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Revista Girolando edição137

Revista oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

Revista oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

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REVISTA O GIROLANDO

MENSAGEM DA DIRETORIA

Domício José Gregório Arruda Silva

PRESIDENTE

Luiz Fernando Reis

VICE-PRESIDENTE

Marcos Amaral Teixeira

1. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

Rubens Balieiro de Souza

2. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

José Antônio da Silva Clemente

1. DIRETOR-FINANCEIRO

Luiz Cláudio Bastos de Moura

2. DIRETOR-FINANCEIRO

Alexandre Lopes Lacerda

DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS

José Renato Chiari

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

DIRETORA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Marcelo Renck Real

DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS

Quem nunca ouviu a frase “O mercado é soberano”?

Alguns podem não concordar com essa ideia

de que o cliente está sempre certo, mas a verdade é

que quem não está atento às demandas dificilmente

alcança sucesso nos negócios. E na pecuária leiteira

não é diferente. O resiliente ano de 2023 deixou sinais

claros, para nós, criadores de Girolando.

Um desses sinais é que o mercado está priorizando

a genética de ponta, vista como um investimento

de retorno garantido para quem pretende ter rentabilidade

na pecuária leiteira. Prova disso foi o desempenho

que tivemos no Serviço de Registro Genealógico.

Fechamos 2023 com recordes nas duas categorias

mais importantes: Controle/Registro de Nascimento

e Controle/Registro Definitivo - Genealogia Conhecida.

Em anos anteriores, a procura pelo serviço de registro

sofria influência do mercado do leite, retraindo-se

nos períodos de queda no preço do leite. Em

2023, a cotação do leite cru teve queda de 14%, encerrando

com média anual de R$2,4680/litro, segundo

dados do Cepea/Esalq.

Mesmo diante desse resultado, o produtor entendeu

que não é possível mais retroceder em termos

de tecnologia. Para continuar na atividade, é preciso

ser extremamente eficiente, seja pequeno, médio ou

grande produtor. O mercado soberano já deixou claro

que está disposto a pagar preços melhores por animais

certificados com o registro genealógico.

O crescimento nas vendas de sêmen bovino em

2023 é outro importante sinal do mercado. As raças

leiteiras fecharam o ano com 6% de aumento, com o

Girolando vendendo mais de 740 mil doses, quantidade

acima de 2022. Outra boa notícia é que o crescimento

foi verificado tanto no sêmen de touros 3/4

quanto 5/8, com esses registrando o melhor percentual

de aumento.

É o mercado sinalizando que a genética eficiente

e sustentável terá cada vez mais espaço. Nos últimos

tempos, a Girolando vem fazendo investimentos anuais

da ordem de meio milhão de reais para o avanço

do Programa de Melhoramento Genético da Raça

Girolando (PMGG). Isso está nos possibilitando aumentar

o número de características avaliadas a cada

ano. Para 2024, teremos várias novidades, dentre elas

a publicação de um índice único para a raça. Outra

inovação em fase de desenvolvimento é a criação de

uma prova genômica linear para touros jovens.

Sigamos selecionando o melhor Girolando, dentro

de critérios modernos e utilizando ferramentas inovadoras

para isso. Assim, certamente, chegaremos ao

final deste ano com muito mais a comemorar!

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REVISTA O GIROLANDO

EDITORIAL

por Larissa Vieira

Editora

O que vem pela frente para a pecuária leiteira? É hora

de focar no processo, para garantir o resultado desejado.

Inúmeros fatores interferem na economia do País, e até

no mundo, refletindo no desempenho da pecuária leiteira.

Por isso, o momento é de aprimorar o sistema de

gestão, desde a parte de genética, os diversos manejos até

o controle dos dados zootécnicos e econômicos.

Várias fazendas que trabalham com a raça Girolando

estão trilhando esse caminho. Nesta edição da revista,

você vai conhecer a história de criadores que decidiram

apostar na raça e estão obtendo bons resultados mesmo

em um período complicado para a pecuária leiteira,

como o que vivemos atualmente. O Girolando vem de

um ano de crescimento, tanto no número de registros

genealógicos, venda de sêmen, quanto de valorização

dos animais em leilões. O melhoramento genético constante

da raça foi peça fundamental nesse resultado.

Outro destaque desta edição é a inteligência artificial.

Em entrevista exclusiva, o pesquisador da Embrapa

Agricultura Digital, Jayme Barbedo, explica como a IA

vem avançando na pecuária e na agricultura, as limitações

atuais e se isso pode ajudar a resolver a falta de mão

de obra no campo.

Trazemos ainda uma matéria sobre o mercado de

leite orgânico, com grande potencial de crescimento em

todo o mundo. Uma das estratégias recentes é o lançamento

do Observatório do Leite Orgânico, cujo objetivo

é atender a demanda de produtores que têm dificuldades

para encontrar fornecedores de insumos para esse tipo

de sistema.

Já na parte de nutrição você acompanha dois estudos.

Um deles sobre suplementação das vacas com vitamina

A, que contribui para a melhoria da reprodução. O outro

experimento avaliou a eficiência alimentar de bezerras

CCG 3/4. Foi avaliado o perfil metabólico e hormonal

de animais em aleitamento sob diferentes planos nutricionais.

A revista mostra ainda os benefícios do Drench, suplemento

mineral e energético que tem a finalidade de

fornecer energia para a síntese de leite e minerais essenciais

ao bom funcionamento celular, estimular a fermentação

ruminal, além de reidratar a vaca.

Você vai acompanhar ainda um artigo sobre governança,

que traz estratégias para fortalecer empresas familiares,

e os principais eventos do circuito em 2024.

E tem muito mais, confira nas próximas páginas!

EXPEDIENTE

Revista Girolando: Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando • Editora: Larissa Vieira lamoc1@gmail.com

• Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888 - Míriam Borges (34) 9 9972-0808 miriamabcz@mundorural.org • Design gráfico: Yuri Silveira

(34) 9 9102-7029 yurisilveira04@hotmail.com • Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler • Fotografias: Jadir Bison (34) 99960.4810 jadirbison@yahoo.

com.br • Conselho editorial: Domício Arruda Silva, Leandro Paiva, Edivaldo Ferreira Júnior, Miriam Borges e Larissa Vieira • Impressão CTP: Idealiza

Grafica (43) 3373-7877 • Tiragem: 6.000 exemplares • Periodicidade: Trimestral (Março, Maio, Agosto e Novembro) • Circulação: Dia 15 dos meses

ímpares • Distribuição: Para todo o Brasil via correios e Disponível na versão on line no site www.girolando.com.br. • Redação: Rua Orlando Vieira

do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG • Telefone: (34) 3331-6000 • Assinaturas: R$ 98,00/ano – financeiro@mundorural.org • 22 anos

de circulação ininterrupta

revistagirolando @ogirolando revistagirolando girolando.com.br/girolando/revista

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O ALIMENTO, UMA CULTURA.

S A V E T H E D A T E

11 A 15 DE JUNHO

PARQUE DA GAMELEIRA | BELO HORIZONTE/MG

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REVISTA O GIROLANDO

Índice

MENSAGEM DA DIRETORIA 04

EDITORIAL 06

GIRO LÁCTEO 10

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES 12

VITAMINA A CONTRIBUI PARA A MELHORIA DA REPRODUÇÃO 16

BENEFÍCIOS DO DRENCH EM VACAS LEITEIRAS RECÉM-PARIDAS 20

EXPERIMENTO AVALIA EFICIÊNCIA ALIMENTAR DE BEZERRAS CCG 3/4 24

MANEJO CORRETO DA ÁGUA GARANTE PRODUÇÃO DE QUALIDADE 26

UM ANO DE MUITAS REALIZAÇÕES 36

GALERIA DE FOTOS 46

ESTRATÉGIAS GENÉTICAS COM USO DE SOLUÇÕES AVANÇADAS EM REPRODUÇÃO 48

OS DESAFIOS DA PRODUÇÃO DE LEITE ORGÂNICO NO BRASIL 52

NOVOS ASSOCIADOS E CONSELHO 55

GENÉTICA BRASILEIRA RUMO AO MERCADO INDIANO 56

CAPIM MOSTRA BOM DESEMPENHO AO ANTECEDER A SOJA 58

GIROLANDO KIDS 60

FALE CONOSCO 62

40

Ano começa com

agenda concorrida

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Os desafios da

inteligência

artificial no

agro

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MATÉRIA DE CAPA

Ninguém segura o

Girolando

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REVISTA O GIROLANDO

GIRO LÁCTEO

por Miriam Borges

Trigo para silagem

Estudos conduzidos pela Empresa de

Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais

(Epamig) estão avaliando se a silagem à

base da cultivar de trigo MGS3 Brilhante

tem bons resultados na pecuária leiteira.

Em animais de corte, o trigo mostrou ser

alternativa viável, nutritiva e econômica

durante o período de inverno, com resultados

promissores no que diz respeito

à produtividade, qualidade da silagem e

desempenho zootécnico dos animais avaliados.

O experimento está em fase inicial

e acontece nos Campos Experimentais de

Felixlândia e Uberaba, em Minas Gerais,

onde há atualmente estruturas com balanças

e cochos automatizados, que fazem

pesagens eletrônicas e auxiliam nas medições.

A entidade ainda está ampliando o

número de unidades demonstrativas pelo

Estado de Minas Gerais, agora nas regiões

Central, Norte e Zona da Mata.

Silagem dispensa inoculação

Além dos aspectos agronômicos do trigo

MGS3 Brilhante, o projeto também estuda

o uso de inoculantes microbianos, compostos

por microrganismos, para definir

se auxiliam ou não na conservação da

qualidade do alimento durante o processo

de ensilagem. Já foram avaliados dois

tempos de estocagem do material (45 e 60

dias) e o próximo passo da pesquisa é testar

intervalos mais longos até a abertura da

silagem, chegando a 240 dias. Os experimentos

realizados até o momento revelam

que, se o manejo e o ponto de colheita da

lavoura de trigo MGS3 Brilhante forem

feitos corretamente, com vedação e compactação

ideais, não há necessidade de se

introduzir inoculantes microbianos, porque

é um material ótimo para ser ensilado.

Novidades PMGG

A Girolando está otimizando o processo

de investigação de genes relacionados a

doenças genéticas hereditárias mais comuns

em raças leiteiras, causadoras de

grande impacto econômico para a pecuária

mundial. A partir de 2024, todos os

touros que ingressarem no Teste de Progênie

de Girolando terão material biológico

coletado. As coletas de amostras de sangue

dos animais selecionados para o 26° grupo

do Teste de Progênie foram feitas pela

equipe técnica do PMGG em diversas centrais

de inseminação. O material coletado

foi enviado para o laboratório de genética

molecular da Embrapa Gado de Leite,

para extração do DNA e verificação de

marcadores moleculares para cinco doenças

hereditárias: BLAD, CVM, DUMPS,

Brachyspina e Deficiência do Fator XI.

Elas estão relacionadas a problemas como:

abortos, morte embrionária precoce, má

formação de órgãos, infecções recorrentes,

deformação de vértebras, sangramentos

excessivos, problemas reprodutivos etc. Os

resultados serão publicados no Sumário

de Touros Girolando 2024, em junho, durante

a exposição Megaleite.

Controle de infecção de ouvido

Infecção de ouvido é um dos grandes desafios

para o manejo dos animais, pois

gera redução de desempenho zootécnico e

pode evoluir para quadros com transtornos

neurológicos, ocasionando a morte de

animais contaminados. A Epamig está desenvolvendo

um projeto com o objetivo de

realizar diagnóstico molecular da espécie

do parasito Rhabditis spp., um nematoide

que coloniza a orelha de bovinos e se alimenta,

possivelmente, do cerume e de microrganismos

presentes no conduto auditivo

e provoca otite. Os estudos acontecem

no rebanho Gir da Epamig, localizado no

Campo Experimental Getúlio Vargas, em

Uberaba/MG. O trabalho de identifica-

ção e diagnóstico molecular do Rhabditis

spp., bem como o seu cultivo in vitro, em

laboratório, já estão sendo realizados, e a

equipe de pesquisadores pretende iniciar

experimentos com diferentes medicamentos

para testar suas eficácias no controle do

parasito. O projeto está previsto para ser

concluído em 2025 e conta com parceria

entre a Epamig e o Programa de Pós-Graduação

em Parasitologia da Universidade

Federal de Minas Gerais (UFMG) com

financiamento da Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado (Fapemig).

Laudos de DNA

Os associados já podem acessar e baixar

a maior parte dos laudos de DNA de seus

animais pelo portal Web Girolando. A ferramenta

acaba de ser implantada pelo Departamento

de Tecnologia da Informação

e Comunicação da Girolando. A consulta

é referente aos laudos de DNA enviados

pelos laboratórios a partir do ano de 2020.

Para ter acesso ao laudo basta entrar no

sistema por meio do login e senha do proprietário,

fazer a busca do animal e entrar

na tela principal, clicando sobre o nome

do animal. O botão para visualizar o documento

está disponível na parte inferior,

com o título “Laudos”. A entidade esclarece

que somente o proprietário do animal

tem acesso ao laudo, respeitando a Lei Geral

de Proteção de Dados (LGPD). Os laudos

que ainda não foram disponibilizados

poderão ser solicitados por e-mail e, caso

seja possível, serão também inseridos no

sistema. As solicitações deverão ser enviadas

para o e-mail dna@girolando.com.br.

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REVISTA O GIROLANDO

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

Tratamento de mastites

Uma excelente opção de combate eficaz de

mastite é o antibiótico de amplo espectro

Fortgal®, da Agener União. Aplicado em

dose única, tem longo período de ação contra

uma variedade abrangente de agentes infecciosos

relacionados às mastites bovinas,

sem comprometer a segurança do rebanho

ou a qualidade do leite produzido. Um dos

pontos de destaque do Fortgal® é o descarte

mínimo de leite, estabelecido em apenas dois

dias. Essa inovação permite que os produtores

otimizem a produção leiteira, reduzindo

os impactos econômicos ligados a períodos

de descarte prolongados, sem comprometer

a qualidade e a segurança alimentar. Ao escolher

o Fortgal®, os produtores investem na

saúde do rebanho e garantem uma produção

leiteira otimizada e sustentável.

Novas máquinas

A New Holland apresentou sua nova linha

de plantadeiras e semeadeiras. As PL4000

(de 7 a 13 linhas) para grãos graúdos, como

soja e milho, e P3000, semeadeira para grãos

finos (trigo, cevada, centeio), são fruto de

uma parceria com a empresa gaúcha ICV

Agro Parts e a comercialização estará disponível

exclusivamente por meio da rede

de concessionários New Holland. O modelo

PL4000 diferencia-se por sua excelente

capacidade de adubo (média de 200kg/

linha), sendo compacta para o transporte,

com o inovador sistema de estabilização da

ferramenta de adubo e caixa de redução no

distribuidor de sementes, permitindo maior

eficiência, praticidade e excelência no plantio.

O modelo P3000, com espaçamento

entre linhas de 17cm, possui grande altura

de levante, excelente capacidade de adubo e

sementes, grande capacidade de corte e perfeição

no acompanhamento de terreno.

Pulverizador

A Valtra traz ao mercado o BS2225H HiTech,

pulverizador autopropelido com capacidade

para 2.500 litros no tanque de calda e

que possui dois modelos de barra, de 24 e 30

metros, divididas em 9 seções de controle.

Isso permite que o operador tenha maior

controle sobre a atividade, proporcionando,

assim, melhor rendimento operacional

e economia. Aliada ao uso de soluções digitais

está a robustez do equipamento, que

é capaz de atender as principais culturas de

grãos. Dentro desse quesito, o novo modelo

apresenta um sistema hidráulico que utiliza

tanto tração cruzada, quanto tração paralela.

Essa inovação dá maior segurança em terrenos

inclinados, já que aumenta a capacidade

de rampa da máquina para 34%, a maior da

categoria.

Sistema de gestão

O uso da tecnologia tem se mostrado como

um dos diferenciais decisivos para que fazendas

produtoras de leite permaneçam no

mercado. A implementação de sistemas de

gestão, como o Horizon, tem contribuído

para o aprimoramento do manejo das propriedades,

para a saúde animal, aumento

da produção e sua qualidade, entre muitos

outros benefícios. O Horizon, desenvolvido

pela Lely, é uma ferramenta digital de gestão

voltada exclusivamente para a produção,

que proporciona um universo amplo de dados

da atividade como um todo, em especial

dos animais, antecipando informações de

saúde, produção, reprodução, facilitando

a tomada de decisão com maior precisão e

oferecendo mais segurança ao produtor e,

consequentemente, aos laticínios e ao consumidor

final. A plataforma digital funciona

em conjunto com os equipamentos de automação

da Lely na fazenda, em especial com

o robô de ordenha Lely Astronaut o sistema

é responsável por concentrar e armazenar

todas as informações captadas pelo robô e

gerar, diariamente, dados por animal, relatórios,

comparativos e avisos caso haja alguma

alteração.

Exportação de embriões

O governo de Botsuana, na África, investiu

na compra de embriões ABS NEO Premium

da raça Girolando. Após a negociação,

o Instituto Nacional de Pesquisa e

Desenvolvimento Agrícola do país africano

(Nardi), enviou o médico-veterinário

Utlwanang Moreri a Uberaba/MG, para

passar por treinamento de transferência de

embriões. O representante do país africano

vivenciou todo o processo de produção de

embriões, visitando a central ABS, em Uberaba,

além de fazendas de referência em produção

leiteira

Taxa de prenhez de vacas leiteiras

O extrato de folitropina presente na composição

de Folltropin®-V, da Vetoquinol Saúde

Animal, potencializa a superovulação de

vacas e terneiras aptas à reprodução. Para

o sucesso da aplicação nas fêmeas, o estro

deve ser induzido com prostaglandina F2

alfa ou um de seus análogos. Após esse passo

o pecuarista pode injetar Folltropin®-V

nas fêmeas do 8º ao 10º dia após a indução

do estro. Com o uso de Folltropin-V® em

via intramuscular duas vezes ao dia, durante

quatro dias, e o conjunto de ações que visam

reduzir o estresse térmico nas fêmeas, o pecuarista

pode aumentar a taxa de prenhez

por meio da superovulação e regulação da

temperatura corporal, além de garantir a

multiplicação do rebanho mesmo nas épocas

de chuvas e calor.

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REVISTA O GIROLANDO

ENTREVISTA

por Larissa Vieira

Os desafios da inteligência

artificial no agro

Assim como outros setores da economia, o agronegócio trabalha

para incorporar a inteligência artificial à rotina diária dos

produtores rurais. Vários estudos vêm sendo conduzidos pela

Embrapa, dentre eles a identificação de plantas doentes simulando

processo cerebral, ordenha automática, uso de drones para estimar

saúde e peso do rebanho. Em entrevista exclusiva à revista

Girolando, o pesquisador da Embrapa Agricultura Digital, Jayme

Barbedo, explica como a IA vem avançando na pecuária e na agricultura,

as limitações atuais e se isso pode ajudar a resolver a falta

de mão de obra no campo.

Girolando

Jayme Barbedo

Girolando

Jayme Barbedo

Em 2019, a Embrapa iniciou as pesquisas

envolvendo drones para contagem do

rebanho. Quais os resultados alcançados

até agora?

Conseguimos avanços significativos na

contagem de animais das raças Canchim e

Nelore, especialmente em situações em que

a quantidade de obstáculos (árvores, edificações

etc.) não é grande. Porém, para que esta

se torne uma ferramenta que possa de fato

ser utilizada no dia a dia do produtor, serão

necessários esforços adicionais, especialmente

no sentido de capturar mais imagens

sob diferentes condições de iluminação, pasto,

relevo, densidade de animais etc. Ou seja,

mais uma vez o grande desafio é representar

adequadamente a variabilidade associada ao

problema para que se tenha um modelo robusto

às diferentes condições práticas.

Os drones também estão sendo aplicados

na área de sanidade e medidas corporais?

Sim. O objetivo é iniciar pesquisas relacionadas

ao assunto ainda em 2024. Nós

temos algumas ideias de como resolver o

problema, mas para isso precisaremos de

dados suficientes para conduzir esses estudos,

o que não é fácil especialmente no caso

da saúde animal, já que precisaremos de

exemplos de animais doentes para ensinar

o modelo. É importante mencionar que há

iniciativas lideradas pelas unidades Embrapa

Gado de Corte e Embrapa Pantanal, em

conjunto com a iniciativa privada, que utilizam

imagens capturadas em solo, próximas

Girolando

Jayme Barbedo

Girolando

Jayme Barbedo

aos animais, cujos objetivos são similares

aos colocados acima, porém sem o uso de

drones.

Quais outros projetos envolvendo IA

vêm sendo conduzidos pela Embrapa?

Além dos projetos citados no item anterior,

existem iniciativas dentro da Embrapa

relacionadas ao reconhecimento de animais

através das feições faciais ou da impressão

do focinho, em ambos os casos utilizando

imagens capturadas próximas aos animais,

bem como inciativas visando a estimativa

da biomassa presente na pastagem, usando

imagens capturadas por drones. Provavelmente

existem ainda outros esforços de

pesquisa em estágios iniciais ou ainda em

fase de ideação dos quais ainda não tenho

conhecimento.

Na agricultura, a Inteligência Artificial

identifica plantas doentes simulando

processo cerebral. Como funciona a tecnologia?

E já existem aplicações práticas?

O maior benefício da tecnologia utilizada

é acelerar significativamente o processo

de anotação das imagens. Para que se possa

ensinar o computador a reconhecer as

plantas doentes, é necessário não somente

apresentar a ele as imagens, mas também

indicar o que está presente nessas imagens

(o que normalmente chamamos de rótulos).

O processo de anotação (ou rotulagem)

das imagens depende da disponibilidade de

especialistas no assunto, e é um processo demorado,

subjetivo e cansativo. A tecnologia

que vem sendo testada utiliza eletrodos co-

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Girolando

Jayme Barbedo

Girolando

Jayme Barbedo

Girolando

Jayme Barbedo

Girolando

Jayme Barbedo

locados na cabeça de especialistas para capturar

os sinais cerebrais gerados após cada

estímulo. Na fase de calibração, a máquina

aprende os sinais gerados para cada especialista

específico quando ele vê as imagens

contendo folhas doentes e saudáveis. Uma

vez aprendidos os padrões, pode-se apresentar

a esses especialistas imagens em rápida

sucessão (de 3 a 10 imagens por segundo),

e a partir dos sinais gerados, o computador

automaticamente rotula as respectivas

imagens. Dessa maneira, é possível anotar

milhares de imagens num curto espaço de

tempo. Além disso, a tecnologia utilizada

atribui um grau de confiança a cada classificação

gerada. Assim, classificações com um

baixo grau de confiança podem ser usadas

para retreinar os modelos e aperfeiçoá-los. É

um processo contínuo.

A maioria das tecnologias envolvendo

IA ainda precisa de mais pesquisas para

ganhar uso prático e comercial?

Os modelos de inteligência artificial atuais

são muito poderosos e capazes de resolver

a maioria dos problemas de classificação

e identificação existentes na agricultura.

Como comentado anteriormente, o grande

desafio será gerar os dados necessários para

tornar essas tecnologias suficientemente

robustas para trazer benefícios reais aos

produtores. Há muitas alternativas sendo

aplicadas para tentar superar esse desafio,

incluindo o uso de conceitos relacionados

a redes sociais e ciência cidadã, em que os

próprios potenciais clientes dessas tecnologias,

bem como outras pessoas com acesso

constante aos ambientes onde essas potenciais

tecnologias serão aplicadas, geram os

dados necessários para seu desenvolvimento.

Com a constante falta de mão de obra

em certos segmentos do agro, a IA pode

contribuir para solucionar esse problema?

Existem alguns setores da agricultura

que vêm sendo particularmente afetados

pela falta de mão de obra, especialmente

aqueles para os quais a mecanização é difícil,

como no caso da hortifruticultura. É preciso

o desenvolvimento urgente de tecnologias

capazes de diminuir a necessidade por mão

de obra. A IA sem dúvida terá um papel

central para que se atinja esse desafio, especialmente

através da viabilização de dispositivos

robóticos de alta precisão. O problema

da falta de mão de obra é algo que temos

observado com frequência, sendo um tema

prioritário dentro da nossa equipe de IA.

Apesar de atualmente se falar muito

em Inteligência Artificial, trata-se de uma

tecnologia que vêm sendo desenvolvida

há um certo tempo. Como tem sido a trajetória

da IA no agro?

Apenas recentemente o termo “Inteligência

Artificial” começou a ser utilizado

num sentido mais amplo, designando ferramentas

computacionais capazes de realizar

tarefas normalmente associadas a seres humanos.

Redes neurais, em particular, vêm

sendo utilizadas por décadas. Porém, no

caso específico da agricultura, técnicas mais

simples baseadas em regressão estatística e/

ou regras dominaram por muito tempo,

especialmente pela escassez de dados suficientes

para que modelos mais sofisticados

pudessem funcionar adequadamente. Isso

começou a mudar no início da década de

2010, por dois motivos principais: em primeiro

lugar, com a evolução e barateamento

de diferentes tipos de sensores, ficou mais

fácil obter dados de qualidade; em segundo

lugar, o surgimento das técnicas de aprendizado

profundo, em que redes neurais artificiais

com muitas camadas e parâmetros são

aplicadas, fez com que fosse possível resolver

problemas de classificação mais difíceis.

Houve, então, uma explosão desse tipo de

técnicas nas mais diversas áreas, incluindo a

agricultura.

Quais os desafios para implantar a IA

de forma mais ampla no campo?

Estamos agora em um momento em

que, apesar de ainda haver muitos esforços

de pesquisa e muitas publicações científicas

relacionadas à IA na agricultura e pecuária,

avanços reais têm sido difíceis. Isso ocorre

porque modelos de IA, para funcionarem

corretamente, precisam ser treinados com

dados que representem adequadamente a

variabilidade encontrada na prática. No caso

da agricultura, e em especial no campo, existem

diversos fatores que introduzem variabilidade,

como ângulo de insolação, condições

meteorológicas, idade das plantas/animais,

ângulo de captura das imagens, entre

muitos outros. Como a construção de bases

de dados representativas é muito difícil, em

sua maioria os modelos desenvolvidos não

são suficientemente gerais para funcionarem

na diversidade de situações encontradas

na prática. Apesar de todos esses desafios

algumas tecnologias já se tornaram uma

realidade e vêm sendo utilizadas cada vez

com mais frequência pelos produtores. Dois

exemplos seriam a ordenha automática e a

detecção de ervas daninhas associada a uma

atuação em tempo real para eliminar o problema.

Outras aplicações práticas deverão se

tornar realidade à medida que os desafios

forem vencidos. Há ainda o que chamamos

de IA generativa, cujo exemplo mais conhecido

é o ChatGPT. Tem havido esforços para

o desenvolvimento de tecnologias similares,

porém com escopo bem definido. Estão

começando a ocorrer esforços para o desenvolvimento

de modelos generativos mais

efetivos no contexto da agricultura.

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REVISTA O GIROLANDO

NUTRIÇÃO

Guilherme Augusto Vieira, Médico-veterinário

e autor do livro Como montar uma farmácia na fazenda, dos

Manuais Semiconfinamento e Confinamento.

DIVULGAÇÃO

Vitamina A contribui para a melhoria da reprodução

Deficiência pode levar a transtornos reprodutivos em machos e fêmeas

Vários fatores influenciam na eficiência

reprodutiva dos rebanhos, dentre

eles as deficiências nutricionais. Há uma

estreita relação entre fertilidade, condição

corporal e estado nutricional nas fêmeas

de ruminantes, em que a nutrição

influencia a fertilidade, desenvolvimento

dos folículos, ovulação, maturação oocitária,

fertilização, sobrevivência embrionária

e a gestação. Nos machos também

a nutrição interfere na reprodução como

na espermatogênese, produção de hormônios,

condição corporal entre outros

fatores.

A alimentação e os nutrientes exercem

influência na reprodução, sendo que

os níveis nutricionais afetam o desenvolvimento

e a função dos órgãos reprodutivos

tanto nas fêmeas quanto nos machos.

Ao serem absorvidos no organismo, os

nutrientes apresentam escalas de prioridades

orgânicas em sua rota metabólica,

entre elas: metabolismo basal, atividades

(andar, deitar, entre outras), crescimento,

reservas corporais, lactação, engorda, ciclo

estral e início da gestão. Entretanto,

conforme demonstrado, o organismo

animal só direcionará nutrientes para as

atividades reprodutivas quando todas as

prioridades anteriores estiverem atendidas,

ressaltando que uma dieta deficiente

em nutrientes e com suplementação

inadequada irá prejudicar os órgãos com

baixa prioridade.

São vários os nutrientes que interferem

na reprodução, destacando-se: energia,

proteínas, gorduras, vitaminas (A e

E), minerais (fósforo, cobre, zinco, manganês

e selênio). Contudo, os autores esclarecem

que embora os nutrientes sejam

estudados separadamente, eles agem de

forma conjunta para determinar a fertilidade

dos animais. Portanto, ao analisar

as questões nutricionais ligadas à infertilidade

dos machos ou fêmeas, devem ser

verificados um ou mais fatores nutricionais.

As vitaminas são substâncias orgânicas,

que mesmo em pequenas quantidades

são essenciais para a saúde, o crescimento,

a reprodução e a manutenção

das espécies animais. As deficiências de

vitaminas são denominadas de hipovitaminoses

ou avitaminoses, que podem ser

resultantes de uma nutrição inadequada

e desequilibrada. Entretanto, os animais

podem requerer maior quantidade de vitaminas

em situações específicas durante

o crescimento, lactação, prenhez, estresse,

infecções, manejo reprodutivo entre

outras ocasiões especiais.

Neste contexto, a deficiência de Vitamina

A e sua interpelação com a reprodução

será analisada neste artigo assim

como as formas de suplementação para

contribuir no seu ajuste nutricional.

A vitamina A: funções fisiológicas e

deficiências nutricionais

A vitamina A é lipossolúvel e só existe

na sua forma mais pura nos alimentos de

origem animal ou no estado de molécula

sintética. As fontes naturais mais impor-

18


CARLOS LOPES

tantes são os óleos de certos peixes marinhos

(bacalhau e tubarão). Também está

presente no fígado de todos os animais,

na gema de ovo, leite e seus derivados.

Nos vegetais, a vitamina A se encontra

na forma de provitaminas (precursores).

Essas provitaminas são pigmentos

carotenoides que são transformados em

retinol no organismo animal. O principal

precursor (mais ativo) da vitamina A é o

betacaroteno, que é encontrado nos alimentos,

tais como vegetais de cor amarela,

laranja ou verde (frutas, legumes e verduras).

O pasto verde é considerado uma

fonte rica em betacaroteno, sendo que o

pasto seco e o feno apresentam baixos teores

de betacaroteno.

No organismo, o betacaroteno é

transformado em vitamina A em duas

vias: na mucosa do intestino delgado,

onde é absorvido e transportado pela

corrente sanguínea; no fígado, por hidrólise

enzimática, onde é armazenado nas

células de Kupfer, o qual é liberado na

forma de álcool livre para ser transportado

para outros tecidos.

Quanto as suas funções fisiológicas, a

vitamina A intervém no mecanismo da

visão, permitindo a síntese dos pigmentos

fotossensíveis do olho (rodopsina e iodopsina),

sendo importante para a visão.

Quanto à ação na reprodução, atua na

síntese de hormônios esteroidais a partir

do colesterol orgânico, nas gônadas, placenta

e adrenais.

Outra grande função fisiológica é a

sua participação de modo importante na

síntese das glicoproteínas, na regulação

da síntese da queratina, no metabolismo

das lipoproteínas, na síntese do colesterol

e na síntese do RNA mensageiro.

Tais ações fisiológicas explicam seu

papel fundamental como a vitamina do

crescimento ósseo (síntese da condroitina)

e muscular, na manutenção dos epitélios

queratinizados e não queratinizados

(mucosas digestiva, respiratória, ocular

e geniturinária), além da sua atuação na

reprodução e desenvolvimento embrionário.

A deficiência de vitamina A ocorre

devido ao consumo de dietas pobres em

retinol ou betacaroteno, no caso dos herbívoros,

ingestão de pasto seco ou feno.

Afecções hepáticas, fatores de estresse,

problemas intestinais ou outros fatores

que dificultam a absorção da vitamina

A, levando a quadros de avitaminose ou

hipovitaminose.

A deficiência de vitamina A acarreta

uma série de problemas no organismo

devido a quantidades insuficientes para

manter suas funções normais. Como

consequência da carência da vitamina A

ocorre uma degeneração da mucosa de

diversos órgãos (tecidos do trato respiratório,

urogenital, rins, glândulas salivares

e olhos) debilitando o epitélio normal,

tendo como resultado a baixa resistência

às infecções, levando à incidência de doenças

bacterianas e parasitárias.

Os quadros mais comuns de deficiência

de vitamina A observados em todos

os animais são afecções cutâneas e pelos

sem brilho; quanto à visão, são a cegueira

noturna, ceratoconjuntivites, xeroftalmia.

Podem ser observados ainda, como

resultantes da carência de vitamina A:

cálculos urinários, atrofia glandular, modelagem

incorreta dos ossos, diminuição

do apetite, ganho de peso e do crescimento.

Vitamina A e a reprodução

A deficiência de vitamina A pode levar

a sérios distúrbios reprodutivos. Isso

leva a baixas taxas de fertilidade e concepção

nas fêmeas, redução na duração

da gestação, abortos e aumento na incidência

de retenção de placenta. Trabalhos

realizados na Alemanha associaram

19


REVISTA O GIROLANDO

DIVULGAÇÃO

altos níveis de betacaroteno no corpo

lúteo de vacas leiteiras com um melhor

desempenho reprodutivo, caracterizado

por diminuição no tempo de serviço,

menor número de serviços por concepção

e reduzida incidência de cio silencioso

e ovário cístico. Também são observados

reabsorção e malformação fetal.

Nos machos, os quadros carenciais

apontam uma diminuição na habilidade

e atividade sexual, espermatozoides

anormais com reduzida motilidade, degeneração

dos túbulos seminíferos nos

bovinos jovens e injúrias testiculares

gerais. Tudo isso se deve à supressão da

liberação de gonadotropinas hipofisárias

e, noutros casos, a espermatogênese é impedida

e as funções das células de Sertoli

e de Leydig são alteradas.

Suplementação de vitamina A

Teoricamente, as forragens consideradas

de alta qualidade, devem ser capazes

de fornecer os nutrientes necessários

para atender as exigências dos animais

em pastejo, quais sejam: energia, proteína,

vitaminas e minerais.

Entretanto, a qualidade das pastagens

no Brasil tem na sazonalidade climática

(pastagens verdes na época das chuvas e

secas nas épocas de estiagem) um dos fatores

limitantes para o desenvolvimento

produtivo dos animais, comprometendo

a reprodução, engorda, recria e demais

índices produtivos.

Nos locais produtivos onde não há

possibilidade de produção e fornecimento

contínuo de pastagens de qualidade ao

longo do ano, o uso de sistemas de alimentação

combinando pastagens, fornecimento

de silagens, feno e suplementos

alimentares adicionais, são requeridos

para viabilizar o ajuste nutricional necessário

e, com isso, atender as necessidades

nutricionais dos animais.

No caso da vitamina A, além do

fornecimento de silagens, fenos de boa

qualidade (mais econômico), a suplementação

pode ser por meio de rações

concentradas, suplementos alimentares

em pó e suplementos injetáveis.

No mercado encontram-se suplementos

injetáveis à base de vitamina A

e suplementos injetáveis múltiplos que

contêm, além da vitamina A, outros nutrientes.

A grande vantagem do uso dos

suplementos injetáveis é que eles são absorvidos

de forma mais rápida pelo organismo,

adentram na corrente sanguínea

promovendo ações mais rápidas, no que

tange à prevenção e na correção dos sintomas

carenciais.

Diante do exposto, demonstrou-se

a importância da nutrição em relação à

reprodução animal, uma vez que a deficiência

nutricional interfere sobremaneira

nos processos reprodutivos, levando a

sérios transtornos. Evidenciou-se a gravidade

da deficiência de vitamina A, que

leva a uma série de intercorrências reprodutivas

em fêmeas e machos bovinos.

Os nutrientes agem em conjunto

para determinar a fertilidade do animal.

Portanto, ao serem analisados casos de

infertilidades, devem-se considerar outras

carências nutricionais presentes no

rebanho, assim como outras causas multifatoriais

que acometem os processos

reprodutivos.

A principal fonte de betacaroteno

(precursor da vitamina A) para os bovinos

são as pastagens verdes. Entretanto,

devido a importância da vitamina A e de

outros nutrientes na produção e reprodução

animal, os produtores e técnicos de

ciências agrárias devem considerar o uso

de suplementos na prevenção e correção

dos sinais carenciais, principalmente em

função da sazonalidade climática no Brasil.

É muito importante alertar sobre

mais um fator que interfere na reprodução

animal, pois cada vez mais a pecuária

caminha para a produção de excelência.

*As referências bibliográficas estão

com o autor

** Os estudos foram realizados em

parceria com a Noxon Saúde Animal (

Anabolic) *** Contato com o autor : guilherme@farmacianafazenda.com.br

20


21


REVISTA O GIROLANDO

NUTRIÇÃO

Lisia Correa, nutricionista na área de Bovinos

da Agroceres Multimix

DIVULGAÇÃO

Benefícios do drench em vacas leiteiras recém-paridas

O período de transição é marcado

por grande estresse metabólico

e geralmente compreende

três semanas antes e cerca de

três semanas após o parto. Essa

fase é caracterizada por redução

no consumo de matéria seca,

concomitantemente ao rápido

crescimento do feto, desvio de

nutrientes para produção de colostro,

seguido pelo rápido aumento

na produção de leite.

Esses eventos ocasionam o

balanço energético negativo

(BEN), já que as exigências nutricionais

estão aumentadas, porém,

a capacidade de consumo

está reduzida, ocorrendo intensa

mobilização de reservas corporais,

desequilíbrio fisiológico e

subsequente comprometimento

da saúde, produção e estado reprodutivo.

Entre os principais distúrbios

metabólicos que acometem os animais

nessa fase, podemos citar:

cetose, hipocalcemia, retenção de

placenta, metrite, deslocamento

de abomaso, entre outros. Essas

enfermidades são o principal motivo

do alto índice de descarte no

início da lactação e causam um déficit

econômico de grande impacto

aos sistemas produtivos.

Mobilização das reservas corporais

Após o parto, a mobilização das

reservas corporais é uma adaptação

fisiológica normal, sendo um

mecanismo para compensar o BEN

e, aliada a dietas balanceadas no

pré e pós-parto, poderia reduzir a

incidência de algumas doenças.

O grande problema ocorre

quando essa mobilização é intensa,

principalmente no caso de vacas

que chegam obesas ao parto,

ou mesmo vacas de alta produção

que não conseguem suprir o déficit

energético através da dieta. Em geral,

a perda de vitalidade é visível

nessa fase, em função dos eventos

já citados anteriormente.

Uma estratégia interessante

22


para minimizar esses problemas

relacionados ao pós-parto seria o

fornecimento forçado de nutrientes,

através de soluções conhecidas

como drench.

Drench

Drench é um suplemento mineral

e energético, que tem a finalidade

de fornecer energia para a síntese

de leite e minerais essenciais

ao bom funcionamento celular,

estimular a fermentação ruminal,

além de reidratar a vaca. Em geral,

essas soluções podem contar com

diversos compostos que promovem

benefícios à saúde do animal, sendo

alguns principais:

-Propilenoglicol: precursor de

energia, tem potencial de promover

a gliconeogênese, aumentando

a glicose e reduzindo a necessidade

de mobilização das reservas

corporais e, consequentemente,

minimizando o acúmulo de gordura

no fígado.

-Propionato de cálcio: também

é um precursor de energia e fonte

de cálcio, que, por estar relacionado

com contrações musculares,

sua deficiência pode comprometer

as contrações ruminais, reduzindo

a motilidade ruminal e levando a

deslocamento de abomaso. Também

pode comprometer as contrações

uterinas, o que resulta em

retenção de placenta e, consequentemente,

metrite, além de estar diretamente

relacionado com a hipocalcemia.

-Fontes de sódio e potássio: reposição

de eletrólitos.

-Água: promove a reidratação

além de funcionar como um peso

adicional no rúmen para que ele

ocupe o espaço deixado pela saída

do feto. Isso reduz a probabilidade

de deslocamento de abomaso.

Benefícios e manejo do Drench

O drench é indicado logo após o

parto e entre os benefícios que promove,

estão: melhor desempenho

no pós-parto, em função do equilíbrio

dos líquidos corporais, reequilíbrio

da composição do organismo,

aumento da glicose plasmática, redução

do acúmulo de ácidos graxos

não esterificados e gordura no fígado,

prevenção da cetose, febre do

leite e deslocamento do abomaso,

estímulo à fermentação ruminal,

consumo de matéria seca e água,

melhora do desempenho produtivo

e reprodutivo das vacas.

Entre as desvantagens está o

uso de sonda esofágica para a administração

do drench, já que o

procedimento exige um profissional

capacitado, para que a sonda

seja posicionada de forma correta,

evitando que o líquido seja direcionado

erroneamente para o pulmão

do animal, o que poderia resultar

na morte do mesmo.

Entretanto, hoje já existem opções

de drench de consumo voluntário,

cujo manejo é simples e

seguro, sendo administrado diretamente

em baldes e dispensando o

uso das sondas.

Propilenoglicol

Zhang et al (2020), em revisão

sobre os efeitos do propilenoglicol

no balanço energético negativo em

vacas leiteiras no pós-parto, citam

alguns trabalhos que observaram

os benefícios do uso desse precursor

de energia.

1) Stokes e Golf (2001), por

exemplo, suplementaram vacas

com 300ml de propilenoglicol (PG)

ou 680g de propionato de cálcio

(CP), diluídos em 9,5l de água (o

grupo controle (C) recebeu somente

água).

O fornecimento ocorreu quatro

horas e 24h após o parto, observando-se:

níveis plasmáticos mais baixos

de ácidos graxos não esterificados

no grupo PG, em comparação

com os demais grupos, menor incidência

de metrite nos grupos PG

e CP, em comparação ao controle,

maior produção de leite no grupo

que recebeu propilenoglicol, em relação

ao controle.

2) Zhang et al também citaram

o trabalho de Chalmeh (2020), que

observou redução da resistência à

insulina em vacas leiteiras, no período

de transição, suplementadas

com propilenoglicol e/ou monensina,

sendo o efeito do propilenoglicol

mais expressivo.

A menor resistência à insulina

pode reduzir a mobilização das reservas

corporais e diminuir o risco

de doenças metabólicas em bovinos

le iteiros no periparto.

3) O trabalho de Bjerre-Harpøth

et al (2015) teve como principal

23


efeito da administração do propilenoglicol

(500g/vaca/dia), o aumento

do status de glicose (mM) - 3,57

no tratamento x 2,58 no controle -

e a redução de BHB (mM) - 0,47 no

tratamento x 2,57 no controle -, no

período de uma a quatro semanas

após o parto, contribuindo para redução

no risco de cetose (figura 1).

É importante deixar claro que o

drench, independente de sua composição,

funciona somente como

uma suplementação no pós-parto

imediato, não substituindo uma

dieta de qualidade, bem formulada

e adequada ao período de transição.

Portanto, por se tratar de um

suporte adicional, sua associação a

boas dietas pode ser decisiva para

a prevenção de doenças metabólicas

comuns nessa fase, possibilitando

ao animal mostrar desempenhos

produtivo e reprodutivo

compatíveis com seu potencial.

· As referências bibliográficas

do artigo podem ser solicitadas

à autora.

Figura 1. Concentrações plasmáticas semanais e diárias de glicose, BHB e NEFA, em vacas leiteiras no

periparto recebendo propilenoglicol por quatro semanas após o parto. Cada ponto de dados representa

a média acrescida de erro padrão, e as linhas tracejadas indicam a separação dos períodos (pré-parto,

período de tratamento – pós-parto, e período de acompanhamento)

24


25


REVISTA O GIROLANDO

NUTRIÇÃO

Raissa Silva Santos,

Graduanda de Zootecnia na Fazu

DIVULGAÇÃO

Experimento avalia eficiência alimentar de bezerras CCG 3/4

O perfil metabólico e hormonal de bezerras em aleitamento sob diferentes planos nutricionais foi estudado

Uma pesquisa inédita para identificar

a eficiência alimentar de bezerras

CCG 3/4 Holandês + 1/4 Gir

em aleitamento foi conduzida em

uma fazenda mineira, integrando

os projetos de iniciação científica

das Faculdades Associadas de Uberaba

(Fazu). Objetivou-se avaliar o

perfil metabólico e hormonal desses

animais sob diferentes planos

nutricionais. Para isso, foram mensurados:

consumo de leite, peso ao

nascimento, peso aos (30, 60 e 90

dias) e o ganho médio diário. O

experimento ainda avaliou a composição

do leite, os componentes

nutritivos do feno e do concentrado

ofertados, o perfil metabólico e

perfil hormonal, além dos escores

de fezes e de condição corporal.

Foram utilizadas 14 bezerras,

nascidas entre dezembro de 2022 e

janeiro de 2023, na Fazenda Boa Fé,

do Grupo GBF Global, no municí-

26


pio de Jubaí/MG. Elas foram criadas

em sistema de bezerreiros individuais

até a desmama. Os animais

foram pesados ao nascimento, aos

30 dias, aos 60 dias e na desmama,

que ocorreu aos 90 dias de vida.

As bezerras foram divididas aleatoriamente

em três grupos, recebendo

tratamentos diferentes cada

um: 1: 5,6L/dia; 2: 6L/dia; 3: 6,4L/

dia. Desde o primeiro dia de vida,

elas receberam feno de Tifton 85

e concentrado farelado ad libitum

(composto por milho moído, farelo

de soja, farelo de trigo, probióticos,

calcário calcítico, cloreto de sódio,

fosfato bicálcico, iodato de cálcio,

monóxido de manganês, monensina

sódica 20%, óxido de magnésio,

selenito de sódio, sulfatos de

cobalto, cobre, e zinco e vitaminas

A, D e E). Amostras de feno e concentrado

foram colhidas para realização

de análises bromatológicas

no laboratório LabFert análises, em

Uberaba /MG.

Análises da composição do leite

(gordura, proteína, lactose e contagem

de células somáticas/CCS),

ofertado às bezerras, foram realizadas

mensalmente pelo laboratório

Clínica do Leite, em Piracicaba/

SP.

Na desmama foram coletadas

amostras de sangue dos animais

de cada lote, para avaliar os níveis

metabólicos de ureia, aspartato

aminotransferase (AST), albumina,

creatinofosfoquinase (CK), creatinina,

proteínas totais, globulinas

e gama glutamil transpeptidase

(GT). O experimento mediu também

a eficiência alimentar parcial.

Os animais do tratamento 1

apresentaram maior ganho de peso

diário. Não foi observada diferença

ponderal entre os tratamentos

durante todo o período avaliado.

Entretanto, durante a pesagem

intermediária de 30 até 60 dias,

houve maior desempenho para os

tratamentos de maior oferta de

leite (tratamentos 2 e 3). Tal comportamento

pode ser explicado

pela dependência das bezerras nos

primeiros meses de vida, pelo leite.

Mesmo tendo concentrado e volumoso

disponíveis à vontade, os

animais ainda não têm um rúmen-

-retículo preparado para fermentar

dietas sólidas. A maior oferta de

leite nesse período pode explicar o

maior desempenho.

No período seguinte, de 60 a 90

dias de vida das bezerras, o tratamento

com menor fornecimento de

leite apresentou melhor resultado.

Tal desempenho provavelmente

está associado ao maior consumo

de concentrado em detrimento do

menor fornecimento de leite para

esse grupo. Assim os indivíduos do

tratamento 1 possivelmente tiveram

maior desenvolvimento fisiológico

do rúmen-retículo e começaram

a utilizar a dieta sólida antes

dos demais grupos.

Não foi encontrada diferença

estatística entre o escore de condição

corporal e escore de fezes de

acordo com o tratamento. A avaliação

do escore de fezes é de grande

valia na fase de aleitamento para

identificar possíveis patologias

que podem acometer nas bezerras

nessa fase. Durante todo o período

experimental, algumas bezerras

tiveram quadros de diarreia. Elas

foram tratadas imediatamente com

soro para hidratação e, quando necessário,

outros medicamentos de

acordo com a recomendação veterinária.

Da mesma forma, os resultados

de escore de condição corporal são

extremamente importantes para

acompanharmos o status nutricional

das bezerras e possíveis patologias.

Durante todo o período

experimental, os animais estavam

com excelente escore de condição

corporal, demonstrando que as bezerras

estavam bem nutridas e saudáveis.

O experimento comprovou que

os animais que receberam menos

leite foram mais eficientes, quando

comparados aos que receberam

maior quantidade de leite. A redução

ou o aumento de leite ofertado

não foi prejudicial aos animais,

pois os níveis dos metabólitos estavam

de acordo com a literatura

seguida no experimento.

A pesquisa teve a orientação do

professor doutor da Fazu, Arthur

Alves Silva, e foi premiada como

“Melhor Trabalho de Iniciação

Científica”, durante a 22ª Jornada

Científica da faculdade.

27


REVISTA O GIROLANDO

MANEJO

DIVULGAÇÃO

Manejo correto da água garante produção de qualidade

Um dos recursos naturais mais importantes

na pecuária leiteira é a água.

Além de representar 87% da composição

total do leite, sua importância engloba

desde a hidratação do animal, higienização

de equipamentos, resfriamento

e manejo de resíduos, até a irrigação de

áreas de pastagem e lavouras que serão

destinadas à alimentação do rebanho. “O

tipo de dieta é um dos determinantes do

consumo de água pelos animais. Dietas

mal balanceadas, por exemplo com excesso

de proteína e/ou sais, determinarão

maior consumo de água. Assim como

dietas com elevados teores de matéria

seca, pois a dieta também é uma fonte de

água. Se ela tiver elevado teor de matéria

seca o animal compensará sua necessidade

no bebedouro”, explica o pesquisador

da Pecuária Sudeste, Julio Cesar Pascale

Palhares.

Apesar de estudos relacionando o

melhoramento genético das raças leiteiras

com o consumo de água estarem

muito iniciais no mundo, sabe-se que

a genética dos animais determina um

consumo maior ou menor de água, com

uma raça que produz mais leite bebendo

mais água. E com as vacas cada vez

mais produtivas, cuidar da qualidade

da água ofertada ao rebanho é essencial

para a produção de leite. “Um sistema de

produção que não oferece conforto térmico

aos animais fará com que eles bebam

mais água por dia para compensar

condições de estresse térmico. Há várias

formas de oferecer conforto térmico aos

animais, desde o plantio de árvores no

pasto até a oferta de algum tipo de sombreamento

artificial ou os aspersores nas

áreas da ordenha. A aspersão é uma técnica

que precisa ser bem planejada. Caso

contrário significará maior consumo de

água e energia”, diz o pesquisador.

O manejo hídrico dentro da propriedade

é importante tanto para garantir

a qualidade da água quanto sua preservação.

Por isso, o produtor deve utilizar

tecnologias de monitoramento remoto,

adotar práticas de conservação da água e

sistemas de produção mais sustentáveis.

28


Outro ponto que merece atenção é

seu uso direto na produção de leite. Ao

utilizar água de má qualidade, que contenha

bactérias, para limpar a sala de

ordenha, por exemplo, há um risco que

pode ser quantificado e expresso em probabilidade,

como o aumento da CBT (células

bacterianas totais).

Conforme prevê a Instrução Normativa

nº 77 (26/11/2018), que embasou a

criação do Plano de Qualificação de Fornecedores

de Leite (PQFL), é necessário

fazer o isolamento adequado das fontes

de água, higienizar com regularidade os

reservatórios, utilizar água potável na

limpeza de equipamentos, realizar análises

da qualidade da água e fazer seu tratamento.

Água potável é a que podemos ingerir

com segurança, não apresentando

riscos à saúde humana. Este é o padrão

mais rigoroso de qualidade de água que

existe. Toda água utilizada na limpeza de

equipamentos, utensílios, úbere e mãos

dos ordenhadores, assim como demais

locais que entram em contato direto com

o leite, deve ser potável. É recomendável

evitar a captação de água em fontes com

riscos de contaminação (próximas a locais

com acúmulo de matéria orgânica) e

a falta de tratamentos preliminares como

a filtração e a cloração.

Uma gota de água impura pode abrigar

até 1.000.000UFC/mL, sendo que

uma medida eficaz e simples para minimizar

essa contaminação é a filtragem

combinada com a cloração. Imagine que

uma minúscula gota com 200.000UFC

afete um litro de leite. Se a temperatura

estiver acima de 13ºC, essa quantidade

de bactérias dobrará a cada 20 minutos.

Assim, em apenas 60 minutos, teremos

um aumento para 800.000 bactérias,

equivalente a 80.000UFC/100mL.

O tempo necessário para esfriar o

leite, juntamente com o período que ele

permanece no reservatório antes de ser

coletado, são fatores cruciais. Se na hora

da coleta o leite ultrapassar os limites

aceitáveis de contaminação, isso não

necessariamente indica falhas na higienização

ou no manejo da ordenha. Pode

ser resultado da interferência de uma pequena

quantidade de água impura que

prejudicou todo o lote de leite.

A água contaminada na sala de ordenha

representa um risco significativo

também para a saúde dos animais. Ela

pode conter patógenos prejudiciais que

causam doenças, levando a problemas de

saúde e, em casos extremos, à morte. A

contaminação pode afetar negativamente

a produção, a composição e a qualidade

do leite, tornando-o menos valioso ou

até mesmo inútil para venda.

Além disso, a presença de produtos

químicos tóxicos na água contaminada,

como pesticidas ou metais pesados, pode

ter efeitos adversos na saúde dos animais

e dos seres humanos. Se o leite contaminado

chegar ao consumidor, pode haver

riscos à saúde, incluindo infecções alimentares,

que podem ser graves dependendo

dos patógenos presentes.

Já na parte de infraestrutura pode

29


REVISTA O GIROLANDO

haver danos aos equipamentos, já que

alguns contaminantes presentes na água,

como sais ou substâncias químicas, podem

corroer ou danificar os equipamentos

de ordenha ao longo do tempo. “As

instalações, desde sua concepção, devem

ser pensadas visando o menor consumo

de água e a facilitação do manejo dos

resíduos. Se na instalação há muitos anteparos

(pilares, grades etc.) isso irá dificultar

a lavagem do piso, podendo determinar

maior consumo de água e tempo

do operador gasto na prática. Um piso

de ordenha mal-conservado, com grandes

rachaduras e buracos, faz com que

a lavagem seja menos eficiente, pois são

pontos de acúmulo de dejetos que, por se

acumularem no local, farão com que o

operador gaste mais água para retirar os

dejetos”, orienta o pesquisador.

Benefícios do bebedouro próximo à

ordenha

A água é essencial para manter a hidratação

dos bovinos. Em períodos ou

locais de clima quente a água desempenha

um papel muito importante na regulação

térmica dos animais. De forma

estratégica, a instalação de bebedouros

deve ficar logo na saída da ordenha, permitindo

a hidratação imediata das vacas

logo após a ordenha, momento em que

ocorre perda de grande quantidade de

água para a produção de leite. Assim,

elas têm oportunidade de restabelecer

seus níveis de hidratação e absorver nutrientes

essenciais.

As vacas tendem a beber mais água

quando têm acesso fácil. Com o bebedouro

mais próximo à sala de ordenha,

os animais não precisam percorrer longas

distâncias para acessarem a água.

Além disso, proporcionar fácil acesso

à água contribui para o bem-estar das

vacas leiteiras, pois vacas saudáveis são

mais propensas a serem mais produtivas.

É importante que os bebedouros sejam

projetados e mantidos de forma adequada

para garantir o fornecimento de

água limpa e fresca de forma constante.

Outros bebedouros devem ser instalados

nos locais onde as vacas estarão

após a ordenha, como nos piquetes ou

dentro dos barracões de confinamento.

Em relação ao dimensionamento ideal

dos bebedouros, deve ter um tamanho

suficiente para que, pelo menos, 15% do

lote consiga ter acesso à água simultaneamente.

Para isso é determinado que o

espaçamento seja de 0,12 metros lineares

por animal.

A limpeza dos bebedouros é ideal

para evitar o acúmulo de sujeira e possíveis

contaminantes. Ela deve ser feita

de forma periódica, a cada dois dias ou

semanalmente.

Já em relação à temperatura da água

ofertada, deve ser entre 25°C e 30°C, visto

que em temperaturas abaixo de 15°C é

observada uma diminuição do consumo.

Forneça água limpa, cristalina e isenta de

compostos tóxicos.

Pesquisador da Embrapa Sudeste Julio Palhares

30


31


REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

DIVULGAÇÃO

Ninguém segura o Girolando

Raça cresce em número de registros, de vendas de sêmen e mantém boas médias de preços

em leilões. Um desempenho baseado no forte avanço genético do rebanho

Quando assumiu, em 2019, a propriedade

da família, em Bocaiúva,

no norte de Minas Gerais, o pecuarista

Otávio Pereira dos Santos Neto

decidiu que era hora de modernizar

a gestão. “Tínhamos um modelo de

pecuária leiteira bem simples, com

mínimos dados de controle e pouquíssimas

ferramentas de gestão. O gado

era composto de animais de várias

raças”, lembra Neto. Ele foi em busca

de informações, inteirou-se sobre os

mercados de leite e de genética, visitou

criatórios e percebeu que o Girolando

seria a raça ideal para as condições da

região, que tem temperaturas mais altas,

e para a saúde financeira do negócio.

Desde o início, a preocupação era

desenvolver um trabalho consistente

de seleção. A base do plantel da Fazenda

Triunfo veio de criatórios já

consolidados na raça, como a Fazenda

Congonhas e a Santa Luzia. A FIV foi

a aposta para multiplicar essa genética

adquirida. Hoje, o plantel é avaliado

pelo Programa de Melhoramento

Genético da Raça Girolando (PMGG),

participa do Controle Leiteiro Oficial

e é composto por animais CCG 1/2,

CCG 3/4 e 5/8.

Com 100 vacas em lactação, e uma

média de produção de 2.800 litros/dia,

a fazenda trabalha em sistema intensivo

no período de inverno, ofertando

dieta a base de silagem de milho e

dieta concentrada. Já no período das

águas trabalha com semi-intensivo,

em que as vacas recebem silagem de

milho e concentrado antes das ordenhas.

Além da produção de leite, o sistema

é voltado para a produção de

genética, com a comercialização de

animais para recria. Além disso, há a

seleção para competições nas feiras. O

criador já levou para casa troféus de

exposições mineiras, como: Pompéu,

Sete Lagoas e Montes Claros.

Agora, entrando no sexto ano à

frente da Fazenda Triunfo, Otávio

tem a certeza de que fez a aposta certa

quando decidiu ter um rebanho registrado

de Girolando. “Já temos produção

suficiente para atender o mercado

de recria, que está aquecido. Em 2024

ainda vamos dar um passo a mais,

com a realização, pela primeira vez,

de um leilão de vacas, novilhas e bezerras

de todas as composições raciais

que selecionamos, todas oriundas de

FIV. No evento, que terá a chancela

da Associação de Girolando, participarão

convidados tradicionais, como

a Santa Luzia e a Congonhas. Tenho

confiança de que será um sucesso”, ga-

32


DIVULGAÇÃO

rante Otávio Neto.

O bom momento vivido pela Fazenda

Triunfo não é um caso isolado

dentro do Girolando. Os números do

Serviço de Registro Genealógico da

raça mostram que mais produtores

buscaram pelo certificado de origem

no ano de 2023. Foram efetuados em

todo o País 97.352 controles e registros,

com quebra de recorde nas categorias

de registro de nascimento

e registro definitivo com genealogia

conhecida.

A avaliação dos especialistas é de

que o mercado de animais de genética

superior não sentiu os impactos da

queda do preço do leite, das importações

de lácteos e da queda no consumo

de leite. Para o técnico da Girolando,

Samuel Bastos, que também atua no

mercado de leilões, a valorização do

animal registrado e avaliado está alicerçada

justamente no seu potencial

melhorador. “O que está sendo bem

comercializado, tanto no Girolando

quanto nas raças formadoras Gir Leiteiro

e Holandês, é o animal com características

produtivas comprovadas

e com consistências no pedigree.

Vaca se vende pela lactação oficial,

pelo leite que produz. É um dado que

chama a atenção do investidor que

vai trabalhar com leite. Em geral, são

filhas de mães com lactações consistentes

e grandes touros, que também

já apresentam boas lactações”, explica

Samuel.

Segundo ele, as melhores médias

Criador Otávio Neto com a campeã do torneio

leiteiro da Expomontes 2023 Beth

de preço, em geral, estão atreladas às

certificações oficiais conferidas, seja

pelo Serviço de Controle Leiteiro Oficial

ou pelo Serviço de Registro Genealógico

da Associação Brasileira dos

Criadores de Girolando. “Uma lactação

oficial e um pedigree consistente

conferem grande credibilidade ao

produto; afinal, não é o leiloeiro ou o

consultor técnico que está atestando

a qualidade do animal, mas sim uma

entidade delegada do Ministério da

Agricultura. Ter esse tipo de produto

à disposição para venda traz muita

liquidez para o mercado de genética”,

assegura o técnico da Girolando.

Ele aposta que a demanda por touros

A2A2 será cada vez mais crescente,

deixando em um futuro breve de ser

somente um nicho de mercado.

De acordo com o técnico, o uso das

ferramentas do PMGG, dentre elas o

controle leiteiro, devem ser amplamente

utilizadas na tomada de decisão.

“Um exemplo é o Ranking Rebanho,

que conta com diversas categorias,

permitindo ao produtor comparar o

desempenho de seus animais com os

de outros criatórios. O Ranking Rebanho

é uma grande riqueza que a entidade

oferece ao mercado, pois traz os

principais indicadores de excelência

dentro de uma fazenda. Com essa ferramenta

em mãos, cada propriedade

pode trabalhar suas particularidades,

visando sempre o aumento da produtividade

e rentabilidade do negócio”,

orienta.

O criador fluminense Tales Matheus

Lopes tem colocado essa orientação

em prática. Em sua propriedade,

o Sítio Família Matheus Lopes, localizado

em Araruama/RJ, os dados do

controle leiteiro ajudam no monitoramento

diário do rebanho. Além da

pesagem oficial feita pela Girolando,

Diogo Balderramas, Lopes pesa diariamente

a produção das suas vacas e

trabalha com rigor na seleção. “Tenho

tudo anotado de cada animal, tanto

no caderno quanto eletronicamente.

Anoto desde a produção nas duas ordenhas,

total produzido por mês, pico

do mês, média e acumulado. Faço em

todas, que é exatamente para saber

quem é o animal. Ainda tenho uma

tabela que preencho com os dados

de produção, incluindo o peso dos

animais, o número de inseminações,

idade ao primeiro parto e dos demais

Técnico da Girolando Samuel Bastos durante

atendimento em fazenda associada

33


REVISTA O GIROLANDO

DIVULGAÇÃO

partos, dentre outros dados. Aquelas

que ficam abaixo da média da raça são

descartadas, pois não é saudável para

a rentabilidade do negócio ter um

exemplar que não tem boa produtividade”,

conta Tales. A ordenha é sem

ocitocina, sem bezerro ao pé e nem

peia.

O pecuarista está diariamente de

olho nos resultados das pesagens de

leite, que o ajudam a monitorar desde

a saúde das vacas, fertilidade, nutrição

e até a qualidade dos pastos.

Com um sistema intensivo a pasto,

a propriedade, que tem no total

30 hectares, trabalha com pastejo

rotacionado. Como na região, alguns

compostos da ração ou núcleos andam

com preços “salgados”, ele inclui

na dieta dos animais produtos com

maior oferta, como: soja, fubá, ureia e

sal mineral. Já a ordenha é sem ocitocina

e sem bezerro ao pé.

Tales é a primeira geração de produtor

rural da família. Sua história

com a raça Girolando começou em

2020, quando participou de um evento

na Universidade Federal de Viçosa,

entidade que contou por alguns anos

com um rebanho Girolando para o

desenvolvimento de pesquisas. Foi

lá que ele comprou duas novilhas da

raça. No mesmo ano, comprou a fazenda,

porém totalmente desprovida

de infraestrutura para a atividade leiteira.

“Nunca tinha visto uma novilha

produzir mais de 14kg/leite, mesmo

em sistema rotacionado. Com o Girolando,

já registrei picos de 32kg/

leite. A alegria foi tanta que quase não

acreditei no resultado. Por isso, decidi

comprar mais novilhas Girolando,

todas livro fechado. Quem cria Girolando

não consegue mais olhar para

outras raças”, diz o criador.

Segundo ele, a opção pelos animais

registrados vai além de ter um

documento oficial. “É pela qualidade

que esse tipo de vaca tem, traz mais

confiança e credibilidade para o negócio”,

assegura o criador, que na parte

de manejo ainda conta com a assistência

técnica do Senar.

Tales pretende multiplicar sua experiência

com o Girolando para toda

a região e está programando para

maio um dia de campo da fazenda. A

expectativa é contar na programação

com uma palestra sobre a raça, que

deve ser ministrada por um representante

da Associação. Outro projeto futuro

é a instalação de um laticínio na

região para atender os produtores locais.

Como não há indústria na cidade,

toda a produção de leite da fazenda

é comercializada para queijeiros.

O problema é que a demanda oscila

conforme a época do ano, exigindo do

Tales Matheus Lopes

pecuarista adaptações em seu sistema.

Mercado de genética aquecido

Se o comércio de animais melhoradores

segue firme, a venda de sêmen

está no mesmo ritmo e não sentiu o

baque da queda no preço do leite. A

Associação Brasileira de Inseminação

Artificial (Asbia) divulgou relatório

das vendas de 2023 e as raças

leiteiras registraram crescimento. Enquanto

o aumento no geral foi de 6%,

na raça Girolando foi quase o dobro

desse percentual, ficando em 11,71%.

Foram vendidas 741.933 doses, contra

664.130 em 2022. As exportações

também subiram, fechando em 83.729

doses ante 78.379 em 2022.

Em 2024, os dois primeiros meses

continuam aquecidos segundo levantamento

junto à algumas centrais. “O

ano de 2023 foi desafiador para o leite,

tanto em relação às políticas, quanto

a alterações climáticas, mas mesmo

assim a raça desempenhou seu papel

muito bem, principalmente comparado

ao ano de 2022. Essa realidade

mostra que o produtor hoje busca uma

compra mais segura, especialmente

em momentos de desafio, como agora.

Ele precisa de um animal mais adaptado,

que tenha desempenho melhor

em condições climáticas adversas, e o

Girolando oferece tudo isso”, garante

Antônio Garcia, gerente de Produto

34


Grandes Touros!

Fertilidade Máxima!

Protázio

Sansão x Juma Bras.

Bagdá TE Bras.

Grego

Radar x Ametista Silv.

Teatro

Jaburu

Teatro x Fábula FIV

Sansão

17 33222888 sembraoficial

sembra.genetica sembra@sembra.com.br 35


REVISTA O GIROLANDO

DIVULGAÇÃO

Criador Túlio Araújo e o touro Grande Campeão Girolando da

Megaleite e da ExpoZebu BH 27 CRUSHABULL FIV JGG

Leite Zebu da CRV.

Com um número crescente de touros

provados a cada ano pelo Teste de

Progênie, a confiabilidade do mercado

também aumenta. “Atualmente, as

compras são pautadas na eficiência da

raça e não sendo mais compras estratégicas

como antigamente. O mercado

clama por touros Girolando selecionados

a partir de bases sólidas. O avanço

de provas, como o Teste de Progênie,

que traz avaliações genéticas e genômicas

seguras dos animais, aliado às

informações de lactações das filhas

dos touros, tem levado a uma procura

maior, por exemplo, de reprodutores

5/8. Até no mercado externo verificamos

essa tendência. Hoje, na bateria

de touros da Genex, os dois líderes

de vendas na raça são da composição

5/8”, afirma Gabriel Godoy, gerente de

Produto Leite Zebu da Genex Brasil.

Segundo ele, a tendência para 2024

é superar os números do ano anterior,

inclusive no mercado internacional.

“Estamos no caminho certo, produzindo

um Girolando com mais qualidade

e segurança para os produtores

utilizarem em seus rebanhos”, conclui

Godoy.

Para quem trabalha no campo selecionando

os animais que abastecem

esse mercado de genética, o momento

para a raça mostra-se sólido. Desde o

final do ano passado, o selecionador

mineiro Túlio Araújo teve três touros

de seu criatório, contratados por centrais

de inseminação, e vários outros

seguirão o mesmo caminho neste primeiro

semestre de 2024.

A grande vitrine para o criatório,

que fica no município de Serra da Saudade/MG,

tem sido as exposições. Em

2023, o time da Girolando PASS levou

para casa diversos troféus, conquistados

em exposições concorridas, como

a Megaleite, quando conquistou algumas

premiações, dentre elas o título

de Grande Campeão da raça Girolando,

e na ExpoZebu. “Foi um ano de

muitas realizações, com premiações

relevantes, incluindo o Ranking Nacional

e o Ranking Estadual de Minas

Gerais. As vendas aumentaram muito

após essas vitórias e a procura por

animais segue firme em 2024. O produtor

confia na nossa genética porque

sabe que a pista é, na verdade, consequência

do trabalho sério de seleção

que fazemos, com um foco grande em

fertilidade e equilíbrio”, pontua Túlio.

Esses resultados vieram com pouco

tempo de seleção da raça. Apesar

da família atuar na pecuária desde

1987, a história do criatório com Girolando

começou em 2016, quando

Túlio e o pai, Antônio Ildefonso, decidiram

formar um plantel registrado.

Em 2017, já estrearam nas pistas e dois

anos depois, passaram a investir em

FIV para acelerar a multiplicação da

genética selecionada.

O sistema de produção adotado é

o semi-intensivo, isso para as vacas

em lactação. Já a maior parte dos animais

jovens fica no sistema extensivo

a pasto. Com um rebanho em torno

de 400 cabeças, a fazenda trabalha

com acasalamento dirigido, buscando

um animal equilibrado e integra o

PMGG. Todas as fêmeas CCG 1/4 são

genotipadas e as informações utilizadas

para selecionar as melhores doadoras,

já que elas são a base da produção

de animais 5/8.

O trabalho tem refletido em boas

vendas tanto na porteira quanto em

leilões. O Girolando PASS já prepara

várias ofertas em remates em 2024,

com expectativa de bons preços. “Esperamos

que seja mais um ano de

conquistas. Vamos participar da ExpoZebu

e da Megaleite, além de outras

exposições, para que nossa colocação

no Ranking Nacional seja ainda melhor

em 2024”, conclui Túlio Araújo.

36


A FONTE DA

MELHOR GENÉTICA

BAIXE O CATÁLOGO

LEITE TROPICAL

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REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

CRUX FILMES

Um ano de muitas realizações

Equipe técnica da Girolando durante treinamento

A atual diretoria da Girolando conclui seu primeiro ano de gestão com recorde na área de registros

e na Megaleite, expansão das ações de fomento da raça, investimentos na capacitação da

equipe técnica e defesa dos direitos dos produtores de leite

Apesar dos desafios enfrentados

pela pecuária leiteira em 2023, a Associação

Brasileira dos Criadores de

Girolando encerrou o ano com suas

metas superadas, feito que exigiu esforços

de todos. Dois recordes foram

estabelecidos no ano passado em

duas categorias do Serviço de Registro

Genealógico.

No Controle/Registro de Nascimento

(CGN/RGN) os técnicos efetuaram

42.640CGN/RGN, contra

39.879 em 2022. Já na categoria Controle/Registro

Definitivo - Genealogia

Conhecida (CGD/RGD – GC)

foram feitos 37.586 ante os 36.114 de

2022. Esses dois resultados atingidos

em 2023 superam todos os demais

alcançados desde 1989, quando a

Associação iniciou o Serviço de Registro

Genealógico no Brasil como

entidade delegada do Ministério da

Agricultura.

Somando todas as categorias foram

efetuados em todo o País 97.352

registros de animais. Com isso, o

banco de dados de animais registrados

e controlados pela Girolando

chegou a 2.228.722 registros, sendo

Recordes

2023

38


a única associação de raça leiteira

do Brasil a atingir essa quantidade.

“Isso mostra que o pecuarista continua

acreditando no potencial da raça

e entende que, mesmo em momentos

de crise, não se pode parar de investir

no avanço genético do Girolando.

O animal com registro genealógico é

mais valorizado no mercado porque

esta é uma ferramenta que assegura a

identidade, a procedência e o desempenho

do bovino”, esclarece o presidente

da entidade, Domício Arruda.

Várias outras ações realizadas em

2023 levaram a entidade ao balanço

positivo no ano. Confira:

Reforço da equipe

A entidade ampliou sua equipe

técnica pelo País, contratando novos

técnicos para atenderem nas regiões

do Amazonas, Bahia, Mato Grosso,

Minas Gerais, Rondônia e Tocantins.

Pesquisa para avaliar atendimento

técnico

A entidade adotou sistema de

avaliação da equipe técnica, com o

Governador de Minas Romeu Zema participa do

registro do animal do Mais Genética

objetivo de melhorar os atendimentos

prestados no campo. Ao final de

cada serviço prestado, o criador deve

responder o questionário disponível

no Sistema Web Girolando. A entidade

ainda criou a Central de Relacionamento

Girolando para ouvir as

demandas dos associados e esclarecer

dúvidas.

Vitrine nas universidades

Animais do rebanho Girolando

do Instituto de Ciências Agrárias

da Universidade Federal de Minas

Gerais (UFMG), em Montes Claros/

MG, foram registrados pelo técnico

Geraldo Rodrigues. A parceria entre

as duas entidades visa ao fomento da

raça junto aos futuros formadores de

opinião. O rebanho da universidade

está tendo os cruzamentos direcionados

para a produção de animais

CCG 5/8 e Puro Sintético (PS), por

meio da utilização de sêmen de touros

Girolando. Além do registro, a

Girolando também iniciou o Serviço

de Controle Leiteiro Oficial no rebanho

da UFMG.

Novidades do PMGG

Uma das inovações realizadas

pela Girolando e que trará importante

avanço para o melhoramentogenético

da raça foi a inclusão de novas

avaliações no Sumário de Touros. O

documento trouxe mais 15 características

e cinco índices (compostos).

Dentre elas estão as ligadas à composição

do leite, como por exemplo:

produção e percentual de gordura,

de proteína e CCS, e o Índice de

Qualidade do Leite.

Além disso, foram incluídas características

ligadas ao composto de

leite e fertilidade do Girolando, para

identificação de animais que produzem

muito leite e ainda se reproduzem

muito bem. Na parte de avaliação

linear, as novas avaliações estão

ligadas à conformação e capacidade,

garupa e força leiteira.

Parceria CCPR

Outra medida importante foi a

assinatura do acordo de cooperação

técnica entre a Girolando e a Cooperativa

Central dos Produtores Rurais

de Minas Gerais (CCPR), com

o objetivo de disponibilizar aos cooperados

tecnologias vinculadas ao

PMGG, tais como as avaliações genéticas

e genômicas.

Mais Genética

Em parceria com o Mais Genética,

a Associação realizou o primeiro

registro dos animais do programa,

fato que ocorreu durante a Megaleite

2023. No evento, o programa chegou

Presidentes de associações de criadores Gabriel Cid (ABCZ), Domício Arruda (Girolando), Armando Rabbers (ACBCRH) e Marcos Tang

(Holandês do RGS) e José Adalmir Amaral (presidente do Núcleo Gaúcho de Criadores Gir Leiteiro e Girolando)

39


REVISTA O GIROLANDO

a 200 mil inseminações artificiais.

Capacitação da equipe

Para garantir um atendimento

de excelência aos criadores, a Girolando

iniciou em 2023 a capacitação

de sua equipe técnica e jurados. Um

dos cursos é sobre Oratória, para que

os técnicos saibam transmitir com

clareza as informações consideradas

relevantes para o processo de seleção

dos associados.

A entidade ainda realizou no final

de 2023 o “Workshop de Excelência

no Atendimento ao Associado”.

Funcionários de todos os setores

da entidade puderam debater sobre

os pontos fortes da raça e dos serviços

prestados, bem como sobre as

prioridades para melhoria do atendimento

prestado aos associados em

todo o País.

Palestras e cursos

A equipe da Girolando ministrou

palestras e cursos, difundindo as informações

técnicas sobre a raça e os

serviços prestados pela entidade por

todo o Brasil.

Defesa dos direitos dos produtores

rurais

O presidente da Girolando, Domício

Arruda, participou de diversas

reuniões com lideranças políticas em

busca de soluções para a crise que

afeta o setor leiteiro. Um dos encontros

foi com o presidente da Câmara

dos Deputados, Arthur Lira, juntamente

com deputados federais que

integram a Frente Parlamentar em

Apoio ao Produtor de Leite. Foram

apresentadas várias reivindicações,

dentre elas a renegociação de débitos

dos produtores de leite e medidas

Premiação dos Melhores dos Rankings na

Girolando Fest

Comitiva internacional na Megaleite

compensatórias ou tarifárias em relação

às importações da Argentina.

Outra iniciativa em 2023 foi a

criação da Frente das Associações

de Bovinos do Brasil, da qual a Girolando

e outras 13 entidades delegadas

do serviço de registro genealógico

fazem parte. O objetivo é

tornar mais ágeis e fortes as ações

em defesa da pecuária nacional junto

ao Ministério da Agricultura.

Mercado internacional

O projeto Brazilian Girolando

retomou as participações em eventos

internacionais e esteve presente

em exposições do Panamá, Colômbia

e Bolívia. Além disso, teve início

o tratado para ampliar o protocolo

sanitário na área de genética bovina

com a Colômbia, em parceria com

a Federação Nacional de Departamentos

daquele país.

Exposições

Uma das novidades de 2023 em

relação às competições em pista foi

o Girolando Fest, evento criado para

premiar os melhores dos rankings

da entidade. Com um calendário

extenso de exposições, a raça brilhou

em exposições pelo País, tendo

como ponto alto a Megaleite 2023,

que quebrou recordes de público e

movimentação financeira.

Girolando na mídia

A raça ganhou dois novos espaços

para divulgação de informações:

o Girolando Podcast, que traz

um bate-papo com profissionais e

criadores, e o programa semanal

Gironews, com dicas técnicas e as

notícias do setor.

40


41


REVISTA O GIROLANDO

GIROLANDO E VOCÊ

DIVULGAÇÃO

Ano começa com agenda concorrida

Tanto no Brasil quanto no exterior, os eventos movimentam o calendário da raça Girolando. Várias

exposições estão com inscrições abertas

Mais um ano, a capital do Zebu,

Uberaba/MG, deve movimentar o

circuito de exposições da raça. A Exposição

Interestadual de Girolando –

Circuito Megaleite 2023/2024 – Etapa

Uberaba está com inscrições abertas até

19 de abril. O evento acontecerá durante

a ExpoZebu 2024, no período de 27 de

abril a 5 de maio, em Uberaba/MG.

Para as competições em pista, estão

disponíveis 120 vagas. O valor por

argola é de R$250,00. Cada expositor

poderá inscrever até 12 animais por

composição racial (CCG 1/4, CCG 1/2,

CCG 3/4 e raça Girolando), no total de

48 animais. A taxa para os tratadores/

Diretor da Giirolando Marcos Amaral e o vicegovernador

de Minas Professor Mateus

colaboradores ficarem no alojamento da

ABCZ é de R$420,00 por pessoa, sendo

20 vagas disponíveis.

Segundo a Associação Brasileira dos

Criadores de Girolando, a definição do

jurado efetivo responsável pelos julgamentos

será feita pela comissão organizadora

do Circuito.

A Girolando também já definiu a

programação da raça durante a Expo-

Zebu. Confira:

29/04/2024 (segunda-feira): Data-

-base para cálculo da idade no julgamento

22/04 a 24/04: das 7h30 às 17h30 -

Entrada e admissão dos animais

29/04 (segunda-feira): das 7h30 às

12h30 (manhã) e das 13h30 às 17h (tarde)

- Julgamento de animais

30/04 (terça-feira): das 07h30 às

12h30 (manhã) e das 13h30 às 17h (tarde)

- Julgamento de animais

06/05/2024: a partir das 6h - Saída

dos animais

Congresso latino-americano no

Panamá

Criadores de raças leiteiras da América

Latina reuniram-se em Chitré, no

Panamá, para debater a produção sus-

42


43


REVISTA O GIROLANDO

tentável de leite. O “Encuentro Latinoamericano

de Productores de Razas Lecheras

y sus Cruces para una

Producion Sostenible” aconteceu

de 29 de fevereiro a 2 de março, e contou

com as presenças do presidente da

Associação Brasileira dos Criadores de

Girolando, Domício Arruda; do gerente

do projeto Brazilian Girolando, Marcello

Cembranelli; e do associado e presidente

da Comissão de Leite da Faemg,

Jônadan Ma, além de representantes de

vários outros países.

O criador Jônadan Ma ministrou

palestra com o tema “A otimização da

criação de Girolando em diversos sistemas

de produção”. Já o técnico Marcello

Cembranelli ministrou minicurso

sobre o tema “Girolando: Um caminho

para os sistemas de produção de leite”,

na Finca Agropecuaria Don Arcelio.

Durante o congresso, o presidente

da Girolando, Domício Arruda, apresentou

ao público internacional a campanha

da Megaleite 2024. A expectativa

é de que comitivas de vários países

participem da feira, agendada para o

período de 11 a 15 de junho. Eles serão

recepcionados no estande do projeto

Brazilian Girolando, no Parque da

Gameleira, em Belo Horizonte/MG.

Na edição passada, a feira recebeu 150

estrangeiros de 13 países. “A Megaleite

trará muitas inovações do setor leiteiro,

que serão apresentadas por cerca de 100

empresas expositoras, palestras, leilões,

além das competições em pista e torneio

leiteiro”, diz o presidente da Girolando,

que esteve acompanhado do gerente do

projeto Brazilian Girolando, Marcello

Cembranelli.

O convite para a Megaleite também

Presidente Domício e gerente do Brazilian Girolando Marcello

Cembranelli durante lançamento da Megaleite no Panamá

foi entregue ao presidente da Associação

de Criadores do Panamá (Aprogalpa),

Venâncio González Pinzón, e

ao vice-presidente Roberto Delgado

Aprogalpa.

Autoridades convidadas no Brasil

- No Brasil, o convite da Megaleite

foi entregue ao vice-governador

de Minas Gerais, professor Mateus,

que confirmou presença no evento.

O convite foi entregue pelo diretor da

Girolando, Marcos Amaral.

A Megaleite deste ano tem como

tema “O alimento, uma cultura”, destacando

a importância do leite no

dia a dia alimentar dos brasileiros.

A campanha é estrelada pelo pequeno

José Marcos, influencer do Mato

Grosso que defende o agro em seu

perfil no Instagram. Ele tem mais de

1,2 milhão de seguidores.

Agenda de eventos

Outros eventos da raça com inscrições abertas que estão agendados para o primeiro semestre do ano são:

04 a 07/04: Exposul Rural 2024

Cachoeiro de Itapemirim/ES

04 a 14/04: 22ª Exposição com Julgamento Ranqueado da Raça Girolando - 84ª Expogrande

Campo Grande/MS

04 a 07/04: Festa Amigos do Leite 2024

Poço Redondo/SE

15 a 21/04: Circuito Megaleite 2023/2024 - Etapa Nordeste

Maceió/AL

23/05 a 26/05: XXXIV Exposição Agropecuária e Industrial de Oliveira

Oliveira/MG

44


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45


Prontos para atuarem nas pistas

Depois de dez anos, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando voltou a realizar o Curso Intensivo de Julgamento

da raça. A 24ª edição contou com participantes de todo o Brasil e do Equador. A programação intensa de três dias teve aulas

teóricas e práticas. De acordo com o presidente da entidade, Domício Arruda, o evento faz parte das diversas ações de capacitação

que a Girolando vem realizando desde o final de 2023. “É de extrema importância para o avanço da raça ter profissionais

capacitados para auxiliar os criadores na seleção dos rebanhos”, diz Domício.

Para os participantes, o curso foi uma oportunidade não só de aprimorar os conhecimentos sobre a raça, mas também de

compartilhar experiências. “O 24° Curso Intensivo de Julgamento foi marcante e histórico. Ambiente fantástico, extrema organização

e preparo de seus orientadores. Uma imersão em conhecimento, ensinamento e temas técnicos sobre a raça Girolando,

os critérios de julgamento, o regulamento de exposições oficializadas, padrões raciais e demais assuntos inerentes ao Girolando

e sua expansão. Além disso, foi um momento de fazer novas amizades, relacionamentos e oportunidades vindouras em vários

aspectos com fins comerciais, sociais e institucionais”, destaca o participante Fabrício Nogueira.

O curso contou com duas modalidades: ouvintes (criadores e profissionais do setor) e candidatos ao Colégio de Jurados

(profissionais de Ciências Agrárias). Entre os ouvintes, estavam criadores e leiloeiros de várias regiões. “Foram dias maravilhosos

em que tive a oportunidade de aprender bastante com os brasileiros. O Equador está de portas abertas para os brasileiros.

O Girolando já não é só do Brasil, é da América Latina”, assegura o criador equatoriano Fabián Estrella Casanova. “Final de

semana de muito aprendizado e experiência ao lado de grandes profissionais”, diz a médica- veterinária Mariana Campbell.

“Oportunidade ímpar de participar desse curso com profissionais tão capacitados e colegas que me agregaram muito com suas

histórias de vida e desenvoltura no trabalho. É muito importante a realização de eventos como esse para a movimentação do

mercado e crescimento da raça”, enfatiza o participante Brendo Carvalho.

No último dia, todos participaram das provas teóricas e práticas (julgamento e oratória). As aulas práticas contaram com

animais das fazendas Bom Jesus, Fazenda Pavana, Fazenda Céu Azul e GBF Global. “Saber que, a cada oportunidade como

essa, formamos novos jurados e parceiros é muito gratificante para nós, do Colégio de Jurados”, destaca Limírio Bizinotto,

jurado que ministrou aulas práticas durante o curso. No total, participaram 80 pessoas.

Seminário do Colégio de Jurados

Jurados da raça Girolando participaram nos dias 19 e 20 de fevereiro, em Uberaba, do 9º Seminário de Revisão, Atualização

e Harmonização dos Critérios de Julgamentos da Raça Girolando. Entre os temas abordados, estiveram: o Programa de Melhoramento

Genético da Raça Girolando (PMGG), ética profissional e relacionamento interpessoal, oratória,

harmonização dos critérios de julgamentos e revisão do regimento interno. Além das palestras, os jurados participaram de

aulas práticas de julgamento.

46


47


REVISTA O GIROLANDO

REVISTA O GIROLANDO

GIROLANDO E VOCÊ

Luma Teline, Domício, Leandro Paiva, Euclides Prata, Celso Menezes,

Tiago Ferreira, Limirio Bizinotto no Seminário de Jurados

Priscila Leite, Janaina Peixoto, Ariana Barros, Raíssa Santos,

Lívia Tavares da equipe técnica da Girolando

Diretora Tatiane Tetzner e Mariana Moreno

(Destaque do ano 2023 – PMGG)

Petros Medeiros e Domício Arruda

(Destaque do ano 2023 – Desempenho)

48

Tatiane e Janaina

(Destaque do ano 2023 – Fomento)

Domício, Luiz Fernando Reis, Rubens Balieiro, Marcelo Real,

Marcos Amaral na Imersão Técnica Nacional


Domício, Marcello e Jônadan durante

Congresso no Panamá

Aula prática da Imersão

Técnica Girolando

Marcello, Roberto e

Venâncio (Aprogalpa), Domício

Gil, Ariana e José Vieira

(Fazenda Ranchão – Redenção/Pará)

Participantes do 24º Curso de

Julgamento de Girolando

Aula prática do Curso

de Julgamento

Adriano Borges Meira (Sítio Belo Horizonte –

Maracás/BA) e técnico Naelson Júnior

49

Domício e presidente do

Sebrae Décio Lima


REVISTA O GIROLANDO

REVISTA O GIROLANDO

GENÉTICA

Claudio Aragon, Diretor de

Mercados Leite na Semex Brasil

DIVULGAÇÃO

Estratégias genéticas com uso de soluções avançadas

em reprodução

O cenário do mercado de produção

de leite vem sofrendo profundas

mudanças ao longo dos últimos

anos. As margens de lucro são cada

vez mais estreitas e o desempenho

e a eficiência são as palavras de ordem

no cenário atual. A gestão das

informações se torna chave para a

correta tomadas de decisões que

afetam diretamente a lucratividade

das propriedades. No entanto, nunca

tivemos tanto acesso a ferramentas

que nos permitem ter acesso às

informações importantes que necessitamos

para as tomadas de decisão.

Como maximizar o desempenho

e a eficiência de nossas vacas?

Como certificar de que estamos recriando

uma reposição de maior valor

genético nas características que

desejamos para o rebanho futuro? O

50


DIVULGAÇÃO

progresso e melhoramento genético

nunca foram tão impactantes como

atualmente. Exatamente pelo fato de

termos inúmeras ferramentas que

nos permite maior informação e

acompanhamento do progresso genético,

é que estamos vendo o quão

impactante isto representa no rebanho.

O progresso genético é a solução

comprovada para maximizar

desempenho e eficiência.

A grande revolução das avaliações

genômicas só é comparável ao

advento da inseminação artificial. A

genômica nos permitiu avanços inimagináveis

nos tempos pré-genoma.

A velocidade que conseguimos imprimir

no processo de melhoramento

genético com o uso do genoma é

impressionante. A importância das

fêmeas passa a ser cada vez mais visível

e fundamental no processo de

progresso genético. Como podemos

maximizar o uso desta ferramenta

para acelerar os programas de melhoramento

genético?

Uma nova revolução surge com

enorme impacto no processo de

progressão genética. Estamos vivendo

a revolução da era dos embriões!

O uso de soluções avançadas em reprodução

nos processos de melhoramento

genético torna-se uma das

mais importantes formas de acelerar

o ganho genético nos rebanhos.

Estratégias genéticas

O volume de informações nas

avaliações genéticas de touros e fêmeas

Girolando vem aumentando

em ritmo acelerado. Atualmente

temos avalições pertinentes a características

de produção, longevidade,

fertilidade e conformação. É fundamental

para qualquer programa de

melhoramento que tenhamos uma

ideia clara de quais as características

que iremos focar para atingir os

objetivos e suprir as necessidades

do rebanho. O correto estabelecimento

dos índices genéticos que

iremos utilizar no rebanho é o ponto

essencial para o trabalho de progresso

genético. A correta escolha

das características que terão maior

peso no índice irá determinar a direção

na qual iremos estabelecer o

melhoramento. Desta forma, um

criterioso estudo das necessidades

genéticas do rebanho atual e quais

os objetivos que queremos traçar

para o rebanho futuro é o primeiro

passo para o trabalho.

Exemplo de Índice Genético:

55% Ênfase em Produção

25% Ênfase em Saúde / Fertilidade

(pesos em IPP / Longevidade)

20% Ênfase em Conformação

(Sistema Mamário)

A partir da definição do índice

a ser utilizado, podemos agora segmentar

nosso rebanho. O que significa

e como fazer esta segmentação?

A utilização das avaliações genômicas

das fêmeas do rebanho permite

que tenhamos uma clara visão de

como cada animal se apresenta geneticamente

para cada característica

que compõe o índice de seleção

que definimos. Aplicando os pesos

definidos no índice podemos ranquear

nossas fêmeas. Passamos a

ter então a segmentação do rebanho

para o índice definido. As fêmeas

superiores para o índice, as inferiores

e as que estão na média.

O próximo passo é definir o

quanto de pressão de seleção iremos

colocar no nosso trabalho de melhoramento

genético. Ou seja, a partir

de quais fêmeas queremos produzir

nossa reposição. Qual o percentual

51


superior do rebanho queremos trabalhar

de forma mais agressiva no

processo? Qual a estratégia para os

animais no meio do rebanho. Qual

estratégia usaremos nos animais

geneticamente inferiores? Estas estratégias

definem a velocidade que

queremos impor no nosso programa

de melhoramento genético.

A partir desta definição, podemos

lançar mão das soluções avançadas

em reprodução para maximizarmos

o processo. A tecnologia de

Fertilização in Vitro (FIV), aliada

ao uso de sêmen sexado permite

acelerar de modo impactante o ganho

genético entre gerações. Veja

abaixo uma estratégia já utilizada

em diversos rebanhos com a visão

de rápido ganho genético.

Esta estratégia indica uma utilização

dos melhores animais amplificando

sua influência na geração

seguinte através do uso da FIV. São

as doadoras do rebanho. O grupo

intermediário será trabalhado com

sêmen sexado de touros que atendam

aos objetivos genéticos traçados.

A porção inferior do rebanho

será utilizada como receptoras e/ou,

onde houver mercado, uma parcela

destes animais pode ser inseminada

com touro de corte.

Confiram abaixo resultado desta

estratégia genética utilizado em um

rebanho da raça Holandesa, com

2.500 vacas em lactação.

A utilização das soluções

avançadas em reprodução, aliada

ao volume de informações

geradas pelas avaliações genômicas,

possibilitando segmentar

o rebanho, em conjunto com estratégias

genéticas bem definidas

resultam em uma aceleração

do progresso genético nunca

visto antes.

A tecnologia de FIV avançou

tremendamente nos últimos

anos. Resultados expressivos

de prenhes possibilitam a utilização

da técnica de forma mais

comercial e em larga escala.

Os benefícios da FIV são inúmeros,

mas destacamos os seguintes

pontos:

- Trabalhar com doadoras até

os 100 dias de prenhes

- Trabalhar com doadoras a

cada 2 semanas

- Utilizar sêmen sexado com

extrema eficiência

- Excelente ferramenta de

melhoramento genético

- Fácil execução na fazenda

Alguns rebanhos têm trabalhado

de forma agressiva com

esta solução e aliam a compra

de embriões produzidos de doadoras

superiores de outros

rebanhos para acelerar ainda

mais o progresso. Esta estratégia

permite avançar ainda mais

rapidamente quando se adquire

embriões de doadoras geneticamente

superiores aos animais

melhores do rebanho. O uso em

conjunto da FIV em doadoras

próprias e a aquisição de embriões

geneticamente superiores se

traduz em uma agressiva estratégia

de ganho genético.

52


53


REVISTA O GIROLANDO

REVISTA O GIROLANDO

MERCADO

DIVULGAÇÃO

Os desafios da produção de leite orgânico no Brasil

Demanda por leite orgânico vem crescendo

DIVULGAÇÃO

Lançamento do Observatório do Leite Orgânico pela Embrapa é uma estratégia para atender à demanda de

produtores que têm dificuldades para encontrar fornecedores de insumos para esse tipo de sistema

Zootecnista Elissa Forgiarini Vizzotto

O número de fazendas orgânicas

em todo o mundo teve um aumento

de cerca de 50% na última década,

chegando a 2,8 milhões de produtores.

O Brasil ocupa a 12ª posição em

área destinada a essa modalidade de

produção, com 1,2 milhão de hectares

cultivados (0,4% das terras utilizadas

pela agropecuária) e o leite já representa

20% de todas as vendas do segmento.

Para levar mais informações para

os brasileiros, foi criada a plataforma

“Observatório do Leite Orgânico”, resultado

de projeto de pesquisa liderado

pela Embrapa Gado de Leite, em

parceria com instituições de ensino e

pesquisa. “Nossa intenção é contribuir

com a estruturação da cadeia agroalimentar

do leite orgânico no País, ainda

incipiente, mas que possui elevado

potencial de expansão”, diz a pesquisadora

da Embrapa, Fernanda Samarini

Machado. Segundo ela, esse nicho de

mercado está em crescimento e aproxima

quem consome de quem produz,

e valoriza a produção de alimentos

integrada à natureza, respeitando o

bem-estar dos animais, a qualidade de

vida dos colaboradores e a saúde das

pessoas.

No Brasil há cerca de 100 propriedades

certificadas. A expectativa

é que o número de produtores venha

a crescer nos próximos anos com a

entrada de Nestlé e Danone, multinacionais

que atuam no País. Um dos

entraves que limitam o consumo é o

preço. Os lácteos orgânicos podem

custar até três vezes mais do que os

convencionais. Mas os pesquisadores

da Embrapa dizem que o aumento na

54


DIVULGAÇÃO

escala de produção tende a reduzir

essa diferença. Outro fator limitante é

o desconhecimento por parte dos consumidores

dos produtos certificados.

A plataforma traz dados de interesse

dos setores produtivos (fazendas

e laticínios), como o histórico do

número de produtores certificados,

localização das unidades de produção

e de processamento, o perfil produtivo

e ambiental de sistemas de produção e

o do mercado consumidor. A plataforma

também disponibiliza à sociedade

informações sobre a produção orgânica

de leite e o mapeamento dos pontos

de comercialização de lácteos orgânicos

no Brasil. O Observatório do Leite

Orgânico traz uma solução para isso

ao elencar os locais onde a produção

ocorre.

Da produção ao consumo consciente

O leite orgânico é um alimento

produzido em um sistema gerido de

forma sistêmica como um “organismo

agrícola” (daí vem o termo “orgânico”),

por meio de várias técnicas alinhadas

aos princípios da agricultura

orgânica e regulamentadas por normas

específicas, que buscam a integração

entre a produção vegetal e animal,

o equilíbrio do ecossistema, o desenvolvimento

econômico e a maximização

dos benefícios sociais. A produção

e o processamento do leite orgânico

são regulamentados por lei, com garantia

da qualidade e rastreabilidade

por meio de certificação comprovada

pelo selo “Produto Orgânico Brasil”,

do Sistema Brasileiro de Avaliação de

Conformidade Orgânica (Sisorg).

Segundo a zootecnista, doutora

em Nutrição e Produção de Ruminantes

e coordenadora de Leite da

Premix, Elissa Forgiarini Vizzotto,

a demanda é maior que a oferta em

todo o mundo.“Atualmente, os Estados

Unidos abriram seu mercado de

importação de produtos orgânicos

para outros países, o que constitui

uma oportunidade para os produtores

brasileiros. Por outro lado, há desafios

a serem vencidos no Brasil, como a

dificuldade de comercialização do leite

in natura orgânico para as grandes

indústrias de laticínios, o que faz com

que alguns produtores utilizem a agregação

de valor a este leite por meio das

agroindústrias rurais, com a produção

de queijos, manteiga, bebidas lácteas e

até mesmo o envase de leite orgânico

in natura”, explica.

Além disso, problemas sanitários

como mastite, endo e ectoparasitas

exigem cuidado redobrado com o

manejo, já que os animais estão mais

Produção orgânico exige manejo diferente dos animais

suscetíveis a doenças. “A falta de conhecimento

em manejo orgânico e

de consultoria técnica especializada,

e a necessidade de reduzir a burocracia

do processo de certificação, com

maior clareza das normas e menor

custo, também estão entre as dificuldades

enfrentadas pelos produtores de

leite orgânico”, pontua.

Um dos grandes gargalos apontados

pelos produtores de leite orgânico

é a escassez e os preços elevados de insumos

para alimentação do rebanho,

como o milho orgânico. “O avanço na

produção está atrelado ao crescimento

na oferta de milho orgânico a um preço

mais acessível”, afirma a cientista

da Embrapa. Ela defende que é fundamental

a fazenda ter baixa dependência

de insumos externos, por meio da

integração entre a produção vegetal e

animal, da criação de animais eficientes

e adaptados e de práticas de manejo

adequado das pastagens, garantindo

oferta de alimento diversificado e

de qualidade.

Na produção de leite orgânico, a

alimentação do gado deve seguir regras.

Os suplementos precisam ser

isentos de antibióticos, hormônios e

vermífugos, sendo proibidos aditivos

promotores de crescimento, estimulantes

de apetite e ureia, bem como su-

55


plementos ou alimentos derivados ou

obtidos de organismos geneticamente

modificados. “Neste aspecto, ressalta-

-se que 85% da matéria seca consumida

por ruminantes deve ter origem

orgânica”, acrescenta Elissa.

Os produtores ainda apontam dificuldades

na comercialização. “Como

atualmente não há grandes laticínios

atuando na captação de leite orgânico,

os produtores precisam processar e

comercializar os seus próprios produtos,

ou buscar parcerias com laticínios

menores que processam e comercializam

lácteos orgânicos”, explica Fernanda

Diniz. Os produtores precisam

estar bem alinhados às demandas do

mercado e trabalhar em estratégias de

divulgação dos produtos para vencer

esse desafio.

Por outro lado, os consumidores

apontaram em pesquisa que o maior

impedimento para aumentarem o

consumo de lácteos orgânicos é a dificuldade

de encontrar os produtos, seguido

do preço mais elevado. “O estudo

Perfil do Consumidor Consciente,

publicado em 2020 pela Confederação

Nacional da Indústria (CNI), afirma

que 36% dos entrevistados aceitariam

pagar mais caro no alimento orgânico

(14% muito mais caro e 22% somente

um pouco mais caro). Outros 30%

afirmam que escolheriam o alimento

orgânico caso o preço fosse o mesmo

e 30% não comprariam o alimento orgânico

independentemente do preço”,

finaliza a zootecnista ElissaVizzotto.

O consumidor está cada vez mais exigente em

relação à produção do leite

ALEX GREEN

56


REVISTA O GIROLANDO

NOVOS ASSOCIADOS

ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO

SOCIAL DA GIROLANDO NOS MESES OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO 2023 E JANEIRO 2024.

Nº CRIADOR MUNÍCIPIO

11034

11023

11056

11012

11025

11077

11035

11042

11048

11053

11054

11057

11016

11037

11020

11021

11049

11052

11039

11030

11036

11017

Agronegócio Boaventura

André Luís Beozzo Junqueira de Andrade

Antônio Domingos de Goes

Antônio Tenório Feitosa

Arildo Benetti Ferreira Júnior

Associação dos Criadores de Girolando de Rondônia

Caio Baptista Velasco

Carlos Anderson Costa Cruz

Caroline Kohara Melchior Moreira

Claúdio Duarte de Mesquita

Daiton Jairo Garcia

Dirceu Bruno Pinto

Edeilton Alves Dos Santos

Edizom Franco de Assunção

Elan Wagner Santos Chaves

Emmanuel Henrique Oliveira Costa

Filipe Almeida de Melo

Francisco Márcio da Silva

Geni Aparecida Da Costa

Gilson Dias de Araújo

Guilherme de Oliveira Lemos

Guilherme do Nascimento Oliveira

Ouro Preto do Oeste - RO

Lins - SP

Poço Redondo - SE

Belo Monte - AL

Governador Valadares - MG

Ji-Paraná - RO

Bom Jesus do Itabapoana - RJ

Nossa Senhora da Glória - SE

Porto Velho - RO

Lagoa Da Prata - MG

Goiânia - GO

Goiânia - GO

Jí-Paraná - RO

Ituiutaba - MG

Teixeira de Freitas - BA

Itabira - MG

Governador Valadares - MG

Varjota - CE

Iturama - MG

Goiânia - GO

Campos Altos - MG

Goiânia - GO

PRESIDENTE:

Domicio José Gregório Arruda Silva

VICE-PRESIDENTE:

Luiz Fernando Reis

1º. DIRETOR ADMINISTRATIVO:

Marcos Amaral Teixeira

2º. DIRETOR ADMINISTRATIVO:

Rubens Balieiro De Souza

1º. DIRETOR FINANCEIRO:

José Antônio Da Silva Clemente

2º. DIRETOR FINANCEIRO:

Luiz Cláudio Bastos De Moura

DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS:

Alexandre Lopes Lacerda

AL - ALESSANDRO TEIXEIRA COSTA

AL - ANDRÉ GAMA RAMALHO

AL - JOÃO PAULO BRANDÃO DO AMARAL

AM - ILDO LUCIO GARDINGO

AM - MUNI LOURENÇO SILVA JÚNIOR

BA - CLÁUDIO MICUCCI VAZ ALMEIDA

BA - DIRLEIA SANTOS MEIRA

BA - FABRICIO LIMA COSTA

BA - FRANCISCO PELTIER DE QUEIROZ FILHO

BA - MARINALDO DA SILVA ROCHA

BA - VALDEMIR ACÁCIO OSÓRIO

CE - EDUARDO FELICIO CALOU RODRIGUES COSTA

CE - RAFAEL CARNEIRO DA SILVEIRA

ES - JOSÉ LUIZ VIVAS

ES - RODRIGO JOSÉ GONÇALVES MONTEIRO

ES - WEVERTON MACHADO BASTOS

GO - DIEGO HILARIO RIBEIRO

GO - JOÃO DOMINGOS GOMES DOS SANTOS

GO - LÉO MACHADO FERREIRA

GO - LUIZ EDUARDO BRANQUINHO

MA - JOELDO OLIVEIRA LIMA

MG - CLEITON GONZAGA CASTILHO

MG - EUTÁLIO MARCIO DA SILVA

Conselho de Representantes Estaduais:

MG - EVANDRO DO CARMO GUIMARÃES

MG - GUILHERME MENDES RODRIGUES

MG - GUSTAVO FREDERICO BURGER AGUIAR

MG - JOÃO DÁRIO RIBEIRO

MG - JOÃO MACHADO PRATA JÚNIOR

MG - JOSÉ COELHO DA ROCHA

MG - JOSÉ HUMBERTO RESENDE

MG - LUCIANO PAIVA NOGUEIRA

MG - MARCELO ZUCULIN JUNIOR

MG - MARIA CRISTINA ALVES GARCIA

MG - OTAVIO PEREIRA DOS SANTOS NETO

MG - RENATO MIGLIO MARTIN

MG - ROBERTO MARTINS DE ANDRADE

MG - ROBERTO MARTINS VILLELA

MG - RODRIGO LAUAR LIGNANI

MG - SÉRGIO REIS PEIXOTO

MG - TÚLIO SERTÃ JUNQUEIRA

MG - VITOR CEZAR VELLOZO

MS - EDUARDO FOLLEY COELHO

MS - FÁBIO TAVEIRA SANDIM

MS - FRANCISCO DE PAULA RIBEIRO JR.

MS - GUSTAVO HENRIQUE PANUCCI DA SILVA

MS - PAULO CÉSAR DONINHO PELLEGRINI

Nº CRIADOR MUNÍCIPIO

11059

11027

11029

11026

11050

11014

11046

11024

11040

11038

11019

11028

11010

11013

11009

11045

11032

11047

11041

11060

11018

11051

Gvinah Industria e Comércio de Alimentos e Panificação Ltda

Ivanildo Lopes Machado

João Batista de Souza

João Victor Andrade Lima

José Geraldo Carneiro

José Luís Olmos Flores

Leandro Pereira Fraga

Lucas Grossi de Paiva

Luís Eduardo Moreialvar

Marcelo Sousa Barbosa

Márcio da Silva Fonseca

Marcos Fonseca Rangel

Maria Aparecida Inácio de Oliveira

Michel Semler Atanasio

Milton Louzada de Almeida Júnior

Nexa Recursos Minerais S.A.

Paulo Roberto da Costa

Ramon Teixeira Parma

Renato Birane Silveira

S.M.G. Pego Produtor Rural

Silvana Mara Borges Simão

Susiley Ferreira da Silva

Rio Maria - PA

Itarumã - GO

Alegre - ES

Barra dos Coqueiros - SE

João Monlevade - MG

Brasília - DF

Quixadá - CE

Silveirânia - MG

Itajá - GO

Iturama - MG

Formiga - MG

Valentim Gentil - SP

Jí-Paraná - RO

Machadinho D`Oeste - RO

Jaru - RO

Vazante - MG

Lagoa Formosa - MG

Rodeiro - MG

Pirajuba - MG

São Paulo - SP

Nanuque - MG

Trindade - GO

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Triênio 2023 / 2025

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO:

José Renato Chiari

DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS:

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS:

Marcelo Renck Real

CONSELHO FISCAL

Afonso Celso de Resende

Alexandre Honorato

José Luiz Zago

SUPLENTES CONSELHO FISCAL

Alexandre Gondim da Rosa Oiticica

Henrique Vieira da Rocha

Márcio Eugênio Leite de Castro

MS - REINALDO VILELA DE MOURA LEITE

MS - RENATO PRADO MEDRADO

MS - THIAGO BARROS XAVIER

MS - THIAGO NOGUEIRA LEMOS

MT - LUCIANO FERRARI

PA - ADELINO JUNQUEIRA FRANCO NETO

PB - WAERSON JOSÉ SOUZA

PE - CRISTIANO NÓBREGA MALTA

PI - HERMÓGENES ALMEIDA DE SANTANA JÚNIOR

PI - JOSÉ GOMES DO AMARAL NETO

RJ - ANDRÉ GUSTAVO VASCONCELLOS MONTEIRO

RJ - JEAN VIC MESABARBA

RJ - JOSÉ GABRIEL DE SOUZA MACHADO

RJ - LUIZ CARLOS BANDOLI GOMES

RN - AÉCIO PINHEIRO FERNANDES

RN - ALEXANDRE CARLOS MENDES

RN - MANOEL MONTENEGRO NETO

RN - RICARDO JOSÉ RORIZ DA ROCHA

RO - DARCY AFONSO DA SILVA NETO

RO - GILBERTO ASSIS MIRANDA

RO - OTAYR COSTA FILHO

RS - JAIRO ANDRE GORCZEVSKI

RS - JOSÉ ADALMIR RIBEIRO DO AMARAL

CONSELHO CONSULTIVO

Bernardo Sousa Lima Mattos de Paiva

Everardo Leonel Hostalacio

Olavo de Resende Barros Júnior

Paulo Cruz Martins Junqueira

Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro

SUPLENTES CONSELHO CONSULTIVO

Alexandre Freitas dos Santos

Arildo Benetti Ferreira

Aurora Trefzger Cinato Real

Nelson Ariza

Ronaldo de Souza Queiroz

SE - CARLOS AUGUSTO SANTOS DA PAIXÃO

SE - FÚLVIO BRENO DE OLIVEIRA LIMA

SE - JOÃO BOSCO MACHADO

SE - LAFAYETTE FRANCO SOBRAL

SE - MARCIANO MACHADO DE ANDRADE JÚNIOR

SP - ALEXANDRE PEREIRA DA COSTA

SP - CARLOS ADALBERTO RODRIGUES

SP - FRUCTUOSO ROBERTO DE LIMA FILHO

SP - JOÃO PEDRO AYRES NEVES DE AZEVEDO

SP - RAUL DE OLIVEIRA ANDRADE NETO

SP - RUBENS APARECIDO CÂMARA JÚNIOR

TO - NAPOLEÃO MACHADO PRATA

CONSELHO DELIBERATIVO TÉCNICO - CDT

Presidente do CDT: Edivaldo Ferreira Júnior

Membro Natos: Márcia Tereza Vieira Scarpati e Leandro de

Carvalho Paiva

Membro Efetivos: José Renato Chiari, Gustavo Sousa

Gonçalves, Tiago Moraes Ferreira, Marcello Mamedes

dos Santos, Maurício Silveira Coelho, Olavo de Resende

Barros Júnior, Adriano Fróes Bicalho e Cláudio André da

Cruz Aragon.

57


REVISTA O GIROLANDO

MERCADO

DIVULGAÇÃO

Genética brasileira rumo ao mercado indiano

40 mil doses foram exportadas para a Índia, sendo a maior exportação de sêmen leiteiro para aquele país

Participante frequente da lista dos

maiores exportadores do agronegócio

mundial, o Brasil tem agora mais um motivo

para comemorar: acaba de ser concretizada

a maior exportação de sêmen bovino

do País para a Índia. A Alta realizou a exportação

de 40 mil doses da raça Gir Leiteiro

para o país asiático, considerado o maior

produtor mundial de leite. As doses foram

coletadas de quatro touros: Ivã de Brasília,

Haroldo Genipapo, Espetáculo e Trovão

Santa Edwiges.

As tratativas tiveram início em 2020,

com duas visitas de membros do governo

da Índia até a sede da Alta, para escolher

os touros. “Os indianos queriam animais

especiais e enxergaram na Alta, juntamente

com grandes criadores, esse potencial.

Hoje, eles estão importando com a gente

porque querem melhorar o rebanho deles.

Além disso, acabamos de abrir um grande

caminho para a pecuária brasileira e, com

certeza, eles serão grandes importadores”,

pontua o diretor da Alta Brasil, Heverardo

Carvalho.

Ainda segundo Carvalho, a variabilidade

genética dos animais e o reconhecimento

do mercado pela qualidade oferecida

contribuíram para o sucesso das negociações.

“Atualmente, mais de 500 touros estão

em coleta na Central Alta, em Uberaba,

sendo mais de 300 animais de raças zebuínas.

Temos uma diversidade muito grande

para oferecer, de acordo com cada plano genético,

cada sistema de produção”, afirma.

A importação faz parte da estratégia da

Índia de aumentar sua produção nacional

de leite, subindo para 330 milhões de toneladas

por ano até 2034 – sendo que, em

2023, a quantidade produzida foi de 230,6

milhões de toneladas. Essa exportação representa

um marco para a agropecuária

brasileira, é o que afirma o gerente de Leite

Nacional da Alta, Guilherme Marquez. “A

iniciativa marca uma significativa abertura

de mercado para o comércio exterior do

Brasil, comprovando a qualidade genética

dos animais desenvolvidos aqui e, sobretudo,

os rigorosos critérios que atendem

para integrarem a bateria Alta, situação que

renderá novas negociações e a expansão da

pecuária leiteira”, comenta.

Para a supervisora de Comércio Exterior

da Alta, Flávia Paschoal, essa exportação

significa que a agropecuária brasileira

entrou em uma nova Era. “Produzimos

de acordo com o protocolo sanitário entre

Índia e Brasil. O Brasil é pioneiro no melhoramento

genético de raças zebuínas e

preenche os critérios de seleção da Índia,

mostrando todo o nosso diferencial”.

Atualmente, uma a cada três doses de

sêmen produzidas, comercializadas e exportadas

são da Alta Brasil, que já exporta

para mais de 15 países da América Latina,

África e Ásia.

Sêmens foram coletados de quatro

touros da bateria da Alta

Com o intuito de escolher os animais

adequados, foram realizadas seleções respeitando

as exigências do mercado indiano,

como: temperamento, genotipagem

de Beta-Caseína A2A2 e diferenças entre

famílias.

Os touros que tiveram suas doses de

sêmen exportadas possuem uma grande

variabilidade genética e são consagrados no

mercado brasileiro. O Espetáculo FIV é de

propriedade da Tropical Genética; Haroldo

FIV da Genipapo, do criador Paulo Roberto

de Andrade Cunha; Ivã FIV de Brasília,

originário da Fazenda Brasília e propriedade

do produtor Luiz Eduardo Branquinho,

da Estância K, e da Alta; e Trovão FIV S.

Edwiges, do criador José Maria de Souza e

propriedade da Alta.

“Ivã de Brasília foi líder do sumário de

2019 e um dos touros que mais comercializou

sêmen da raça Gir Leiteiro no Brasil.

O Haroldo Genipapo, um reprodutor provado,

é líder em temperamento e em facilidade

de ordenha. O Trovão Santa Edwiges

se mostra na liderança, com estrutura corporal

e produção de leite. Por fim, temos o

Espetáculo, com uma genética consagrada,

com vários anos de história”, explica o gerente

Nacional de Leite Nacional da Alta.

58


59


REVISTA O GIROLANDO

PASTAGEM

DIVULGAÇÃO

Capim mostra bom desempenho ao anteceder a soja

BRS Zuri é valorizado devido a sua capacidade de crescimento vigoroso e rápido

Estudo realizado pela Embrapa

Agropecuária Oeste (MS) mostrou

que o uso da cultivar de capim BRS

Zuri antecedendo a soja é viável e

pode trazer bons resultados em sistemas

de integração-lavoura-pecuária

(ILP). Isso é possível adotando-se uma

estratégia de manejo adequada. Essa

cultivar é conhecida pela elevada produção

de forragem, alto valor nutritivo,

resistência à cigarrinha-das-pastagens

e à mancha das folhas, o que a

torna interessante para a alimentação

do gado. Por outro lado, essa forrageira

necessita de manejo especial para

que ela não permaneça no campo na

hora de plantar a soja.

“As cultivares de Panicum maximum

mais vigorosas, como os capins

BRS Zuri, Mombaça e Miyagui, têm

sido deixadas de lado pelo fato de serem

mais tolerantes ao herbicida glifosato,

por formarem touceiras e devido

ao porte elevado, que dificulta um

pouco o plantio da cultura em sucessão”,

completa o pesquisador da Embrapa

Luís Armando Zago Machado.

Ele salienta que esses capins são

os mais produtivos, em condição de

pastejo, capazes de produzir 40 arrobas

de carcaça por hectare, por ano,

quando em sistemas de integração

lavoura-pecuária. “Esse potencial de

produção do capim BRS Zuri foi o

que motivou estudar seu controle com

herbicidas, já que, nos sistemas integrados,

a pecuária necessita ser muito

lucrativa para justificar sua rotação

com culturas anuais”, declara o cientista.

Quando o capim BRS Zuri foi avaliado

nos ensaios de valor de cultivo

e uso, ele foi mais produtivo que os

capins Tanzânia e Mombaça, além de

apresentar melhor valor nutricional

que esse último. Ao ser avaliado em

sistemas integrados, foi obtida produtividade

de 20% a 40% maior que

a braquiária. “Porém, os P. maximum

são mais exigentes em adubação, para

que expressem todo seu potencial de

produção, por isso eles vão tão bem

nos sistemas integração lavoura-pecuária”,

alerta Zago.

60


DIVULGAÇÃO

Resultados obtidos com a dessecação

do capim BRS Zuri

O uso de cultivares de P. maximum

de porte alto como a BRS Zuri

nos sistemas integrados é bem-sucedido

quando as plantas são rebaixadas.

Esse trabalho comprovou que o sucesso

do controle químico consiste na

aplicação de duas doses de herbicida

sistêmico ou a primeira com sistêmico

e a segunda de contato, antes do plantio

da soja. A primeira aplicação deve

ser realizada com 12 a 14 dias antes

do plantio da soja. A segunda aplicação

pode ser feita de quatro a dez dias

após a primeira, dependendo da dose

e do produto aplicado. Essas duas aplicações

foram eficientes para a dessecação

do capim. Foram utilizados os

herbicidas sistêmicos (glyphosate ou

haloxyfop) ou de contato (glufosinato)

e ambos apresentaram resultados

positivos.

O estudo comprovou que o controle

do capim BRS Zuri com uso de herbicidas

antes do plantio da soja é uma

estratégia de manejo eficiente e que

pode ser usada com segurança pelos

produtores. “Com essa informação, é

possível realizar o controle e diminuir

o intervalo para posterior semeadura

da soja”, diz Zago.

O capim BRS Zuri é mais uma espécie

a ser empregada nos sistemas de

integração lavoura-pecuária, possibilitando

a diversificação das forrageiras,

principalmente, com as do gênero

Brachiaria (B. ruziziensis e B. brizantha

cv. Xaraés), que são bastante cultivadas

e apresentam características

muito interessantes, segundo os pesquisadores.

Eles recomendam manter

alguns talhões com Brachiaria, já que

elas são menos estacionais, ou seja, a

redução na produção de forragem durante

a seca é menor em Brachiaria,

em relação a Panicum.

Outro aspecto a ser considerado no

estabelecimento do capim BRS Zuri

em sucessão à soja é o percevejo barriga-verde,

que é uma praga secundária

da soja, mas pode inviabilizar o estabelecimento

desse capim. Nesse caso,

está sendo avaliado em outro projeto o

controle dessa praga. Observou-se que

a pulverização de inseticida é pouco

eficiente, já que a planta fica abrigada

sob a palha da soja. Os melhores resultados

têm sido obtidos com o tratamento

das sementes da forrageira.

Zago acrescenta que, no sistema

ILP, o capim desempenha um papel

fundamental na rotação de culturas e

estruturando o solo, que pode contribuir

para intensificar e gerar melhorias

no ambiente de produção e, consequentemente,

promover o aumento

de produtividade nas lavouras de soja

de forma sustentável.

O que é a BRS Zuri

Desenvolvida pela Embrapa e parceiros

e lançada em 2014, a BRS Zuri

é uma gramínea cespitosa, da espécie

Panicum maximum, que deve ser manejada,

preferencialmente, sob pastejo

rotacionado, sendo considerada uma

boa opção para diversificação de pastagens

nos biomas Amazônia e Cerrado.

Os capins da espécie Panicum maximum

são conhecidos como capim-

-colonião. É uma espécie de gramínea

tropical muito utilizada como forrageira

em sistemas agropecuários. É

nativa de diversas regiões da África e

tem se disseminado em vários países

de clima tropical devido à sua adaptabilidade

e valor nutritivo para o gado.

Essa espécie de capim é valorizada

devido a sua capacidade de crescimento

vigoroso e rápido, tornando-se uma

opção popular para a alimentação de

bovinos, ovinos e outros animais de

pastagem. Caracteriza-se por apresentar

folhas largas e compridas, que formam

densas touceiras, e suas sementes

são dispersas pelo vento. A planta

possui uma alta tolerância ao pastejo

e consegue se recuperar bem após ser

cortada ou consumida pelo gado.

61


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Maria de Itabira/MG

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