MANEJO Dados do IMAC (Instituto do Meio Ambiente do Acre) mostram, que na última década, foram licenciados 279 planos de manejo no Acre. O engenheiro florestal Igor Agapejev de Andrade, sócio-proprietário da Tecman, empresa de consultoria em projetos florestais e ambientais, um dos empreendimentos licenciados no Estado, destaca que as geotecnologias proporcionam maior agilidade ao trabalho de levantamento e rastreamento da produção e tornam mais transparente a execução dos planos de manejo. O engenheiro relata que antes, para executar a atividade era preciso ir a campo com grandes equipes e que com o MODEFLORA aconteceu a redução do número de pessoas envolvidas nesse trabalho e as despesas com mão de obra, especialmente na etapa de abertura de picadas e estradas, um dos aspectos que mais oneram a atividade florestal. “Participei do primeiro curso sobre o MODEFLORA e percebi que a tecnologia iniciava uma nova era no manejo florestal. Essas vantagens baixaram os custos do processo produtivo e despertaram o interesse de empresas do setor”, destaca Igor. Para adoção da tecnologia foi necessário implementar uma extensa agenda de capacitação, envolvendo conhecimentos sobre geoprocessamento, cartografia, sistema de informação geográfica, modelagem de dados espaciais e georreferenciados e elaboração de mapas. Daniel Papa , analista da EMBRAPA, relata que já foram treinados mais de mil profissionais do setor florestal e órgãos fiscalizadores do Acre e outros Estados, além de estudantes de graduação e pós-graduação que hoje atuam no manejo de florestas, em diferentes localidades da Amazônia. “Em função do cenário de inovação tecnológica, que requer novos conhecimentos e habilidades com as geotecnologias, a demanda por capacitações tem sido contínua”, destaca Daniel. Lançado em 2007, o MODEFLORA reuniu inovações tecnológicas como o uso do GPS (Sistema de Posicionamento Global), SIG (Sistema de Informação Geográfica) e SR (Sensoriamento Remoto), para fornecer informações de alta precisão sobre a floresta. Com o tempo, o modelo se renovou e agregou geotecnologias como o Lidar (Light Detection and Ranging) – sistema de perfilamento a laser que fornece imagens da floresta em 3D – e os drones, ferramentas que utilizam princípios de inteligência artificial (algoritmos), redes neurais e aprendizagem profunda. Essas tecnologias se alinham ao Manejo <strong>Florestal</strong> 4.0, conceito de produção florestal baseado na automação, geração, transmissão e tratamento de dados de alta precisão. A combinação de diferentes ferramentas tecnológicas proporciona, ainda, outros ganhos na atividade florestal, incluindo a cubagem (medição) de madeira em pátios de estocagem, atividade que otimizou o monitoramento pós-exploratório, essencial para avaliar, de forma efetiva, o impacto ambiental da atividade florestal Evandro Orfanó, pesquisador DRONE COM SENSOR LIDAR PARA COLETA DE DADOS DA FLORESTA 50 www.referenciaflorestal.com.br Foto: Mauricília Silva
Março 2023 51