gás.


Análise de Minerais<br />

No entanto, desde que Arquimedes<br />

a densidade seja apenas a densidade<br />

Além disso, o minério ou mineral<br />

saiu gritando “Eureka”, o conceito<br />

de Arquimedes. No caso dos minerais,<br />

não é homogêneo e alguns tipos<br />

de densidade foi ganhando vários<br />

a relação massa sobre volume tem<br />

de minérios ao serem retirados dos<br />

diferentes contornos à medida<br />

nuances muito importantes.<br />

seus locais originais apresentam<br />

que novas aplicações dele foram<br />

uma dilatação de seu volume<br />

surgindo. Inicialmente, surgiu a<br />

Uma significativa questão é que<br />

(habitualmente chamada de<br />

separação entre densidade absoluta<br />

as partículas minerais possuem<br />

grau de empolamento). Outro<br />

e densidade relativa. A densidade<br />

formatos não regulares e ao serem<br />

interferente relevante são os<br />

absoluta é a densidade efetiva da<br />

colocadas em um líquido ou gás para<br />

poros de cada partícula, que<br />

matéria que se está medindo; já a<br />

que seja medida sua densidade por<br />

podem ser comunicantes ou<br />

densidade relativa é a comparação<br />

meio do deslocamento do fluído, esta<br />

não com o fluído que está sendo<br />

entre a densidade de duas matérias<br />

não regularidade de formatos não<br />

utilizado para a determinação da<br />

diferentes e permite definir qual dos<br />

permite o adequado preenchimento<br />

densidade do minério. Baseado<br />

dois possui maior densidade. No<br />

dos espaços entre as partículas. Esta<br />

nesta multiplicidade de variáveis<br />

entanto, quando o conceito chegou<br />

é uma das particularidades mais<br />

e variações, surgiram vários<br />

no mundo da mineração ele ganhou<br />

significativas a serem consideradas<br />

conceitos de densidade. Alguns são<br />

contornos mais complexos.<br />

ao determinar a densidade de um<br />

a densidade a granel, densidade<br />

minério, uma vez que o espaço entre<br />

esquelética ou de esqueleto, peso<br />

Uma partícula mineral possui<br />

as partículas não regulares constitui<br />

específico, densidade real, densidade<br />

peculiaridades que não permitem que<br />

um interferente bastante expressivo.<br />

de polpa etc.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

37


Análise de Minerais<br />

Concomitantemente com a evolução<br />

do conceito de densidade, uma série<br />

de formas foram sendo criadas e<br />

testadas para determinar de forma<br />

cada vez mais precisa a densidade<br />

em cada uma das condições que se<br />

necessitava. Daí surgiram, a medição<br />

em proveta com água, picnômetro de<br />

vidro com água, picnômetro de vidro<br />

com mercúrio, a famosa Balança<br />

Marcy, a densidade calculada a<br />

partir dos minerais compostos, o<br />

picnômetro a gás e com vários tipos<br />

de gás e tantos outros.<br />

Com o passar do tempo, dadas as<br />

inúmeras aplicações do conceito<br />

de densidade, eles foram ficando<br />

mais claros. Manuais, livros e teses<br />

foram sendo escritos e os métodos<br />

de análise foram sendo detalhados<br />

permitindo que estudos fossem<br />

sendo conduzidos trazendo luz<br />

sobre o tema. Normas internacionais<br />

e nacionais colaboraram neste<br />

processo tornando as interfaces<br />

comerciais mais simples e justas.<br />

Mais recentemente, em especial no<br />

mundo do minério de ferro, tornouse<br />

necessário o controle do limite<br />

de umidade da carga para garantir<br />

a segurança da mesma durante o<br />

transporte transoceânico.<br />

“É fato bastante conhecido na<br />

interface comercial que um navio não<br />

pode ser carregado com minério, cujo<br />

percentual de umidade ultrapasse<br />

seu TML (Transportable Moisture<br />

Limit), para não colocar em risco a<br />

estabilidade da embarcação. Caso<br />

ultrapasse este limite, o fornecedor<br />

do minério torna-se juridicamente<br />

responsável por qualquer acidente<br />

ou incidente relacionado à perda de<br />

estabilidade do navio ao longo do<br />

transporte. Desta forma, torna-se<br />

fundamental conhecer e informar<br />

ao comandante do navio tanto a<br />

umidade, quanto o TML do minério<br />

que está sendo embarcado.”2<br />

Para a definição deste importante<br />

item de controle, faz-se necessário<br />

conhecer a densidade do minério<br />

que está sendo embarcado. No<br />

entanto, o IMSBC Code que é o<br />

código regulamentador para a<br />

determinação do TML e do seu modo<br />

de controle durante o embarque do<br />

minério de ferro, não deixa explicito<br />

qual o método para determinação<br />

de umidade deve ser utilizado.<br />

Na prática, ele deixa a critério<br />

da autoridade marítima de cada<br />

país embarcador a validação da<br />

metodologia a ser utilizada.<br />

Para eliminar eventuais conflitos<br />

ou o uso de metodologias não<br />

adequadas, a ABNT – Associação<br />

38<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022


Brasileira de Normas Técnicas por<br />

meio da Comissão de Estudo de<br />

Ensaios Físicos do Comitê Brasileiro<br />

de Minérios de Ferro (ABNT/CB-<br />

041/CE-03) e operacionalizada<br />

através do IBRAM-CONIM – Comitê<br />

para a Normalização na Mineração,<br />

desenvolveu a norma ABNT NBR<br />

ISO 12154 - Determinação da<br />

densidade por deslocamento<br />

volumétrico - Densidade-esqueleto<br />

por picnometria a gás.<br />

Com isto, agora em todo o território<br />

brasileiro fica clara qual a metodologia<br />

e como a mesma deve ser utilizada<br />

para análise de TML. Um passo<br />

importantíssimo alcançado a partir<br />

de muito trabalho dos principais<br />

especialistas brasileiros do tema. Ter<br />

uma norma respalda as empresas<br />

e os laboratórios pois demonstra<br />

tecnicamente qual o procedimento a<br />

ser seguido e evita questionamentos<br />

de partes que desejam tendenciar<br />

para um método que não possui<br />

a robustez técnica para embasar a<br />

análise e a decisão operacional ou<br />

comercial que é tomada com base na<br />

análise realizada.<br />

Agora, portos, laboratórios e<br />

empresas vão trabalhar duro<br />

para se adequar a este novo<br />

procedimento, mas sabem que<br />

após esta adequação, eles estarão<br />

mais tranquilos em relação ao<br />

ensaio de TML e principalmente,<br />

a garantia de nada acontecerá no<br />

transporte de minério ao longo dos<br />

sete mares advindo da ausência de<br />

uma metodologia clara e confiável.<br />

Excelente passo dado pela ABNT.<br />

É junto com as empresas, com os<br />

especialistas e com a sociedade<br />

brasileira como um todo que são<br />

construídas normas de qualidade<br />

que garantem um país cada vez mais<br />

saudável em sua interface comercial.<br />

Referências<br />

1 MARCOS NOÉ PEDRO DA SILVA (Brasil). A descoberta de<br />

Arquimedes: o número pi (?) foi uma das descobertas do grande<br />

matemático e físico Arquimedes. O número pi (?) foi uma<br />

das descobertas do grande matemático e físico Arquimedes.<br />

Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/<br />

a-descoberta-arquimedes.htm. Acesso em: 20 ago. 2022.<br />

2 IBRAM (Brasil). A densidade do minério e a segurança do<br />

transporte marítimo. 2022. Disponível em: https://ibram.org.br/<br />

noticia/a-densidade-do-minerio-e-a-seguranca-do-transportemaritimo/.<br />

Acesso em: 20 ago. 2022.<br />

Eduardo Pimenta de Almeida Melo<br />

Engenheiro Químico, Gerente de Laboratórios da CSN Mineração, MBA em Gestão Empresarial, Pós–Graduado em Gestão de<br />

Laboratórios e Especializado em Data Science. Coordenador da Comissão de Estudos para Amostragem e Preparação de Amostras em<br />

Minério de Ferro para a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.<br />

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/eduardo-melo-16b22722


Logística Laboratorial<br />

TECNOLOGIA A SERVIÇO DA INOVAÇÃO<br />

NO TRANSPORTE<br />

40<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

O mundo evolui todos os dias. E o<br />

transporte de cargas, responsável<br />

direto pelas conexões que geram o<br />

desenvolvimento global, também<br />

precisa acompanhar essa evolução.<br />

Há algum tempo, a tecnologia deixou<br />

de ser considerada um diferencial<br />

competitivo no mercado logístico<br />

e passou a ser um atributo crucial<br />

para a eficiência das operações. Com<br />

consumidores cada vez mais exigentes<br />

em relação aos prazos e benefícios,<br />

as transportadoras que não querem<br />

ficar pelo caminho são pressionadas a<br />

investirem em inovação de processos<br />

e ferramentas de automatização.<br />

Nesse cenário, algumas<br />

transportadoras movidas pelo<br />

desejo de evoluir constantemente<br />

acabaram ganhando destaque por<br />

sua capacidade de inovação.<br />

O Grupo Prime é um operador<br />

logístico especializado em soluções<br />

voltadas para a área da Saúde. Ativo<br />

desde 2005, oferece um atendimento<br />

humanizado no transporte e<br />

armazenagem, com operações<br />

estruturadas e serviços customizados.<br />

O grupo se diferencia no mercado<br />

por se adaptar às necessidades<br />

do cliente com uma equipe de<br />

operações estruturadas, capazes de<br />

O Motorista Rômulo Carvalho<br />

assumiu o comando de um<br />

dos primeiros caminhões<br />

elétricos do Grupo Prime.<br />

desenvolver processos e sistemas<br />

que atendem às mais diversas<br />

demandas logísticas, assim como<br />

prestar suporte legal e fiscal para a<br />

viabilidade da operação.<br />

A estrutura operacional conta<br />

com amplos galpões, localizados<br />

estrategicamente nos estados de<br />

São Paulo, Rio de Janeiro, Minas<br />

Gerais, Goiás, Pernambuco e Santa<br />

Catarina. Além de bem equipadas<br />

e modernas, as unidades possuem<br />

disponibilidade de salas para<br />

clientes abrirem filiais, facilitando o<br />

fluxo fiscal nas expedições.<br />

E um dos principais diferenciais<br />

da empresa no segmento é o forte<br />

investimento em inovação logística<br />

e tecnologias de ponta.<br />

Todas as operações são conectadas<br />

à IoT, com integração sistêmica e<br />

software TMS para a automatização<br />

dos processos. E o setor operacional<br />

ainda conta com sistemas de<br />

roteirização inteligente das entregas,<br />

e gestão Mobile completa.<br />

O Grupo possui alguns veículos<br />

que são equipados com diversos<br />

tipos de sensores para garantir a<br />

segurança do motorista e da carga.<br />

As cabines possuem câmeras de<br />

inteligência artificial com sensores<br />

de gestos e reconhecimento facial<br />

que detectam fadiga, sono e<br />

fumo, acionando um alarme para<br />

evitar acidentes. As câmeras ainda<br />

percebem o uso de aparelhos


Logística Laboratorial<br />

eletrônicos com o veículo em<br />

movimento, e enviam alertas em<br />

casos de furto de combustível.<br />

Durante todo o trajeto da entrega, o<br />

sistema de telemetria recolhe dados<br />

de performance do veículo com<br />

informações precisas em tempo real,<br />

para otimizar a gestão da frota.<br />

Outra importante tecnologia da<br />

frota é o sistema de controle e<br />

monitoramento da temperatura<br />

interna, que garante a integridade<br />

dos materiais com necessidades<br />

especiais de conservação, como os<br />

produtos termolábeis.<br />

O interior dos veículos também conta<br />

com detectores de fumaça antiincêndio<br />

e antifumo. Além disso,<br />

os baús possuem uma plataforma<br />

interna e rampa pneumática de<br />

acesso, para facilitar as operações de<br />

carregamento e descarregamento.<br />

E para garantir a segurança na<br />

estrada, todos os veículos possuem<br />

sistemas de monitoramento com<br />

rastreadores 24h via satélite,<br />

que fornecem informações da<br />

localização em tempo real.<br />

Veículos elétricos abrem<br />

o caminho para um futuro<br />

sustentável<br />

Um relatório apresentado na<br />

Conferência das Nações Unidas sobre<br />

Mudanças Climáticas aponta que a<br />

queima de combustíveis fósseis é<br />

responsável por 70% das irradiações<br />

de CO2 ao redor do mundo. Outro<br />

dado impactante do relatório mostra<br />

que 14% das emissões dos gases<br />

poluentes que causam o efeito estufa<br />

são gerados diretamente pelo setor<br />

de transporte.<br />

Apesar de ser fundamental para<br />

o desenvolvimento econômico<br />

dos países, o setor de transportes<br />

também possui uma grande<br />

responsabilidade com o futuro do<br />

nosso planeta. Por isso, diversas<br />

transportadoras com preocupações<br />

ambientais já iniciaram o processo<br />

de renovação de suas frotas com<br />

veículos movidos à energia elétrica.<br />

Por serem carregados com<br />

baterias, os veículos elétricos<br />

não causam emissão de CO2 na<br />

atmosfera, e ainda geram uma<br />

redução direta de custos para<br />

a operação, principalmente em<br />

momentos de alta valorização da<br />

gasolina. Além de sustentáveis e<br />

econômicos, os veículos elétricos<br />

são extremamente silenciosos,<br />

o que ajuda a reduzir o estresse<br />

causado pelo trânsito.<br />

Pensando em todos esses<br />

benefícios, o Grupo Prime<br />

realizou um investimento em<br />

dois veículos 100% elétricos, do<br />

modelo JAC iEV350T, para reforçar<br />

sua frota e ajudar a promover<br />

a sustentabilidade na logística<br />

nacional. Essa renovação gradual<br />

promete gerar ótimos frutos para<br />

o setor de transporte e logística.<br />

www.grupoprimecargo.com.br<br />

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Tel.: 11 4280-9110<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

41


Em Foco<br />

RESULTADOS MAIS ROBUSTOS DE FORMA<br />

SIMPLES E RÁPIDA<br />

Sabia que é possível reproduzir in vitro características que observamos no in vivo ?<br />

Graças à cultura celular 3D, isso é real! Através<br />

Por isso, nada melhor que ter ferramentas para<br />

os equipamentos e reagentes comuns, você<br />

dessa ferramenta, podemos reproduzir parte do<br />

microambiente encontrado nos organismos vivos,<br />

criando modelos representativos de importantes<br />

características como:<br />

fazer cultura 3D. Na Greiner, te oferecemos 3 formas<br />

de fazer cultura celular 3D e você pode escolher a<br />

que melhor se enquadra em sua necessidade.<br />

pode obter esferoides compatíveis com infinitas<br />

aplicações apenas com a utilização de imãs!<br />

De 5 a 8 de setembro de 2022, estaremos na SBBq<br />

em Águas de Lindóia-SP.<br />

/ A organização celular tridimensional que<br />

permite a interação das células com as demais ao<br />

seu redor e com os componentes produzidos por<br />

elas, como por exemplo a matriz extracelular.<br />

/ A matriz extracelular é composta por diferentes<br />

componentes como colágeno, glicoproteínas e<br />

glicosaminoglicanos. Ela fornece tanto o suporte<br />

estrutural, como também sinais essenciais para a<br />

regulação de atividades celulares de proliferação,<br />

diferenciação e adesão às células.<br />

Insertos para cultura celular ThinCert®<br />

Os insertos celulares, associados às placas<br />

multipoços, criam sistemas com dois<br />

compartimentos onde podemos aplicar<br />

experimentos variados como testes de migração<br />

celular, formação de barreiras epiteliais, cocultura<br />

etc. As membranas de PET com diferentes<br />

tamanhos e densidades de poro podem ser<br />

translúcidas ou transparentes, sendo a base<br />

perfeita para o crescimento celular e compatíveis<br />

com inúmeras análises experimentais.<br />

Venha conhecer o nosso estande e conversar<br />

com nosso time de especialistas sobre as<br />

nossas técnicas de cultura celular 3D. Conte<br />

conosco para fazer a diferença e tornar seus<br />

resultados mais robustos!<br />

Greiner Bio-One<br />

A Greiner AG, sediada em Kremsmünster, Áustria, é mundialmente<br />

reconhecida pelas suas soluções em plástico e espuma. Dividi-se<br />

em três áreas de atuação: a Greiner Packaging produz embalagens<br />

plásticas para os setores alimentícios, de higiene e limpeza e<br />

/ A heterogeneidade é possibilitada pela organização<br />

tridimensional celular, onde conseguimos cultivar<br />

diferentes tipos celulares e reproduzir o microambiente<br />

tecidual encontrado naturalmente.<br />

Produtos CELLSTAR® com superfície repelente<br />

de células<br />

No mundo 3D, não queremos que as células<br />

fiquem aderidas à superfície dos recipientes<br />

plásticos. Para isso, a superfície repelente de células<br />

muitos outros. A NEVEON é líder global na produção de espumas<br />

integradas e flexíveis, compostas de poliuretano com uma ampla<br />

gama de aplicações, desde assentos de carros, aviões até colchões.<br />

A Greiner Bio-One é parceira mundial das áreas de biotecnologia,<br />

dispositivos médicos, institutos de pesquisa e life science.<br />

/ Com o gradiente de camadas, as células ficam<br />

localizadas em diferentes planos e têm acesso<br />

a diferentes gradientes de nutrientes, O2 e pH. A<br />

concentração de O2 e valor do pH são maiores na<br />

possui a tecnologia perfeita para prevenir de forma<br />

efetiva essa adesão. Assim, as células ficam livres<br />

para agregar e formar esferoides e organoides com<br />

uma arquitetura tecidual representativa.<br />

extremidade da estrutura e reduzem em direção<br />

42<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

ao centro. Essa característica é especialmente<br />

importante para os estudos de novos fármacos.<br />

Juntas, essas características tornam a cultura 3D<br />

um modelo mais relevante fisiologicamente para<br />

a realização de testes de novas terapias.<br />

Cultura Celular 3D Magnética - m3D<br />

Com a técnica de magnetização celular e a<br />

formação de esferoides e anéis de células, a<br />

tecnologia m3D da Greiner facilita o seu mundo<br />

3D. De forma rápida, fácil e reprodutível, utilizando<br />

Para mais informações:<br />

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INOVAÇÃO E PRATICIDADE:<br />

CULTURA CELULAR 3D<br />

MAGNÉTICA<br />

Você já conhece nossa tecnologia para Cultura Celular 3D?<br />

Através da magnetização celular com as nanopartículas<br />

biocompatíveis Nanoshuttle-PL é possível formar modelos 3D<br />

in vitro que sejam estrutural e biologicamente representativos.<br />

Além disso, é uma tecnologia exclusiva que permite formar cultura<br />

celular 3D em apenas 24 horas para a maioria dos tipos celulares.<br />

Suas análises otimizadas como você nunca viu.<br />

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Em Foco<br />

COMO LIMPAR O MICROSCÓPIO CORRETAMENTE?<br />

Os microscópios são parte fundamental de<br />

diversos laboratórios. Para aumentar sua vida útil<br />

e mantê-los sempre funcionais, é importante ter<br />

uma rotina de limpeza.<br />

Passo 2: Sempre mantenha a platina do<br />

microscópio limpa e seca. Se houver algum<br />

resíduo de óleo de imersão, limpar com um pano<br />

umedecido com xilol.<br />

Passo 6: Não exagere na quantidade de óleo<br />

de imersão sob as lentes. Na maioria dos casos,<br />

uma gota de aproximadamente 5,0 mm de<br />

diâmetro é suficiente.<br />

44<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

Antes de iniciar, tome cuidado para manter a<br />

ordem de montagem em que se encontram as<br />

lentes e os espaçadores.<br />

Confira nossas dicas:<br />

Passo 1: Após utilizar a objetiva com o óleo de<br />

imersão, limpe com panos especiais para lentes,<br />

como papel de óptica ou papel de filtro.<br />

Passe o papel suavemente somente em um<br />

sentido. Caso o óleo de imersão seque na objetiva,<br />

limpar com álcool-cetona (7:3) ou xilol.<br />

Não utilize solventes em excesso, pois podem<br />

danificar as lentes.<br />

Atenção: Não utilizar substâncias como acetona,<br />

xilol ou álcool para limpar as oculares.<br />

Passo 3: Limpar a superfície do equipamento<br />

com um pano umedecido em água. Não utilizar<br />

álcool, acetona ou qualquer outra substância.<br />

Passo 4: Para limpar as oculares, remova cada<br />

uma com cuidado e cubra os orifícios onde se<br />

encaixam, evitando a exposição à poeira e/ou<br />

sujeiras no prisma durante o procedimento.<br />

Passo 5: Limpe as lentes com uma haste flexível<br />

com ponta de algodão umedecida em água<br />

destilada e, em seguida, seque com algodão.<br />

Cuidado para não tocar nas lentes com os dedos.<br />

Utilizar a pera de insuflação para retirar qualquer<br />

resquício de poeira ou algodão. Monte novamente<br />

a ocular cuidadosamente.<br />

Passo 7: Nunca toque as lentes com as mãos.<br />

Se estiverem sujas, limpe suavemente com um<br />

papel de óptica.<br />

Passo 8: Sempre cubra o equipamento com capa<br />

específica para microscópio. Plásticos convencionais<br />

podem produzir calor excessivo, proporcionando o<br />

crescimento de fungos nas lentes.<br />

Microscópios Kasvi<br />

A Kasvi tem uma linha de miscroscopia completa para<br />

atender laboratórios de diferentes segmentos.<br />

O lançamento mais recente é o Microscópio<br />

Biológico Trinocular Invertido, ideal para<br />

visualização de células vivas em fundos de recipientes.<br />

No Portal da Kasvi você confere todas as informações,<br />

acesse: portal.kasvi.com.br


Em Foco<br />

ELGA VEOLIA LANÇA O PURELAB® DISPENSER<br />

Solução de dosagem e monitoramento para laboratórios modernos<br />

A ELGA VEOLIA, subsidiária do Veolia Water Technologies e especialista em água para laboratório,<br />

traz mais uma novidade ao mercado laboratorial.<br />

A companhia traz para a sua completa gama<br />

de soluções o novo Purelab® Dispenser, uma<br />

soluçãode dosagem e monitoramento para<br />

laboratórios modernos. O equipamento é<br />

projetado para dispensar água de laboratório<br />

para aplicações críticas (ultrapura) e menos<br />

críticas (pura). O dispensador PURELAB®<br />

permite a mais ampla gama de soluções<br />

de dispensação disponíveis no mercado. O<br />

dispensador se adequa a diferentes aplicações,<br />

orçamentos e configurações, oferecendo a<br />

máxima flexibilidade.<br />

• Uma gama de opções de dispensação:<br />

manual, contínua, volumétrica - gota a gota e<br />

dispensação personalizada<br />

• Adaptável às necessidades do laboratório: é<br />

ajustável em altura, possui braço giratório de<br />

até 180 graus, dispensa flexível e fone à prova<br />

d'água IPX7<br />

• Fácil de usar e manter com seu design simples<br />

e navegação intuitiva no menu<br />

• Vencedor do Good Design Award 2021<br />

*Não para todos os produtos<br />

e das indústrias. Com suas três atividades complementares,<br />

Veolia contribui ao desenvolvimento do acesso aos recursos,<br />

à preservação e renovação dos recursos disponíveis.<br />

Em 2021, o grupo Veolia trouxe água potável para 98<br />

milhões de habitantes e saneamento para 67 milhões,<br />

produziu cerca de 45 milhões de megawatt/hora e valorizou<br />

50 milhões de toneladas de resíduos. Veolia Environnement<br />

(Paris Euronext : VIE) realizou em 2019 um faturamento<br />

consolidado de 27,189 bilhões de euros. www.veolia.com<br />

Conheça suas principais características:<br />

• Medição precisa da pureza e volume da água<br />

• Conecta-se ao PURELAB® Chorus 1 (Life<br />

Science/<strong>Analytica</strong>l Research/General Science),<br />

Chorus 1 Complete, Chorus 2+ (RO/EDI/UV &<br />

RO/DI/UV) e Quest<br />

• Design compacto que economiza espaço<br />

valioso no laboratório (Até 4 dispensadores<br />

podem ser conectados juntos*)<br />

Para saber mais sobre essa inovação, assista ao vídeo:<br />

https://youtu.be/yN4ccf7opWs<br />

Sobre a Veolia<br />

O grupo Veolia é a referência mundial em gestão otimizada<br />

dos recursos. Presente nos cinco continentes com quase<br />

179000 assalariados, o Grupo concebe e implementa<br />

soluções para a gestão da água, dos resíduos e da energia,<br />

que fomentam o desenvolvimento sustentável das cidades<br />

Veolia Water Technologies Brasil - Media Relations<br />

Rafaela Rodrigues<br />

Tel. +55 11 3888-8782<br />

rafaela.rodrigues@veolia.com<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022<br />

45


Em Foco<br />

LANÇAMENTO: MIELE LANÇA PACOTE ECONÔMICO DE<br />

LAVADORA DE VIDRARIAS PARA LABORATÓRIOS<br />

A Analitica apresenta o novo pacote de lavadora<br />

de vidrarias da Miele, composto pelo modelo<br />

PG8504 já existente no portfólio e acessórios<br />

inclusos, numa configuração completa, que<br />

atende à demanda de laboratórios pequenos<br />

nas áreas de pesquisas e industriais. O<br />

objetivo é fornecer um equipamento da mais<br />

alta qualidade e tecnologia Miele em uma<br />

configuração enxuta e econômica.<br />

A PG8504 Pacote Básico inclui dois suportes<br />

com 18 bicos injetores cada, para lavagens<br />

de vidrarias como erlenmeyers, garrafas,<br />

provetas, balões e ainda uma base perfurada<br />

para lavagens de béqueres grandes, funis e<br />

tampas. Esse pacote promocional é modular,<br />

permitindo up-grades e instalação de<br />

novos acessórios. Oferece limpeza eficiente,<br />

confiabilidade, consistência e flexibilidade<br />

máximas para atender às rigorosas demandas<br />

analíticas dos laboratórios modernos. Sistema<br />

modular, permite up-grade e instalação de<br />

novos acessórios<br />

A PG8504 Pacote Básico possui câmara externa<br />

e interna totalmente em aço 304/316 e soldas<br />

laser, com cantos arredondados que previne<br />

acúmulo de resíduos e contaminações, para<br />

máxima robustez, e precisão nas lavagens.<br />

Possui programas internos com ciclos<br />

programáveis e controles inteligentes para<br />

remoção da maioria dos resíduos. Os racks,<br />

cestos e acessórios aumentam a produtividade<br />

e eficiência dos ciclos de lavagens.<br />

Há opção de oferta com uma bomba adicional<br />

para enxágue com água desmineralizada a partir<br />

de um barrilete.<br />

O sistema de secagem passiva EcoDry é<br />

econômico e eficiente. Neste sistema, no final<br />

do programa e após a temperatura decair abaixo<br />

de 70 °C na cuba, a porta abre automaticamente,<br />

retirando a umidade residual para fora da cuba,<br />

acelerando o processo de secagem.<br />

No quesito de segurança a Miele excede as<br />

expectativas: possui controle da pressão de<br />

lavagem e também do braço de lavagem a fim<br />

de prevenir quebras dos materiais e promover<br />

maior economia de água e energia. Para o<br />

fechamento da porta, basta um ligeiro toque<br />

entre a porta e a máquina e a porta fechase<br />

automaticamente. Há ainda sensores que<br />

previnem inundações e vazamentos, com<br />

emissão de avisos e mensagens de erros.<br />

Para mais informações sobre esta nova<br />

configuração não hesite em nos contatar!<br />

46<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2022


Lavadora Miele Professional PG8504<br />

PACOTE BÁSICO<br />

Procurando uma lavadora de vidrarias ECONÔMICA,<br />

SEGURA e EFICIENTE para o seu laboratório?<br />

Sua busca acabou!<br />

· Lavadora PG8504 com kit de acessórios básicos para lavagens de béqueres,<br />

funis, tampas, erlenmeyers, garrafas e provetas.<br />

· Capacidade de up-grade para uso com outros acessórios.<br />

· Qualidade Miele a um custo acessível.<br />

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