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Serial Killers - Anatomia do Mal_ Entre na - Harold Schechter

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A polícia podia não ter muitas pistas conclusivas, mas havia uma coisa

que não faltava: possíveis suspeitos. Ao todo, eles compilaram uma lista de

cerca de 1.300 nomes. Um deles era um pintor de caminhões, Gary

Ridgeway, que havia sido visto com algumas das vítimas. Ele também tinha

um problema em manter as mãos longe da garganta das mulheres. Uma vez

ele tentou estrangular uma prostituta e outra vez tentou o mesmo com sua

esposa. A polícia suspeitou dele o suficiente para pedir que ele fizesse um

teste no detector de mentiras. Ridgeway concordou e passou no teste não

uma, mas duas vezes. Ele estava fora do gancho, pelo menos nos próximos

quinze anos ou mais.

De alguns dos cadáveres, os investigadores conseguiram coletar

amostras de sêmen, mas eram minúsculas – pequenas demais para a ciência

forense dos anos 1980 produzir qualquer resultado útil. Em 2001, no

entanto, a situação mudou. A tecnologia aprimorada tornou possível

analisar amostras tão pequenas, e o sêmen encontrado em três das vítimas

correspondia ao DNA da saliva retirada de Ridgeway.

Em novembro de 2001, a polícia prendeu o pintor de 52 anos, quase

vinte anos após a última vítima conhecida ter sido assassinada. Para escapar

da pena de morte, ele concordou em cooperar, fornecendo à polícia

informações sobre outros assassinatos que eles não conheciam, um deles

cometido ainda em 1996. Em seu julgamento, ele confessou quarenta e oito

assassinatos, mas poderia ter havido mais — talvez até sessenta. O

problema era que, depois de tantos anos, Ridgeway tinha problemas para se

lembrar.

Como ele disse aos investigadores: “Matei tantas mulheres que tenho

dificuldade em mantê-las em ordem”.

U PBRING

É comum descrever uma infância especialmente dura e carente como

“dickensiana” – mas no caso de assassinos em série, esse adjetivo é

totalmente inadequado. Comparado com a infância da maioria dos serial

killers, os primeiros anos de Oliver Twist em um asilo vitoriano parecem

férias prolongadas na Disneylândia.

Albert “Boston Strangler” DeSalvo foi criado por um pai monstruoso

que gostava de levar prostitutas para casa, fodê-las na frente das crianças e

depois espancar selvagemente sua esposa quando ela reclamava. Uma das

memórias de infância mais vívidas de DeSalvo foi ver seu pai quebrar todos

os dentes de sua mãe, depois quebrar seus dedos um por um enquanto ela

estava esparramada embaixo da pia da cozinha. O próprio DeSalvo não

apenas recebeu surras regulares e cruéis com um cano de chumbo, mas,

junto com suas duas irmãs, foi vendido como escravo. Um conhecido do

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