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Serial Killers - Anatomia do Mal_ Entre na - Harold Schechter

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assassinatos mais horríveis recebem muito menos atenção da grande mídia

– e muitas vezes também da polícia – quando as vítimas são pessoas de cor.

De fato, alguns serial killers contaram com esse fato para escapar

impunes de seus crimes. Na década de 1920, por exemplo, o pedófilo

canibal Albert Fish rondava as favelas do centro da cidade porque sabia que

a polícia não se esforçaria para investigar o desaparecimento de crianças

negras. Mais recentemente, Jeffrey Dahmer atacou principalmente jovens

afro-americanos e asiáticos pelo mesmo motivo. A descoberta das

atrocidades de Dahmer desencadeou grandes protestos entre os negros e

asiáticos de Milwauke, indignados com o racismo percebido do

departamento de polícia da cidade.

Fish e Dahmer podem estar explorando os preconceitos predominantes

da sociedade, mas seus crimes foram motivados por extrema depravação

sexual, não racismo. O caso tem sido diferente com uma pequena minoria

de assassinos em série. O final dos anos 1970 e o início dos anos 1980, em

particular, foram um período de expansão para assassinatos em série

baseados em raça, quando um punhado de autodenominados “guerreiros

arianos” lançou cruzadas homicidas contra minorias. Em Cleveland, um

travesti nazista chamado Frank Spisak matou um homem negro e dois

brancos que ele acreditava serem judeus. No oeste do estado de Nova York,

o supremacista branco Joseph Christopher caçou e assassinou uma dúzia de

afro-americanos durante um período de três meses (cortando os corações de

duas de suas vítimas), enquanto Joseph Franklin, adorador de Hitler,

percorria de estado em estado, massacrando negros, judeus e casais

interraciais — mais de treze vítimas ao todo.

É claro que o assassinato em série de inspiração racial (como a variedade

com motivação sexual) não é estritamente um fenômeno branco. No início

da década de 1970, um grupo dissidente muçulmano negro conhecido como

“Anjos da Morte” exigia que membros em potencial provassem seu zelo

matando pessoas brancas e tirando Polaroids de seus cadáveres. Os

assassinatos “Zebra” de São Francisco (assim chamados porque as vítimas

eram brancas e os perpetradores negros) foram o resultado horrível: quinze

homens e mulheres mortos em seis meses. Alguns anos depois, a área de

Chicago era a cena de uma série semelhante de assassinatos aleatórios.

Chamando a si mesmos de “De Mau Mau”, os culpados eram um grupo de

veteranos negros do Vietnã que desabafavam sua raiva contra a sociedade

branca matando dez pessoas, incluindo duas famílias inteiras.

Os assassinatos de crianças em Atlanta

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