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Biomais_59Web

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Entrevista: Alexandre Alonso Alves aponta avanços da pesquisa na Embrapa Agroenergia<br />

VALOR AGREGADO<br />

LINHA COMPLETA DE<br />

EQUIPAMENTOS DA CHINA<br />

AUTOMATIZA A FABRICAÇÃO<br />

DE PELLETS<br />

ADDED VALUE<br />

A COMPLETE LINE OF<br />

EQUIPMENT FROM CHINA<br />

AUTOMATES PELLET-MAKING<br />

POLÍTICA<br />

GOVERNO DO PARANÁ ADERE A<br />

CONVÊNIOS QUE INCENTIVAM<br />

PRODUÇÃO DE BIOGÁS E BIOMETANO<br />

FEIRA<br />

EMPRESAS DA ÁREA DE BIOMASSA<br />

MARCARAM PRESENÇA NA FIMMA BRASIL


O Grupo ANDRITZ líder global de<br />

plantas, equipamentos e serviços nas diversas<br />

linhas de produção de papel e celulose, vem<br />

ampliando a atuação e alcançando novos<br />

projetos com participação expressiva no setor<br />

de biomassa.<br />

Cada vez mais o setor sustentável vem<br />

buscando a excelência dos projetos da<br />

ANDRITZ para o desenvolvimento de soluções<br />

necessárias para o segmento.<br />

A biomassa vem sendo utilizada como<br />

alternativa para a redução de custos e,<br />

principalmente, como energia renovável<br />

contribuindo para a redução das emissões de<br />

carbono. A tecnologia empregada nesse<br />

processo pode remover milhões de toneladas<br />

de dióxido de carbono (CO 2<br />

) da atmosfera em<br />

âmbito global.<br />

A ANDRITZ na Divisão de Feed &<br />

Biofuel, possui em seu portfólio, uma das<br />

maiores referências técnicas e de performance<br />

de plantas de peletização de madeira do<br />

mundo, trata-se de uma planta instalada na<br />

cidade de Waycross, na Georgia, nos Estados<br />

Unidos. A produção inicial era de 750.000<br />

toneladas por ano, entretanto, ano após ano,<br />

novos recordes de produção estão acontecendo.<br />

Nesta planta, além da engenharia<br />

básica, foram fornecidos diversos equipamentos<br />

como: descascadores, picadores HHQ30,<br />

trituradores, peneiras, moinhos modelo 43060<br />

e peletizadoras PM-30, dentre outros.<br />

Recentemente, a ANDRITZ também<br />

fechou contrato com uma nova instalação de<br />

pellets para uma fábrica na Colômbia, onde<br />

estima-se uma produção anual de 130.000<br />

toneladas ao ano. Neste novo investimento, a<br />

.<br />

ANDRITZ foi contratada pela referência de<br />

melhor fornecedora para uma longa e mútua<br />

parceria.<br />

“Os projetos desenvolvidos pela<br />

ANDRITZ, para o setor de biomassa, evidenciam<br />

que o acesso à tecnologia de ponta<br />

pode e deve ser utilizado em todos os setores<br />

independentemente do tamanho das<br />

fábricas”, ressalta Luiz Paulo da Cunha,<br />

gerente geral de engenharia e planejamento<br />

da ANDRITZ.<br />

Os pellets são biocombustíveis<br />

granulados, à base de biomassa vegetal, que<br />

é moída e em seguida compactada, principalmente<br />

por meio de moinhos e peletizadoras.


SUMÁRIO<br />

10 | EDITORIAL<br />

Energia sustentável<br />

12 | CARTAS<br />

14 | NOTAS<br />

28 | ENTREVISTA<br />

40 | PRINCIPAL<br />

46 | INVESTIMENTO<br />

A força do vento<br />

52 | INFORME<br />

Cuidados geram resultados<br />

54 | POLÍTICA<br />

Energia renovável em alta<br />

60 | FEIRA<br />

66 | ARTIGO<br />

72 | AGENDA<br />

74 | OPINIÃO<br />

A personalização do<br />

atendimento é a chave para<br />

ganhos de competitividade<br />

08 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EDITORIAL<br />

A capa desta edição apresenta<br />

os equipamentos que compõem<br />

a linha completa da JSIC Comex<br />

para produção de pellets.<br />

ENERGIA<br />

SUSTENTÁVEL<br />

A<br />

nova edição da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS destaca a instalação feita pela empresa JSIC Comex de uma linha completa<br />

para produção de pellets na região de Guarapuava (PR). A empresa especializada na importação e exportação de máquinas<br />

e equipamentos para área de biomassa deu suporte completo para o desenvolvimento do projeto até a realização dos<br />

testes de produção na empresa que investiu neste segmento, aproveitando os resíduos que gera em sua atividade principal.<br />

Na editoria de Entrevista conversamos com o presidente da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso Alves. Ele abordou as atividades<br />

da unidade que completa 17 anos em 2023. Ainda na edição temos a cobertura da Fimma Brasil 2023 que reuniu várias empresas com<br />

soluções para biomassa. O Leitor confere ainda outras notícias sobre energias renováveis, investimentos e incentivos do setor. Uma<br />

ótima leitura!<br />

SUSTAINABLE ENERGY<br />

T<br />

his issue of REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong> highlights the installation by JSIC Comex of a complete line for producing pellets in the Guarapuava<br />

(PR) Region. The Company specializes in importing and exporting machinery and equipment for the biomass area. It supported the<br />

elaboration of the project up to the production tests carried out by the company that invested in this segment, taking advantage of the<br />

waste it generates in its main activity. In the Interview Section, we spoke with Alexandre Alonso Alves, Head of Embrapa Agroenergia,<br />

who addressed the activities of the unit, which completes 17 years in 2023. Also in this issue, we have the coverage of Fimma Brasil, which brought<br />

together several companies with solutions for biomass. The Reader can also check out other news about the Sector's renewable energies,<br />

investments, and incentives. Pleasant reading!<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO X - EDIÇÃO 59 - OUTUBRO 2023<br />

Diretor Comercial/Commercial Director:<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />

Diretor Executivo/Executive Director:<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />

Redação/Writing:<br />

Gisele Rossi<br />

(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />

Dep. de Criação/Graphic Design:<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão - Crislaine Briatori Ferreira<br />

Guilherme Augusto Oliveira - Sofia Carlesso<br />

(criacao@revistareferencia.com.br)<br />

Mídias Sociais/Social Media<br />

Cainan Lucas<br />

Representante Comercial/Sales representative<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Dep. Comercial/Sales Departament:<br />

Gerson Penkal - Carlos Augusto<br />

(comercial@revistabiomais.com.br) Fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Tradução / Translation: John Wood Moore<br />

Dep. de Assinaturas/Subscription:<br />

(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora<br />

Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />

www.jotaeditora.com.br<br />

A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas<br />

e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de<br />

energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos<br />

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos,<br />

direta e/ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS<br />

não se responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />

responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são<br />

terminantemente proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed<br />

at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues<br />

used for energy generation and cogeneration, research institutions, university<br />

students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities, directly and/<br />

or indirectly linked to the Segment. REVISTA BIOMAIS does not hold itself<br />

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by others; these are the responsibility of their authors. The use, reproduction,<br />

appropriation, databank storage, in any form or means, of the text, photos<br />

and other intellectual property of REVISTA BIOMAIS are strictly forbidden<br />

without written authorization of the holder of the authorial rights, except for<br />

educational purposes.<br />

10 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CARTAS<br />

PRINCIPAL<br />

A biomassa vai continuar sendo tendência de energia barata e renovável nas próximas décadas.<br />

As indústrias que apostarem nessa matriz vão sair na frente das demais.<br />

Andreia Lucinda – Poços de Caldas (MG)<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

A Revista BIOMAIS surpreende a cada edição. Sempre fico na expectativa de saber com quem será a próxima entrevista!<br />

Daniel Pereira – Joinville (SC)<br />

PESQUISA<br />

O Hidrogênio Gaseificado falado nessa pesquisa nos mostra várias formas de sustentabilidade.<br />

Juan Moreira – Porto Velho (RO)<br />

PELLETS<br />

Não existe a possibilidade de um futuro sustentável sem a utilização de fontes<br />

renováveis de energia. Que a pesquisa evolua cada dia mais para que o futuro seja mais<br />

sustentável.<br />

Luciano Pagnotto – Cuiabá (MT)<br />

Foto: divulgação<br />

www.revistabiomais.com.br<br />

na<br />

mí<br />

energia<br />

biomassa<br />

dia informação<br />

@revistabiomais<br />

/revistabiomais<br />

Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />

12 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A CPM ESTEVE LÁ!<br />

Com foco na indústria de etanol de<br />

milho, inovação e sustentabilidade, é<br />

promovida pela Novozymes,<br />

empresa líder em BioSolutions. Esta<br />

conferência reuniu os mais<br />

importantes representantes destes<br />

setores, incluindo produtores,<br />

investidores, associações e<br />

fornecedores de tecnologia, para<br />

apresentar e discutir as principais<br />

tendências das indústrias. Na 9ª<br />

edição a CPM Latin America teve o<br />

privilégio de participar com<br />

exclusividade, tendo a oportunidade<br />

de levar nossas novidades para o<br />

segmento, além de entender ainda<br />

mais a demanda para seguir<br />

atendendo nossos clientes da melhor<br />

maneira possível.<br />

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Moema – São Paulo (SP) – Brasil<br />

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NOTAS<br />

ENERGIA SOLAR EM ALTA<br />

Segundo um levantamento feito pela IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável), o Brasil é o quarto país<br />

do mundo que mais emprega no setor de energia solar. E ocupa o 8º lugar na geração de energia solar. De acordo com o<br />

estudo, a produção fotovoltaica brasileira emprega mais de 214 mil profissionais, perdendo apenas para China, Índia e EUA<br />

(Estados Unidos da América). Consolidada como a segunda maior fonte energética do país, a energia solar recebeu mais de<br />

R$ 33 bilhões em novos investimentos no primeiro semestre de 2023, segundo dados da ABSOLAR (Associação Brasileira de<br />

Energia Solar Fotovoltaica). Devido o alto valor alocado, a tendência é que o mercado de trabalho do setor siga aquecido<br />

neste final de ano.<br />

No ranking dos países que mais geram energia solar no mundo, o Brasil ultrapassou países como Holanda e Coreia do<br />

Sul e ancora a 8ª posição do estudo. Isso é uma ótima notícia para o país e um sinal positivo de seu crescimento no setor<br />

de energia solar. O uso de energia solar tem ganhado destaque em todo o mundo devido aos seus benefícios ambientais<br />

e econômicos. A classificação do Brasil em 8º lugar no ranking global de geração de energia solar é um indicativo de seu<br />

compromisso em expandir o uso de fontes de energia renovável.<br />

A energia solar é uma fonte limpa e sustentável de energia que ajuda a reduzir as emissões de GEE (gases de efeito<br />

estufa) e a dependência de combustíveis fósseis. Além disso, ela cria empregos locais e impulsiona o desenvolvimento<br />

tecnológico. O Brasil, com seu vasto território e condições climáticas favoráveis, tem um enorme potencial para continuar<br />

crescendo nesse setor. Para manter e melhorar ainda mais sua posição no ranking, o Brasil pode continuar investindo em<br />

infraestrutura para a geração de energia solar, promovendo políticas públicas que incentivem o uso de fontes de energia<br />

renovável e facilitando o acesso a sistemas de energia solar para residências, empresas e instituições.<br />

Foto: divulgação<br />

14 www.REVISTABIOMAIS.com.br


BIOMETANO A PARTIR DE RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) contratou financiamento no valor de R$<br />

99,8 milhões para a implantação de uma usina de produção de biometano no aterro sanitário Minas do Leão, localizado<br />

na cidade homônima, a 80 km (quilômetros) de Porto Alegre (RS). A estimativa é de que a unidade tenha capacidade<br />

para produzir até 66 mil m3/dia (metros cúbicos por dia) de biometano, combustível sustentável semelhante<br />

ao gás natural. Ele será produzido em planta de purificação, que recebe o biogás gerado graças a decomposição da<br />

matéria orgânica do aterro sanitário por micro-organismos, para conversão em biometano.<br />

A operação de R$ 99,8 milhões com o Grupo Solví e a Arpoador Energia é o primeiro financiamento do BNDES<br />

com recursos do Fundo Clima para produção de biometano a partir de resíduos sólidos urbanos.<br />

A expectativa é que o projeto evite por ano, cerca de 50 mil tCO2e (toneladas de gás carbônico) equivalentes, em<br />

emissões de gases de efeito estufa. Estruturada como Project Finance, a iniciativa terá R$ 56,5 milhões do Programa<br />

Fundo Clima, complementados por R$ 43,2 milhões do BNDES Finem. Para a diretora de Infraestrutura, Transição<br />

Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, este investimento é um marco para o BNDES.<br />

A inauguração da usina está prevista para o 2 semestre de 2024, e o gás gerado será adquirido pelo Grupo Ultra,<br />

segundo contratos de compra já firmados. Muitas vezes os clientes finais serão do setor das indústrias, que receberão<br />

o combustível na forma de gás natural comprimido, via modal rodoviário. O financiamento do BNDES é cerca<br />

de 80% do montante de R$ 125,3 milhões, que será feito pela Biometano Sul S.A., sociedade de propósito específico<br />

criada para a produção de biometano no local, com controle do Grupo Solví e da consultoria Arpoador Energia.<br />

A tecnologia que será utilizada na planta da Biometano Sul, conhecida como Water Wash, separa o CO2 dos<br />

demais gases presentes e concentra o metano em aproximadamente 96% de sua composição, para atender às especificações<br />

do órgão regulador, a Agência Nacional do Petróleo.<br />

Foto: divulgação<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

15


NOTAS<br />

APORTE FINANCEIRO<br />

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) liberou a adesão complementar de R$ 1,5 bilhão para o<br />

programa RenovaBio, totalizando um orçamento de R$ 3,5 bilhões, com a intenção de atender à demanda do setor de biocombustíveis<br />

por crédito ASG (Ambiental, Social e Governança) até o final do ano de 2024. Segundo o presidente do BNDES, Aloizio<br />

Mercadante, com as medidas adotadas. “Estamos conseguindo atingir uma parcela ainda maior do setor de biocombustíveis e,<br />

com isso, amplificamos o impacto do Programa BNDES RenovaBio na descarbonização do setor”, explica.<br />

Em 2 anos, o programa aprovou 13 operações de financiamento, em um total de R$ 1,1 bilhão, dos quais mais de R$ 1 bilhão<br />

já foram desembolsados. Além disso, há outras operações que já estão sendo analisadas pelo banco.<br />

O programa prevê o apoio direto por meio de crédito ASG para o setor de biocombustíveis, no âmbito da Política RenovaBio,<br />

com incentivo para a melhoria da eficiência energético-ambiental e da certificação da produção. Com isso, a expectativa é que<br />

somando todas as usinas apoiadas, terão capacidade de produzir biocombustíveis capazes de evitar emissões de 3,4 milhões de<br />

toneladas de carbono por ano, volume 14% maior ao verificado na contratação das operações.<br />

Foto: divulgação<br />

16 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Foto: divulgação<br />

FOMENTO PARA ENERGIA RENOVÁVEL<br />

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) abriu consulta pública para sugestões às Regras de Comercialização de<br />

Energia Elétrica que entrarão em vigência em 2024. A consulta pública nº 37/2023 segue aberta até o dia 17 de novembro. A<br />

minuta de resolução e outras informações sobre a consulta estão publicadas na página da ANEEL na internet (https://www.gov.<br />

br/aneel/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/consultas-publicas), no espaço da consulta pública nº 037/2023. As<br />

contribuições devem ser enviadas pelo e-mail cp037_2023@aneel.gov.br.<br />

Dentre as alterações previstas em relação às regras atuais, estão: a inclusão dos contratos dos LEN (Leilões de Energia Nova)<br />

e LEE (Leilões de Energia Existente) que possuem início de suprimento nos anos de 2024, 2025 e 2026; a adequação das Regras<br />

às definições de modalidades de despacho presentes nos Procedimentos de Rede do ONS (Operador Nacional do Sistema); a<br />

limitação de registro de contratos para comercializadores classificados como Tipo 2, que terão seus contratos limitados ao montante<br />

de 30 MW (megawatts) médios; a reformulação do processo de definição de cotas de energia do Proinfa, que passará a ser<br />

automatizado com base em informações mensais de carga dos agentes; a reformulação da alocação de energia do ACL (Ambiente<br />

de Contratação Livre) para o ACR (Ambiente de Contratação Regulado), que passará a seguir conceito similar à cessão de<br />

energia de reserva, no qual a alocação adicional ocorre apenas quando existe necessidade efetiva de evitar um ressarcimento.<br />

Propõe-se ainda que a declaração do mecanismo ocorra antes do início do ano contratual. A vigência do mecanismo inicia em<br />

2024, com declaração de participação ainda em 2023.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

17


NOTAS<br />

MERCADO LIVRE DE ENERGIA<br />

Pequenas e médias empresas do Paraná já começaram a migrar para o mercado livre de energia e garantir economia<br />

de até 35%. A informação foi divulgada pelo diretor da Copel Mercado Livre, subsidiária de comercialização da Copel<br />

(Companhia Paranaense de Energia), Moacir Bertol, durante o Fórum Lide Paraná de Energia, realizado em Curitiba (PR).<br />

Recentemente a empresa assinou um contrato para fornecer energia às unidades consumidoras de uma concessionária<br />

de veículos da capital paranaense. O primeiro consumidor nesta modalidade, no entanto, foi um hotel de Londrina<br />

(PR). De um modo geral, podem economizar com o mercado livre consumidores cuja conta de energia seja de cerca de<br />

R$ 7 mil.<br />

“Ao migrar para o mercado livre de energia, pequenas e médias empresas, como farmácias, salões de beleza, postos<br />

de gasolina e padarias, dentre outros, podem economizar mais de um terço dos gastos com energia”, explica Bertol.<br />

Essa modalidade de contratação permite que os consumidores escolham de quem comprar energia, negociem<br />

prazos e fechem contratos com preços pré-definidos, o que possibilita planejar o custo com energia antecipadamente e<br />

se proteger das oscilações do preço do insumo no curto prazo.<br />

Até agora, o mercado livre de energia era limitado a consumidores que contratavam, no mínimo, 500 kW (quilowatts)<br />

de demanda. Com a publicação da Portaria Normativa número 50 do MME (Ministério de Minas e Energia), a<br />

partir de 2024 todos os consumidores atendidos em alta tensão (que fazem parte do chamado grupo A) poderão migrar<br />

para o mercado livre. Embora a nova regra passe a valer a partir de janeiro do próximo ano, as empresas já podem formalizar<br />

a migração e antecipar a garantia de desconto, uma vez que há um prazo legal para a mudança.<br />

No Paraná, 12,8 mil consumidores serão beneficiados e poderão participar do ambiente de contratação livre como<br />

consumidores varejistas. Nesse formato, toda a gestão junto à Câmara de Comercialização de Energia, requisito para<br />

fazer a migração, é feita pela Copel Mercado Livre, o que facilita a vida do cliente.<br />

Foto: divulgação<br />

18 www.REVISTABIOMAIS.com.br


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NOTAS<br />

CAPITAL PARANAENSE ECONOMIZA COM<br />

PIRÂMIDE SOLAR<br />

No dia 29 de setembro, a Pirâmide Solar de Curitiba (PR) - Parque Fotovoltaico da Caximba completou seis meses<br />

de funcionamento. Neste período, a geração de energia do local foi de 2.048,985 MWh (megawatts/hora), quantidade<br />

suficiente para suprir 2 mil casas por seis meses ou 12 mil durante um mês (residências com família de quatro<br />

pessoas).<br />

Toda a energia gerada foi distribuída para 269 prédios públicos da prefeitura de Curitiba. Isso resultou em uma<br />

economia de R$ 1,17 milhão para os cofres públicos do município, recurso que pode ser utilizado em outras áreas da<br />

cidade. O mês de setembro foi o melhor, até agora, em termos de geração de energia da Pirâmide Solar. O recorde de<br />

geração mensal foi de 455.801,72 kWh (quilowatt/hora) em setembro. A energia gerada pelos módulos fotovoltaicos<br />

da Pirâmide Solar é injetada na rede de distribuição da Copel (Companhia Paranaense de Energia) e o valor é abatido<br />

da conta de energia do município.<br />

“A Pirâmide Solar era um sonho que virou realidade e já transforma a luz solar em energia limpa. É uma ideia<br />

inteligente, como a nossa Curitiba. Está ajudando a diminuir a poluição no mundo e também provoca nas pessoas o<br />

sentimento de que é possível vencermos os efeitos perversos do aquecimento global”, afirma o prefeito Rafael Greca.<br />

Foto: José Fernando Ogura/SMCS<br />

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NOTAS<br />

HIDROGÊNIO VERDE NO NORDESTE<br />

O Consórcio Nordeste (Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste) e o Banco Mundial assinaram<br />

um memorando de entendimento, para desenvolver áreas consideradas chave em sustentabilidade nos nove Estados integrantes<br />

do grupo: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. O Banco Mundial vai<br />

assessorar os estados em um plano de transição energética. Esse plano deverá se desdobrar em planos locais com operações de<br />

financiamento. Esse protocolo de intenção é um primeiro passo para promover amplamente a transição energética na região.<br />

A parceria pretende financiar, sobretudo, projetos relacionados ao desenvolvimento do hidrogênio de baixo teor de carbono,<br />

o chamado hidrogênio verde; além da geração de energia eólica; preservação do bioma da caatinga; exploração de eventuais<br />

oportunidades de projetos nas áreas de energia solar, água e saneamento; engajamento comunitário; e desenvolvimento digital.<br />

O governador da Paraíba e presidente do Consórcio Nordeste, João Azevêdo, falou do potencial da região. “Sabemos do<br />

potencial que a região nordeste tem para a geração de energias limpas e renováveis. E neste momento de transição energética,<br />

nossa região poderá ser a grande protagonista da produção de hidrogênio verde. Entretanto, é preciso que tudo isso aconteça de<br />

forma harmônica e regulamentada.”<br />

O diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt, disse que o Brasil tem grandes oportunidades de se tornar um líder<br />

global na transição energética e que, para isso, compartilhará as experiências de outros projetos desse tipo realizados em outras<br />

localidades do mundo.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

FOMENTO PARA ENERGIA RENOVÁVEL<br />

A secretaria-geral da presidência da república criou a mesa de diálogo energia renovável: direitos e impactos, com o objetivo<br />

de articular ações entre o governo federal, a sociedade civil e outros setores diretamente envolvidos na cadeia de produção. De<br />

acordo com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), as fontes de energia renovável respondem por 83,79% da matriz<br />

elétrica brasileira em operação, com capacidade instalada de pouco mais de 197 GW (gigawatts). Atualmente, estão em construção<br />

empreendimentos que garantirão a expansão de 18 GW nessa capacidade, sendo em sua maioria, 68,78%, plantas para<br />

geração de energia renovável, principalmente solar, 35,81% e eólica, 30,79%.<br />

Além disso, já foi autorizada a expansão de mais 148 GW de potência instalada, em empreendimentos que não iniciaram<br />

a construção de suas plantas, mas que representarão crescimento de 40,75% da potência instalada na matriz elétrica do país.<br />

Dessas plantas, 97,54% são empreendimentos para geração de energia renovável.<br />

As atividades serão coordenadas pela secretaria nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas, que poderá<br />

promover seminários, visitas de campo, escutas e diálogos, reuniões temáticas, encontros, audiências públicas e outras atividades<br />

presenciais, virtuais ou que ocorram das duas formas.<br />

24 www.REVISTABIOMAIS.com.br


T H I N K<br />

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NOTAS<br />

PRÊMIO REFERÊNCIA 2023<br />

O Prêmio REFERÊNCIA será realizado este ano no dia 4 de dezembro em Curitiba (PR), no jantar de confraternização, que<br />

começa a partir das 19h (horas). O tradicional evento chega em sua XXI edição e é organizado pela JOTA Editora, responsável<br />

pela publicação das Revistas REFERÊNCIA CELULOSE & PAPEL, REFERÊNCIA PRODUTOS DE MADEIRA, REFERÊNCIA<br />

MADEIRA INDUSTRIAL, REFERÊNCIA BIOMAIS, e REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />

Neste ano, o evento conta com uma atividade muito especial: a gravação de um podcast ao vivo com grandes nomes do<br />

segmento de base florestal. Na edição anterior do prêmio, tivemos o Painel Sustentabilidade, que contou com a presença de<br />

Rafael Mason, então presidente do CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato<br />

Grosso), Evaldo Muñoz Braz, pesquisador da EMBRAPA Florestas (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Deryck<br />

Pantoja Martins, diretor técnico da AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará), além<br />

de Paulo Pupo, superintendente da ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente). Os<br />

convidados para o podcast serão revelados na próxima edição e podem ter certeza de que será uma noite imperdível.<br />

O Prêmio REFERÊNCIA 2023 conta com o apoio de: ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />

Mecanicamente), ACIMDERJ (Associação do Comércio e Indústria de Madeiras e Derivados do Estado do Rio de Janeiro),<br />

AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará), CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e<br />

Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso), DRV Ferramentas, Effisa, Formóbile, Himev, Montana Química, MSM<br />

Química e Vale do Tibagi.<br />

Os interessados em participar do evento deverão adquirir seu ingresso entrando em contato através do telefone<br />

(41) 3333-1023 ou pelo e-mail comercial@revistareferencia.com.br.<br />

Fotos: Emanoel Caldeira<br />

26 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

Foto: Embrapa Agroenergia<br />

ENTREVISTA<br />

ALEXANDRE<br />

ALONSO ALVES<br />

Formação: Engenheiro Agrônomo pela UFLA (Universidade<br />

Federal de Lavras); mestrado e doutorado em Genética e<br />

Melhoramento pela UFV (Universidade Federal de Viçosa)<br />

Education: Agronomist, Federal University of Lavras (UFLA); MSc.<br />

and Ph.D. in Genetics and Improvement, Federal University of<br />

Viçosa (UFV)<br />

Cargo: Chefe-geral da Embrapa Agroenergia, pesquisador de<br />

carreira da instituição<br />

Function: Head of Embrapa Agroenergia, Career Scientist at<br />

Embrapa<br />

PESQUISA E<br />

INOVAÇÃO<br />

RESEARCH AND INNOVATION<br />

P<br />

esquisador de carreira da Embrapa (Empresa Brasileira<br />

de Pesquisa Agropecuária) desde 2011, Alexandre<br />

Alonso Alves, ocupa o cargo de chefe-geral da Embrapa<br />

Agroenergia desde 2021. Antes de assumir a chefia-geral<br />

foi chefe-adjunto substituto de Pesquisa e Desenvolvimento e<br />

chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia na instituição. Em<br />

2020 assumiu interinamente a chefia-geral da Embrapa Agroenergia<br />

e posteriormente passou por processo de seleção para então<br />

assumir a chefia oficialmente. Com experiência nas áreas de genética,<br />

genômica, melhoramentos de plantas e gestão de inovação<br />

e negócios, em entrevista exclusiva para a Revista REFERÊNCIA<br />

BIOMAIS, Alexandre comenta sobre o trabalho desenvolvido no<br />

centro de pesquisa e o perfil da instituição que trabalha com inovação<br />

aberta, e parcerias com o setor produtivo para a cocriação<br />

de ativos tecnológicos para o desenvolvimento da bioeconomia,<br />

notadamente biocombustíveis e bioinsumos.<br />

A<br />

Career Scientist at the Brazilian Agricultural Research<br />

Corporation (Embrapa) since 2011, Alexandre Alonso<br />

Alves has held the position of Head of Embrapa<br />

Agroenergia since 2021. Before assuming the Head<br />

position, he was Deputy Head of Research and Development<br />

and Deputy Head of Technology Transfer at the institution. In<br />

2020, he took over as Interim Head of Embrapa Agroenergia<br />

and later underwent a selection process to assume the position<br />

officially. With experience in the areas of genetics, genomics,<br />

plant breeding, and innovation and business management, in an<br />

exclusive interview for REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong>, Alves comments on<br />

the work developed at the Research Center and the profile of the<br />

institution that works with open innovation, and partnerships<br />

with the Productive Sector for the co-creation of technological<br />

assets for the development of the bioeconomy, notably biofuels,<br />

and bioinputs.<br />

28 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A Embrapa Agroenergia comemora 17 anos de<br />

criação em 2023. Como surgiu o centro de pesquisa?<br />

A Embrapa Agroenergia foi criada como uma ação do<br />

Plano Nacional de Agroenergia (2006-2011). Foi um programa<br />

que existiu e que estimulava o desenvolvimento<br />

do setor de agroenergia no país e elencava uma série de<br />

ações, entre elas a criação de um centro de pesquisa da<br />

Embrapa que fosse dedicado à pesquisa com agroenergia<br />

e que pudesse coordenar as ações. Algumas unidades da<br />

Embrapa já atuavam com desenvolvimento de tecnologias<br />

da agroenergia como biocombustíveis, bioenergia<br />

mas de uma forma dispersa nos seus 43 centros de<br />

pesquisa. Até 2006 não tinha um centro especializado em<br />

agroenergia e então a unidade foi criada efetivamente,<br />

inicialmente concebida dentro de um modelo que espelhava<br />

o plano nacional de agroenergia que tinha quatro<br />

grandes eixos: bioetanol, biodiesel, florestas energéticas<br />

e coprodutos, além de resíduos.<br />

Como foi o processo de estruturação da Embrapa<br />

Agroenergia?<br />

No primeiro momento os trabalhadores contratados<br />

não tinham o perfil associado aos quatro eixos temáticos.<br />

A unidade foi estruturada com base em funcionários<br />

que já tinha e no primeiro concurso já mudou o perfil<br />

dos pesquisadores. No início não tinha equipe, nem<br />

sede própria e começou a atuar em colaboração com<br />

outras unidades da Embrapa. A sede em Brasília (DF) foi<br />

inaugurada somente em 2011 e a área de laboratórios em<br />

2012. Então diria que desses 17 anos que comemoramos<br />

em 2023, temos efetivamente 11 anos de atuação com<br />

pesquisa própria já com equipe de pesquisa completa.<br />

Nesse meio de caminho, interessante que entre 2006<br />

e 2012 houve um movimento bastante perceptivo no<br />

mundo de se associar a agenda de agroenergia de combustíveis<br />

a uma agenda maior de economia que pudesse<br />

utilizar as biomassas provenientes da agricultura ou<br />

resíduos da própria atividade agrícola para produzir, não<br />

somente biocombustiveis e geração de energia elétrica,<br />

mas gerar uma série de outros bioprodutos, dentro de<br />

uma concepção que passamos a chamar de biorefinaria,<br />

visando volume de produção mais elevado, preços<br />

mais baixos para atender grandes mercados. Com base<br />

nessa lógica uma nova leva de profissionais já passou a<br />

incorporar essas necessidades. Normalmente as unidades<br />

da Embrapa tem agrônomos, biólogos, e passamos a ter<br />

químicos, engenheiros químicos, farmacêuticos, pessoal<br />

de bioprocessos, biotecnologia, que permitiu trabalhar<br />

nessa lógica de biotecnologia industrial. Assim passamos<br />

Embrapa Agroenergia was created 17 years ago.<br />

How was the Research Center created?<br />

Embrapa Agroenergia was created as part of the<br />

National Agroenergy Plan (2006-2011). It was a program<br />

that existed, and that stimulated the development of the<br />

Agroenergy Sector in the Country and listed a series of<br />

actions, including the creation of an Embrapa Research<br />

Center that would be dedicated to research in agroenergy<br />

and that could coordinate the actions of other units.<br />

Some Embrapa units were already working with the<br />

development of agroenergy technologies such as biofuels<br />

and bioenergy, but in a dispersed way in its 43 Research<br />

Centers. Up to 2006, it did not have a specialized center<br />

in agroenergy, so the Unit was effectively created, initially<br />

conceived within a model that mirrored the National<br />

Agroenergy Plan that had four primary areas of study:<br />

bioethanol, biodiesel, energy forests and byproducts, and<br />

waste.<br />

What was the process for structuring Embrapa<br />

Agroenergia?<br />

At first, the employees did not have a profile associated<br />

with the four areas of study. The Unit was structured<br />

based on the employees Embrapa already had. So, in<br />

the first hire of new employees, the scientific staff profile<br />

changed. Initially, the Unit did not have its own team<br />

or headquarters, and it began collaborating with other<br />

Embrapa units. The headquarters in Brasília (DF) was<br />

inaugurated only in 2011, and the laboratory area in<br />

2012. So, I would say that of these 17 years that we celebrate<br />

in 2023, we effectively have 11 years of experience<br />

with our own research lab and with a complete research<br />

team. In the meantime, it is interesting that between<br />

2006 and 2012, there was a very perceptive movement<br />

in the world to associate the fuel agroenergy agenda<br />

with a more significant economic agenda that could use<br />

biomass from agriculture or residues from the agricultural<br />

activity itself to produce, not only biofuels and electricity<br />

but also generate a number of other bioproducts within<br />

a concept that we have come to call biorefinery, aiming<br />

at higher production volumes and lower prices to serve<br />

large markets. Based on this logic, a new wave of professionals<br />

has already started to incorporate these needs.<br />

In the past, Embrapa’s units only had agronomists and<br />

biologists. Now, we have chemists, chemical engineers,<br />

pharmacists, and bioprocess and biotechnology personnel,<br />

which allowed us to work in this logic of industrial<br />

biotechnology. Thus, we began to guide the Unit’s action<br />

more focused on bioeconomy and bioproducts until, in<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

29


ENTREVISTA<br />

a orientar a ação da unidade mais voltada para bioeconomia<br />

e bioprodutos até que em 2016 fizemos uma organização<br />

estratégica na unidade e ao invés de trabalhar com<br />

os quatro eixos originais fizemos uma reorientação para<br />

focar, não mais nos produtos, mas nas áreas temáticas.<br />

Como foi o processo de reestruturação em 2016?<br />

A Embrapa tem uma estrutura que alguns centros são<br />

direcionados para produtos como, por exemplo, a Embrapa<br />

Soja e outros centros são temáticos, como a Agroenergia<br />

e reorganizou em quatro grandes eixos temáticos<br />

que são: biomassas para fins industriais, biotecnologia<br />

industrial, química de renováveis e materiais renováveis,<br />

pensando em como desenvolver tecnologias para permitir<br />

que tenha novas biomassas para o setor industrial,<br />

usando bioorganismos, enzimas, quais os bioprocessos<br />

para desenvolver novos bioprodutos a partir daquelas<br />

biomassas. Então, reestruturamos e demos uma lógica<br />

diferente das outras unidades cujo foco principal era a<br />

parte agrícola e produtores rurais, a Embrapa Agroenergia<br />

tem uma agenda que na verdade conecta a parte do<br />

agro com a indústria. Temos uma lógica mais industrial<br />

de como produzir os biocombustíveis. Como sermos mais<br />

eficientes em biocombustíveis? Quais bioprocessos para<br />

esses bioprodutos? Temos, obviamente, uma parte focada<br />

em novas matérias-primas como canola, macaúba,<br />

com foco muito grande nos produtores, mas o foco maior<br />

é industrial. Nosso papel é fazer conexão entre o agro e a<br />

indústria. Ajudar a estruturar novas agroindústrias, novas<br />

bioindústrias, para com base nessas biomassas, bioprocessos,<br />

obter novos bioprodutos.<br />

Como acontece a parceria da unidade com a<br />

indústria?<br />

Com essa reestruturação identificamos de uma maneira<br />

mais clara que como o nosso segmento de clientes<br />

2016, we made a strategic organizational change in the<br />

Unit and, instead of working with the original four areas<br />

of study, we reoriented it to focus no longer on products,<br />

but on thematic areas.<br />

What was the restructuring process in 2016?<br />

Embrapa has a structure that some centers are directed<br />

to products such as Embrapa Soja. Other centers are<br />

thematic studies, such as Agroenergy, which is a Thematic<br />

Study Center and has reorganized into four major thematic<br />

study areas: biomass for industrial purposes, industrial<br />

biotechnology, renewable chemistry, and renewable<br />

materials, thinking about how to develop technologies<br />

to allow new biomass for the Industrial Sector, using bio-<br />

-organisms, enzymes, what are the bioprocesses to create<br />

new bioproducts from those biomasses. So, we restructured<br />

and had a different logic from the other units whose<br />

primary focus is the agricultural and rural producers’<br />

part. Embrapa Agroenergia has an agenda that connects<br />

the agribusiness part with the industrial part. We have a<br />

more industrial logic, that is, of how to produce biofuels.<br />

How can we be more efficient in biofuels? What are the<br />

bioprocesses for these bioproducts? We have, obviously,<br />

a part focused on new raw materials such as canola and<br />

macaúba, with a very strong focus on producers, but our<br />

primary focus is the industrial side. Our role is to make a<br />

connection between agribusiness and industry, to help<br />

structure new agroindustries and new bioindustries so<br />

that new bioproducts can be obtained using bioprocesses<br />

based on these biomasses.<br />

How was the Unit’s partnership with the industry<br />

constructed?<br />

With this restructuring, we identified in a more precise<br />

way that our main customer segment was the Industrial<br />

Sector, mainly chemical and biobased companies.<br />

O papel da Embrapa Agroenergia é fazer conexão entre o agro<br />

e a indústria. Ajudar a estruturar novas agroindústrias, novas<br />

bioindústrias, para com base nessas biomassas, bioprocessos,<br />

obter novos bioprodutos<br />

30 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

principais eram a indústria, indústrias químicas, indústrias<br />

de base biológicas, precisávamos ajustar o modelo de<br />

interação da unidade com os clientes, não adiantava fazer<br />

produtos para indústria focada nos produtores rurais,<br />

porque a maior parte dos clientes são da área industrial.<br />

Ajustamos o modelo de não somente desenvolver tecnologias<br />

e ofertar, mas também cocriar, tanto que nos últimos<br />

anos adotamos o modelo de inovação aberta para<br />

codesenvolver as soluções tecnológicas, compartilhando<br />

titularidade, custos, riscos, e também os benefícios auferidos,<br />

diminuindo um pouco a distância entre a pesquisa<br />

e o cliente final. Quando se desenvolve uma tecnologia<br />

com o seu usuário a possibilidade dela ser efetivamente<br />

adotada e utilizada é maior do que se desenvolver uma<br />

tecnologia e ofertá-la para alguém.<br />

E este modelo trouxe resultados?<br />

Hoje temos uma carteira muito robusta de projetos<br />

de desenvolvimento tecnológico. Boa parte delas já em<br />

cocriação e codesenvolvimento com indústrias e uma<br />

agenda que tem duas vertentes: de biocombustíveis e de<br />

bioprodutos. Tecnologias que vão possibilitar produção<br />

mais eficiente de bioetanol, biometano, novos álcoois,<br />

novos ácidos, novos biofertilizantes, biodefensivos, bioestimulantes,<br />

compostos para nutrição animal. Enxergamos<br />

a unidade com essa conexão entre o agro e a indústria<br />

trabalhando no modelo de inovação aberta no segmento<br />

de biocombustíveis e bioprodutos. Então a ideia é ajudar<br />

a desenvolver uma nova funcionalidade para agricultura,<br />

ajudar uma nova industrialização verde no país e com<br />

isso mover a economia.<br />

Como funciona o sistema de inovação aberta?<br />

Essas parcerias de inovação aberta tiveram bastante<br />

aceitação. Somos credenciados junto a Embrapii<br />

(Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial),<br />

temos recurso pré-aprovado, fomos recredenciados pela<br />

Embrapii 2 anos atrás, atingimos todas as metas, estamos<br />

sendo eficientes em contratar esses projetos e estamos<br />

tendo uma boa resposta do segmento produtivo que<br />

hoje em dia se associa à Embrapa para desenvolver essas<br />

tecnologias. Atendemos o Brasil inteiro. Temos a sede<br />

física em Brasília, mas dentro da estrutura da Embrapa<br />

somos um centro nacional de pesquisa em agroenergia.<br />

As ações não são restritas ao Distrito Federal. Uma grande<br />

parte do segmento industrial e de biocombustíveis está<br />

na região sudeste, região sul. Muita coisa que a gente faz<br />

está focado em São Paulo, mas não impede o desenvolvimento<br />

de pesquisas em outras regiões, no nordeste por<br />

We needed to adjust the Unit’s interaction model with<br />

customers. There was no point in making products for an<br />

industry focused on rural producers because most of our<br />

customers are in the industrial area. We have adjusted the<br />

model of not only developing and offering technologies<br />

but also co-creating them. So much so that in recent<br />

years, we have adopted the open innovation model to<br />

co-develop technological solutions, sharing ownership,<br />

costs, risks, and benefits obtained, reducing the distance<br />

between research and the end customer. When you develop<br />

a technology with your user, the possibility of it being<br />

effectively adopted and used is more significant than if<br />

you create a technology and offer it to someone.<br />

Has this model brought results?<br />

Today, we have a very robust portfolio of technological<br />

development projects, most of which are already<br />

in co-creation and co-development with companies,<br />

and an agenda that today has two strands: biofuels and<br />

bioproducts – technologies that will enable more efficient<br />

production of bioethanol, biomethane, new alcohols, new<br />

acids, new biofertilizers, biopesticides, biostimulants, and<br />

compounds for animal nutrition. We see unity with this<br />

connection between agribusiness and industry working<br />

on the open innovation model in the biofuels and bioproducts<br />

segment. So, the idea is to help develop a new<br />

functionality for agriculture, help a new green industrialization<br />

in the Country, and thus contribute to the growth<br />

of the economy.<br />

How does the open innovation system work?<br />

These open innovation partnerships have been widely<br />

accepted. We are accredited by the Brazilian Company<br />

for Industrial Research and Innovation (Embrapii), we<br />

have pre-approved resources, we were re-accredited by<br />

Embrapii two years ago, we are achieving all our objectives,<br />

we are efficient in contracting these projects, and we<br />

have a good response from the productive segment that<br />

nowadays associates itself with Embrapa to develop these<br />

technologies. We serve the whole of Brazil. We have our<br />

physical headquarters in Brasilia, but within Embrapa’s<br />

structure, we are a national center for agroenergy research.<br />

But actions are not restricted to the Federal District. A<br />

large part of the industrial and biofuels segment is in the<br />

Southeastern and Southern Regions. Much of what we do<br />

is focused on São Paulo. Still, it does not prevent the development<br />

of research in other regions. In the Northeast, we<br />

carry out research with macaúba, for example, and even<br />

carry out international studies.<br />

C<br />

M<br />

Y<br />

CM<br />

MY<br />

CY<br />

CMY<br />

K<br />

32 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

exemplo, temos pesquisa com macaúba e atuação até<br />

internacional.<br />

Este sistema de inovação aberta atende somente<br />

grandes indústrias?<br />

Dois componentes interessantes é que dentro dessa<br />

lógica de inovação aberta, de cooperação, não estamos<br />

restritos a grandes players, grandes indústrias. Temos um<br />

segmento dessa cocriação que tem um foco de inovação<br />

social, muitos são cooperativas, pequenas indústrias,<br />

nesse caso temos uma situação diferenciada de aportes.<br />

No segmento de biogás a gente tem modelos instalados<br />

no país em grandes empreendimentos para utilizar<br />

resíduos para produção de biogás, como biometano<br />

também como biosubstituto para o gás natural. Muitos<br />

desses modelos não tinham aplicação direta para pequena<br />

escala, para pequenos produtores, então nesse caso,<br />

nos associamos com a Coopindaiá (Cooperativa Mista<br />

da Agricultura Familiar do Meio Ambiente e da Cultura<br />

do Brasil), de Luziânia (GO), visando utilizar rejeitos que<br />

poderiam ser passivos ambientais, para produzir biogás<br />

para utilização local como fonte de energia, fonte de gás<br />

para cozinhar, para aquecimento e outras operações.<br />

Montamos um sistema, um protótipo do biodigestor<br />

especialmente desenhado para o contexto, instalamos na<br />

propriedade e inauguramos no local.<br />

Quais as principais pesquisas com biomassa em<br />

andamento?<br />

Temos várias linhas focadas em biomassa. A primeira<br />

aplicação em biotecnologia, principalmente a cana-de-<br />

-açúcar, hoje a principal cultura agrícola do segmento de<br />

agroenergia pela possibilidade de produção de etanol. O<br />

milho também tem crescido muito para a produção de<br />

etanol. Não trabalhamos desenvolvendo novas variedades<br />

de cana-de-açúcar, trabalhamos características<br />

Does this open innovation system only serve<br />

large companies?<br />

Two interesting components are that within this<br />

logic of open innovation are cooperation and not being<br />

restricted to large players and large companies. We have a<br />

segment of this co-creation that has a focus on social innovation.<br />

Many are cooperatives and small companies, so<br />

in these cases, we have a differentiated situation of contributions.<br />

In the biogas segment, we have models installed<br />

in the Country in large enterprises to use waste for biogas<br />

production, such as biomethane, and also as a biosubstitute<br />

for natural gas. Many of these models do not have a<br />

direct application for small-scale and small producers. So,<br />

as an example, we partnered with the Mixed Cooperative<br />

of Family Agriculture of the Environment and Culture of<br />

Brazil (Coopindaiá) in Luziânia (GO), aiming to use wastes<br />

that could become environmental liabilities to produce<br />

biogas for local use as an energy source: a gas source for<br />

cooking, for heating and other operations. We set up a<br />

system, a prototype of a biodigester specially designed for<br />

the context, installed it on the property, and inaugurated<br />

it on site.<br />

What are the primary ongoing biomass research<br />

studies?<br />

We have several lines focused on biomass. The first<br />

application is in biotechnology, mainly using sugarcane,<br />

today the main agricultural crop in the agroenergy segment<br />

due to the possibility of ethanol production. Corn<br />

has also grown a lot with ethanol production. We do not<br />

work on developing new varieties of sugarcane. We work<br />

on characteristics such as tolerance to stress in the face<br />

of droughts and pests. These are long-term experiments.<br />

Recently, we have also been working on another genotype<br />

production technology that generates materials with<br />

specific characteristics, not necessarily transgenic, which<br />

Nos últimos anos adotamos o modelo de inovação aberta<br />

para codesenvolver as soluções tecnológicas, compartilhando<br />

titularidade, custos, riscos, e também os benefícios auferidos,<br />

diminuindo um pouco a distância entre a pesquisa e o cliente final<br />

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ENTREVISTA<br />

como tolerância a estresses diante de secas, pragas,<br />

são experimentos longos. Recentemente temos atuado<br />

também uma outra tecnologia de produção genótipa,<br />

que gera materiais com características específicas, não<br />

necessariamente transgênico, que está sendo avaliado<br />

pelo CIBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança).<br />

Submetemos um material de cana-de-açúcar editado,<br />

que foi considerado não transgênico. Tem característica<br />

que diminui tempo de desenvolvimento, diminui custos.<br />

Por outro lado também temos trabalhado em sistemas<br />

de produção em campo com novas espécies como a<br />

canola, produzida em volume substancial no sul, mas<br />

fazendo um processo de tropicalização, trazendo a canola<br />

para a região centro-oeste, movimento análogo que foi<br />

feito com a soja em outros momentos, sendo a canola<br />

alternativa para produção de óleo. Esse é um trabalho de<br />

tropicalização, melhoramento do sistemas de produção.<br />

Temos feito um trabalho também com a macaúba, uma<br />

espécie perene com cadeia extrativista bem estabelecida,<br />

mas não tão produtiva, com foco no desenvolvimento da<br />

matéria-prima e o foco é a integração com agrofloresta,<br />

modelos sustentáveis em modelos agrícolas e inclusão<br />

social produtiva. É uma ação que estamos desenvolvendo<br />

no nordeste. E a quarta vertente de biomassa seria a<br />

questão de utilização de biomassas residuais agrícolas<br />

dentro de modelos circulares para produção de biocombustíveis,<br />

identificando características de biomassas<br />

residuais e desenvolvendo aplicações.<br />

Como a Embrapa Agroenergia pode contribuir<br />

com a transição energética?<br />

Essa é uma agenda importante. Estamos muito inseridos<br />

justamente por possibilitar a expansão na produção<br />

de fontes de energias renováveis e biorenováveis e sua<br />

utilização. Uma outra agenda importante é a de descarbonização,<br />

de biocombustíveis, bioinsumos, bioprodutos<br />

em geral que contribuem para descarbonização nas<br />

indústrias por terem uma pegada de carbono menor que<br />

outras. A agenda de circularidade é importante para entender<br />

que tudo é passível de uso dentro de um modelo<br />

adequado. Reciclar, reaproveitar, reutilizar é uma agenda<br />

que temos nos identificado e uma agenda de intensificação<br />

sustentável da agricultura, que é possibilitar que<br />

se utilize produtos de origem agrícola para obtenção de<br />

novos bioprodutos, novos biocombustíveis novos mercados,<br />

como o de carbono. A gente intensifica de maneira<br />

inteligente o próprio sistema agrícola na mesma área,<br />

com a mesma quantidade de biomassa, na mesma unidade<br />

de tempo está produzindo novos produtos e gerando<br />

is being evaluated by the National Technical Commission<br />

on Biosafety (CIBio). We have submitted an edited sugarcane<br />

material found to be non-transgenic. It has a feature<br />

that reduces development time and costs. On the other<br />

hand, we have also been working on field production<br />

systems with new species, such as that of canola, produced<br />

in substantial volume in the South, but carrying out<br />

a tropicalization process, bringing canola to the Midwest<br />

Region, an analogous movement that was done with<br />

soybeans at other times, with canola being an alternative<br />

for vegetable oil production. This is a work of tropicalization<br />

and improvement of production systems. We have<br />

also been working with macaúba, a perennial species,<br />

today with a well-established extractive chain, but not as<br />

productive, with a focus on the development of the raw<br />

material and the focus on integration with agroforestry,<br />

sustainable models in agricultural models, and effective<br />

social inclusion. It is an action that we are developing in<br />

the Northeast. The fourth study involving biomass would<br />

be the issue of using agricultural biomass wastes within<br />

circular models to produce biofuels, identifying biomass<br />

waste characteristics, and developing applications.<br />

How can Embrapa Agroenergia contribute to the<br />

energy transition?<br />

This is an important agenda. We are very much involved<br />

in this precisely because we enable the expansion in<br />

the production of renewable and biorenewable energy<br />

sources and their use. Another important agenda is that<br />

of decarbonization, biofuels, bioinputs, and bioproducts,<br />

in general, contributing to decarbonization in companies<br />

so they have a lower carbon footprint than others. The<br />

circularity agenda is critical to understand that everything<br />

can be used within an appropriate model. Recycling,<br />

making use of, and reusing is an agenda that we have<br />

identified ourselves with and an agenda for the sustainable<br />

intensification of agriculture, which is to make it<br />

possible to use products of agricultural origin to obtain<br />

new bioproducts, new biofuels, and new markets, such as<br />

the carbon market. We intelligently intensify our own agricultural<br />

system in the same area, with the same amount<br />

of biomass, in the same unit of time you are producing<br />

new products and generating new sources of income. The<br />

energy transition, circular economy, sustainable intensification,<br />

and decarbonization agendas are important<br />

agendas that are related to the agenda that is emerging<br />

in the Country of developing a new Industrial Sector that<br />

is renewable, that is green, and that is circular and decarbonizing.<br />

The study of biomass from agricultural sources<br />

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ENTREVISTA<br />

novas fontes de receita. As agendas de transição energética,<br />

economia circular, de intensificação sustentável e<br />

descarbonização são importantes e que guardam relação<br />

com a que está surgindo no pais de reindustrialização,<br />

de industrialização verde, de uma nova industrialização<br />

para desenvolver uma nova indústria que seja renovável,<br />

que seja verde, que seja circular e descarbonizante.<br />

A biomassa de origem agrícola é inteligente e muito<br />

relevante. Essas agendas de produção de hidrogênio<br />

verde, hidrogênio renovável pode ser traduzida a partir<br />

de biomassa e serve de um vetor energético como biocombustível,<br />

pode ser usado como um insumo industrial<br />

e nesse sentido que a gente conecta grandes agendas:<br />

transição energética, descarbonização, economia circular,<br />

e reindustrialização.<br />

Quais foram os principais benefícios da Agroenergia<br />

nesses 17 anos?<br />

É difícil ter que escolher mas, diria que hoje o desafio<br />

de criar, poder dar densidade nessas pesquisas dentro da<br />

Embrapa, que poderia estar trabalhando essas agendas<br />

sem a agroenergia. Talvez sim, mas de forma dispersa,<br />

não de forma orquestrada, organizada. Então o fato de<br />

ter um centro específico da Embrapa com esse foco mais<br />

industrial, mais de economia, mais de agendas é importante<br />

porque dá densidade para a pesquisa própria, para<br />

desenvolver tecnologia, inovação aberta, transferindo<br />

tecnologia. E dá organização à agendas em comum. Acho<br />

que o fato da Embrapa ter feito essa escolha de Agroenergia<br />

foi muito importante porque a agenda hoje que a unidade<br />

desenvolve é tão ou mais relevante do que quando<br />

foi criada, por conta da sustentabilidade, de economia<br />

verde. É um benefício extraordinário além de desenvolver<br />

tecnologia própria consegue organizar temas, concatenar<br />

esforços e o fato da unidade ter essa característica mais<br />

industrial de inovação aberta permitiu que tivesse uma<br />

relação muito mais próxima com os nossos clientes.<br />

is very worthwhile, very smart, and very relevant. These<br />

agendas for producing green hydrogen and renewable<br />

hydrogen can be translated from biomass. They can become<br />

an energy vector as a biofuel and can be used as an<br />

industrial input. In this sense, we connect major agendas:<br />

energy transition, decarbonization, circular economy, and<br />

reindustrialization.<br />

What have been the main benefits produced by<br />

Agroenergy in these 17 years?<br />

It is not easy to have to choose. Still, I would say that<br />

today, the challenge of creating and being able to give<br />

density to this research within Embrapa, which could<br />

have been working on these agendas without Agroenergy,<br />

but in a dispersed way, not in an orchestrated and<br />

organized way. So, the fact of having a specific Embrapa<br />

center with this focus more on industry, more on economics,<br />

and more on agendas is important because it gives<br />

density to its own research, technology development,<br />

open innovation, and technology transfer. And it provides<br />

organization to common agendas. I think that the fact<br />

that Embrapa made this choice of Agroenergy was crucial<br />

because the agenda that the unit develops today is as<br />

or more relevant than when it was created because of<br />

this issue of sustainability and a green economy. It is an<br />

extraordinary benefit; in addition to developing its own<br />

technology, it can organize themes and concatenate<br />

efforts. The fact that the unit has this more industrial<br />

characteristic of open innovation has allowed us to have<br />

a much closer relationship with our customers.<br />

A ideia é ajudar a desenvolver uma nova funcionalidade para<br />

agricultura, ajudar uma nova industrialização verde no país e com<br />

isso mover a economia<br />

38 www.REVISTABIOMAIS.com.br


SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS<br />

PARA UM FUTURO MELHOR<br />

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA<br />

A INDÚSTRIA DE BIOMASSA<br />

IMPORTAÇÃO DE MATRIZES, ANÉIS E CAPAS DE ROLOS<br />

PARA BIOMASSA, FERTILIZANTES E RAÇÃO


PRINCIPAL<br />

40 www.REVISTABIOMAIS.com.br


PRODUÇÃO<br />

COMPLETA<br />

EMPRESA INVESTE EM LINHA COMPLETA<br />

DE EQUIPAMENTOS COM TECNOLOGIA<br />

CHINESA PARA PRODUÇÃO DE PELLETS<br />

DE BIOMASSA DE MADEIRA<br />

FOTOS EMANOEL CALDEIRA<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

41


PRINCIPAL<br />

O<br />

aproveitamento de resíduos da indústria da<br />

madeira para gerar um novo produto com valor<br />

agregado tem crescido no país. A produção de<br />

pellets tem se destacado no mercado e proporciona<br />

a expansão de empresas que passam a atuar com este<br />

novo produto, paralelo a sua atividade principal.<br />

A empresa Palettimber, localizada na região de Guarapuava<br />

(PR), que há 20 anos trabalha com exportação de embalagem<br />

de madeira de pinus, iniciou a produção de pellets<br />

recentemente, com uma linha completa de equipamentos importados<br />

da China pela JSIC Comex, empresa de importação e<br />

exportação com serviços comerciais entre Brasil e China.<br />

INVESTIMENTO NA PRODUÇÃO<br />

Com este investimento a Pallettimber está diversificando<br />

e expandindo sua atuação, colocando novo produto no mercado.<br />

O pellet é um tipo de biocombustível sólido de origem<br />

renovável que tem sido muito usado para aquecimento, como<br />

recurso energético, principalmente nos EUA (Estados Unidos<br />

da América) e países da Europa. Os resíduos da serraria que<br />

antes eram descartados como serragem, maravalha e cavaco<br />

hoje estão sendo peletizados e se transformam em um novo<br />

produto.<br />

FULL PRODUCTION<br />

A COMPANY INVESTS IN A<br />

COMPLETE LINE OF EQUIPMENT<br />

WITH CHINESE TECHNOLOGY<br />

FOR PRODUCING FOREST<br />

BIOMASS PELLETS<br />

M<br />

aking use of waste from the Forest Product Sector to<br />

generate a new product with added value has grown<br />

in the Country. Pellet production has stood out in the<br />

market and has led to the expansion of companies by<br />

starting to work with this new product in parallel to their primary<br />

activity.<br />

Palettimber, located in the Guarapuava Region (PR), has been<br />

working with the export of pine wood packaging for 20 years and<br />

started producing pellets recently, with a complete line of equipment<br />

imported from China by JSIC Comex, an import and export<br />

company providing services between Brazil and China.<br />

42<br />

www.REVISTABIOMAIS.com.br


Com a matéria-prima já disponível, resíduo da atividade<br />

de embalagens de madeira de pinus, a empresa investiu na<br />

aquisição de quatro equipamentos para produção de pellets,<br />

utilizando principalmente a serragem e o cavaco seco. “Nossa<br />

atividade principal é o mercado de exportação de madeira,<br />

mas agora estamos focando no pellet, aproveitando o resíduo<br />

seco da nossa atividade. Nosso pellet é 100% pinus”, afirma<br />

Luiz Donizete dos Santos, gerente de produção e gerente comercial<br />

da Palettimber.<br />

Com os pellets, a empresa está atuando no segmento de<br />

aquecimento para aviários, está buscando a certificação necessária<br />

para entrar no mercado internacional e planeja entrar<br />

no mercado de PETs com a marca de pellets GranoCare. A expectativa<br />

da empresa é em 3 anos ter retorno do investimento<br />

realizado.<br />

LINHA COMPLETA<br />

A Pallettimber adquiriu os equipamentos que representam<br />

a linha completa para produção do pellet, o que inclui<br />

esteiras, moinho de martelo modelo SFSP 66*70, Peletizadora<br />

JNMX630 – 132KW, Resfriador de Contra Fluxo YLQJ4 e a Ensacadeira<br />

0.37+0.37 KW 15-25 Kg/saca. O equipamento tem<br />

capacidade para produção de 15 toneladas diárias de pellets.<br />

“Iniciamos a atividade com pellets em 31 de julho e em 15 dias<br />

já estávamos com a produção total. Estamos bastante satisfeitos<br />

com a tecnologia do equipamento, que faz todo processo.<br />

O pellet sai embalado conforme as especificações que determinamos.<br />

O equipamento tem respondido muito bem nossas<br />

INVESTMENT IN PRODUCTION<br />

With this investment, Pallettimber is diversifying and expanding<br />

its operations by placing a new product on the market. The pellet is<br />

a type of solid biofuel of renewable origin that has been widely used<br />

for heating as an energy resource, mainly in the United States and<br />

countries in Europe. Sawmill waste that was previously discarded,<br />

such as sawdust, wood shavings, and chips, is now being pelletized<br />

and turned into a new product.<br />

With the raw material already available, residue from the pine<br />

wood packaging activity, the Company invested in the acquisition<br />

of four machines for producing pellets, mainly using sawdust and<br />

dry chips. “Our main activity is the timber export market, but now<br />

we are focusing on pellets, taking advantage of the dry residue from<br />

our activity. Our pellet is 100% pine,” states Luiz Donizete dos Santos,<br />

Production and Sales Manager at Palettimber.<br />

With pellets, the Company is operating in the heating segment<br />

for poultry coops and incubators, is seeking the necessary certification<br />

to enter the international market, and plans to enter the pet<br />

market with the GranoCare pellet brand. The Company expects a<br />

return on its investment in three years.<br />

COMPLETE LINE<br />

Pallettimber acquired the equipment that represents the complete<br />

line for pellet production, which includes conveyors, the model<br />

SFSP 66*70 hammer mill, JNMX630 – 132KW Pelletizer, YLQJ4 Counterflow<br />

Cooler, and 0.37+0.37 KW 15-25 kg/bag Bagging Machine.<br />

The equipment can produce 15 tons of pellets per day. “We started<br />

the pellet activity on July 31, and in 15 days, we were already at full<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 43


PRINCIPAL<br />

expectativas”, garante Luiz Donizete. “Investimos em uma linha<br />

de produção enxuta. Como é tudo automatizado, temos<br />

uma equipe com poucos funcionários que acompanham o<br />

processo e fazem as intervenções necessárias”, completa.<br />

O gerente da JSIC Comex, Dalclis Azevedo, destaca a vantagem<br />

ao se adquirir uma linha completa da mesma empresa.<br />

“Quando o cliente opta por comprar todos os equipamentos<br />

de uma única empresa, ela mantém assim a garantia e o funcionamento<br />

dos equipamentos”, salienta Dalclis. O equipamento<br />

importado pela Pallettimber ainda tem capacidade<br />

para expansão, podendo instalar mais uma máquina peletizadora<br />

e assim poder dobrar a produção de pellets que atualmente<br />

chega a 300 toneladas por mês.<br />

FACILIDADE PARA IMPORTAÇÃO<br />

O atendimento da JSIC Comex garantiu suporte técnico<br />

para o desenvolvimento do projeto da Pallettimber, na análise<br />

da matéria-prima, na instalação dos equipamentos e até a realização<br />

de testes de produção. “Profissionais técnicos qualificados<br />

da China vieram fazer a instalação da linha de produção<br />

e fizeram o acompanhamento do início da atividade. Fizemos<br />

todo o processo de importação, entrega, instalação e start up<br />

dos equipamentos”, explica Dalclis Azevedo.<br />

Esta foi a primeira vez que foi realizada a importação da<br />

linha completa para produção de pellets de biomassa de madeira<br />

pela JSIC Comex, empresa que atua no mercado há mais<br />

de 10 anos. “Conseguimos com o cliente desenvolver o projeto,<br />

fazer análise de matéria-prima, dar suporte para financiamento<br />

e no atendimento de pós-venda”, relata o gerente da<br />

JSIC Comex.<br />

production. We are delighted with the technology of the equipment,<br />

which carries out the whole process. The pellet comes packaged according<br />

to the specifications we determine. The equipment has responded<br />

very well to our expectations,” says dos Santos. “We invested<br />

in a lean production line. As everything is automated, we have<br />

a team with few employees who monitor the process and take the<br />

necessary interventions,” he adds.<br />

Dalclis Azevedo, Manager at JSIC Comex, highlights the advantage<br />

of acquiring a complete line from the same company. “When<br />

the customer chooses to buy all the equipment from a single company,<br />

it maintains the warranty and the operation of the equipment,”<br />

says Dalclis. The equipment imported by Pallettimber still has<br />

the capacity for expansion, being able to install another pelletizer<br />

machine and thus be able to double the production of pellets, which<br />

currently is three hundred tons per month.<br />

EASE OF IMPORT<br />

JSIC’s service guaranteed technical support for the development<br />

of the Pallettimber project, from the analysis of the raw material<br />

to the installation of the equipment and even in the performance<br />

of production tests. “Qualified technical professionals from China<br />

came to install the production line and monitored the start of the<br />

activity. We were responsible for the entire process of importing, delivering,<br />

installing, and starting up the equipment,” explains JSIC’s<br />

Azevedo.<br />

This was the first time that the complete line for producing forest<br />

biomass pellets was imported by JSIC, a Company that has been<br />

operating in the market for more than ten years. “We were able to<br />

work with the customer to analyze the raw material, elaborate the<br />

Estamos bastante satisfeitos<br />

com a tecnologia do<br />

equipamento, que faz<br />

todo processo. O pellet<br />

sai embalado conforme<br />

as especificações que<br />

determinamos. O equipamento<br />

tem respondido muito bem<br />

nossas expectativas<br />

Luiz Donizete dos Santos, gerente<br />

de produção e gerente comercial da<br />

Pallettimber


Dalclis Azevedo, gerente da JSIC Comex e Luiz Donizete dos Santos,<br />

gerente de produção e gerente comercial da Palettimber<br />

MERCADO DA BIOMASSA<br />

Apesar de ser especializada nos equipamentos para biomassa<br />

de madeira, as peletizadoras da JSIC Comex podem ter<br />

ajustes para produção de pellets de matéria-prima diversas.<br />

Recentemente a empresa esteve à frente de um projeto no Estado<br />

do Rio Grande do Sul onde é produzido pellets de casca<br />

de arroz. A JSIC Comex fez a venda da peletizadora e os ajustes<br />

necessários no equipamento para produção do pellet. “Temos<br />

várias taxas de compactação das matrizes, havendo troca de<br />

matéria-prima conseguimos trocar apenas a matriz da peletizadora<br />

e o cliente tem ganho de produção”, explica Dalclis. A<br />

empresa está na frente de projetos para testar pellets de cascas<br />

de amendoim, caroço de açaí, bagaço de cana-de-açúcar<br />

e casca de soja. Com sede em Curitiba a JSIC Comex atende o<br />

mercado gerador de energia limpa em todo o Brasil. A empresa<br />

trabalha com importação e exportação de máquinas, peças de<br />

reposição, equipamentos, plantas completas de produção, desenvolvimento<br />

de projetos e consultoria técnica, sendo especialista<br />

em máquinas para área da biomassa da madeira. Esse<br />

ano a JSIC Comex iniciou com forte representatividade na importação<br />

de matrizes e capas de rolo para todas as máquinas<br />

de biomassa, ração e fertilizantes.<br />

project, provide support for financing, and after-sales service,” says<br />

the JSIC Manager.<br />

BIOMASS MARKET<br />

Despite being specialized in wood biomass equipment, JSIC’s<br />

pellet mills can be adjusted to produce pellets from various raw materials.<br />

Recently, the Company was responsible for a project in the<br />

State of Rio Grande do Sul, where rice husk pellets are produced. JSIC<br />

sold the pellet mill and the necessary adjustments to the equipment<br />

for pellet production. “We have multiple dies with several compaction<br />

rates for changes in raw material type. We can change just the<br />

pellet mill die, and the customer has a gain in production,” explains<br />

Azevedo. The Company is at the forefront of projects to test pellets<br />

produced from peanut shells, açaí seeds, sugarcane bagasse, and<br />

soybean hulls. Headquartered in Curitiba, JSIC serves the clean energy<br />

generator market throughout Brazil. The Company works with<br />

the import and export of machinery, spare parts, equipment, complete<br />

production plants, project development, and technical consulting,<br />

being a specialist in machinery for the area of forest biomass.<br />

This year, JSIC started with a strong representation for the import of<br />

dies and roll covers for all biomass, animal feed, and fertilizer pellet<br />

machines.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

45


INVESTIMENTO<br />

46 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A FORÇA DO<br />

VENTO<br />

ESTUDOS REALIZADOS PELO SENAI<br />

EM PARCERIA COM A PETROBRAS<br />

APOSTAM NO POTENCIAL EÓLICO<br />

OFFSHORE EM 10 ÁREAS<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

47


INVESTIMENTO<br />

A<br />

Petrobras anunciou recentemente um<br />

conjunto de investidas que, segundo a<br />

companhia, marcam sua entrada efetiva<br />

no setor eólico offshore e a posicionam<br />

como maior desenvolvedora de projetos, nesta nova<br />

fronteira no Brasil.<br />

A empresa cadastrou junto ao IBAMA (Instituto<br />

Brasileiro do Meio Ambiente) pedidos de licenciamento<br />

ambiental para instalação de complexos<br />

eólicos em 10 áreas marítimas, com potencial somado<br />

de 23 GW (gigawatts). Os processos de licenciamento<br />

preveem projetos nos Estados do Rio Grande<br />

do Norte, Ceará, Maranhão, Espírito Santo, Rio de<br />

Janeiro e Rio Grande do Sul.<br />

A iniciativa da Petrobras conta com parceria<br />

do ISI-ER (Instituto SENAI de Inovação em Energias<br />

Renováveis) que fará as campanhas de medição necessárias,<br />

ou seja, o estudo das condições de vento e<br />

mar que embasarão as decisões de investimento.<br />

Já a fabricante de motores elétricos, transformadores<br />

e geradores WEG está desenvolvendo o modelo<br />

de aerogeradores que a companhia pretende<br />

usar nos complexos eólicos. A máquina terá 7 MW<br />

(megawatts), a maior potência em um aerogerador<br />

brasileiro. Serão 220m (metros) de altura com capacidade<br />

para abastecer sozinha uma cidade de 16.880<br />

habitantes.<br />

A estatal vai investir R$ 130 milhões no projeto.<br />

A previsão é de produção em série do equipamento<br />

a partir de 2025, de acordo com o presidente da<br />

Petrobras, Jean Paul Prates. "Somos a empresa que<br />

mais detém conhecimento do offshore brasileiro e<br />

temos tradição em operações marítimas que trarão<br />

sinergias relevantes aos projetos de energia eólica<br />

offshore", disse o presidente, em discurso para<br />

anúncio dos projetos no Brazil Windpower, em São<br />

Paulo (SP). "Somos a empresa com maior potencial<br />

de geração de energia eólica offshore em capacidade<br />

protocolada junto ao IBAMA. Isso marca nossa<br />

entrada efetiva no offshore", acrescentou Jean Paul.<br />

MEDIÇÕES DE VENTO<br />

O presidente da empresa também ressaltou que<br />

a companhia está investindo maciçamente em campanhas<br />

de medição de vento a partir de plataformas<br />

fixas posicionadas no mar do Rio Grande do Norte,<br />

Ceará e do Espírito Santo. Os estudos são realizados<br />

pelo ISI-ER. “Os dados coletados permitirão a elaboração<br />

de uma avaliação detalhada em diferentes<br />

áreas do país e permitirão definir o potencial da implantação<br />

de um parque eólico, uma vez que ocorra<br />

o processo de outorga de direitos sobre a área para<br />

geração de energia, o projeto de engenharia e a<br />

escolha das tecnologias mais adequadas”, frisou o<br />

presidente da Petrobras.<br />

Rodrigo Mello, diretor do SENAI (RN) e do ISI-ER,<br />

48 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Somos a empresa que<br />

mais detém conhecimento<br />

do offshore brasileiro<br />

e temos tradição em<br />

operações marítimas que<br />

trarão sinergias relevantes<br />

aos projetos de energia<br />

eólica offshore<br />

Jean Paul Prates,<br />

presidente da Petrobras<br />

reforçou, que os projetos da empresa correspondem<br />

à maior campanha de medição de recurso eólico do<br />

offshore brasileiro.<br />

Responsável pelos primeiros estudos da área no<br />

Brasil, a partir de 2013, em parceria com a Petrobras,<br />

o Instituto intensifica agora as medições e o<br />

desenvolvimento do sistema em que a companhia<br />

aposta nesta nova investida: a Bravo - Boia Remota<br />

de Avaliação de Ventos Offshore.<br />

Uma primeira versão do projeto foi apresentada<br />

no final de 2022 e passou por quatro meses de testes<br />

no mar, coletando dados. A segunda versão, com<br />

evoluções tecnológicas, está para ser lançada.<br />

A tecnologia da Bravo é a primeira desenvolvida<br />

no Brasil para energia eólica offshore. Há, no sistema,<br />

capacidade de medições de velocidade e direção<br />

dos ventos, variáveis meteorológicas, como pressão<br />

atmosférica, temperatura do ar e umidade relativa,<br />

além de variáveis oceanográficas, a exemplo de<br />

ondas e correntes marítimas.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

49


INVESTIMENTO<br />

CONFIABILIDADE<br />

“Temos esta nova versão da boia em desenvolvimento.<br />

A tomada real de decisão para investimentos<br />

robustos na indústria do offshore precisa de dados<br />

com alta confiabilidade e isso só se dá com dados<br />

medidos e não simulados”, defendeu o diretor do<br />

ISI-ER.<br />

O ISI-ER é a principal referência do SENAI no Brasil<br />

em PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação)<br />

em energia eólica, solar e sustentabilidade, incluindo<br />

novas tecnologias como o hidrogênio verde. Está<br />

em operação no HIT (Hub de Inovação e Tecnologia)<br />

do SENAI (RN), em Natal (RN), desde 2018, e foi<br />

oficialmente inaugurado em junho de 2021, com a<br />

conclusão das instalações e a operação plena dos<br />

laboratórios. O Instituto faz parte da maior rede<br />

privada de institutos de PD&I criada no Brasil para<br />

atender as demandas da indústria, composta por 26<br />

Institutos SENAI de Inovação.<br />

A tomada real de decisão<br />

para investimentos<br />

robustos na indústria do<br />

offshore precisa de dados<br />

com alta confiabilidade e<br />

isso só se dá com dados<br />

medidos e não simulados<br />

Rodrigo Mello, diretor do<br />

SENAI (RN) e do ISI-ER<br />

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(47) 3546-1229 • termobio@termobio.com.br<br />

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tecnologia, qualidade e parceria com seus<br />

clientes. Assim tendo como responsabilidade<br />

o desenvolvimento de projetos e fabricação de<br />

equipamentos os quais permitam a segurança do<br />

processo, viabilidade de investimento e alta eficácia,<br />

priorizando o atendimento ao cliente, visando garantir o<br />

melhor desempenho dos projetos e equipamentos de<br />

maneira ágil e sustentável.<br />

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INFORME<br />

CUIDADOS GERAM<br />

RESULTADOS<br />

TEXTO: WALDEMAR VIEIRA LOPES E DRV INDÚSTRIAS<br />

Foto: divulgação<br />

AFIAÇÃO DE FACAS<br />

A boa afiação inicia-se com a conscientização quanto à definição<br />

da área adequada para essa finalidade, com ambiente<br />

isento de sólidos em suspensão, isolamento em relação a outros<br />

processos, dada precisão do serviço a ser realizado.<br />

Mesmo isolado do processo fabril, deve primar pela manutenção<br />

da limpeza no recinto, precisa apresentar uma boa<br />

luminosidade e se necessário utilizar luzes direcionais que<br />

possibilitem acuidade visual para verificação da qualidade de<br />

afiação durante todo o processo de retífica.<br />

Para afiar facas com precisão, devem ser utilizadas Máquinas<br />

Afiadoras que ofereçam garantia de um trabalho impecável,<br />

tanto quanto à sua estrutura física, quanto à tecnologia<br />

embarcada e que contemple todas as etapas do processo,<br />

possibilitando ajustes estabelecidos de acordo com a ferramenta<br />

em trabalho, tais como: posicionamento, avanço, velocidade,<br />

refrigeração, limpeza, acabamento e outras variáveis<br />

passíveis de programação e monitoramento.<br />

A Máquina Afiadora deve obrigatoriamente ser de construção<br />

robusta e rígida, dotada de mesa regulável com mecanismo<br />

que permita e garanta perfeito nivelamento, para que<br />

não ocorra qualquer possibilidade de vibração que gere marcas<br />

de trepidação, gerando efeitos indesejáveis como a formação<br />

de trincas ou pressão de afiação excessiva provocada pelo<br />

aquecimento local.<br />

Durante a afiação a reversão do cabeçote afiador deve<br />

ocorrer de forma suave, sendo de suma importância verificar<br />

de que a peça em preparação seja tocada por apenas um lado<br />

do rebolo, reduzindo a superfície de contato e consequentemente<br />

o calor provocado, minimizando risco de aquecimento<br />

excessivo.<br />

A Máquina Afiadora deve ser dotada de dispositivo de resfriamento<br />

hidráulico que proporcione resfriamento contínuo<br />

e adequado durante todo o processo de afiação, posto que<br />

resfriamento brusco ou aos trancos podem gerar trincas provocadas<br />

por tensões de afiação.<br />

A mesa destinada a receber a faca deve ser fixa e plana,<br />

dotada de estrutura giratória com escala regulável que facilite<br />

a determinação de ângulos de face.<br />

A faca deve ser fixada à mesa a partir do seu centro, contudo<br />

mesas dotadas de fixação magnética, além de contribuir<br />

para melhoria acentuada do processo, diminuem drasticamente<br />

o tempo dispendido para colocação da faca na mesa,<br />

elevando índices de produtividade.<br />

AGENTE DE RESFRIAMENTO E REBOLOS<br />

Na afiação das facas o líquido refrigerante deve ser composto<br />

por óleos ou emulsões solúveis apropriadas, adicionadas<br />

à água pura, formando um composto, que além da queda<br />

de temperatura, protejam contra deposição de ferrugem na<br />

52 www.REVISTABIOMAIS.com.br


máquina ou na faca e, máquinas dotadas de sistema de raspagem,<br />

filtragem e decantação de sólidos, garantem processo<br />

de qualidade superior.<br />

O agente resfriador deve ser abundante e atingir o local<br />

exato do encontro da faca com o rebolo, mitigar o calor resultante<br />

da afiação, evitar empenamentos, lavar as impurezas<br />

e impedir queima no gume da faca, observando que quanto<br />

maior for a área de contato entre a faca e o rebolo, maior deve<br />

ser a adução do líquido resfriador.<br />

Quando a oferta de líquido resfriador é deficiente, quando<br />

são utilizados rebolos inadequados ou havendo pressão<br />

excessiva na afiação, podem ocorrer aquecimentos locais<br />

acima de 800 º graus centígrados, provocando queimaduras e<br />

tensões que causam trincas, havendo risco de tornar as facas<br />

imprestáveis, elevando por consequência todos os custos envolvidos<br />

no processo.<br />

Facas de aço temperado só podem ser tratadas por meio<br />

de afiação com agente afiador que corte adequadamente,<br />

sem desmanchar ou inutilizar o gume da faca.<br />

Os rebolos são produzidos artificialmente utilizando ligas<br />

de cristais de óxido de alumínio + óxido de silício, ligas cerâmica,<br />

sintética, silicato ou outras, cuja liga tem finalidade de<br />

manter os cristais unidos, sendo que a espécie e quantidade<br />

do aglutinante determinará sua dureza e a estrutura do rebolo.<br />

Observar sempre o desgaste do rebolo, que paulatinamente<br />

deve perder grãos, que dão lugar a novos grãos afiados,<br />

posto que se houver resistência excessiva, não haverá o<br />

desgaste da faca e os cristais podem causar pressão, calor na<br />

fricção, causando queimas na superfície da faca.<br />

Ficar sempre atentos quanto a que limalhas decorrentes<br />

da afiação não venham a obstruir os poros de refrigeração do<br />

rebolo, o que pode levar à sua vitrificação, posto que o mesmo<br />

deve se manter limpo por si próprio através da força centrífuga,<br />

que por sua vez deve ejetar cristais e limalhas fora dos<br />

poros.<br />

Quando necessário realizar a retificação do rebolo, atentando<br />

que devido ao desgaste durante o trabalho, pode perder<br />

o formato ou vitrificar. Observação constante da superfície<br />

axial, que deve permanecer limpa e apta ao uso.<br />

quais, bem ampliadas, dão ao gume uma aparência de serra<br />

e, além disso devido à rigidez da faca, aparecem rebarbas que<br />

devem ser aparadas imediatamente.<br />

A retificação prévia tem a finalidade de aplainar “serrilhas”<br />

e aparar as rebarbas e, somente após a amolação com pedra<br />

fina é que o gume consegue aquele “FIO” necessário para alcançar<br />

a capacidade plena de corte.<br />

Não é recomendável retirar a rebarba por meio de um<br />

sarrafo de madeira, posto que esse processo pode provocar a<br />

soltura de partículas de aço, demandando longo tempo para<br />

ser compensado com a pedra de amolar.<br />

A pedra de amolar deve preferencialmente ter anatomia<br />

que possibilite segurá-la com firmeza e mantida tão plana<br />

quanto possível; pedras com desgaste irregular denunciam<br />

mau uso; para que não causem aumentos ou interferências<br />

nos ângulos das facas.<br />

Há disponibilidade no mercado de equipamentos específicos<br />

destinados para realizar o assentamento do “FIO” das<br />

facas, em granulometria adequada e mobilidade escalar para<br />

ajuste a ângulos requeridos, diminuindo riscos de interferência<br />

angular gerados por mau uso da pedra de amolar.<br />

MANUTENÇÃO E GUARDA DAS FACAS<br />

Uma vez afiadas, as facas devem ser secadas e guardadas<br />

em local protegido contra a umidade e, sempre que possível<br />

passar um pano embebido em óleo para protegê-las da ferrugem.<br />

Os furos rosqueados e de fixação devem ser mantidos limpos<br />

e testados, pois deles dependem que o transporte ocorra<br />

de forma fácil e segura.<br />

A armazenagem da faca deve ser feita de forma que permaneça<br />

em posição plana e, não é de boa prática deixá-las em<br />

estrados ou armações que possam levá-las a riscos de empenamentos.<br />

Por ocasião do transporte ou manuseio de facas, usar manípulos<br />

adequados anatomicamente e que facilitem a operação,<br />

bem como é de suma importância a proteção dos gumes,<br />

evitando riscos de acidentes pessoais e ou da ferramenta.<br />

A IMPORTÂNCIA DA RETIFICAÇÃO DO GUME DA FACA<br />

Somente por meio da retificação com pedra de amolar, é<br />

que o gume da faca obtém o ¨FIO¨ que proporciona a melhor<br />

condição de corte e por consequência, durabilidade.<br />

Durante a afiação podem surgir pequenas gretas de esmerilhamento,<br />

produzidas pelas pontas aguçadas dos cristais, as<br />

Para mais informações<br />

sobre, acesse<br />

o QRcode ao lado:<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

53


POLÍTICA<br />

Foto: divulgação<br />

54 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENERGIA<br />

RENOVÁVEL<br />

EM ALTA<br />

PARANÁ ADERE A CONVÊNIOS<br />

QUE FORTALECEM E INCENTIVAM A<br />

PRODUÇÃO DE BIOGÁS E BIOMETANO<br />

RENEWABLE<br />

ENERGY ON THE RISE<br />

THE STATE PARANÁ ADHERES TO AGREEMENTS<br />

THAT STRENGTHEN AND ENCOURAGE THE<br />

PRODUCTION OF BIOGAS AND BIOMETHANE<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

55


POLÍTICA<br />

Foto: Ari Dias/AEN<br />

O<br />

Paraná está investindo na geração de<br />

energia a partir do biogás. O Confaz<br />

(Conselho Nacional de Política Fazendária)<br />

aprovou a adesão do Estado a três<br />

convênios que possibilitam maiores investimentos no<br />

setor. Um dos convênios possibilita isenção do ICMS<br />

(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)<br />

e os outros permitem crédito presumido de 12% sobre<br />

o valor de aquisições internas e de 12% sobre saídas<br />

internas com biogás e biometano. Agora, a Secretaria<br />

da Fazenda e a Receita Estadual trabalham em uma<br />

minuta de um decreto detalhando as novas regras.<br />

“São medidas com potencial para alavancar negócios<br />

em energia renovável, principalmente no ambiente<br />

rural”, disse o secretário de Agricultura e do Abastecimento<br />

do Paraná, Norberto Ortigara.<br />

T<br />

he State of Paraná is investing in the generation of<br />

energy from biogas. The National Council of Treasury<br />

Policy (Confaz) approved the State’s adhesion to<br />

three agreements enabling more significant Sector<br />

investments. One of the agreements allows exemption from<br />

the Goods and Services Tax (Icms), and the others allow<br />

presumed credit of 12% on the value of domestic purchases<br />

and 12% on the domestic sale of biogas and biomethane.<br />

The Treasury Department and the State Revenue Service are<br />

drafting a decree detailing the new rules. “These are measures<br />

with the potential to leverage business in renewable energy,<br />

especially in the rural environment,” says Norberto Ortigara,<br />

State Secretary of Agriculture and Supply.<br />

INCENTIVE FOR PRODUCERS<br />

The agreement 160/2023 authorizes the State to grant<br />

56 www.REVISTABIOMAIS.com.br


INCENTIVO PARA PRODUTORES<br />

A proposta do convênio 160/2023 autoriza o<br />

Estado a conceder isenção do ICMS sobre operações<br />

relativas à circulação de mercadoria e serviços de<br />

transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação<br />

em operações com máquinas, equipamentos,<br />

aparelhos e componentes para a geração de energia<br />

elétrica a partir do biogás.<br />

Outro convênio, o 159/2023 permite conceder crédito<br />

presumido de 12% sobre o valor das aquisições<br />

internas de biogás e biometano. E o terceiro, 158/2023<br />

autoriza a concessão de redução de base de cálculo<br />

do ICMS nas saídas internas com biogás e biometano,<br />

de tal forma que a carga tributária do imposto resulte<br />

na aplicação do percentual de 12% sobre o valor da<br />

operação.<br />

ENERGIAS RENOVÁVEIS<br />

As decisões do Confaz vêm logo em seguida à<br />

decisão do governo do Estado de ampliar os benefícios<br />

de juro zero para investimentos no segmento de<br />

energias renováveis. Na nova formatação do Banco do<br />

Agricultor Paranaense, apresentada pelo governador<br />

Carlos Massa Ratinho Junior, em projetos de energia<br />

renovável, o Estado fica responsável pelo pagamento<br />

exemption from Icms on operations related to the sale of<br />

goods, interstate and inter-municipal transport services, and<br />

communication for operations with machinery, equipment,<br />

apparatus, and components for generating electricity from<br />

biogas.<br />

Another agreement, 159/2023, allows for a presumed<br />

credit of 12% on the value of domestic biogas and biomethane<br />

purchases. Thirdly, 158/2023 authorizes the granting of a<br />

reduction of the Icms calculation basis on internal shipments<br />

of biogas and biomethane in such a way that the tax burden<br />

results in the application of the percentage of 12% on the<br />

value of the operation.<br />

RENEWABLE ENERGY<br />

Confaz’s decisions come after the State Government<br />

decided to expand zero-interest benefits for investments in the<br />

renewable energy segment. In the new format of the Paraná<br />

Farmer Bank, presented by Governor Carlos Massa Ratinho<br />

Junior, in renewable energy projects, the State is responsible<br />

for paying 100% of the interest rate for family farmers with<br />

active Declaration of Aptitude to Pronaf (DAP) or registration<br />

in Family Agriculture Registry (CAF).<br />

Medium and large producers also benefit if they want to<br />

invest in construction, acquisition of materials and equipment,<br />

and the preparation of projects for the installation of<br />

Foto: Geraldo Bubniak/AEN<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

57


POLÍTICA<br />

Foto: Ari Dias/AEN<br />

de 100% da taxa de juro para agricultores familiares<br />

com DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) ativa ou<br />

inscrição no CAF (Cadastro da Agricultura Familiar).<br />

Os médios e grandes produtores também são<br />

beneficiados se quiserem investir em obras civis, aquisição<br />

de materiais e equipamentos e na elaboração de<br />

projetos para instalação de biodigestores. Para esses o<br />

Estado cobre 5 pontos percentuais ao ano de juro no<br />

âmbito do Banco do Agricultor Paranaense. É passível<br />

de equalização valor financiado não excedente a R$<br />

500 mil para energia solar fotovoltaica e R$ 2 milhões<br />

para biomassa por CPF/CNPJ, com teto máximo de R$<br />

20 milhões para coletivo.<br />

Como auxílio na elaboração do projeto o Estado<br />

criou o programa RenovaPR, desenvolvido em<br />

parceria com a iniciativa privada e agentes de crédito.<br />

Desde 2020, quando foi instituído o programa, 6.950<br />

projetos de energia renovável ganharam forma.<br />

"São medidas com<br />

potencial para alavancar<br />

negócios em energia<br />

renovável, principalmente<br />

no ambiente rural"<br />

Norberto Ortigara, secretário de<br />

Agricultura e do Abastecimento<br />

do Paraná<br />

biodigesters. For these, the State charges five percent per year<br />

in interest within the scope of the Banco do Agricultores Paranaense.<br />

The amount financed cannot exceed R$ 500 thousand<br />

for photovoltaic solar energy and R$ 2 million for biomass<br />

per CPF/Cnpj, with a maximum ceiling of R$ 20 million for<br />

cooperative projects.<br />

To assist in developing the project, the State created the<br />

RenovaPR program, designed in partnership with the Private<br />

Sector and credit agents. Since 2020, when the program was<br />

instituted, 6,950 renewable energy projects have taken shape.<br />

58 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EXPECTATIVA DE PRODUÇÃO<br />

O Paraná é o maior produtor nacional e o maior<br />

exportador de carne de frango. Também tem expressividade<br />

em produção de suínos e de leite, ocupando a<br />

segunda colocação. Somente nesses três segmentos,<br />

estima-se que são gerados aproximadamente 800 mil<br />

empregos diretos e mais de 200 mil indiretos.<br />

Grandes indústrias têm ampliado seus investimentos<br />

no Estado, como a Frimesa, que construiu o<br />

maior frigorífico de suínos da América Latina em Assis<br />

Chateaubriand. O abate inicial de 2,5 mil animais por<br />

dia tende a crescer até 15 mil suínos ao dia em 2028.<br />

A alta genética também tem encontrado eco no<br />

Paraná, o que leva a antever aumento exponencial na<br />

produção de animais, exigindo mais alojamentos e<br />

produtores interessados na terminação. Com tudo isso<br />

haverá crescimento também no volume de dejetos,<br />

que precisam ter destinação correta. O uso para a produção<br />

de biogás cumpre essa função, além de reduzir<br />

os custos com energia.<br />

PRODUCTION EXPECTATION<br />

The State of Paraná is the largest domestic producer and<br />

the largest exporter of chicken meats. It also has expressive<br />

pig and milk production, occupying second place. Just in<br />

these three segments, it is estimated that approximately eight<br />

hundred thousand direct jobs and more than two hundred<br />

thousand indirect jobs will be generated.<br />

Large companies have increased their investments in the<br />

State, such as Frimesa, which built the largest pork slaughterhouse<br />

in Latin America in Assis Chateaubriand. The initial<br />

slaughter of 25 hundred pigs per day is expected to grow to 15<br />

thousand per day in 2028.<br />

Advanced genetics has also found an echo in Paraná, which<br />

leads to the prediction of an exponential increase in animal<br />

production, requiring more livestock barns and shelters and<br />

producers interested in livestock finishing. With all this, there<br />

will also be an increase in the volume of waste, which needs to<br />

be disposed of correctly. The use for producing biogas fulfills<br />

this function, in addition to reducing energy costs.<br />

A maior capacidade instalada para produção de pellets no país é KAHL<br />

Peças<br />

originais e<br />

assistência<br />

técnica no<br />

Brasil<br />

Tecnologia Sustentável<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

59


FEIRA<br />

BIOMASSA<br />

DA MADEIRA<br />

60 www.REVISTABIOMAIS.com.br


FOTOS BIOMAIS<br />

EXPOSITORES DA FIMMA<br />

2023 APRESENTARAM<br />

AS TECNOLOGIAS PARA<br />

TRATAMENTO DO RESÍDUO<br />

DA INDÚSTRIA MOVELEIRA<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

61


FEIRA<br />

C<br />

om a bandeira da inovação como diferencial<br />

competitivo para indústrias de móveis e marcenarias<br />

a Fimma Brasil, realizada entre os dias<br />

28 e 31 de agosto no Pavilhão de Eventos de<br />

Bento Gonçalves (RS), atraiu um grande público e apresentou<br />

as novidades do setor.<br />

Realizada em conjunto com a Movelsul Brasil, as duas<br />

feiras juntas receberam mais de 30 mil visitantes de todos<br />

Estados brasileiros e de 46 países. Esta foi a segunda edição<br />

conjunta das feiras Fimma e Movelsul, promovidas, respectivamente,<br />

pela Movergs (Associação das Indústrias de<br />

Móveis do Estado do Rio Grande do Sul) e pelo Sindmóveis<br />

(Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves).<br />

A Fimma reuniu cerca de 200 expositores que são<br />

fornecedores do setor como indústrias de máquinas,<br />

empresas de matérias-primas, acessórios, ferramentas, tecnologia,<br />

entre outros. “A Fimma é resultado de um trabalho<br />

feito por muitas mãos em benefício do setor moveleiro nacional.<br />

É extremamente gratificante chegar ao final de mais<br />

uma edição com a confiança de expositores brasileiros e<br />

estrangeiros e a satisfação dos visitantes. Essa credibilidade<br />

coloca a feira em um patamar de igualdade com eventos<br />

internacionais, reunindo o que existe de melhor em alta<br />

tecnologia para produzir móveis”, afirmou o presidente da<br />

Movergs, Euclides Longhi.<br />

As empresas fornecedoras de tecnologia para tratamentos<br />

dos resíduos da indústria moveleira marcaram<br />

presença, apresentando as soluções para o setor.<br />

A Revista REFERÊNCIA BIOMAIS recebeu parceiros no<br />

estande e conferiu as novidades apresentadas na feira.<br />

"É extremamente gratificante<br />

chegar ao final de mais uma<br />

edição com a confiança de<br />

expositores brasileiros e<br />

estrangeiros e a satisfação<br />

dos visitantes"<br />

Euclides Longhi,<br />

presidente da Movergs<br />

ANDRITZ<br />

Consolidada há mais de 30 anos no Brasil, a<br />

ANDRITZ que é líder em tecnologia, esteve visitando<br />

a Fimma. “A legislação prevê que o gerador de resíduo<br />

tem a responsabilidade de dar uma destinação final e<br />

é possível rentabilizar o resíduo da indústria moveleira<br />

criando um sub-produto que é o pellets. A ANDRITZ<br />

tem a linha completa para dar o destino final mais<br />

correto, com rentabilidade, gerando o sub-produto<br />

com valor agregado”, comentou Luiz Paulo da Cunha,<br />

gerente de vendas para projetos EPC da ANDRITZ,<br />

acompanhado de Eduardo Soffioni, gerente de vendas<br />

da empresa.<br />

62 www.REVISTABIOMAIS.com.br


BENECKE<br />

Comemorando 70 anos de atividades em setembro<br />

a empresa apresentou na Fimma um equipamento<br />

robusto, uma nova versão da linha de laminação.<br />

“Como não podia ser diferente, a Benecke normalmente<br />

traz uma novidade para a feira, é uma característica<br />

nossa, e trouxemos um lançamento, que na verdade é<br />

mais uma revalidação da linha de laminação onde somos<br />

pioneiros com a implantação do roleteiro. Neste<br />

novo modelo resolvemos juntar todas as sugestões de<br />

clientes e operadores do equipamento e fizemos uma<br />

nova linha toda remodelada para atender o nosso<br />

cliente”, contou o engenheiro Kurt Benecke, diretor da<br />

empresa.<br />

BRUNO INDUSTRIAL<br />

Com atuação em quatro segmentos: Florestal,<br />

Biomassa, Reciclagem e Serviço, a Bruno destacou<br />

sua atividade na área da biomassa durante a Fimma<br />

2023. “A Fimma é uma feira onde tradicionalmente a<br />

Bruno está. A localização coincide com a localização<br />

de diversos clientes nossos. Nosso foco na feira este<br />

ano está na linha de biomassa, sistemas de picagem,<br />

picadores, classificação de biomassa, pátios, soluções<br />

completas. A feira é uma oportunidade para os clientes<br />

conhecerem as diferentes soluções de excelência que<br />

a Bruno Biomass oferece ao mercado”, declarou Marcel<br />

Dametto, gerente de vendas Biomassa.<br />

BURNTECH<br />

Sediada em Agrolândia (SC) a Burntech Caldeiras apresentou<br />

aos visitantes suas soluções em geração de vapor e energia<br />

a partir de combustíveis renováveis. “Já participamos outros<br />

anos da Fimma e viemos com a expectativa de atender nossos<br />

clientes locais da indústria moveleira. Estamos com o projeto<br />

de expandir nossa atuação, dar mais atenção aos clientes da<br />

América Latina, atendendo países como Uruguai, Argentina,<br />

Paraguai, Chile e outros. Sabemos que tem bastante potencial<br />

e a feira atrai esses visitantes. Nossos equipamentos são sob<br />

medida para a necessidade de cada cliente. Este é nosso foco,<br />

fazer projetos especiais onde não existe padrão, existe sim<br />

projeto especial para atender cada cliente”, explica Ricardo<br />

Vergílio, do departamento de vendas e exportação.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

63


FEIRA<br />

COSTRUZIONI NAZZARENO<br />

Já consolidada no Brasil com sua tecnologia de<br />

origem italiana para planta de pellets, a Costruzioni<br />

Nazzareno mais uma vez marcou presença na Fimma<br />

2023. “A Fimma é uma feira excelente, este ano está<br />

com bastante movimento. É uma feira na qual encontramos<br />

os clientes que já temos e novos clientes comparecem.<br />

Mostramos nossos equipamentos para área<br />

de biomassa, já consolidados há 12 anos no Brasil”,<br />

enalteceu o diretor comercial Francesco Stella.<br />

CPM<br />

Com presença global a empresa de origem norte-<br />

-americana CPM está presente no Brasil e participou<br />

pela primeira vez da Fimma nesta edição de 2023. “A<br />

CPM enxerga grandes oportunidades de negócios na<br />

América Latina e América do Sul. Já estamos no Brasil<br />

em outros segmentos e agora estamos investindo na<br />

área de biomassa, com bons projetos em andamento<br />

e com muita esperança de um Brasil melhor, de uma<br />

região melhor para continuar avançando. Me surpreendi<br />

positivamente com a feira e com o que ela<br />

representa para o setor”, comentou Evandro Magnus,<br />

diretor da CPM na América do Sul.<br />

ENGECASS<br />

Participante desde a primeira edição da feira, a<br />

Engecass esteve presente e apresentou uma novidade:<br />

a tecnologia de secagem de madeira acelerada.<br />

“Sabemos que o mercado está cada vez mais tecnológico,<br />

buscando soluções mais racionais em termos de<br />

custo de produção e de qualidade do produto final.<br />

A Engecass vem então apresentar pro mercado suas<br />

soluções de secagem de madeira acelerada fazendo<br />

concorrência a alguns grandes players internacionais<br />

que começam também a operar no Brasil, mostrando<br />

que nós não deixamos nada a desejar e que temos<br />

tecnologia”, afirmou Paulo da Cass, fundador da marca.<br />

64 www.REVISTABIOMAIS.com.br


MILL INDÚSTRIAS<br />

A Mill esteve mais um ano participando da Fimma<br />

Brasil levando diversas tecnologias. “Estamos satisfeitos<br />

em estar aqui, trazendo tecnologias novas principalmente<br />

na área de serras onde tivemos grandes<br />

investimentos neste ano de 2023 no desenvolvimento<br />

de linhas novas para lâminas de serras para madeira,<br />

alimentos e outros, além de inovações na área de máquinas.<br />

Recebemos visitantes e clientes de diferentes<br />

partes do Brasil e de fora também. A Mill é conhecida<br />

pela área da madeira, que é onde nascemos, mas<br />

temos outros segmentos que estão sendo desenvolvidos<br />

e vem crescendo a cada ano”, afirmou o gerente<br />

de negócios Marcelo Gobbi.<br />

TMSA<br />

A TMSA é a empresa que representa no Brasil as<br />

soluções do grupo Kahl para fabricação de pellets e<br />

esteve com sua equipe na Fimma. “É um momento interessante<br />

principalmente aqui na Fimma, tem muita<br />

indústria moveleira e o pessoal que lida com madeira.<br />

O resíduo que eles geram pode virar um sub-produto<br />

bastante rentável e sustentável que é o pellet. Aqui na<br />

Fimma fizemos alguns novos contatos, retomamos outros<br />

existentes, e estamos vendo que tem muita gente<br />

chegando agora neste mercado”, comentou Matheus<br />

Taffarel, gerente comercial da TMSA.<br />

VANTEC<br />

Comemorando 60 anos de atuação, a Vantec<br />

esteve com vários equipamentos em seu estande e fez<br />

um lançamento durante a Fimma Brasil. “Não esperávamos<br />

uma feira tão movimentada, ficamos surpresos<br />

com o movimento intenso, e o público qualificado do<br />

Brasil e de fora do Brasil. Trouxemos como lançamento<br />

a Serra Fita Horizontal de Alto Desempenho. É uma<br />

máquina com maior velocidade e produtividade do<br />

que outros modelos que estão no mercado”, destacou<br />

Jakson Fabiani, gerente comercial da Vantec.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

65


ARTIGO<br />

CARACTERIZAÇÃO DE<br />

BIOMASSA RESIDUAL DE FÁBRICA<br />

DE PAPEL-CARTÃO PARA<br />

APROVEITAMENTO<br />

ENERGÉTICO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

66 www.REVISTABIOMAIS.com.br


WALDIR NAGEL SCHIRMER<br />

Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />

ITALO TADEU MACHADO FERREIRA<br />

Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />

CAMILO BASTOS RIBEIRO<br />

Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />

GUILHERME POZZOBOM PAVANELLO<br />

Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />

GILMARA DE OLIVEIRA MACHADO<br />

Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />

PAULO ROGÉRIO PINTO RODRIGUES<br />

Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />

RESUMO<br />

U<br />

m dos problemas da indústria de papel e<br />

celulose é a disposição de resíduos sólidos<br />

em aterros industriais, pela escassez de<br />

áreas disponíveis para esta finalidade e ao<br />

impacto ambiental gerado. Uma das formas de avaliar<br />

o potencial energético de materiais celulósicos residuais<br />

é pela determinação do seu poder calorífico. Esta<br />

pesquisa teve como objetivo caracterizar os resíduos<br />

celulósicos de uma fábrica de papel-cartão por análise<br />

imediata e análise elementar, para estimar o poder<br />

calorífico e avaliar o potencial de aproveitamento<br />

energético na combustão misturada com cavacos na<br />

fornalha de caldeira. Foram analisados os combustí-<br />

veis normalmente queimados na caldeira de biomassa<br />

para geração de vapor: cavacos de madeira de pinus,<br />

cascas de madeira de pinus e os resíduos gerados na<br />

fabricação de papel-cartão: fibras e fiapos de madeira<br />

da fabricação de pasta mecânica de madeira, fibras<br />

da ETE (estação de tratamento de efluentes) e cinzas<br />

da caldeira. Os resíduos celulósicos fibras da ETE,<br />

fibras e fiapos de madeira apresentaram potencial<br />

para utilização energética, desde que submetidos<br />

a processo de secagem para redução da umidade e<br />

aumentar o poder calorífico. As cinzas da caldeira tem<br />

poder calorífico residual podendo ser reaproveitadas<br />

na combustão com cavacos de madeira.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

67


ARTIGO<br />

INTRODUÇÃO<br />

A principal fonte de energia consumida mundialmente<br />

provém de combustíveis fósseis, da combustão<br />

de derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural<br />

e apenas uma pequena parte da energia consumida<br />

provém de fontes renováveis. Nesse sentido, cabe<br />

ressaltar que o Brasil possui uma matriz energética<br />

diversificada. Em 2014, a participação de renováveis<br />

manteve-se entre as mais elevadas do mundo, com<br />

39,4%, enquanto a média mundial está entre 13 e 14%<br />

(MME, 2015). Dentre as fontes primárias renováveis<br />

destaca-se a biomassa, utilizada na combustão direta<br />

para geração de vapor e energia elétrica por cogeração,<br />

ou como matéria-prima na geração de energia<br />

renovável secundária, na produção de biogás e gás<br />

de pirólise. A energia proveniente de biomassa, além<br />

de ser de fonte renovável, é considerada limpa por reduzir<br />

emissões de gases que contribuem para o efeito<br />

estufa, portanto a biomassa pode se destacar no cenário<br />

energético global. A biomassa pode ser definida<br />

como “recursos naturais que dispõem de bioenergia<br />

e que podem ser processados para fornecer formas<br />

bioenergéticas mais elaboradas e adequadas para o<br />

uso final” (BNDES, 2008). A biomassa provém de base<br />

florestal, da agricultura ou de resíduos florestais e agrícolas.<br />

É fonte primária, quando o material é utilizado<br />

para fins energéticos sem processamento e, de fonte<br />

secundária, quando derivada de processo de industrialização<br />

agrícola ou de madeira (Panoutsou, 2011).<br />

Uma vantagem considerável dos resíduos florestais é<br />

que uma grande quantidade destes resíduos é gerada<br />

pela indústria madeireira e de papel e celulose, sendo<br />

imediatamente utilizada por estas indústrias, mas o<br />

potencial de aproveitamento é consideravelmente<br />

maior (Rosillo-Calle, 2004). Na indústria, representada<br />

por empresas do setor de árvores plantadas, 65,8%<br />

dos resíduos são destinados para geração de energia,<br />

por meio da queima em caldeiras que geram vapor e,<br />

eventualmente, energia elétrica para o processo produtivo,<br />

eliminando a utilização de combustível fóssil<br />

(IBÁ, 2016). A biomassa é aproveitada de duas formas,<br />

a tradicional e a moderna: a utilização tradicional<br />

da biomassa constitui a combustão direta de lenha,<br />

resíduos animais e carvão. A utilização da biomassa<br />

moderna envolve tecnologias como combustíveis<br />

líquidos sintetizados a partir de materiais celulósicos,<br />

geração e cogeração do biogás proveniente da<br />

digestão anaeróbia de resíduos, sistemas de aquecimento<br />

pela combustão de peletes de madeira e outras<br />

tecnologias (Irena, 2015).<br />

68 www.REVISTABIOMAIS.com.br


MATERIAIS E MÉTODOS<br />

O processo para fabricação de papel-cartão utiliza<br />

biomassa para geração de vapor, por meio da queima<br />

de cavacos de madeira de pinus adquiridos de terceiros<br />

e produzidos na indústria do estudo. A fabricação<br />

do papel-cartão inicia com o recebimento de toras de<br />

pinus com diâmetro de 8 cm a 20 cm (centímetros)<br />

para descascamento. As toras descascadas seguem<br />

para a fabricação de pasta mecânica de madeira e as<br />

toras que não servem para fabricação de pasta são<br />

transformadas em cavacos próprios de madeira para<br />

queima na caldeira de biomassa. A casca de madeira<br />

removida das toras também é queimada na caldeira<br />

misturada com cavacos de terceiros para geração de<br />

vapor. As toras descascadas são transportadas para a<br />

fábrica de pasta mecânica, para fabricação de pasta<br />

de madeira nos desfibradores de pedra. A pasta de<br />

madeira em suspensão é bombeada para peneiras<br />

classificatórias para separar fibras e fiapos, lascas e<br />

pequenos pedaços de madeira, que não servem para<br />

fabricação do papel-cartão, sendo enviados para<br />

queima na caldeira de biomassa com cerca de 80% de<br />

umidade. A pasta é processada em depuradores centrífugos<br />

que rejeitam parte das fibras não totalmente<br />

desfibradas e outros contaminantes, como pequenos<br />

pedaços de casca e areia, que são descartadas na<br />

canaleta de efluente, constituindo o efluente líquido<br />

da área da pasta mecânica. Os rejeitos de tanques de<br />

água e massa de várias etapas do processo também<br />

vão para canaletas de efluentes e contêm fibras e<br />

partículas finas de madeira que não ficaram retidos no<br />

papel-cartão.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Os resultados das amostras de A a D estão de<br />

acordo com valores obtidos da análise imediata de<br />

resíduos de madeiras, obtidos por Adekiigbe (2012). Já<br />

as amostras de cinzas e de cinzas peneiradas apresen-<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

69


ARTIGO<br />

taram baixo teor de voláteis, alto teor de cinzas e de<br />

carbono fixo, como já era esperado. Esses resultados<br />

devem-se ao fato de que os combustíveis à base de<br />

biomassa convertem em média, no processo de queima,<br />

três quartos de sua massa em compostos voláteis,<br />

gerando chamas largas acompanhadas de maior<br />

liberação de calor para troca térmica e produção de<br />

vapor na caldeira. Diante disso, essas duas amostras<br />

terão seu poder calorífico reduzido, pelo fato do teor<br />

de cinzas influenciar negativamente. Os elementos<br />

químicos constituintes da biomassa que contribuem<br />

para a combustão gerando calor são hidrogênio,<br />

carbono e enxofre. Como o teor de enxofre na madeira<br />

geralmente é muito baixo, menor que 1,0%, os teores<br />

de carbono e hidrogênio definem a qualidade do<br />

combustível. Já a umidade, cinzas, oxigênio e nitrogênio<br />

constituem a fração incombustível e não fornecem<br />

calor durante a combustão).<br />

CONCLUSÕES<br />

A caracterização de biomassa combustível (cavacos<br />

e cascas de madeira) e dos resíduos celulósicos<br />

Os resíduos celulósicos<br />

fibras da ETE, fibras<br />

e fiapos de madeira<br />

apresentaram potencial<br />

para utilização energética,<br />

desde que submetidos<br />

a processo de secagem<br />

para redução da umidade<br />

e aumentar o poder<br />

calorífico<br />

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de fábrica de papel-cartão (fibras e fiapos de madeira,<br />

fibras da estação de tratamento de efluente) por meio<br />

da composição elementar, análise imediata e do teor<br />

de umidade, permitiu estimar o poder calorífico e<br />

afirmar que há potencial de reaproveitamento dos<br />

resíduos celulósicos na combustão misturada com a<br />

biomassa normalmente utilizada. A comparação do<br />

poder calorífico superior de cavacos próprios (5.323,6<br />

kcal/kg) e cavacos de terceiros (4.056,8 kcal/kg), com<br />

o PCS de cascas de madeira (4.903,9 kcal/kg), indica<br />

que este material é importante fonte de energia para<br />

combustão, reduzindo a demanda de aquisição de<br />

cavacos de terceiros. O poder calorífico útil de fibras<br />

e fiapos de madeira (3.172,5 kcal/kg) e fibras da ETE<br />

(2.232,1 kcal/kg) permite concluir que os resíduos<br />

celulósicos podem ser reaproveitados como combustível<br />

na caldeira, pela queima misturados com cavacos<br />

próprios, de terceiros e cascas de madeira, desde que<br />

previamente secos a 20% de umidade. As cinzas (F) e<br />

cinzas peneiradas (G) apresentaram poder calorífico<br />

residual de 1.931,0 kcal/kg e 1.528,6 kcal/kg, respectivamente,<br />

podendo ser reutilizadas na combustão<br />

misturada com a biomassa. No entanto, devido sua<br />

granulometria fina e maior teor de inertes (cinzas<br />

incombustíveis), a fração de cinzas peneiras (G) não é<br />

indicada para reaproveitamento. A secagem demonstra<br />

ser uma forma efetiva para melhorar as propriedades<br />

energéticas dos resíduos celulósicos pela redução<br />

da umidade e, consequentemente, pelo aumento do<br />

poder calorífico, permitindo seu reaproveitamento<br />

como combustível.<br />

Para acessar esse<br />

conteúdo na<br />

íntegra acesse o<br />

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71


AGENDA<br />

OUTUBRO 2023<br />

DESTAQUE<br />

360SOLAR<br />

Data: 26 e 27<br />

Local: Florianópolis (SC)<br />

Informações: https://360solar.com.br/<br />

HYDROGEN DIALOGUE LATIN AMERICA –<br />

EDIÇÃO BRASIL<br />

Data: 18 e 19<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: https://hydrogendialoguelatam.com/<br />

NOVEMBRO 2023<br />

XXIV SEMINÁRIO NACIONAL DE<br />

DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA (SENDI)<br />

2023<br />

Data: 7 a 10<br />

Local: Pavilhão de Carapina, Serra (ES)<br />

Informações: https://sendi.org.br/<br />

XV ENCONTRO ANUAL DO<br />

MERCADO LIVRE<br />

Data: 29 de novembro a 01 de<br />

dezembro<br />

Local: Costa do Sauípe Resorts (BA)<br />

Informações: https://www.encontromercadolivre.com.br/pt/home.html<br />

X FÓRUM DO BIOGÁS<br />

Data: 13 e 14<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: https://www.viex-americas.com/forum-abiogas/<br />

I SEMINÁRIO DE RECUPERAÇÃO<br />

ENERGÉTICA DE RESÍDUOS<br />

Data: 22<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: https://abren.org.br/2023/09/14/1o-seminariode-recuperacao-energetica-de-residuos-22-de-novembro/<br />

Com o tema Horizontes energéticos:<br />

explorando as oportunidades no mercado<br />

livre de energia para a atração de novos<br />

consumidores, a XV edição do Encontro Anual<br />

do Mercado Livre proporciona uma oportunidade<br />

para o diálogo técnico e comercial entre<br />

geradores, comercializadores e consumidores<br />

livres de energia, além de ser um ambiente<br />

para networking e geração de negócios.<br />

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OPINIÃO<br />

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A PERSONALIZAÇÃO<br />

DO ATENDIMENTO É A<br />

CHAVE PARA GANHOS<br />

DE COMPETITIVIDADE<br />

F<br />

oram-se os dias em que as pessoas estavam limitadas<br />

a estabelecimentos físicos ou às prateleiras virtuais da<br />

internet. Hoje, os consumidores desfrutam da liberdade<br />

de selecionar os canais por meio dos quais preferem<br />

realizar suas compras, possuindo uma compreensão aprofundada<br />

de suas próprias preferências, optando pelos modos de<br />

interação que melhor se alinham com seus perfis únicos e locais<br />

de transação preferidos. Como resultado, o campo de batalha<br />

pela lealdade do cliente intensificou-se, com empresas competindo<br />

para oferecer a mais envolvente variedade de serviços e<br />

produtos.<br />

De acordo com o estudo: Tendências do Varejo 2023;<br />

divulgado em março pela Opinion Box e Dito, impressionantes<br />

84% dos brasileiros agora preferem experiências de compra<br />

integradas, que mesclam perfeitamente os mundos físico e<br />

online. Entre os entrevistados, 72% expressaram a expectativa<br />

de serem reconhecidos como indivíduos distintos, antecipando<br />

que as empresas decifrarão habilmente seus interesses únicos e<br />

73% dos consumidores manifestaram preferência por empresas<br />

que já adotam essa abordagem.<br />

Nesta luta contínua pela aquisição de clientes, dois fatores<br />

críticos destacam-se como os pilares do sucesso: um atendimento<br />

excepcional ao cliente e uma experiência personalizada<br />

para o consumidor, especialmente quando esses fatores são<br />

adaptados às necessidades e preferências individuais.<br />

O atendimento bem feito desempenha um papel indispensável<br />

na confiança entre os clientes e as empresas. Consequentemente,<br />

o atendimento emerge como o pilar para obter<br />

uma vantagem competitiva, já que os clientes se inclinam para<br />

empresas nas quais confiam.<br />

A experiência personalizada, impulsiona as vendas oferecendo<br />

produtos e serviços que estejam alinhados com as<br />

preferências individuais. Compradores satisfeitos se transformam<br />

em defensores da marca, promovendo fervorosamente<br />

aspectos positivos por meio de diversos canais e inspirando<br />

outros a seguirem o mesmo caminho. Afinal, quem entre nós<br />

nunca buscou a sabedoria de colegas e comentários antes de<br />

fechar uma compra?<br />

As empresas que buscam se destacar nesse cenário altamente<br />

competitivo devem adotar cada vez mais as seguintes<br />

abordagens estratégicas:<br />

Segmentação Automática de Clientes: utilizando o poder<br />

da IA (Inteligência Artificial), as empresas podem aprofundar<br />

sua compreensão do comportamento e das preferências dos<br />

consumidores, aprimorando seu atendimento para alinhar com<br />

seu público-alvo.<br />

Plataformas Omnichannel com Integração de IA: dada<br />

a crescente interconectividade dos consumidores e seu fácil<br />

acesso às inovações do mercado, a interação multicanal tornou-se<br />

imperativa para o sucesso empresarial. A tendência é<br />

que as empresas adotem plataformas que integrem de maneira<br />

transparente sua comunicação e ofertas de serviços em diversos<br />

canais.<br />

Suporte Proativo e Acompanhamento Personalizado:<br />

a jornada de interação com os clientes deve ser construída<br />

usando os insights derivados do entendimento das suas<br />

necessidades. Soluções inteligentes de chatbot surgem como<br />

uma necessidade, adaptando-se à linguagem dos usuários<br />

e oferecendo uma variedade de ações, desde a resolução de<br />

problemas até a assistência ou o acompanhamento de clientes<br />

durante o processo de compra.<br />

Nesse percurso, onde as empresas reconhecem cada vez<br />

mais o cliente como o ponto focal de suas operações, a relação<br />

entre consumidores e marcas adquirirá novas dimensões. A<br />

variedade de escolhas disponíveis para os clientes continuará<br />

expandindo, e a qualidade dos serviços das empresas será<br />

submetida a uma análise cada vez mais intensa. As empresas<br />

que se destacarão serão as que verdadeiramente compreendem<br />

e satisfazem as necessidades do seu público.<br />

Por Cristiane Reis<br />

Chief Business Officer, da Robbu<br />

Foto: divulgação<br />

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garante uma afiação livre de<br />

resíduos ferrosos.<br />

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