08.05.2023 Views

Revista Girolando edição 133 - jan/fev/mar

Revista oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

Revista oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

3


4


5


6


7


REVISTA O GIROLANDO

MENSAGEM DA DIRETORIA

Domício José Gregório Arruda Silva

PRESIDENTE

Luiz Fernando Reis

VICE-PRESIDENTE

Marcos Amaral Teixeira

1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

Rubens Balieiro de Souza

2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

José Antônio da Silva Clemente

1º. DIRETOR-FINANCEIRO

Luiz Cláudio Bastos de Moura

2º. DIRETOR-FINANCEIRO

Alexandre Lopes Lacerda

DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS

José Renato Chiari

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

DIRETORA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A nossa primeira mensagem, por meio desse nosso meio de

comunicação oficial é de agradecimento a cada associado que,

confiante, nos delegou a responsabilidade de levar adiante os destinos

da raça Girolando no Brasil e, daqui, para todo o mundo

tropical.

Reafirmamos nosso compromisso com as principais metas

que nos propusemos cumprir: foco no PMGG – Programa de

Melhoramento Genético da Raça Girolando; fazer do Girolando

a autêntica Raça Nacional; apoio aos criadores, notadamente

aqueles com menor acesso às técnicas de melhoramento genético,

através dos Núcleos, Cooperativas e Sindicatos; solidez administrativa

com responsabilidade e efetiva valorização dos profissionais

que se dedicam à Girolando; expansão dos programas de

internacionalização da raça. Todo o nosso trabalho tem um só

destinatário final: você, caro associado!

Com mais de dois milhões de registros realizados, temos

visto resultados animadores no PMGG, mostrando o desenvolvimento

de características que selecionam o Girolando para

os desafios do clima tropical com a garantia de produtividade

e sustentabilidade. Estudos recentes da Embrapa Gado de Leite

mostram que entre 2000 e 2018 houve um aumento de 60% na

produção de leite da raça e uma redução, no mesmo período, de

40% na emissão de metano.

A conclusão é que a vaca Girolando é a Vaca do Futuro!

Visando a ampliação da coleta de dados para o PMGG, iniciamos

um projeto que vai viabilizar a realização de testes genômicos

em um número muito significativo de animais Girolando.

Esse incremento de informações produzirá resultados que

se espraiam por toda a cadeia produtiva do leite, uma vez que a

seleção de animais melhoradores, touros altamente qualificados,

atenderá a demanda de todos os criadores de bovinos de leite.

O PMGG, com todos os seus recursos técnicos, é da Girolando

e, por consequência, é do associado Girolando. Confie! Acredite!

Utilize essa importante ferramenta de seleção!

A nossa segunda mensagem é também dirigida ao nosso associado:

não vamos nos dispersar! Uma raça tão vigorosa, carregada

de um potencial inesgotável, dinâmica, permanentemente

atual só assim permanecerá com a união de ideais e esforços de

todos os criadores associados. Todos nós desejamos consolidar

o trabalho até aqui realizado e, mais, desejamos contribuir fortemente

para sua continuidade e evolução.

O Girolando nos une e, por essa Raça Nacional, sigamos, firmes,

rumo ao futuro!

Saudações!

Marcelo Renck Real

DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS

8


9


REVISTA O GIROLANDO

EDITORIAL

por Larissa Vieira

Editora

gem de menor custo, mas de excelentes resultados no

desempenho das vacas.

Na área de reprodução, vamos mostrar o que é o

período de espera voluntário e qual a melhor duração.

Outro tema é qual a melhor opção para o rebanho: a

secagem abrupta ou secagem gradativa. Os dois métodos

de secagem possuem vantagens e desvantagens na

sua aplicação prática no dia a dia da propriedade.

Você ainda vai saber como a informação coletada

corretamente é a aliada de peso no combate à mastite.

Informações de qualidade empoderam a cadeia leiteira

e abrem caminhos para que desafios como a mastite,

e tudo o que a rodeia, sejam resolvidos com maior

certeza.

Na parte de gestão, vamos mostrar como fazer sua

equipe entender o que precisa ser feito no dia a dia

da fazenda. Todos os resultados dentro das empresas,

sejam eles de sucesso ou fracasso, estão relacionados

direta ou indiretamente com a qualidade da comunicação

interpessoal, ou seja, a comunicação entre as

pessoas. A governança familiar é outro ponto importante

na gestão de um negócio. Ela é uma exigência

para as empresas familiares que buscam perenidade

no mundo dos negócios, principalmente em cenários

de crise ou mudanças constantes.

E o destaque de nossa capa é a posse da nova diretoria

da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando,

que chega com muita disposição para inovar o

programa de melhoramento PMGG e contribuir com

vários serviços e ações para facilitar a vida de seus associados.

Ainda tem muito mais: exposições pelo Brasil, leite

carbono neutro, agenda ESG e as melhorias proporcionadas

pela genética de qualidade. Boa leitura!

EXPEDIENTE

Revista Girolando: Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando • Editora: Larissa Vieira lamoc1@gmail.com

• Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888 - Míriam Borges (34) 9 9972-0808 miriamabcz@mundorural.org • Design gráfico: Yuri Silveira

(34) 9 9102-7029 yurisilveira04@hotmail.com • Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler • Fotografias: Jadir Bison (34) 99960.4810 jadirbison@yahoo.

com.br • Conselho editorial: Domício Arruda Silva, Leandro Paiva, Edivaldo Ferreira Júnior, Miriam Borges e Larissa Vieira • Impressão CTP: Idealiza

Grafica (43) 3373-7877 • Tiragem: 6.000 exemplares • Periodicidade: Trimestral (Março, Maio, Agosto e Novembro) • Circulação: Dia 15 dos meses

ímpares • Distribuição: Para todo o Brasil via correios e Disponível na versão on line no site www.girolando.com.br. • Redação: Rua Orlando Vieira

do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG • Telefone: (34) 3331-6000 • Assinaturas: R$ 98,00/ano – financeiro@mundorural.org • 22 anos

de circulação ininterrupta

A pecuária segue com boas notícias em 2023. Dados

divulgados em meados de março pelo Centro de

Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)

mostram que o PIB da pecuária avançou 2,11%. Já o

PIB do agronegócio teve retração de 4,22%, sendo que

o ramo agrícola recuou 6,39%.

No caso da pecuária, esse crescimento esteve atrelado

aos avanços nos segmentos primário e de agrosserviços.

No segmento primário, a alta decorreu de

algum aumento do valor bruto da produção (produção

maior, haja vista os menores preços frente a 2021),

somado à redução dos custos com insumos; neste

último caso, em relação ao patamar expressivamente

elevado, alcançado em 2021. No geral, o PIB do agronegócio

correspondeu a 24,8% do PIB nacional.

Na lida do campo, os pecuaristas seguem investindo

em tecnologias e em boa genética. Apesar de muitos

brasileiros desconhecerem a realidade da produção

de leite, como mostram as críticas infundadas nas

redes sociais, o segmento tem trabalhado firme para

elevar a produção de l eite de genética.

Nesta edição da revista Girolando você vai conhecer

várias tecnologias importantes para transformar

os números das propriedades rurais. Na parte

de nutrição, por exemplo, a produção de silagem e a

recuperação de pastagem são essenciais para garantir

boa comida para os animais e, consequentemente,

mais produção de leite. Entrevistamos o especialista

em pastagens, Lucas Castro, que deu dicas de como

recuperar o pasto, escolha das forrageiras e pureza

das sementes, manejo para obter alto desempenho

dos animais, dentre outros pontos. Também trazemos

uma matéria sobre BRS Capiaçu, que vem ganhando

espaço na pecuária leiteira por possibilitar uma silarevistagirolando

@ogirolando girolando.com.br revistagirolando

10


Mastijet ® FORTE

É XEQUE-MATE

contra a mastite

• Alta eficácia *

• Rápida recuperação *

*Tomazi T, et al. 2018. Journal of Dairy Science

11


REVISTA O GIROLANDO

Índice

28

Novidades nas

Exposições

MENSAGEM DA DIRETORIA 06

EDITORIAL 08

GIRO LÁCTEO 12

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES 14

BRS CAPIAÇU: VALE A PENA INVESTIR? 20

LEITE CARBONO ZERO 24

PERÍODO DE ESPERA VOLUNTÁRIO (PEV): QUAL A MELHOR DURAÇÃO? 32

A DIFERENÇA QUE A GENÉTICA FAZ 36

GIROLANDO SEGUE FIRME NAS PISTAS 46

COMO FAZER SUA EQUIPE ENTENDER O QUE PRECISA SER FEITO? 50

GOVERNANÇA FAMILIAR: UM OLHAR PARA ALÉM DO HORIZONTE 52

A AGENDA ESG NO SETOR PECUÁRIO E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SOCIEDADE 54

INFORMAÇÃO: A ALIADA DE PESO NO COMBATE À MASTITE 58

GIROLANDO KIDS 60

NOVOS ASSOCIADOS E CONSELHO 61

FALE CONOSCO 62

16

Cuidados para obter um

pasto de qualidade

40

MATÉRIA DE CAPA

Momento de preparar o

Girolando para o futuro

12


13


REVISTA O GIROLANDO

GIRO LÁCTEO

por Miriam Borges

Workshop PMGG

A equipe técnica do Programa de Melhoramento

Genético do Girolando

(PMGG) participou, em fevereiro, de

um workshop interno sobre as avaliações

genéticas e genômicas da raça Girolando.

Foram abordadas avaliação genômica

de touros e vacas, avaliação genômica

das características lineares do Girolando

(Salg), longevidade e persistência na

lactação, avaliação genômica para tolerância

ao estresse térmico, facilidade de

parto e índices reprodutivos, correlações

entre características lineares e produção

de leite, comparação do período gestacional

e do peso ao nascimento entre

as composições raciais do Girolando e

a importância do controle leiteiro e da

coleta de fenótipos. As palestras foram

ministradas pelo pesquisador da Embrapa

Gado de Leite, Marcos Vinicius

Barbosa da Silva; pelas pós-doutoras da

Girolando, Sabrina Kluska, Darlene Daltro

e Renata Negri; pelas pesquisadoras

da Universidade Federal de Santa Maria,

Pamela Itajara Otto e Daniele Alves, e

pelo pesquisador da Universidade Federal

de Viçosa, Mateus dos Santos.

Parceria Alta

A Associação Brasileira dos Criadores

de Girolando e a central de genética Alta

anunciaram parceria para 2023 com o

objetivo de fomentar, em todo o País, o

uso da raça Girolando. A expectativa é

de que, com essa cooperação, um maior

número de produtores rurais tenha acesso

às informações técnicas sobre o desempenho

dos animais Girolando. Para

isso, a parceria prevê uma série de ações

pelo Brasil, dentre elas a participação

em eventos técnicos e feiras. Guilherme

Marquez, zootecnista e gerente de Produto

Leite Tropical Alta, destaca que a

central tem uma história antiga com a

Girolando, iniciada desde seu reconhecimento

oficial como raça, em 1996, pelo

Ministério da Agricultura. Segundo ele,

existe uma demanda forte pela genética

Girolando na América Latina e África,

que tende a aumentar com as inovações

constantes nas avaliações genéticas e genômicas

promovidas pelo programa de

melhoramento PMGG.

Homenagem Internacional

A diretora de Relações Internacionais,

Tatiane Tetzner, participou do Dia de

Campo do Rancho Batero, na República

Dominicana. Durante o evento, ocorrido

no dia 18 de fevereiro, ela recebeu

homenagem pelos serviços prestados naquele

país para desenvolvimento das raças

Girolando e Gir Leiteiro. A distinção

foi concedida pelo criador de Girolando

e Gir Leiteiro Alexis Alonzo e seu filho

Juan Alexis Alonzo, proprietários do

Rancho Batero. Desde 2012, ela ministra

cursos e efetua julgamentos das duas

raças na República Dominicana. Essa foi

a oitava vez que Tatiane Tetzner participou

do evento no país, contribuindo pela

evolução da pecuária de leite tropical.

Genex

A central Genex Brasil agora faz parte do

time de Parceiros Master da Girolando.

A empresa, que recentemente inaugurou

seu Centro de Biotecnologia e Difusão

Genética em Uberaba/MG e passou a

atuar também no mercado de embriões,

participará dos eventos realizados pela

Girolando ao longo de todo o ano, além

de outras ações conjuntas que serão de-

senvolvidas para levar mais informações

ao pecuarista. O diretor executivo da

Genex Brasil, Sergio Saud, destaca que

a celebração da parceria é a coroação de

uma amizade e colaboração mútua que

já vem ocorrendo há alguns anos. “Fico

feliz em saber que, agora, nossos laços

serão ainda mais estreitados e muitas

ações serão desenvolvidas em conjunto e

com muito sucesso”, garante. Saud destaca

que a procura pela genética Girolando

vem crescendo, alicerçada pelo trabalho

de melhoramento genético desenvolvido

nos últimos anos.

Novo CDT

Os novos membros do Conselho Deliberativo

Técnico da Associação Brasileira

dos Criadores de Girolando já foram

definidos pela diretoria da entidade. Eles

atuarão ao longo da gestão 2023/2025,

como órgão deliberativo, assessorando

a Diretoria Executiva quanto às decisões

técnicas relativas à raça. Todos os escolhidos

são profissionais ou criadores, de

ampla experiência com a raça Girolando.

O presidente do CDT será eleito na

primeira reunião do Conselho, cuja data

será definida em breve. Os membros efetivos

são: José Renato Chiari (representante

da Diretoria Executiva e médico-

-veterinário); Edivaldo Ferreira Júnior

(superintendente suplente do SRGRG e

zootecnista); Gustavo Sousa Gonçalves

(jurado efetivo e zootecnista); Tiago Moraes

Ferreira (jurado efetivo, associado/

criador e médico-veterinário); Marcello

Mamedes dos Santos (associado/criador

e médico-veterinário); Maurício Silveira

Coelho (associado/criador e médico-veterinário);

Olavo de Resende Barros Júnior

(associado/criador); Adriano Fróes

Bicalho (associado/criador e médico-

-veterinário); e Cláudio André da Cruz

Aragon (jurado efetivo e médico-veterinário).

Já os membros natos são: Márcia

Tereza Vieira Scarpati (representante do

Mapa e zootecnista) e Leandro de Carvalho

Paiva (superintendente técnico do

Serviço de Registro Genealógico da Raça

Girolando e zootecnista).

14


Sêmen disponível:

Tel. (16) 2105-2299

www.crvlagoa.com.br

LAGARTO - GPTA leite - 1.005

com confiabilidade de 77,65%

GIROLANDO 3/4

TESTE DE PROGÊNIE

A2A2

LAGARTO HUNTER da IFQ

Mãe: AMORA da IFQ | 14.315kg/365d

NEGRA LAGARTO DA IFQ

NASC 01/03/20

IFQ - 1456 | 3/4

ANGEL LAGARTO DA IFQ

7315-BK | 3/4

NASC 20/02/20

SAICA LAGARTO DA IFQ

6671-BG | 3/4

NASC 27/04/18 - PARIU 06/05/21

8.593 KG / 365 DIAS – 1º CRIA

15


REVISTA O GIROLANDO

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

Anti-inflamatório

bate à Falsificação (ABCF), em 2021,

os produtos falsificados movimentaram

cerca de R$290 bilhões no País.

Na lista de mercadorias ilegais estão

diversos medicamentos produzidos

com matérias-primas de baixa qualidade,

que não apresentam estudos

adequados de bioequivalência e nem

o selo de aprovação do Ministério de

Agricultura e Pecuária.

Aplicativo para plantio

lançou Booster, o drench que eleva

rapidamente os níveis de glicose e

cálcio no sangue, além de repor minerais

importantes perdidos durante

o parto. O produto é solúvel em água

e altamente palatável para o animal.

Inoculante

A pecuária brasileira terá à disposição

uma nova formulação transdérmica

com flunixina meglumina,

com o lançamento do primeiro anti-

-inflamatório não esteroidal (AINE)

registrado para ser administrado

como produto pour-on em bovinos.

O produto, desenvolvido pela MSD

Saúde Animal, é comumente utilizado

para o controle da inflamação e

alívio da dor e febre. Com ação rápida

e prolongada, a nova solução

Banamine® Transdermal proporciona

praticidade na aplicação e redução

de manejo, com menos estresse e

mais segurança para o animal e profissionais

do setor, como pecuaristas

e médicos-veterinários. Indicado

para redução de febre e no alívio dos

sinais clínicos da inflamação, como

dor, inchaço e rigidez associados

à mastite, o produto de dose única

também é aprovado para o controle

da febre associada à Doença Respiratória

Bovina (DRB) em animais jovens

a partir de seis meses de idade.

Pirataria

Buscando conscientizar a sociedade

sobre os riscos do uso de produtos

animais piratas, sejam eles falsificados

ou contrabandeados, o Sindicato

Nacional da Indústria de Produtos

para Saúde Animal (Sindan) lançou

a segunda fase da campanha “Olhos

Abertos”, já realizada no formato on-

-line e que, agora, ganhará reforço

no off-line. A ação tem como objetivo

informar os consumidores sobre

os perigos oferecidos por esses

medicamentos e ajudar a combater o

comércio ilegal no Brasil. De acordo

com a Associação Brasileira de Com-

Para planejar e executar o plantio

da segunda safra do ano, o agricultor

pode encontrar auxílio de agrônomos,

agricultores, dados e artigos

no aplicativo AgroApp. Ele traz informações

específicas de cada variedade

e híbrido. Para quem quer se

aprofundar, em cada item há dados

sobre características agronômicas,

pontos fortes, comportamento em

relação às doenças e recomendações

de plantio. É possível entender

as deficiências nutricionais e ter a

mão dados sobre quais são as alternativas

de defensivos, fertilizantes

foliares e ocorrência de doenças. O

AgroApp também conta com uma

extensa base de dados sobre plantas

daninhas e seu combate. Tem “modo

off-line”, que permite que o usuário

possa consultar mesmo quando não

estiver conectado à internet.

Período de transição

O período de transição de vacas leiteiras

é a fase mais importante e crítica

para os animais. O uso de soluções

eletrolíticas pode auxiliar na hidratação

e elevação dos níveis de cálcio

e glicose no sangue, contribuindo

para melhoria do status metabólico

das vacas. Com o objetivo de contribuir

para atender a essa necessidade,

a MCassab Nutrição e Saúde Animal

A utilização de um inoculante pode

evitar prejuízos e garantir a melhor

qualidade da silagem de milho a ser

ofertado para o rebanho. Tratamento

com o inoculante Ecocool melhora

a fermentação e reduz o número de

bolores e leveduras na silagem. Ele

tem dupla ação, que fornece em um

único produto, duas cepas de bactérias

especialmente selecionadas: L.

plantarum (MTD/1) e L. buchneri

(PJB/1) O Ecocool mantem a silagem

fria e estável por mais de dez

dias, após retirada do silo.

FIAgro

O Instituto Pensar Agro (IPA) e da

Comissão de Valores Mobiliários

(CVM) firmaram acordo de cooperação

sobre as fontes de financiamento

do agro com o mercado de capitais,

dentre elas o Fundo de Investimento

nas Cadeias Produtivas Agroindustriais

(FIAgro). A CVM pretende

realizar ações educacionais para

ampliar o conhecimento e o acesso

a investimentos de empreendedores

e investidores dos setores agropecuários.

A autarquia e o instituto devem

realizar eventos de capacitação

e elaborar estudos e pesquisas para a

produção de materiais educacionais.

Números apresentados em fevereiro

de 2023, indicam que até o fim do

ano passado, o crescimento do patrimônio

líquido do FIAgro foi de

544%. Ou seja, o salto total foi de R$

1,6 bilhão para R$ 10,3 bilhões. Em

relação ao número de pessoas físicas

16


que passaram a investir no FIAgro,

entre janeiro e novembro do ano

passado, os números subiram 417%,

e passaram de 30,7 mil para 158,8

mil investidores.

Drones

Mais da metade dos agricultores

(54%) pretende aumentar os investimentos

em drones neste ano. Este é

uma das conclusões do estudo “Situação

da Indústria de Drones 2022”,

que é divulgado anualmente pela

empresa estadunidense DroneDeploy.

A pesquisa consultou 766 clientes

da empresa, de 20 setores econômicos

e mais de 40 países e apontou,

também, as principais motivações

dos usuários da construção civil e

setor de energia, além da agricultura.

Entre os entrevistados da agricultura,

33% planejavam aumentar

seus gastos entre 10% e 50% e 21%

afirmaram que devem aumentar os

gastos em 50% ou mais em sistemas

e equipamentos para drones. As

principais áreas de interesse a serem

expandidas incluem pulverização de

culturas, fertilização e amostragem

de solo. Até 2020, os principais objetivos

eram a digitalização de operações

(58%) e eficiência no planejamento

(50%).

Parceria no RS

A Cooperativa Languiru, de Teutônia/RS,

e a Lactalis do Brasil firmaram

parceria para potencializar

a produção de lácteos no Rio Grande

do Sul e ampliar a assistência

aos produtores rurais gaúchos. Pelo

acordo, a Languiru fornecerá à Lactalis,

em um contrato de longo prazo,

todo volume de leite in natura

de seus produtores rurais, em uma

região estratégica, onde a produção

é altamente qualificada. A parceria

garantirá o pagamento aos produtores

e transportadores de leite e

apoiará a Languiru em projetos que

visem a melhoria da produtividade

e qualidade no campo, em defesa da

bacia leiteira local. Na mesma linha,

a parceria estabelecida permitirá que

as empresas trabalhem em regime de

cooperação para fortalecimento de

seus programas de fomento: o Clube

do Produtor Lactalis e o Agrocenters

Languiru, buscando a ampliação da

assistência técnica nas regiões de

atuação da Languiru.

Clube Agro Brasil

O Clube Agro Brasil, programa de

relacionamento multimarcas do

agronegócio brasileiro, realizou recentemente

o sorteio da Campanha

de 1 Milhão de Pontos, a qual beneficiou

16 associados nos estados de

São Paulo, Paraná, Minas Gerais e

Rio Grande do Sul. A ação foi realizada

em parceria com 16 canais de

vendas, que somaram força à tecnologia

do Clube, para que a promoção

acontecesse. Para participar do

Clube, basta que o produtor rural

se cadastre gratuitamente, acessando

o site www.clubeagro.com.br ou

o aplicativo (disponível para Android

e IOS). Ao se associar, ele ganha

automaticamente 2 mil pontos e

à medida que registra notas fiscais,

acumula mais pontos e troca por

descontos em qualquer produto das

marcas participantes, aumentando

exponencialmente o seu poder de

compra.

Combate mastite

A mastite é uma das enfermidades

mais comuns nos rebanhos leiteiros

do país, tendo atenção dos produtores

para não afetar a produtividade.

O período seco é um excelente momento

para tratar tanto as infecções

clínicas quanto as subclínicas que

não foram curadas durante a lactação.

Nesta fase, uma opção de tratamento

é o Orbenin, antibiótico intramamário

da Zoetis ideal indicado

para terapia de vaca seca. Seu longo

período de ação fornece excelentes

taxas de cura de coexistência pré-

-existentes que não foram curadas

durante o período de lactação. Já

durante a lactação a mastite pode

ser tratada com Synulox LC, um antibiótico

intramamário que agrega

amoxicilina, ácido clavulânico e um

potente anti-inflamatório, a prednisolona,

que reduz o inchaço, a dor

local e promove maior conforto ao

animal. O medicamento também faz

parte do portfólio da Zoetis.

Embriões

A GENEX Brasil, empresa do segmento

de inseminação artificial de

bovinos, acaba de anunciar a entrada

no mercado de embriões, permitindo

a oferta desse novo produto com

o objetivo de intensificar o melhoramento

animal com mais rapidez.

A partir da parceria firmada com a

CPEX Embriões – empresa do Grupo

Canto Porto especializada e com

vasta experiência em FIV – a GENEX

oferece ao mercado uma genética superior,

tanto na linha alta (paterna),

quanto na linha baixa (materna),

com a utilização de embriões. Os

embriões já estão disponíveis para o

mercado. Os criadores podem entrar

em contato com um dos nossos representantes

para ter acesso a todas

as informações, como: condições comerciais,

acasalamentos disponíveis,

entre outras.

17


REVISTA O GIROLANDO

ENTREVISTA

por Larissa Vieira

Cuidados para obter um

pasto de qualidade

O sistema de produção a pasto é um dos diferenciais da

pecuária brasileira, mas investir em sistema intensificado

exige vários cuidados. A fertilidade do solo, a escolha das

forrageiras, o manejo e manutenção do pasto são essenciais

para elevar a produtividade do rebanho leiteiro. O zootecnista

e consultor pela Lancer Consultoria em Pecuária, Lucas

Castro Silva, explica que a intensificação é crucial para

aumentar a escala de produção com menor custo. Em entrevista

à revista Girolando, ele fala sobre o manejo correto do

pasto para alto desempenho animal, os riscos de comprar

sementes sem procedência, o que leva à degradação das pastagens

e quando definir se é hora de reformar ou recuperar a

área. Especialista em Gestão no Agronegócio, ele tem orientado

pecuaristas de todo o Brasil sobre manejo de pastejo,

com sustentabilidade. Confira:

Girolando

Lucas Castro Silva

Girolando

Lucas Castro Silva

Quando compensa investir na

intensificação do sistema de pastagem

na pecuária leiteira?

Para aquele produtor que pretende

desenvolver um projeto de

produção animal exclusivamente a

pasto, compensa investir na intensificação

a partir do primeiro momento.

Existe um grande potencial

de produção de forragens no País

devido a nossas condições edafoclimáticas,

com projetos superando

os 35.000 litros de leite/ha/ano.

Mas estes potenciais só podem ser

alcançados se forem feitas correções

e adubações ou correções,

adubações e irrigação equivalentes

para estas produtividades. Obviamente,

que existem vários critérios

para serem avaliados antes de tomar

esta decisão, mas a intensificação

do sistema de produção é crucial

para aquele produtor que busca

aumentar sua escala de produção

com menor custo por unidade

produzida e, consequentemente,

melhorar o resultado econômico

da atividade.

Como deve ser o manejo do

pasto para alto desempenho animal?

Independente se estamos trabalhando

com sistema de pastoreio

de lotação alternada (dois piquetes)

ou rotativo (três ou mais piquetes),

o manejo do pasto deve

sempre ser conduzido objetivando

alto desempenho animal. Para isso,

é recomendado manejar o pasto

pelas alturas alvos de entrada (momento

em que os animais iniciam

o pastejo) e de saída (momento em

que o pastejo é interrompido) específicas

para cada espécie forrageira.

Esta altura de entrada será

sempre a mesma, pois é neste momento

que há o maior acúmulo de

folhas e nutrientes por área. Já a

16

18


Girolando

Lucas Castro Silva

altura de saída, ou altura de resíduo,

pode corresponder a até 50%

da altura de entrada. Por exemplo,

quando estamos trabalhando com

Cynodon spp. cv tifton 85, a altura

de entrada recomendada para esta

forrageira é de 25cm e, de saída,

12cm. Entretanto, quando queremos

maximizar ainda mais o desempenho

individual dos animais,

é recomendado fazer um pastejo

mais leniente, onde será colhido,

aproximadamente, 1/3 da altura de

entrada.

O Brasil ainda tem alto índice

de pastos degradados. A que

atribui isso?

Existem várias causas que

levam a pastagem à degradação,

ocorrendo, desde a fase de implantação

até a fase de manutenção.

Durante a fase de implantação, a

principal causa que leva à degradação

é o plantio de forrageiras não

adaptadas às condições de clima

e de solo da região. Infelizmente,

ainda é comum no Brasil, muitos

produtores escolherem a forrageira

recém-lançada no mercado

ou a forrageira da moda, sem ao

menos verificar se ela é realmente

adaptada às condições de sua propriedade.

Ainda durante a fase de

implantação, muitos erros são cometidos

nas etapas de preparo do

solo: falta ou inadequada correção

e adubação de plantio, aquisição

de sementes com baixa qualidade,

negligência no controle de plantas

invasoras, entre outros. Cada erro

cometido irá comprometer de alguma

forma no estabelecimento

da pastagem, podendo iniciar a

degradação logo no primeiro ano.

Já na fase de manutenção da pastagem,

erros cometidos no manejo

(super ou subpastejo), a falta de

monitoramento e controle de pragas

e plantas invasoras, a falta de

correção e adubação de gramíneas

exigentes em fertilidade estabelecidas

em solos com baixa fertilidade

natural, são os principais causadores

da degradação.

Girolando

Lucas Castro Silva

Girolando

Lucas Castro Silva

Reformar ou recuperar a pastagem?

Como o pecuarista pode

definir qual será a melhor opção

para seu negócio?

Para tomar esta decisão, o primeiro

passo é inventariar as pastagens

da propriedade. É recomendado

que este inventário seja realizado

sempre no final do período

chuvoso (transição águas/seca) da

região em que estiver trabalhando.

Neste momento, serão avaliados

alguns critérios, como, stand

de plantas forrageiras (número de

plantas/m2), vigor produtivo e infestação

de plantas invasoras, e tipos

encontrados. Caso o avaliador

chegue à conclusão de que a pastagem

já está em processo avançado

de degradação, deve-se proceder à

reforma. Lembrando que a reforma

da pastagem pode ser feita de

forma direta (com uma sequência

de procedimentos definidos para

plantio do capim escolhido) ou de

forma indireta (com uma sequência

de procedimentos para plantio

de uma cultura anual e o capim

em seguida). Agora, se a pastagem

ainda estiver apta à recuperação, é

importante elaborar um programa

que será definido de acordo com a

situação de cada área. Talvez seja

necessário, incialmente, dar um

descanso para o pasto ou ajustar a

carga animal, depois controlar as

invasoras e pragas, suprir alguma

deficiência nutricional, melhorar

o manejo. Enfim, cada caso é um

caso e deve ser bem avaliado.

Para quem pretende aumentar

a taxa de lotação, quais cuidados

devem ser tomados em relação ao

manejo do pasto?

Primeiramente, deve-se buscar

a otimização de uso do pasto, ou

seja, dominar o manejo do pastejo.

Logo, devemos ajustar as lotações

e começar a manejar os pastos pelas

alturas de entrada e de saída de

cada forrageira. Neste momento,

é importante avaliar se é necessário

modular as pastagens, redividir

alguns piquetes para melhorar

19 17


Girolando

Lucas Castro Silva

Girolando

a colheita da forragem produzida

e a eficiência de uso do pasto. Em

vista disso, devem ser avaliadas as

condições de pasto já existentes e

o comportamento do gado. Depois

que o manejo do pastejo já estiver

bem dominado, o produtor poderá

iniciar o plano de intensificação

com um planejamento alimentar

anual muito bem elaborado para

garantir oferta de forragem adequada

para cada época do ano.

Dentre as diversas forrageiras

existentes no mercado, quais as

mais indicadas para a pecuária

leiteira?

Aquelas que mais se adaptam às

condições climáticas e de solos da

propriedade. Este deve ser o principal

critério na escolha, pois uma

forrageira plantada em uma condição

em que ela não é adaptada, a

degradação será inevitável no futuro.

Neste momento, muitos podem

estar se perguntando, mas e a

produtividade? E a qualidade? Não

são importantes também? Claro

que sim. No entanto, estes fatores

são determinados pelo ambiente.

Várias pesquisas comparativas

com diversas forrageiras avaliando

a composição química e produção

de massa seca mostraram

que as diferenças não existem, ou

quando existem, são muito pequenas.

Também é importante destacarmos

o seguinte: muitos produtores

ficam fascinados com uma

ou outra forrageira que esteja em

pauta na mídia. Na maioria das vezes,

isso acontece porque a forrageira

se mostrou muito produtiva

em algumas pesquisas. Até aí tudo

bem. O problema é que não existe

milagre. Para essa forrageira alcançar

e continuar mantendo altas

produtividades ao longo dos anos,

é necessário elaborar e adotar um

programa de manejo de fertilidade

dos solos equivalente a essas altas

produtividades. Ou seja, tudo tem

um preço.

A pureza das sementes é importante

dentro de qualquer sistema

de produção, desde os menos

intensivos até os mais intensivos?

Que cuidados tomar para

comprar sementes de qualidade?

Lucas Castro Silva

Girolando

Lucas Castro Silva

Girolando

Lucas Castro Silva

Sim. Independentemente do

sistema de produção, é importante

avaliar tanto a pureza quanto

também a taxa de germinação das

sementes que estiverem sendo adquiridas.

A alta taxa de pureza é o

que garantirá a menor presença de

materiais inertes, onde pode ter a

presença de ovos de pragas e/ou

sementes de plantas invasoras que

serão introduzidas na propriedade.

A taxa de germinação é o potencial

germinativo do lote de sementes, o

que também é crucial para o estabelecimento

da pastagem.

Quais as opções de consórcio

com pastagens mais indicadas

para a pecuária leiteira?

Quando falamos de consórcios

entre gramíneas e leguminosas

forrageiras, mais importante que

a atividade desenvolvida (leite ou

corte) é a aptidão de consórcio entre

as duas espécies. O produtor

deve avaliar se a combinação que

ele pretende fazer é viável tecnicamente

ou não. Atualmente, existem

vários trabalhos onde foram

testadas diversas combinações entre

forrageiras para avaliar se realmente

existe um “casamento perfeito”

entre elas. Alguns sistemas

de consórcios já estão validados

e consolidados; como exemplo, o

consórcio entre o amendoim forrageiro

e humidicola.

A pecuária vem sendo cobrada

em relação à sustentabilidade.

Dentro do manejo de pastagem,

quais práticas contribuem mais

para uma pecuária sustentável?

O manejo do pastejo de forma

racional, respeitando a dinâmica

de crescimento da planta forrageira

ao longo do ano e as exigências

fisiológicas dos animais, já se mostrou

eficiente nesse quesito. Isso

ocorre, devido a capacidade da

forrageira em sequestrar carbono e

fixá-lo nos solos. Fato comprovado

em alguns trabalhos que mostraram

a existência de um balanço de

soma zero entre emissão e sequestro

de carbono. Além disso, o processo

de intensificação das pastagens

também é fundamental para a

sustentabilidade e preservação do

meio ambiente, pois reduz a necessidade

de abertura de novas áreas.

18 20


21


REVISTA O GIROLANDO

REVISTA O GIROLANDO

PASTAGEM

Larissa Vieira

DIVULGAÇÃO

BRS Capiaçu: vale a pena investir?

A época certa de colheita do capiaçu influencia

na qualidade da silagem

A cultivar vem ganhando espaço na pecuária leiteira por apresentar baixo custo de

produção e bom valor nutritivo

Com produção aproximada de

50 toneladas de matéria seca por

hectare/ano (30% superior em relação

às cultivares disponíveis), a

BRS Capiaçu tem crescido cada

vez mais entre os produtores de

leite. A cultivar foi lançada pela

Embrapa Gado de Leite em 2016

e o nome “Capiaçu” significa “capim

grande”, em tupi-guarani. A

planta pode ultrapassar cinco metros

de altura, com alta produção

de biomassa. A gramínea é indicada

para cultivo de capineiras e no

período da seca pode ser fornecida

na forma de silagem.

Uma das vantagens de utilizar

o capim verde é o maior valor

nutritivo. Cortado aos cinquenta

dias, o capim chega a ter 10% de

proteína bruta, índice superior ao

da silagem de milho, com cerca de

7%. O teor de proteína cai para

6,5%, com o corte aos 90 dias e

5,5%, cortado aos 110 dias. O processo

de ensilagem também diminui

a quantidade de proteína, que

passa a ter um teor pouco acima

de 5%.

Segundo o pesquisador da Embrapa,

Antônio Vander Pereira,

que coordenou o desenvolvimento

da cultivar, a forrageira representa

22


uma alternativa para a produção

de silagem de baixo custo. “O que

se gasta com a produção de silagem

de BRS Capiaçu é três vezes

menos se comparado à silagem de

milho ou de sorgo”, diz. O valor

nutritivo é comparável à silagem

das forrageiras tradicionais e superior

ao da cana-de-açúcar.

A pesquisadora da Embrapa

Cerrados, Giovana Alcântara

Maciel, explica que o capim BRS

Capiaçu é um excelente volumoso

para garantir segurança alimentar

na fazenda, por ser bem adaptado

às condições dos biomas Mata

Atlântica e Cerrado. Outra característica

favorável dessa cultivar é

a sua moderada tolerância ao estresse

hídrico, o que a torna alternativa

ao cultivo do milho em regiões

com alto risco de ocorrência

de veranicos. Também apresenta

maior teor de carboidratos solúveis

e de proteína bruta, comparada

a outras cultivares de capim-

-elefante, o que favorece o seu uso

para produção de silagem.

Ela alerta, porém, que, a silagem

não tem o mesmo valor nutritivo

que a de milho, portanto

deve-se usar para vacas secas,

novilhas e animais de menor produção.

“Outra opção é ajustar a

suplementação para garantir bons

níveis de produção”, orienta.

Apesar do menor valor nutritivo,

a cultivar é mais vantajosa

em relação ao custo de produção

e maior produtividade, justamente

por possibilitar mais cortes no

mesmo ano.

Para se ter o melhor resultado

com esse capim é importante fazer

um planejamento para o plantio,

colheita e ensilagem. “Trata-se de

um capim muito exigente, por isso

a análise de solo é fundamental,

O capiaçu foi desenvolvido

pela Embrapa

para que se corrija o pH do solo

e forneça todos os nutrientes necessários.

A saturação por bases

(V%) deve ser maior que 60% e

a adubação de cobertura com nitrogênio

e potássio deve ocorrer

quando o capim estiver com aproximadamente

50cm de altura”, ensina

Giovana.

O Capiaçu é uma planta de propagação

vegetativa, ou seja, não

tem sementes. São os colmos que

irão gerar novas plantas. Por isso,

é importante a aquisição de mudas

vigorosas, com boa qualidade. O

plantio deve ser feito em sulcos ou

covas. O espaçamento pode ser de

90cm para corte manual ou 1,50m

para corte mecanizado. Recomenda-se

plantar a 20cm de profundidade.

A adubação de plantio é

essencial e deve ser feita do fundo

do sulco. O adubo fosfatado deverá

ser usado nesse momento. Já

23


REVISTA O GIROLANDO

a calagem deverá ser feita 90 dias

antes do plantio. A muda pode entrar

em contato com adubo.

Ensilagem

A qualidade da silagem de Capiaçu

está ligada ao teor de matéria

seca, que aumenta com a idade

da planta forrageira. Por outro

lado, o capim mais novo tem melhor

valor nutritivo, mas sua produtividade

será menor e as perdas

no silo serão maiores. “A época

certa de colheita para silagem é

entre 90 e 110 dias, com percentual

de matéria seca variando de 18

a 20%”, orienta a pesquisadora. É

sempre necessário adubar a capineira

após cada corte.

O número de cortes pode variar

em função do clima e do solo

da região. De modo geral, para a

produção de silagem é adequada

a previsão de três cortes anuais,

sendo recomendado um corte de

uniformização na transição seca/

águas (quarto corte), com o objetivo

de “preparar” a capineira para

a época de crescimento favorável.

Pesquisadora da Embrapa

Cerrados Giovana Maciel

Caso o capim seja colhido com

teor de MS muito baixo, recomenda-se

o uso de algum aditivo para

diminuir a umidade dentro do silo

ou o pré-emurchecimento do capim

(corta e deixa secar um pouco

a pleno sol).

Sabe-se que o grande desafio de

ensilar o capim-elefante é conseguir

o teor de umidade ideal para

evitar o escorrimento de líquidos

pós-fechamento do silo e garantir

boa fermentação. Existem estratégias

simples que podem contribuir

para melhorar o teor de matéria

seca na BRS Capiaçu. Uma delas é

fazer o corte do capim no período

da tarde, quando naturalmente o

teor de umidade da planta estará

mais baixo. Outra estratégia é evitar

ensilar após períodos de chuva

intensa, se possível aguardar de

quatro a cinco dias pós chuvas.

Para facilitar a compactação

e a fermentação, as facas devem

estar amoladas e as partículas devem

ser cortadas entre 10 e 15mm.

“Use inoculante para melhorar a

estabilidade da silagem. Pode-se

lançar mão de bactérias homoláticas

e enzimas fibroláticas”, orienta

a pesquisadora da Embrapa Cerrados.

Não deve ser aplicado inoculante

com pulverizadores usados

com herbicida, inseticida ou

fungicida.

Uma opção para reduzir o teor

de umidade final do material ensilado

é utilizar os aditivos secantes.

Essa estratégia permite que a

capineira seja colhida um pouco

mais nova para aproveitar a maior

porcentagem de proteína bruta e

fibra de melhor digestibilidade.

Os aditivos mais usados com essa

finalidade são: fubá de milho, milho

desintegrado com palha e sabugo

(MDPS), polpa cítrica desidratada,

farelo de trigo, raspa de

mandioca, ou outro material disponível

na região que seja viável

economicamente.

Origem da BRS Capiaçu

A BRS Capiaçu foi obtida por

meio do Programa de melhoramento

genético de capim-elefante

da Embrapa. A cultivar é o resultado

do cruzamento de variedades

pertencentes ao Banco Ativo de

Germoplasma de capim-elefante

(BAGCE), mantido pela Embrapa.

O Programa foi criado em 1991. A

primeira cultivar desenvolvida foi

o Pioneiro, lançada em 1996. Em

2012, lançou-se a BRS Kurumi,

que por apresentar porte baixo é

mais adaptada ao pastejo rotacionado.

Foram necessários 15 anos

para se desenvolver esta nova variedade

de capim-elefante e uma

série de cruzamentos e avaliações

foram realizados. Os cruzamentos

deram origem a cerca de dois mil

híbridos, tendo sido selecionados

apenas 50 materiais promissores,

que foram testados em 17

estados pela Rede de Ensaios em

capim-elefante. Os híbridos com

melhores resultados foram a BRS

Capiaçu, com boa adaptação em

todo o Brasil, e a BRS Canará, que

apresentou boa adaptabilidade em

capineiras para os biomas amazônico

e cerrado.

24


25


REVISTA O GIROLANDO

MEIO AMBIENTE

JADIR BISON

Leite carbono zero

Pecuária leiteira é beneficiada com plantio

de árvores no pasto

Estudo comprova que a pecuária leiteira no Brasil gera baixa emissão de carbono

26


TONY OLIVEIRA

Plantio de árvores nas propriedades

leiteiras é uma estratégia eficiente

para o desenvolvimento de uma

pecuária mais sustentável e voltada

para a descarbonização. É o que

comprovou um estudo conduzido

pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP)

feito com raças leiteiras. A conclusão

é de que são necessárias 52 árvores

por vaca nos sistemas intensivos

de produção para chegar ao leite carbono

zero. Em sistemas extensivos

(baixo nível tecnológico), essa quantidade

é de 33 eucaliptos.

O trabalho, divulgado na publicação

internacional Frontiers in

Veterinary Science, avaliou o efeito

de vacas em diferentes níveis de intensificação

– pastejo contínuo com

baixa taxa de lotação e rotacionado

irrigado com alta taxa de lotação –

e a interação entre esses dois fatores

na mitigação de gases de efeito estufa

(GEEs).

De acordo com a pesquisadora

Patrícia P. A. Oliveira, como no Brasil

grande parte dos bovinos é criada

a pasto, a necessidade de árvores

para a compensação das emissões de

GEEs é menor, porque na contabilização

do balanço de carbono, o sequestro

de carbono do solo, positivo

nos dois sistemas testados, contribui

na compensação das emissões.

Apesar de o estudo não ter sido

feito com animais Girolando (foram

Sistema ILPF traz benefícios

ambientais e econômicos

avaliadas raças europeias), o plantio

de árvores em propriedades com rebanhos

Girolando poderá alcançar

resultados ainda melhores. Estudos

realizados pela Embrapa Gado de

Leite ao longo de 18 anos (2000 a

2018) comprovam a sustentabilidade

da raça. Houve uma redução de 40%

nas emissões de metano no período

estudado. Por outro lado, a produção

subiu 60%. “A genética Girolando é

uma alternativa importante para os

produtores de leite contornarem os

desafios climáticos, fazendo com

que seja possível atender os requisitos

da COP-26, em um dos cinco

pilares, a agricultura e pecuária de

baixo carbono e preservando as con-

27


REVISTA O GIROLANDO

LUCAS COSTA

dições de bem-estar animal”, destaca

o pesquisador da Embrapa Gado

de Leite, Marcos Vinicius Gualberto

Barbosa da Silva, responsável pelas

avaliações genéticas e genômicas do

Programa de Melhoramento Genético

da Raça Girolando (PMGG).

Como comprovou levantamento

feito pela Embrapa Gado de Leite, a

raça atende o conceito de “Vaca do

futuro”, que se baseia em um animal

que cause menor impacto ambiental,

tenha maior eficiência em produção,

seja tolerante às mudanças climáticas

e contribua para a redução na

emissão de gases de efeito estufa.

O experimento

A pesquisa da Embrapa Pecuária

Sudeste foi realizada durante dois

Produção anual de leite no Brasil já

ultrapassou 35 bilhões de litros

anos, na fazenda Canchim, onde fica

a sede da unidade. O experimento

utilizou dois sistemas de manejo de

pastejo: extensivo – sistema de pastejo

contínuo com baixa taxa de lotação

e o intensivo – sistema de pastejo

rotacionado irrigado, com alta

taxa de lotação. A mata nativa (Mata

Atlântica) foi utilizada como área de

referência para o cálculo dos estoques

de carbono. Cada tratamento

teve duas repetições de área.

Foram utilizadas 24 vacas em

cada período de avaliação, totalizando

48 vacas em todo o experimento,

separadas por raça, idade, peso vivo,

estágio de lactação e produção de

leite, com aproximadamente 90 dias

de lactação no início de cada período

experimental.

Efeito poupa-terra

Outro benefício identificado na

pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste

foi o efeito poupa-terra (tecnologias

adotadas pelo setor produtivo

que permitem incrementos sustentáveis

na produção total em uma

mesma área, evitando a abertura de

novas áreas para produção agropecuária).

“A adoção de raças adequadas

e a intensificação de sistemas

de produção pecuária a pasto são

alternativas para otimizar o uso da

terra pelo setor”, destaca Patrícia. Os

dados demonstraram que a intensificação

das pastagens contribui para

elevar a produção de leite e para a

economia de 2,64 hectares de terra.

28


A taxa de lotação nesse modelo

foi de cerca de sete vacas por hectare,

enquanto no extensivo apenas

duas vacas por hectare. “Isso significa

que é possível produzir a mesma

quantidade de leite em um hectare

do sistema intensivo como em 3,64

hectares do extensivo. A intensificação

adotada permite diminuir a

pressão por desmatamento dos 2,64

hectares restantes. Dentro dessa

área, é possível preservar aproximadamente

145 diferentes espécies

arbóreas nativas, além da manutenção

de diversas espécies da fauna da

Mata Atlântica”, explica Patrícia.

As árvores necessárias para mitigar

a emissão foram calculadas

considerando o balanço de carbono

dentro da porteira da fazenda. A

taxa de crescimento anual e o acúmulo

do gás nos troncos dos eucaliptos

foram obtidos em sistemas

silvipastoris próximos ao local do

experimento.

Os resultados também foram

promissores no que se refere à pegada

de carbono por litro de leite

(corrigido para teores de gordura e

proteína), com valores inferiores a

0,5 kg de CO2 por litro de leite para

todos os tratamentos avaliados.

Mercado mais exigente

O Brasil produz 35 bilhões de

litros de leite por ano, ocupando o

terceiro lugar no ranking mundial.

As propriedades, a maioria de pequeno

e médio portes, estão distribuídas

em 98% dos municípios, segundo

dados do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE).

No total, mais de quatro milhões de

pessoas estão envolvidas na produção

de leite no País.

O setor, além de ter a demanda

de elevar a produtividade, viu aumentar

nos últimos anos as expectativas

dos consumidores em relação

à qualidade do produto e às questões

de sustentabilidade e bem-estar

animal. “Estratégias para reduzir as

emissões de gases de efeito estufa,

como mudanças no manejo de sistemas

de produção de leite a pasto, por

meio da intensificação da utilização

de forragem e uso de raças mais especializadas,

podem contribuir para

compensar as emissões de GEE.

Comparados aos sistemas leiteiros

tradicionais são sumidouros de carbono.

Essas ações – melhorar a fertilidade

do solo e manejo das pastagens,

a nutrição e a genética animal

são pontos básicos e de fácil adoção

– podem contribuir para o balanço

de carbono das fazendas leiteiras

e diminuir a necessidade de outros

procedimentos externos, como a

compra de créditos de carbono para

compensar as emissões”, enfatiza a

pesquisadora.

A intensificação sustentável dos

sistemas de produção de pecuária

leiteira pode se tornar uma tecnologia

chave para a mitigação das mudanças

climáticas. “Resultados de

experimentos de longo prazo nesta

área são importantes para regiões

tropicais e subtropicais e precisam

ser realizados, mesmo sendo bastante

onerosos e laboriosos”, acrescenta.

O projeto de pesquisa teve o

apoio financeiro da Embrapa, do

Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico

(CNPq), da Fundação de Amparo

à Pesquisa do Estado de São Paulo

(Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior

(Capes).

29


REVISTA O GIROLANDO

MANEJO

Romulo Candido Aguiar Ferreira

Consultor de serviços técnicos para bovinos de

leite da Agroceres Multimix

RAÍZES RURAIS

“Secagem abrupta versus secagem gradativa, qual a melhor opção?”

Para manter a rentabilidade da

atividade em tempos de alto custo

de produção, o produtor de leite

deve buscar ferramentas que otimizem

seu negócio e o tornem lucrativo.

Dentre tantas ferramentas

de manejo que têm por finalidade

alavancar a produção de leite, uma

das mais importantes é o período

de involução total da glândula mamária

e, posteriormente, sob a influência

hormonal do final da gestação,

nova proliferação de células

secretoras de leite (entre 45-60

dias antes do parto), denominado

período seco.

Além de otimizar a lactação

subsequente, o período seco é um

momento crucial no ciclo de lactação

para a prevenção e controle

da mastite (OLIVER e MITCHELL,

1983), uma das doenças mais caras

da pecuária leiteira, devido ao seu

efeito negativo sobre produção e

qualidade do leite (SEEGERS et al,

2003).

Hoje, nas propriedades produtoras

de leite, são utilizadas duas

30


formas de secagem das vacas no final

da lactação:

- secagem abrupta e

- secagem gradativa, ou intermitente.

A secagem abrupta ocorre

quando a ordenha diária normal é

encerrada em um dia definido, que

é tipicamente determinado pela

data esperada do parto, e pela duração

desejada do período.

Já a secagem gradativa é caraterizada

pela redução da frequência

de ordenha das vacas durante um

período de dias ou semanas, até a

data prevista para início do período

seco (GOTT et al, 2017). Trata-

-se do mais próximo ao comportamento

natural das vacas, visto que,

na natureza, o bezerro diminuiu

gradativamente a ingestão de leite

antes do desmame.

Os dois métodos de secagem

possuem vantagens e desvantagens

na sua aplicação prática no dia a

dia da propriedade.

A secagem abrupta tem como

vantagem principal reduzir manejo

na fazenda: no dia pré-determinado,

entre 45 a 60 dias antes do

parto, a vaca que terá a lactação

encerrada não será mais ordenhada.

O produtor de leite deve buscar ferramentas que

otimizem seu negócio e o tornem lucrativo

Mesmo com toda a praticidade

desse método, ele traz a desvantagem

de influenciar o sistema

imunológico, podendo aumentar a

CCS (Contagem de Células Somáticas)

no início da próxima lactação

e não proporcionar conforto

nos primeiros dias após a secagem,

principalmente em vacas de alta

produtividade.

Já o método de secagem gradativa

se assemelha ao processo

natural de redução da produção

de leite, proporcionando conforto

imediato à vaca após sua secagem,

melhorando seu mecanismo de de-

31


REVISTA O GIROLANDO

fesa. Entretanto, possui a grande

desvantagem de aumentar o manejo

da propriedade próximo à data

da secagem.

Um estudo realizado por GOTT

et al (2017) avaliou o efeito do método

de secagem (abrupto ou gradativo)

na produtividade e na CCS

até os 120 dias de lactação.

Os dois métodos foram equivalentes

em relação ao seu efeito sobre

a produção de leite e CCS na

lactação subsequente. Entretanto,

Qualidade do leite pode ser

afetada se a secagem for abrupta

vacas que foram secas de forma

abrupta, com alta produtividade de

leite, apresentaram CCS mais alta.

Em um outro estudo, RAJALA-

-SCHULTZ et al (2018) avaliaram

os mesmos métodos de secagem no

comportamento de vacas leiteiras

durante o período seco.

Neste estudo, a alta produção

de leite antes da secagem encurtou

o tempo de descanso diário

das vacas, principalmente das primíparas,

sugerindo que o método

gradativo de secagem favorece a

redução na produção de leite na

ordenha final, proporcionando períodos

maiores de descanso em relação

às vacas que foram secas de

forma abrupta.

Novas práticas de manejo, sem

uma certeza exata dos seus efeitos

benéficos para o rebanho, desestimulam

os produtores a colocá-las

em prática na propriedade (GOTT

et al, 2017). Exemplo claro dessa

afirmação é que mais de 90% dos

produtores de leite dos EUA utilizam

o método de secagem abrupta

em seus rebanhos (LOMBARD et

al, 2015).

O que podemos concluir é

que os dois métodos de secagem

(abrupta e gradativa) se equivalem

em relação aos efeitos na produção

de leite e na saúde do úbere na lactação

subsequente ao período seco,

sendo que a secagem abrupta promove

mais facilidade no manejo.

Porém, vacas secas de forma gradativa

são beneficiadas por reduzir

o risco de exposição a fatores

estressantes, que possam prejudicar

seus mecanismos de defesa e

predispô-las a infecções ou doenças,

como por exemplo distúrbios

metabólicos durante o período de

transição.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFI-

CAS

GOTT, P. N. et al. Effect of gradual

or abrupt cessation of milking

at dry off on milk yield and somatic

cell score in the subsequent

lactation. J. Dairy Sci. 100:2080–

2089, 2017.

LOMBARD, J. E. et al. Dry-

-off procedures on US dairy operations.

J. Dairy Sci. 98(E-uppl.

2):238, 2015.

OLIVER, S. P; MITCHELL, B. A

Susceptibility of bovine mammary

gland to infections during the dry

period. J. Dairy Sci. 66:1162–1166,

1983.

RAJALA-SCHULTZ, P.J. et al.

Effect of milk cessation method at

dry-off on behavioral activity of

dairy cows. J. Dairy Sci. 101:3261–

3270, 2018.

SEEGERS, H. et al. Production

effects related to mastitis and mastitis

economics in dairy cattle herds.

Vet. Res. 34:475–49, 2003.

32


33


REVISTA O GIROLANDO

REVISTA O GIROLANDO

REPRODUÇÃO

Bruno Guimarães - Médico-veterinário,

técnico do Rehagro Leite

Período de espera voluntário (PEV): qual a melhor duração?

34


De forma rápida e simples, o

período de espera voluntário nada

mais é que o intervalo que decorre

do parto até a liberação da vaca

para a reprodução. Este espaço de

tempo é essencial para que ocorra

a involução uterina pós-parto, para

que os animais retomem às boas

condições reprodutivas. Sua duração

deve ser definida rigorosamente

para o rebanho, e não para cada

vaca de forma individual.

Mas como definir o PEV de uma

fazenda? A definição da duração

do PEV é multifatorial. O professor

e pesquisador Albert De Vries,

da Universidade da Flórida, sintetizou

alguns dados que elucidam

um pouco este raciocínio. Veja na

tabela a seguir:

Note que na tabela há um outro

indicador, que é o período de

serviço. Este indicador refere-se ao

intervalo que decorre do parto até

a concepção da vaca que irá gerar

o próximo parto. Se, por exemplo,

uma vaca que pariu dia 01/01, teve

diagnóstico de gestação positivo

de uma inseminação feita no dia

01/04, o seu período de serviço

será de 90 dias.

Observe na tabela que o período

de serviço do rebanho está

relacionado com a produção de

leite em uma lactação (305 dias)

dos animais. Quanto maior a produção

de leite, maior o período de

serviço ideal e aceitável. Este é um

ponto de atenção que se deve ter ao

considerar o planejamento de uma

fazenda leiteira em longo prazo.

Vamos considerar que no intervalo

de 10 anos uma determinada

propriedade estima aumentar de

forma gradual a sua média de produção

atual de 25kg de leite/dia,

para 32kg de leite/dia. Com toda

certeza, o PEV que a fazenda trabalha

quando a produção diária

é de 25kg de leite não é o mesmo

que ela trabalhará quando as vacas

estiverem produzindo 32kg de leite

por dia.

A conclusão é de que o PEV

consiste em um indicador que deve

ser ajustado ao longo do tempo

como qualquer outro.

Mas qual a relação do PEV com

o período de serviço? O PEV está

compreendido dentro do período

de serviço. Se o PEV de uma fazenda

é de 60 dias, então o mínimo de

período de serviço será de 60 dias

também.

Outras informações ajudam a

guiar a definição da duração do

35


PEV, como é o caso das apresentadas

a seguir, do professor e pesquisador

da Universidade de Guelph,

Eduardo Ribeiro.

Se as vacas possuem baixa produção

de leite e baixa persistência

da lactação, o ideal é que o PEV

seja mais curto para permitir que

os animais sejam trabalhados reprodutivamente

mais cedo e não

corram o risco de encerrar a lactação

com pouco tempo de gestação

e passar um grande intervalo seco.

O raciocínio é o mesmo para

variáveis como baixa taxa de prenhez,

por exemplo. No entanto,

neste caso, vários fatores que podem

estar impactando na taxa de

prenhez devem ser investigados a

fim de serem solucionados e otimizados.

Como as fazendas têm trabalhado

o PEV?

No Brasil a média do PEV tem

variado em torno de 40 a 60 dias

nas fazendas, sendo que aquelas

com menor produção trabalham

mais próximas dos 40 dias e aquelas

com produtividade mais expressiva

se aproximam dos 60 dias

de período de espera voluntário.

Raras são as exceções de propriedades

com altíssima eficiência

reprodutiva e que trabalham com o

PEV superior a 60 dias. Os ajustes

são feitos conforme a situação e as

características de cada rebanho.

Trabalhar com um PEV inferior

a 40 dias pode ser arriscado na realidade

da fazenda. Período de espera

voluntário muito curto pode

se relacionar com perdas gestacionais

e baixa fertilidade, justamente

pelos motivos do útero ainda não

ter involuído completamente e

pela possibilidade de ainda ter algum

processo inflamatório uterino

do pós-parto.

Da mesma forma, um PEV muito

longo gera atrasos no ciclo reprodutivo

dos animais. Um PEV

extenso leva ao aumento desnecessário

do período de serviço,

que por sua vez aumenta o intervalo

entre partos, redução do DEL

médio do rebanho e consequentes

perdas futuras em produção de leite

e faturamento.

Impactos do período de espera

voluntário no rebanho

Conforme já dito, a definição

do PEV do rebanho deve ser muito

bem-feita, levando-se em consideração

a realidade da fazenda.

Se por um lado o PEV muito curto

pode impactar em perdas gestacionais

e baixa fertilidade, por outro

lado o PEV muito longo pode ocasionar

perda de leite e de dinheiro

para a fazenda. Há sempre um

ponto ideal para cada situação.

Cabe ao técnico responsável pela

propriedade analisar o contexto e

estruturar da melhor forma.

Além disso, a duração do período

de espera voluntário deve ser

respeitada religiosamente. Inseminar

vacas que ainda estão dentro

do PEV, por exemplo, contribui

para mascarar a taxa de serviço do

rebanho, visto que essa taxa é calculada

tendo a relação entre vacas

inseminadas e vacas aptas (vacas

vazias fora do PEV e vacas inseminadas).

Uma vez que a vaca ainda está

no período de espera voluntário,

ela não é uma vaca apta. Sendo

assim, ela não é contabilizada no

denominador do cálculo da taxa

de serviço e acaba superestimando

esse indicador.

Vacas que ainda estão dentro do

PEV não devem ser inseminadas

36


37


REVISTA O GIROLANDO

GENÉTICA

Guilherme Marquez de Rezende,

Zootecnista e gerente de Produto Leite Tropical

Alta Genetics

JADIR BISON

A diferença que a Genética faz

Todos nós, que trabalhamos com

melhoramento genético, sabemos

que as possibilidades de mensurações

de desempenho dos animais

são o reflexo da interação entre a

genética e o ambiente em que esses

animais estão submetidos. Como

exemplo, temos uma das mais importantes

características econômicas

- a produção de leite - sendo mensurada

diariamente, quinzenalmente

ou mensalmente. Sabemos facilmente

que oferecendo um ambiente favorável

em alimentação suficiente

e de qualidade, um manejo correto

e instalações apropriadas, nossos

Desempenho dos animais são o reflexo da

interação entre a genética e o ambiente

animais irão aumentar a produção,

claro avaliando o DEL (dias em lactação)

do animal. Glorificamos aí a

nutrição, as instalações e os manejos,

mas ainda não entendemos ou

quantificamos a entrega que a genética

faz nesse desempenho. Reforço

que tudo que mensuramos é resulta-

38


dividimos nossa população bovina. Na figura a seguir podemos entende

distribuição e os quartis.

do da interação entre a Genética e o

Ambiente.

Neste texto vamos mostrar aos

amigos a diferença que a genética

faz em nossos rebanhos. E, para isso,

precisamos enaltecer todo o trabalho

incansável dos pesquisadores, técnicos

e produtores, na mensuração,

nas análises e nos resultados.

Os programas de melhoramento

genético estão tomando uma força

incrível e a tecnologia em novas distribuição e os quartis.

dividimos nossa população bovina. Na figura a seguir podemos entender a

ferramentas, metodologias e informação,

estão ajudando a descoberta

de novos números e aumentando

largamente a confiabilidade das informações.

A raça Girolando, através

de sua equipe técnica, unida aos pesquisadores

da Embrapa, trouxe, em

2022, diversas novas características

focadas no desempenho financeiro o desempenho de produção de leite O próximo passo, então, é conhecermos

a procedência desses ani-

confiabilidade de nossos animais das informações. Girolando. Cada A raça distribuído Girolando, de através formas de diferentes. sua equipe

técnica, característica unida possui aos pesquisadores um mérito genético,

ou seja, um valor de ganho nossas avaliações podemos dividir informação é fundamental e essen-

da Embrapa, Quando trouxe, segmentamos em 2022, ainda diversas mais mais em termos de pedigree. Essa

conhecermos ainda mais nossos animais.

novas em genética características pelo seu focadas uso. É importante

frisar que o objetivo de tudo é por exemplo, a curva de distribuição temos. Como estamos analisando a

no desempenho nossos financeiro grupos em de quartis, nossos animais usando, cial para sabermos a influência que

Girolando. sabermos o Cada que podemos característica selecionar possui um

de

mérito

população

genético,

ou Curva

ou seja,

de Gauss.

um valor

Fazemos

importante Veja essa que frisar análise na que tabela com o objetivo frequência, abaixo podemos ca leite, separar vamos em dois então quadrantes avaliar a média para

diferença da genética na característi-

de em ganho nossos em futuros genética animais. pelo seu É sabermos

quem está caminhando correta-

quando dividimos nossa população de PTA Leite (PTA - Habilidade pre-

uso. É

tudo mente é para sabermos o rebanho o que que podemos

Top

desejamos selecionar

25% conhecermos em nossos ainda futuros mais nossos animais. animais. É

no futuro.

sabermos quem está caminhando Inferiores corretamente 25%

Tomarei a liberdade de usar o Categoria para Primíparas o rebanho que Média de Produção EQG 305

desejamos PTA Leite no para futuro. explicar a diferença

Top 25%

5.750 kg em 305 dias

que a Genética faz em nossos rebanhos.

Quando Tomarei trabalhamos a liberdade de com usar va-

o PTA Leite para explicar a diferença que

Inferiores 25%

4.278 kg em 305 dias

cas leiteiras temos um ambiente de

a trabalho Genética e, faz imaginando em nossos que rebanhos. cada fazenda

possui um sistema de manejo, entender a distribuição e os quarti.

Quando bovina. trabalhamos Conhecemos Na figura com acima aqui, vacas que podemos leiteiras na categoria Primíparas temos grupos de

temos

analisaremos

um ambiente

aqui uma

de trabalho

fazenda

e,

com

imaginando animais

Veja

que bem

que

cada diferentes

na tabela

fazenda em

acima

possui produção.

podemos

animais: fazenda separar sempre com em teremos o dois mesmo quadrantes os manejo. melhores, os médios e os inferiores. Sabendo

um Isso acontece em qualquer grupo de

sistema o mesmo de manejo. manejo, Por analisaremos isso, tendo aqui o uma

mesmo ambiente poderemos entender

a isso, influência tendo exclusiva o mesmo da genéti-

ambiente sos dessa poderemos animais. informação entender e separação a influência vamos agora avaliar a genética desses animais

para conhecermos ainda mais nos-

Por

ca.

Conhecemos aqui, que na categoria

Primíparas temos grupos de

exclusiva da genética.

e descobrir finalmente como a genética faz a diferença.

Pois bem, abaixo podemos ver

o desempenho médio das vacas em animais bem diferentes em produção.

desempenho O próximo como

2022, da Pois Fazenda bem,

e

abaixo

descobrir

Santa Maria podemos

finalmente

(nome ver o Isso acontece médio passo, a genética

em das então,

qualquer vacas é conhecermos

grupo

em ilustração): de termos animais: de pedigree. sempre teremos Essa informação os é fundamental e essencial

em

faz a diferença. a procedência desses animais

2022, de ilustração): da Fazenda Santa Maria (nome de para

sabermos a influência que temos. Como estamos analisando a diferença da

Categoria de Animais Média de Produção EQG 305

Primíparas

genética 4.850 na característica kg em 305 dias leite, vamos então avaliar a média de PTA Leite

Multíparas

(PTA 6.238 - Habilidade kg em 305 prevista dias de transmissão) dos touros pais dessas

Nessa tabela temos a divisão entre

animais

melhores,

primíparas.

os

Assim,

médios

temos

e os inferiores.

a tabela abaixo, onde pegamos os PTAs dos pais

Nessa

em

tabela

primeira

temos

cria (Primí-

a divisão

Sabendo

entre animais

dessa informação

em primeira

e separação

crias vamos (Multíparas). agora avaliar E dentro a genética de cada

cria

grupo Top 25% e dos Inferiores 25% e tiramos a média deles, por grupo.

(Primíparas) e animais e animais com com duas duas ou mais ou mais

crias (Multíparas). E dentro de cada desses animais e descobrir finalmente

desempenho como a genética de produção faz a diferença. de grupo podemos também conhecer o leite

distribuído de formas diferentes.

Veja que na tabela abaixo podemos separar em dois quadrantes par

Categoria Primíparas Média de Produção EQG 305

5.750 kg em 305 dias

4.278 kg em 305 dias

Conhecemos aqui, que na categoria Primíparas temos grupos

animais bem diferentes em produção. Isso acontece em qualquer grupo

animais: sempre teremos os melhores, os médios e os inferiores. Saben

dessa informação e separação vamos agora avaliar a genética desses anim

O próximo passo, então, é conhecermos a procedência desses anim

em termos de pedigree. Essa informação é fundamental e essencial pa

sabermos a influência que temos. Como estamos analisando a diferença

genética na característica leite, vamos então avaliar a média de PTA Le

(PTA - Habilidade prevista de transmissão) dos touros pais dess

primíparas. Assim, temos a tabela abaixo, onde pegamos os PTAs dos p

Quando segmentamos ainda mais nossas avaliações podemos dividir

do grupo Top 25% e dos Inferiores 25% e tiramos a média deles, por grup

39


Vale lembrar que a genética vem dos dois lados, O que ou seja, vemos dos aqui pais é claramente e das mães que as primíparas Top 25% são filhas

que podem influenciar nos dados fenotípicos. de touros com média de PTA Leite 512kg acima da média dos pais das

primíparas Inferiores 25%.

Categoria

Média dos PTAs dos Pais em kg mente a diferença que a genética faz

Top 25% Essa diferença 570 entre PTA Leite está gerando em nossos uma rebanhos. diferença de E 1.472kg agora podemos

facilmente ver que as escolhas

Inferiores 25% de leite. Assim, 58 estamos visualizando que de touros a genética da Fazenda realmente Santa faz a Maria

vista de transmissão) dos touros pais de diferença. entregar PTA 512kg, Leite está é uma entregando predição - temos irão, aqui com uma certeza, expectativa fazer o de crescimento

de leite para as futuras gerações.

que

dessas O primíparas. que vemos aqui Assim, é claramente temos a que 1.472kg, as primíparas ou seja, Top 2,87 25% vezes são filhas mais.

com o uso de touros PTA Leite 512kg iríamos gerar 512kg de leite a mais de

tabela acima, onde pegamos os PTAs Assim, nessa fazenda estamos vendo Todas as informações genéticas

dos

de touros

pais do

com

grupo

média

Top 25%

de PTA

e dos

Leite

Inferiores

primíparas 25% Inferiores e tiramos 25%. a média deles, do para PTA Leite estamos entreganma.

Podemos calcular o valor de

512kg

que produção, em

acima

cada mas quilo

da

nessa

média

de fazenda leite

dos

seleciona-

pais

estamos

das

enxergando podem ser claramente feitas como que fizemos o PTA aci-

Leite, ao contrário de entregar 512kg, está entregando 1.472kg, ou seja, 2,87

por grupo. Vale lembrar que a genética

vem Essa dos diferença dois lados, entre ou PTA seja, Leite dos está vezes gerando Essa mais. é a uma Assim, diferença diferença nessa da fazenda genética de 1.472kg estamos na ou vendo seja, que Idade em cada ao quilo Primeiro de leite Parto,

do 2,87kg de leite em produção. selecionar o PTA IPP por exemplo,

pais e das mães que podem influenciar

de leite. nos dados Assim, fenotípicos. estamos visualizando rio, que sabendo a genética disso, selecionou realmente touros faz a cia essa característica está exercendo

Fazenda Santa Maria. O proprietá-

em que podemos ver qual influên-

selecionado para PTA Leite estamos entregando 2,87kg de leite em

O que vemos aqui é claramente com produção. foco para produção de leite e no rebanho e o quanto selecioná-la

que

diferença.

as primíparas

PTA Leite

Top

é

25%

uma

são

predição

filhas

- temos aqui uma expectativa de que

colocou em sua pressão de seleção poderá afetar na precocidade sexual

de com touros o uso com de touros média PTA de Leite PTA 512kg Leite iríamos para touros Essa gerar é a 512kg o diferença valor de acima leite da genética a de mais PTA na de Fazenda das futuras Santa Maria. novilhas. O proprietário,

512kg acima da média dos pais das Leite

primíparas produção, mas Inferiores nessa 25%. fazenda estamos sabendo 700,

enxergando disso, escolhendo,

claramente selecionou por touros exemplo,

que o com PTA foco para Lembre-se produção de de que leite as e colocou nossas escolhas

genéticas são permanentes e que

o grupo de touros abaixo:

Essa diferença entre PTA Leite

está gerando uma diferença de

Leite, ao contrário de entregar 512kg, está

em

entregando Nossas sua pressão escolhas 1.472kg,

de seleção possuem ou

para

seja,

touros

2,87 um o conhecer valor acima a fundo de PTA o Leite que realmente 700,

grande

1.472kg

escolhendo, impacto por exemplo, em nossos o grupo resultados.

vendo Aqui que podemos em cada conhecer quilo de clara-

leite

de touros buscamos, abaixo: e como vamos selecionar,

vezes mais. de leite. Assim, Assim, nessa estamos fazenda visualizando

que a genética realmen-

estamos

faz toda a diferença.

te selecionado faz a diferença. para PTA Leite Leite é estamos uma entregando 2,87kg de leite em

predição

produção.

- temos aqui uma expectativa

de que com o uso de touros PTA

Touros PTA Leite médio Confiabilidade média

Leite 512kg iríamos gerar 512kg de Falcão Máxima 2r 1.336 kg 75%

leite a

Essa

mais

é

de

a diferença

produção,

da

mas

genética

nessa

na Fazenda A Nata Santa Fidalgo Maria. Hidalgo O proprietário,

fazenda sabendo disso, estamos selecionou enxergando touros claramente

que o PTA Leite, ao contrário Verde

com foco Fortunato para produção FIV Campina de leite e colocou

em sua pressão de seleção para touros o valor acima de PTA Leite 700,

escolhendo, por exemplo, o grupo de touros abaixo:

Touros PTA Leite médio Confiabilidade média

Falcão Máxima 2r 1.336 kg 75%

A Nata Fidalgo Hidalgo

Fortunato FIV Campina

Verde

Evolução genética tem ajudado a elevar a

produção de leite das vacas Girolando

40


Mire sua câmera aqui e vire um especialista

em glândula mamária ou acesse:

www.cuidandodaglandulamamaria.com.br

Tão importante

quanto o cuidado

é saber como cuidar

Conheça as soluções Elanco para a

saúde da glândula mamária e melhore

a produtividade do seu rebanho.

Vetimast é um produto SwissBrass distribuído pela Elanco Saúde Animal. Agrovet, Bovigam, Kinetomax, Elanco e o logo em barra diagonal

são marcas da Elanco e suas afi liadas © 02/2022. Todos os direitos reservados. PM-BR-22-0066

41


REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

LÉO COSTA

Momento de preparar o Girolando para o futuro

Nova diretoria da Girolando durante

a posse em Uberaba

Essa é uma das prioridades da nova diretoria da Associação Brasileira dos Criadores

de Girolando, que tomou posse em março. Outras prioridades são o acesso de pequenos

produtores à genética melhoradora da raça e certificação internacional

Primeiro criador nordestino a

presidir a Associação Brasileira dos

Criadores de Girolando, Domício

Arruda Silva tomou posse no dia 02

de março e destacou os novos projetos

para o avanço da raça no País

e no mercado mundial. A solenidade

ocorreu em Uberaba/MG, cidade

onde está localizada a sede da entidade,

e contou com a presença de diversas

lideranças do setor e políticas,

criadores e empresas do agro.

De acordo com o presidente, fomentar,

desenvolver e consolidar o

Girolando no Brasil, visando dar

sustentabilidade à pecuária leiteira,

será a missão da nova diretoria. “Vamos

trabalhar para ampliar o banco

de dados genômicos, o que nos

permitirá gerar avaliações e índices

para um número cada vez maior de

características. É importante destacar

que esses investimentos trarão

bons resultados e ganhos genéticos

não só para os selecionadores da

raça, mas também darão importante

contribuição para toda a pecuária

leiteira nacional, já que o Girolando

responde por 80% do leite produzido

no Brasil. Vamos nos empenhar para

que todos os produtores, sobretudo

os pequenos, tenham acesso a essa

genética”, destaca o presidente.

Segundo ele, o fortalecimento

do Programa de Melhoramento Genético

da Raça Girolando (PMGG)

também levará a raça a ultrapassar

fronteiras, consolidando o projeto

de certificação internacional. A demanda

pela genética Girolando no

mercado mundial é crescente. Por

isso, a entidade colocará em prática

o projeto de Certificação Internacional,

voltado para animais Girolando

selecionados em outros países. “A

certificação vai levar para os criadores

do exterior toda a expertise que

nós temos na Girolando, o conhecimento

dos nossos técnicos, para que

eles possam trabalhar com a raça da

melhor maneira”, assegura.

Natural de Palmeira dos Índios,

Alagoas, Domício tem larga experiência

com a raça. É criador desde

1986, na Fazenda Cachoeirinha, localizada

em Major Isidoro/AL. Na

Girolando já atuou como técnico

42


de registro e no Colégio de Jurados.

Engenheiro agrônomo de formação,

tem atuado também na defesa dos

diretos dos pecuaristas. Atualmente,

ocupa os cargos de presidente da

Associação dos Criadores de Alagoas

e de vice-presidente da Federação de

Agricultura do Estado de Alagoas.

Ele terá a seu lado um time de diretores

experientes na seleção de Girolando.

São eles: o vice-presidente

Luiz Fernando Reis e os diretores

Marcos Amaral Teixeira, Rubens

Balieiro de Souza, José Antônio da

Silva Clemente, Luiz Cláudio Bastos

de Moura, Alexandre Lopes Lacerda,

José Renato Chiari, Tatiane Almeida

Drummond Tetzner e Marcelo Renck

Real.

Crescimento da Girolando

O ex-presidente Odilon de Rezende

Barbosa Filho, que na solenidade

passou o cargo para Domício Arruda,

apontou os diversos investimentos

realizados nos últimos três anos,

que levaram a um avanço dos índices

da raça. “Publicamos avaliações

genéticas/genômicas para 15 novas

características e outras 16 características

avaliadas genomicamente

serão entregues em 2023. A Associação

ainda vai custear a genotipagem

e controle leiteiro de sete mil vacas,

filhas de touros Girolando. Todos

esses investimentos trarão mais confiabilidade

ao PMGG, refletindo no

campo, com animais extremamente

produtivos e eficientes”, diz.

Outros ex-presidentes que prestigiaram

a posse foram: José Facury

Dib, primeiro a presidir a Girolando,

Milton Carvalho de Castro, Jonadan

Ma e Luiz Carlos Rodrigues.

Dados da Embrapa Gado de Leite

mostram que os investimentos feitos

em melhoramento genético estão colocando

a raça na liderança da produção

sustentável de leite. Nos últimos

18 anos houve um aumento de

60% na produção das vacas Girolando,

enquanto as emissões de metano

reduziram 40%.

O secretário estadual de Agricultura,

Pecuária e Abastecimento,

Thales Almeida Pereira Fernandes,

destacou o protagonismo de Minas

Gerais na produção de leite. “Várias

parcerias estão sendo feitas com entidades

como a Girolando e a iniciativa

privada para a melhoria do rebanho

leiteiro de Minas Gerais. Uma

das prioridades tem sido a facilitação

da compra de animais geneticamente

superiores pelos produtores, como

o programa Pró-Genética”, informa.

A prefeita de Uberaba, Elisa

Araújo, também reforçou que o município

trabalhará nesta linha. “Além

de aproximar os pequenos produtores

da genética melhoradora da raça

Girolando, vamos atuar para garantir

a segurança no campo”, diz.

A solenidade de posse contou com

a presença de diversas autoridades.

Além do secretário de Estado Thales

Almeida Pereira Fernandes, também

compareceram os deputados estaduais

Antônio Carlos Arantes e Bosco,

o deputado federal Emidinho Madeira,

o presidente da Federação da

Agricultura e Pecuária do Estado de

Minas Gerais (Faemg), Antônio Pitangui

de Salvo, a prefeita de Uberaba,

Elisa Araújo, a vereadora de

Uberaba, Lu Fachinelli, a chefe-geral

da Embrapa Gado de Leite, Elisabeth

Nogueira, o presidente da Abraleite,

Geraldo Borges, o presidente da

ABCZ, Gabriel Garcia Cid, o superintendente

federal de Agricultura e

Pecuária de Minas Gerais, Marcílio

Magalhães.

Parcerias

A nova diretoria da Girolando

reuniu-se com o deputado federal

Emidinho Madeira. Vários assuntos

foram tratados, entre eles a ampliação

do projeto Mais Genética, que

vem apostando em touros Girolando

para garantir a evolução dos rebanhos

leiteiros assistidos em Minas

Gerais. A expectativa é de que pequenos

produtores de outros Estados

também possam ter acesso gratuito

ao serviço de inseminação artificial

e doses de sêmen de raças leiteiras.

Outras parcerias com a Girolando

devem ocorrer neste ano. O deputado

anunciou que irá direcionar

emenda parlamentar para o avanço

da raça Girolando.

O encontro, ocorrido também no

dia 2 de março, ainda contou com

a presença de conselheiros, representantes

estaduais, o pesquisador

da Embrapa Gado de Leite, Marcos

Vinicius Barbosa Silva, o coordenador

do PMGG, Edivaldo Júnior e o

gerente de Projetos da Girolando,

Bruno de Barros.

LÉO COSTA

Diversas autoridades participaram da posse

43


REVISTA O GIROLANDO

REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Flávio Emílio, Raquel, Domício e Emílio

Domício e Emidinho Madeira

Odilon, Ana Lúcia e Alexandre

Thalles, Domício e Bosco

Luiz Fernando, Antônio Carlos Arantes,

Domício, Antônio e Renato

Davi, Domício, Ademilson, Lucas, Eduardo

44 42

Bernardo, Alexandre, Luiz, Domício, Afonso e Luciano

Tatiane, Rogéria, Marta, Karla, Lia, Cláudia,

Nilce,Daniele, Aurora e Ana Lúcia


45


REVISTA O GIROLANDO

REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Juliano, Domíco e Elisa

Jonadan, Milton e José Facury

Emílio, Domício e Paulo

Everardo, Domício, Luiz Cláudio, Geraldo

André, Domício, Flávio Emílio, Eduardo

Olavo, Bruno, Domício, Saul e Gabriel

46 44

João Cruz, Bruno, Domício, Antônio e Rodrigo

Alexandre, Domício e Luiz Carlos


Domício e Gabriel

Odilon, Marcos, Domício e Luiz Cláudio

Marcelo, Aurora, Maurício, Geraldo, Domício, Luiz Carlos,

Paulo, Everardo, André, João e Rodrigo

Odilon, José, Domício, Elizabet, Luiz Carlos e Jônadan

Fernando, Marcílio, Domício e Arnaldo

Flávio, João, Domício, Carlos Augusto e Ivan

Cláudio, Diego Otávio e Gelson

45

47


REVISTA O GIROLANDO

EXPOSIÇÕES E EVENTOS

CARLOS LOPES

Girolando segue firme nas pistas

O calendário de eventos de Girolando

tem pela frente uma série de exposições

importantes para o Ranking

Nacional da raça. Uma delas é a Exposição

Interestadual de Girolando –

Circuito Megaleite 2022/2023 – Etapa

Uberaba. Agendada para o período

de 29 de abril a 7 de maio, no Parque

Fernando Costa, ela acontecerá dentro

da programação da 88ª ExpoZebu.

O jurado efetivo Juscelino Alves

Ferreira conduzirá os julgamentos.

Ele foi escolhido por votação feita pelos

expositores no momento da inscrição

dos animais. Concorrerão 120

exemplares da raça.

A programação do julgamento

será concentrada em dois dias. Em 4

de maio, entrarão na pista, das 7h30

às 12h30, animais CCG 1/2 e progênies

e CCG 3/4 e progênies. Já no dia

5 de maio, das 7h30 às 12h30, serão

julgados os animais CCG 1/4 e progênies.

Das 14h às 18h, entrarão na

ExpoZebu 2023 terá julgamento de

Girolando em dois dias

pista animais da raça Girolando (5/8

e PS) e progênies.

O torneio leiteiro terá 9 animais

concorrendo. No dia 28 de abril, às

10h, acontecerá no Parque Fernando

Costa a reunião com os expositores e

tratadores do Torneio Leiteiro e também

terá início a fiscalização das ordenhas.

Já a competição será de 30 de

abril a 3 de maio.

Agenda pelo Brasil

A Exposição Interestadual de

48


CARLOS LOPES

Girolando – Circuito Megaleite

2022/2023 - Etapa Nordeste também

já tem data definida. O evento será de

17 a 21 de maio, no Parque da Pecuária,

em Maceió/AL. O julgamento dos

animais acontecerá nos dias 19 e 20

de maio. Acontecerá em paralelo uma

das etapas do Ranking da Associação

Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro.

As inscrições devem ser feitas

diretamente na Associação dos Criadores

de Alagoas.

Outros eventos da raça Girolando

agendados para os próximos meses

são:

30/03 a 01/04 - 12ª Festa Amigos

do Leite - Poço Redondo/SE

10/04 a 15/04 - Exposição Interestadual

de Girolando - Circuito Megaleite

2022/2023 - Etapa Sul/Sudeste -

Leopoldina/MG

13/04 a 23/04 - 21ª Exposição com

Julgamento Ranqueado da Raça Girolando

- 83ª Expogrande 2023 - Campo

Grande/MS

30/04 a 07/05 - Exposição Interestadual

de Girolando - Circuito Megaleite

2022/2023 - Etapa Uberaba (ExpoZebu

2023) - Uberaba/MG

01/05 a 07/05 - Exposul Rural

2023 - Cachoeiro de Itapemirim/ES

18/05 a 20/05 - XXXIII Exposição

Agropecuária e Industrial de Oliveira

- Oliveira/MG

31/05 a 04/06 - Exposição Agropecuária

e Industrial de Paraopeba - Paraopeba/MG

Megaleite 2023

As principais raças leiteiras do

Brasil devem competir mais uma vez

na pista do Parque da Gameleira, em

Belo Horizonte/MG. Os preparativos

para a Megaleite 2023, que acontecerá

de 7 a 10 de junho, foram apresentados

aos representantes de diversas

associações promocionais de raças

bovinas durante reunião virtual realizada

em março.

Durante a reunião, Leandro Paiva,

superintendente técnico Associação

Brasileira dos Criadores de Girolando,

apresentou o calendário técnico

Premiações da Megaleite

valorizam os animais

da Megaleite. Os animais do torneio

leiteiro poderão entrar no parque

a partir de 29 de maio e os de julgamento

a partir de 2 de junho. Os

julgamentos ficarão concentrados ao

longo de todo o evento, de 7 a 10 de

junho, nos períodos da manhã e da

tarde.

O presidente da Associação Brasileira

dos Criadores de Girolando,

Domício Arruda, destacou que a Megaleite

tem cumprido seu papel de ser

uma vitrine internacional da genética

leiteira do Brasil e a cada ano apresenta

animais de extrema qualidade. Segundo

ele, a expectativa é de que em

2023 o evento conte com um número

expressivo de animais concorrendo

em julgamento e torneio leiteiro.

A reunião contou com a participação

de representantes da Associação

Brasileira dos Criadores de

Girolando, Associação Brasileira dos

Criadores de Gir Leiteiro, Associação

Brasileira dos Criadores de Gado Pardo-Suíço,

Associação dos Criadores

49


REVISTA O GIROLANDO

de Jersey de Minas Gerais, Associação

dos Criadores de Guzerá e Guzolando

do Brasil, Associação Brasileira dos

Criadores de Sindi, Associação Brasileira

dos Criadores das raças Simental

e Simbrasil e Associação Brasileira

dos Criadores de Búfalos.

Todas as entidades sinalizaram

que devem participar da Megaleite,

Novidades no Colégio de Jurados

incluindo a Associação dos Criadores

de Gado Holandês de Minas Gerais,

que não participou da reunião por

questão de agenda, mas já confirmou

presença na exposição.

Ranking parcial

Com o calendário de exposições

ranquedas em andamento em 2023,

a Associação Brasileira dos Criadores

de Girolando divulgou os resultados

parciais dos Melhores Expositores e

Melhores Criadores do Ranking Nacional

de Girolando 2022/2023. O balanço,

disponível no site da entidade,

traz a pontuação dos expositores e

criadores que participaram dos eventos

ranqueados entre o início do atual

Ranking até 31 de janeiro de 2023.

O Colégio de Jurados da Raça Girolando (CJRG) tem novos líderes. O zootecnista Euclides Prata dos Santos Neto assume

o cargo de coordenador para o período de 2023 a 2025. Já o médico-veterinário Tiago Moraes Ferreira será o coordenador

suplente.

Segundo eles, a proposta é inovar nas pistas e incentivar a realização de exposições como forma de promover a raça.

“O Girolando é uma raça conhecida no País por conta de sua grande qualidade, mas precisamos estar sempre em busca de

inovações. E queremos ouvir os criadores para entender quais evoluções eles esperam ver nas pistas de julgamento”, destaca

Euclides, que é um dos fundadores do CJRG.

Outra proposta será a promoção de cursos de capacitação para a entrada de novos jurados, bem como incentivar a retomada

de jurados tradicionais ao quadro do colégio.

Na visão de Tiago Moraes Ferreira, os julgamentos têm papel importante na consolidação da raça, pois é uma forma

de validar o trabalho de seleção feito na fazenda. “O critério de julgamento é a nossa bíblia e isso que temos de respeitar.

O jurado atua com o propósito de selecionar os animais pelo ponto de vista morfológico, respeitando muito o critério de

julgamento que valoriza a forma leiteira, de profundidade corporal mais evidente nas bezerras, e nas vacas, valorizando

também um úbere muito bem conformado, aderido e produtivo entre as pernas”, diz Tiago Ferreira.

O coordenador suplente do CJRG destaca ainda que outro objetivo será garantir que mais feiras contem com a participação

de jurados efetivos, profissionais que passam por atualizações constantes.

Atualmente, o CJRG é formado por 50 jurados que atuam nas exposições da raça em todo o Brasil. As principais finalidades

são: estabelecer diretrizes para a execução dos trabalhos de julgamentos em exposições oficiais; habilitar profissionais

para o exercício da função de jurado; e garantir a execução dos trabalhos em conformidade com o Regimento Interno e

demais regulamentos vigentes.

CARLOS LOPES

Jurado Euclides Prata é o novo coordenador

do Colégio de Jurados até 2025

50


51


REVISTA O GIROLANDO

GESTÃO

Equipe Rehagro

Como fazer sua equipe entender o que precisa ser feito?

Você já passou uma instrução simples

para seu colaborador e a atividade

não foi realizada da maneira que você

esperava? Ou, então, orientou sua equipe

a executar uma tarefa e quando retornou

para checar, ela ainda não tinha

sido concluída ou estava incompleta? E

como consequência gerou retrabalho,

perda de tempo ou até mesmo perdas

financeiras?

Por exemplo, quando o encarregado

da fazenda passa uma instrução para

outro colaborador sobre determinada

atividade. Geralmente o que observamos

é uma “ordem” do tipo: “Por favor,

pegue esse trator, carregue 50 sacos do

adubo de cobertura e jogue naquela lavoura

próxima ao mata-burro”.

Em seguida, o colaborador consciente

do risco que corre se ficar perguntando

demais (diga-se de passagem,

o “chefe” tem um jeitão sistemático e

não gosta muito de conversar), simplesmente

acata a ordem, pega o trator

e dentro de suas experiências e conhecimentos,

executa o que foi compreendido

daquilo que lhe foi “ordenado”.

Contando assim, pode-se deduzir

que a atividade foi resolvida com êxito,

mas sabemos que nem sempre é desta

forma que acontece. Se foi ou não o

adubo correto, a maneira como o adubo

foi distribuído, se ao final sobrou ou

faltou e o tratorista precisou improvisar

solução para conseguir distribuir por

toda a área etc., isso só se descobre após

os resultados, que muitas vezes podem

ser desastrosos, em termos de produtividade

por área, falta de adubo para

outras lavouras específicas, custo de

produção entre outros.

Casos como os citados acima são

tão comuns no dia a dia das fazendas e

demais empresas do agronegócio que as

pessoas passam a acreditar ser normal

as coisas funcionarem desta maneira

e se acomodam, não buscando novas

formas de agir para que esta realidade

mude. Apesar destas situações serem

tão recorrentes, existe solução.

Todos os resultados dentro das

52


JOSEANI MESQUITA

empresas, sejam eles de sucesso ou

fracasso estão relacionados direta ou

indiretamente com a qualidade da comunicação

interpessoal, ou seja, a comunicação

entre as pessoas. Tendo conhecimento

disso é possível entender a

importância de sabermos nos comunicar

bem para que haja pouca ou nenhuma

perda na mensagem passada.

Para isso, o emissor (falante) da informação

deve assegurar que o receptor

(ouvinte) tenha compreendido de forma

clara o que foi passado. Além disso,

o receptor tem a responsabilidade

de checar se o que ele compreendeu da

informação é o que o emissor desejava

que ele tivesse entendido. Em resumo,

as duas pessoas devem se responsabilizar,

pois a comunicação é o que o outro

entende e não somente o que nós queremos

informar.

Quem é o maior responsável pela

segurança e qualidade na comunicação?

A boa notícia é que podemos desenvolver

a habilidade de comunicação.

Para isso, devemos ficar atento a 5

pontos:

Pensar em como vamos transmitir a

mensagem;

Conhecer bem o receptor;

Verificar o que foi entendido;

Criar um ambiente de confiança;

Fazer autofeedback.

A forma como as informações são

comunicadas à equipe é muito importante.

Pensar em como vamos transmitir

a mensagem

Para que haja comunicação eficaz

dentro das organizações é necessário

saber ser assertivo, claro, consistente e

completo, pois todos esses pontos irão

interferir na forma que o ouvinte irá receber

e interpretar a mensagem.

Conhecer bem o receptor

As pessoas são diferentes, viveram

experiências diferentes e isso influencia

na compreensão. Cada pessoa possui

uma maneira de receber, codificar e armazenar

informações externas, existem

as pessoas visuais, auditivas, cinestésicas

e as digitais.

Visuais: utilizam a visão como forma

de obter e de reter informações,

conseguem perceber no ambiente

coisas que poucas pessoas percebem.

Aprendem vendo e formando imagens

imediatas do que estão recebendo de

informação.

Auditivas: absorvem conteúdo através

da audição. Aprendem ouvindo,

prestam atenção à ênfase, às pausas e

ao tom de voz. São capazes de montar

histórias com as informações que recebem.

Cinestésicas: percebem as coisas

através do corpo e da experimentação.

Aprendem fazendo, necessitam da experiência

motora para compreender

algo.

Digitais: assim como as auditivas,

absorvem informação ouvindo e montam

histórias para reter o conteúdo. Para

processar a informação conversam consigo

mesmas, criando diálogos internos.

Verificar o que foi entendido

Após passar uma mensagem é recomendável

que você questione o ouvinte

sobre o que foi compreendido. Caso

tenha solicitado que a pessoa faça uma

atividade, peça para ela explicar o que

deve ser realizado. “De tudo isso que

conversamos, o que você entendeu que

deve ser feito?”.

Criar um ambiente de confiança

Para que o receptor fale quando algo

não ficou claro, não foi compreendido é

indicado que se construa ambiente de

confiança em que ele se sinta seguro e

confortável para se expressar.

Fazer autofeedback

Autoavaliar-se é importante para

entender se você consegue se expressar

bem e, caso contrário, mostra a necessidade

de desenvolver esta habilidade.

Pergunte a si mesmo: “Estou conseguindo

ser claro na hora de passar a mensagem?”

“Estou utilizando as palavras,

tom de voz e expressões corporais coerentes

com o que desejo informar?”.

A forma como você se comunica

é muito importante. No momento de

delegar uma tarefa é essencial que haja

clareza, e o mínimo de falhas na comunicação.

Você é o principal responsável pela

comunicação, seja como ouvinte ou falante,

lembre-se disso. Procure verificar

o que foi entendido após delegar a tarefa.

Crie um ambiente de confiança.

Outra maneira de se avaliar é acompanhar

o que acontece após passar uma

informação. Isso dará retorno se você foi

ou não um bom transmissor de ideias.

Sabendo desses pontos, você buscará

medidas para melhorar a comunicação

dentro da sua propriedade ou demais

empresas do agronegócio, com seus

clientes, pares, líderes e liderados.

As pessoas são a principal força de

uma organização, pois elas geram os

resultados que a empresa necessita. É

importante conhecer o perfil comportamental

dos indivíduos da equipe, pois

assim as funções podem ser estabelecidas

de forma mais acertada e as tarefas

devidamente delegadas, no intuito de

facilitar o relacionamento e a comunicação

no dia a dia.

53


REVISTA O GIROLANDO

GESTÃO

Cristhiane Brandão - Consultora em Governança

& Especialista em Empresas Familiares, sócia fundadora

da Brandão Governança, Conexão e Pessoas

DIVULGAÇÃO

Governança Familiar: um olhar para além do horizonte

54


A governança familiar é hoje uma

exigência para as empresas familiares

que buscam perenidade no mundo dos

negócios, principalmente em cenários

de crise ou mudanças constantes. É

importante destacar que o conjunto de

regras serve tanto para grandes corporações,

quanto para pequenas.

O primeiro passo é justamente separar

o que é “família” e o que é “empresa”.

Depois estabelecer regras claras

para o funcionamento das relações que

envolvem família e negócios, de modo

a contemplar todas as gerações existentes

na família. As regras do jogo devem

ser definidas em conjunto, respeitadas

por todos do clã e revisitadas a cada

ciclo.

Segundo Werner Bornholdt, implantar

a governança nas empresas familiares

é um processo idêntico ao da

reforma de uma casa. “Começa com

um planejamento (concepções iniciais),

aprovação do orçamento (disponibilidade

de investimentos) e contratação

de um engenheiro ou arquiteto

(Consultor externo). No primeiro período

da reforma, são removidos móveis,

quebram-se paredes, geram-se

desconforto e ruídos e aprecem as sujeiras”.

Ele explica que colocar em prática

a governança nas empresas familiares

é um processo de mudanças, que geram

desconfortos iniciais, mas, quando

transpostas, o clima é de orgulho,

satisfação e prazer, a exemplo de uma

casa recém-reformada.

A governança nas empresas familiares

exige que, primeiramente, sejam

identificados os assuntos que dizem

respeito à família, à sociedade e à empresa

(3 círculos do prof. John Davis).

Uma vez identificados, precisam ser

separados e isoladamente compreendidos.

Concluída essa etapa, voltam

a ser unidos e integrados, como a reconstrução

das paredes e pintura final

da reforma.

O processo de junção e de integração

dos sistemas familiar, societário e

empresarial se dá por meio de canais

de comunicação transparente e de ferramentas.

Esses instrumentos unificadores

são os órgãos de governança

(comitês, conselhos: consultivo, administrativo,

fiscal, familiar). Portanto,

os órgãos de governança formam e reforçam

a integração entre os sistemas

por meios de canais competentes. Uma

empresa adequadamente estruturada

com os órgãos de governança atende

às demandas das famílias, dos sócios e

dos executivos e forma o alicerce para

sua perpetuação.”

A implantação da governança nas

empresas familiares, cria condições

para que o sonho do fundador, de criar

empresas capazes de aliar rentabilidade,

crescimento sustentável, capital

humano profissionalizado em todos

os níveis e, perenidade de gerações,

contagie a família no querer se tonar

uma família empresária de um negócio

com: modelo de gestão fortalecido, alta

valorização, redução de riscos, respeito

pela sociedade, rentabilidade esperada

pelos sócios, sucessor qualificado e perenidade.

Diferente do que imaginamos, o

que costuma quebrar mais de 70% das

empresas brasileiras não são grandes

ameaças externas, mas a falta de organização

e planejamento; a ausência

de visão estratégica, que nas empresas

familiares remetem à sucessão não planejada;

e a uma visão de curto prazo

tomada pela competência tradicional

de excelência operacional.

Enfim, esse é o “G” de Governança

da tão falada sigla ESG. Significa que

para reverter esse quadro vamos precisar

profissionalizar a família empresária.

Um CEO de terceira geração de

uma empresa familiar multibilionária

nos EUA compartilhou: “Quando

todo mundo está operando a máquina,

há uma tendência de olhar para o

curto prazo e focar nas oportunidades

incrementais e não olhar para as oportunidades

realmente grandes. O que

está no horizonte? O que está além do

horizonte?”.

A minha pergunta para você e sua

família: o que estão fazendo para ir

além do horizonte? A Governança certamente

pavimenta essa rota!

55


REVISTA O GIROLANDO

GESTÃO

Luis Eduardo Ferreira - Biomédico,

doutor em Biotecnologia e analista de

Pesquisa e Desenvolvimento na Premix

DIVULGAÇÃO

A agenda ESG no setor pecuário e seus benefícios para a sociedade

Nos últimos séculos, verificamos

um crescimento vertiginoso

da população mundial. Segundo

dados do relatório de perspectivas

da população mundial projetados

pela ONU (Organização das Nações

Unidas), estima-se que até

o ano de 2050 o número de habitantes

no planeta pode alcançar

cerca de 10 bilhões. Em paralelo

a isso, haverá também o aumento

na demanda de itens básicos como:

água potável, alimentação, emprego,

moradia, saneamento básico,

energia elétrica de origem limpa,

educação de qualidade, saúde e

bem-estar, mobilidade, cultura,

tecnologia, entre outros. Será que

as pessoas, empresas, cidades e países

estarão preparados para conviver

com uma população desse

tamanho?

Conceito ESG

Diante dessa situação, atrelado

às constantes mudanças e evoluções

do mundo corporativo, o ESG

consiste em um novo modelo de

gestão adotado por diversas em-

56


GABRIEL REZENDE

presas como forma de se adequar a

estas novas tendências. Os pilares

que esta forma de gestão propõe e

apoia em sua agenda de discussões

estão relacionados a temas voltados:

ao meio ambiente (Environment),

social (Social) e governança

(Governance), que, em inglês, são

as três letras iniciais da sigla ESG.

O setor agropecuário é um dos

principais responsáveis pelo fornecimento

de diversos tipos de

commodities, insumos e derivados

para a produção de alimentos diretos

e indiretos. No mercado mundial,

o Brasil se destaca por ser um

dos principais exportadores de alimentos,

o que beneficia a economia

nacional, gerando milhões de

empregos, além de contribuir para

minimizar os efeitos negativos da

fome e da pobreza no mundo.

Produção de feno em sistema de

integração lavoura-pecuária

Dentro da cadeia produtiva da

pecuária, a gestão ESG tem ocupado

cada vez mais o centro estratégico

das negociações, sendo, atualmente,

quase uma exigência que as

empresas ligadas ao setor se adaptem

a essa tendência. Essa política

é importante para suprir as expectativas

e interesses dos principais

stakeholders, que são seus próprios

colaboradores, investidores,

57


REVISTA O GIROLANDO

FELIPE NEITZKE

fornecedores, frigoríficos e clientes,

nacionais e internacionais. De

certa forma, eles estão envolvidos

no segmento pecuário, fiscalizando

e cobrando responsabilidades

ambiental e social, e governança

das empresas ligadas ao setor.

Pilar ambiental

Em definição, sustentabilidade

não consiste apenas em preservar

os recursos naturais, mas também

utilizá-los e explorá-los de modo

que haja respeito aos equilíbrios

da natureza, agregando valores

e trazendo benefícios sociais de

maneira rentável. Dessa forma,

ser sustentável é contribuir para

o crescimento de todos os envolvidos

e visar a melhoria da qualidade

e a perspectiva de vida das

gerações presentes, sem prejudicar

as futuras.

Neste aspecto, o setor pecuário

tem evoluído bastante nos últimos

anos. Atualmente, podemos dizer

que os avanços técnico-científicos

já levaram para o campo inúmeros

novos conceitos e soluções relacionados

à redução de áreas de desmatamento

e a emissões de gases

de efeito estufa. Dentre as tecnologias

implantadas estão aquelas

ligadas ao melhoramento genético

dos animais e o uso de dietas de

precisão contendo ingredientes de

origem vegetal energéticos balanceados,

que podem ou não competir

com a alimentação humana. Em

Consumidores cobram cada vez

mais ações alinhadas ao ESG

paralelo a isso, a inclusão de suplementação

mineral equilibrada

e aditivos naturais (sem o uso de

antibióticos promotores de crescimento),

proporcionou a redução

do tempo de abate, o aumento na

eficiência produtiva por hectare,

a redução de emissões de gases de

efeito estufa de origem entérica

dos animais e a melhoria na qualidade

e segurança de derivados

como carne e leite.

Vale lembrar que grande parte

do sistema produtivo pecuário

brasileiro é realizada a pasto

(“boi de capim”). Isso significa que

quando associado às boas e corretas

práticas de manejo, as emissões

de gases de origem entérica

58


dos animais podem ser compensadas

através do metabolismo da

fotossíntese do próprio pasto, que

mitiga o gás carbônico (CO2). Assim,

é possível considerar que as

emissões de gases de efeito estufa

tendem a ser neutralizadas em sua

totalidade, podendo, até mesmo,

sequestrar ainda mais carbono da

natureza, o que poderá gerar créditos

positivos de carbono para o pecuarista.

Essa prática é chamada de

“manejo de carbono neutro” e tem

sido calculada a partir de matrizes

matemáticas desenvolvidas para

fazerem associação entre as áreas

de preservação e de pastagem com

o número de animais presentes na

propriedade.

Ainda dentro dos sistemas de

manejos, podem ser destacados os

avanços nos sistemas de integração

lavoura-pecuária-floresta (ILPF),

que levaram ao campo importantes

métodos de preservação de florestas,

rios e nascentes, e recuperação

de grandes áreas de pastagens degradadas.

Além disso, outras práticas

têm contribuído para tornar

a pecuária efetivamente sustentável,

como o uso racional da água

ao longo da produção, a busca de

fontes de geração de energia limpa,

como a energia solar ou biodigestores,

e o uso de aditivos naturais

que geram menos resíduos ao meio

ambiente e minimizam os riscos

quanto ao surgimento de resistência

antimicrobiana. Diante dessas

condições, o Brasil se posiciona

como pioneiro no sistema de produção

sustentável, favorecendo a

economia com a geração de empregos,

renda e alimentos para a sociedade,

conforme os ideais e conceitos

propostos pelo modelo ESG.

Pilar governança

No pilar da governança, muitos

steakholders têm exigido ou dado

preferência às negociações com

criadores que possuem documentos

de garantia de rastreabilidade

dos animais ao longo da cadeia

produtiva. Esse mecanismo não

visa apenas garantir a fiscalização

em relação à qualidade do manejo

sanitário, mas também avalia se

em alguma fase do ciclo da cria,

recria e engorda, o animal passou

por propriedades que desrespeitam

as leis ligadas ao desmatamento ou

preservação ambiental ou, ainda,

se foi abatido em locais que não

obedecem aos protocolos de bem-

-estar animal (abate humanitário).

Atualmente, diante dessas necessidades,

a tecnologia chamada

de block-chain tem auxiliado

o pilar da governança no modelo

de gestão ESG, sendo que muitos

pecuaristas já começaram a adotar

o sistema devido a exigência de

alguns investidores e frigoríficos.

Esse termo, que, em português, significa

“cadeia de blocos”, visa monitorar

as operações realizadas ao

longo do ciclo de vida dos animais

do rebanho, desde o nascimento

até a carne no prato do consumidor

final. Neste caso, é possível gerar

rastreabilidade, transparência

e confiança nos dados registrados

dos animais ao longo da cadeia

produtiva. Além disso, é muito

importante também que as empresas

apliquem regras de compliance

(ética), possuam conselhos de administração

com membros independentes,

favoreçam a participação

feminina e de pessoas negras, e

prestem treinamento e capacitação

para o seu time corporativo.

Pilar social

No pilar social, muitos pecuaristas

têm respeitado principalmente

as populações que vivem em

torno de sua propriedade, como

pessoas carentes, povos indígenas

e quilombolas. Neste caso, há de se

preservar as terras que já são destinadas

a essas populações e, em alguns

casos, oferecer-lhes emprego,

educação, cultura, moradia e acesso

ao sistema de saúde.

Diante de toda a discussão aqui

apresentada, podemos considerar

o modelo de gestão ESG como uma

inovação nos modelos de negócio

para os próximos anos. No entanto,

todo processo de inovação tende a

ser uma prática disrruptiva, já que

necessita quebrar os paradigmas

antigos, como os sistemas de manejo

produtivo, que foram aprendidos

de maneira errada. Por isso,

é necessário desaprender e, em seguida,

reaprender, de maneira que

seja mais coerente aos novos conceitos

e métodos de produção alinhados

ao modelo ESG.

Muitos consumidores estão

cada dia mais atentos às empresas

que têm inserido os pilares

da agenda ESG aos seus valores e

propostas de gestão. Neste sentido,

muito se tem fiscalizado sobre a

prática de “greenwashing”, que são

aquelas empresas que apenas aparentam

fazer uso de boas práticas

ambientais, mas por trás negam

qualquer uma delas.

Conscientização

Portanto, alimentar o mundo

de maneira ambientalmente correta,

socialmente justa e economicamente

viável, de modo a atender

aos padrões de consumo que passarão

a ser exigidos pelas próximas

gerações, não é uma tarefa fácil.

Para isso, é necessário a aplicação

de investimentos em tecnologia,

inovação e, principalmente, liderança

por parte dos pecuaristas

e todos os demais steakholders

envolvidos na cadeira produtiva,

para que se construa um posicionamento

que permita mudanças de

paradigmas através da ação disrruptiva

da ciência.

Apesar de toda a evolução aqui

apresentada, muitos desafios ainda

precisam ser superados. Neste sentido,

é necessário que a sociedade

conheça e entenda sobre os verdadeiros

princípios holísticos do sistema

pecuário moderno. Por isso,

antes de tratar ou punir o setor

como vilão e principal responsável

pelo desmatamento e mudanças

climáticas, é importante diferenciá-lo

da atividade pecuária ilegal,

que se constitui de práticas criminosas

como: desmatamento, garimpo,

queimadas, contrabando de

madeira e especulação imobiliária

de terras. Tais práticas não podem

ser confundidas ou associadas com

a atividade pecuária profissional,

que obedece a todos os preceitos

ambientais e sustentáveis que conciliam

a produção e a conservação.

59


REVISTA O GIROLANDO

SANIDADE

Raquel Maria Cury Rodrigues,

zootecnista, especialista em Gestão da Produção

e redatora da Equipe Rúmina.

DIVULGAÇÃO RUMINA

Informação: a aliada de peso no combate à mastite

Cultura microbiológica na fazenda é uma

ferramenta indispensável

Informações de qualidade empoderam

a cadeia leiteira e abrem

caminhos para que desafios como a

mastite, e tudo o que a rodeia, sejam

resolvidos com maior certeza.

De perfil multifatorial, a mastite

permanece sendo um dos grandes

obstáculos da produção leiteira

tanto no Brasil quanto no mundo.

São inúmeras as pesquisas que se

voltam a esse tema, já que a doença

reflete em fatores importantíssimos,

como: custos de produção,

qualidade do leite, longevidade dos

animais, fornecimento de bonificações

oriundas das indústrias lácteas,

entre outros.

Um dos grandes (e principais)

passos é buscar informações atuais

sobre tecnologias e soluções que

podem contribuir para o controle

da mastite e – dentro da realidade

de cada fazenda – serem colocadas

em prática. A atualização de conceitos

e ações é válida tanto para

o próprio produtor de leite quanto

também para as pessoas que compõem

a sua equipe, desde técnicos

até os colaboradores que lidam diretamente

com os animais todos os

dias.

Cursos, treinamentos, capacitações

e eventos são sempre muito

bem-vindos e devem entrar no cronograma

da propriedade. Esse alinhamento

é fundamental a fim de

que todos falem “a mesma língua”

e, juntos, tracem um roteiro preventivo

e medidas de ações contra a

mastite que melhor se encaixem na

propriedade.

Uma pesquisa realizada na Nova

Zelândia buscou determinar os fatores

que influenciam a prescrição

de antibióticos por médicos-veterinários

e o seu respectivo uso por

produtores de leite. Foram entrevistados

22 produtores de leite e 206

médicos-veterinários, estes, avaliados

quanto ao comportamento e

itens que afetam a prescrição. Além

disso, a atitude de todos foi analisada

quando se levantou a questão

sobre o risco de resistência antimicrobiana.

Entre os produtores, o principal

motivo para a escolha de um antimicrobiano

foi o aconselhamento

veterinário, seguido pela experiência

pessoal e da fazenda. Eles afirmaram

que os veterinários eram a

fonte mais confiável de aconselhamento

para o uso de antimicrobianos.

Sobre o risco de resistência antimicrobiana,

foi relatado conhecimento

ou preocupação limitados,

com apenas 47% e 26% concordando

ou concordando fortemente

que o uso de antimicrobianos em

sua fazenda aumentaria o risco de

resistência em seu rebanho e em

humanos. A prescrição de antimicrobianos

pelos veterinários foi

predominantemente baseada no

diagnóstico e na resposta à terapia

anterior e eles consideraram principalmente

razões técnicas ao prescrevê-los.

Notem a importância do médico-veterinário

nesses casos e como

informações coerentes podem guiá-

-lo para determinar a melhor escolha

para casos de mastite na fazenda

leiteira. Além disso, o valor

do histórico do rebanho, índices

zootécnicos e dados do plantel, já

que muitos se baseiam nas respostas

que aquele determinado animal

apresentou em situações passadas

para a elaboração de um plano atual.

O estudo concluiu que são necessárias

mudanças nos padrões de

uso de antibióticos nas fazendas e

que uma comunicação clara por

parte dos veterinários sobre a esco-

60


DIVULGAÇÃO

Avaliar a qualidade do leite gera informações

importantes para a gestão do rebanho

lha, conhecimento e uso prudente

de antimicrobianos é fundamental.

E também a sua influência nos conceitos

sobre os riscos de resistência

e informações sobre a avaliação da

eficácia do uso de antimicrobianos.

Provavelmente, na prática, essas

políticas levam a um uso mais consistente

e criterioso de antibióticos

e isso reforça o quão significativo é

o conhecimento e a prática baseada

em experiências.

Resistência antimicrobiana

Uma das maiores preocupações

globais hoje é com relação à resistência

bacteriana e na pecuária

leiteira é crescente a discussão sobre

a conscientização sobre o uso

racional de antibióticos. É por isso

que bater nessa tecla e sugerir que a

fazenda se modernize nesse sentido

faz com que ela não se torne obsoleta

e se torne cada vez mais competitiva

no mercado.

Estudos indicam que a alta prevalência

de bactérias resistentes no

campo está associada ao uso excessivo

de antibióticos. No caso da

pecuária leiteira, a mastite é a principal

doença que utiliza a terapêutica

como alternativa para conter os

avanços da patologia no rebanho. É

por isso que se informar e conhecer

os patógenos causadores de mastite

é essencial e ainda contribui para

reduzir despesas, evitar descarte

de leite, entre outros. Não é à toa

que, inclusive, nunca se falou tanto

sobre protocolos seletivos da vaca

seca.

Para isso, a cultura microbiológica

na fazenda é uma ferramenta

indispensável, já que identifica os

patógenos causadores de mastite e

os resultados são obtidos em cerca

de 24h, porém, é intrínseca a interpretação

correta dos resultados

para permitir tomadas de decisão

e tratamentos adequados. Isso reforça

ainda mais a importância de

uma equipe treinada, e por que não

dizer, bem-informada?

Um estudo realizado nos Estados

Unidos comparou os resultados

de três sistemas de cultura na

fazenda interpretados por colaboradores

treinados e não treinados

com os resultados de um método

de referência laboratorial (cultura

e espectrometria de massa). Para

isso, 340 amostras de leite (280

quartos mamários e 60 compostas)

foram cultivadas simultaneamente

usando o método de referência e

três sistemas de cultura comercialmente

disponíveis. Após um período

de 18 a 24 horas de incubação, o

crescimento microbiano das placas

de cultura foi interpretado por um

microbiologista treinado (> 10 anos

de experiência) e por seis observadores

sem treinamento.

Os observadores sem treinamento

não receberam capacitação

prévia sobre a análise de amostras

de leite e, por isso, para realizar a

interpretação dos resultados, eles

foram guiados apenas pelas instruções

dos fabricantes.

Os resultados do estudo mostraram

que a experiência com análise

de amostras de leite melhora

a interpretação dos resultados de

sistemas de cultura. Isso significa

que além do manual de instruções

do fabricante, o treinamento operacional

prévio e informações sobre

aquela situação específica são fundamentais

para a correta interpretação

de resultados da cultura e para

direcionar estratégias adequadas de

controle e tratamento da mastite.

Neste caso, quando a fazenda opta

pela cultura, concomitantemente

deve ser realizado o treinamento

adequado a fim de reduzir o risco

de resultados falso-negativos e falso-positivos.

Assim, fica evidente que – para

que a propriedade leiteira seja cada

vez mais correta em suas decisões

e rume seus esforços para o melhor

caminho – a informação é (e sempre

será!) a chave-mestra.

Produção de leite pode ser afetada

por problemas sanitários

JADIR BISON

61


REVISTA O GIROLANDO

GIROLANDO KIDS

Anna Drummond Tetzner Denipote - Fazenda São

José do Can Can - Passos -MG

Diogo Pupo Martins - Fazenda Retiro -

Patrocinio - MG

Jose Anthoniel Silva Fernandes - Criatório

Girolando Lima JF Fernandes - Tourinho - MG

Maria Eduarda Pupo Martins - Fazenda Retiro -

Patrocinio - MG

Lucca Blanck - Fazenda Dois Irmãos -

Macaubal - SP

Quer ver a foto do seu filho na revista Girolando? Envie a foto junto com o nome da criança e da

propriedade para o e-mail imprensa@girolando.com.br

60 62


NOVOS ASSOCIADOS

ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO

SOCIAL DA GIROLANDO NOS MESES DE OUTUBRO/NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2022 E JANEIRO 2023.

Nº CRIADOR MUNÍCIPIO

10777

10782

10725

10730

10760

10774

10742

10758

10765

10737

10775

10736

10738

10755

10756

10786

10743

10789

10784

10732

10724

10776

10754

10781

10726

10739

10757

AGROPECUÁRIA E IMOBILIÁRIA MARIPÁ LTDA

AGROPECUÁRIA SÃO CARLOS BORROMEU LTDA

AGROPECUÁRIA TLL

ALEX CURCIO AZEVEDO

ANA CRISTINA FAGUNDES KREBS

ANDRÉ JOSÉ DA SILVA GODINHO

ANTÔNIO CARLOS ELIAS

ANTÔNIO CLÁUDIO DE FRANÇA CORRÊA

APAN AGROPECUÁRIA LTDA

AURÉLIO MIGUEL DE SANTANA ANDRADE

CARLOS ALEXANDRE JERÔNIMO VIEIRA

CARLOS HENRIQUE BITARÃES SANTOS

CARLOS MAGNO CHAVES OLIVEIRA

CLÁUDIA VALERIA DE ALMEIDA

EDER CARLOS DOS SANTOS

FERNANDO GUERRA COSER

FERNANDO MIRANDA GONÇALVES

GABRIEL ANTÔNIO PESSOA QUINTÃO

GEDEON PEREIRA FERNANDES

GENILDO FERREIRA CARDOSO

GILDA MONTEIRO DA GAMA

GIUSEPPE DIMAS DE OLIVEIRA COIMBRA

GLEDA MARA DE GOUVÊA CASTELLÕES

GUILHERME TOLEDO MARTINS

HUMBERTO DIAS

ILTON CARDOSO DOS SANTOS JÚNIOR

ISMAEL DUARTE DE ASSIS

JAGUARIÚNA - SP

BELO HORIZONTE - MG

UBERLÂNDIA - MG

MURIAÉ - MG

GOIÂNIA - GO

CARMO DO PARANAÍBA - MG

PRATINHA - MG

RIO DE JANEIRO - RJ

SÃO PAULO - SP

POÇO VERDE - SE

UBERABA - MG

NANUQUE - MG

CASTANHAL - PA

LUZ - MG

JOÃO PINHEIRO - MG

VITÓRIA - ES

SERRO - MG

JANAÚBA - MG

ITUMBIARA - GO

URUPÁ - RO

SÃO PAULO - SP

BOTELHOS - MG

JUIZ DE FORA - MG

PALMEIRAS DE GOIÁS - GO

UBERLÂNDIA - MG

VOLTA REDONDA - RJ

BELO HORIZONTE - MG

PRESIDENTE:

Domicio José Gregório Arruda Silva

VICE-PRESIDENTE:

Luiz Fernando Reis

1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO:

Marcos Amaral Teixeira

2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO:

Rubens Balieiro De Souza

1º. DIRETOR-FINANCEIRO:

José Antônio Da Silva Clemente

2º. DIRETOR-FINANCEIRO:

Luiz Cláudio Bastos De Moura

DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS:

Alexandre Lopes Lacerda

Nº CRIADOR MUNÍCIPIO

10750

10752

10790

10735

10753

10762

10761

10741

10729

10723

10748

10733

10787

10728

10746

10779

10759

10778

10744

10780

10747

10734

10749

10773

10751

10722

10731

JEAN CARLOS ALVARENGA

JOÃO BOSCO LUZ DE MORAIS

JOÃO CARLOS MARDEGAN MOZER

JOÃO VICTOR TEIXEIRA BONFIM

JOSÉ EDUARDO ALVES GOUVEIA

JOSÉ LINDOLFO QUEIROZ BARREIRA

JOSÉ LUIZ DE OLIVEIRA

JURANDIR GONÇALVES DE OLIVEIRA

MAIKENY SAMUEL PEREIRA COELHO

MARIA JOSÉ DE FIGUEIREDO PATRÍCIO

MELKSTAD AGROPECUÁRIA LTDA

MOACIR ROSSETTI

NELSON JOSE NAGEM FROTA

OSWALDO RIBEIRO JUNQUEIRA NETO

PATRICKY ANDRÉ DE SOUSA FREIRE

PAULO CESAR CHIARI

PAULO CEZAR DE SOUZA JÚNIOR

PAULO HENRIQUE LEITE MACHADO

PEDRO LÚCIO JUNQUEIRA PEREIRA

RUBENS CHAVES

SIRLEY ARAÚJO DE MENDONÇA

THIAGO FERNANDES DE OLIVEIRA CUNHA

TIAGO BATISTA BARRETO

TIAGO LOPES MOURA

TIAGO RAMOS FERREIRA

VIOLA AGROPECUÁRIA LTDA

WANDERSON DE AZEVEDO NAVEGA

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Triênio 2023 / 2025

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO:

José Renato Chiari

DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS:

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS:

Marcelo Renck Real

CONSELHO FISCAL:

Afonso Celso de Resende

Alexandre Honorato

José Luiz Zago

SUPLENTES CONSELHO FISCAL:

Alexandre Gondim Da R. Oiticica

Henrique Vieira Da Rocha

Márcio Eugênio Leite De Castro

Conselho de Representantes Estaduais:

POUSO ALEGRE - MG

GOIÂNIA - GO

RIO NOVO DO SUL - ES

GUANAMBI - BA

CACHOEIRA DOURADA - MG

BELO HORIZONTE - MG

ITURAMA - MG

PASSOS - MG

PERDÕES - MG

ALFENAS - MG

CARAMBEÍ - PR

SÃO PAULO - SP

IGARAPÉ DO MEIO - MA

ORLÂNDIA - SP

PARNAMIRIM - RN

MORRINHOS - GO

CHALÉ - MG

MEDEIROS - MG

CARMO DE MINAS - MG

ARAPONGAS - PR

INHUMAS - GO

NATAL - RN

SALVADOR - BA

BELO HORIZONTE - MG

NOVA MAMORÉ - RO

MONTE SANTO DE MINAS - MG

DUAS BARRAS - RJ

CONSELHO CONSULTIVO:

Bernardo Sousa Lima Mattos De Paiva

Everardo Leonel Hostalacio

Olavo De Resende Barros Júnior

Paulo Cruz Martins Junqueira

Ronan Rinaldi De Souza Salgueiro

SUPLENTES DO CONSELHO CONSULTIVO:

Alexandre Freitas Dos Santos

Arildo Benetti Ferreira

Aurora Trefzger Cinato Real

Nelson Ariza

Ronaldo De Souza Queiroz

AL - Alessandro Teixeira Costa

AL - André Gama Ramalho

AL - João Paulo Brandão Do Amaral

AM - Ildo Lucio Gardingo

AM - Muni Lourenço Silva Júnior

BA - Cláudio Micucci Vaz Almeida

BA - Dirleia Santos Meira

BA - Fabricio Lima Costa

BA - Francisco Peltier De Queiroz Filho

BA - Marinaldo Da Silva Rocha

BA - Valdemir Acácio Osório

CE - Eduardo Felicio Calou Rodrigues Costa

CE - Rafael Carneiro Da Silveira

ES - José Luiz Vivas

ES - Rodrigo José Gonçalves Monteiro

ES - Weverton Machado Bastos

GO - Diego Hilario Ribeiro

GO - João Domingos Gomes Dos Santos

GO - Léo Machado Ferreira

GO - Luiz Eduardo Branquinho

MA - Joeldo Oliveira Lima

MG - Cleiton Gonzaga Castilho

MG - Eutálio Marcio Da Silva

MG - Evandro Do Carmo Guimarães

MG - Guilherme Mendes Rodrigues

MG - Gustavo Frederico Burger Aguiar

MG - João Dário Ribeiro

MG - João Machado Prata Júnior

MG - José Coelho Da Rocha

MG - José Humberto Resende

MG - Luciano Paiva Nogueira

MG - Marcelo Zuculin Junior

MG - Maria Cristina Alves Garcia

MG - Otavio Pereira Dos Santos Neto

MG - Renato Miglio Martin

MG - Roberto Martins De Andrade

MG - Roberto Martins Villela

MG - Rodrigo Lauar Lignani

MG - Sérgio Reis Peixoto

MG - Túlio Sertã Junqueira

MG - Vitor Cezar Vellozo

MS - Eduardo Folley Coelho

MS - Fábio Taveira Sandim

MS - Francisco De Paula Ribeiro Jr.

MS - Gustavo Henrique Panucci Da Silva

MS - Paulo César Doninho Pellegrini

MS - Reinaldo Vilela De Moura Leite

MS - Renato Prado Medrado

MS - Thiago Barros Xavier

MS - Thiago Nogueira Lemos

MT - Luciano Ferrari

PA - Adelino Junqueira Franco Neto

PB - Waerson José Souza

PE - Cristiano Nóbrega Malta

PI - Hermógenes Almeida De Santana Júnior

PI - José Gomes Do Amaral Neto

RJ - André Gustavo Vasconcellos Monteiro

RJ - Jean Vic Mesabarba

RJ - José Gabriel De Souza Machado

RJ - Luiz Carlos Bandoli Gomes

RN - Aécio Pinheiro Fernandes

RN - Alexandre Carlos Mendes

RN - Manoel Montenegro Neto

RN - Ricardo José Roriz Da Rocha

RO - Darcy Afonso Da Silva Neto

RO - Gilberto Assis Miranda

RO - Otayr Costa Filho

RS - Jairo Andre Gorczevski

RS - José Adalmir Ribeiro Do Amaral

SE - Carlos Augusto Santos Da Paixão

SE - Fúlvio Breno De Oliveira Lima

SE - João Bosco Machado

SE - Lafayette Franco Sobral

SE - Marciano Machado De Andrade Júnior

SP - Alexandre Pereira Da Costa

SP - Carlos Adalberto Rodrigues

SP - Fructuoso Roberto De Lima Filho

SP - João Pedro Ayres Neves De Azevedo

SP - Raul De Oliveira Andrade Neto

SP - Rubens Aparecido Câmara Júnior

TO - Napoleão Machado Prata

CDT

Membros Natos

Márcia Tereza Vieira Scarpati

Leandro de Carvalho Paiva

Membros Efetivos

José Renato Chiari , Edivaldo Ferreira Júnior,

Gustavo Sousa Gonçalves, Tiago Moraes Ferreira,

Marcello Mamedes dos Santos, Maurício Silveira Coelho,

Olavo de Resende Barros Júnior, Adriano Fróes Bicalho,

Cláudio André da Cruz Aragon

63


FALE CONOSCO

Nome Cargo/Profissão Telefone Email Cidade/UF

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

Depto. Financeiro / ADM / MKT

Dúvidas / Reclamações: faleconosco@girolando.com.br

SUPERINTENDÊNCIA TÉCNICA E PMGG

EQUIPE DE CONSULTORES TÉCNICOS DO SRGRG

ADT

Assessoria de Imprensa

Assessoria Executiva da Diretoria

Bottons

Cobrança

Compras

Contabilidade

Contas a pagar

Controle Leiteiro

Departamento do Colégio de Jurados

DNA

Faturamento

Genealogia

Gerência de Projetos

Grife

Marketing

PMGG / Teste de Progênie

Protocolo

Recursos Humanos

Reprodutivo

Secretaria Executiva da Diretoria

Secretaria Executiva do Departamento Técnico

Superintendência Administrativa e Financeira

Superintendência de Tecnologia da Informação

Web Girolando

Leandro de Carvalho Paiva

Edivaldo Ferreira Júnior

Frederico Eduardo Martins de Paiva

José Wagner Borges Júnior

Mariana D’Angelo Moreno

Yasmine Micaella Lopes Loubach e Silva

André Nogueira Junqueira

Antônio Carlos Alves Brum

Ariana de Miranda Barros

Breno de Morais Cavalcanti

César Júnior Santos Dellatesta

Cléssio José Gomes Moreira

Dagmar Aparecido Rezende Ferreira

Diogo Balderramas Hulpan Pereira

Érico Maisano Ribeiro

Euclides Prata dos Santos Neto

Fabiano Samuel Balistieri

Fernando Boaventura Oliveira

Gabriel Khoury da Costa

George Abreu Filho

Geraldo Victor Rodrigues

Gilmar Sartori Júnior

José Renes da Silva

Juscelino Alves Ferreira

Katilene Lima Moraes

Leandro Rodello

Limírio Cézar Bizinotto

Lívia Tavares da Silva

Marcello de Aguiar R. Cembranelli

Maurício Bueno Venâncio Silva

Nilton Cézar Barcelos Júnior

Pétros Camara Medeiros

Raphael Henrique Machado Stacanelli

Samuel Silva Bastos

Thiago Cavalcanti de Almeida

Wewerton Bibiano Resende Rodrigues

Willian de Oliveira Santos

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

Inspetora Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetora Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetora Técnico SRGRG - Méd. Veterinária

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

Telefone: (34) 3331-6000 Site: www.girolando.com.br E-mail: girolando@girolando.com.br

Superintendente Técnico - Zootecnista

(34) 99108-1925

Sup. Técnico Suplente e Coord. Técnico PMGG - Zootecnista (34) 99113-2315 / 99686-3813

Técnico PMGG e Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista (34) 99159-3213

Técnico PMGG e Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista (34) 98823-8267 / 99971-4367

Técnica PMGG e Inspetora Técnica SRGRG - Zootecnista (34) 99290-4950

Técnica PMGG e Inspetora Técnica SRGRG - Méd. Veterinária (34) 99868-3228

(37) 99964-8872 / (31) 99413-3808

(33) 99905-6480

(94) 99154-0569

(79) 99988-3326 / 99125-1393

(65) 99986-2926

(88) 99608-4982 / 99272-5788

(67) 99679-3440

(61) 99853-1020

(28) 99939-1501

(34) 99972-3965

(66) 99995-5985

(34) 99248-0302

(75) 99981-0581 / (34) 99284-0581

(89) 99904-6484

(38) 99168-7566

(43) 9972-7576

(34) 99972-7882 / 99113-9613

(34) 99978-2237

(64) 99600-1814

(14) 99754-7595

(34) 99972-2820

(92) 99139-7097

(34) 98851-2831 / (51) 98047-7565

(65) 9920-2004

(34) 98403-7452 / (17) 99656-3380

(31) 97512-3456

(37) 99919-7808 / (34) 99969-1517

(12) 99606-5779 / 98120-0879

(81) 99945-6439

(32) 99979-6419 / 99105-8015

(69) 99277-9115

adt@girolando.com.br

imprensa@girolando.com.br

jmauad@girolando.com.br

bottons@girolando.com.br

cobranca@girolando.com.br

compras@girolando.com.br

contabilidade@girolando.com.br

contas@girolando.com.br

scl@girolando.com.br

cjrg@girolando.com.br

dna@girolando.com.br

faturamento@girolando.com.br

genealogia@girolando.com.br

projetos@girolando.com.br

grife@girolando.com.br

marketing@girolando.com.br

pmgg@girolando.com.br

protocolo@girolando.com.br

rh@girolando.com.br

reprodutivo@girolando.com.br

diretoria@girolando.com.br

cjrg@girolando.com.br

sup.administrativo@girolando.com.br

sup.tic@girolando.com.br

duvidasweb@girolando.com.br

sup.tecnico@girolando.com.br

ejunior@girolando.com.br

fmartins@girolando.com.br

jowagner@girolando.com.br

mmoreno@girolando.com.br

yloubach@girolando.com.br

anjcativo@hotmail.com

acarlosbrum@gmail.com

aryana.barros@hotmail.com

br_cavalcanti@yahoo.com.br

juniorcsd@hotmail.com

clessiomoreira@hotmail.com

dagmarezende@hotmail.com

d.balderramas@yahoo.com.br

eribeiro@girolando.com.br

eneto@girolando.com.br

balistieri@gmail.com

fboaventura@girolando.com.br

gabriel.khoury@hotmail.com

georgeabreu16@hotmail.com

geraldozootecnista@hotmail.com

gilmar@mamelle.com.br

jsilva@girolando.com.br

jferreira@girolando.com.br

katilene103@hotmail.com

inreproconsultoriapec@gmail.com

lbizinotto@girolando.com.br

liviatavares50@hotmail.com

marcreproducao@bol.com.br

mvenancio@girolando.com.br

nbarcelos@girolando.com.br

pmedeiros@girolando.com.br

rstacanelli@girolando.com.br

sbastos@girolando.com.br

talmeida@girolando.com.br

mais_genetica@yahoo.com.br

willianvet2009@hotmail.com

Uberaba/MG

Uberaba/MG

Uberaba/MG

Uberaba/MG

Uberaba/MG

Uberaba/MG

Oliveira/MG

Manhuaçú/MG

Redenção/PA

Aracaju/SE

Juscimeira/MT

Fortaleza/CE

Campo Grande/MS

Brasília/DF

Guaçuí/ES

Uberaba/MG

Tapurah/MT

Uberaba/MG

Feira de Santana/BA

Corrente/PI

Montes Claros/MG

Arapongas/PR

Uberaba/MG

Uberaba/MG

Jataí/GO

Araguaína/TO

Uberaba/MG

Manaus/AM

Santa Cruz do Sul /RS

Cuiabá/MT

São José Rio Preto/SP

Belo Horizonte/MG

Oliveira/MG

Jacareí/SP

Recife/PE

Divino de São Lourenço/ES

Ji-Paraná/RO

64 62


CONHEÇA TODOS OS TOUROS

DA BATERIA DE LEITE TROPICAL 2023

DA SELECT SIRES

ACESSE A VERSÃO

DIGITAL DO NOVO CATÁLOGO

LEITE TROPICAL 2023

@selectsiresdobrasil

select-sires-do-brasil

selectsiresbrasil

A Fonte da Melhor Genética

selectsiresbrasil

www.selectsires.com.br

65

Rua São Nicolau, 230, Pavilhão 6B | Santa Maria Goretti | Porto Alegre - RS | 91030-230 | Fone: 55 51 3222-9688


66

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!