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Entrevista: Presidente da Cogen fala sobre o mercado de cogeração de energia<br />

EFICIÊNCIA<br />

COM ECONOMIA<br />

CALDEIRAS PARA BIOMASSA<br />

OFERECEM DIMINUIÇÃO DE<br />

CUSTOS E MAIOR ENERGIA<br />

INVESTIMENTO<br />

FÁBRICA PASSA A OPERAR<br />

COM ENERGIA RENOVÁVEL<br />

INOVAÇÃO<br />

PESQUISADORES PRODUZEM BIOGÁS A PARTIR<br />

DO BAGAÇO DA MAÇÃ


SUMÁRIO<br />

06 | EDITORIAL<br />

Equipamento para biomassa<br />

08 | CARTAS<br />

10 | NOTAS<br />

20 | ENTREVISTA<br />

26 | PRINCIPAL<br />

32 | DESCARBONIZAÇÃO<br />

Carbono neutro - a busca da sustentabilidade<br />

36 | INOVAÇÃO<br />

Biogás do bagaço de maçã<br />

40 | INVESTIMENTO<br />

Energia verde<br />

46 | ENERGIA<br />

50 | ARTIGO<br />

56 | AGENDA<br />

58 | OPINIÃO<br />

Investimentos em data centers<br />

hyperscale na América Latina<br />

04 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EDITORIAL<br />

Na capa desta edição, a TERMOBIO<br />

mostra o equipamento projetado<br />

para queima também de resíduos da<br />

biomassa, cascas e serragem com alto<br />

grau de umidade<br />

EQUIPAMENTO<br />

PARA BIOMASSA<br />

A<br />

primeira edição de 2023 da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS traz uma reportagem especial sobre<br />

a TERMOBIO Engenharia Industrial, empresa que vem se destacando na comercialização de<br />

caldeiras apropriadas para queima do resíduo de biomassa da indústria madeireira e florestal.<br />

A nova edição também apresenta o resultado de pesquisas desenvolvidas em universidades<br />

paulistas que resultou na geração de biogás a partir de bagaço de maçã e sobre a geração de energia<br />

renovável, com biomassa de eucalipto, para o processo produtivo na maior fábrica de sabão em pó do<br />

mundo. A entrevista é com o presidente executivo da Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de<br />

Energia), Newton Duarte. Desejamos a todos uma ótima leitura e um feliz 2023.<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO X - EDIÇÃO 55 - FEVEREIRO 2023<br />

Diretor Comercial<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />

Diretor Executivo<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />

Redação<br />

Gisele Rossi<br />

(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />

Dep. de Criação<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira<br />

(criacao@revistareferencia.com.br)<br />

Mídias Sociais<br />

Cainan Lucas<br />

Representante Comercial<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Dep. Comercial<br />

Gerson Penkal - Carlos Augusto<br />

(comercial@revistabiomais.com.br)<br />

Fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Dep. de Assinaturas<br />

(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora<br />

Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />

www.jotaeditora.com.br<br />

Veículo filiado a:<br />

A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e<br />

independente, dirigida aos produtores e consumidores de<br />

energias limpas e alternativas, produtores de resíduos para<br />

geração e cogeração de energia, instituições de pesquisa,<br />

estudantes universitários, órgãos governamentais, ONG’s,<br />

entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS não se<br />

responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes<br />

materiais de responsabilidade de seus autores. A utilização,<br />

reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados,<br />

sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras<br />

criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são terminantemente<br />

proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

06 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CARTAS<br />

100<br />

95<br />

ERRATA<br />

Ops!<br />

Na entrevista da última edição número 54 (dezembro de 2022) foi publicada de forma<br />

equivocada o nome do entrevistado. Roberto Véras é o nome do diretor de sustentabilidade da<br />

ComBio Energia, e não Rodrigo Véras. Pedimos desculpas pelo ocorrido e tomamos a providência<br />

interna para garantir que o mesmo não mais ocorra.<br />

Foto: divulgação<br />

75<br />

25<br />

5<br />

0<br />

ENERGIA EÓLICA<br />

Extraordinário como vem crescendo em grande massa a energia eólica, trazendo inúmeros benefícios para o meio<br />

ambiente e para nossa vida.<br />

Karine Baggio –Petrópolis (RJ)<br />

PRÊMIO REFERÊNCIA DO ANO<br />

Evento perfeito, desde a organização, a transmissão, tudo! Só quem acompanha entende, conhecimento que quase<br />

nenhum lugar proporciona.<br />

Samuel Mauli – Curitiba (PR)<br />

NOVOS MERCADOS<br />

A Revista REFERÊNCIA BIOMAIS sempre surpreendendo com as matérias principais, a<br />

desse mês então! Trazendo muita informação boa e tranquilidade para o setor.<br />

Ian Cesar – Anápolis (GO)<br />

Foto: divulgação<br />

www.revistabiomais.com.br<br />

na<br />

mí<br />

energia<br />

biomassa<br />

dia informação<br />

@revistabiomais<br />

/revistabiomais<br />

100<br />

95<br />

75<br />

Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />

25<br />

5<br />

08 www.REVISTABIOMAIS.com.br<br />

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NOTAS<br />

ENCONTRO AMPLIA DEBATE<br />

SOBRE PAPEL DA FONTE SOLAR<br />

Representantes da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) se reuniram, no início de<br />

fevereiro, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir ações que podem ampliar a utilização da<br />

energia fotovoltaica, que pode ser uma ferramenta estratégica para a transação energética e o combate à crise climática.<br />

Entre os assuntos tratados durante o encontro, o destaque foi para o potencial de desenvolvimento de um<br />

mercado competitivo de H2V (hidrogênio verde) no Brasil, que pode ajudar a posicionar o país como protagonista<br />

mundial na geopolítica de transição energética com este combustível limpo, que é produzido a partir de fontes<br />

renováveis, como solar e eólica. Ainda durante a reunião, a ABSOLAR também recomendou a inclusão da fonte solar<br />

fotovoltaica como alavanca para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil, em especial com<br />

a oportunidade de uso da tecnologia na habitação de interesse social, como casas populares do programa: Minha<br />

Casa, Minha Vida; bem como, em escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias, bibliotecas, museus, parques, etc.<br />

Fundada em 2013, a ABSOLAR congrega empresas e profissionais de toda a cadeia produtiva do setor solar<br />

fotovoltaico com atuação no Brasil, tanto nas áreas de geração distribuída quanto de geração centralizada, representando<br />

o setor fotovoltaico brasileiro internacionalmente.<br />

MAIS APOIO<br />

No caso das grandes usinas solares, a associação propôs um maior protagonismo da fonte solar nas contratações<br />

de leilões de energia elétrica do governo federal, já que a energia solar é mais competitiva no país e ajuda<br />

na redução da conta de luz da população. “Para o Brasil se tornar a potência sustentável que se almeja, é preciso<br />

inverter a lógica de políticas públicas no setor de energia: diminuir subsídios, incentivos e desonerações às fontes<br />

fósseis e aumentar o apoio às fontes limpas e renováveis, bem como, às novas tecnologias de armazenamento<br />

energético e o próprio H2V. É nesta direção que o mundo caminha e é isso que a sociedade brasileira e a comunidade<br />

internacional esperam de nossos líderes”, comentou Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR.<br />

“O maior apoio às fontes renováveis também pode impulsionar o processo da chamada reindustrialização verde,<br />

atraindo novas fábricas para o Brasil, com mais capital estrangeiro, novas oportunidades de negócios e novas<br />

tecnologias”, acrescenta Sauaia.<br />

Foto: divulgação<br />

10 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

PROJETOS SUSTENTÁVEIS NA REGIÃO<br />

AMAZÔNICA<br />

Com objetivo de finalizar a implantação de usinas termelétricas para geração de energia renovável no Estado<br />

de Roraima, a BBF (Brasil BioFuels), empresa de soluções renováveis e a maior produtora de palma de óleo da<br />

América Latina, concluiu a captação de R$ 133,4 milhões por meio de emissão de debêntures. “Estamos captando<br />

investimentos e trazendo parceiros para um projeto completamente sustentável, que une descarbonização da<br />

Amazônia e desenvolvimento socioeconômico da região com foco em geração de emprego e renda no norte do<br />

país”, destaca Milton Steagall, CEO do Grupo BBF. A empresa foi uma das pioneiras em oferecer soluções de energia<br />

renováveis para os sistemas isolados – regiões não interligadas ao Sistema Elétrico Nacional e se consolidou com<br />

uma das maiores geradoras de energia elétrica para este setor.<br />

Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), no Brasil, há atualmente 212 sistemas isolados, a<br />

maior parte deles na região norte, que dependem majoritariamente de termelétricas a diesel. “Acreditamos em<br />

usar tecnologia para criar alternativas que utilizem recursos disponíveis na região, produzindo biocombustíveis e<br />

eliminando o diesel fóssil da Amazônia”, acrescenta Steagall.<br />

A BBF produz biocombustíveis e biomassa a partir da palma de óleo cultivada em plantio próprio. A empresa<br />

possui usina para produção de biodiesel em Rondônia e, até 2025, vai inaugurar a primeira biorrefinaria do país<br />

na Zona Franca de Manaus, para produção do HVO (Diesel Verde) e SAF (Combustível Sustentável de Aviação). O<br />

biodiesel produzido a partir do óleo de palma é uma alternativa sustentável para substituir o Diesel S500, por não<br />

conter enxofre, não emitir substância cancerígena, além de reduzir em até 94% a emissão de CO2. A companhia<br />

possui 25 usinas termelétricas em operação e outras 13 em fase de implementação na região norte, que atendem<br />

atualmente cerca 140 mil consumidores e proporcionam a retirada de mais de 106 milhões de litros de diesel fóssil<br />

anualmente, contribuindo para a redução de chuva ácida, fenômeno que incide sobre a floresta amazônica por<br />

conta do uso de diesel fóssil e impacta de forma crítica todo o bioma da floresta.<br />

Foto: divulgação<br />

12 www.REVISTABIOMAIS.com.br


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o ano de 1957. Com equipe especializada, presta serviços como start up das<br />

plantas, montagem mecânica, elétrica, pneumática e automação, treinamento<br />

de funcionários e assistência técnica, fornecendo a solução Turnkey.<br />

Além do know-how próprio, é lastreada em tecnologia europeia, que está<br />

preparada para o mercado competitivo com grande qualidade e inovação, dessa<br />

forma, destaca-se entre as empresas líderes do setor no Brasil.<br />

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NOTAS<br />

EMPRESA CRESCE 80%<br />

A distribuidora de equipamentos fotovoltaicos Win Solar, pertencente ao Grupo All Nations,<br />

viu a comercialização dos chamados kits solares para telhados de residências e empresas crescerem<br />

acima da média de mercado em 2022, em torno de 70%, e atingiram um aumento de<br />

80% no faturamento em comparação com o exercício anterior.<br />

Com 160 MW (megawatts) comercializados em kits solares, o aumento nas vendas de<br />

equipamentos foi impulsionado, principalmente, pela corrida dos consumidores para garantir<br />

condições mais favoráveis previstas no marco legal da geração distribuída, que tinha uma data<br />

limite de 7 de janeiro deste ano para a isenção das novas cobranças que entraram em vigor.<br />

O ano de 2022 foi apelidado de corrida do ouro no setor de energia solar, já que a Lei<br />

14300/2022 garante até 2045 a manutenção das regras atuais aos consumidores que protocolaram<br />

o pedido de acesso do sistema fotovoltaico até o início de 2023.<br />

Segundo Camila Nascimento, diretora da WIN Solar, a empresa espera dobrar o volume de<br />

vendas até o final deste ano em comparação com o resultado de 2022. “A geração própria de<br />

energia solar seguirá crescendo a passos largos, mesmo com as cobranças gradativas da nova<br />

lei”, comenta Camila. De acordo com ela, mesmo após o corte do incentivo, investir em energia<br />

fotovoltaica ainda continua sendo bom negócio.<br />

“A tecnologia fotovoltaica continua bastante atrativa, já que o preço dos equipamentos cai<br />

de forma significativa no mercado internacional e há oferta crescente de crédito para financiamento<br />

de projetos, que troca o valor economizado na conta de luz pela parcela da prestação,<br />

eliminando assim quaisquer necessidades de recursos próprios para a instalação de painéis<br />

solares”, acrescenta Camila.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

ACRE VAI QUANTIFICAR ESTOQUE<br />

DE CARBONO ACIMA DO SOLO<br />

O governo do Estado do Acre, por meio da CDSA (Companhia de Desenvolvimento<br />

de Serviços Ambientais), firmou parceria com o JBRJ (Instituto de<br />

Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro) e o IPAM (Instituto de Pesquisas da<br />

Amazônia) no último mês de dezembro para execução do Projeto Biomassa &<br />

Carbono. O projeto tem como base a aplicação de estudos realizados pela equipe<br />

de pesquisadores e estudantes do Jardim Botânico. Os estudiosos desenvolveram<br />

um método para quantificar o estoque de carbono acima do solo. Com<br />

base nessa metodologia, o governo do Acre pretende qualificar as informações<br />

sobre os ativos florestais e da biodiversidade nas UCs (unidades de conservação)<br />

do Estado. Este é um projeto piloto e representa mais um compromisso no<br />

enfrentamento da emergência climática. “Celebramos essa importante relação<br />

com a missão de somar esforços para uma Amazônia ambientalmente saudável,<br />

economicamente próspera e socialmente justa. Acreditamos que a produção<br />

de conhecimento, implementação de iniciativas locais e influência em políticas<br />

públicas, irá impactar o desenvolvimento econômico, a igualdade social e a<br />

preservação do meio ambiente e, assim, gerar oportunidades de investimento<br />

e conectar mercados de serviços ambientais e do agronegócio para o desenvolvimento<br />

econômico de baixas emissões do Estado do Acre”, salientou Eugênio<br />

Pantoja, diretor do IPAM.<br />

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Máquinas e equipamentos<br />

para a indústria de<br />

PELLETS DE BIOMASSA<br />

•Capacidade de produção<br />

acima de 1.5 TPH


NOTAS<br />

ENERGIA PRÓPRIA<br />

O Paraná se tornou o quarto Estado do país a superar a marca de 1,5 GW (gigawatt) de capacidade em geração própria<br />

de energia elétrica, também conhecida como GD (Geração Distribuída). O Paraná se junta a Minas Gerais, atualmente com<br />

2,3 GW, São Paulo, com 2 GW, e Rio Grande do Sul, com 1,7 GW, na capacidade em geração própria de energia. Os sistemas<br />

de geração própria de energia estão presentes em todos os 399 municípios paranaenses, sendo Maringá a cidade com<br />

maior volume de potência instalada (73,1 MW), seguida por Foz do Iguaçu (72,8 MW) e Londrina (56,3 MW). Em pouco<br />

mais de um ano, o Paraná dobrou sua capacidade de geração própria de energia, passando de 750 MW em setembro de<br />

2021, para 1,5 GW no começo de fevereiro desse ano. “2022 é o ano da geração própria de energia no Brasil, como já era<br />

previsto, pois presenciamos uma aceleração sem precedentes nesse segmento. Neste ano, o Paraná se consolidou entre<br />

as regiões que mais crescem no segmento e evoluiu muito, em especial nos últimos dois meses, quando passou de 1 GW,<br />

para 1,5 GW de capacidade instalada. Sem dúvidas, o Estado já é uma das potências brasileiras em GD”, avalia Guilherme<br />

Chrispim, presidente da ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída).<br />

A energia solar é a mais utilizada pelos produtores e consumidores de energia paranaenses com 98,8%. As UTEs (Mini<br />

e micro termelétricas) estão em segundo lugar (0,9%), seguidas de CGH (Centrais Geradoras Hidrelétricas) - 0,6%. “Nos<br />

próximos anos, ampliar a diversificação das fontes empregadas em geração distribuída será um dos desafios do setor.<br />

Precisamos aproveitar melhor as possibilidades em biomassa e resíduos sólidos urbanos”, afirma Chrispim.<br />

No Paraná, a classe de consumo residencial é a predominante, respondendo por 581,5 MW; logo atrás vem as conexões<br />

de estabelecimentos comerciais, com 384,8 MW. Destaque também para as áreas rural e industrial, com 380,4 MW e<br />

142,9 MW, respectivamente.<br />

Foto: divulgação<br />

18 www.REVISTABIOMAIS.com.br


SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />

Dentes de<br />

corte para<br />

Feller DRV,<br />

o BRAVO da<br />

Floresta!


ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

NEWTON<br />

DUARTE<br />

Cargo: Presidente executivo da Cogen (Associação<br />

da Indústria de Cogeração de Energia)<br />

Formação: Graduado em engenharia elétrica pela<br />

Escola Politécnica da USP (Universidade de São<br />

Paulo). Membro do conselho de administração da<br />

Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica<br />

e Eletrônica), da AEM (Academia de Engenharia<br />

Militar) e da Abrale (Associação Brasileira de<br />

Linfoma e Leucemia). Em 2021 recebeu a<br />

premiação Full Energy, reconhecido como um dos<br />

100 mais influentes da área de energia na década.<br />

EFICIÊNCIA<br />

E CONFIANÇA<br />

A<br />

Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia) completa 20 anos de<br />

criação em 2023. A entidade fomenta o mundo regulatório da cogeração de<br />

energia e a geração distribuída, atuando junto ao governo, empresas e entidades.<br />

O atual presidente executivo, Newton Duarte, conta com mais de 35 anos de experiência<br />

no setor elétrico dedicados às empresas Siemens e General Eletric. No biênio 2010 a<br />

2012 presidiu o Conselho Diretor da Cogen e em março de 2021 assumiu a presidência executiva.<br />

Em entrevista exclusiva para a Revista REFERÊNCIA BIOMAIS, Newton Duarte fala sobre o<br />

trabalho da Cogen, apresenta um panorama sobre a cogeração no país e as perspectivas para<br />

um futuro próximo.<br />

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FÁBRICA INSTALADA NO BRASIL<br />

PRODUZINDO PELLETS DE<br />

BIOMASSA DE EUCALIPTO<br />

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ENTREVISTA<br />

Este ano a Cogen comemora 20 anos. Como<br />

está organizada a administração da Cogen?<br />

A Cogen é uma entidade que fomenta o mundo<br />

regulatório da cogeração de energia e a geração<br />

distribuída. A gente existe para fomentar um mundo<br />

regulatório que facilite o desenvolvimento da<br />

cogeração e ao mesmo tempo crie condições com<br />

informações, com debates, para a expansão da cogeração<br />

no país. Isso tem se dado de uma forma muito<br />

bacana, boa para o país, porque cogeração significa<br />

eficiência, significa custo baixo, competitividade. E<br />

ao mesmo tempo inteligência. Nos dedicamos a quatro<br />

áreas: biomassa, gás natural, biogás/biometano, e<br />

geração distribuída, que em grande parte é a energia<br />

solar, das placas fotovoltaicas.<br />

Quais os principais benefícios da associação?<br />

Quantos associados a entidade possui hoje?<br />

Estamos com 96 empresas associadas, este é um<br />

número que varia. Nosso propósito é dotar o governo,<br />

empresas, entidades sobre o desenvolvimento<br />

da cogeração e trabalhar com os poderes executivo,<br />

legislativo muito no sentido de desenvolver leis,<br />

regulações, portarias para criar condições e regras<br />

que possam facilitar o crescimento da cogeração.<br />

Participamos do debate para o desenvolvimento do<br />

marco regulatório da energia solar, para as condições<br />

para geração distribuída, e temos acompanhado ao<br />

longo da última década essa evolução, no sentido de<br />

aprimorar as regras.<br />

Qual setor da economia é mais beneficiado<br />

com a cogeração de energia?<br />

Na Cogen temos um projeto, o E-book, em<br />

que selecionamos 12 segmentos da economia e<br />

analisamos o potencial de instalação de cogeração<br />

nas indústrias desses segmentos. As grandes áreas<br />

beneficiadas do mundo da cogeração são as usinas<br />

de papel e celulose, usinas de açúcar e etanol, indústrias<br />

de alimentos e bebidas, siderurgias, indústrias<br />

petroquímicas, de cimento, data centers, hospitais,<br />

hotéis, shopping centers, ceramistas. Se formos ver<br />

os três segmentos mais beneficiados pela cogeração,<br />

diria que são as usinas de açúcar e etanol, papel e<br />

celulose e petroquímica. Elas perfazem uma base<br />

instalada de 18 mil MW (megawatts), dos 20,2 mil<br />

MW instalados.<br />

Como o consumidor doméstico pode se beneficiar<br />

da cogeração de energia?<br />

O mundo doméstico fica mais próximo da<br />

cogeração via biogás ou gás natural. Mas ainda é<br />

incipiente no Brasil, estamos começando a falar<br />

agora. Aqui na Cogen começamos a discutir isso no<br />

ano passado. Vejo que teremos um futuro brilhante<br />

onde tem distribuição de gás ampla, nas cidades<br />

maiores, com uso de um aparelho que, quando<br />

faltar energia da concessionária, este aparelho vai<br />

me fornecer. Um motor a gás que pode ter em casa<br />

para gerar energia. Hoje os japoneses detêm esta<br />

tecnologia. A geração distribuída já é uma realidade<br />

para o consumidor doméstico brasileiro. Atualmente<br />

são 2 milhões de lares brasileiros que já instalaram<br />

ou pediram instalação do sistema fotovoltaico nas<br />

suas casas.<br />

Como está regulamentado o setor no Brasil?<br />

A cogeração tem estofo regulatório para vender<br />

energia, inclusive para as concessionárias de energia<br />

como Copel, CPFL, Enel (SP), Celesc. O governo, nos<br />

Nosso propósito é dotar<br />

o governo, empresas,<br />

entidades sobre o<br />

desenvolvimento da<br />

cogeração e trabalhar no<br />

sentido de desenvolver<br />

leis, regulações, portarias<br />

para criar condições<br />

e regras que possam<br />

facilitar o crescimento da<br />

cogeração<br />

C<br />

M<br />

Y<br />

CM<br />

MY<br />

CY<br />

CMY<br />

K<br />

22 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

leilões de energia regular, ele admite a participação<br />

de cogeração. O mundo regulatório está em<br />

constante aprimoramento, temos vários temas com<br />

o governo tentando aprimoramento muito voltado<br />

a venda dos excedentes. O mercado livre está se<br />

expandindo e no futuro vamos comprar energia de<br />

varejistas. As distribuidoras, concessionárias vão vender<br />

para os avôs, porque não querem se incomodar,<br />

e a juventude vai para o mercado livre, como hoje<br />

vivem mudando de operadora de telefone celular.<br />

Essa questão vai se tornar muito menos complicada.<br />

Qual o principal combustível usado no Brasil<br />

para cogeração de energia?<br />

De longe é o bagaço da cana-de-açúcar, mas<br />

provavelmente será ultrapassado pelo gás natural.<br />

O Brasil tem o lixo mais rico do mundo. Jogamos<br />

muito lixo orgânico fora. Esse mundo orgânico, os<br />

resíduos sólidos urbanos têm um potencial imenso<br />

para produção de biogás. Outro potencial é o<br />

açúcar etanol. Existe um subproduto da produção de<br />

etanol, a vinhaça, que hoje volta para o campo como<br />

biofertilizante, mas existe uma série de projetos para<br />

produção do biometano, biogás proveniente da<br />

vinhaça. Para os próximos anos o maior crescimento<br />

será a continuidade das biomassas e o biogás.<br />

tecnologia como são hoje as placas fotovoltaicas.<br />

Temos 80 milhões de consumidores privados de<br />

energia elétrica no Brasil e 2 milhões já são consumidores<br />

de placas fotovoltaicas. As perspectivas são<br />

muitas. O mundo do etanol é a melhor solução de<br />

biocombustível do planeta, e está agora expandindo<br />

para a Índia. Até o final de 2023, a Índia vai misturar<br />

20% de etanol na gasolina. É importante que outros<br />

países adotem o etanol para que a gente não fique<br />

só. O fotovoltaico vai crescer, e vejo que estamos<br />

caminhando para nos tornar independentes das<br />

concessionárias. Com novas tecnologias vamos nos<br />

tornar autosuficientes em energia.<br />

Qual principal legado da Cogen nestas duas<br />

décadas?<br />

O legado da Cogen é propiciar à indústria<br />

confiabilidade, resiliência e eficiência nos processos.<br />

Quando promovemos uma cogeração de energia a<br />

gente tem junto a competitividade. Investir em cogeração<br />

é mais exigente, necessita de mais dinheiro,<br />

mas em contrapartida nos 30 anos que vai amortizar<br />

o investimento, proporciona grande retorno, porque<br />

tem a confiabilidade, a resiliência e eficiência.<br />

Com relação aos investimentos na área de cogeração<br />

de energia, qual volume de investimento<br />

do poder público?<br />

Os projetos de cogeração são 100% desenvolvidos<br />

pela iniciativa privada. Graças a Deus não tem<br />

poder público. Ele é caro e ineficiente. O privado é<br />

eficiente e tenta ser o mais barato possível. A Petrobras,<br />

que é uma empresa com controle público, nem<br />

está fazendo projetos de cogeração.<br />

Qual o futuro para o setor de cogeração de<br />

energia?<br />

A cogeração, por ter muita eficiência e confiabilidade<br />

vai fazer cada vez mais e mais parte do<br />

atendimento em energia. Em 2023, a capacidade de<br />

cogeração de energia do Brasil deve crescer entre<br />

400 MW e 500 MW. O alto consumidor vai sempre<br />

privilegiar a cogeração porque tem resiliência e<br />

mais confiança, para atender hospitais, hotéis, data<br />

centers, shoppings, casas. Isso vai se tornar uma<br />

A geração distribuída<br />

já é uma realidade<br />

para o consumidor<br />

doméstico brasileiro.<br />

Hoje são 2 milhões de<br />

lares brasileiros que já<br />

instalaram ou pediram<br />

instalação do sistema<br />

fotovoltaico nas suas casas<br />

24 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A TERMOBIO ® busca o diferencial em tecnologia, qualidade e parceria com seus<br />

clientes. Assim tendo como responsabilidade o desenvolvimento de projetos e<br />

fabricação de equipamentos os quais permitam a segurança do processo,<br />

viabilidade de investimento e alta eficiência, priorizando o atendimento ao cliente,<br />

visando garantir o melhor desempenho dos projetos e equipamentos de<br />

maneira ágil e sustentável.<br />

Todos os projetos e equipamentos TERMOBIO ® seguem os critérios<br />

das normas específicas:<br />

ASME (American Society of Mechanical Engineers)<br />

BPVC (Boiler & Pressure Vessel Code)<br />

ANSI (American National Standards Instituite)<br />

NR (Normas Regulamentadoras)<br />

DIN (Deutsches Institut fur Normung)<br />

Contamos com profissionais de ampla<br />

experiência, garantindo assim, know-how,<br />

tecnologia, eficiência e seguraça para seus<br />

clientes e parceiros.<br />

Baixe grátis<br />

nosso catálogo<br />

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(47) 3546-1229 • termobio@termobio.com.br<br />

Rod. SC 350 - Nº 5578 - Centro - Laurentino / SC - CEP 89.170-000


PRINCIPAL<br />

26 www.REVISTABIOMAIS.com.br


APROVEITAMENTO<br />

DE BIOMASSA<br />

EQUIPAMENTO<br />

PROJETADO PARA<br />

QUEIMA TAMBÉM<br />

DE RESÍDUOS DA<br />

BIOMASSA, CASCAS<br />

E SERRAGEM COM<br />

ALTO GRAU DE<br />

UMIDADE<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

27


PRINCIPAL<br />

A<br />

té pouco tempo, os resíduos oriundos do<br />

processamento das indústrias madeireira<br />

e florestal, por exemplo, bem como da<br />

grande maioria das indústrias em geral, era<br />

um grande passivo para as empresas, que não tinham<br />

opções comerciais viáveis para o descarte dessas sobras.<br />

Hoje, com a evolução dos processos e a implantação<br />

de novas tecnologias, esse resíduo problema, se<br />

transformou em uma importante fonte de combustível<br />

com baixo custo, passando a ser utilizado como fonte<br />

de geração de calor e de energia. Uma empresa que<br />

vem se destacando no mercado é a TERMOBIO, que<br />

alia tecnologia, qualidade de atendimento e redução<br />

de custos para os mais variados segmentos da indústria<br />

em geral. Foi com base nestes pilares que foi criada<br />

a TERMOBIO Engenharia Industrial, empresa especializada<br />

em caldeiras indicadas, principalmente, para<br />

setores que utilizam a biomassa como fonte principal<br />

de combustível para utilização em caldeiras. As caldeiras<br />

produzidas pela TERMOBIO são preparadas para<br />

aproveitar como fonte de queima os mais variados<br />

tipos de resíduos de biomassa. “Nossos equipamentos<br />

são indicados para o mercado de biomassa pelos<br />

vários tipos de resíduos que o mesmo pode utilizar na<br />

queima, desde restos de florestas trituradas, serragem,<br />

cascas e cavaco. Além da qualidade, tecnologia, eficiência<br />

e robustez dos equipamentos fabricados”, garante o<br />

diretor comercial da TERMOBIO, Bento André Zilse.<br />

Na mesma linha, Ezequiel da Silva, diretor industrial<br />

da TERMOBIO, destaca a gama de mercado que as<br />

caldeiras alcançam. “O diferencial das nossas caldeiras<br />

é a possibilidade da queima do lixo da biomassa. Elas<br />

atendem os mais diversos setores de mercado, os quais<br />

necessitam da aplicação de energia térmica (vapor<br />

saturado, vapor superaquecido, água quente e ou<br />

fluído térmico), além de atuar em melhorias, reformas<br />

e retrofit de equipamentos existentes com baixa eficiência,<br />

abrangendo diversos setores, principalmente<br />

pela confiança conquistada nas plantas revitalizadas<br />

e ou nos fornecimentos de novas caldeiras com alta<br />

eficiência para a queima do lixo da biomassa”, resume<br />

Ezequiel.<br />

28<br />

www.REVISTABIOMAIS.com.br


A empresa fabrica caldeiras Flamotubulares, Flamotubulares<br />

Mistas e Aquatubulares, além de Aquecedores<br />

de Fluído Térmico, e se destaca, também, no<br />

mercado de caldeiras de grelhado móvel e fixo, para<br />

queima de combustíveis picados e lenha em toras.<br />

TECNOLOGIA EM CALDEIRAS<br />

As caldeiras Flamotubulares Mistas de Grelhado<br />

Móvel da TERMOBIO estão em evidência no mercado,<br />

pois o projeto é totalmente calculado, fabricado e<br />

instalado considerando todas as principais dificuldades<br />

de trabalho, permitindo que o equipamento possa<br />

queimar estes resíduos. Dessa forma, os equipamentos<br />

garantem alta eficiência, durabilidade e segurança<br />

queimando não só combustíveis comuns, mas 100%<br />

do chamado lixo da biomassa como cascas, serragem<br />

verde, mesclas destes e demais resíduos.<br />

Levando em consideração que o cavaco é um combustível<br />

nobre e com custos cada vez mais elevados, a<br />

Caldeira TERMOBIO permite que seus clientes baixem<br />

consideravelmente os custos de matéria-prima, queimando<br />

resíduos que seriam descartados em fazendas,<br />

em lavouras ou até captados por empresas especializadas<br />

em descarte. “A tecnologia da Caldeira TERMOBIO,<br />

traz o melhor custo-benefício para os clientes, pois o<br />

mesmo não necessita comprar biomassa nobre para<br />

queimar, já que a caldeira é projetada para queima de<br />

restos como serragem, cascas e pontas das árvores trituradas.<br />

Dispomos de um corpo técnico de engenharia<br />

para adequar o equipamento conforme a necessidade<br />

de cada cliente”, exemplifica Bento.<br />

Cliente da TERMOBIO desde 2019, Paulo Sergio<br />

Grone Bossardi, diretor da empresa Marombas Indústria<br />

e Comércio de Papelão, localizada em Curitibanos<br />

(SC), reforça os diferenciais da Caldeira TERMOBIO. “Os<br />

benefícios foram muitos. Os principais são: economia<br />

de combustível, a possibilidade de utilizar combustíveis<br />

com altos teores de umidade, usar combustíveis<br />

Nossos equipamentos são<br />

indicados para o mercado<br />

de biomassa pelos vários<br />

tipos de resíduos que o<br />

mesmo pode utilizar na<br />

queima, desde restos<br />

de florestas trituradas,<br />

serragem, cascas e cavaco<br />

Bento André Zilse, diretor<br />

comercial da TERMOBIO<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 29


PRINCIPAL<br />

de várias granolumetrias e diferentes tipos, além da<br />

eficiência e segurança no modo como o processo é<br />

executado”, salienta Bossardi. A Marombas possui uma<br />

Caldeira Flamotubular Mista, com vazão de 12.000<br />

kgv/h e pressão de 21 kgf/cm2.<br />

VISÃO DE MERCADO<br />

Sediada em Laurentino, município da região do<br />

Vale do Itajaí, em Santa Catarina, a TERMOBIO tem 5<br />

anos de atividades. A empresa dispõe de um corpo técnico<br />

que oferece recursos de desenvolvimento de engenharia,<br />

projeto e fabricação para reformas, melhorias<br />

em equipamentos ou para quem vai iniciar a atividade,<br />

com a responsabilidade de desenvolver equipamentos<br />

que permitam a segurança do processo, viabilidade<br />

de investimento e alta eficiência. “Comercialmente<br />

estamos no mercado de caldeiras há 5 anos, porém já<br />

estamos neste setor há mais de 23 anos, carregando<br />

uma bagagem importantíssima para assegurar que vamos<br />

oferecer aos nossos clientes o equipamento com<br />

maior eficiência, segurança e durabilidade. Quando<br />

decidimos fabricar caldeiras, fizemos isso com o intuito<br />

de ir na contra mão do mercado, ofertando caldeiras<br />

realmente preparadas para absorver situações as quais<br />

o mercado não entregava, com a visão de termos diferenciais<br />

que agregassem diversos fatores positivos para<br />

as indústrias de nossos clientes”, explica Ezequiel.<br />

O diretor industrial da Laminados AB, Alexandre<br />

Eugênio Busato, empresa que atua na área florestal<br />

e industrial madeireiro, de Caçador (SC), cliente há 4<br />

anos da TERMOBIO, enaltece a eficiência e a tecnologia<br />

dos equipamentos. “Apesar de ser uma empresa<br />

nova, diretores e equipe técnica têm larga experiência,<br />

principalmente em empresas do ramo. E isso nós dá<br />

confiança. Sabemos que eles estão 100% envolvidos<br />

no que comercializam”, atesta Alexandre Busato. Ainda<br />

de acordo com ele, a confiança é conquistada por meio<br />

do trabalho diário. “Nossa parceria foi surgindo aos<br />

poucos, em um primeiro momento com manutenções<br />

e depois com a compra efetiva de novo equipamento.<br />

Nossa relação sempre foi pautada pelo assunto<br />

tecnologia, inovação e qualidade”, aponta o diretor da<br />

Laminados AB, empresa que possui uma caldeira da<br />

linha DINAMIS 12t/h com grelha móvel.<br />

30 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ATENDIMENTO DE QUALIDADE<br />

Os clientes também citam os benefícios do atendimento<br />

do pós-venda da TERMOBIO. “O atendimento<br />

é ponto de destaque. Sempre que foi solicitado a eles,<br />

fomos atendidos dentro de um prazo muito rápido,<br />

não importando o dia da semana e horário”, pontua<br />

Paulo Bossardi.<br />

Quem compartilha de opinião semelhante é o<br />

diretor da Laminados AB. “O atendimento pós-venda<br />

é excelente. Afirmo isso com toda segurança, porque<br />

o equipamento, além de ser monitorado pela empresa<br />

em um primeiro momento, continuamos tendo<br />

praticamente um contato diário com a TERMOBIO. É<br />

uma empresa aberta para novas ideias e sugestões.<br />

Acata nossas reivindicações e procura, junto com o<br />

cliente, fazer um equipamento que satisfaça todas as<br />

nossas necessidades. É este tipo de acompanhamento<br />

e confiabilidade que temos da TERMOBIO”, compara<br />

Alexandre Busato.<br />

As incertezas com a mudança política no governo<br />

federal e do mercado global não diminui o otimismo<br />

dos empresários. “Estamos extremamente otimistas<br />

para o ano de 2023, pois temos conquistado mercado<br />

e concretizamos negociações com clientes importantes<br />

em diversos setores, os quais já temos equipamentos<br />

rodando com maior período queimando lixo da biomasssa.<br />

Ou seja, estes clientes já não dependem mais<br />

de cavaco nobre para sua matriz energética, utilizando<br />

Quando decidimos fabricar<br />

caldeiras, fizemos isso<br />

com o intuito de ir na<br />

contra mão do mercado,<br />

ofertando caldeiras<br />

realmente preparadas para<br />

absorver situações as quais<br />

o mercado não entregava<br />

Ezequiel da Silva, diretor<br />

industrial da TERMOBIO<br />

apenas resíduos do próprio processo ou encontrando<br />

em empresas próximas. Diante disso, estão se abrindo<br />

muitas portas para a TERMOBIO e certamente concretizaremos<br />

excelentes negócios neste ano de 2023”,<br />

assegura confiante Bento André Zilse.<br />

Sobre filosofia de trabalho e de vida, a empresa é<br />

clara: “Seja um bom combatente nas batalhas do Senhor.<br />

Mantenha-se firme na sua fé e conserve sempre<br />

a consciência limpa, fazendo aquilo que você sabe que<br />

está certo”, 1 Timóteo 1:18.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

31


DESCARBONIZAÇÃO<br />

32 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CARBONO NEUTRO -<br />

A BUSCA DA<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

JOTA EDITORA<br />

CONQUISTA SELO<br />

DE CERTIFICAÇÃO<br />

E SE CONSOLIDA<br />

COMO EMPRESA DE<br />

CARBONO NEUTRO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

33


DESCARBONIZAÇÃO<br />

A<br />

s ações para compensar a emissão de<br />

gases que contribuem para o efeito<br />

estufa na atmosfera têm levado muitas<br />

empresas, de diferentes níveis, a fazerem<br />

a compensação para garantir a sustentabilidade de<br />

suas atividades. Esta é uma tendência que vem forte<br />

para este ano e tem crescido de forma voluntária no<br />

Brasil em indústrias, escritórios, hotéis, empresas de<br />

diferentes segmentos que têm procurado atuar com<br />

base nos pilares de sustentabilidade, conforme a sigla<br />

em inglês ESG, que traduzindo significa o equilíbrio<br />

entre ambiental, social e governança. Apesar de crescente,<br />

a adoção de ações para mitigar a emissão de<br />

gases é uma atitude voluntária das empresas, pois no<br />

Brasil ainda não há regulamentação para controlar a<br />

emissão de GEE (gases de efeito estufa). “A obrigatoriedade<br />

para mitigar a emissão de gases está no mercado<br />

internacional. Mas, os cidadãos hoje em dia procuram<br />

empresas, locais, marcas que estejam mais conectadas<br />

com essas questões de mudança climática. E a mudança<br />

é na transformação de processos, avaliando quais<br />

os impactos que o produto, a atividade da empresa,<br />

exerce no ambiente e quais são as ações para mitigar a<br />

emissão de gás carbônico”, comenta Damares Padilha,<br />

fundadora e diretora de sustentabilidade da Neutraliza,<br />

empresa que apresenta soluções para quem busca<br />

maior sustentabilidade na sua atividade.<br />

EM AÇÃO<br />

A JOTA Editora, responsável pela publicação da<br />

Revista REFERÊNCIA BIOMAIS, iniciou em 2022 o processo<br />

para quantificação da emissão de GEE em suas<br />

atividades com a Neutraliza, empresa especializada<br />

em fazer o levantamento e criar processos para certificação<br />

de carbono zero. A compensação é feita na<br />

forma de plantio de árvores nativas na Mata Atlântica.<br />

Após a compensação, a empresa recebeu o selo que<br />

certifica a JOTA Editora como empresa sustentável,<br />

que está promovendo ações para mitigar a emissão de<br />

gases no ambiente.<br />

34 www.REVISTABIOMAIS.com.br


"Os cidadãos hoje em dia<br />

procuram empresas, locais,<br />

marcas que estejam mais<br />

conectadas com essas<br />

questões de mudança<br />

climática"<br />

Damares Padilha, fundadora e<br />

diretora de sustentabilidade da<br />

Neutraliza<br />

Para quantificar a emissão de gases foi feito um<br />

levantamento das atividades e processos da empresa,<br />

desde avaliação sobre o uso da energia elétrica, transporte<br />

de funcionários, viagens de negócios, separação<br />

de resíduos, entre outros. Uma vez identificadas as<br />

atividades e os procedimentos que emitem gases, é<br />

sugerido a mudança de procedimentos para diminuir<br />

a emissão, além de ações para compensar a emissão<br />

de gases. “Como a JOTA Editora tem produtos mensais,<br />

é feita avaliação mensal e no final do ano fazemos um<br />

relatório para contabilizar a compensação mensal”,<br />

explica a diretora da Neutraliza.<br />

A compensação pode ser feita também por meio<br />

da compra de créditos de carbono, quando a empresa<br />

pode mitigar as emissões adquirindo os créditos de<br />

projetos, que contribuem para a sustentabilidade do<br />

planeta. “O selo que indica a neutralização na emissão<br />

de gases é uma forma de certificar, da empresa<br />

mostrar o seu comprometimento com a mitigação da<br />

emissão de GEE no ambiente. Hoje, os consumidores<br />

estão muito exigentes e buscam consumir de empresas<br />

que estão alinhadas com os princípios da sustentabilidade.<br />

Acredito que o Brasil tende a avançar nesse<br />

processo“, salienta Damares Padilha.<br />

Outra forma importante que deve se consolidar<br />

como necessária a conquista do selo de certificação<br />

é quanto ao mercado de exportação. “Em breve, as<br />

empresas importadoras dos produtos madeireiros do<br />

Brasil, irão exigir a certificação de carbono zero. Acredito<br />

que ainda esse ano esse fenômeno passe a ser<br />

recorrente. Essa vai ser a forma do mercado internacional<br />

pressionar as empresas brasileiras a se enquadrarem<br />

nesse novo mercado de carbono”, acredita Fábio<br />

Machado, diretor comercial da Revista BIOMAIS.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

35


INOVAÇÃO<br />

BIOGÁS DO<br />

BAGAÇO<br />

DE MAÇÃ<br />

36 www.REVISTABIOMAIS.com.br


PESQUISA REALIZADA POR<br />

PROFISSIONAIS DA UNICAMP<br />

E DA UFABC RESULTOU EM<br />

PRODUÇÃO DE BIOGÁS A PARTIR<br />

DE SUBPRODUTOS DA MAÇÃ<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

37


INOVAÇÃO<br />

C<br />

ientistas de universidades paulistas<br />

UNICAMP (Universidade Estadual de<br />

Campinas) e UFABC (Universidade Federal<br />

do ABC), realizaram uma pesquisa onde<br />

utilizaram, com sucesso, bagaço de maçã para produzir<br />

biogás. A pesquisa foi publicada na revista: Biomass<br />

Conversion and Biorefinery; em novembro de 2022. A<br />

maçã está entre as frutas mais consumidas em todo<br />

o mundo, tanto in natura como processada em suco,<br />

vinagre e cidra, entre outros derivados. Mas os subprodutos<br />

gerados pela indústria são geralmente descartados<br />

sem qualquer aplicação posterior. A pesquisa<br />

visou dar utilidade para este subproduto.<br />

Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas<br />

para a Alimentação e a Agricultura), a produção<br />

mundial de maçã em 2020 foi de quase 86,5 milhões<br />

de toneladas. China (46,85%), EUA (Estados Unidos da<br />

América - 5,38%) e Turquia (4,97%) são os produtores<br />

mais destacados. “A biorrefinaria com tecnologia de<br />

digestão anaeróbia gera energia elétrica e térmica,<br />

reduz emissões de gases de efeito estufa e valoriza o<br />

resíduo, convertido em adubo orgânico”, explica Tânia<br />

Forster Carneiro, uma das pesquisadoras, que concluiu<br />

o doutorado em engenharia de processos industriais<br />

na Universidade de Cádiz (Espanha) em 2004 e<br />

atualmente leciona na FEA (Faculdade de Engenharia<br />

de Alimentos), da UNICAMP, na área de bioengenharia<br />

e biotecnologia. Ainda conforme a pesquisadora,<br />

digestão anaeróbia é um processo microbiológico<br />

que envolve consumo de nutrientes e produção de<br />

metano. A digestão anaeróbia do tipo seca (com concentração<br />

total de sólidos dentro do reator acima de<br />

15%) é considerada um tratamento interessante para<br />

resíduos orgânicos sólidos e uma destinação final mais<br />

adequada ambientalmente quando comparada com<br />

aterros sanitários.<br />

GERAÇÃO DE ENERGIA<br />

Os resultados da pesquisa mostram um rendimento<br />

de 36,61 L (litros) de metano por quilo de sólidos<br />

removidos, o que pode gerar 1,92 kwh (quilowatt-hora)<br />

de eletricidade e 8,63 MJ (megajoules) de calor por<br />

38 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A tecnologia de<br />

digestão anaeróbia<br />

é estável e pode<br />

ser implementada<br />

em indústrias de<br />

pequena e média<br />

escala, auxiliando<br />

na transição para a<br />

economia circular<br />

e oferecendo uma<br />

melhor destinação<br />

para os resíduos de<br />

frutas, o que é uma<br />

alternativa para<br />

a valorização de<br />

subprodutos<br />

tonelada de bagaço de maçã. A bioenergia recuperada<br />

pela indústria poderia suprir 19,18% de eletricidade<br />

e 11,15% de calor nos gastos operacionais do reator.<br />

Assim, os biocombustíveis e a bioeletricidade podem<br />

contribuir para as políticas públicas, reduzir o consumo<br />

de combustíveis fósseis e a emissão de gases de<br />

efeito estufa procedentes dos resíduos orgânicos.<br />

O grupo de pesquisa constatou que a emissão evitada<br />

de GEE (gases de efeito estufa) gerados pelo biogás<br />

representou 0,14 kg (quilograma) de CO2 (dióxido<br />

de carbono) equivalente de eletricidade e 0,48 kg de<br />

CO2 equivalente de calor por tonelada de bagaço de<br />

maçã. “A tecnologia de digestão anaeróbia é estável e<br />

pode ser implementada em indústrias de pequena e<br />

média escala, auxiliando na transição para a economia<br />

circular e oferecendo uma melhor destinação para<br />

os resíduos de frutas, o que é uma alternativa para a<br />

valorização de subprodutos, proporcionando ganhos<br />

para a cadeia produtiva”, aponta Carneiro.<br />

A pesquisa está inserida na filosofia de economia<br />

circular, cujos princípios são redução de custos, fechamento<br />

dos ciclos de produção de resíduos e avanço da<br />

reutilização e reciclagem de bioenergia e biomateriais.<br />

Além da pesquisadora Tânia Carneiro, o trabalho<br />

também é assinado pelos estudantes e pesquisadores<br />

da FEA-UNICAMP Larissa Castro Ampese, William Gustavo<br />

Sganzerla, Henrique Di Domenico Ziero e Josiel<br />

Martins Costa, além do professor Gilberto Martins do<br />

Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais<br />

Aplicadas da UFABC. As pesquisas receberam uma<br />

série de apoios da FAPESP (Federação de Amparo à<br />

Pesquisa do Estado de São Paulo).<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

39


INVESTIMENTO<br />

40 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENERGIA<br />

VERDE<br />

MAIOR FÁBRICA DE DETERGENTE<br />

EM PÓ DO MUNDO COMEÇA<br />

A PRODUZIR COM ENERGIA<br />

RENOVÁVEL DE BIOMASSA DE<br />

EUCALIPTO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

41


INVESTIMENTO<br />

G<br />

randes, médias e pequenas empresas já<br />

perceberam que os tempos são outros<br />

e é preciso buscar desenvolver suas<br />

atividades poluindo cada vez menos<br />

o ambiente. A multinacional Unilever anunciou no<br />

último mês de janeiro o início da geração de energia<br />

renovável com biomassa de eucalipto para a produção<br />

na sua fábrica de Indaiatuba (SP), a maior fábrica<br />

de produção de detergente em pó do mundo. Com<br />

investimento de R$ 48 milhões, a planta de biomassa<br />

tem capacidade para produzir 30 giga caloria/hora de<br />

energia e reduzirá a emissão de 37 mil toneladas de<br />

CO2 (gás carbônico) por ano, o que equivale a 14 km2<br />

(quilômetros quadrados) de floresta.<br />

O projeto aproxima a empresa da sua meta de zerar<br />

as emissões das suas operações fabris, contribuindo<br />

para o combate às mudanças climáticas e o alcance<br />

do objetivo número 7, energia limpa e acessível, dos<br />

ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), da<br />

ONU (Organização das Nações Unidas).<br />

ENERGIA COM BIOMASSA<br />

A instalação na fábrica de Indaiatuba, que recebeu<br />

a certificação de 4ª Revolução Industrial Avançada,<br />

pelo Fórum Econômico Mundial, foi desenvolvida em<br />

menos de 2 anos, e possui alto nível de automação<br />

industrial. A empresa ComBio é a fornecedora da madeira<br />

de eucalipto que possui a certificação Madeira<br />

Legal e será entregue à fábrica em forma de cavaco<br />

(madeira picada). O projeto consistiu na construção<br />

de uma planta de geração de energia com biomassa<br />

composta pelo sistema de transporte do material, a<br />

estação de tratamento de água, a fornalha, o tambor<br />

de vapor, filtros multiciclones e ventiladores, entre<br />

outros, e consumirá em média 216 toneladas de<br />

cavaco por dia, mobilizando cerca de oito caminhões<br />

cheios do material diariamente na fábrica. “Reduzir a<br />

emissão de carbono na maior fábrica de sabão em pó<br />

do mundo requer expertise e forte engajamento no<br />

desenvolvimento sustentável. Esta operação reforça o<br />

papel de liderança da Unilever na busca por soluções<br />

42 www.REVISTABIOMAIS.com.br


"Reduzir a emissão de<br />

carbono na maior fábrica<br />

de sabão em pó do<br />

mundo requer expertise<br />

e forte engajamento<br />

no desenvolvimento<br />

sustentável"<br />

Alexandre Camiloti,<br />

da Unilever<br />

aos desafios ambientais enfrentados em todo o mundo,<br />

principalmente, na luta para frear as mudanças<br />

climáticas e materializa o nosso plano estratégico de<br />

negócio, o Unilever Compass”, atesta Alexandre Camiloti,<br />

líder de Supply Chain da divisão de cuidados com<br />

a casa para as Américas, da Unilever.<br />

Com ampla automatização instalada, a nova<br />

planta da companhia garante elevados níveis de<br />

eficiência ao mesmo tempo que elimina o uso de<br />

combustíveis fósseis. Todos os funcionários envolvidos<br />

na operação receberam treinamento de cerca de 220h<br />

(horas), abrangendo os quadros operacional, técnico e<br />

administrativo.<br />

Realizados pela equipe de engenheiros da fábrica<br />

e técnicos da fabricante da fornalha, o desenvolvimento<br />

dos times envolveu análises de dados para o<br />

uso de inteligência artificial na gestão técnica, o uso<br />

de softwares de simulação de processos e análises de<br />

dados. A companhia criou uma sala de treinamento<br />

digital com computadores para fazer as simulações e<br />

maquetes 3D para as análises virtuais da área.<br />

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA<br />

Ao longo dos últimos anos, a Unilever tem avançado<br />

em iniciativas para a transição de energia em<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

43


INVESTIMENTO<br />

suas operações e também nos produtos como forma<br />

de zerar, até 2039, a pegada de carbono dos produtos<br />

desde a aquisição das matérias-primas, até o ponto<br />

de venda. Esta já é a terceira fábrica da companhia no<br />

país a fazer a transição para energia renovável. A fábrica<br />

de Pouso Alegre (MG) também utiliza biomassa de<br />

eucalipto certificado e a fábrica de Valinhos (SP) utiliza<br />

cavaco de madeira reciclada. Nos produtos, a empresa<br />

tem investido no uso de ingredientes de baixo carbono<br />

e em novas fórmulas para oferecer alternativas<br />

baseadas em plantas e produtos de limpeza isentos de<br />

combustíveis fósseis.<br />

CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL<br />

A maior fábrica de produção de detergente em<br />

pó do mundo acaba de ser eleita por especialistas<br />

independentes para a plataforma do Fórum Econômico<br />

Mundial, que integra as melhores práticas globais<br />

em indústria avançada, chamada: Advanced Fourth<br />

Industrial Revolution (4IR) Lighthouse. A certificação<br />

reconhece o quanto a fábrica lidera a aplicação de tec-<br />

"Sermos reconhecidos pelo<br />

Fórum Econômico Mundial<br />

nos enche de orgulho.<br />

Ainda mais para o time da<br />

fábrica, comprovando o<br />

quanto a companhia está<br />

preparada digitalmente<br />

e pronta para o futuro<br />

com a colaboração de um<br />

ecossistema diverso”<br />

Alexandre Camiloti,<br />

da Unilever<br />

44 www.REVISTABIOMAIS.com.br


nologias avançadas para impulsionar a produtividade,<br />

a sustentabilidade e a performance nos processos<br />

fabris com tecnologias e metodologias da quarta<br />

revolução industrial.<br />

A unidade de Indaiatuba (SP) é a quinta fábrica da<br />

Unilever no mundo a receber a certificação da Lighthouse.<br />

As outras fábricas são: a de Hefei e a fábrica de<br />

sorvetes TaiCang, ambas na China, a fábrica de cuidados<br />

pessoais de Dubai nos Emirados Árabes Unidos e<br />

a fábrica de cuidados domésticos de Dapada, na Índia.<br />

“Sermos reconhecidos pelo Fórum Econômico<br />

Mundial enche a Unilever de orgulho. Ainda mais para<br />

o time da fábrica, que é uma das líderes mundiais em<br />

tecnologias avançadas e inovações da quarta revolução<br />

industrial, comprovando o quanto a companhia<br />

está preparada digitalmente, rápida, flexível e pronta<br />

para o futuro, com a colaboração de um ecossistema<br />

diverso e de um time pronto para seguir nesta trajetória”,<br />

garante Alexandre Camiloti.<br />

qualidade e segurança<br />

em todo lugar<br />

Somos hoje a mais experiente montadora de<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

45


ENERGIA<br />

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ENERGIA SOLAR MANTÉM<br />

ATRATIVIDADE<br />

MESMO COM A VIGÊNCIA<br />

DO NOVO MARCO LEGAL<br />

DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA,<br />

AINDA É POSSÍVEL UMA<br />

ECONOMIA DE ATÉ 90% NA<br />

CONTA DE LUZ<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

47


ENERGIA<br />

A<br />

entrada em vigor do marco legal da geração<br />

distribuída, por meio da lei número<br />

14.300/2022, motivou uma corrida para<br />

manter a isenção de quem produz a<br />

própria energia. Aqueles que protocolaram a solicitação<br />

de acesso para instalação de outras formas de<br />

energia até 6 de janeiro de 2023, vão continuar sem<br />

a obrigação de pagar a tarifa até 2045, como vinha<br />

acontecendo até a aprovação da lei 14.300/2022. O<br />

consumidor compensava com créditos de geração<br />

o uso da energia da rede, sem ter que pagar tarifa. A<br />

partir de 7 de janeiro de 2023 isso mudou, haverá um<br />

custo sobre o que for injetado na rede. Mas apesar<br />

da entrada em vigor das novas regras, incluindo os<br />

consumidores com energia solar nos telhados, a instalação<br />

de sistemas fotovoltaicos continua atrativa e<br />

vantajosa para o cidadão que pretende investir na tecnologia<br />

em sua residência ou empresa, com possibilidade<br />

de economia de até 90% na conta de luz. “Assim,<br />

mesmo com uma cobrança gradativa no excedente de<br />

energia que é injetado na rede elétrica e compensado<br />

ao consumidor, o efeito no final do mês dessa taxação<br />

será praticamente nulo, pois os kits fotovoltaicos<br />

estão mais baratos e mais eficientes do que nos anos<br />

anteriores. E o mais importante: a economia na conta<br />

de luz segue nos mesmos patamares, de até 90%”,<br />

acrescenta Rodolfo Meyer, CEO do Portal Solar, empresa<br />

franqueadora para venda e instalação de painéis<br />

fotovoltaicos no país. Segundo o executivo, mesmo<br />

com as novas regras, os consumidores podem, além<br />

da redução de gasto com energia elétrica, se blindar<br />

das bandeiras tarifárias, aumentar a competitividade<br />

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Foto: Joa Souza/Shutterstock.com<br />

de um negócio e aliviar o orçamento familiar. “Como o<br />

preço dos equipamentos cai de forma significativa no<br />

mercado internacional e o próprio painel solar passa<br />

por evolução tecnológica, que eleva a eficiência de<br />

produção de eletricidade, os projetos fotovoltaicos<br />

possuem alta taxa de retorno e é considerado hoje<br />

um dos investimentos mais rentáveis no Brasil e no<br />

mundo”, explica.<br />

De acordo com especialistas e estudos do setor,<br />

o tempo de retorno do investimento de um sistema<br />

solar varia entre 3 anos e 6 anos, com uma vida útil<br />

dos equipamentos de 25 anos. Outra vantagem é a<br />

crescente oferta de crédito para financiamento de<br />

projetos fotovoltaicos, que troca o valor economizado<br />

na conta de luz pela parcela da prestação.<br />

“Neste modelo de financiamento, elimina-se a<br />

necessidade de recursos próprios para a instalação<br />

de painéis solares”, aponta o CEO do Portal Solar.<br />

“Também amplia o acesso à tecnologia por todas as<br />

camadas da sociedade, de todas as classes econômicas”,<br />

complementa.<br />

“Como o preço dos<br />

equipamentos cai de forma<br />

significativa no mercado<br />

internacional e o próprio<br />

painel solar passa por<br />

evolução tecnológica que<br />

eleva a eficiência, os projetos<br />

fotovoltaicos possuem alta<br />

taxa de retorno e é um dos<br />

investimentos mais rentáveis<br />

no Brasil e no mundo”<br />

Rodolfo Meyer,<br />

CEO do Portal Solar<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

49


ARTIGO<br />

GERAÇÃO DE ENERGIA<br />

USANDO BIOGÁS DE<br />

ATERROS SANITÁRIOS NO<br />

BRASIL: UM ESTUDO DE<br />

POTENCIAL ENERGÉTICO E<br />

VIABILIDADE ECONÔMICA<br />

EM FUNÇÃO DA<br />

POPULAÇÃO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

51


ARTIGO<br />

GIOVANNA LOIOLA FERNANDES<br />

Universidade Federal de Itajubá – Itajubá (MG)<br />

IVAN FELIPE SILVA SANTOS<br />

Universidade Federal de Itajubá – Itajubá (MG)<br />

HELLEN LUISA CASTRO E SILVA<br />

Universidade Federal de Itajubá – Itajubá (MG)<br />

REGINA MAMBELI BARROS<br />

Universidade Federal de Itajubá – Itajubá (MG)<br />

RESUMO<br />

A<br />

busca por energias alternativas que sejam<br />

renováveis está cada vez maior, assim como<br />

a preocupação com o crescente aumento da<br />

geração de resíduos pela população mundial. O aproveitamento<br />

energético do gás gerado pela decomposição<br />

dos resíduos sólidos é um caminho atrativo para a solução,<br />

de uma só vez, desses dois problemas. Com objetivo<br />

de contribuir para o desenvolvimento da geração de<br />

energia elétrica a partir de aterros sanitários no Brasil, o<br />

presente trabalho compreende uma análise de potencial<br />

energético e de viabilidade financeira dessa alternativa<br />

energética no Brasil. Para a construção das análises,<br />

utilizaram-se dados de geração de resíduos e climáticos<br />

de seis cidades brasileiras, o que permitiu a estimativa<br />

da vazão de produção de gás nos aterros de cada uma<br />

dessas localidades, a potência ótima a ser instalada em<br />

cada um desses aterros e da viabilidade econômica dessa<br />

alternativa.<br />

Os valores de custo de geração obtidos pelo Estado,<br />

variaram entre R$ 345 e R$ 440, o MWh (megawatt/hora),<br />

sendo fortemente influenciados por fatores como população,<br />

captação de resíduos e aspectos climáticos, sendo,<br />

em geral, superiores aos valores típicos de tarifa de venda<br />

de energia no país. Isso implica uma necessidade de formulação<br />

de políticas públicas de incentivo à geração de<br />

energia a partir de resíduos sólidos urbanos no Brasil.<br />

Palavras-chave:<br />

Resíduos sólidos; biogás; aproveitamento energético;<br />

viabilidade econômica.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Pesquisas e aplicações de formas de geração de energias<br />

alternativas e renováveis vêm ganhando destaque<br />

com a crescente preocupação sobre impactos ambientais<br />

de combustíveis fósseis, que, além de serem derivados<br />

de materiais não renováveis, contribuem para a poluição<br />

do ar e o aquecimento global. Outra grande preocupação<br />

atual, adicional ao uso de combustíveis fósseis, é a<br />

geração de resíduos sólidos, cada vez mais crescente<br />

e, muitas vezes, sem destinação correta. No Brasil, cada<br />

habitante produz mais de 1 kg de resíduo sólido por dia,<br />

resultando em elevado volume: em 2018, foram mais de<br />

78 ton (Abrelpe, 2019).<br />

Da destinação de resíduos sólidos urbanos a aterros<br />

sanitários resulta a produção de gás de aterro. Os resíduos<br />

depositados nos aterros sanitários passam por um<br />

processo de digestão anaeróbia, em que diversos grupos<br />

de microrganismos trabalham na conversão da matéria<br />

orgânica complexa em uma mistura de gases (denominado<br />

biogás) CH4 (composta por metano), CO2 (gás carbônico),<br />

H2O (água), H2S (gás sulfídrico) e NH3 (amônia), além<br />

de novas células bacterianas (Chernicharo, 2005).<br />

Como o biogás é um combustível renovável com<br />

diversas aplicações para fins energéticos, ele pode auxiliar<br />

na resolução de ambos os problemas acima citados.<br />

Segundo Li et al. (2015), o gás dos aterros pode ser<br />

utilizado para muitas finalidades (em função do nível de<br />

tratamento aplicado a ele), como: uso direto, geração de<br />

eletricidade, geração combinada de calor e eletricidade,<br />

além de abastecimento veicular.<br />

52 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Em 2015, 58,7% dos resíduos sólidos urbanos produzidos<br />

no Brasil eram enviados para aterros sanitários<br />

(Abrelpe, 2015). Como o Brasil tem se esforçado para<br />

eliminar o uso de lixões pelo programa Brasil sem Lixões,<br />

estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos<br />

(Brasil, 2010), o índice de disposição de resíduos em aterros<br />

sanitários tem aumentado e tende a aumentar ainda<br />

mais, visto que constituem a opção mais barata em face<br />

das demais. Os custos de operação dos aterros em países<br />

de renda média estão entre US$ 15 e US$ 65, a tonelada<br />

(Agamuthu, 2013; Hoornweg et al., 2012), e o aumento<br />

do índice de utilização de aterros resulta em maior potencial<br />

de geração de energia a partir de resíduos urbanos<br />

no Brasil. Santos et al. (2018b) estimaram um potencial<br />

de geração de eletricidade a partir de biogás de aterros<br />

sanitários no país que pode atingir até 1,7 GW (gigawatt).<br />

Nesse sentido, este trabalho apresenta uma análise<br />

do aproveitamento energético e da viabilidade econômica<br />

da utilização de biogás produzido em aterros sanitários<br />

de diversas cidades brasileiras, considerando-se os<br />

métodos de otimização de potência, a fim de verificar a<br />

sua viabilidade financeira para diferentes faixas de população<br />

no Brasil. Trabalhos de análise de potencial energético<br />

e viabilidade financeira auxiliam a ampliar o conhecimento<br />

de determinada fonte de energia, fornecendo<br />

dados úteis para pesquisas futuras, para o planejamento<br />

energético nacional e regional, bem como, para tomadas<br />

de decisão, colaborando para maior difusão dessa forma<br />

de geração e para maior aproveitamento do potencial<br />

energético de biogás no Brasil.<br />

METODOLOGIA<br />

Projeção populacional e produção de resíduos<br />

Os municípios escolhidos para desenvolvimento do<br />

estudo foram: Vigia (PA), Ariquemes (RO), Dourados (MS),<br />

Cascavel (PR), Jundiaí (SP) e Niterói (RJ), selecionados<br />

devido ao fato de representarem diferentes regiões do<br />

país e diferentes valores de população (a cidade de Vigia,<br />

por exemplo, tem cerca de 50 mil habitantes, enquanto<br />

Niterói se aproxima dos 500 mil) e produção de resíduos.


ARTIGO<br />

Três modelos de crescimento de população foram utilizados<br />

para os cálculos do presente trabalho:<br />

i. linear (ou aritmético): que considera que o comportamento<br />

da população em função do tempo segue<br />

uma tendência linear, sendo o crescimento da população<br />

constante a cada ano;<br />

ii. logístico: que considera que o crescimento<br />

populacional é decrescente e se estabiliza atingindo uma<br />

população de saturação; e<br />

iii. modelo com taxa de crescimento populacional<br />

constante: que considera que a taxa de crescimento<br />

populacional (e não o valor absoluto do crescimento da<br />

população – como é o caso do modelo linear) é constante<br />

a cada ano (Qasin, 1999; Sha’Ato et al., 2007).<br />

Os dados históricos de 1991, 2000 e 2010, provenientes<br />

do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),<br />

foram utilizados para cálculo da taxa de crescimento<br />

populacional entre os anos de 1991 e 2000 e de 2000<br />

e 2010. Nas cidades cujo crescimento populacional se<br />

aproximava de uma constante, aplicou-se o modelo<br />

de projeção populacional linear. Nas cidades em que o<br />

crescimento populacional era decrescente, aplicou-se o<br />

modelo logístico. Por fim, para as cidades que apresentavam<br />

elevação na taxa de crescimento populacional,<br />

utilizou-se o modelo de taxa de crescimento constante,<br />

sendo considerado o crescimento verificado entre os<br />

anos 2000 e 2010. Uma das cidades – Ariquemes (RO)<br />

-, apresentou forte decrescimento entre 1991 e 2000, e<br />

expressivo crescimento populacional entre 2000 e 2010,<br />

cidade para a qual adotou-se a projeção linear para modelar<br />

a projeção populacional.<br />

Na segunda parte do estudo utilizaram-se os dados<br />

de geração de resíduos com o auxílio do software Land-<br />

Gem® (Usepa, 2005), que estimou, para um período de 20<br />

anos, a produção de biogás de determinado aterro para<br />

cada um dos municípios. O modelo é utilizado com base<br />

em uma equação de primeira ordem, e tem sido utilizado<br />

por diversos autores (Souza et al., 2019). Dois parâmetros<br />

importantes são utilizados na modelagem: a constante<br />

da taxa de produção de metano (k) e o potencial de produção<br />

de metano (L0) (Fallahizadeh et al., 2019).<br />

CONCLUSÃO<br />

O presente trabalho procurou estimar uma análise<br />

quantitativa e econômica da produção energética a<br />

partir de resíduos sólidos destinados a aterros sanitários,<br />

tomando como base seis cidades de diferentes regiões e<br />

com diferentes faixas populacionais e geração de resíduos.<br />

Os resultados obtidos demonstram que os parâmetros<br />

energéticos e econômicos dos empreendimentos em<br />

cada cidade são influenciados não somente pela população,<br />

mas também pela geração de resíduos e por fatores<br />

climáticos. Isso ficou claro com o exemplo da cidade de<br />

Vigia (PA), que, mesmo com menor população e captação<br />

Este trabalho apresenta<br />

uma análise do<br />

aproveitamento energético<br />

e da viabilidade econômica<br />

da utilização de biogás<br />

produzido em aterros<br />

sanitários de diversas<br />

cidades brasileiras<br />

54 www.REVISTABIOMAIS.com.br


de resíduos dentre as cidades estudadas, apresentou resultados<br />

de energia e LCOE, respectivamente, superiores<br />

e inferiores aos de Ariquemes (RO).<br />

Nenhuma das cidades estudadas apresentou viabilidade<br />

financeira para geração de energia nos aterros,<br />

o que demonstra o grande índice de inviabilidade da<br />

tecnologia no Brasil e explica seu pequeno percentual na<br />

matriz elétrica brasileira. Contudo, um aumento de 23%<br />

nos valores de tarifa de venda de energia, por meio de<br />

subsídios ou incentivos, já viabilizaria seu uso em duas<br />

das cidades estudadas. Isso demonstra a necessidade de<br />

se avaliar a possibilidade de criação de tarifas de venda<br />

de energia específicas para essa forma de geração que<br />

sejam mais elevadas e permitam maior competitividade<br />

dessa fonte. A viabilidade econômica das usinas de geração<br />

de energia pode se tornar um meio para agregação<br />

de valor nos aterros sanitários, auxiliando, assim, em<br />

uma maior difusão dessas estruturas, o que resultará em<br />

melhoria das condições sanitárias do país.<br />

Os valores de LCOE obtidos variaram entre R$ 345<br />

e R$ 440, o MWh, apresentando acentuada redução em<br />

função do aumento da população e da potência. Tais<br />

valores são bastante inferiores às tarifas de venda de<br />

energia da distribuição praticadas no país, o que sinaliza<br />

a possibilidade de utilização dos aterros sanitários no<br />

mercado de geração distribuída.<br />

Como o Brasil ainda tem elevado índice de destinação<br />

inadequada dos resíduos, a tendência futura é a diminuição<br />

do uso de lixões e de aterros controlados, bem<br />

como a ampliação do uso de aterros sanitários, fazendo<br />

o potencial de geração de energia nessas estruturas ser<br />

ainda maior e mais relevante. Nota-se a necessidade de<br />

construção de uma política nacional de incentivos à geração<br />

de energia a partir desses resíduos que possibilite a<br />

redução dos custos de geração dessas fontes, tornando-<br />

-as competitivas.<br />

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AGENDA<br />

MARÇO 2023<br />

EXPOCANAS 2023<br />

Data: 29 a 2 de abril<br />

Local: Nova Alvorada do Sul (MS)<br />

Informações: https://expocanas.com.br<br />

DESTAQUE<br />

MAIO 2023<br />

E-WORLD ENERGY & WATER<br />

Data: 23 a 25<br />

Local: Essen (Alemanha)<br />

Informações: www.e-world-essen.com/de/<br />

JUNHO 2023<br />

ENASE (ENCONTRO NACIONAL DE<br />

AGENTES DO SETOR ELÉTRICO) 2023<br />

Data: 21 a 22<br />

Local: Rio de Janeiro (RJ)<br />

Informações: www.enase.com.br<br />

AGOSTO 2023<br />

FENASUCRO & AGROCANA<br />

Data: 15 a 18 de agosto<br />

Local: Sertãozinho (SP)<br />

Informações: www.fenasucro.com.br<br />

E-WORLD ENERGY & WATER<br />

Data: 23 a 25 de maio<br />

Local: Essen (Alemanha)<br />

Informações:<br />

www.e-world-essen.com/de/<br />

A feira anual E-world Energy & Water é o<br />

principal evento da indústria europeia de energia.<br />

Como uma plataforma de informação para<br />

a indústria de energia, o E-world reúne todos os<br />

anos em Essen, na Alemanha, expositores de diferentes<br />

regiões do mundo, em especial de países<br />

europeus, além de reunir tomadores de decisão<br />

internacionais. Debates sobre a segurança no fornecimento<br />

de energia estão entre os assuntos que<br />

serão abordados no evento. É uma oportunidade<br />

para acompanhar as novidades da área.<br />

56 www.REVISTABIOMAIS.com.br


OPINIÃO<br />

Foto: divulgação<br />

N<br />

o início de 2022, a Microsoft anunciou que estava<br />

planejando um novo data center no Estado de<br />

Quéretaro, no México, que forneceria serviços para<br />

empresas no mundo todo. Este novo data center é<br />

parte do plano: Innovate for México; que engloba um investimento<br />

de US$ 1,1 bilhão durante 5 anos.<br />

No final de 2021, a AWS (Amazon Web Services) também<br />

anunciou que durante 2022 iria instalar zonas de infraestrutura<br />

de nuvem na Argentina, Chile e Colômbia. Antes, a AWS<br />

tinha apenas uma zona na América Latina, localizada no Brasil.<br />

Junto com esses investimentos, há outros como os da Odata<br />

(US$ 271 milhões no Chile e no México), os da Ascenty (US$<br />

750 milhões no Brasil, no Chile e no México) e os da Equinix<br />

(US$ 136 milhões no Brasil) e que mostram o boom que os<br />

data centers hyperscale estão tendo na região. Durante a<br />

pandemia, a digitalização disparou e o tráfego de internet aumentou<br />

35% globalmente, representando o maior aumento<br />

anual desde 2013, de acordo com um relatório da UNCTAD<br />

(Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).<br />

A América Latina contribui com esta tendência<br />

e dados do Cisco System mostram que, enquanto em 2018,<br />

60% da polução da região era usuária da internet, em 2023<br />

esse percentual deve chegar a 70%. O aumento na geração e<br />

no consumo de dados levou ao crescimento dos data centers<br />

hyperscale em resposta à essa demanda por processamento.<br />

INVESTIMENTOS<br />

EM DATA CENTERS<br />

HYPERSCALE NA<br />

AMÉRICA LATINA<br />

HYPERSCALES<br />

O crescimento na quantidade de investimentos na região<br />

nos últimos 2 anos mostra um panorama otimista. Os líderes<br />

da indústria prevêem que nos próximos 5 anos os países da<br />

América Latina começarão a aparecer na lista dos países de<br />

hyperscale, atrás dos grandes players como os EUA (Estados<br />

Unidos da América), a China e o Japão. Entretanto, para que<br />

isso aconteça, a região precisa trabalhar para garantir cinco<br />

pontos essenciais:<br />

• Maior disponibilidade para conectividade e roteamento<br />

redundante: De acordo com o estudo - O impacto dos hyperscales<br />

na América Latina -, feito pela Data Center Dynamics,<br />

essa é a prioridade número um para atrair investimentos<br />

dos hyperscalers, de acordo com 75% líderes do mercado. O<br />

estudo destaca os recentes esforços que a América Latina está<br />

fazendo para renovar e estender a sua conectividade de cabos<br />

submarinos e terrestres. De acordo com dados divulgados<br />

pela BNAmericas, empresa de inteligência de mercado, a<br />

região quintuplicou a sua capacidade de conectividade nos<br />

últimos 20 anos, através de 68 cabos submarinos.<br />

• Incentivos governamentais: Para estimular os investimentos,<br />

os governos devem implantar políticas que garantam<br />

a operação autônoma dos data centers e que reforcem a<br />

infraestrutura elétrica e de telecomunicações para a entrada<br />

de novos players.<br />

• Reduzir a escassez de talentos: A escassez de talentos<br />

especializados em data centers é uma realidade que afeta o<br />

mundo todo. O Uptime Institute estimou que em 2025 haverá<br />

uma falta de aproximadamente 21 mil profissionais na região,<br />

especialmente engenheiros elétricos e mecânicos. Eliminar<br />

essa escassez é fundamental para atrair investimentos em<br />

data centers hyperscale e permitir sua presença contínua na<br />

região.<br />

• Uma infraestrutura energeticamente mais eficiente: De<br />

acordo com dados da IEA (Agência Internacional de Energia)<br />

compilados no relatório da UNCTAD, o consumo de energia<br />

dos data centers hyperscale em 2022 representa quase 50%<br />

do consumo de energia de todos os data centers. Uma rede<br />

elétrica vinda de energias renováveis, com preços competitivos,<br />

ajudará a tornar a região mais atrativa para os players do<br />

mercado de tecnologia mais voltados para a sustentabilidade<br />

e a inovação.<br />

• Disponibilidade de terrenos industriais: A falta de espaço<br />

nas principais cidades da região forçou os data centers a migrar<br />

para locais alternativos.<br />

Apesar de ser um player jovem na indústria de data centers<br />

em comparação ao Brasil ou ao Chile, o México é hoje o principal<br />

receptor de investimentos em provedores de nuvem.<br />

Por Gustavo Pérez<br />

Diretor de Vendas para contas nomeadas para a Vertiv América Latina<br />

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