O exame de Medicina Nuclear revela a activi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> cérebro através <strong>da</strong> reprodução de processos <strong>do</strong> metabolismo em imagens de corte colori<strong>da</strong>s.
Uma boa ideia A Tomografia de Emissão de Positrões (TEP), introduzi<strong>da</strong> em 1975, tornou possível representar visualmente os processos <strong>do</strong> metabolismo no cérebro. Esta e outras técnicas <strong>da</strong> Medicina Nuclear, como a Tomografia Computoriza<strong>da</strong> por Emissão de Fotão Único (SPECT), registam a radiação emiti<strong>da</strong> por substâncias de radioactivi<strong>da</strong>de limita<strong>da</strong> introduzi<strong>da</strong>s no organismo. Para assegurar que os radioisótopos ministra<strong>do</strong>s reproduzam as funções deseja<strong>da</strong>s <strong>do</strong> organismo – por exemplo a irrigação ou a conversão <strong>da</strong> glucose –, os mesmos são combina<strong>do</strong>s com agentes químicos marca<strong>do</strong>res (Tracer). Estes assemelham-se a substâncias naturais que são transforma<strong>da</strong>s pelo metabolismo <strong>do</strong> organismo. Quan<strong>do</strong> se verifica uma eleva<strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de neuronal <strong>do</strong> cérebro, aumenta o fluxo sanguíneo regional e a conversão <strong>da</strong> glucose, o que provoca uma acumulação <strong>do</strong>s marca<strong>do</strong>res nas regiões activas. Por outro la<strong>do</strong>, uma activi<strong>da</strong>de neuronal reduzi<strong>da</strong> resulta numa menor acumulação <strong>do</strong>s marca<strong>do</strong>res. Câmaras especiais registam a radiação emiti<strong>da</strong> pelos marca<strong>do</strong>res radioactivos e reproduzem-na em imagens de corte colori<strong>da</strong>s. As regiões com activi<strong>da</strong>de neuronal eleva<strong>da</strong> ou diminuí<strong>da</strong> destacam-se <strong>da</strong>s outras estruturas cerebrais em diferentes gra<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> cor selecciona<strong>da</strong>. Desta forma, é possível avaliar as consequências <strong>da</strong> oclusão de um vaso depois <strong>da</strong> ocorrência de um acidente vascular, como também verificar a diminuição <strong>da</strong> irrigação causa<strong>da</strong> por outras lesões cerebrais. Comparan<strong>do</strong>, por exemplo, as imagens de corte de pessoas saudáveis com aquelas de <strong>do</strong>entes com Alzheimer ou com epilepsia, verifica-se, nos <strong>do</strong>entes, uma distribuição irregular <strong>do</strong> marca<strong>do</strong>r, ao mesmo tempo que as regiões afecta<strong>da</strong>s pelo processo patológico acusam uma deterioração níti<strong>da</strong> <strong>do</strong> metabolismo ou <strong>da</strong> irrigação. Para uma localização anatómica mais precisa <strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de regional, utiliza-se a técnica <strong>da</strong> sobreposição <strong>da</strong>s imagens de corte <strong>do</strong> TEP com os cortes <strong>da</strong> Ressonância Magnética. Esta técnica permite estabelecer a ligação entre as mais pequenas disfunções e as respectivas estruturas cerebrais. As medições <strong>do</strong> fluxo de sangue no cérebro através <strong>do</strong> TEP, efectua<strong>da</strong>s sob diferentes condições de estimulação (p.ex. visão, cheiro, audição, cálculo mental, movimentos <strong>da</strong> mão), contribuíram para o aprofun<strong>da</strong>mento <strong>do</strong>s conhecimentos sobre a coordenação funcional <strong>do</strong> cérebro saudável. Esta área tem vin<strong>do</strong> a servir-se também <strong>da</strong> Ressonância Magnética Funcional, introduzi<strong>da</strong> em 1991. Através desta técnica, alterações <strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de cerebral são analisa<strong>da</strong>s indirectamente a partir <strong>do</strong> nível de oxigénio no sangue. As vantagens deste méto<strong>do</strong> residem na ausência de radiações nocivas, assim como na sua alta resolução geométrica e temporal. 14 A sequência de imagens de corte <strong>do</strong> cérebro de um <strong>do</strong>ente com Alzheimer revela irregulari<strong>da</strong>des níti<strong>da</strong>s no hemisfério direito. A combinação <strong>da</strong>s imagens <strong>da</strong> Ressonância Magnética com a técnica TEP reúne a anatomia e a função numa só reprodução. A reprodução tridimensional <strong>do</strong> cérebro exemplifica melhor ain<strong>da</strong> o efeito <strong>da</strong> sobreposição <strong>da</strong>s duas técnicas. 15