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ENTREVISTA
legislações favoráveis e que nos auxiliem a mostrar que
a silvicultura é possível.
>> Quais os principais pontos das ações da GOFLOR?
Trabalhamos com três focos de ação: mercado, logística
e produtividade. Sem esses três não podemos pensar
em nada. Esse tripé é o que vai garantir o sucesso do
nosso trabalho e o desenvolvimento das florestas plantadas
por aqui. Um desses itens em desequilíbrio e já
temos um problema. Por isso, trabalhamos para unir os
produtores, criar credibilidade para o mercado e assim
não convidar ninguém a vir plantar sonhos em Goiás,
mas plantar uma realidade. A floresta de eucalipto é
como qualquer outra cultura, depende de muito cuidado
e esforço. É para isso que mostramos e direcionamos
nossas ações.
>> Como Goiás se tornou um polo produtor de madeiras
nobres de reflorestamento?
Isso parte de uma outra realidade que temos em Goiás:
um polo moveleiro muito grande e muito forte. O que
acontecia anteriormente é que a maioria dessa madeira
era produzida em outros Estados. Alguns produtores
viram essa oportunidade de mercado e trouxeram para
Goiás o mogno africano, o cedro, a teca, com muita
competência e assim alimentando nossa indústria interna.
Temos uma área relativamente grande, dentro de
tudo que fazemos por aqui, focada nessas culturas e os
resultados que eles já apresentam chama muita atenção,
não apenas de produtores locais, mas atrai os olhos
para nossa realidade. Somos jovens ainda nesse mercado,
mas já temos desbastes e até o corte de algumas
dessas árvores fortalecendo nossa indústria de móveis.
Na carona da madeira dura, temos também uma crescente
no plantio de bambu, que tem se mostrado um
mercado muito promissor para os produtores.
>> Em relação aos produtos não madeireiros, há também
uma crescente em Goiás com a seringueira. Como
nasceu e se desenvolveu esse mercado?
Somos exemplo nesse mercado. Falo isso com toda
segurança. Temos 25 mil ha de seringueiras plantadas,
principalmente na região de Goianésia, que desenvolveu
árvores com alta produtividade e tem alimentado o mercado
nacional. Temos o luxo e o orgulho de poder dizer
que em Goiás está a maior produtividade de seringueiras
do país. O problema é que esse segmento enfrenta
um problema com a borracha produzida no sul da Ásia,
que está tomando nosso mercado de assalto. Na realidade,
os países que produzem a borracha do outro lado
do mundo não possuem um padrão na regulamentação
do trabalho, que se aplicássemos as mesmas condições
de trabalho aqui, seriam tratadas legalmente como
trabalho análogo à escravidão. Isso faz com que no final
do dia, os preços fiquem muito mais baixos e seja uma
competição desleal para o produtor nacional, que preza
This tripod is what will guarantee the success of our work
and the development of the planted forests here in the State.
If one of these items is out of balance, we have a problem.
That is why we work to unite producers, create credibility for
the market, and thus not invite anyone to come and plant
dreams in Goiás but to plant a reality. Eucalyptus forestry
is like any other crop, and it depends on a lot of care and
effort. This is what we demonstrate and direct our actions.
How did Goiás become a producer of reforested hardwoods?
This is based on another reality that we have in Goiás: a
large and very robust furniture hub. Previously, most of this
wood was produced in other states. Some producers saw
a market opportunity and started to plant African mahogany,
cedar, and teak in Goiás with great competence, thus
feeding our internal industry. Among other activities, we
have a relatively large area focused on these crops, and the
results are already drawing a lot of attention to our reality,
not only from local producers but also from outside. We are
still new in this market, but we have already started thinning
and even harvesting some of these trees, strengthening our
furniture industry. In the wake of hardwood, we also have a
growing number of bamboo plantations, which have proven
to be an up-and-coming market for producers.
In relation to non-timber products, there is also a growing
production of rubber trees in Goiás. How was this market
born and developed?
We are an example in this market. I say this with complete
confidence. We have 25 thousand hectares of planted rubber
trees, mainly in the Goianésia Region, which has developed
trees with high productivity and sells in the domestic market.
We have the luxury and pride of being able to say that Goiás
has the highest rubber tree productivity in the Country. The
problem that this segment faces is a problem with rubber
produced in South Asia, which is taking our market by storm.
In reality, the rubber-producing countries on the other side
of the world do not have a standard in labor regulation,
which, if we applied the same working conditions here,
would be legally treated as work analogous to slavery. This
means that at the end of the day, prices are much lower, and
it is an unfair competition for the national producer, who
values not only productivity but also the dignity of workers.
Did you play a direct role in the development of the National
Plan for the Development of Planted Forests (Pndf)?
The Plan is, in some ways, straightforward: it aims to target
Brazil’s Forestry Sector. It is from this point that all the goals
were defined so that each region can act to strengthen the
activities. The general public doesn’t know it, but in some
states, forest production exceeds 20% of state GDP, and this
is very relevant. The Forestry Sector is already the third main
segment within everything that encompasses agribusiness in
Brazil. Creating this Plan was a natural response to demands
that the industry already had. A point that I always like to
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