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Revista Girolando edição137

Revista oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

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REVISTA O GIROLANDO

ENTREVISTA

por Larissa Vieira

Os desafios da inteligência

artificial no agro

Assim como outros setores da economia, o agronegócio trabalha

para incorporar a inteligência artificial à rotina diária dos

produtores rurais. Vários estudos vêm sendo conduzidos pela

Embrapa, dentre eles a identificação de plantas doentes simulando

processo cerebral, ordenha automática, uso de drones para estimar

saúde e peso do rebanho. Em entrevista exclusiva à revista

Girolando, o pesquisador da Embrapa Agricultura Digital, Jayme

Barbedo, explica como a IA vem avançando na pecuária e na agricultura,

as limitações atuais e se isso pode ajudar a resolver a falta

de mão de obra no campo.

Girolando

Jayme Barbedo

Girolando

Jayme Barbedo

Em 2019, a Embrapa iniciou as pesquisas

envolvendo drones para contagem do

rebanho. Quais os resultados alcançados

até agora?

Conseguimos avanços significativos na

contagem de animais das raças Canchim e

Nelore, especialmente em situações em que

a quantidade de obstáculos (árvores, edificações

etc.) não é grande. Porém, para que esta

se torne uma ferramenta que possa de fato

ser utilizada no dia a dia do produtor, serão

necessários esforços adicionais, especialmente

no sentido de capturar mais imagens

sob diferentes condições de iluminação, pasto,

relevo, densidade de animais etc. Ou seja,

mais uma vez o grande desafio é representar

adequadamente a variabilidade associada ao

problema para que se tenha um modelo robusto

às diferentes condições práticas.

Os drones também estão sendo aplicados

na área de sanidade e medidas corporais?

Sim. O objetivo é iniciar pesquisas relacionadas

ao assunto ainda em 2024. Nós

temos algumas ideias de como resolver o

problema, mas para isso precisaremos de

dados suficientes para conduzir esses estudos,

o que não é fácil especialmente no caso

da saúde animal, já que precisaremos de

exemplos de animais doentes para ensinar

o modelo. É importante mencionar que há

iniciativas lideradas pelas unidades Embrapa

Gado de Corte e Embrapa Pantanal, em

conjunto com a iniciativa privada, que utilizam

imagens capturadas em solo, próximas

Girolando

Jayme Barbedo

Girolando

Jayme Barbedo

aos animais, cujos objetivos são similares

aos colocados acima, porém sem o uso de

drones.

Quais outros projetos envolvendo IA

vêm sendo conduzidos pela Embrapa?

Além dos projetos citados no item anterior,

existem iniciativas dentro da Embrapa

relacionadas ao reconhecimento de animais

através das feições faciais ou da impressão

do focinho, em ambos os casos utilizando

imagens capturadas próximas aos animais,

bem como inciativas visando a estimativa

da biomassa presente na pastagem, usando

imagens capturadas por drones. Provavelmente

existem ainda outros esforços de

pesquisa em estágios iniciais ou ainda em

fase de ideação dos quais ainda não tenho

conhecimento.

Na agricultura, a Inteligência Artificial

identifica plantas doentes simulando

processo cerebral. Como funciona a tecnologia?

E já existem aplicações práticas?

O maior benefício da tecnologia utilizada

é acelerar significativamente o processo

de anotação das imagens. Para que se possa

ensinar o computador a reconhecer as

plantas doentes, é necessário não somente

apresentar a ele as imagens, mas também

indicar o que está presente nessas imagens

(o que normalmente chamamos de rótulos).

O processo de anotação (ou rotulagem)

das imagens depende da disponibilidade de

especialistas no assunto, e é um processo demorado,

subjetivo e cansativo. A tecnologia

que vem sendo testada utiliza eletrodos co-

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