Jornal Cocamar Maio 2023
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comprar suas terras e tocar seu<br />
negócio, Jorge trabalhou muito<br />
para outros produtores fazendo<br />
bicos, abanando, colhendo e secando<br />
café, fazendo serviços em<br />
geral. Aprendeu a lidar com a<br />
terra observando os outros, tirando<br />
dúvidas com outros produtores.<br />
“Na época, não podíamos<br />
contar com a assistência<br />
técnica como hoje. Um passava<br />
o conhecimento para o outro”, diz.<br />
MUDANÇAS - No início, Jorge<br />
trabalhou em parceria com porcenteiros,<br />
enquanto se envolvia<br />
com outras atividades. Como<br />
tinha um caminhão e amava dirigir,<br />
o produtor acabou se especializando<br />
também em fazer<br />
mudanças, atividade que garantia<br />
uma boa renda, já que muitos<br />
se aventuravam interior adentro<br />
em busca de oportunidades.<br />
VIAGENS - “Tomava o máximo<br />
de cuidado com os móveis e isso<br />
fez crescer minha fama. Como<br />
muitos recomendavam meu trabalho,<br />
viajava direto. Na época<br />
estava abrindo a região de<br />
Umuarama, Palotina e Guaíra e<br />
como ia constantemente levar<br />
mudança para lá, aproveitava a<br />
oportunidade para negociar<br />
amendoim, mamona, milho e<br />
frangos, na volta, para vender por<br />
aqui. Dava para ganhar um bom<br />
dinheiro e comprava terras com<br />
o que conseguia economizar”, recorda-se.<br />
PIRAPÓ - Antes Astorga era ligada<br />
a Maringá por uma antiga<br />
estrada de chão que cruzava o<br />
Pirapó. Com o tempo a ponte de<br />
madeira precária que havia sido<br />
construída acabou caindo por<br />
causa do peso de um caminhão<br />
de tora, em meados da década<br />
de 1950. Depois, por um tempo,<br />
o trajeto era feito com a ajuda de<br />
uma balsa que cruzava o rio. A<br />
estrada atual vinha até Iguaraçu.<br />
DESATOLAR - Em suas andanças<br />
pelo interior do Paraná, Jorge<br />
sempre andava bem equipado<br />
com todo tipo de ferramenta -<br />
enxadas, foice, machado, facão,<br />
picareta, pá, tudo que fosse necessário<br />
para abrir mais as picadas,<br />
desatolar o caminhão ou<br />
melhorar o caminho. Quantas<br />
vezes teve que usar as técnicas<br />
que aprendeu para poder seguir<br />
em frente como encher a traseira<br />
do caminhão com terra ou areia<br />
para, com o peso, levantar a frente<br />
do caminhão e conseguir desatolar.<br />
“A gente sempre dava um<br />
jeito para continuar a viagem”.<br />
TECNOLOGIA - Em sua propriedade,<br />
além do café, o cooperado<br />
fez experiência com o plantio de<br />
algodão, mas não deu muito<br />
certo. “Tínhamos que trabalhar<br />
com muita mão de obra e o pessoal<br />
fazia de qualquer jeito, sem<br />
qualidade. Acabei desistindo”.<br />
Jorge acertou mesmo foi com a<br />
soja e o milho, a partir de 1978,<br />
culturas que conduz com alta<br />
tecnologia hoje, seguindo todas<br />
as recomendações técnicas, para<br />
garantir os bons resultados. O<br />
cooperado foi produtor de sementes<br />
de soja e trigo para a <strong>Cocamar</strong>,<br />
na década de 1980.<br />
Os Brandolin aprenderam a amar a<br />
terra e trabalharem unidos<br />
UNINDO FORÇAS - Jorge e Maria<br />
Aparecida Brandolin, 83 anos, se<br />
casaram em 1958 (foto ao lado)<br />
e desde o início, a esposa e os filhos<br />
sempre trabalharam junto<br />
com o produtor, no mesmo ritmo.<br />
Dos quatro filhos que o casal<br />
teve, três homens e uma mulher,<br />
só um não está ligado ao agronegócio,<br />
o caçula, Maycon, que<br />
optou por estudar Medicina. José<br />
Carlos, Luiz Ângelo e Rosilene,<br />
cujo esposo, Paulinho Furchini<br />
também é produtor rural, trabalham<br />
juntos. Cada um tem a sua<br />
propriedade, mas optaram por<br />
unirem forças e trabalharem juntos.<br />
SUCESSÃO - O casal, que já tem<br />
sua sucessão garantida no<br />
campo, têm ainda seis netos e<br />
três bisnetos, já estando na terceira<br />
geração ligada ao agronegócio.<br />
Os netos Vinicius, João<br />
Gabriel e Pedro Afonso amam o<br />
campo e trabalham lado a lado<br />
com os pais, e uma neta, Isabela,<br />
está cursando Agronomia. Desde<br />
pequenos, tanto os filhos quanto<br />
os netos acompanham Jorge nas<br />
idas ao sítio, aprendendo desde<br />
cedo a amar o cuidado com a<br />
terra. Todos iam ajudar. Sempre<br />
que tinha oportunidade, Jorge<br />
gosta de orientar e procurou<br />
sempre envolver todos com a<br />
atividade da família. Uma coisa<br />
que sempre fez questão foi ensinar<br />
aos filhos e netos o cuidado<br />
com a terra.<br />
PROFISSIONAIS - Há anos são<br />
os filhos que cuidam de tudo na<br />
propriedade, mas quando pode,<br />
Jorge gosta de dar uma conferida<br />
no trabalho, mesmo sabendo,<br />
como faz questão de ressaltar,<br />
que os filhos e netos são profissionais<br />
e sabem o que fazem,<br />
trabalhando sempre com alta<br />
tecnologia, seguindo as recomendações<br />
da equipe técnica da<br />
<strong>Cocamar</strong>. “Quando vejo um caminhão<br />
passar carregado de soja,<br />
sinto saudades de estar na boleia”.<br />
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