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Revista Girolando edição 129 jan/fev/mar 2022

Tudo sobre a pecuária leiteira e a raça Girolando

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REVISTA O GIROLANDO

MENSAGEM DA DIRETORIA

Odilon de Rezende Barbosa Filho

PRESIDENTE

Eugênio Deliberato Filho

VICE-PRESIDENTE

Marcos Amaral Teixeira

1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

Márcio Luís Mendonça Alvim

2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

José Antônio da Silva Clemente

1º. DIRETOR-FINANCEIRO

Luiz Fernando Reis

2º. DIRETOR-FINANCEIRO

Domício José Gregório A. Silva

DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS

José Renato Chiari

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

DIRETORA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Aurora Trefzger Cinato Real

DIRETORA DE FOMENTO E EVENTOS

Uma das missões da Associação Brasileira dos Criadores de

Girolando, como delegada do Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento (Mapa), é trabalhar pela promoção e

fomento da raça em todo o Brasil, além, é claro, da parte técnica

de registro genealógico e melhoramento. O fato de termos

alcançado no ano passado a marca de 2 milhões de registros

prova que a Girolando é uma raça que conquistou o País por seu

grande potencial produtivo, de rusticidade, docilidade, adaptabilidade

etc.

Mas, cientes de nosso papel como guardiões do padrão racial

e avanço genético do Girolando, precisamos dar mais um

passo à frente. É necessário elevar o número de animais 5/8 e

Puros Sintéticos, que representam a raça propriamente dita,

conforme determinação do Mapa, de 1988, quando aprovou o

“Regulamento para Formação da Raça Bovina Girolando”. Temos

vários exemplos de criadores que vêm apostando no 5/8 e

PS com grande êxito, confirmando que essa composição racial

foi feita para atender as exigências da pecuária tropical.

Hoje, temos uma base genética de extrema qualidade que

nos permite chegar ao 5/8 e PS com muito mais segurança e de

forma mais acelerada que nas primeiras décadas de existência

da raça. Com os avanços do PMGG e o trabalho de seleção feito

pelos criadores, temos o melhor cenário já visto para a formação

de rebanhos 5/8 e PS.

Durante a Atualização Técnica Nacional 2022, que realizamos

em fevereiro, com a participação de todos os nossos técnicos,

debatemos sobre as oportunidades, desafios e objetivos

para o avanço do Girolando. Muitas novidades estão por vir e

algumas delas serão anunciadas no lançamento do Sumário de

Touros 2022, na Megaleite.

Mas para que essa evolução seja constante precisamos de esforço

conjunto de todos os criadores. Sem medir, coletar dados,

participar das provas zootécnicas e avaliar o rebanho, não há

programa de melhoramento que funcione. Não adianta coletar

o dado em sua fazenda e não compartilhá-lo com a Girolando.

O PMGG só avança se for alimentado constantemente com informações

de qualidade e com grande quantidade.

Quanto mais avaliações genéticas a raça tiver, mais preciso

será para o criador produzir matrizes e touros melhoradores,

independente da composição racial que tenha definido para selecionar.

Os animais 5/8 e PS são a raça propriamente dita, porém

só atingiremos a qualidade almejada se utilizarmos matrizes

CCG 1/2, CCG 1/4 ou CCG 3/4 de alta qualidade genética,

assim como os touros, nos cruzamentos estabelecidos.

Portanto, a campanha de marketing que iniciamos em março,

intitulada “Raça Girolando PS e 5/8 – Potência Genética,

Máxima Produtividade – A Raça Nacional” é um chamado para

a melhoria constante de todas as composições raciais que registramos

na entidade. Só assim, em um futuro breve, poderemos

atingir o objetivo traçado pelo Ministério na época da oficialização

da raça, que é ter um rebanho expressivo e de qualidade

de Girolando Puro Sintético.

Vivemos um momento no qual é preciso minimizar os erros

e otimizar os acertos. Dar velocidade e ritmo ao melhoramento

genético do Girolando não é apenas uma tendência, é

uma questão de necessidade. E somente com a união de todos

os criadores e associados conseguiremos trilhar, com sucesso,

esse caminho. Venha conosco nessa jornada pela consolidação

do Girolando – A Raça Nacional!

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REVISTA O GIROLANDO

EDITORIAL

por Larissa Vieira

Editora

São muitas as variáveis que podem interferir no

desempenho da pecuária leiteira em 2022, tanto do

ponto de vista interno quanto externo. Análise feita

em março, pelo Centro de Inteligência do Leite, da

Embrapa Gado de Leite, aponta que o petróleo subiu

cerca de 30% no mercado internacional; o milho,

20%; e a soja, 10%, desde o início da guerra entre a

Rússia e a Ucrânia, no final de fevereiro de 2022. São

produtos com impactos diretos no custo de produção

de leite e derivados. O leite no mercado spot alcançou

o maior valor em seis meses, em Minas Gerais:

R$2,54, sinalizando que há espaço para aumento do

preço pago ao produtor.

Pode ser que quando você estiver lendo este texto

(escrito em meados de março) a guerra entre os dois

países tenha acabado (assim esperamos), mas não

seus efeitos negativos, já que a recuperação econômica

leva tempo. Então, é hora de buscar alternativas,

revisar o plano de negócios, e acertar a rota para minimizar

uma crise que infelizmente nenhum de nós

procurou.

Um passo importante nesta direção é controlar os

custos. Para este número da revista, fomos conversar

com o professor da Universidade Estadual de Mato

Grosso do Sul (UEMS) e doutor em Economia Aplicada,

Andre Rozemberg Peixoto Simões. Segundo ele,

o cálculo do custo de produção não pode ser ignorado,

como vem ocorrendo em muitas propriedades

rurais. Na entrevista, ele explica como funcionam as

principais metodologias, o que levar em conta nos

custos, a frequência com que esse levantamento deve

ser analisado e pontua sobre a tomada de decisão em

um cenário turbulento como o apresentado até agora

em 2022.

Nesta edição você também vai ficar por dentro dos

avanços das pesquisas com a raça Girolando, cujos

resultados serão incorporados ao Programa de Melhoramento

Genético da Raça Girolando (PMGG) a

partir deste ano. Vem aí a avaliação genética para termotolerância,

avaliação genética multirracial e mais

novidades referentes à longevidade e persistência de

lactação.

Já na área de pastagem, trazemos uma novidade.

O Brasil desenvolveu a primeira cultivar ruziziensis,

chamada de BRS Integra, adaptada às condições de

solo e clima do País. Ela apresenta maior produção de

forragem na entressafra e é indicada para sistemas integrados

de lavoura, pecuária e floresta.

Em outro artigo destacamos que a utilização do

pastejo rotacionado é uma alternativa competitiva ao

pecuarista que busca melhorar a lucratividade de sua

propriedade.

Falando da raça Girolando, trazemos uma série

de reportagens com criadores que apostaram nos animais

5/8 e Puros Sintéticos para desenvolverem seus

projetos pecuários com sucesso. A Associação Brasileira

dos Criadores de Girolando também está desenvolvendo

uma campanha para incentivar em todo o

Brasil a utilização do 5/8 e PS, pois trata-se da composição

racial estipulada pelo Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento para fixar a raça.

Na parte sustentável, fomos conhecer o projeto

da criadora Maria Beatriz Zago. Ela faz aproveitamento

da água da chuva, conta com usina fotovoltaica, aduba a

lavoura com bactérias produzidas na fazenda, investe

em bem-estar ambiental e aposta em produção de leite

sem uso de ocitocina e BST.

Esta edição ainda traz os resultados de exposições

e a agenda de eventos que estão por vir. Confiram nas

páginas seguintes. Boa leitura!

EXPEDIENTE

Revista Girolando: Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando • Editora: Larissa Vieira lamoc1@gmail.com

• Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888 - Míriam Borges (34) 9 9972-0808 miriamabcz@mundorural.org • Design gráfico: Yuri Silveira

(34) 9 9102-7029 artes@mundorural.org • Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler • Fotografias: Jadir Bison (34) 99960.4810 jadirbison@yahoo.

com.br • Conselho editorial: Odilon de Rezende Barbosa Filho, Leandro Paiva, Domício Arruda Silva, Tatiane Tetzner, Miriam Borges e Larissa Vieira

• Impressão CTP: Gráfica 3 Pinti (34) 3326-8000 • Tiragem: 6.000 exemplares • Periodicidade: Trimestral (Março, Maio, Julho e Setembro) •

Circulação: Dia 15 dos meses ímpares • Distribuição: Para todo o Brasil via correios e Disponível na versão on line no site www.girolando.com.

br. • Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG • Telefone: (34) 3331-6000 • Assinaturas: R$ 98,00/ano –

financeiro@mundorural.org • 22 anos de circulação ininterrupta

revistagirolando @ogirolando girolando.com.br revistagirolando

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REVISTA O GIROLANDO

Índice

MENSAGEM DA DIRETORIA 04

EDITORIAL 06

GIRO LÁCTEO 10

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES 12

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES 14

LONGEVIDADE E PERSISTÊNCIA NA LACTAÇÃO EM ANIMAIS DA RAÇA GIROLANDO 20

ESTRESSE TÉRMICO NA RAÇA GIROLANDO: AVALIAÇÃO

GENÔMICA PARA TERMOTOLERÂNCIA 22

AVALIAÇÃO GENÔMICA MULTIRRACIAL – PERSPECTIVAS PARA A RAÇA GIROLANDO 24

CONSOLIDAÇÃO DO PURO SINTÉTICO E 5/8 32

DICA TÉCNICA PARA FORMAÇÃO DO 5/8 E PS 36

VITRINE TECNOLÓGICA DE GIROLANDO 37

BRASIL DESENVOLVE PRIMEIRA CULTIVAR RUZIZIENSIS 44

INTENSIFICAR PRODUÇÃO COM PASTEJO ROTACIONADO 47

O DESAFIO DO CRÉDITO 48

MONITORAMENTO AUXILIA NA TOMADA DE DECISÃO 50

30 ANOS DA TECNOLOGIA QUE REVOLUCIONOU A PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL 52

AVANÇOS GENÉTICOS, MERCADO E SUCESSÃO NO AGRO 55

AGENDA REPLETA DE GRANDES EVENTOS 56

NOVOS ASSOCIADOS 59

CONSELHO 59

GIROLANDO KIDS 60

FALE CONOSCO 62

40

Sustentabilidade na

prática

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Meu negócio é rentável?

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MATÉRIA DE CAPA

Apaixonados pelo Puro

Sintético e 5/8

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REVISTA O GIROLANDO

GIRO LÁCTEO

por Miriam Borges

Fertilizantes

A partir de abril, pesquisadores e técnicos

da Embrapa começarão a visitar cerca de

30 polos produtivos de nove macrorregiões

agrícolas do Brasil, com o objetivo de promover

o aumento da eficiência de uso dos

fertilizantes e insumos no campo, diminuir

custos de produção dos produtores rurais

e estimular a adoção de novas tecnologias

e de boas práticas de manejo de solo, água

e plantas. A ação está entre as medidas de

curto e médio prazos do Plano Nacional de

Fertilizantes, para reduzir a dependência externa

por importação de produtos e tecnologias,

situação agravada pelo conflito entre

Rússia e Ucrânia. A Embrapa e instituições

parceiras também têm outras ações em sua

programação de pesquisa para ajudarem a

diminuir a dependência brasileira de fertilizantes

importados. Também estão sendo

desenvolvidas estratégias de fomento e financiamento

para aumento da produção de

bioinsumos, fertilizantes organominerais,

nanotecnologia e agricultura digital. A meta

é reduzir em 25% a demanda por fertilizantes

importados até 2030.

Mercado de genética

A nova edição do Index Asbia apontou que

a comercialização de sêmen em 2021 foram

bem significativas. Dentro do Brasil, as vendas

de genética para o cliente final aumentaram

18%, com 25.449.957 doses vendidas

no País, contra 21.575.551, em 2020. O setor

leiteiro respondeu por um crescimento de

6% nas vendas. A exportação de genética

brasileira para o exterior também chama a

atenção. Em 2020, 508.096 doses de sêmen

foram vendidas e no ano passado esse número

subiu para 865.737, ou seja, houve um

crescimento exponencial de 70%, segundo

dados da Associação Brasileira da Inseminação

Artificial (Asbia). A prestação de serviço

também marcou um aumento expressivo:

foram 2.390.636 doses destinadas para

esse intuito, um pulo de 47% em relação a

2020, quando foram contabilizadas 1.621

937 doses.

Temperamento das vacas

Vacas mais bravias chegam a emitir quase

40% a mais de metano entérico por quilo

de leite, se comparadas às fêmeas mais calmas.

O resultado veio de pesquisa realizada

com a raça Girolando e conduzida pela

Embrapa e Universidade Federal de Juiz de

Fora. Verificou-se que as mais reativas destinaram

25,24% menos energia líquida para

a lactação, enquanto as vacas mais calmas

alocaram 57,93% mais essa energia para a

produção de leite. O temperamento dos animais

possui um componente herdável, mas

as condições ambientais também interferem

no caráter das vacas. Embora os programas

de melhoramento genético bovino tenham

obtido conquistas nesse aspecto, o manejo

racional, aliado a um ambiente calmo no

momento da ordenha, deve ser adotado,

pois favorece a produção e a sustentabilidade

ambiental.

Legado no Girolando

O ex-presidente da Girolando, Renato Miranda

Caetano Borges, faleceu no dia 24 de

fevereiro, na cidade de Uberaba/MG, aos 83

anos de idade. Entusiasta do melhoramento

genético, presidiu a Associação Brasileira

dos Criadores de Girolando de 1999 a 2001,

conduzindo na época uma série de ações

para o fomento e promoção da raça. Era

proprietário da Fazenda Tamboril do Cassu,

em Uberaba, sua cidade de origem. Recebeu

diversas homenagens da Associação

de Girolando por sua atuação em favor da

raça. Uma delas ocorreu em 2013, quando

foi agraciado com o Mérito Girolando, por

seu trabalho à frente da entidade.

Mais legados

A raça Girolando perdeu também dois

grandes incentivadores. O criador Geraldo

Pinto Fiúza, conhecido também como

“Geraldo Mesquita”, da Fazenda Canoas,

em Luz/MG, faleceu no dia 11 de fevereiro.

Desde 1996, ele era associado da Girolando

e foi apoiador do Brazilian Girolando, projeto

internacional do qual a Fazenda Canoas

fez parte. Geraldo Mesquita foi um selecionador

tradicional no Centro-Oeste de Minas.

Ele tinha 92 anos. Já no dia 19 de janeiro

faleceu a criadora Nazareth Dias Pereira, da

Fazenda Sertão, de Carmo de Minas/MG.

Seu trabalho mereceu o reconhecimento

da Girolando, que em 2012 a homenageou

com o Mérito Girolando, na categoria “Mulher”.

Além da criação de Girolando, ela atuava

na produção e comercialização de cafés

de alta qualidade.

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Tão importante

quanto o cuidado

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REVISTA O GIROLANDO

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

Bovibacter

Mais um lançamento da UCBVET traz

alternativa para o tratamento de animais

leiteiros. O repositor de flora Bovibacter®

maximiza a produção. Trata-se de uma

pasta oral, composta por uma associação

de probióticos, vitaminas e energia, indicada

para bovinos em todas as fases da

produção.

Soluções sustentáveis da Embaré

A Embaré firmou parceria com a Polen,

startup que oferece soluções sustentáveis

com tecnologia blockchain (que permite

rastrear o envio e recebimentos de informações

pela internet) para a certificação

e comprovação da reciclagem dos resíduos

gerados pelas suas embalagens. Esse

projeto permite a empresa abraçar tanto

a parte ambiental quanto a social, já que

as embalagens colocadas no mercado pela

Embaré são recolhidas e destinadas para

novas cadeias produtivas, fomentando

a Economia Circular a partir do investimento

e desenvolvimento de diversos

operadores de reciclagem espalhados pelo

Brasil.

No segundo semestre de 2021, a Embaré

fez a compensação de 1.365 toneladas,

sendo 933 de papel e 432 de plástico, que

são repassadas para diversas cooperativas,

por meio dos créditos de logística reversa.

Esse montante representa 83,95% da meta

de reciclagem da companhia estipulada

para 2020, que corresponde à reciclagem

de 22% do volume de embalagens colocadas

no mercado. Tal iniciativa evitará a

emissão de 80,48 toneladas de gás carbônico

(CO²) na atmosfera.

Mais sustentabilidade

A redução da emissão de carbono na atmosfera

está no radar das políticas de

sustentabilidade da Embaré, que tem adotado

de forma crescente a utilização de

fontes renováveis de energia, através da

modernização de suas fábricas com máquinas

e equipamentos cada vez mais eficientes

e que consomem menos energia,

além da introdução de tecnologias mais

eficientes em todos os seus processos. A

empresa está estudando a viabilidade da

implementação de veículos elétricos em

sua frota logística.

Alta nos suplementos minerais

O diretor de Marketing do Negócio de

Ruminantes Brasil da DSM (Tortuga),

Juliano Sabella, é o novo presidente da

Associação Brasileira das Indústrias de

Suplementos Minerais (Asbram). Ele

apresentou o balanço do segmento em

2021, quando foram comercializados 2,55

milhões de toneladas, um crescimento de

6,6% sobre 2020. O total de animais suplementados

também evoluiu bem e quebrou

o recorde destes cinco anos: 68,3 milhões

de animais, um aumento de 5,6%.

O melhor resultado foi conseguido pelos

produtos proteicos. Olhando para os estados,

o maior volume comercializado

no ano passado concentrou-se em Mato

Grosso, enquanto Sergipe obteve a maior

evolução: 45%.

Controle da mosca-do-chifre

Os pecuaristas brasileiros dispõem de soluções

rápidas e eficazes para combater a

presença da mosca-do-chifre nos rebanhos.

A combinação de princípios ativos

é essencial para agir contra o parasita sem

prejudicar a produção. É o caso do brinco

mosquicida Fiprotag 210, da Vetoquinol,

que possui formulação inovadora com

associação exclusiva de Fipronil com Diazinon.

A tecnologia combina dois ativos

com modos de ação complementares, que

proporcionam o rápido controle da mosca-do-chifre

e pode proteger os bovinos

por até 210 dias. Importante: o produto

tem carência zero para produção de leite.

Basta um brinco por animal, aplicado na

parte central do pavilhão auricular.

Registro de CPRs

O ano de 2022 deve marcar um salto considerável

nas negociações agrícolas via

Cédulas de Produtos Rurais Financeiras

(CPRs) no País, impulsionadas pela forte

demanda do mercado por crédito rural.

A Ceres Investimentos, que desde o final

do ano passado firmou parceria com a

B3 para atuar nesse tipo de serviço, estima

superar a marca de R$100 milhões de

emissões em CPRs, utilizadas para obtenção

de recursos por parte de agricultores e

distribuidoras de insumos, com o objetivo

de financiar suas produções mediante

a entrega futura de produtos. De acordo

com Tiago Rodrigues, diretor de Operações

da Ceres Investimentos, um dos

fatores que contribuirá para esse cenário

é a agilidade no registro das CPRs, que

passou a ser feita digitalmente. Enquanto

a CPR registrada em cartório tem prazo

de 10 dias úteis para ser emitida, a versão

digital fica pronta na hora. Isso permite ao

produtor ter maior poder de decisão no

momento de fechar o negócio, deixando

para emitir a CPR quando as commodities

estiverem mais valorizadas, tornando,

assim, a operação mais rentável. Outro

fator que pode contribuir para elevar as

emissões desses títulos no Brasil é a maior

difusão da operação de Barter (atrelada à

CPR na maioria dos casos), uma opção

para financiamento da safra.

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REVISTA O GIROLANDO

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

Nova diretoria da ABMRA

A Associação Brasileira de Marketing

Rural e Agronegócio (ABMRA) elegeu

sua nova diretoria para o biênio

2022/2023. Ricardo Nicodemos, até então

vice-presidente executivo, assume

a presidência, substituindo Jorge Espanha.

Júlio Cargnino assume como vice-

-presidente. “Nesta gestão, serviremos

aos nossos associados, ajudando-os com

informações e compartilhando conhecimento

para que possam aplicar as boas

práticas do marketing e da comunicação

em seu dia a dia e para que possam construir

estratégias eficazes. Mas também

estamos colocando toda a experiência

de um grupo de diretores formado por

experientes executivos de marketing e

comunicação a serviço do setor, para

ajudarmos os elos da cadeia do Agro a

se comunicarem melhor”, explica Nicodemos.

Critérios de seleção

Produtores de todo o Brasil tiveram

oportunidade única em fevereiro, de investir

em embriões bovinos das raças Girolando,

Holandesa e Holandesa HVB.

No programa Semex Embryos, oferecido

pela Semex Brasil, com uso da tecnologia

líder do Cenatte Embriões, parceiro

Boviteq do Canadá, a seleção dos touros

para a produção de embriões aconteceu

adotando alguns cuidados: os touros selecionados

são os de destaque da nossa

bateria; têm sua saúde criteriosamente

avaliada; apresentam prova com alto índice

de produção de leite e conformação.

Tudo isso para entregar aos produtores

progênies de alto desempenho. As receptoras

selecionadas para o programa

precisam apresentar boa saúde e serem

preparadas com cautela, considerando o

sistema reprodutor, condição nutricional

e controle de parasitos.

Sucedâneos lácteos

O sucedâneo lácteo Nattimilk, da Auster,

contribui para o maior desenvolvimento

de massa magra nas bezerras. Isso ocorre

porque sua formulação contém um nível

mais elevado de lactose, relação mais

estreita entre proteína e gordura (que é

micro-encapsulada), melhorando a sua

digestão e aproveitamento. Formulações

de sucedâneos lácteos possibilitam

o correto desenvolvimento das bezerras,

garantindo melhores índices produtivos

na fase adulta.

Vacinação aftosa

A vacinação contra a febre aftosa em

2022 terá alteração nos seguintes estados:

Bahia, Distrito Federal, Espírito

Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso

do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Sergipe,

São Paulo e Tocantins. Nesses estados,

a vacinação de maio será destinada

aos bovinos e bubalinos até 24 meses. Já

em novembro o produtor deve vacinar

os animais de todas as idades. Também

houve inversão da estratégia de vacina-

ção anti-rábica dos herbívoros nas etapas

de 2022, nos municípios considerados

de alto risco. Em maio o produtor rural

deverá imunizar contra raiva os bovinos,

bubalinos, equídeos, caprinos e ovinos

até 12 meses e, em novembro, os animais

de todas as idades. A movimentação de

animais durante as duas etapas de vacinação

continuará seguindo as mesmas

regras dos anos anteriores.

A medida foi tomada pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(Mapa) para garantir que tenha vacina

para imunização de rebanhos em todo o

Brasil.

Controle biológico

O controle biológico pode ser utilizado

para combater a infestação de parasitas,

como o carrapato-do-boi. A Decoy oferece

uma solução voltada ao combate

do carrapato-do-boi que é aplicada no

ambiente e no próprio animal. O controle

biológico funciona a partir de uma

tecnologia que utiliza organismos vivos

que extinguem uma população de praga

específica, tornando-a menos abundante

e menos danosa. São utilizados esporos

de fungos, inimigos naturais do carrapato,

para controlar a praga. Ao entrar

em contato com o carrapato, o esporo

germina e se desenvolve no seu corpo,

levando-o à morte. O tratamento estratégico

nos animais e na pastagem garante

um controle total da população de carrapato

na propriedade, já que a maior parte

da infestação está presente no ambiente.

Inoculantes Matsuda

A Matsuda possui em seu portfólio

inoculantes para silagem com cepas de

bactérias específicas para cada material

escolhido e que contribuem para a conservação

da qualidade e longevidade do

alimento contido no silo. A linha Silomax

Gold conta com o Silomax Gold

Centurium (para ensilagem de capins

em geral), Silomax Gold Cana e Silomax

Gold Milho. Com recomendações de

uso que variam de 2 a 4 gramas do produto

contido no frasco diluídos por litro

de água, a calda, após preparada, deve

ser utilizada no prazo de 24h e tem o seu

rendimento diretamente ligado a qualidade

do material a ser ensilado.

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REVISTA O GIROLANDO

ENTREVISTA

por Larissa Vieira

Meu negócio é rentável?

Para responder essa pergunta, você precisa fazer uma boa

gestão financeira da atividade. O cálculo do custo de produção

não pode ser ignorado. Quem garante é o professor

da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e

doutor em Economia Aplicada, Andre Rozemberg Peixoto Simões.

Existem diversas metodologias para isso, mas é importante

entender que, uma vez que você decida qual abordagem

de custo utilizar, siga com ela até o final sem misturar as coisas.

Em entrevista à revista Girolando, Simões explica como

funcionam as principais metodologias, o que levar em conta

nos custos, a frequência com que esse levantamento deve ser

analisado e pontua sobre a tomada de decisão em um cenário

turbulento como o apresentado até agora em 2022.

Girolando

Andre Rozemberg

Peixoto Simões

Nos últimos anos, os custos de produção

vêm corroendo a rentabilidade

na pecuária. Como a situação deve

ficar em 2022, já que determinados

insumos utilizados na produção de

grãos voltados para silagem estão em

falta no mercado internacional?

Primeiramente é bom termos a ideia

de que a rentabilidade deve ser pensada

como uma função resultante, dos custos,

das receitas e do capital investido.

Pelo lado das receitas, temos o volume

de produção e o preço do leite como as

variáveis importantes. Outros componentes,

como a venda de animais, também

podem compor a receita da atividade

leiteira.

Pelo lado dos custos, o importante

é entendermos que ele é definido pela

quantidade de insumos utilizados e

pelos seus preços de mercado. Quando

essa relação de receitas menos custos é

comparada com o capital investido na

atividade leiteira, temos então o conceito

de rentabilidade.

O que eu quero dizer com isso é que

o simples aumento de custo não significa

que a rentabilidade está diminuindo;

no entanto, o aumento do preço dos insumos

realmente é um dos componentes

que mais impacta no resultado da

atividade.

Estamos vivendo tempos inusitados

com o efeito de grandes eventos impactando

todos os setores econômicos, não

só no Brasil, mas no mundo todo. Temos

uma pandemia que ainda não encerrou

seus efeitos e temos agora uma

guerra em andamento que não tem

precedentes desde a Segunda Grande

Guerra e que provavelmente continuará

impactando os mercados agropecuários

significativamente.

Acredito que qualquer palpite sobre

previsões dos impactos desses eventos

sobre os preços dos insumos para a pecuária

de leite será recheado de incertezas.

Portanto, ao invés de tentar especular

sobre o que acontecerá em 2022,

eu me preocuparia em usar os recursos

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Girolando

Andre Simões

disponíveis com parcimônia e esperar

as maiores turbulências passarem

para tomar decisões de investimentos.

Calcular os custos de produção é

realmente complicado na atividade

leiteira? O que leva o produtor a encarar

essa tarefa como algo difícil e

não fazer o cálculo?

Calcular o custo de produção não

é uma tarefa complicada, mas não

significa que seja trivial. Apesar de o

cálculo do custo ser feito com as operações

matemáticas básicas, como: somar,

subtrair, multiplicar e dividir, ele

envolve ainda uma parcela de teoria

econômica e de subjetividade.

Em tese, qualquer profissional das

ciências agrárias (incluo aqui a Medicina

Veterinária) tem conhecimento

para auxiliar o produtor a fazer as

contas corretamente. Apesar disso, eu

recomendo fortemente que o produtor

procure profissionais ou programas

de assistência técnica especializados

em planejamento e controle

gerencial da atividade leiteira, para

auxiliá-lo no cálculo, não só do custo,

mas da avaliação econômica da sua

atividade. Como falei anteriormente,

a avaliação econômica é resultante da

avaliação dos custos e das receitas.

Respondendo um pouco mais diretamente

a sua pergunta, em muitos

casos, o produtor fica envolvido com

as atividades operacionais da produção

de leite, manejo dos animais,

reparos de máquinas e benfeitorias,

produção, fornecimento de alimentos

etc. Quando chega o final do dia,

ele não tem “cabeça” ou ânimo para

sentar e anotar tudo que foi consumido

ou gasto naquele dia. Ou seja, o

produtor de leite geralmente é o responsável

pelo planejamento, pela organização,

pela execução e pelo controle

em todos os níveis da fazenda,

do operacional ao estratégico. Isso é

realmente cansativo e eu diria humanamente

impossível. Portanto, a parte

que é deixada de lado primeiro neste

processo é o controle gerencial e financeiro.

Sem ajuda de uma assistência

técnica qualificada, dificilmente o

produtor irá por si só, se autocobrar

sobre a necessidade de fazer a gestão

financeira da atividade.

Girolando

Andre Simões

Girolando

Andre Simões

Existem diversas metodologias

para se apurar e organizar os custos

de produção. Como o produtor pode

definir a metodologia que melhor se

aplica ao seu negócio?

Sim, existem algumas metodologias

de cálculo de custo de produção que podem

ser utilizadas para fazer a avaliação

econômica de uma atividade leiteira.

Sob a ótica da análise econômica simples

(sem levar em consideração métodos

de análise contábil ou de análise de

viabilidade ao longo do tempo) eu destacaria

que existem duas formas mais

utilizadas: a análise clássica, que divide

os custos em custos em fixos e variáveis,

e a análise de custo operacional.

A sua pergunta é muito interessante,

pois me dá a chance de falar uma coisa

que eu repito insistentemente com meus

alunos e com os técnicos que passam

por mim: uma vez que você decida qual

abordagem de custo utilizar, siga com

ela até o final sem misturar as coisas.

Sendo mais claro, se você optar por

usar a classificação de custo fixo e variável,

fique só com os indicadores que

ela lhe proporciona. Por outro lado, se

vai usar o método de custo operacional,

fique com o Custo Operacional Efetivo

(COE), Custo Operacional Total (COT)

e Custo total (CT), e não vá querer colocar

na mesma planilha os custos fixos

(CF) e variáveis (CV). Misturar as classificações

de custo só complica e não

traz informação relevante para a tomada

de decisão.

Na verdade, as duas abordagens que

eu citei trazem os mesmos itens de “gastos”;

eles só são organizados de forma

diferente em cada uma delas. Por isso, o

resultado da análise, seja Lucro ou Prejuízo,

deve ser igual nas duas formas.

Quais itens não podem ficar de

fora no cálculo do custo de produção

ou todas as despesas devem ser consideradas?

Usando a linguagem da metodologia

de custo operacional, que é a que eu

mais recomendo, eu diria que uma análise

econômica bem-feita deve contabilizar

os custos explícitos e os custos implícitos.

Os custos explícitos são aqueles

que envolvem desembolso de dinheiro

e são de mais fácil observação, como:

gastos com ração, medicamentos, mão

15 19


REVISTA O GIROLANDO

ENTREVISTA

por Larissa Vieira

Girolando

Andre Simões

Girolando

Andre Simões

de obra contratada, energia, combustível

etc. Já os custos implícitos são aqueles

que não têm desembolso; por exemplo:

as depreciações, o custo de oportunidade

do capital e da mão de obra familiar/

própria. Todos são importantes e não

devem deixar de estar na planilha de

custos e de avaliação econômica.

O produtor que vive e trabalha na

propriedade deve incluir suas despesas

pessoais, como por exemplo, alimentação,

nos custos fixos ou isso já está

previsto no custo de mão de obra familiar?

O produtor de leite ou os membros

da família que trabalham na atividade

leiteira devem receber dessa atividade

pelo seu trabalho. Esse é o fundamento

para atribuirmos um valor para a mão

de obra familiar, ou seja, ninguém trabalha

de graça, e esse valor deve ser contabilizado

objetivamente dentro da planilha

de custo. Existem várias formas de se

atribuir um valor justo pela mão de obra

familiar, acho que não cabe aqui um detalhamento.

No entanto, respondendo a

sua pergunta, se pensarmos que o valor

pago pela mão de obra familiar deve ser

visto como a remuneração de um funcionário

contratado, esse valor deve ser

suficiente para as suas despesas pessoais

e isso não tem relação alguma com a atividade

leiteira.

Os dados dos custos de produção

devem ser analisados mensalmente?

E como utilizá-los para encontrar o

ponto de equilíbrio nas finanças da

propriedade?

Eu diria que os itens de despesa devem

ser contabilizados diariamente, os

resultados do fluxo de caixa (entradas

menos saídas de dinheiro) podem ser

monitorados mensalmente e os custos

fechados, anualmente. Apesar de haver

formas de ajustar o custo anual para uma

análise mensal, existem itens de despesas

que não ocorrem todos os meses ou

itens que são calculados anualmente e

isso deve ser levado em consideração.

Em uma linguagem econômica, eu digo

Girolando

Andre Simões

Girolando

Andre Simões

sempre que temos que usar o “princípio

da competência” e não de “caixa” para

calcular os custos de produção de leite.

Como calcular se o negócio está

sendo viável?

De acordo com a classificação dos

custos em custo operacional, a análise

de viabilidade pode ser feita no curto e

no longo prazo. Uma atividade é viável

no curto prazo quando as receitas são

suficientes para cobrir os custos operacionais

efetivos (COE) que envolvem os

desembolsos de dinheiro. Uma atividade

é viável no longo prazo quando as receitas

são suficientes para pagar o COE

mais as depreciações e a mão de obra familiar.

Temos ainda o conceito de atratividade

econômica, que é quando as receitas

são suficientes para cobrir todos

os custos citados acima, mais o custo de

oportunidade do capital investido. Nessa

situação é como se a atividade leiteira

remunerasse o capital investido a uma

taxa superior à do mercado financeiro

ou de outra atividade econômica alternativa.

Produzir o próprio alimento, como

a silagem do rebanho, ou comprar.

Nessa decisão o que o produtor deve

levar em conta para calcular o custo?

Para fazer essa análise o produtor

deve calcular o custo de produção do

alimento incluindo todos os itens: explícitos

e implícitos. Esse custo do alimento

deve ser isolado do restante do custo

da atividade leiteira e isso é um desafio

a mais para o produtor ou para o técnico

que irá auxiliá-lo. Depois, a parte

fácil é comparar o custo de produção do

alimento com um alimento similar no

mercado local e que esteja disponível

para a compra.

Espero que eu tenha ajudado de alguma

forma. E se eu puder dar um conselho

para os amigos produtores, seria:

procurem um programa de assistência

técnica de qualidade para lhes auxiliar

nos cálculos de avaliação econômica;

isso ajudará muito na tomada de decisão

do dia a dia.

20 14


21


REVISTA O GIROLANDO

GENÉTICA

Darlene Daltro, Renata Negri, Sabrina Kluska, Delvan Silva,

João Cláudio do Carmo Panetto e Marcos Vinicius Gualberto

Barbosa da Silva

JADIR BISON

Longevidade e Persistência na Lactação

em Animais da Raça Girolando

A longevidade de uma vaca leiteira

refere-se ao tempo da sua permanência

no rebanho. Também pode ser definida

a partir da idade ao primeiro parto e da

duração da sua vida produtiva. A relação

da longevidade com a lucratividade

é resultante de vários fatores, como,

por exemplos: a diminuição do custo de

criação de novilhas de reposição pela

maior permanência das vacas no rebanho;

maiores produção média de leite

e proporção de vacas adultas, as quais

produzem mais do que aquelas no início

da vida produtiva, em virtude da maior

maturidade fisiológica; seleção indireta

para outras características, como a fertilidade,

visto que, na ausência de estro

não há prenhez e, consequentemente,

não há produção de leite, inviabilizando

economicamente o sistema de produção.

Desta forma, quanto maior a produtividade

e o tempo de permanência

dos animais no rebanho, maior será a

lucratividade da atividade leiteira.

Com o objetivo de selecionar animais

mais longevos e produtivos para

a Girolando, desde 2021, o sumário de

touros da raça inclui o índice de longevidade

(ILG). O ILG permite selecionar

touros cujas filhas tenham maior

taxa de permanência no rebanho, o que

pode reduzir os gastos com a recria e

aumentar os lucros da atividade. Na

composição do ILG entraram diferentes

medidas de longevidade associadas

à vida produtiva dos animais, as quais

foram escolhidas em virtude da disponibilidade

de informações no banco de

dados da Girolando.

Para formação do ILG, as medidas

escolhidas foram a produção total de

leite em todas as lactações, o número

total de dias durante todas as lactações

e o número de lactações completas da

vaca. Essas medidas foram estabelecidas

em virtude das respectivas estimativas

Vacas com maiores persistências da lactação são

vantajosas para o sistema de produção

de herdabilidade, do valor genético dos

animais e do tipo de modelo utilizado.

Assim, os resultados foram obtidos para

as análises tradicionais e genômicas

para definir a herdabilidade para cada

medida de longevidade avaliada. A partir

destes resultados ocorreu a formação

do ILG, sendo uma combinação linear

de tais medidas.

Com o ILG é possível classificar os

animais de acordo com sua habilidade

para transmitir um balanço das três características

que o compõem, possibilitando

futuramente alterar o desempenho

médio da população, tornando os

animais mais longevos.

Persistência na lactação

A persistência na lactação pode ser

definida como a capacidade da vaca em

manter sua produção de leite após atingir

sua produção máxima ou o pico de

lactação. Podemos dizer que uma vaca

é mais persistente quando a sua curva

22


RAIZES RURAIS

de lactação apresentar menor declínio

em relação à de outra vaca. Portanto,

vacas com lactações mais persistentes

apresentam formatos de curvas de lactações

mais achatados e com distribuições

mais equilibradas das produções

de leite no decorrer das suas lactações.

Além disso, vacas com maiores persistências

da lactação são consideradas

vantajosas por várias razões, principalmente

no que se refere aos aspectos

econômicos, dado que maior retorno é

obtido pela produção adicional de leite

de vacas com maiores persistências da

lactação.

Para as vacas de maior persistência

há, também, redução dos custos com

alimentação, pois elas têm necessidade

energética mais constante ao longo de

toda a lactação. Desta forma, para um

mesmo nível de produção de leite, as

vacas que apresentam curva com menor

inclinação podem se manter melhor

com dietas de menores custos em

relação àquelas com produção diária

mais elevadas durante o início da lactação.

Considerando-se a redução nos

custos relacionados à saúde e reprodução,

podemos dizer que as vacas com

maiores persistências estão sujeitas a

menor estresse fisiológico, em razão da

ausência de produções mais elevadas

no pico de lactação, minimizando a incidência

de problemas reprodutivos e

de doenças de origem metabólica.

Mais um fator positivo é que curvas

de lactação com maiores persistências

podem influenciar, de forma positiva, a

longevidade dos animais e adiar o período

médio para o descarte voluntário.

Portanto, uma maneira de produzir

leite com menores custos é por meio

da melhoria do nível de persistência na

lactação das vacas.

Assim, com o objetivo de selecionar

animais com maior persistência

na lactação e produção de leite na raça

Girolando, em 2022 será lançado no

Sumário de Touros da raça o índice

de produção e persistência na lactação

(IPPL). O IPPL possibilita a seleção de

touros cujas filhas tenham maior nível

de persistência e de produção de leite,

o que pode reduzir os custos no sistema

de produção e aumentar os lucros

da atividade. Na composição do IPPL

entraram a persistência na lactação e a

produção de leite em até 305 dias. Essas

medidas foram estabelecidas através

dos valores genéticos obtidos por

meio de coeficientes aleatórios de um

modelo de regressão aleatória. Foram

testados vários modelos de avaliação

genética e genômica até a escolha do

modelo que obteve os melhores ajustes.

A metodologia de regressão aleatória

apresenta várias vantagens, como a

de aumentar a acurácia das avaliações

Vacas longevas, de persistência de lactação e de

bom sistema mamário tornam o sistema mais rentável

genéticas. Ainda como vantagem pode

ser destacada a possibilidade de predizer

o valor genético dos animais em

diferentes períodos da lactação, não

exigindo um número mínimo de medidas

por animal. Isso significa dizer

que podem ser utilizadas informações

de animais com apenas um ou poucos

registros fenotípicos.

Foram realizadas análises tradicionais

e genômicas para definir a herdabilidade

e as correlações genéticas

entre as diferentes medidas de persistência

testadas e a produção de leite em

até 305 dias. Com base nos resultados

observados, foi desenvolvida uma medida

de persistência na lactação específica

para a raça Girolando, sendo essa

combinada com a produção de leite em

até 305 dias para a formação do índice.

Assim, com o IPPL é possível classificar

os animais de acordo com sua habilidade

para transmitir um balanço das

duas características que o compõem,

possibilitando futuramente alterar o

desempenho médio da população.

Com o IPPL será possível selecionar

touros que transmitam às suas filhas

incremento de produção e expressivo

acréscimo de produção nos estágios

posteriores ao pico de lactação, além

de uma boa produção de leite ao decorrer

das lactações.

23


REVISTA O GIROLANDO

GENÉTICA

Renata Negri, Darlene Daltro, Sabrina Kluska,

João Cláudio do Carmo Panetto e Marcos Vinicius

Gualberto Barbosa da Silva

DIVULGAÇÃO

Estresse Térmico na Raça Girolando:

Avaliação Genômica para Termotolerância

Os limites do conforto térmico da raça Girolando

estão sendo definidos

São notáveis os avanços obtidos na

raça Girolando por meio do Programa

de Melhoramento Genético da raça

(PMGG), principalmente na produção

de leite e idade ao primeiro parto. As

melhorias genéticas e de manejo dos

rebanhos (ambiente) têm sido efetuadas

ao longo dos anos, a fim de tornar as

vacas mais produtivas e as propriedades

mais lucrativas. No entanto, é importante

salientar que, apesar dos avanços

científicos, há oscilações nos índices

produtivos e reprodutivos dos rebanhos,

principalmente em virtude dos

fatores climáticos.

Neste sentido, devido à expressividade

nacional da raça Girolando e

à exigência por animais cada vez mais

eficientes, associadas aos fatores como

vasta extensão territorial do País, ampla

diversidade climática, globalização do

material genético e grande diversidade

de níveis organizacionais e tecnológicos

dos sistemas de produção, tornou-se essencial

o desenvolvimento de pesquisas

sobre o impacto do estresse térmico. Estes

estudos objetivam conhecer e quantificar

os impactos do estresse térmico

na raça, estimar as perdas nas características

produtivas, reprodutivas e de

saúde, bem como estabelecer estratégias

de avaliação e fornecer subsídios para

seleção, com o intuito de consolidar e

difundir ainda mais seu uso no País.

Atualmente, o estresse térmico

tem sido considerado mundialmente

um dos principais vetores que causam

prejuízos econômicos à cadeia produtiva

do leite e incidem em impactos

negativos na saúde e no bem-estar dos

animais. O estresse térmico pode ser

descrito como o somatório de forças externas

que causam impactos negativos

nos animais, desencadeando respostas

comportamentais, fisiológicas e metabólicas

que levam à redução da produção,

ao comprometimento reprodutivo,

à deterioração das condições de vida

(saúde e bem-estar) e, em casos extremos,

até à morte.

Pesquisas realizadas com outras raças

leiteiras e em países de clima tropical

e subtropical demonstram que o

estresse térmico reduz o consumo de

matéria seca de 6 a 30%, provoca a diminuição

na produção de leite de 15 a

40%, queda na eficiência reprodutiva

de 40 a 50%, além de provocar alterações

na composição do leite (principalmente

de gordura, proteína, lactose e

células somáticas), respostas imunológicas

negativas, aumento dos casos de

mastite, aborto, retenção de placenta,

cetose, entre outros.

O índice de temperatura e umidade

(ITU), muito utilizado em estudos de

24


estresse térmico, desempenha papel expressivo

na caracterização de diferentes

ambientes produtivos. Como o nome

já diz, o índice combina em uma única

variável os valores de temperatura e

de umidade relativa do ar e serve para

avaliar o conforto ou desconforto (estresse

térmico) do animal em relação ao

ambiente. Assim, quando o animal está

dentro de uma faixa de ITU considerada

adequada, o mesmo terá condições

de expressar seu potencial genético,

porém as outras condições limitantes,

como nutrição, por exemplo, também

deverão estar em níveis adequados.

Em 2021, os trabalhos com termotolerância

começaram a ser realizados

dentro do PMGG. Utilizando o acesso

às estações meteorológicas públicas

próximas aos rebanhos, cujo controle

leiteiro é oficial, foi possível recuperar as

informações de temperatura e umidade

do ar no dia das ordenhas e calcular o

ITU. A partir da base de dados coletada

pela Girolando por 20 anos, foi possível

utilizar mais de 650 mil informações de

controle leiteiro, de aproximadamente

69 mil vacas e com aproximadamente

21 mil animais genotipados, de forma

a desenvolver um estudo minucioso do

estresse térmico nas diferentes composições

raciais.

Com este estudo, além de observar

as diferenças entre as composições raciais,

também é possível observar a diferença

entre os animais quanto à tolerância

ao calor. Após identificar os limites

do conforto térmico para cada composição

racial, dos animais 1/4H+3/4G

até 7/8H+1/8G, foi possível observar

perdas médias de produção superiores a

1.000kg de leite por lactação. Em casos

extremos, as perdas produtivas superaram

os 2.500kg de leite por lactação,

quando comparadas as médias de produção

de animais em conforto térmico

versus em estresse térmico.

Caracterizado o impacto na raça, o

próximo passo foi realizar a avaliação

genética para testar inúmeros modelos

até chegar a um que melhor se ajustasse

aos dados da raça Girolando. Finalmente

foi realizada a avaliação genômica

para predição dos valores genéticos genômicos

e posterior cálculo da habilidade

prevista de transmissão (GPTA). Os

valores genéticos genômicos dos touros

são preditos em função do ITU (gradiente

ambiental); esse tipo de abordagem

considera que há diferenças genéticas

na resposta dos animais diante das

diferentes condições ambientais (interação

genótipo x ambiente).

Após analisar o comportamento

das GPTAs de cada touro no gradiente

ambiental, os animais são classificados

conforme categorais de sensibilidade

ambiental: sensível + (touros cujas filhas

reduzem a produção em ambientes

mais quentes ou mais úmidos); sensível

– (touros cujas filhas aumentam a

produção em ambientes mais quentes

ou mais úmidos); robusto (touros cujas

filhas mantêm produções estáveis, independentemente

da combinação de temperatura

e umidade).

Na prática, essa informação servirá

como ferramenta auxiliar na seleção

dos animais e possibilitará o uso de um

genótipo mais adequado para as diferentes

regiões do Brasil. Além disso,

cada criador poderá, conforme a realidade

climática de sua propriedade,

melhor direcionar os acasalamentos,

visando uma progênie mais tolerante ao

calor e, consequentemente, com menores

perdas produtivas devidas ao estresse

térmico.

Os resultados oficiais da avaliação

genômica para o estresse térmico estão

previstos para serem publicados no Sumário

de Touros da Raça Girolando, a

ser lançado em junho de 2022.

25


REVISTA O GIROLANDO

GENÉTICA

Sabrina Kluska, Darlene dos Santos Daltro,

Renata Negri, Delvan Alves da Silva, Felipe

Damasceno Leandro, João Cláudio do Carmo

Panetto e Marcos Vinicius Barbosa da Silva

DIVULGAÇÃO CANTO PORTO

Avaliação Genômica Multirracial – Perspectivas para

a Raça Girolando

Girolando terá estudo comparativo com outras raças

A avaliação genômica consiste na

estimação dos valores genéticos genômicos

dos animais, com base nos

registros de fenótipo e de pedigree

associados a um grande número de

marcadores espalhados pelo genoma,

para o posterior cálculo das PTAs genômicas.

Essa estimação só é possível

quando parte da população com fenótipos

- ou toda ela - é genotipada.

A genômica surgiu com a promessa

de promover maior progresso

genético em menor tempo. Alguns

fatores, no entanto, devem estar bem

ajustados. Por exemplo, a população

de referência, composta por animais

com informação de fenótipos e genótipos,

que é utilizada para estimar os

efeitos dos marcadores, deve ser suficientemente

grande e representativa.

Com isso, o erro associado a esSa estimação

é minimizado.

No Brasil, o número de animais

genotipados ainda é uma limitação,

devido aos custos associados ao uso

dessa tecnologia. Portanto, uma das

estratégias para incrementar o número

de genótipos disponíveis e,

consequentemente a qualidade da

avaliação genômica, é a combinação

de animais de raças diferentes na

avaliação genética genômica, o que é

conhecido como avaliação multirracial.

A avaliação multirracial é ainda

mais interessante quando se trata de

populações com animais cruzados,

compostos ou sintéticos, como é o

caso do Girolando.

A avaliação multirracial consiste

na comparação de animais de diferentes

raças puras, incluindo também

animais cruzados, compostos ou sintéticos,

em um sistema pelo qual eles

podem ser comparados diretamente

entre si, já que animais pertencentes

aos diferentes programas de melhoramento,

na forma como as avaliações

são realizadas atualmente, não

26


DIVULGAÇÃO CANTO PORTO

Uma das raças que compõem o estudo é a Gir Leiteiro

podem ter suas PTAs comparadas.

Uma das vantagens da avaliação genética

multirracial é o incremento na

qualidade da avaliação genética sem

a adição de custos extras para genotipagem

ou fenotipagem, uma vez que

os animais pertencentes às diferentes

raças já têm informação de fenótipo e

de genótipo coletadas.

Diversos estudos têm mostrado os

ganhos em acurácia obtidos por meio

das predições genômicas multirraciais,

em comparação com as avaliações

dentro das raças puras, ainda

mais quando o número de animais

genotipados da raça alvo é reduzido.

Na avaliação multirracial da raça Girolando

serão utilizadas informações

de animais das raças Gir, Holandesa e

Girolando já presentes nos pedigrees

das raças Gir e Girolando. O banco

de dados do Girolando conta com

aproximadamente 21 mil animais Girolando

e Holandês genotipados e o

banco de dados do Gir com aproximadamente

30 mil genótipos de animais

puros dessa raça.

Desde 2021, o PMGG vem trabalhando

na avaliação multirracial

do Girolando, com previsão para o

lançamento dos primeiros resultados

para o ano de 2023.

O processo de integração dos pedigrees

das raças Gir e Girolando,

visando formar um único pedigree

para a avaliação multirracial, já foi

iniciado. Nesse processo alguns pontos

importantes foram considerados

para que animais presentes em am-

27


REVISTA O GIROLANDO

CARLOS LOPES

bos os pedigrees, mesmos animais,

não fossem identificados como animais

diferentes. Um dos processos

realizados para tal foi a padronização

dos Registros Genealógicos Definitivos

(RGDs) dos animais Holandeses,

de acordo com a Associação Brasileira

de Criadores de Bovinos da Raça

Holandesa. Além disso, nomes, datas

de nascimento e identificação de pais

de alguns animais Holandeses foram

corrigidos nos pedigrees do Gir e do

Girolando.

A correta identificação dos animais,

remoção de animais em duplicidade

e identificação de pais ausentes,

além de beneficiar a avaliação

genética multirracial deve também

melhorar a qualidade das predições

nas raças puras (Gir e Girolando),

pois a avaliação genética é baseada

na semelhança entre parentes. Neste

sentido, quanto melhor a conexidade

do pedigree, melhor a qualidade da

Informações da raça Holandesa entraram na

avaliação multirracial

avaliação genética.

Outro ponto abordado na integração

dos pedigrees foi a padronização

das informações (nome, RGD,

data de nascimento) dos animais Gir

puros, de acordo com as informações

presentes na Associação Brasileira

de Criadores de Zebu (ABCZ) e no

pedigree do Gir, bem como a padronização

das informações dos animais

Girolando, de acordo com o pedigree

da raça, em ambos os pedigrees.

É importante ressaltar que esses

processos de padronização e de

correção das informações são de extrema

importância, pois se não forem

realizados, ou se realizados de

maneira errônea, podem introduzir

mais erros nos pedigrees. Muita cautela

e atenção são necessárias para

realizar as correções, já que estas são

realizadas algumas vezes de maneira

manual e visual. Após a integração

dos pedigrees, serão também integrados

os bancos de dados fenotípicos,

e iniciados os testes de modelos e

metodologias, visando a abordagem

multirracial para posterior comparação

dos resultados e, finalmente, publicação

da avaliação genética multirracial.

Mais do que um incremento na

acurácia e na qualidade das avaliações

da raça Girolando, com este trabalho

espera-se classificar os animais

de acordo com a progênie que se quer

produzir. Sabe-se que os animais

possuem diferentes classificações,

dependendo da composição racial da

progênie que se deseja. Por exemplo,

um touro Holandês pode ter classificações

diferentes se consideradas as

filhas puras Holandesas, ½ Hol ou ¾

Hol ¼ Gir. Neste sentido, o presente

estudo deve auxiliar os criadores na

hora da escolha do melhor touro para

cada tipo de acasalamento.

28


29


REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

DIVULGAÇÃO

Apaixonados pelo Puro Sintético e 5/8

Cercada pelas belas serras da região

fluminense de Natividade, município

localizado a 333km da capital Rio de

Janeiro, a Fazenda Bandoli Agropecuária

trabalha dentro de um sistema

que integra agricultura e pecuária

(para produção de genética bovina, de

leite e de gado de corte). A propriedade

tem pela frente o desafio de ampliar

a produção de leite nos próximos anos,

saltando de 3.800 litros/dia para até 12

mil litros/dia.

Pedro e o pai Luiz Carlos comandam a Fazenda Bandoli

Criadores da raça Girolando contam por que decidiram selecionar animais 5/8 ou PS

e os resultados alcançados

Para viabilizar o projeto, o criador

Luiz Carlos Bandoli Gomes pretende

chegar a 400 bezerras nascidas em

2022, de alto valor genético e produzidas

por embrião por meio da FIV,

sendo 85% da raça Girolando. Estão

30


sendo utilizadas doadoras do criatório

e touros provados e genômicos. Tradicional

selecionador de animais 5/8,

Bandoli assegura que a proposta é produzir

animais rústicos, de alta produção

leiteira, de boa habilidade materna

e fertilidade. “Desde quando iniciei a

seleção da raça, há mais de 30 anos,

meu objetivo foi fazer animais 5/8

morfologicamente diferenciados. A

nossa opção foi iniciar pelo cruzamento

de vacas Holandesas com touros

Gir, utilizando, para isso, animais de

alto valor genético. As etapas seguintes

foram selecionar as melhores CCG

1/2, colocar touros Gir para fazer as

matrizes CCG 1/4, e seguindo com o

cruzamento até chegar ao 5/8”, lembra

o criador. Na administração de todo o

negócio, ele conta com a parceria do

filho Pedro Machado Silva Bandoli.

Segundo o criador, o caminho,

apesar de longo, para chegar ao 5/8

mostrou ser o mais rentável para a

propriedade. “Temos vacas no Controle

Leiteiro com produção acima de

10 mil quilos de leite. E esse resultado

é fruto de uma seleção genética criteriosa,

baseada em avaliações genéticas

e genômicas, e com foco em características

importantes para o sucesso

econômico do negócio, tais como: tetos

bem colocados, produção de leite e

reprodução”, diz Bandoli.

Hoje, o criatório conta com dois

touros 5/8 em central. Participante do

Programa de Melhoramento Genético

do Girolando (PMGG), Hamess

Octane 3056 FIV Bandoli 5/8, é provado

para A2A2 e na prova genômica

apresenta GPTA Leite de 1.530kg.

Outro touro é o Pitágoras 3162 FIV

Lighthouse Bandoli, que também integra

o PMGG. A genética dos dois

reprodutores está sendo utilizada nas

Fazenda Bandoli para fazer animais

PS.

Ao longo dos 30 anos de seleção,

o criador conseguiu produzir matrizes

CCG 1/4, consideradas as grandes

mães do 5/8, de destaque, sendo muitas

delas premiadas em exposições.

Entre as primeiras 20 vacas TOP 1000

da raça Girolando, para produção de

leite, seis delas são da genética Bandoli.

A segunda colocada, Apuração Bandoli,

é mãe do touro Pitágoras.

Outra matriz CCG 1/4 crioula do

criatório que se destacou é Cabiúna

Bandoli, que bateu o recorde do Torneio

Leiteiro da Megaleite 2011, com

produção total de 170,660kg/leite e

média de 56,887kg/leite. Ela foi vendida

em um leilão da exposição.

O criador destaca que produzir

atualmente animais de genética superior

dentro da raça Girolando, especialmente

os 5/8, é uma tarefa que tem

sido facilitada por conta das inovações

das ferramentas de seleção e da grande

evolução genética dos touros e matrizes

da raça. “Felizmente, fazer 5/8 hoje

é muito mais fácil do que quando comecei,

apesar de sermos muito mais

rigorosos atualmente. As ferramentas

são fantásticas, permitindo ao criador

alcançar muito mais rápido o melhoramento

genético. Utilizamos diversas

tecnologias, como as avaliações genéticas

do PMGG; fazemos controle

leiteiro; genotipamos fêmeas, identificadas

como futuras doadoras, e touros

jovens com potencial para atender

o mercado de genética, além de FIV

e inseminação artificial. O resultado

tem sido um 5/8 de excelente padrão

racial, saudável, produtivo e que se

adapta bem em qualquer sistema de

manejo”, destaca.

A Fazenda Bandoli conta com 480

animais Girolando, sendo 180 vacas,

250 bezerras e 200 novilhas amojando.

As vacas em lactação ficam no sistema

de compost barn, cuja área tem capacidade

para 100 exemplares. Além de

animais 5/8 e CCG 1/4, a propriedade

trabalha com CCG 1/2 e CCG 3/4

na produção de leite. “O Girolando é

uma raça fantástica, de grande adaptabilidade

e que tem viabilizado a pecuária

leiteira no Brasil. Para mim, poder

acompanhar e contribuir para a evolução

dos animais nestas últimas três décadas

é um orgulho enorme”, finaliza

Luiz Carlos Bandoli Gomes.

31


32


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A MAIS

DE LEITE

POR VACA

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33


REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

DIVULGAÇÃO

Consolidação do Puro Sintético e 5/8

Equipe e proprietários da Recanto da Fulôre Gustavo,

Antônio José, Lia e Luiz Fernando e Fábio Júnior

Em 1995, um ano antes do Girolando

ser reconhecido oficialmente como

raça leiteira pura sintética nacional,

pelo Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento, o criador mineiro

Luiz Fernando Reis adquiriu um pequeno

sítio em Ritápolis/MG, a 200km

da capital Belo Horizonte. Não havia

sequer uma estrada de acesso para a

propriedade, que ele batizou de Recanto

da Fulôre, mas a intenção era formar

um rebanho leiteiro. “Os primeiros dez

anos foram de adaptação e aprendizado,

que em certos momentos foram

bem difíceis. Tinha alguns animais da

raça Jersey, pouco comuns na região.

Não fui bem-sucedido, vendi os exemplares

e suspendi a atividade leiteira”,

conta Luiz Fernando Reis.

Depois de um tempo pesquisando

e buscando informações mais práticas

para a retomada da atividade leiteira, o

criador concluiu que a raça mais adequada

para selecionar seria a Girolando.

Em busca de animais para comprar

na região, conheceu o criador Olavo

de Resende Barros Júnior, da Fazenda

Morro da Mandioca, em Oliveira/MG.

“Combinamos um encontro na fazenda

e lá fui ter o primeiro contato efetivo

com os animais Girolando. Já no

primeiro encontro recebi uma valiosíssima

instrução sobre a raça e os fundamentos

de sua formação. Comprei,

nessa visita, 11 animais de variadas

composições raciais, com o objetivo de

fundar a Família Recanto da Fulôre, da

raça Girolando”, lembra Reis, que posteriormente

conheceu o criador Afonso

Celso de Resende e o saudoso técnico

da Girolando, Jesus Lopes Júnior,

que também o incentivaram a investir

34


RAÍZES RURAIS

na criação do Puro Sintético (PS).

Ao longo dos últimos anos, a Recanto

da Fulôre vem investindo em

cruzamentos para consolidação do

PS. Hoje, em números, o rebanho

conta com 50 vacas e 60 fêmeas em

recria; destas últimas, 20 já próximas

de entrar em produção. Nesse plantel,

somente seis não são 5/8 ou PS, incluindo

uma Jersey, que o criador faz

questão de manter como lembrança

dos primeiros tempos na pecuária leiteira.

“O processo de seleção do PS é

demorado e exige muita persistência,

empenho e dedicação. Não tenho um

rebanho numeroso e procuro adquirir

animais muito pontualmente, buscando,

fundamentalmente, reforçar o afixo

Recanto da Fulôre. Com a orientação

do técnico de registro, André Junqueira,

temos buscado acasalamentos mais

adequados”, ressalta Reis.

Entre os destaques do Recanto da

Fulôre está Uva Bolton do Morro, que

caminha para seus 12 anos de idade,

com nove partos. Originária do criatório

Morro da Mandioca, ela é uma vaca

consagrada nas pistas, sendo a sua última

conquista, em 2019, na Megaleite,

quando alcançou os títulos de Campeã

Vaca Longeva, Melhor Úbere Adulto

e 3ª Melhor Vaca da Raça Girolando.

“Ela é a síntese de toda a qualidade e

eficiência que buscamos no Girolando”,

informa.

A fazenda integra o grupo de Rebanho

Colaborador do Programa de

Melhoramento Genético da Raça Girolando

(PMGG) e utiliza sêmen de touros

em teste, somente 5/8 e PS. Além

disso, utiliza sêmen de reprodutores

Girolando que estejam no Sumário de

Touros ou que tenham avaliação genômica

conhecida, com a inseminação

artificial a técnica aplicada em todas as

fêmeas em idade reprodutiva. Como o

rebanho é fechado, está sempre produzindo

novos animais PS. “Quando optei

por criar a Raça Girolando buscava

animais adaptados ao nosso clima e

que pudessem produzir com eficiência

a pasto. Hoje, vejo o absoluto acerto

Uva Bolton do Morro premiada na Megaleite 2019

dessa decisão com um plantel que tem

saúde, é longevo e produz e se reproduz

com eficiência. E, para justificar

ainda mais o acerto da decisão tomada,

hoje tenho consciência da importância

de estar multiplicando com critério

e qualidade uma raça que é resultado

do esforço e dedicação de brasileiros

comprometidos com a produção de

alimento saudável e economicamente

viável. Contamos com o apoio científico

da Embrapa e de outras importantes

instituições. Não há dúvida de que

a Girolando, genuinamente brasileira,

é a raça nacional para a produção de

leite”, finaliza Luiz Fernando Reis.

Mais rentabilidade com o 5/8

“Diversos trabalhos experimentais,

realizados no Brasil e no exterior,

mostram que as melhores proporções

genéticas de animais mestiços para

produção de leite estão em torno desse

grau de sangue, para os países tropicais,

com 62,5% de europeu e 37,5%

de Zebu”. Essa declaração do médico-

-veterinário Vicente de Paula Mendes

35


REVISTA O GIROLANDO

DIVULGAÇÃO

Peloso, que ocupou o cargo de diretor

da Divisão Zootécnica do Ministério

da Agricultura, foi feita em 1986, dois

anos antes do órgão publicar portaria

aprovando o Regulamento para Formação

da Raça Girolando.

Os estudos realizados na época

apontaram que a fixação no 5/8 Holandês

+ 3/8 Gir foi escolhida com

base em alguns fatores, dentre eles: ser

uma composição racial que apresenta

menor dissociação mendeliana (menor

segregação); melhor equilíbrio na

proporção de sangue das raças mães; e

maior padronização das características

raciais após a bimestiçagem.

Mesmo antes dessa definição, vários

criadores já trabalham nesse sentido,

como o mineiro Luiz Eduardo

Alcântara Bernardes. Na Fazenda Recanto

Verde, em Estrela do Indaiá/MG,

distante 240km da capital mineira, os

trabalhos começaram ainda na década

de 1980. “Na época, iniciamos a formação

de um rebanho 5/8, utilizando

animais CCG 3/8 e CCG 1/4 e touros

Holandeses. Dentro do sistema semi-

-intensivo praticado na Recanto Verde

nos últimos 40 anos, os animais 5/8

se destacam pelo volume de leite produzido,

maior persistência leiteira e

consequentemente retorno financeiro,

qual seja, mais dinheiro no caixa da Fazenda.

Destaca-se ainda pela sua docilidade,

dispensando o uso de ocitocina,

sua rusticidade e longevidade”, conta o

criador Luiz Bernardes.A propriedade

utiliza a inseminação artificial há três

décadas, sempre buscando touros provados

5/8, positivos para a beta caseína

A2A2, de maior teor de sólidos, bom

sistema mamário das filhas e da mãe

do reprodutor, bons pés e cascos, além

de observar a GPTA (Capacidade Prevista

de Transmissão Genômica). Também

utiliza a FIV. As novilhas e vacas

CCG 3/4 são inseminadas com touros

provados 5/8 para ampliar o número

desses animais na fazenda.

Hoje, o rebanho da Recanto Verde

conta com 700 animais, sendo 120

Puro Sintéticos, 200 animais 5/8, além

de exemplares CCG 3/4. “Cada dia é

notório entre os criadores e produtores

de leite que o mercado acredita nos

touros 5/8 e PS. Por conta da evolução

das ferramentas de seleção, o criador

consegue selecionar seu rebanho pensando

no futuro para que cada dia

mais a raça se consolide nos cenários

Criador Luiz Eduardo Alcantara Bernardes

nacional e internacional. Sempre acreditei

que o 5/8 é a raça para quem quer

produzir leite em qualquer sistema de

produção”, acredita Bernardes.

Ele juntou-se a outros 12 girolandistas

do Centro-oeste mineiro para

colocar em prática um projeto de

produção de leite A2A2 de animais

Girolando. “Estamos em fase de análises

pré-operacional para ativar nosso

laticínio (Vital A2 Agroindustrial e

Comércio de Laticínios Ltda), localizado

no município de Luz/MG. Ofertaremos

ao mercado produtos oriundos

100% de vacas com Beta Caseína

A2A2, sendo quase a totalidade do

leite produzido por animais Girolando

de várias composições, como: 3/4, 5/8,

1/2 e 1/4”, diz Luiz Eduardo Alcântara

Bernardes.

Animais do criatório Recanto Verde

CLÉCIO DUARTE

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37


REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

Dica técnica para

formação do 5/8 e PS

O médico-veterinário e técnico

da Associação Brasileira dos Criadores

de Girolando, Pétros Medeiros,

explica como chegar a essas composições

raciais e destaca os pontos

fortes e os avanços genéticos dos rebanhos.

Girolando- Que características

dentro do 5/8 e PS os criadores devem

focar na hora de definir os acasalamentos?

Pétros Medeiros - Sempre quando

o criador vai direcionar o acasalamento,

independente da composição

racial com a qual ele trabalha, deve

levar em consideração as características

que precisam ser melhoradas

dentro do rebanho. Cada fazenda

tem um manejo diferente, tem uma

peculiaridade. O critério de seleção

é muito individual. Hoje, a PTA Leite

tem um peso grande nas propriedades,

sendo uma característica que

está bastante consolidada nos touros

genômicos disponíveis no mercado.

As informações são muito confiáveis

e novas características serão divulgadas

no Sumário de Touros de 2022,

uma ferramenta que auxilia o criador

a dar mais ênfase aos pontos que ele

precisa melhorar dentro da fazenda

para poder fazer esses acasalamentos

mais direcionados.

Girolando- Quais são os cruzamentos

possíveis para a formação

do 5/8 e PS?

Pétros Medeiros - Existem várias

opções de acasalamento para

formação do 5/8. O principal deles

é usar o touro Holandês em cima da

vaca CCG 1/4. Nesse acasalamento,

atinge-se melhor definição do padrão

racial, garantindo o registro

tanto de fêmeas quanto de machos.

Porém, como a matriz CCG 1/4 não

está disponível em grande número

no mercado, outra opção de acasalamento

que tem dado muito certo

é a utilização de touro CCG 3/4 em

cima da vaca CCG 1/2. Como nesse

tipo de cruzamento deixa-se de trabalhar

com o touro Holandês, acaba

economizando uma geração, indo

direto para o 5/8 e obtendo registro

tanto dos machos quanto das fêmeas.

Nesses dois casos, observamos

melhor padronização de fixação de

padrão racial.

O 5/8 também pode ser formado

através de outros acasalamentos,

como, por exemplo, o touro Holandês

em cima da vaca CCG 3/8, que

vai resultar em um 5/8 por aproximação,

mas nesse acasalamento é

permitido o registro somente das fêmeas,

pois o macho não se aproxima

da composição racial 5/8 Holandês +

3/8 Gir.

Ele também pode ser obtido através

do cruzamento do touro 5/8 com

a vaca CCG 1/2. Nesse acasalamento

também seria uma aproximação;

então, só são registradas as fêmeas.

O criador que pretende aproveitar

também os machos deve evitar essas

duas últimas opções. Lembrando

que os únicos acasalamentos que

produzem um macho 5/8 é o do touro

Holandês em vaca CCG 1/4 e o do

touro CCG 3/4 em vaca CCG 1/2.

Existe ainda uma estratégia mais

recente. Antigamente, não se registravam

matrizes 5/8 Livro Aberto,

mas agora é possível registrar. Ao

cruzarmos essas matrizes com touros

Puro Sintético ou 5/8, teremos

um produto 5/8 Livro Fechado, e

não PS, como ocorre ao acasalarmos

vacas 5/8 Livro Fechado com touro

5/8. Já para a formação do PS, a matriz

5/8 Livro Fechado ou PS deve ser

acasalada com touro 5/8 ou PS.

Girolando- Os animais 5/8 e PS

apresentam bom desempenho em

que condições?

Pétros Medeiros - Esses animais

PÉTROS MEDEIROS

se adaptam bem em qualquer região

ou sistema de produção, seja semi-

-intensivo, a pasto ou confinamento.

Temos vários índices demonstrando

que a termorregulação deles é muito

próxima às composições raciais mais

resistentes. A persistência da lactação,

a duração de lactação, os índices

reprodutivos também são muito

bons. Além disso, são animais com

grande facilidade de adaptação aos

mais diferentes manejos e rusticidade

aliada à produção de leite. Quando

foi definido esse cruzamento para

fixação da raça, os índices de desempenho

mostravam que os 5/8 já se

sobressaíam. Hoje, os índices continuam

mostrando uma alta eficiência

do 5/8 quando colocados nas mesmas

condições de manejo das demais

composições e em grupos contemporâneos.

Eles têm alcançado um

desempenho funcional muito bom.

Com o melhoramento genético

constante das demais composições

raciais e das raças mães Gir Leiteiro

e Holandês, os criadores têm utilizado

matrizes CCG 1/2 de muita

qualidade para fazer as vacas CCG

1/4, que serão as mães das vacas 5/8.

Com isso, o 5/8 e o PS estão colhendo

os frutos do trabalho de seleção

que vem sendo feito nos acasalamentos

anteriores. Os animais que têm

chegado ao mercado estão se destacando

bastante.

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REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

DIVULGAÇÃO FAZU

Vitrine tecnológica de Girolando

Rebanho Girolando da FAZU

Parceria entre a Associação de Girolando e a Fazu prevê realização de pesquisas,

capacitação técnica, ampliação e melhoramento do rebanho 5/8 e PS da instituição

de ensino

Uma vitrine tecnológica da raça Girolando

está sendo erguida em Uberaba/MG,

na fazenda modelo das Faculdades

Associadas de Uberaba (Fazu),

para possibilitar aos produtores rurais

mais acesso às inovações da pecuária

leiteira.

A iniciativa é resultado da cooperação

técnica intensificada em 2022,

entre a Associação Brasileira dos Criadores

de Girolando e a instituição de

ensino. “Esta parceria tem como objetivo

estabelecer um relacionamento

contínuo entre a Fazu e a Associação,

para levar diversos benefícios aos criadores,

estudantes e técnicos. Será um

‘laboratório a céu aberto’ em uma das

instituições de ensino mais tradicionais

do país. A Fazu vem formando profissionais

em várias áreas, principalmente

no agronegócio, que estão atuando

não só no Brasil, mas também em outros

países da América Latina”, destaca

o presidente da Girolando, Odilon de

Rezende Barbosa Filho.

A proposta é ter na vitrine da Fazu

somente animais Puro Sintético e de

composição racial 5/8. Para ampliação

do rebanho, a Associação doou 20 doses

de sêmen de touros participantes

do Teste de Progênie. Esse material genético

será utilizado para inseminar as

fêmeas do plantel da Fazu, hoje composto

por 17 vacas em lactação que

produzem 200 litros de leite/dia. “Todos

os acasalamentos serão orientados

por um técnico da Associação, focando

a produção de animais dentro do padrão

da raça e com bom desempenho

zootécnico”, informa o superintendente

Técnico da Girolando, Leandro Paiva.

No final do ano passado, a equipe

da Associação esteve na fazenda modelo

da Fazu para avaliar os animais com

o objetivo de selecionar aqueles dentro

do padrão racial para recebimento do

registro genealógico. Novas avaliações

estão programadas para este primeiro

semestre do ano.

De acordo com a coordenadora de

Projetos da Fazu, Lívia Magalhães, a

parceria ainda prevê o desenvolvimento

de pesquisas com a raça, capacitação

da equipe técnica da Associação e um

programa de estágio contínuo para atuação

dos estudantes nas rotinas técnicas

da Associação. “Encontros técnicos

sobre temas relacionados à pecuária

leiteira também serão realizados. Com

o trabalho conjunto das duas entidades

esperamos aperfeiçoar a vitrine tecnológica

a fim de que os produtores rurais

venham a conhecer como a raça pode

ser utilizada dentro de um sistema de

produção a pasto, o que permite uma

produção de leite sustentável e com

rentabilidade”, destaca a coordenadora

de Projetos da Fazu.

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REVISTA O GIROLANDO

SUSTENTABILIDADE

Larissa Vieira

DIVULGAÇÃO

Sustentabilidade em prática

Fazenda Céu Azul conta com uma estrutura auto

sustentável

Criatório Girolando Zago conta com estrutura de aproveitamento da água da chuva, da energia

solar e de dejetos e uso de bioativos, comprovando que é possível ter um sistema 100% sustentável

na pecuária leiteira.

DIVULGAÇÃO

Gerente Ricardo e o superintendente técnico da Girolando

Leandro Paiva na área de tratamento de dejetos

Visando um sistema altamente sustentável

de produção, a Fazenda Céu

Azul, localizada no município de Perdizes/MG,

distante cerca de 440km da

capital Belo Horizonte/MG, tem conseguido

elevar a produtividade do rebanho

sem impactar o meio ambiente.

Da água da chuva, a luz do sol, até os

dejetos gerados na propriedade, tudo é

aproveitado para colocar em funcionamento

um eficiente sistema de produção

de leite, cuja média diária está em

torno de 13 mil litros.

Com um plantel de Girolando de

1.200 cabeças, sendo 390 vacas em lactação,

a fazenda especializou-se na seleção

de animais CCG 1/2 e CCG 3/4.

A história do Girolando Zago com a

raça começou em 2012, quando foram

adquiridas cinco matrizes Gir Leiteiro

da Fazenda Calciolândia, localizada

em Arcos/MG. “Quando iniciamos os

trabalhos na propriedade, em 2010, o

foco era a pecuária de corte, mas optamos

por mudar para a pecuária leiteira

por acreditarmos que seria uma atividade

mais adequada para a área, bem

como a estrutura que tínhamos. Nosso

foco principal sempre foi vender genética

Girolando a partir dos melhores

touros Holandeses e das nossas doadoras

Gir Leiteiro”, conta a criadora Maria

Beatriz do Prado Zago.

Dessa forma, as fêmeas de corte foram

aproveitadas como receptoras e a

propriedade passou a fazer embriões

42


DIVULGAÇÃO

CCG 1/2, objetivando a venda de bezerras

de FIV Livro Fechado a partir

das matrizes adquiridas e de doadoras

produzidas na fazenda. “Ficamos

tão impressionados com a qualidade

dos primeiros lotes de bezerras nascidas

que decidimos recriá-las para dar

sequência à produção de Girolando”,

lembra.

O passo seguinte foi montar um

projeto de produção de leite, inicialmente

com capacidade para 4 mil litros/dia.

Na época, a propriedade tinha

instalações dimensionadas para a capacidade

inicialmente prevista, que aos

poucos ganharam diversas melhorias.

Hoje, conta com três galpões de

compost barn, com capacidade total

para 700 cabeças, ordenha mecânica,

bezerreiro coletivo. “Tudo foi construído

pensando no bem-estar dos animais.

Somos apaixonados pela raça Girolando,

pois é muito rústica, longeva,

dócil e produtiva. Ao longo destes anos

de seleção conseguimos aprimorar a

seleção tanto de CCG 1/2 quanto de

CCG 3/4, explica o gerente do Girolando

Zago, Ricardo Afonseca.

Participante do PMGG, a fazenda

está há três anos consecutivos entre as

cinco melhores classificadas na categoria

Maior Média de Produção de Leite

por Dia de Vida (201 a 400 animais) do

Ranking Nacional – Modalidade Rebanho,

elaborado a partir de dados do

Serviço de Controle Leiteiro. A seleção

busca animais capazes de manter altas

lactações sem o uso de ocitocina e BST.

A fêmea CCG 3/4, Francisca FIV

da PEZ, em sua segunda cria, acaba de

bater o recorde da propriedade com

produção de 93,9kg por dia, com DEL

de 17 dias. Ela é filha de Estrelinha FIV

da PEZ, Grande Campeã Nacional da

Megaleite 2016, recordista mundial de

leite na categoria Novilha ao atingir a

média de 87,95kg/leite e mãe dos touros

CCG 3/4 Dimitri FIV da PEZ e

Apolo FIV da PEZ, contratados pela

Alta Genetics. “Conquistamos o título

de Melhor Criador Nacional e isso nos

incentivou a buscar, dentro de nosso

projeto, os melhores resultados e maiores

desafios, demonstrados atualmente

com inúmeros animais cujas produções

superam 70,0kg/dia”, garante a

Gerente da fazenda recebeu os técnicos da Girolando

Edivaldo Júnior, Juscelino Ferreira e Leandro Paiva

criadora.

Com a parte genética consolidada,

a fazenda buscou nos últimos anos

aliar esse avanço a um sistema totalmente

sustentável. A meta é chegar a

20 mil litros de leite/dia, mas sem abrir

mão de manejo ambientalmente e ecologicamente

correto. A fim de reapro-

Bezerros recebem leite pasteurizado nos primeiros

meses de vida

DIVULGAÇÃO

43


DIVULGAÇÃO

Vacas na sala de ordenha da Céu Azul

veitarem os recursos hídricos naturais,

fizeram captação e o aproveitamento

total das águas das chuvas que caem

dos telhados das construções, que são

armazenadas em reservatórios.

As pistas de alimentação dos galpões

são lavadas diariamente com a

utilização das águas reaproveitadas das

chuvas que, após tratamento no separador

de sólidos e lagoas de aeração,

retornam para o sistema de lavagem,

sendo que seu excedente é utilizado

na fertirrigação “Nossa ordenha, bem

como a aspersão das pistas de alimentação

e sala de espera, são lavadas diariamente,

utilizando-se as águas das

chuvas e, somente quando necessário,

fazemos a utilização de água potável”,

explica o gerente da Céu Azul.

O esterco captado no separador de

sólidos, pistas de recria e currais, juntamente

com outros resíduos vegetais,

são utilizados para a fabricação de composto

orgânico. Na fertirrigação entra

o composto natural TMT, produzido

na biofábrica da propriedade. Ele é um

aditivo de compostagem líquido, com

diversidade biológica para manejo de

doenças de solo causadas por fungos,

bactérias e protozoários e pode ser usado

em todas as culturas sem carência e

sem toxicidade. Além disso, estimula o

crescimento de microrganismos benéficos

ao solo e libera nutrientes. “Diante

de nossas experiências, acreditamos

que em nossas próximas safras não teremos

mais a utilização de adubos químicos”,

informa Afonseca.

Já para evitar a alta evaporação

nos períodos de estiagem, foi instalada

uma usina fotovoltaica flutuante,

cuja produção é de aproximadamente

25.000kwh/mês. Para complementar a

demanda de energia, foi instalada mais

uma usina fotovoltaica de solo, com

produção estimada em 26.000kwh/

mês. Para a manutenção e limpeza dos

equipamentos, foi instalado um sistema

de energia solar, com capacidade

de 3.000lts.

Todo esse complexo sustentável,

aliado ao melhoramento animal, tem

permitido à Fazenda Céu Azul agregar

valor à genética que vem selecionando,

já que cada vez mais o mercado exige

um sistema sustentável de produção.

Origem do Girolando Zago

O Girolando Zago, de propriedade da pecuarista Maria Beatriz do Prado

Zago, teve em suas origens os predicados e aprendizados inspirados e baseados

na história de seus pais, Olegário Coelho do Prado e Celma Borges do Prado.

Depois de atuar em várias funções, inclusive como peão boiadeiro e mascate

de gado Zebu, “Seu” Olégário, como era conhecido, adquiriu uma pequena propriedade

em Perdizes, a Fazenda Engenho Velho. Lá, deu início à criação de Gir

registrado na época pela Sociedade Rural do Triangulo Mineiro (SRTM), hoje

Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), entidade da qual foi um

dos fundadores. Tempos depois resolveu apostar no cruzamento de Gir com Holandês,

sendo pioneiro em sua região na criação de animais CCG 1/2 sangue.

Com a morte de seus pais, Maria Beatriz decidiu dar sequência ao trabalho

de seleção, fundando a marca Girolando Zago. “O Girolando já provou ser a raça

ideal para produção de leite nos trópicos e tem respondido muito bem a um manejo

sustentável. Somos apaixonados pela raça e temos muito a contribuir para

seu avanço no País”, finaliza Maria Beatriz do Prado Zago.

Usina fotovoltaica flutuante, cuja produção é de

cerca de 25.000 kwh/mês.

DIVULGAÇÃO

44


45


REVISTA O GIROLANDO

PASTAGEM

EMBRAPA GADO DE LEITE

Brasil desenvolve primeira cultivar ruziziensis

Animais em área de pastagem BRS Integra

Chamada de BRS Integra, ela apresenta maior produção de forragem na entressafra

O programa de melhoramento genético

de forrageiras conduzido pela

Embrapa desenvolveu a primeira cultivar

de Urochloa ruziziensis ou Brachiaria

ruziziensis, como o capim era

denominado cientificamente (leia explicação

no quadro abaixo). Essa cultivar

foi desenvolvida para as condições

de solo e clima no Brasil e recebeu o

nome de BRS Integra, por se destinar

aos sistemas de “Integração Lavoura,

Pecuária e Florestas” (ILPF).

Segundo o pesquisador da Embrapa

Gado de Leite, Fausto Souza Sobrinho,

que conduziu os estudos, comparada

à cultivar atualmente disponível no

mercado (cv. Kennedy) a BRS Integra

apresenta maior produção de forragem

na entressafra, quando o capim está

solteiro na área. “Esse diferencial, no

período de seca, torna a cultivar mais

indicada para a ILPF, podendo contribuir

com o aumento de produtividade

desses sistemas”, explica.

Antes da BRS Integra, a cv. Kennedy

era a cultivar de ruziziensis existente

no mercado de sementes forrageiras.

46


BRS Integra apresenta maior produção de

forragem na entressafra.

O problema é que ela não foi desenvolvida

especificamente para as condições

edafoclimáticas (solo e clima)

brasileiras. Para o pesquisador, apesar

de possuir boa adaptação às diferentes

condições ambientais do País, a cultivar

Kennedy apresenta menor produção

de forragem se comparada a cultivares

de outras espécies de braquiária,

como a brizantha ou a decumbens.

“Isso acontece principalmente no inverno,

durante a entressafra das lavouras,

quando nos sistemas integrados de

cultivo, as forrageiras se encontram sozinhas

na área ou acompanhadas apenas

pelo componente florestal”, afirma

Souza Sobrinho. Ao manter a produtividade

alta no inverno, a BRS Integra

pode ser aproveitada tanto como forragem

para alimentação do gado na entressafra,

quanto como palhada para o

próximo plantio das lavouras.

O cientista explica ainda que, embora

a brizantha e a decumbens possuam

maior área cultivada no País, a

ruziziensis vem aumentando seu espaço

com o incremento do ILPF. “A espécie

tem sido muito utilizada nesses

sistemas devido a sua melhor adaptação

à sobressemeadura em relação

às demais. O também pesquisador da

Embrapa, Alexandre Brighenti, aponta

outra vantagem. “A ruziziensis é mais

sensível a herbicidas, demandando

doses mais baixas na dessecação pré-

-semeadura de cultivos em sistemas de

plantio direto”. Além disso, a produção

de sementes da espécie é uniforme,

pois só floresce uma vez por ano, tornando

o seu controle mais fácil.

Recomendações da Embrapa para

o cultivo da BRS Integra

Composta por plantas vigorosas, de

porte médio, com altura entre 80cm a

110cm, a BRS Integra possui boa capacidade

de cobertura do solo e o crescimento

tende a ser ereto. Suas folhas

possuem o terço final arqueado e medem

em média 25cm (comprimento)

e 1,5cm (largura). A planta apresenta

colmos finos e alta taxa de perfilhamento

tanto basal quanto axilar (perfilhos

aéreos).

No campo experimental da Embrapa

Gado de Leite, em Coronel Pacheco/

MG, o florescimento ocorre nos meses

de fevereiro e março e a maturação das

sementes, em abril e maio. Comparativamente

à cv. Kennedy, a produção de

forragem total e palhada da nova cultivar

no outono/inverno (período seco

em boa parte do País) é maior. Indicada

para o Bioma Mata Atlântica, a BRS

Integra se adaptada a solos de média a

alta fertilidade, podendo ser cultivada

desde o nível do mar até 1.800m de altitude.

Os pesquisadores recomendam

evitar o plantio em áreas de várzeas

úmidas ou sujeitas a alagamentos. Se a

semeadura for exclusiva, ou seja, para a

formação do pasto, o solo deve ser pre-

47


REVISTA O GIROLANDO

parado de forma convencional, efetuando-se

arações e gradagens, conforme

a necessidade e condição do terreno.

Na semeadura, é necessária atenção especial

no controle de plantas daninhas

para não comprometer o estabelecimento

e a longevidade da pastagem.

No caso de plantios consorciados,

nos sistemas integrados de cultivo, a

semeadura poderá ser realizada concomitantemente

às lavouras. Outra forma

é realizar o plantio, com um atraso

de alguns dias em relação à lavoura, a

fim de evitar ou reduzir a competição

inicial com ela e, ainda, por meio da

sobressemeadura próxima à colheita

da lavoura.

Calagem – deve ser realizada com

antecedência mínima de 60 dias em relação

à data prevista para a semeadura,

com base nos resultados da análise de

solo, visando alcançar 50% de saturação

por bases, utilizando-se de calcário

dolomítico, nas condições de baixo

teor de Mg+2 aplicado antes da aração

do solo, aumentando assim, a eficiência

na correção da acidez.

Adubação de estabelecimento ou

de plantio – precisa ser baseada nos

resultados da análise de solo. Nas condições

tropicais, os maiores limitantes

em relação à fertilidade do solo estão

relacionados aos baixos teores de fósforo

e à acidez dos solos. Sendo assim,

recomenda-se apenas a aplicação de

adubação fosfatada, na base de 100kg/

ha de P2O5, distribuídos no fundo dos

sulcos ou a lanço. A aplicação do potássio

deverá ser realizada quando o

teor de potássio trocável no solo for inferior

a 50mg/dm3, numa dose de 80 a

100kg/ha de cloreto de potássio (KCl).

Adubação de manutenção/cobertura

– deve ser realizada 60 dias após

a semeadura, sendo recomendada a

aplicação de 200kg de N e K2O e 50kg

de P2O5 por hectare/ano, fracionadas

em três aplicações iguais (início, meio

e final da época chuvosa). O adubo

fosfatado poderá ser aplicado de uma

Milho na palha em área integrada com a cultivar

vez, no início da estação chuvosa. As

adubações devem ser realizadas ao

longo da estação das águas, quando as

condições de umidade do solo forem

favoráveis.

Semeadura – A semeadura pode

ser realizada tanto com máquinas

quanto a lanço, utilizando sementes de

alta qualidade entre dois a dez quilos/

ha de sementes puras viáveis. Quando

o propósito é a semeadura direta, visando

apenas a produção de palhada,

normalmente são recomendadas menores

quantidades de sementes. Semeaduras

à lanço requerem maiores

quantidades de sementes, que devem

ser aumentadas quando o objetivo for

a formação e o estabelecimento rápido

de uma pastagem.

Cigarrinhas-das-pastagens – A

BRS Integra é suscetível às cigarrinhas

das pastagens, assim como a cv. Kennedy.

48


REVISTA O GIROLANDO

PASTAGEM

André Pastori D’Aurea

Zootecnista, doutor em Nutrição Animal

e coordenador técnico da Premix

CARLOS LOPES

Intensificar produção com pastejo rotacionado

Pastagem merece cuidados para obter melhor resultado

A utilização do pastejo rotacionado

é uma alternativa competitiva para o

pecuarista que busca melhorar a lucratividade

de sua propriedade. Com esse

tipo de exploração é possível aumentar

o aproveitamento do pasto e a taxa de

lotação, que resultam em maior produtividade.

De maneira geral, o período de descanso

da pastagem é de 21 a 42 dias,

tempo suficiente para que a maior parte

das forrageiras recupere seu vigor. Vale

destacar que o período depende das

condições do solo e do clima e que o

pastejo também deve ultrapassar 7 dias

dentro do mesmo piquete.

Pastejo rotacionado

Existem diversos tipos e sistemas de

manejo de pastagens, dentre eles: o contínuo,

o alternado e o rotacionado, que

nada mais é do que um pasto dividido

em vários piquetes que sofrem períodos

alternados de descanso e pastejo.

Os piquetes mais eficientes são os de

formação quadrada ou retangular, uma

vez que projetam um pastejo mais uniforme

e o seu comprimento não deve

passar de três vezes a medida da largura.

O número de piquetes é muito variável.

Por isso, existe uma fórmula para

ajudar o pecuarista a organizar, planejar

e encontrar o número ideal para a propriedade:

número de piquetes = período

de descanso + 1 período de ocupação.

Na prática, o que acontece é que

enquanto um lote é pastejado, o outro

piquete descansa. Após consumir a forragem

disponível, esse lote é transferido

para o piquete seguinte.

O sistema é capaz de aumentar a

produção por área, oferecendo vantagens

como: baixo custo de implantação,

aumento da lotação e produção por

área, melhor controle e intensificação

do uso da pastagem e forragem disponível.

Além disso, o pastejo rotacionado

contribui para a recuperação e fortalecimento

do rebrote do pasto, melhorando

a distribuição de resíduos animais e

a ciclagem de nutrientes no solo. Serve,

também, para intensificar os animais de

produção, principalmente os mais produtivos

e com potencial para ganho. No

entanto, todos os animais do rebanho

podem pastejar em rotacionado desde

que o sistema tenha sido dimensionado

com espaço suficiente para todos.

A importância da avaliação

Antes de implantar o pastejo rotacionado

é preciso avaliar a forragem

que será explorada, o número de dias

necessários para o descanso, as estruturas

de cochos e bebedouros e a disponibilidade

adequada de sal, suplemento

e água.

O criador também deve corrigir

e adubar o solo (caso seja necessário),

verificar os dias de ocupação que os animais

farão no piquete e não se esquecer

de treinar seus colaboradores sobre o

manejo do novo sistema.

Vale ressaltar que o manejo no curral,

corredores, entrada e saída do piquete

afeta diretamente o sucesso do

sistema. Por isso, é importante disponibilizar

um espaço que permita boa circulação

do rebanho e preparar a equipe

para conduzir os animais sem estresse.

A melhor forrageira

Diversas discussões já foram feitas a

esse respeito, porém não existe espécie

de forrageira milagrosa para se cultivar.

O apoio e a avaliação de um técnico são

importantes para entender qual é a forrageira

ideal para o solo da propriedade.

O profissional também indicará se

há necessidade de ajustes no solo ou a

implantação de um novo tipo de capim,

tudo para que a forrageira se adeque às

carências do solo.

Atenção à suplementação

Algumas pessoas interpretam erroneamente

o sistema rotacionado, acreditando

que se o sistema aumenta a produção,

consequentemente aumentará o

pasto no inverno e que, por esse motivo,

o gado não precisará de suplementação.

Mas essa ideia está equivocada, já que

a estacionalidade de produção de forragem

ocorrerá normalmente. Por isso

será necessário suplementar os animais.

Pastejo alternado

Outro recurso muito comum para

evitar o esgotamento da pastagem pelo

manejo contínuo é o pastejo alternado.

Tão eficiente quanto o sistema rotacionado,

consiste em transferir os animais

para pastos mantidos em reserva, a fim

de proporcionar descanso à pastagem.

49


REVISTA O GIROLANDO

ECONOMIA

Thiago Brasil, Diretor Financeiro da Produzindo

Certo

DIVULGAÇÃO

O desafio do crédito

Produtor pode utilizar novos instrumentos

financeiros disponíveis no mercado

Por que o produtor precisa de uma nova abordagem no financiamento da produção

Quando se fala em sustentabilidade,

quem pensa apenas em meio ambiente

perde uma parte importante

da conversa. Aspectos ambientais são

cruciais – e serão cada vez mais cobrados

de todos os setores econômicos

–, mas há vários fatores em jogo

para que os negócios se mantenham

saudáveis, trazendo contribuição não

só para os seus proprietários e acionistas,

mas também para a sociedade

como um todo. Não há empresa sustentável

sem que esteja, por exemplo,

com suas finanças em dia. Da mesma

forma, não há produtor rural responsável

sem os recursos necessários para

que ele financie e execute suas operações

agrícolas dentro do que ensinam

as melhores práticas produtivas e socioambientais.

Quando o crédito falta

ou fica mais caro, o desafio, que já não

é pequeno, fica ainda maior.

É este cenário, de maior incerteza

financeira, que se desenha para 2022

no campo. Depois de safras positivas,

com produtividade e preços agrícolas

em alta, o clima – e aqui a palavra se

aplica em duplo sentido, meteorológico

e econômico – mudou. Estiagens

no Sul e chuvas em excesso em outras

regiões provocaram quebras importantes

nos resultados da safra de verão.

Em outra frente, a inflação dos

insumos, alimentada pelo câmbio e

alta demanda global, elevou os custos

de produção. A conjuntura macroeconômica

também já se mostrava

desfavorável, com a escalada das taxas

de juros nos últimos meses.

Em meio a essa tempestade quase

perfeita, uma torneira importante na

irrigação do setor, com recursos para

o custeio, fechou-se em um momento

particularmente sensível para a maior

parte dos agricultores: a janela que

compreende a colheita da safra de

verão seguida do plantio da safrinha.

A alta dos juros consumiu os recur-

50


POINTIMAGENS

Produtor rural deve buscar mais possibilidades

de acesso ao capital.

sos que o governo havia reservado no

orçamento federal para fazer a equalização

das taxas pagas aos agentes

financeiros que concederam créditos

subsidiados, previstos no Plano Safra,

aos produtores rurais. Por conta disso,

o Tesouro Nacional determinou a

suspensão temporária, em fevereiro,

da concessão de novos créditos.

Não se trata de um fato inédito.

No ano passado, houve movimento

semelhante do Tesouro, que também

suspendeu os subsídios por não ter

recursos para bancar a diferença entre

as taxas de mercado e as previstas

no Plano Safra. A diferença, em outras

ocasiões, foi o momento em que

isso aconteceu. Em 2021, a safra estava

no final e a interrupção teve menor

impacto nas decisões dos produtores.

Desta vez, porém, o timing foi cruel.

Segundo a Confederação da Agricultura

e da Pecuária do Brasil (CNA),

já foram empenhados mais de 99%

dos R$7,83 bilhões que haviam sido

destinados à equalização dos juros. E

seriam necessários mais R$3 bilhões

para impedir que a safra seja prejudicada.

Ainda que o governo encontre

uma solução e, como é provável que

aconteça, realoque recursos para garantir

as taxas subsidiadas, o episódio

deixa no ar uma sensação de incerteza

e uma percepção de que o assunto

crédito precisa ser visto com outros

olhos pelos produtores. Os recursos

do Plano Safra, emprestados a taxas

que vão de 4,5% (Pronaf) a 6% (Pronamp)

são, sem dúvida, uma opção

relevante para o custeio agrícola. A

questão é que eles são limitados e sujeitos

a fatores que fogem do controle

das autoridades do setor. E, quando

ele falta, recorrer a alternativas tradicionais

pode sair caro, superando a

casa dos 20% ao ano.

Uma torneira se fecha, outra se

abre

Há uma brecha de céu azul, porém,

nesse cenário cinzento. Momentos

particularmente delicados costumam

ser oportunidades para se olhar

para o lado e testar soluções menos

convencionais. Diante do aprendizado

de que não se pode ficar excessivamente

dependente de uma fonte de

financiamento, conhecer e aprender

sobre novos instrumentos financeiros

disponíveis pode trazer ganhos em

vários campos. Assim como ocorreu

antes em outros setores da indústria

financeira, o crédito e o seguro agrícola

passam por um processo de inovação

graças à chegada, às porteiras,

de empresas de base tecnológica focadas

na automação, na desburocratização

e no consequente barateamento

de processos de análise de risco e

crédito.

Isso permite que se abram, para

o produtor rural, novas possibilidades

de acesso ao capital. Operações

estruturadas, como a emissão de

CRAs, tornam-se mais atrativas para

os investidores, sobretudo pelo fato

de que, com melhor visão da gestão

das propriedades, eles se sentem mais

confiantes em emprestar aos produtores.

Com ferramentas que permitem

analisar com transparência também a

situação socioambiental das fazendas

e sua evolução, o que antes era visto

como uma caixa preta pelos donos do

dinheiro, agora pode se transformar

em uma caixa verde, que valorize a

adoção de práticas ambientais, sociais

e de governança no campo, revertendo-a

em taxas mais atraentes para o

produtor rural.

Ao mesmo tempo em que os recursos

ficam mais escassos nas vias

tradicionais, a combinação de bons

indicadores ambientais, sociais e financeiros

é cada vez mais cobrada

e valorizada pelos agentes financeiros.

Assim, apurar a gestão, conhecendo

mais a fundo cada aspecto da

propriedade em todas essas áreas, é

a chave para superar os desafios que

estão diante de nós.

51


REVISTA O GIROLANDO

TECNOLOGIA

Assessoria de imprensa da Allflex

DIVULGAÇÃO ALLFLEX

Monitoramento auxilia na tomada de decisão

Animais com colar de monitoramento

Tecnologia vem permitindo elevar os índices reprodutivos e auxilia na parte

nutricional com monitoramento diário do tempo de ingestão

DIVULGAÇÃO ALLFLEX

Anna Luiza Belli, coordenadora de Território da

MSD Saúde Animal Intelligence

Aprimorar o trabalho de forma

contínua é uma exigência no agronegócio,

mas, com margens cada vez mais

estreitas, o que era diferencial hoje

tornou-se necessidade. Sabendo disso,

médicos-veterinários vêm buscando

soluções práticas e com resultados efetivos

para auxiliar seu trabalho técnico

nas fazendas. No caso da produção de

leite, por exemplo, as dificuldades se

mostram cada vez mais desafiadoras,

em especial na reprodução e diagnóstico

de enfermidades, dois indicadores

que impactam diretamente na lucratividade

do produtor.

“Temos necessidade constante de

evoluir em indicadores zootécnicos

para melhorar a rentabilidade. Sem o

controle da porteira para fora, que é

relativo ao comportamento do mercado,

temos que controlar muito bem

da porteira para dentro, monitorando

os índices de produtividade”, explica

o médico-veterinário Gabriel Caixeta,

consultor pelo Grupo Apoiar, em diversas

propriedades de Minas Gerais.

O especialista em produção leiteira

conta que um dos principais problemas

encontrados em um de seus clientes,

que trabalha coma a raça Holandesa,

era a questão reprodutiva, diante de

baixa taxa de serviço e taxa de concepção,

gerando, por sua vez, baixa taxa

de prenhez. “Inseminávamos pouco

os animais e os que eram inseminados

tinham baixa taxa de concepção”, diz,

completando que quando comparado

esse número em protocolo de inseminação

artificial em tempo fixo (IATF)

e os animais em cio natural havia uma

diferença grande. Foi nesse momento

em que se viu a necessidade da adoção

de tecnologia.

A opção indicada pelo veterinário

foi o sistema de monitoramento SenseHub,

da Allflex, marca da MSD Saúde

Animal Intelligence. “Do ponto de

vista de reprodução, trabalhamos em

um manejo similar ao que era aplicado

na fazenda, só que com o benefício

de taxa de detecção de cio de retorno

bem mais alta. Por exemplo, saímos de

uma situação na qual tínhamos uma

vaca não observada em cio, diagnosticada

vazia no dia 30 pós-inseminação

52


DIVULGAÇÃO ALLFLEX

e inseminada novamente em um intervalo

de 42 dias. Começamos a ter um

animal no cio entre 21/23 dias, já passando

pelo protocolo de inseminação”,

explica Caixeta.

Segundo ele, essa recuperação do

que era um atraso de 20 dias se tornou

agora sinônimo de produtividade, em

que as vacas estão emprenhando, encerrando

a lactação, entrando em nova

lactação e produzindo mais leite rapidamente.

De acordo com os dados do especialista,

no último ano, a taxa de serviço

da fazenda fechou em 55%, a taxa

de concepção entre 25 e 28% e a taxa de

prenhez em 14%. Com a utilização dos

colares de monitoramento, os índices

já chegaram a 73% de taxa de serviço,

a concepção no cio natural saltou para

38% e a taxa de prenhez praticamente

dobrou para 26%, com períodos de até

30%.

Além dos benefícios para a reprodução,

a tecnologia de monitoramento

foi relevante também para aspectos sanitários,

dando diagnóstico ativo para

o período de transição. “Não adianta

querer trabalhar com sanidade e esperar

que a vaca conte quando está doente.

O interessante é identificar a vaca

doente de forma prévia e o colar de

monitoramento faz isso, reportando os

Tecnologia permite monitoramento de dados

relativos à reprodução

animais que precisam de intervenção”,

orienta Caixeta.

Para a médica-veterinária e coordenadora

de Território da MSD Saúde

Animal Intelligence, Anna Luiza

Belli, o sistema de monitoramento é

um grande aliado para os técnicos que

buscam otimizar sua forma de gestão

dentro das propriedades. A tecnologia,

além de trabalhar 24 horas por dia, 7

dias por semana, permite ao técnico

verificar se suas orientações foram seguidas

dentro da fazenda e pode lhe

poupar o tempo, por exemplo, que seria

usado para acompanhar se a rotina

de trato está sendo feita nos momentos

corretos. “Os técnicos que estão se

desenvolvendo e procurando ser mais

gestores do que apenas funcionários

das fazendas, têm muito a ganhar com

a adoção da tecnologia em suas consultorias”,

explica.

Auxílio na nutrição

A antecipação ao problema proporcionada

pela tecnologia de monitoramento

também pode ser conferida na

nutrição. Com monitoramento diário

do tempo de ingestão é possível fazer

avaliações individuais ou em grupos,

acompanhando o comportamento de

ruminação e as variações ao longo do

dia. Trazendo esse panorama para a

prática, em dietas com alto percentual

concentrado, ou ao contrário, pode-se

encontrar um cenário em que os animais

vão enfrentar alterações na ruminação.

Num momento em que haja alteração

da silagem e os teores de amido

planejados para dieta forem alterados,

a tecnologia de monitoramento pontuará

as flutuações de ruminação e o aplicativo

mostrará que a oscilação estava,

por exemplo, fora do aceitável. Desse

modo é possível fazer uma intervenção

antes mesmo que os animais sejam

acometidos por um quadro mais grave

de acidose, por exemplo, gerando prejuízos

na saúde, reprodução e produção

do leite.

Nesse aspecto nutricional, o médico-veterinário

Lincoln Medeiros, que

atende diversas propriedades leiteiras,

também é um entusiasta da tecnologia

de monitoramento como braço direito

do profissional na fazenda. Para ele, a

tecnologia de monitoramento ajuda a

tornar mais seguras decisões que antes

eram tomadas apenas com base na

observação e hoje representa uma ferramenta

prática e assertiva para fazer

avaliações. “Falando enquanto nutricionista,

sem o emprego de inovação,

temos apenas a fotografia do dia da

visita, mas não o histórico dos dias anteriores.

Com os colares de monitoramento

passamos a ter a visão de fora

da fazenda, em um aspecto mais global

e integrado. Pelo celular observo o dia

em si, o comportamento da dieta, faço

o comparativo mensal e então avalio a

necessidade de reajustes com os dados

fornecidos pelo aplicativo”, pontua Medeiros,

elencando como um dos principais

benefícios da tecnologia a orientação

na tomada de decisão.

Para a coordenadora de Território

da MSD Saúde Animal Intelligence,

Thatiane Kievitsbosch, o trabalho

dos veterinários como consultores é

imprescindível e a tecnologia de monitoramento

ajuda a tornar o seu trabalho

mais eficiente. “O gestor e o

médico-veterinário seguem aplicando

a metodologia da fazenda, mas com a

possibilidade de um recurso rápido e

assertivo, que mostra todo o entendimento

do rebanho em telas, com informações

que nem sempre somente a observação

consegue identificar. Sob esse

olhar integrado, somando profissionais

atentos e o emprego de tecnologia aplicada,

o campo segue trabalhando por

resultados cada vez melhores”, ressalta

Thatiane.

53


REVISTA O GIROLANDO

SANIDADE

Equipe Agener União

JADIR BISON

30 anos da tecnologia que revolucionou a produção de

leite no Brasil

Novas tecnologias ajudaram a melhorar os

índices da pecuária leiteira

Nas últimas décadas os avanços

tecnológicos nas áreas de genética, nutrição,

manejo, conforto e bem-estar

animal permitiram enorme evolução

da produção e produtividade leiteira.

Para que se tenha como base, estudos

nos Estados Unidos apontam que a

produção de leite por vaca quadruplicou

e a eficiência produtiva triplicou

no último século. Não dispomos de estudos

que nos deem a exata magnitude

dessa evolução no Brasil, mas qualquer

um que esteja envolvido na atividade

nas últimas décadas (ou mesmo anos),

consegue perceber que um processo

semelhante ocorreu, talvez partindo

de patamares diferentes, já que, de maneira

geral, nossa produção e eficiência

produtiva são mais baixas que as

observadas nos Estados Unidos, muito

embora tenhamos aqui sistemas de

produção e propriedades comparáveis

com as que existem lá.

Há 30 anos uma tecnologia inovadora

e disruptiva, fruto dos desenvolvimentos

em biotecnologia, à época

pouco conhecida dos técnicos, produtores

e público em geral, foi colocada

no mercado de produção animal.

Essa tecnologia, que revolucionou

a produtividade, eficiência e lucratividade

da produção leiteira nos países

onde foi introduzida, é a somatotropina

bovina (também conhecida pela sigla

bST). O México foi o primeiro país

a aprová-la em 1990, sob o nome comercial

Lactotropin®, seguido do Brasil

em 1992, como Lactotropin®, e dos

Estados Unidos em 1994, sob o nome

Posilac®.

Seu desenvolvimento envolveu pesquisadores,

universidades e a indústria

privada, além do suporte e supervisão

de agências regulatórias federais, em

vários países. Como consequência, já

no momento de sua aprovação, mais de

1.000 estudos haviam sido conduzidos

envolvendo mais de 20.000 vacas ao

redor do mundo, demonstrando seus

resultados e comprovando sua eficácia

e segurança. Este nível de estudo e conhecimento

prévio foi e continua sendo

sem precedentes no lançamento de

uma nova tecnologia. Posteriormente,

ao longo dos últimos 30 anos, o que

havia sido demonstrado nos estudos

iniciais foi confirmado de forma consistente

e inequívoca nos resultados

práticos de seu uso em mais de 50 milhões

de vacas desde seu lançamento, e

dos também incontáveis estudos científicos

adicionais que foram realizados

em resposta aos mais diversos questio-

54


JORGE BORBA

Animais Girolando em sistema de compost barn

namentos que surgiram após o início

de seu uso comercial.

São muitas as características do

Posilac®, uma formulação de liberação

lenta de somatotropina, e os benefícios

que proporciona a toda cadeia produtiva,

que o distinguem dentre todas as

tecnologias disponíveis. Talvez a mais

marcante seja o fato de incrementar a

produção de leite em até 20% ao dia,

com resultado mensurável já a partir

do primeiro dia em que é aplicado,

sem prejuízos à saúde, reprodução,

bem-estar e longevidade dos animais,

tampouco qualquer alteração na composição

e segurança do leite produzido

para o consumo humano.

Pense: qual outra tecnologia tem o

poder de proporcionar uma resposta

tão impactante, em tempo tão curto,

para os animais, e de forma consistente

entre as diferentes raças, sistemas de

produção e geografia?

O melhoramento genético pode

resultar num incremento dessa magnitude,

mas ao longo de anos, talvez décadas,

por depender da entrada de novas

gerações em produção, as questões

relacionadas ao manejo nutricional,

reprodutivo ou sanitário, também são

determinantes para o bom desempenho

produtivo, mas a resposta é obtida

em médio-longo prazos e sua magnitude

é inversamente proporcional ao estado

inicial, ou seja, os rebanhos com

piores condições nutricionais, reprodutivas

ou sanitárias, irão responder

de forma mais significativa, por que na

realidade se estará corrigindo falhas de

manejo. Já a somatotropina, de forma

distinta, é uma tecnologia que proporciona

resultados maiores quanto

melhores forem as condições iniciais,

ou seja, tem potencial para levar o rebanho

para patamares incrementais ou

aditivos de produção e produtividade,

só alcançáveis através do seu uso; por

isso não concorre com outras tecnologias

para o aumento de produtividade

e eficiência, e sim devendo ser usada

em conjunto com elas, proporcionando

resultado em qualquer sistema, para

alavancar os resultados das demais tecnologias.

E se olharmos à frente, será que

existe alguma tecnologia despontando

que irá superar essa resposta única e

característica da somatotropina?

Estamos na era das startups, e empreendedores

estão buscando a inovação,

muitas vezes alavancados financeiramente

por grandes empresas em

busca de oportunidades de negócios.

As mais variadas ideias estão sendo

desenvolvidas em ritmo acelerado,

muitas com base na tecnologia da informação.

Podemos citar sensores e

até mesmo reconhecimento facial que

permitem acompanhar o comportamento

dos animais individualmente;

drones que permitem acompanhar os

animais ou as culturas no campo, sem

precisar ir ao campo; ordenhas robotizadas

evoluem com grande rapidez eliminando

ou reduzindo drasticamente

a mão de obra e o árduo trabalho necessário

para a coleta do leite, tudo isso

com coleta e interpretação de dados

para a tomada de decisões através de

acesso remoto, e em tempo real através

de telefonia móvel.

Muitas dessas tecnologias eram

inimagináveis há poucos anos ou inacessíveis

por questões de telecomuni-

55


REVISTA O GIROLANDO

DIVULGAÇÃO AGENER UNIÃO

cações no campo. Mas qual delas tem

potencial de proporcionar o impacto

em produtividade que a somatotropina

trouxe ao mercado 30 anos atrás? Consegue

apontar alguma?

Na última década no Brasil a indústria

leiteira tem vivido um momento

de impulsionamento da produtividade

através da melhoria do conforto. A

crescente adoção de sistema de alojamento

em “Compost Barns”, retirando

os animais de ambientes de grande desconforto

térmico e muitas vezes com

contaminação por excesso de barro,

tem promovido resultados reportados

em algumas situações como próximos

aos relatados para o Posilac® (conforme

dito, aumento de produção de leite

de até 20% ao dia); a diferença é que

esse incremento vem a um custo de

investimento inicial bastante elevado,

que retorna ao longo do tempo, portanto

infelizmente não pode ser adotado

por todos.

Por último, mas não menos importante,

os tempos mudaram, assim como

as demandas dos consumidores, que

hoje exigem cada vez mais um compromisso

com a sustentabilidade da produção.

Ambientalistas têm a agricultura

e, em especial, a pecuária bovina

na mira, com acusações de originarem

grande parte dos gases de efeito estufa.

Nessa área, existem atualmente tecnologias

sendo apresentadas ao mercado

que também prometem ser disruptivas

e realizar drástica diminuição da emissão

de metano pelos bovinos; porém, o

grande desafio ainda a ser entendido é

quem vai pagar por isso. Sustentabilidade

acontece quando anda de mãos dadas

com produtividade, eficiência e lucratividade.

Ser sustentável é sinônimo

de produzir mais com menos, o que,

por sua vez, é sinônimo de lucratividade.

Nesse sentido o Posilac® também

contribui de forma natural e gratuita.

Ao aumentar a produção por vaca, dilui

seu custo de manutenção, reduzindo

a pegada de carbono da produção. Um

Tecnologias permitiram a evolução da raça

bônus creditado diretamente na saúde

do nosso planeta.

Por tudo isso celebramos o acesso

que temos a essa formulação que une

tradição e tecnologia de forma segura,

sustentável e lucrativa. Sendo uma das

poucas tecnologias a impactarem a produção

leiteira de forma tão marcante e

que ainda tem oportunidade de adoção

ou intensificação de uso em um grande

número de fazendas, dos mais variados

tipos, tamanhos e sistemas de produção

em todas as regiões, muitas vezes como

fator determinante na viabilização econômica

da atividade leiteira e, de quebra,

mas não menos importante, contribuindo

para o meio ambiente.

Nossa forma de celebrar será através

do compartilhamento de conhecimento

sobre a tecnologia e o produto Posilac®.

Dessa forma estamos certos que

contribuímos para o sucesso da cadeia

produtiva, através do seu uso correto e

lucrativo.

56


REVISTA O GIROLANDO

GIROLANDO E VOCÊ

Larissa Vieira

Avanços genéticos, mercado e sucessão no agro

Os rumos do melhoramento genético

do Girolando e das raças mães Gir Leiteiro

e Holandês, as perspectivas do mercado do

leite e a sucessão no agro foram temas do 1°

Simpósio de Gado de Leite do Núcleo de

Criadores Girolando das Gerais. O evento,

ocorrido no dia 12 de março, na Fazenda

Boa Esperança, em Florestal/MG, contou

com a participação do vice-presidente da

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando,

Eugênio Deliberato Filho, do diretor

Luiz Fernando Reis e de dezenas de

criadores da raça.

Com vasta experiência na seleção de

animais 5/8, o criador Eugênio Deliberato

Filho ministrou palestra sobre a evolução

desse cruzamento nos últimos anos e as

ações que a Associação está realizando para

promover a raça. “Essa é a composição racial

determinada pelo Ministério da Agricultura

para a formação do Girolando e ela tem

resultado em animais de grande rusticidade

e produtividade, que aguentam calor e os

mais variados tipos de manejo, totalmente

preparada para os trópicos. E com o uso das

ferramentas de seleção do PMGG conseguimos

um grande avanço dos rebanhos 5/8”,

assegura o vice-presidente. Ele destacou ainda

as pesquisas que estão sendo feitas pela

Embrapa, que permitirão a publicação, em

breve, de novas características, como por

exemplo, a termotolerância.

O jurado e membro do Conselho Deliberativo

Técnico da Girolando, Fábio Fogaça,

que ministrou palestra sobre melhoramento

genético, apontou a importância da

coleta de dados zootécnicos para o fortalecimento

da raça. “Sem informação não se leva

uma raça para frente. A genômica sozinha

não é nada: só teremos um monte de DNA,

mas não conseguiremos interpretar o que

significa cada um dos marcadores. O criador

tem a responsabilidade de coletar dados,

participar de provas zootécnicas e enviar essas

informações para a Associação de Girolando

que, junto com a Embrapa, transformará

esses dados em índices genéticos e nos

mais diferenciados PTAs. Melhoramento

genético não é ponto de vista, é ciência. Precisamos

aumentar a intensidade de seleção,

a acurácia dos dados, reduzir o intervalo de

geração para garantir o avanço da raça”, esclarece

Fogaça.

Na visão do criador Adriano Bicalho,

da Gir Leiteiro 2B, que ministrou palestra

sobre os avanços genéticos da raça zebuína,

é de extrema importância fazer uma correta

escolha das matrizes para produzir animais

funcionais e produtivos, que aumentarão

a rentabilidade do sistema. “O Gir Leiteiro

evoluiu nos últimos anos e à medida que

ampliarmos as mensurações das características

lineares, a avaliação genômica para

mais características e o uso de touros jovens,

poderemos utilizar todo esse ganho genético

para produzir um Girolando moderno. É

preciso descobrir as melhores genéticas Gir

Leiteiro para produzir o melhor Girolando”,

assegura Adriano Bicalho, que em 2020 iniciou

o programa PMG2B Girolando, com o

objetivo de produzir vacas CCG 1/2, futuras

mães e avós de touros Girolando.

Mercado do leite e sucessão no agro

O 1° Simpósio de Gado de Leite do Núcleo

de Criadores Girolando das Gerais ainda

abriu espaço para dois temas de grande

relevância na atividade leiteira: mercado do

leite e sucessão nos negócios pecuários. O

presidente da Comissão Técnica de Pecuária

de Leite da Faemg, Jônadan Ma, destacou

Participantes do 1° Simpósio do Núcleo de

Criadores das Gerais

Simpósio promovido pelo Núcleo de Criadores Girolando das Gerais abordou esses

três temas sob a ótica de renomados especialistas

que um trabalho conjunto entre os vários

elos da cadeia produtiva pode trazer novo

cenário para a atividade. “´No momento

em que vemos a pecuária leiteira evoluindo,

mas os custos elevando, precisamos trabalhar

as relações do produtor internamente,

mas também com a indústria. É o momento

de promovermos ações conjuntas, pois

todos estamos no mesmo lado, tornando a

atividade viável para o produtor, para a indústria

e também para que o consumidor

tenha acesso a um leite de qualidade a preço

viável”, diz Ma.

Já a importância de preparar sucessores

para o negócio foi o tema abordado pelo

advogado e criador, Alexandre Lacerda. No

Brasil, grande parte das empresas não sobrevive

quando as gerações seguintes assumem

os negócios. “Muito importante pensar o futuro

de forma planejada, cuidar da sucessão

e preparar os filhos para que, quando a pessoa

for passar o ‘bastão’ tudo esteja organizado.

Assim, os sucessores terão um futuro

muito mais tranquilo. Não crie herdeiro, crie

sucessor”, alerta Lacerda.

Segundo o presidente do Núcleo de

Criadores Girolando, Alexandre de Freitas,

todos os temas abordados trouxeram questionamentos

importantes para o sucesso da

pecuária leiteira. “Ficamos muito satisfeitos

com o resultado deste 1º Simpósio; vimos

uma incrível troca de experiências, aliada a

um viés muito forte de aproximação de toda

a cadeia produtiva do leite, o que, a meu ver,

é uma das principais funções dos núcleos

de fomento, já que servimos de elo entre os

produtores e a Associação Girolando, bem

como a todos os demais envolvidos na pecuária

de leite”, destaca Freitas.

57


REVISTA O GIROLANDO

GIROLANDO E VOCÊ

Larissa Vieira

JADIR BISON

Agenda repleta de grandes eventos

ExpoZebu terá a presença da Girolando nas pistas

Exposições confirmadas em várias regiões colocam em evidência o Girolando

A raça Girolando está confirmada em vários

eventos neste primeiro semestre de 2022.

Um deles é a 87ª edição da ExpoZebu (Exposição

Internacional das Raças Zebuínas), que

acontecerá de 30 de abril a 8 de maio, no Parque

Fernando Costa, em Uberaba/MG. Foram disponibilizadas

120 vagas para julgamento e 10

vagas para o Torneio Leiteiro.

Os julgamentos acontecerão nos dias 5 e 6

de maio, sendo na parte da tarde no primeiro

dia, e pela manhã e à tarde no segundo. O jurado

responsável será definido durante sorteio,

em que concorrerão os três jurados mais votados

pelos expositores. Todo criador que fizer as

inscrições de seus animais para julgamento até

o dia 4 de abril deverá indicar o nome de três

jurados efetivos, em ordem de preferência, dentre

os nomes disponíveis em lista publicada pela

Associação de Girolando.

“Serão dois dias de competições na pista e,

certamente, teremos animais de extrema qualidade

disputando as premiações. A ExpoZebu é

uma vitrine importante para a raça Girolando,

pois o evento tem grande público, tanto do Brasil

quanto do exterior, em busca de genética superior.

Será mais um ano de parceria de sucesso

com a ABCZ”, destaca o presidente da Associação

Brasileira dos Criadores de Girolando,

Odilon de Rezende Barbosa Filho.

O Torneio Leiteiro será de 1º a 4 de maio.

Além das competições, os visitantes da ExpoZebu

poderão participar do “Dia G – PS e

5/8”. Agendado para o dia 5 de maio, logo após

o final dos trabalhos de julgamento, no início da

noite, o evento terá uma mesa redonda sobre os

avanços da raça Girolando, com a participação

de especialistas e criadores. A programação

completa ainda está sendo definida e será publicada

no site da entidade (www.girolando.

com.br).

Programação da Megaleite 2022

A Associação Brasileira dos Criadores de

Girolando definiu a programação técnica preliminar

da 17ª Exposição Brasileira do Agronegócio

do Leite (Megaleite), agendada para o

período de 15 a 18 de junho, no Parque da Gameleira,

em Belo Horizonte/MG. As principais

raças leiteiras do país participarão da Megaleite

2022, que ainda contará com uma série de atividades

que permitirão ao público em geral conhecer

os avanços da pecuária leiteira nacional.

Dentre as exposições programadas, a Megaleite

sediará a 31ª Exposição Nacional de Girolando

e terá 600 vagas para as competições de

julgamento e 22 para o torneio leiteiro. As inscrições

terão início no dia 4 de abril pelo Portal

Web Girolando.

Julgamentos – As inscrições terão descontos

variados conforme o período de adesão.

• De 04/04 a 29/04/2022 - Valor de R$

75,00 por animal.

• De 30/04 a 27/05/2022 – Valor de R$

100,00 por animal.

• De 28/05 a 05/06/2022 – Valor de R$

125,00 por animal.

Cada expositor poderá inscrever até 12

animais para o julgamento de cada composição

racial e até quatro animais para mostra. Os

expositores que efetuarem as inscrições até 27

de maio poderão sugerir o jurado efetivo para

o evento.

Torneio Leiteiro – O período de inscrições

para torneio leiteiro vai de 4 de abril a 27 de

maio. Cada expositor poderá inscrever até três

animais, mediante disponibilidade de vagas.

• Valor para fêmeas inscritas no Serviço de

Controle Leiteiro da Girolando – R$ 250,00 por

animal.

• Valor para fêmeas não inscritas no Serviço

de Controle Leiteiro da Girolando – R$

1.000,00 por animal.

Tratadores (para alojamento no Parque da

Gameleira)

• De 4 de abril a 5 de junho – Valor: R$

300,00 por pessoa.

• A partir de 06/06/2022 – Valor de R$

500,00 por pessoa.

58


SEGUNDA-FEIRA (06/06/2022) a QUINTA-FEIRA (09/06/2022)

Entrada de Animais

• 08:00 –18:00 – Início da entrada dos animais para torneio leiteiro (todas as raças)

SEXTA-FEIRA (10/06/2022)

Entrada de Animais

• 8:00 – 18:00 – Início da entrada dos animais para julgamento, mostra e continuação

da entrada dos animais para torneio leiteiro (todas as raças)

SÁBADO (11/06/2022)

Entrada de Animais

• 08:00 – 09:00 – Encerramento da entrada dos animais Girolando para torneio

leiteiro

• 08:00 – 18:00 – Continuação da entrada dos animais Girolando para julgamento

e mostra

• 08:00 – 18:00 – Continuação da entrada dos animais para julgamento, mostra e

torneio leiteiro (raças parceiras)

Torneio Leiteiro

• 09:30 – 10:00 – Reunião da comissão técnica com os expositores e participantes

do torneio leiteiro de Girolando

• 10:00 – 13:00 – Realização de exames clínicos e laboratoriais dos animais Girolando

participantes do torneio leiteiro

• 14:00 – Início da fiscalização do torneio leiteiro de Girolando

DOMINGO (12/06/2022)

Entrada de Animais

• 08:00 – 18:00 – Continuação da entrada dos animais para julgamento, mostra e

torneio leiteiro (raças parceiras)

• 08:00 – 18:00 – Encerramento da entrada dos animais Girolando para julgamento

e mostra

SEGUNDA-FEIRA (13/06/2022)

Entrada de Animais

• 08:00 – 12:00 – Encerramento da entrada dos animais para julgamento, mostra e

torneio leiteiro (raças parceiras)

• 08:00 – 10:00 – Mensuração e pesagem oficial dos machos Girolando para julgamento

Local: Currais de Manejo

• 19:00 – 20:00 – Reunião da comissão de ética da Girolando com os expositores,

tratadores e apresentadores de animais Local: Camarote Master

Torneio Leiteiro

• 14:00 – 1ª ordenha do torneio leiteiro de Girolando

• 22:00 – 2ª ordenha do torneio leiteiro de Girolando

TERÇA-FEIRA (14/06/2022)

Julgamento

• 17:00 – Divulgação da comissão de jurados efetivos e sorteios da raça Girolando

(composição racial e jurados assistentes) Local: Camarote Master

Programação Megaleite 2022

Torneio Leiteiro

• 06:00 – 3ª ordenha do torneio leiteiro de Girolando

• 14:00 – 4ª ordenha do torneio leiteiro de Girolando

• 22:00 – 5ª ordenha do torneio leiteiro de Girolando

QUARTA-FEIRA (15/06/2022)

Programação Especial

• 09:00 – Abertura oficial e hasteamento das bandeiras Local: Camarote Master

• 10:00 – Entrega do “Mérito Girolando” Local: Camarote Master

Julgamento

• 15:00 – Início do julgamento de Girolando (Fêmeas Jovens CCG 3/4)

Torneio Leiteiro

• 06:00 – 6ª ordenha do torneio leiteiro de Girolando

• 14:00 – 7ª ordenha do torneio leiteiro de Girolando

• 22:00 – 8ª ordenha do torneio leiteiro de Girolando

QUINTA-FEIRA (16/06/2022)

Programação Especial

• 18:30 – Divulgação dos sumários do Programa de Melhoramento Genético da Raça

Girolando (PMGG) Local: Parque da Gameleira

Julgamento

• 09:00 – Julgamento de Girolando (Fêmeas Jovens CCG 1/4)

• 15:00 – Julgamento de Girolando (Machos CCG 3/4 e Machos da Raça Girolando)

Torneio Leiteiro

• 06:00 – 9ª ordenha do torneio leiteiro de Girolando

• 14:00 – 10ª ordenha do torneio leiteiro de Girolando (encerramento)

SEXTA-FEIRA (17/06/2022)

Julgamento

• 09:00 – Julgamento de Girolando (Fêmeas Jovens CCG 1/2)

• 15:00 – Julgamento de Girolando (Fêmeas Jovens da Raça Girolando)

SÁBADO (18/06/2022)

Programação Especial

• 13:00 – Entrega da premiação e desfile das campeãs do 31º Torneio Leiteiro Nacional

de Girolando Local: Parque da Gameleira | Pista de Julgamento (A DEFINIR)

• 20:00 – Coquetel de encerramento da Megaleite 2022 e do Ranking Nacional Girolando

2021/2022 Local: Parque da Gameleira

Julgamento

• 09:00 – Julgamento de Girolando (Fêmeas Adultas e Progênies CCG 3/4 e CCG 1/4)

• 15:00 – Julgamento de Girolando (Fêmeas Adultas e Progênies CCG 1/2 e da Raça

Girolando)

DOMINGO (19/06/2022)

Saída dos Animais

• 06:00 – Início da saída dos animais da Megaleite 2022

59


Agenda de eventos

Diretor Domício Arruda durante premiação da

Expo Belo Campo

2ª Expo Belo Campo

A 2ª Expo Belo Campo movimentou

o interior baiano, no mês de fevereiro, entre

os dias 16 e 20. O evento sediou uma

exposição ranqueada pela Associação

Brasileira dos Criadores de Girolando,

com os julgamentos conduzidos pelo jurado

Leandro Paiva, tendo como jurado

de admissão Gabriel Khoury da Costa.

Participaram 90 animais.

A abertura oficial do evento contou

com a presença de autoridades locais, políticos

do estado e produtores. O prefeito

da cidade, José Henrique Silva Tigre, conhecido

como Quinho, é associado da Girolando

e declarou que está trabalhando

pelo fomento da raça na região. O diretor

de Relações Institucionais e Comerciais

da Associação Brasileira dos Criadores de

Girolando, Domício Arruda, representou

a entidade no evento.

Produtores de leite da região de Campo

Belo e estudantes do Curso de Medicina

Veterinária da Faculdade de Tecnologia

e Ciência de Vitória da Conquista-BA

(FTC) participaram de uma palestra sobre

a raça. Durante o evento, o superintendente

Técnico da Associação, Leandro

Paiva, falou sobre as principais características

dos animais, estratégias de cruzamento,

avanços genéticos alcançados,

assim como sobre a atuação da entidade

para fomentar a raça em todo o País.

A 2ª Expo Belo Campo foi organizada

pela Prefeitura Municipal de Belo Campo.

Confira os principais resultados:

CCG 1/2HOL + 1/2GIR

Melhor Fêmea Jovem: JGSA 1933 FIV

Gengis Khan Porteira Azul

Expositor: José Geraldo Souza Almeida

Vaca Jovem: Troia FIV Montross da

IFQ

Expositor: Zirlene Soares Pereira

Grande Campeã: Niceia FIV Altarabo

Bon.Belem

Expositor: Isaque Ruas Lima Silva

CCG 1/4 HOL + 3/4 GIR

Melhor Fêmea Jovem: Carlota FIV

Metano Saia Rodada

Expositor: Hamilton de Araújo Bacelar

Filho

CCG 3/4HOL + 1/4GIR

Melhor Fêmea Jovem: JGSA 2126 FIV

ADMIRAL PORTEIRA AZUL

Expositor: José Geraldo Souza Almeida

Melhor Vaca Jovem: JGSA 1185 FIV

Monterey Porteira Azul

Expositor: José Geraldo Souza Almeida

Grande Campeã: Evita Aftershock

Porteira Azul

Expositor: Isaque Ruas Lima Silva

Grande campeão: Faro FIV Spaulding

da JJPZ

Expositor: Zirlene Soares Pereira

Julgamento de Girolando da Expo Belo Campo

03/04 - Leilão Virtual Cabeceiras do Leite – Transmissão pelos Canais do YouTube Nem Assessoria e Pai e Filho Leilões

18/04 a 23/04 - 1ª Exposição Regional Girolando sem Fronteiras - Leopoldina-MG

17/05 a 22/05 - 50ª Exposição Agropecuária de Itapetinga - Itapetinga-BA

01/06 a 04/06 - 32ª Exposição Agropecuária de Oliveira - Oliveira-MG

15/06 a 18/06 - Megaleite 2022 - Belo Horizonte - MG

60


REVISTA O GIROLANDO

NOVOS ASSOCIADOS

ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO

SOCIAL DA GIROLANDO NOS MESES NOVEMBRO / DEZEMBRO DE 2021 E JANEIRO 2022.

Nº CRIADOR MUNÍCIPIO

10469

10476

10464

10463

10470

10460

10500

10472

10467

10456

10508

10480

10453

10512

10485

10462

10474

10478

10461

10482

10454

10487

10516

10494

10473

10521

10504

10468

10483

10459

10501

10510

10455

10505

Adib Cecílio Domingos

Adnaldo Ferreira de Domingos

Aldênia Maria Leite Lacerda

Aluísio Piantino de Melo Lemos

Agropecuária e Mineração Lagoa Alta Ltda

Agropecuária Martona Ltda

Alysson Walter Campos

Antônio Donizetti de Mendonça

Antônio Fábio Magalhães do Carmo

Antônio Sia Neto

Assoc.dos Bovinocultores de Leite de Jaguaretama - Jaguarleite

Breno Meneses Gomes

Bruna Oliveira Silva/Adnilson Paula D`Abadia Netto

Cacíldo José Francisco de Souza Júnior

Carlos Henrique Ribeiro

Carlos Roberto Scalon Borges

Coop. Regional dos Produtores de Leite de Alto Horizonte

Daniel Vanderlinde Trindade

Denis Vilas Boas Reis

Élcio Padovan Correia

Ester dos Santos Silva

Fábio Braga Soares

Fabrício Rodrigues de Oliveira

Fausto Alves Pires

Fazenda 2 Lagos

Francisco Antônio Martins

Francisco Miguel Ferraz de Carvalho Pereira

Francisco Miguel Rocha Aguiar

Gabriel Trugilho Ofrante

Geraldo Roberto Rocha

Graziele Tavares de Queiroz

Geisy Lene de Souza

Hodges Evangelista de Castro

Irlanio Medeiros Pinheiro

PRESIDENTE:

Odilon de Rezende Barbosa Filho

VICE-PRESIDENTE:

Eugênio Deliberato Filho

1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO:

Marcos Amaral Teixeira

2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO:

Márcio Luís Mendonça Alvim

1º. DIRETOR-FINANCEIRO:

José Antônio da Silva Clemente

2º. DIRETOR-FINANCEIRO:

Luiz Fernando Reis

DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS:

Domício José Gregório A. Silva

Uberlândia - MG

Jaborandi - BA

Piancó - PB

Passos - MG

São Felix de Minas - MG

Pouso Alegre - MG

Carvalhos - MG

Passos- MG

Valinhos - SP

Patrocínio - MG

Jaguaribe - CE

Caruaru - PE

Uberlândia - MG

Campo Grande - MS

Mercês - MG

Sacramento - MG

Alto Horizonte - GO

Ji-Paraná - RO

Natércia - MG

Presidente Venceslau SP

Itapetininga - SP

Vitória - ES

Pouso Alegre - MG

Aparecida de Goiânia - GO

Mossoró - RN

Brasília - DF

Salvador - BA

Rio Paranaíba - MG

Alfredo Chaves - ES

Capelinha - MG

Ituiutaba - MG

Teresina - PI

Bauru - SP

Milhã - CE

Nº CRIADOR MUNÍCIPIO

10479

10513

10481

10507

10502

10520

10511

10471

10488

10484

10496

10514

10489

10458

10517

10486

10492

10477

10497

10509

10493

10519

10518

10515

10466

10465

10506

10503

10495

10499

10498

10490

10491

10475

Isaac da Costa Barbosa Júnior

Jarbas Fernandes Bomfim

Jôze José Camilo

João Eduardo Costa

José Domário Moreira dos Santos

José Manoel dos Santos

José Roberto Lourenço

Júlio Cezar Gomes dos Santos

Leandro Augusto Dias Ferreira

Leandro Kayayan Kamla Vieira

Leonardo Andres Herrera da Silva

Lucas Carvalho Pereira

Luiz Renato Fernandes

Manoel Carlos Gomes Lemos

Marcelo Cicero de Freitas

Marcelo Machado de Souza Lima

Marli Divina Queiroz

Marlucio de Souza Borges

Maurício Vieira

Mauro Henrique de Oliveira Côbo

Moises Pereira Nasser

Ney Soares Rocha

Nilson de Oliveira Moraes

Paulo de Aleluia

Ricardo Wagner do Valle Filho

Rio Pec Rio Sangue Pecuária AS

Roberto Menezes Maciel

Rodolfo de Souza Lourenço

Romir Barbosa Guerra

Ronaldo Pereira de Rezende

Roque Manoel Santos de Carvalho

Tarcio Barbosa Secco

Timothy Dale Carter

Wilson Almeida Benevides

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Triênio 2020-2022

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO:

José Renato Chiari

DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS:

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS:

Aurora Trefzger Cinato Real

CONSELHO FISCAL:

Afonso Celso de Resende

Alexandre Honorato

José Luiz Zago

CONSELHO CONSULTIVO:

Everardo Leonel Hostalácio

Alexandre Lopes Lacerda

Paulo Cruz Martins Junqueira

Conselho de Representantes Estaduais:

Marabá - PA

Itabuna - BA

Riacho das Almas - PE

Ribeira do Pombal - BA

Capim Grosso - BA

Matutina - MG

Ponte Nova - MG

Bom Jesus do Galho - SP

Guararema - SP

São Gonçalo do Pará - MG

Nova Mamoré - RO

Maceió - AL

Campos dos Goytacazes - RJ

Mirassol - SP

Belo Horizonte - MG

Juiz de Fora - MG

Caçu - GO

Campinas - SP

Ribeirão das Neves - MG

Conceição das Alagoas - MG

Rio Novo do Sul - ES

Santa Margarida - MG

Goiânia - GO

Águas Claras - DF

Itaguaí - RJ

Cuiabá - MT

Curvelo - MG

Itirapuã - SP

Nova Lima - MG

Leopoldina - MG

Salvador - BA

Muriaé - MG

São Paulo - SP

Belo Horizonte - MG

Marcelo Renck Real

Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro

SUPLENTES CONSELHO FISCAL:

Marcos José de Paiva

Gustavo Frederico Burger Aguiar

João Eduardo Benini Reis

SUPLENTES DO CONSELHO CONSULTIVO:

Adaulto Augusto Nascimento Feitosa

Paulo Victor Sousa Machado

Leonardo Xavier Gonçalves

Nelson Ariza

Olavo de Resende Barros Junior

AL

AL

AL

AM

AM

BA

BA

BA

BA

CE

DF

ES

ES

GO

GO

GO

MG

MG

MG

MG

MG

Alexandre Gondim da R. Oiticica

André Gama Ramalho

Marcos Ramos Costa

Ildo Lúcio Gardingo

Muni Lourenço Silva Júnior

Cláudio Micucci Vaz Almeida

Fernando Luiz Andrade Rocha

Francisco Peltier Queiroz Filho

Valdemir Acácio Osório

Diego Teixeira Brito

Léo Machado Ferreira

Rodrigo José Gonçalves Monteiro

Marcos Corteletti

Ildo Ferreira (in memoriam)

Adauto Luís Caumo

Rogério Omar Correa

Bernardo Sousa Lima Mattos de Paiva

Wander Campos Marcos

Rodrigo Bernardo Silva

Alex Lima Alves

Luiz Cláudio Bastos de Moura

MG

MG

MG

MG

MG

MG

MG

MG

MG

MG

MG

MG

MG

MG

MS

MS

MS

MS

MT

PA

PB

José Eduardo Coelho Branco Junqueira Ferraz

Paulo Roberto Andrade Cunha

Evandro do Carmo Guimaraes

João Machado Prata Junior

Rodrigo Lauar Lignani

Arildo Benetti Ferreira

Rubens Balieiro de Souza

Maria Cristina Alves Garcia

Maria Helena Freitas dos Santos

Marcelo Pinto Pelegrini Cancela

José Coelho da Rocha

Roberto de Azevedo Rezende

Sérgio Reis Peixoto

João Dario Ribeiro

Fábio Taveira Sandim

Gustavo Henrique Panucci da Silva

Thiago Barros Xavier

Thiago Nogueira Lemos

Aylon David Neves

Adelino Junqueira Franco Neto

Antônio Dimas Cabral

PE

PI

PR

PR

RJ

RJ

RJ

RJ

RN

RN

RN

RO

RO

RO

RS

RS

RS

SE

SE

SP

SP

Cristiano Nobrega Malta

José Gomes do Amaral Neto

Ronald Rabbers

Bernardo Garcia de Araújo Jorge

Cipriano Bairral

Jean Vic Mesabarba e Aguiar Arrabal de M. Vicente

André Luís Gonçalves de Souza

José Gabriel Souza Machado

Ricardo José Roriz da Rocha

Alexandre Carlos Mendes

Manoel Montenegro Neto

Darcy Afonso da Silva Neto

Gilberto Assis Miranda

Otayr Costa Filho

Álvaro José Bombonatto

José Adalmir Ribeiro do Amaral

Roberta Quinteiro de Medeiros Rigol

Lafayette Franco Sobral

João Bosco Machado

Rubens Aparecido Câmara Júnior

Raul de Oliveira Andrade Neto

SP

SP

SP

SP

SP

SP

SP

SP

TO

Paulo Gabriel Reis Nader

Eduardo Lopes de Freitas

Pedro Luiz Dias

Fructuoso Roberto de Lima Filho

Roberta Bertin Barros

Alexandre Pereira da Costa

Paulo Massanori Yamamoto

Fernando Antônio de Macedo

Napoleão Machado Prata

CDT

Membros Natos

Fernando Augusto, Leandro Paiva

Membros Efetivos

Edivaldo Júnior, Fábio Fogaça, Gustavo Gonçalves,

José Renato Chiari, Maurício Coelho, Marcello

Mamedes, Olavo Barros Júnior, Samuel Bastos,

Tiago Ferreira

61


REVISTA O GIROLANDO

GIROLANDO KIDS

Analice França Sandim - Estância Água Milagrosa - Corguinho-MS

Helena Bicalho de Andrade acariciando Helena FIV Dedicada DOC Xanda -

Fazenda Santa Clara Morro do Ferro - Oliveira-MG

Isabela, João Lucas, Mariana, Miguel, Isadora, Luiza Letícia - Fazenda Santa Maria em Nova Andradina-MS

62 60


Sofia e os pais Rafael e Isaura do Gir e Girolando Rafas - Bom Despacho-MG

Manuela e o pai Fernando - Fazenda do Retiro - Carmo

da Mata-MG

Theo e Maya com o avô Mádisson Pereira Machado - Fazenda

Marambaia - Natividade -RJ

Quer ver a foto do seu filho na revista Girolando? Envie a foto junto com o nome da criança e da

propriedade para o e-mail imprensa@girolando.com.br

61 63


FALE CONOSCO

Nome Cargo/Profissão Telefone Email Cidade/UF

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

Depto. Financeiro / ADM / MKT

Dúvidas / Reclamações: faleconosco@girolando.com.br

EQUIPE DE CONSULTORES TÉCNICOS DO SRGRG

TÉCNICOS PMGG SUP. TÉCNICA

ADT

Assessoria de Imprensa

Assessoria Executiva da Diretoria

Bottons

Cobrança

Compras

Contabilidade

Contas a pagar

Controle Leiteiro

Departamento do Colégio de Jurados

DNA

Faturamento

Genealogia

Gerência de Projetos

Grife

Marketing

PMGG / Teste de Progênie

Protocolo

Recursos Humanos

Reprodutivo

Secretaria Executiva da Diretoria

Secretaria Executiva do Departamento Técnico

Superintendência Administrativa e Financeira

Superintendência de Tecnologia da Informação

Web Girolando

Edivaldo Ferreira Júnior Sup. Téc. Suplente - Coord. PMGG - Zootecnista

Leandro de Carvalho Paiva Superintendente Técnico - Zootecnista

Mariana D Angelo Moreno Trainee

Yasmine Micaella Lopes Loubach e Silva Trainee

Frederico Eduardo Martins de Paiva

José Wagner Borges Júnior

Ahed Farias Abu El Haj

André Nogueira Junqueira

Antônio Carlos Alves Brum

Ariana de Miranda Barros

Breno de Morais Cavalcanti

Cléssio José Gomes Moreira

Dagmar Aparecido Rezende Ferreira

Diogo Balderramas Hulpan Pereira

Emilio Afonso da Silva Filho

Érico Maisano Ribeiro

Euclides Prata dos Santos Neto

Fernando Boaventura Oliveira

Gabriel Khoury da Costa

George Abreu

Geraldo Gomes Pereira da Silva Neto

Gilmar Sartori Júnior

José Renes da Silva

Juscelino Alves Ferreira

Katilene Lima de Morais

Limírio Cézar Bizinotto

Marcello de Aguiar R. Cembranell

Maurício Bueno Venâncio Silva

Nilton Cézar Barcelos Júnior

Pétros Camara Medeiros

Raphael Henrique Machado Stacanelli

Samuel Silva Bastos

Thiago Cavalcanti de Almeida

Wewerton Bibiano Resende Rodrigues

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