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Exercícios Espirituais de Santo Ignacio de Loyola (1491-1556)

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<strong>Exercícios</strong> <strong>Espirituais</strong><br />

355 – Terceira [regra]. Louvar a assistência frequente à missa, e igualmente cantos, salmos e longas orações, na igreja<br />

e fora <strong>de</strong>la; e também a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> horas <strong>de</strong>stinadas para todo o ofício divino e para toda a oração e todas as<br />

horas canónicas.<br />

356 – Quarta [regra]. Louvar muito a vida religiosa, a virginda<strong>de</strong> e a continência, e não louvar tanto o matrimónio<br />

como nenhuma <strong>de</strong>stas. [14,15]<br />

357 – Quinta [regra]. Louvar os votos religiosos, <strong>de</strong> obediência, pobreza e castida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> outras perfeições <strong>de</strong><br />

superrogação. É <strong>de</strong> notar que, como os votos se fazem sobre coisas que se aproximam mais da perfeição evangélica,<br />

não se <strong>de</strong>vem fazer <strong>de</strong> coisas que nos apartam <strong>de</strong>ssa perfeição, como <strong>de</strong> ser comerciante ou <strong>de</strong> casar-se, etc.<br />

358 – [Sexta regra]. Louvar as relíquias dos <strong>Santo</strong>s, venerando-as a elas e rezando-lhes a eles. Louvar estações,<br />

peregrinações, indulgências, jubileus, bulas da cruzada e velas acesas nas igrejas.<br />

359 – [Sétima regra]. Louvar constituições sobre jejuns e abstinências, como as da quaresma, das quatro têmporas,<br />

vigílias, sexta e sábado; e também as penitências, não somente internas, mas também externas. [82]<br />

360 – [Oitava regra]. Louvar os ornamentos e os edifícios das igrejas e também as imagens e venerá-las pelo que<br />

representam.<br />

361 – [Nona regra]. Louvar finalmente todos os preceitos da Igreja, tendo prontidão <strong>de</strong> espírito para buscar razões para<br />

os <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r, e, <strong>de</strong> modo nenhum para os criticar.<br />

362 – [Décima regra]. Devemos ser mais prontos para aprovar e louvar tanto as directrizes e recomendações como o<br />

comportamento dos nossos Superiores [do que para os criticar]. Porque, mesmo que a conduta <strong>de</strong> alguns não fosse tal<br />

[como <strong>de</strong>veria ser] , falar contra ela, ou em pregações públicas ou em conversas, na presença <strong>de</strong> simples fiéis,<br />

originaria mais críticas e escândalo do que proveito. E assim, o povo viria a irritar-se contra os seus superiores, quer<br />

temporais quer espirituais. De maneira que assim como é prejudicial falar mal dos Superiores, na sua ausência, diante<br />

do povo humil<strong>de</strong>, assim po<strong>de</strong> ser proveitoso falar da sua má conduta às pessoas que lhes po<strong>de</strong>m dar remédio. [41]<br />

363 – [Undécima regra]. Louvar a doutrina positiva e escolástica, porque assim como é mais próprio dos doutores<br />

positivos, tais como S. Jerónimo, S. Agostinho e S. Gregório, etc. mover os afectos, para em tudo amar e servir a Deus,<br />

nosso Senhor, assim é mais próprio dos escolásticos, tais como S. Tomás, S. Boaventura e o Mestre das Sentenças,<br />

etc., <strong>de</strong>finir ou explicar para os nossos tempos [369], as coisas necessárias à salvação eterna, e refutar e explicar mais<br />

todos os erros e todos os sofismas. Porque os doutores escolásticos, como são mais mo<strong>de</strong>rnos, não só se aproveitam da<br />

exacta inteligência da Sagrada Escritura e dos <strong>Santo</strong>s Doutores positivos, mas ainda iluminados e esclarecidos pela<br />

graça divina, ajudam-se também dos concílios, cânones e constituições da nossa Santa Mãe Igreja.<br />

364 – [Duodécima regra]. Devemos evitar fazer comparações entre os que estamos vivos e os bem aventurados <strong>de</strong><br />

outrora. Porque não pouco nos enganamos neste ponto, quando dizemos, por exemplo: «Este sabe mais que <strong>Santo</strong><br />

Agostinho, é outro ou mais que São Francisco, é outro São Paulo, em bonda<strong>de</strong>, em santida<strong>de</strong>, etc». [2]<br />

365 – [Décima terceira regra]. Para em tudo acertar, <strong>de</strong>vemos estar sempre dispostos a que o branco, que eu vejo,<br />

acreditar que é negro, se a Igreja hierárquica assim o <strong>de</strong>termina. Porque creio que entre Cristo, nosso Senhor, esposo, e<br />

a Igreja, sua esposa, não há senão um mesmo Espírito que nos governa e dirige para a salvação das nossas almas.<br />

Porque é pelo mesmo Espírito e Senhor nosso, que nos <strong>de</strong>u os <strong>de</strong>z mandamentos que é dirigida e governada a nossa<br />

Santa Mãe Igreja.<br />

366 – [Décima quarta regra]. Embora seja muito verda<strong>de</strong> que ninguém se po<strong>de</strong> salvar sem ser pre<strong>de</strong>stinado, e sem ter a<br />

fé e a graça, contudo <strong>de</strong>ve-se ter muito cuidado no modo <strong>de</strong> falar e <strong>de</strong> se expressar sobre todas estas coisas.<br />

367 – [Décima Quinta regra]. Habitualmente não <strong>de</strong>vemos falar muito <strong>de</strong> pre<strong>de</strong>stinação; mas se, <strong>de</strong> alguma maneira e<br />

algumas vezes, se falar, faça-se <strong>de</strong> maneira que o povo simples não venha a cair nalgum erro, como acontece, algumas<br />

vezes, ao dizer: «se tenho <strong>de</strong> me salvar ou con<strong>de</strong>nar, já está <strong>de</strong>terminado, e não é por eu fazer bem ou mal que po<strong>de</strong><br />

acontecer outra coisa. E assim relaxam-se e <strong>de</strong>scuidam as obras que conduzem à salvação e ao proveito espiritual <strong>de</strong><br />

http://www.ppcj.pt/sjee.htm[27-07-2009 13:42:37]

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