Oficina 7. Nosso bairroOBJETIVO: Fazer uma cartografia do bairro de modo que os adolescentes possam identificarseus problemas assim como os potenciais existentes.MATERIAL: Gravador; música; mapa do bairro; papel sulfite; lousa e giz ou papel pardoe canetas.OBSERVAÇÃO: Você pode obter o mapa do bairro nos guias da cidade ou até nas listastelefônicas. Se você morar em uma cidade pequena, pode trabalhar com o mapa daregião central que você pode conseguir na Prefeitura.DESCRIÇÃO: Coloque uma música suave e peça para os jovens se sentarem, fecharemos olhos e imaginarem o percurso que fazem de casa para a escola. Vá orientandolentamente a vivência, por meio de perguntas: o que você está vendo agora que saiude casa? Ande mais um pouco, o que chama a atenção? O que lhe dá desgosto de ver?O que lhe dá prazer? Existem pessoas/animais/coisas que você vê sempre em seucaminho? Você passa por algum espaço público? Como ele está: limpo, sujo, comgente ou vazio? Como estão os muros no seu percurso? E as calçadas? Existe algumperigo nesse trajeto?Quando você achar que foi suficiente, peça para abrirem os olhos e registrarem em umpapel o que viram por meio de desenhos, palavras, sinais. Isso vai ser usado ao longoda oficina. A seguir, socialize a vivência, pedindo que quem quiser dê sua opinião.Esclareça que essa oficina tem por finalidade levar os jovens a conhecer melhor o bairroem que vivem. Juntos, eles descobrirão as potencialidade e os problemas locais.Levante com o grupo todos os equipamentos públicos existentes: bibliotecas, praças,clubes, salões paroquiais, cinemas, teatros, postos de saúde, ONGs, escolas, parques,enfim, quaisquer lugares em que as pessoas se encontrem. Anote na lousa ou em umpapel pardo aquilo que for mais importante. A seguir, dê-lhes um mapa do bairro (podeser um único exemplar se todos conseguirem observá-lo). Primeiramente, ajude-os ase localizar, marcando onde estão; depois, peça que assinalem os lugares que listaram,classificando-os por cor. Por exemplo: praças em verde, escolas em azul,clubes em amarelo e assim por diante.Com esses dados em mãos, inicie uma discussão. Para orientar a conversa, seguemabaixo algumas questões:• Quais os locais que já freqüentaram, onde nunca foram e onde costumam ir?• Por que razão vão ou não a esses lugares? O que fazem?• Quais os aspectos positivos e negativos desses lugares?• Quais os aspectos positivos e negativos do bairro?136
• Do que sentem falta no bairro? Por quê?• Precisam ir a outro bairro para fazer alguma coisa? Que bairro freqüentam? Como vãoaté lá?• Aproveitam os potenciais do bairro?• O que deveria/poderia ser feito para melhorar o bairro?• De que maneiras poderiam contribuir para melhorar a vida no bairro?A discussão certamente estimulará os jovens a se integrar mais ao local onde moram,a desenvolver um sentimento de "apropriação". Pode acontecer de alguns jovens seinteressarem por conhecer locais antes ignorados ou até em realizar ações concretasde intervenção em instituições ou melhoria nos equipamentos públicos. Se isso ocorrer,anote na lousa ou em um papel grande as sugestões levantadas. Qualquer queseja a ação proposta, um passeio ou de intervenção em algum lugar, ela vai requererplanejamento, o que pode ser feito em uma outra oficina que tenha por finalidadeespecífica a organização dessas ações.COMENTÁRIOS: O sentido de pertencimento é fundamental para a construção da cidadania.Quanto mais sentimos que o planeta, o país, a cidade, o bairro ou a escola são “nossos”,melhor cuidaremos desses espaços. Quando as pessoas se dão conta de que estabelecemrelações de troca com cada um dos espaços nos quais vivem ou transitam, aumenta suaconsciência de seus potenciais de utilização e da necessidade de preservação. Conhecer obairro é o primeiro passo para os jovens descobrirem espaços coletivos, discutirem opotencial e os problemas de onde vivem. Essa é uma maneira de se responsabilizarem ereivindicarem seus direitos de cidadãos.137