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EVENTO<br />
SINDIPLANOS<br />
Uma das propostas que temos para<br />
expandir o mercado é a de criar<br />
mecanismos que possibilitem a<br />
acessibilidade ao setor. É preciso<br />
desenvolver produtos mais flexíveis,<br />
para que as pessoas escolham<br />
qual se adapta melhor ao seu<br />
perfil e seu orçamento, pois o<br />
SUS está subfinanciado e não há<br />
como melhorar a captação se não<br />
mudarmos o sistema”<br />
VERA VALENTE, da FenaSaúde<br />
de pessoas com mais de 60 anos cresceu<br />
32,6%. A especialista também disse que<br />
o setor precisa refletir sobre como gerar<br />
riqueza suficiente para garantir à população<br />
acesso às novas tecnologias, mediante<br />
recursos finitos e velocidade de inovação.<br />
“Em 2022, foram incluídas 55 novas<br />
coberturas obrigatórias. O valor agregado<br />
de uma tecnologia deve ser avaliado para<br />
que esses recursos sejam usados de forma<br />
racional”.<br />
Além da longevidade e a adoção<br />
de novas tecnologias, Vera afirmou que<br />
a Lei 14.454/22, que trata sobre o Rol<br />
Exemplificativo, aumenta a insegurança<br />
jurídica e coloca o Brasil na contramão das melhores práticas mundiais<br />
de ATS (Avaliação de Tecnologias em Saúde). “Esse tipo de medida<br />
privilegia a demanda por inovação, preterindo o acesso a mais<br />
cuidado para mais pessoas, comprometendo a previsibilidade de<br />
despesas e a precificação das operadoras, o que pode causar maiores<br />
reajustes para os beneficiários”.<br />
Segundo a executiva, atualmente o principal problema que<br />
o setor vem enfrentando são as fraudes. De acordo com a ANS, somente<br />
em 2022 o mercado teve um prejuízo operacional de 10,7<br />
bilhões. “Esse é um desafio cultural. De 2018 a 2022, as associadas<br />
à FenaSaúde registraram 1.728 notícias-crime e ações cíveis relacionadas<br />
a fraudes. Para contribuir para a sobrevivência da saúde<br />
suplementar, é preciso que os corretores tenham conhecimento e<br />
adotem boas práticas de gestão da carteira”. Como representante<br />
do mercado, a Federação está estruturando uma área de prevenção<br />
e combate à fraude; plano de comunicação; análise de denúncias<br />
com atuação conjunta das operadoras associadas; e a apresentação<br />
de três notícias-crime ao Ministério Público de São Paulo, que foram<br />
desdobradas em dez inquéritos.<br />
Marcelo Belber, gerente comercial da Ameplan, apresentou os<br />
números do Grupo e falou sobre as oportunidades de negócios do<br />
setor. A empresa conta com 79.104 beneficiários, cinco hospitais, duas<br />
clínicas de especialidades e cinco centros de diagnósticos. “Só em<br />
2022, emitimos 204.354 guias, realizamos 315.760 consultas ambulatoriais,<br />
162.340 consultas no pronto socorro e 10.205 internações”.<br />
O executivo disse que a saúde suplementar foi um dos segmentos<br />
mais impactados pela pandemia de Covid-19, quando foi colocada<br />
em risco a sustentabilidade do setor. “O mercado está vivendo<br />
um momento adverso. Para sobrevivermos, temos que olhar isso de<br />
um ponto de vista mais criterioso para as operadoras e seguradoras.<br />
Quanto à questão das fraudes, penso que só existem vendedores de<br />
vantagens porque há compradores. Se nós conseguirmos ter o equilíbrio<br />
de oferecer conhecimento aos nossos parceiros, teremos mais<br />
sucesso no negócio e a expansão da nossa indústria será viável”.<br />
Lidiane Mazzoni, professora da ENS, aproveitou o evento<br />
para ressaltar a importância da qualificação dos corretores e que a<br />
pós-graduação em Saúde Suplementar foi desenvolvida para suprir<br />
uma necessidade do mercado. “Todos os dias temos uma situação<br />
diferente no setor de saúde. A proposta do curso é a de que o aluno<br />
coloque todo o aprendizado em prática no trabalho. O curso aborda<br />
desde questões introdutórias jurídicas até noções de LGPD (Lei Geral<br />
de Proteção de Dados), ou seja, todas as questões que vão se modulando<br />
no dia a dia para melhorar a operação do setor”.<br />
O presidente do Sindiplanos, José Silvio Toni Junior, reforçou<br />
que a saúde suplementar só irá continuar produzindo benefícios aos<br />
brasileiros se os agentes do setor estiverem unidos. “Todas as operadoras<br />
e entidades têm que contribuir para esse movimento, oferecendo<br />
treinamento para os corretores e fazendo com que a categoria<br />
foque não apenas na expansão, mas na qualidade da carteira. O corretor<br />
é uma ponte entre as empresas e os clientes, pois ele é quem<br />
auxilia o beneficiário no momento da contratação do plano de saúde<br />
e no pós-venda. A minha proposta é que nós repensemos o mercado<br />
a partir da operação, pois só assim iremos ampliar nossa atuação”.<br />
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