Revista Girolando edição137
Revista oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
Revista oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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REVISTA O GIROLANDO
DIVULGAÇÃO
partos, dentre outros dados. Aquelas
que ficam abaixo da média da raça são
descartadas, pois não é saudável para
a rentabilidade do negócio ter um
exemplar que não tem boa produtividade”,
conta Tales. A ordenha é sem
ocitocina, sem bezerro ao pé e nem
peia.
O pecuarista está diariamente de
olho nos resultados das pesagens de
leite, que o ajudam a monitorar desde
a saúde das vacas, fertilidade, nutrição
e até a qualidade dos pastos.
Com um sistema intensivo a pasto,
a propriedade, que tem no total
30 hectares, trabalha com pastejo
rotacionado. Como na região, alguns
compostos da ração ou núcleos andam
com preços “salgados”, ele inclui
na dieta dos animais produtos com
maior oferta, como: soja, fubá, ureia e
sal mineral. Já a ordenha é sem ocitocina
e sem bezerro ao pé.
Tales é a primeira geração de produtor
rural da família. Sua história
com a raça Girolando começou em
2020, quando participou de um evento
na Universidade Federal de Viçosa,
entidade que contou por alguns anos
com um rebanho Girolando para o
desenvolvimento de pesquisas. Foi
lá que ele comprou duas novilhas da
raça. No mesmo ano, comprou a fazenda,
porém totalmente desprovida
de infraestrutura para a atividade leiteira.
“Nunca tinha visto uma novilha
produzir mais de 14kg/leite, mesmo
em sistema rotacionado. Com o Girolando,
já registrei picos de 32kg/
leite. A alegria foi tanta que quase não
acreditei no resultado. Por isso, decidi
comprar mais novilhas Girolando,
todas livro fechado. Quem cria Girolando
não consegue mais olhar para
outras raças”, diz o criador.
Segundo ele, a opção pelos animais
registrados vai além de ter um
documento oficial. “É pela qualidade
que esse tipo de vaca tem, traz mais
confiança e credibilidade para o negócio”,
assegura o criador, que na parte
de manejo ainda conta com a assistência
técnica do Senar.
Tales pretende multiplicar sua experiência
com o Girolando para toda
a região e está programando para
maio um dia de campo da fazenda. A
expectativa é contar na programação
com uma palestra sobre a raça, que
deve ser ministrada por um representante
da Associação. Outro projeto futuro
é a instalação de um laticínio na
região para atender os produtores locais.
Como não há indústria na cidade,
toda a produção de leite da fazenda
é comercializada para queijeiros.
O problema é que a demanda oscila
conforme a época do ano, exigindo do
Tales Matheus Lopes
pecuarista adaptações em seu sistema.
Mercado de genética aquecido
Se o comércio de animais melhoradores
segue firme, a venda de sêmen
está no mesmo ritmo e não sentiu o
baque da queda no preço do leite. A
Associação Brasileira de Inseminação
Artificial (Asbia) divulgou relatório
das vendas de 2023 e as raças
leiteiras registraram crescimento. Enquanto
o aumento no geral foi de 6%,
na raça Girolando foi quase o dobro
desse percentual, ficando em 11,71%.
Foram vendidas 741.933 doses, contra
664.130 em 2022. As exportações
também subiram, fechando em 83.729
doses ante 78.379 em 2022.
Em 2024, os dois primeiros meses
continuam aquecidos segundo levantamento
junto à algumas centrais. “O
ano de 2023 foi desafiador para o leite,
tanto em relação às políticas, quanto
a alterações climáticas, mas mesmo
assim a raça desempenhou seu papel
muito bem, principalmente comparado
ao ano de 2022. Essa realidade
mostra que o produtor hoje busca uma
compra mais segura, especialmente
em momentos de desafio, como agora.
Ele precisa de um animal mais adaptado,
que tenha desempenho melhor
em condições climáticas adversas, e o
Girolando oferece tudo isso”, garante
Antônio Garcia, gerente de Produto
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