Jornal Cocamar Maio 2023

RALLY COCAMAR
Espanhóis foram decisivos para a
fundação da Cocamar
Além do descendente Joaquim Romero Fontes, três espanhóis da gema participaram
do grupo que constituiu a cooperativa e garantiu que a ideia saísse do papel:
Antônio Martos Perez, Juan Saldaña Garcia e Diogo Martin Esteves
Num tempo em que,
desorganizada, a
cafeicultura enfrentava
grave crise
com excesso de oferta e os produtores
acumulavam prejuízos,
nem todos os produtores continuavam
acreditando na atividade.
Assim, quando no começo
de 1963 se falou em fundar
uma cooperativa de cafeicultores
em Maringá, foi preciso vencer
o desânimo e arrebanhar
vários deles para tentar garantir
um número mínimo de participantes
na assembleia de constituição
da entidade.
LIDERANÇA - Essa movimentação
coube, em grande medida, a
produtores de origem ou descendência
espanhola, sob a liderança
de Joaquim Romero
Fontes. Filho de espanhóis e
nascido no interior paulista, Fontes
estava entre os poucos que
haviam feito fortuna com café.
INICIATIVA - Mesmo iletrado,
era um homem de visão e, ao
escutar que o Banco do Brasil
articulava a fundação de uma
cooperativa na cidade, apressou-se
em propagar a ideia
entre outros produtores para
que a mesma não morresse na
casca.
ESPALHOU - Foi assim que a
notícia chegou aos ouvidos de
um tio seu, o espanhol Antônio
Martos Perez, o qual, por sua
vez, a transmitiu a um conterrâneo,
Diogo Martin Esteves.
Sabas, com
a carteira
profissional
do pai
Pensão, garapa e café
Diogo Martin Esteves
Natural de Villar del Ciervo, um
povoado da Salamanca situado
na fronteira com Portugal, onde
nasceu em 1902, Diogo (cujo
nome de batismo, na verdade,
era Diego) estava fixado no interior
de São Paulo, para onde seus
familiares haviam imigrado em
1912. E foi em Neves Paulista, a
33 quilômetros de São José do
Rio Preto, que ele se casou com
a espanhola Gabriela, no Brasil
desde os seus oito anos. Tiveram
nove filhos, sendo o mais novo
deles, Sabas Martin Fernandes,
atualmente empresário do ramo
imobiliário em Maringá.
PENSÃO - Com boa memória, o
advogado, economista e contador
Sabas, de 78 anos, conta que
tinha quatro anos em 1948
quando sua família decidiu tentar
a sorte em Maringá, cidade fundada
um ano antes e que era divulgada
aos quatro ventos como
um novo eldorado. “Meu pai
não tinha a ambição de possuir
terra, como muitos que aqui chegavam,
ele pensava só em trabalhar
nas lavouras de café”, observa.
Como ainda estava havendo
a derrubada e eram
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