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GUIA DE ORIENTAÇÕES PARA A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA ENSINO FUNDAMENTAL ANO II

Guia de Orientações para a Intervenção Pedagógica - Sedu

Guia de Orientações para a Intervenção Pedagógica - Sedu

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Governo do Estado do Espírito Santo<br />

Secretaria de Estado da Educação<br />

<strong>GUIA</strong> <strong>DE</strong> <strong>ORIENTAÇÕES</strong> <strong>PARA</strong><br />

A <strong>INTERVENÇÃO</strong> <strong>PEDAGÓGICA</strong><br />

<strong>ENSINO</strong> <strong>FUNDAMENTAL</strong><br />

<strong>ANO</strong> <strong>II</strong><br />

Vitória<br />

2010


GOVERNADOR<br />

Paulo César Hartung Gomes<br />

VICE-GOVERNADOR<br />

Ricardo de Rezende Ferraço<br />

SECRETÁRIO <strong>DE</strong> ESTADO DA EDUCAÇÃO<br />

Haroldo Corrêa Rocha<br />

ORGANIZAÇÃO<br />

Subsecretaria de Educação Básica e Profissional<br />

Adriana Sperandio<br />

Gerente de Educação Infantil e Ensino Fundamental<br />

Janine Mattar Pereira de Castro<br />

Subgerente de Desenvolvimento Curricular<br />

Valdelina Solomão Lima<br />

EQUIPE TÉCNICA DO <strong>ENSINO</strong> <strong>FUNDAMENTAL</strong><br />

Carmem Macêdo Gomes<br />

Malba Lúcia Gomes Delboni<br />

Neire Oliveira Longüe Diirr<br />

Rosemar Alves de Oliveira<br />

Sandra Fernandes Bonatto<br />

Vergínia Maria Pereira Costa<br />

Zorailde Almeida Vidal


PROF<br />

ESSORES COLABORADORES DAS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS DO <strong>ENSINO</strong> <strong>FUNDAMENTAL</strong><br />

SRE Afonso Cláudio<br />

Alfabetização<br />

Alzemia S. Velten<br />

Ana Ronilce Ramos Alexandrino Hond<br />

Elainy Zavarize Dala Costa<br />

Elani Maria Cardoso<br />

Ister Madalena<br />

Leda Izabel Vitório<br />

Patrícia Jackline Wolf Serpa<br />

Rosália Zandonade do Amaral<br />

Silvia Aparecida de Carvalho Scussulin<br />

4ª série<br />

Glória Maria Falqueto Amorim<br />

Regina Célia Valadares de Oliveira<br />

Simone Aparecida Guimarães<br />

Vanilza Maria Rangel de Moras Silva<br />

Viviane Guimarães Busato.<br />

5ª a 8ª séries<br />

Língua Portuguesa<br />

Clodoaldo Pariz<br />

Eliane Maria Lorenzoni<br />

Grasiéli Aparecida Zavarize<br />

Lenice Garcia de Freitas<br />

Lilian Candida Ribeiro Badaró<br />

Luzian Belisário dos Santos<br />

Marcilene B. S. Fiorese<br />

Marília Aparecida Varoto<br />

Michele de Souza<br />

Neidmar dos Santos Uliana<br />

Patrícia Saibel<br />

Regina Célia Kaffler<br />

Rita de Fátima Nogueira Machado<br />

Sabrina Briscke<br />

Zilma de Lourdes Nascimento<br />

Matemática<br />

Adelaine Deorce dos Santos Seibel<br />

Alcy Raasch<br />

Ana Augusta Pessin Thiengo<br />

Ana Júlia Zucoloto Santos<br />

Claudinei Pereira da Silva<br />

Eliesse Antônio Zambom<br />

Flávia Bicas Grazziotti Lidiane Bolzan Pasin<br />

Rafael Cornélio de Abreu<br />

Talita Massad Carari<br />

SRE Barra de São Francisco<br />

Alfabetização<br />

Carmem Helena V. da Cruz Batista<br />

Dilciléia Lima da Silva<br />

Elida Denarde Santos<br />

Genice Trindade Medeiros<br />

Leaci Vieira Onofre<br />

Valdecina Cirilo de Paula Biazetti<br />

4ª série<br />

Dauzilene Berta Keller<br />

5ª a 8ª séries<br />

Língua Portuguesa<br />

Ana Lúcia Santos Arlete de Oliveira<br />

Hilton Reis da Silva<br />

Jacqueline B. Cardoso de Oliveira<br />

Márcia Cristina Alves da Silva<br />

Neila Maria Vieira Fagundes<br />

Matemática<br />

Anderson Bernardo Vieira<br />

Ângela de Abreu do Nascimento<br />

Domingos Luciano Teixeira Reis Mendes<br />

Elizangela Miller Manchesther<br />

Gina Márcia Catalunha Luiz<br />

Gislene Cristina da Silva Almeida<br />

Juciara Nunes de Oliveira Dias<br />

Sergio Antonio Polez<br />

Sandra Vieira Roas Carvalho<br />

Vanderlei Silva Paranhos


SRE Cachoeiro de Itapemirim<br />

Alfabetização<br />

Cinthia Aparecida Meireles<br />

4ª série<br />

Natália Silva de Carvalho<br />

5ª a 8ª séries<br />

Língua Portuguesa<br />

Adriana Mota Luiz<br />

Ana Maria Albuquerque<br />

Beatriz Fraga Soares<br />

Cíntia dos S. Magalhães Araújo<br />

Fernanda F. Villela Vieira<br />

Gislaine Rovetta<br />

Gláucia Donna Cardoso<br />

Ivana da Cruz<br />

Izabel Maria Monique Correia<br />

Josiane Louzada<br />

Marcella Pontes de Oliveira Barbosa<br />

Marta Alessandra<br />

Nilta da Silva<br />

Rita de Cássia Longue S. Martins<br />

Rosely A. Couto<br />

Sonia Martins<br />

Matemática<br />

Beatriz Fraga Soares<br />

Cláudia Kelli V. A. Fornazier<br />

Cláudio Campos Silva<br />

Fernanda F. Villela Vieira<br />

Fernanda Rocha Cocco<br />

Josiane Souza do Carmo de Menezes<br />

Maria da Conceição Marques dos Santos<br />

Mariana de Fátima Silva de Souza<br />

Organdi Mongin Rovetta<br />

Regina Célia Zonzini Marinato<br />

Renata dos Santos Moraes Zamperini<br />

Rosely A. Couto<br />

Silvana Faria V. Marchiori<br />

Simony Azevedo S. Cadê<br />

Valéria Casteglione Wingler Ramos<br />

SRE Carapina<br />

Alfabetização<br />

Rosiane Rocha Gomes<br />

5ª a 8ª séries<br />

Língua Portuguesa<br />

Débora Cristina Marques de Moraes<br />

Érika Ferreira de Jesus<br />

Eucimária Ribeiro Rosa Deoclécio<br />

Gleise Tebaldi<br />

Janaina Lorde de S. Mariquito<br />

Jocimar Roberto Rosa<br />

Lílian Lopes Sepulchro Telpis<br />

Márcia de Angeli Piol<br />

Marli Nascimento Moraes<br />

Mirian Wandermurem Coelho<br />

Micheliny Gusmão Ferreira<br />

Raquel Camargo Trenten<br />

Matemática<br />

Abimar de Oliveira Silva<br />

Dete Mendonça<br />

Edson Natal<br />

Franciely Cruz Grippa<br />

João Carlos Moreira<br />

Rita de Cássia Perreira Mesquita


SRE Cariacica<br />

Alfabetização<br />

Jeany Kerlley Aprígio<br />

4ª série<br />

Letícia Jahring Endleich Martinelli<br />

5ª a 8ª séries<br />

Língua Portuguesa<br />

Edson Marianelli Romanha<br />

Leonice Barbosa<br />

Lilian Maria Vomoca<br />

Jamille Almeida Gabbriel Rubin<br />

Rosangela Sarmenghi Saloman<br />

Verônica das Graças Scardua Domiciano<br />

Wilma da Silva Siqueira<br />

Matemática<br />

Adriana da Conceição Tesch<br />

Eliete Gomes Torquato Gonzaga<br />

Silvia Carla Bolzan<br />

Vilma da Silva Siqueira<br />

SRE Colatina<br />

Alfabetização<br />

Elen Carla Arpini Turi<br />

Evania Marciano de Freitas<br />

Iramaia Lorenzoni Bozzetti<br />

Luzitania Paulo Salvador<br />

Solenir Dalmaso de Oliveira<br />

5ª a 8ª séries<br />

Língua Portuguesa<br />

Alzira Maria de Ataíde Covre<br />

Eliamara F. Bre<br />

Elisabete Luchi Rosa Comério<br />

Geisa Maria Garcia dos Santos<br />

Giane Avelar Fontes Caldas<br />

Isabel Cristina Neves<br />

Kellen Rodrigues Carvalho<br />

Lílian Valéria Domiciano Cossuol<br />

Luziane Caetano Rodrigues<br />

Maria Aparecida Lima Ventura<br />

Rafaela Aparecida Pazini Stelser<br />

Raphaela Schuaith Tesch<br />

Suzi Cristina Belique Cosme<br />

Valdirene Mosquem<br />

Valdiva Rodrigues Gomes Sakma<br />

Matemática<br />

Fernanda Venturini Tomasini<br />

SRE Guaçuí<br />

Alfabetização<br />

Anne Gabriela Sessa Fialho Meneguelli<br />

4ª série<br />

Rosena Maria Valim Carvalho<br />

5ª a 8ª séries<br />

Língua Portuguesa<br />

Aparecida Regina M. Corrente<br />

Jaqueline Justo Garcia<br />

Joana D’ Arc da Silva<br />

Maria Alice Fossi Moraes Manhães<br />

Sônia Aparecida de Paula Santos<br />

Matemática<br />

Cassiano Rodrigues Filho<br />

Eliege Rodrigues<br />

Eliel Oliveira Polastrel<br />

Gilvan Vasconcelos Periard


SRE Linhares<br />

Alfabetização<br />

Adriana Aparecida da Silva Gomes<br />

Ildenice Gomes dos Santos da Cunha<br />

Josiane Libardi<br />

Kellis Nunes<br />

Myrelle Queiros de Souza<br />

Rosilene Lira Gama Silva<br />

Sandra Lúcia Magesky Soubel<br />

Valdeceia Felipe Benedito Santos<br />

4ª série<br />

Abda Magnago de Matos<br />

Maria dos Anjos Mendes Farias<br />

5ª a 8ª séries<br />

Língua Portuguesa<br />

Amabile Maria Belique<br />

Bruna Valentina Arrivabene Marchori<br />

Camila Augusta Nossa Vidigal<br />

Maria de Carmo Gaburro Santana<br />

Maria Davina Pandolfi Marques<br />

Meiriele Valentina Moreira<br />

Normélia Salezze Calmon<br />

Rafaela Seidel Silva<br />

Solange M. S. Sarkis Petroneto<br />

Matemática<br />

Amélia dos Santos<br />

Aminadabe de Faria Aguiar<br />

Arialam Gomes<br />

Clandira Therezinha Moreira da Silva<br />

Denize Santos dos Santos Marchiori<br />

Fabrício F. Fiorot<br />

Heliomar Medeiros Menezes<br />

Josenita P. dos Anjos<br />

Luciane Alessandra Polese<br />

Luzinete Aparecida Sfalsin<br />

Tevaldo Sabaini da Silva<br />

SRE Nova Venécia<br />

Alfabetização<br />

Adriana Soares de Lima Cardoso<br />

Helena Kohlz de Paula Bichi<br />

Ireni Pessin Mendes<br />

Jane Kátia dos Santos Ferreira<br />

Neuza Roberto<br />

5ª a 8ª séries<br />

Língua Portuguesa<br />

Amanda Silva da Paz Floriano<br />

Karina Ribeiro Francischetto<br />

Lilian F.Loubach Pereira<br />

Luciana Mariano<br />

Mônica Rodrigues de Oliveira<br />

Renata A. D. Cassa<br />

Matemática<br />

Alexandre Bom da Silva<br />

Claudiane Pezzin<br />

Elair Domiciano Pinto<br />

Lucinéia Braum Kepp<br />

Lucinéia Monteiro da Silva<br />

SRE São Mateus<br />

Alfabetização<br />

Divani Dias Cabral<br />

Luciana Aguiar de Souza Duarte<br />

Maria das Graças Faria<br />

Sheila Zani de Souza<br />

Silvania Lopes Gripa Manthay<br />

5ª a 8ª séries<br />

Língua Portuguesa<br />

Célia Santos Lima<br />

Maria Célia Fiorine<br />

Sueda Silva toscano<br />

Suélen Alves Seglia<br />

Matemática<br />

Advair F. Hoskem<br />

Aguinaldo Motta<br />

Eliana Horácio dos Santos Carvalho<br />

Josimar Chagas<br />

Marcio Antonio do Vale<br />

Nilson Pereira


SRE Vila Velha<br />

Alfabetização<br />

Ângela Pacanhã Eler<br />

Cremilda antunes Damasceno<br />

Iva Maria de Souza Breda<br />

Lourdes Machado Cavalieri<br />

Maria Paixão Fracalossi<br />

Sônia Maria Sardi Beninca<br />

Tercília dos Santos Gonçalves<br />

4ª série<br />

Edileni Costa Santana<br />

Josiane Maria Pracalossi Zocatelli<br />

Sania Bernadete Perini de Souza<br />

5ª a 8ª séries<br />

Língua Portuguesa<br />

Patrícia Felletti<br />

Matemática<br />

Adineva Gramlik Zanelato<br />

Aline Marconan Santos<br />

Alexandra Adir Jessuino Bermudes<br />

Alípio José Tosta da Cunha<br />

Ana Beatriz Machado<br />

Andiara Lopes dos Santos<br />

Claudia Bodart Simões Motta<br />

Dalva Maria Godinho<br />

Gisely Moreto S. de Carvalho<br />

Ivonete Ferreira dos Santos<br />

Monica de Sena Simões<br />

Paulo Cezar Ramos<br />

Rivison S. Lima<br />

Rosana Barros


SUMÁRIO<br />

Caros Educadores ...................................................................................................................................................................... 8<br />

1 O Ensino Fundamental no Espírito Santo:<br />

o currículo e a intervenção pedagógica ............................................................ 13<br />

1.1 Os conteúdos curriculares são, hoje, realmente aplicáveis e úteis para a vida do estudante? .......15<br />

1.2 A intervenção pedagógica no Ensino Fundamental: o percurso 2008-2009 ........................................17<br />

1.3 A gestão escolar na intervenção pedagógica ..................................................................................................20<br />

1.4 A avaliação das aprendizagens ..............................................................................................................................23<br />

1.5 Olhando para dentro da escola .............................................................................................................................29<br />

2 Hora de elaborar o Plano de Intervenção da Escola ............................... 30<br />

2.1 Passo a passo para organizar o Plano de Intervenção da Escola ...............................................................31<br />

2.2 Olhando para dentro da sala de aula ..................................................................................................................32<br />

3 Cronogramas de ações estratégicas<br />

Séries/Anos Iniciais do Ensino Fundamental ................................................ 34<br />

3.1 Cronograma de ações no âmbito da SEDU Central ........................................................................................34<br />

3.2 Cronograma de ações no âmbito da SRE ...........................................................................................................36<br />

3.3 Cronograma de ações no âmbito da escola/sala de aula .............................................................................38<br />

3.4 Cronograma de ações no âmbito da família – Família Presente na Educação .....................................39<br />

4 Cronograma de ações estratégicas<br />

Séries Finais do Ensino Fundamental ................................................................. 40<br />

4.1 Cronograma de ações estratégicas no âmbito da SEDU Central ...............................................................40<br />

4.2 Cronograma de ações no âmbito da SRE ...........................................................................................................42<br />

4.3 Cronograma de ações no âmbito da escola ......................................................................................................43<br />

4.4 Cronograma de ações no âmbito da família – Família Presente na Educação .....................................45<br />

5 Sequências Didáticas ........................................................................................................... 46<br />

5.1 Sequências didáticas de Anos Iniciais do Ensino Fundamental ................................................................47<br />

5.2 Sequências didáticas de Anos Finais do Ensino Fundamental – Língua Portuguesa e Matemática ......65<br />

6 Considerações Finais ......................................................................................................... 104<br />

7 Referências ................................................................................................................................. 105<br />

8 Anexos ............................................................................................................................................ 106


Caros Educadores,<br />

Apresentamos o Guia de Intervenção Pedagógica <strong>ANO</strong> <strong>II</strong>. As propostas aqui contidas<br />

visam a subsidiar o trabalho dos educadores dos ensinos Fundamental e Médio,<br />

voltado para o direito à aprendizagem. O documento traz uma série de reflexões,<br />

considerações e propostas de distinto teor, articuladas em torno do direito de aprender.<br />

O sucesso escolar dos estudantes está intimamente associado à qualidade da<br />

educação que é desenvolvida nas unidades escolares, revelada nos conhecimentos<br />

acumulados, nas competências e habilidades desenvolvidas, nas atitudes e nos valores<br />

apreendidos ao longo da escolaridade.<br />

Este material traz o acumulado das práticas desenvolvidas em 2009, enriquecidas<br />

pela práxis educativa: a sala de aula. Contém os pressupostos teóricos da intervenção<br />

pedagógica a partir da avaliação do sistema PAEBES que, associada à avaliação<br />

da aprendizagem vivida no cotidiano da sala de aula, possibilita o diagnóstico da dificuldade<br />

individual de cada estudante e da unidade escolar, apontando as medidas<br />

a serem tomadas para que o direito de aprender seja garantido.<br />

Há muito que se avançar em relação à educação que é oferecida diariamente nas<br />

escolas. Os gestores educacionais em seus diferentes âmbitos de atuação têm que<br />

desenvolver e mostrar perspectivas quanto à “nova escola” e ao desafio da aprendizagem,<br />

priorizando ações estratégicas que permitam impulsionar as aprendizagens<br />

escolares.<br />

É necessária maior atenção à qualidade das interações intraescolares, à construção<br />

de compromisso coletivo na escola para com os estudantes e a aprendizagem, ao<br />

investimento em tecnologias de suporte e apoio ao processo ensino-aprendizagem<br />

por meio de equipamentos adequados, ao desenvolvimento de ações de formação<br />

de professores focadas na pratica de ensino, à ressignificação do papel dos gestores<br />

escolares para dinamizar o ambiente escolar priorizando a aprendizagem, ao envolvimento<br />

das famílias e ao protagonismo dos jovens, dentre outros.<br />

No Espírito Santo, como em todo o Brasil, o enfrentamento desse desafio tem pautado<br />

todos os debates entre os gestores educacionais, quer sejam aqueles que atuam<br />

na coordenação central ou regional até a gestão da sala de aula exercida no cotidiano<br />

pelo professor. Centramos as políticas educacionais dessa Secretaria no avanço<br />

dos aspectos qualitativos dos indicadores educacionais, uma vez que a grande preocupação<br />

paira sobre o compromisso com o DIREITO <strong>DE</strong> APREN<strong>DE</strong>R de todos e de<br />

cada um.<br />

Atuamos pelo enfrentamento dos desafios da própria rede de ensino, que procura<br />

sistemática e gradativamente incrementar o ambiente escolar, refletindo as marcas<br />

8


da contemporaneidade e inserindo na ação pedagógica as ferramentas e linguagens<br />

presentes e utilizadas pelo estudante na infância, adolescência/juventude, ou seja,<br />

nos diferentes tempos da vida.<br />

O Guia de Intervenção Pedagógica <strong>ANO</strong> <strong>II</strong> é uma iniciativa da Secretaria de Estado<br />

da Educação, por meio de suas unidades escolares, que objetiva mobilizar toda a<br />

comunidade escolar, apresentando ações e produções construídas e validadas em<br />

parceria com um grupo de professores e pedagogos da Rede Estadual. O referido<br />

documento é um referencial para a elaboração dos planos de Intervenção Pedagógica<br />

da escola e das salas de aula, destacando ainda como documentos a serem<br />

considerados:<br />

Currículo Básico da Escola Estadual;<br />

Cadernos das oficinas metodológicas das Olimpíadas da Língua Portuguesa;<br />

Cadernos do Programa Gestar <strong>II</strong>, Alfabetização Teoria e Pratica e – Pró-letramento;<br />

Cadernos do Multicurso Matemática; e<br />

PAEBES Volume <strong>II</strong>I – Revista do Educador.<br />

Os materiais citados acima devem ser consultados para a revisão e reorganização dos<br />

principais documentos escolares, quais sejam:<br />

Proposta Pedagógica da escola;<br />

Ata do Conselho de Classe do 1º trimestre, destacando dados da recuperação trimestral;<br />

e<br />

Plano de Ensino anual.<br />

Este documento – <strong>GUIA</strong> <strong>DE</strong> <strong>INTERVENÇÃO</strong> <strong>PEDAGÓGICA</strong> –, como material orientador<br />

do (re)planejamento da ação escolar, está organizado em duas partes distintas:<br />

Orientações Estratégicas e Orientações Metodológicas.<br />

Na Parte I, Orientações Estratégicas, as ações estão apresentadas considerando<br />

quatro âmbitos de atuação – escola, sistema de ensino, família e estudante – e explicitam<br />

a convicção de que a avaliação com função diagnóstica e informações precisas<br />

tanto da aprendizagem contida nas atas do Conselho de Classe quanto do sistema<br />

contido nos resultados do PAEBES deve servir como ponto de partida para um pacto<br />

pela aprendizagem.<br />

9


No âmbito da SEDU Central e Regional:<br />

Promover processo de discussão frente aos resultados apontados pelas avaliações<br />

sistêmicas no Ensino Fundamental e Ensino Médio, propor e orientar a elaboração<br />

de Planos de Intervenção Pedagógica nas escolas e nas salas de aula.<br />

Como parte integrante, destacam-se as ações de caráter formativo, desenvolvidas<br />

a partir do Currículo Básico da Escola Estadual, quais sejam: Olimpíadas da Língua<br />

Portuguesa, Multicurso Matemática, Gestar I e <strong>II</strong>, Alfabetização – Teoria Prática,<br />

Pró-letramento e Estudos quinzenais do Currículo.<br />

No âmbito da Escola:<br />

Conhecer e divulgar os resultados obtidos nas avaliações sistêmicas e as informações<br />

dos documentos síntese do PAEBES 2009, para elaborar o Plano de Intervenção<br />

Pedagógica da Escola, a partir do diálogo e da mobilização de toda a<br />

comunidade escolar.<br />

Destaque especial deve ser dado ao pleno envolvimento dos estudantes como<br />

sujeitos da ação educativa, protagonizando a elaboração do plano escolar no<br />

pacto pela aprendizagem.<br />

No âmbito da Sala de Aula:<br />

Considerar os dados das avaliações de aprendizagem da turma, conhecer e analisar<br />

os resultados obtidos nas avaliações sistêmicas e as informações dos documentos<br />

síntese do PAEBES 2009, para elaborar um Plano de Intervenção Pedagógica<br />

para a Sala de Aula que considere o uso de sequências didáticas e outras<br />

práticas inovadoras, numa perspectiva multidisciplinar, com vistas a melhorias da<br />

aprendizagem dos estudantes.<br />

No âmbito da Família:<br />

Envolver a família no processo de Intervenção Pedagógica da Escola como parceiros<br />

e (co)responsáveis por todas as ações previstas para a melhoria na aprendizagem<br />

dos estudantes.<br />

10


Na Parte <strong>II</strong>, Orientações Metodológicas – produção que conta com a efetiva autoria<br />

dos professores da rede estadual –, destaca-se a estratégia inovadora que identificamos<br />

como assertiva na efetividade da aprendizagem escolar: as sequências didáticas,<br />

referencial flexível, que possibilita às escolas inserirem suas especificidades. Suas<br />

implicações didáticas se caracterizam como inovadoras e emancipatórias, atrativas<br />

sob o ponto de vista do estudante, contextualizadas com o mundo contemporâneo<br />

e as questões da realidade sociocultural e de natureza interdisciplinar, estabelecendo<br />

relações necessárias com as competências e habilidades a serem desenvolvidas<br />

pelos estudantes, em sintonia com o conteúdo escolar. Nessa parte do documento<br />

impresso, inserimos algumas sequências como exemplo de produção; as demais estão<br />

contidas em CD anexo. Esclarecemos que no site www.educação.es.gov.br/intervençãopedagogica<br />

encontram-se todas as produções formuladas na rede estadual<br />

para os Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.<br />

Destaca-se ainda como importante ação dessa Secretaria no corrente ano a implementação<br />

do Projeto Acelera, voltado para 1.200 estudantes dos anos iniciais do Ensino<br />

Fundamental com defasagem idade/série.<br />

A partir deste <strong>GUIA</strong>, cada escola deverá elaborar o Plano de Intervenção Pedagógica<br />

Escolar, na perspectiva macroestrutural que caracteriza a escola como espaço<br />

educativo e cada professor deverá elaborar o Plano de Intervenção Pedagógica da<br />

Sala de Aula, com a perspectiva do processo ensino-aprendizagem em cada turma<br />

de estudantes. Ambos os documentos a serem elaborados pela equipe pedagógica<br />

e professores das unidades escolares, devem contemplar as estratégias construídas<br />

para atender às dificuldades diagnosticadas a partir da pesquisa interna e dos resultados<br />

da avaliação sistêmica do PAEBES, que revelam as limitações e oportunidades<br />

identificadas no cotidiano escolar. Trata-se de um roteiro detalhado das ações, devidamente<br />

fundamentadas, a serem desenvolvidas para que se consiga atingir os<br />

objetivos propostos, decorrentes do diagnóstico da realidade escolar.<br />

Bom trabalho a todos!<br />

Adriana Sperandio<br />

Subsecretária de Educação Básica e Profissional<br />

11


1 O Ensino Fundamental no Espírito Santo:<br />

o currículo e a intervenção pedagógica<br />

Neste período de transições históricas, tempos incertos e volúveis, a escola tradicional<br />

já não responde aos anseios da vida contemporânea. A escola atual está em<br />

sintonia com os sistemas de ensino, reconstrói o currículo em resposta às necessidades<br />

materiais e resgata os valores e princípios de valorização e afirmação da vida,<br />

necessários para a construção de uma nova sociedade, caracterizando-se no tempo<br />

presente.<br />

O Currículo Básico Escola Estadual, avanço construído com o protagonismo dos professores<br />

estaduais, dá novo sentido à educação, guiando e fortalecendo a função<br />

docente, promovendo mudança e renovação na cultura das escolas, ao mesmo tempo<br />

em que associa a unidade do sistema à flexibilidade e identidade da Unidade<br />

Escolar.<br />

O Currículo Básico Escola Estadual apresenta princípios que referenciam e desafiam<br />

a escola pública:<br />

Valorização e afirmação da vida;<br />

Reconhecimento da diversidade na formação humana;<br />

Educação como bem público;<br />

Aprendizagem como direito do educando; e<br />

Ciência, cultura e trabalho como eixos estruturantes do currículo.<br />

Além disso, o Novo Currículo apresenta a organização do saber escolar por área do<br />

conhecimento, indicando as competências e habilidades a serem construídas pelos<br />

estudantes ao longo da escolarização.<br />

Diante desses paradigmas, a preocupação com a aprendizagem escolar de crianças<br />

e jovens é a pauta da educação. Assumimos que todos os estudantes buscam aprender<br />

algo. Suas famílias também têm a mesma expectativa. A escola é avaliada pelos<br />

resultados de seus estudantes, mas esses resultados não dependem apenas dela,<br />

como também das características pessoais, das opções de sua família, dos condicionantes<br />

sociais, das questões de etnia, gênero, situação econômica, dentre outros.<br />

Nas pesquisas educacionais, ganham destaque (i) os recursos escolares que incrementam<br />

a prática pedagógica; (ii) a organização e gestão da escola; (iii) o clima acadêmico<br />

com primazia atribuída ao ensino e aprendizagem; (iv) a liderança do diretor;<br />

(v) o nível de exigência e compromisso dos professores; (vi) a formação e valorização<br />

docente, considerando ainda a permanência dos professores no cotidiano escolar,<br />

13


superando os altos índices de absenteísmo; (vii) a responsabilidade compartilhada e<br />

(viii) a ênfase no pedagógico.<br />

As ações desenvolvidas no âmbito da escola devem convergir para a potencialização<br />

do currículo, que é dinamizado pelo Projeto Ler, Escrever e Contar, pelo Programa<br />

Leia Espírito Santo, pelo Programa Mais Tempo na Escola, pelas Olimpíadas de Língua<br />

Portuguesa e de Matemática, pelas Oficinas de Ideias Metodológicas, pelos Roteiros<br />

de Estudos Quinzenais e pelos Planos de Estudos da Alfabetização, dentre outros.<br />

Essas ações bem articuladas promovem o desenvolvimento de competências e habilidades<br />

mínimas requeridas pelo processo de aprendizagem.<br />

No sentido educacional reconhecemos a Intervenção Pedagógica como importante<br />

estratégia. A intervenção é uma (re)orientação do trabalho pedagógico, a partir do<br />

desenvolvimento do Currículo Básico Escola Estadual. Nesse processo, os educadores<br />

são convidados a estabelecer prioridades, rever concepções e criar novos meios de<br />

atuação com intencionalidade educativa específica para um determinado contexto<br />

escolar, projetando na prática a concretização do seu trabalho.<br />

Intervir tem como foco principal a ação pedagógica com objetivo de garantir aos estudantes<br />

o direito de aprender. Essa aprendizagem, embora seja um grande desafio,<br />

é um direito de todos conforme preconiza a Constituição Federal.<br />

Nesse contexto, a intervenção pedagógica é uma ação de toda a comunidade escolar,<br />

que pactua o compromisso de promover a melhoria da aprendizagem do estudante.<br />

É de fundamental importância intervir para confirmar esse direito, considerando<br />

os resultados apresentados pela avaliação da aprendizagem que acontece no<br />

cotidiano escolar e pelas avaliações sistêmicas nacionais e estaduais, como é o caso<br />

do PAEBES. Assim, a escola deve elaborar um Plano de Intervenção com propostas<br />

concisas e eficazes, capazes de trazer modificações substanciais para o aprendizado<br />

dos estudantes.<br />

Objetivos da Intervenção Pedagógica:<br />

Elevar os índices de aprendizagem dos estudantes, especialmente em Língua Portuguesa<br />

e Matemática; e<br />

Garantir a todos os estudantes o direito de aprender, tendo em vista o desenvolvimento<br />

dos conhecimentos, das competências e habilidades propostos no<br />

Currículo Básico Escola Estadual.<br />

No curto e médio prazo, a ação pedagógica envolve os seguintes planejamentos:<br />

Revisão e reelaboração do Projeto Político Pedagógico da escola, do plano de ensino<br />

trimestral e do plano de aula;<br />

Revisão da práxis pedagógica a partir do estudo dos roteiros quinzenais;<br />

14


Desdobramento das ações expressas no Plano de Intervenção Pedagógica e nas<br />

sequências didáticas; e<br />

Comprometimento com o planejamento coletivo.<br />

Os resultados dos PAEBES 2004 e 2009 indicam a necessidade de uma intervenção<br />

pedagógica efetiva nos pontos nos quais foram detectados baixos níveis de proficiência<br />

por parte dos estudantes.<br />

A partir da análise dos resultados da avaliação, a escola tem acesso exclusivo aos indicadores<br />

do processo de construção das competências, habilidades e conhecimentos<br />

que devem ou deveriam ser dominados no segmento avaliado, possibilitando uma<br />

intervenção direta dos educadores para supressão das lacunas verificadas.<br />

Portanto, esse modelo de avaliação permite a identificação dos conteúdos curriculares<br />

que necessitam de redirecionamentos, bem como dos fatores que concorrem<br />

para o desempenho positivo ou negativo dos estudantes. Assim, é possível confirmar<br />

as práticas educativas bem-sucedidas e rever os planos de trabalho nos pontos em<br />

que os estudantes apresentam dificuldades.<br />

O resultado do PAEBES 2004 (2005) evidenciou um grande número de estudantes<br />

do Ensino Fundamental em situação de aprendizagem elementar, tanto em Língua<br />

Portuguesa quanto em Matemática: 69,8% e 61,3% na 4ª série, e 52,7% e 76,5% na 8ª<br />

série, respectivamente.<br />

A referida avaliação considerou a utilização de conhecimentos para a solução de problemas,<br />

compreendendo que os conhecimentos adquiridos, determinantes da capacidade<br />

do educando, mobilizam um conjunto de recursos cognitivos para realizar<br />

práticas sociais significativas e transformadoras.<br />

1.1 Os conteúdos curriculares são, hoje, realmente<br />

aplicáveis e úteis para a vida do estudante?<br />

Num mundo que requer saberes organizados, dinâmicos e integrados, a educação<br />

precisa estar em sintonia com o contexto histórico e social, possibilitando ao estudante<br />

entendimento da realidade como um todo. Nenhum conteúdo dispõe de todos<br />

os fatos, de todas as respostas, mas os saberes integrados podem se transformar<br />

em instrumentos de domínio de outras aprendizagens em diversas situações de vida.<br />

O que se pretende é transformar o saber escolar em um saber mais útil, relacionado<br />

com a necessidade, para que a bagagem adquirida na escola permita que o cidadão<br />

intervenha e seja produtivo no meio social.<br />

15


Para tanto é necessário que a escola reflita sobre a sua verdadeira função: “ensinar”,<br />

produzindo os conhecimentos demandados pelo contexto social e histórico no qual<br />

ela se insere e gerando reais possibilidades de aprendizagem. A escola que ensina de<br />

verdade proporciona prazer, estimulando a permanência e o crescimento do estudante.<br />

Aprender e ensinar são vivências de processos, tanto para o professor quanto<br />

para o estudante, e não a memorização de conhecimentos prontos.<br />

Ser professor é viver o desafio cotidiano de ser aprendiz, porque só ensina quem<br />

aprende. Essa é a base do fenômeno da produção de saberes, uma vez que o ensino<br />

é um caminho de duas mãos. Em uma delas, estão as atividades didáticas; na outra,<br />

estão os esquemas do pensamento dos estudantes.<br />

O Currículo Básico Escola Estadual propõe dar ênfase à capacidade do estudante de<br />

pensar criativa e criticamente, identificando problemas e propondo soluções e percebendo<br />

as áreas do conhecimento como um desafio, como uma aventura prazerosa que<br />

busca nos fatos sua beleza intrínseca. Dessa forma, o estudante não apenas constata<br />

o fato, mas se admira e busca suas primeiras tentativas lógicas, observando, descrevendo,<br />

comparando, experimentando, enfim, dando novos significados ao que lhe é<br />

apresentado para estudo. Esse processo depende da sensibilidade do professor e da<br />

prática pedagógica que envolve os aspectos políticos, estéticos, éticos e sociais.<br />

O objetivo do planejamento do professor, independente da área que atua, deverá estar<br />

voltado para atividades que promovam a formação do estudante leitor. Segundo<br />

Neves (2004), a formação do gosto pela leitura é tarefa da escola:<br />

(...) a escola – os professores reunidos na mais básica das atividades interdisciplinares<br />

– vai reservar alguns períodos da semana para que os estudantes se<br />

dediquem, em suas salas de aula, à leitura individual, solitária, silenciosa, de todo<br />

tipo de material impresso: livros, jornais, revistas noticiosas e especializadas, romances,<br />

contos, ensaios, memórias, literatura infanto-juvenil, literatura adulta,<br />

paradidáticos de todas as áreas, textos de todo tipo, enfim, postos à sua disposição<br />

para que o exercício da leitura os transforme em leitores. (p.17)<br />

Nesse sentido, preparar o estudante para a vida inclui desenvolver habilidades de<br />

leitura, para que ele seja capaz de integrar-se ao mundo em que vive e e de usufruir<br />

dos bens culturais da humanidade, que são seus por direito. Isso significa prepará-lo<br />

para compreender, manejar, analisar, sintetizar e criticar os diversos tipos e gêneros<br />

de textos que a sociedade utiliza e que são frequentemente apresentados ao público<br />

pelos mais diversos meios e veículos de comunicação.<br />

Os resultados do PAEBES apontam alguns métodos que resultaram em melhor desempenho<br />

dos estudantes. Dentre eles, podemos destacar a utilização de vídeos<br />

e de textos que trabalham a autoestima e a reflexão sobre valores éticos e morais.<br />

Outras técnicas bem-sucedidas foram a organização de oficinas e o enfoque no estabelecimento<br />

de relação de afetividade entre estudante e professor como meio de<br />

estimular a aprendizagem.<br />

16


Entendemos que a mudança não se dá de uma vez (tudo e já); vemos a necessidade<br />

de passos pequenos, assumidos coletivamente, mas concretos e na direção certa,<br />

desencadeando um processo de mudança com abrangência crescente: sala de aula,<br />

escola, grupo de escolas, comunidade, sistema de ensino, sociedade civil, sistema<br />

político, etc., a partir da crença de uma base crítica entre educadores, estudantes,<br />

pais, etc. Trata-se de uma luta da educação, mas articulada a outras frentes e setores<br />

da sociedade: desde novas práticas na escola, passando por mudanças de legislação,<br />

até a construção de uma nova sociedade. (VASCONCELOS, 1998, p. 20).<br />

Para Ricardo Hévia, o conceito de qualidade pode ser traduzido em cinco dimensões:<br />

equidade (acesso, processos e resultados), relevância (dar significado ao aprender a<br />

conhecer e a fazer), pertinência (pedagogia da diversidade), eficácia (atingir metas<br />

concretas) e eficiência (uso adequado dos recursos).<br />

Para atender a todos esses desafios, passos importantes estão sendo dados nas unidades<br />

escolares, na sala de aula e na gestão da Secretaria de Educação. Nessa direção,<br />

a implementação do Currículo Básico Escola Estadual no cotidiano escolar, associada<br />

ao diálogo com as identidades locais e com o fazer pedagógico de cada profissional<br />

da educação, fará nascer uma nova escola.<br />

1.2 A intervenção pedagógica no Ensino Fundamental:<br />

o percurso 2008-2009<br />

Após a análise dos resultados da 2ª avaliação diagnóstica PAEBES Alfa 2008, a SEDU<br />

Central realizou reuniões de orientação e planejamento da intervenção pedagógica<br />

nas 11 Regionais de Educação, voltadas para professores alfabetizadores, pedagogos<br />

e técnicos das SRE, com os seguintes objetivos:<br />

Apresentação e análise dos resultados da avaliação;<br />

Orientação às escolas sobre a organização do Plano de Intervenção Escolar e da<br />

Sala de Aula; e<br />

Realização de oficinas de produção de sequências didáticas.<br />

Para subsidiar as escolas quanto à elaboração do Plano de Intervenção Pedagógica<br />

Escolar, a SEDU Central organizou o Guia para Intervenção Pedagógica pela<br />

Aprendizagem no Ensino Fundamental (2009), com orientações básicas e um<br />

conjunto de sequências didáticas para essa etapa da escolarização.<br />

Durante o período da intervenção pedagógica, foram realizadas, também, visitas de<br />

assessoramento pedagógico às turmas de alfabetização das escolas, com o objetivo<br />

de verificar a situação de aprendizagem dos estudantes, reorientar a prática pedagógica<br />

dos professores e conhecer o Plano de Intervenção da Escola e da Sala de Aula,<br />

contribuindo para sua efetividade.<br />

17


As sequências didáticas produzidas pelos professores alfabetizadores da rede proporcionaram<br />

diferencial importante no Plano de Intervenção da Sala de Aula, pois permitiram<br />

o planejamento de aulas integradas, dinâmicas e promotoras de avanços na aprendizagem<br />

dos estudantes, percebidas nos resultados da 2ª avaliação PAEBES Alfa 2009.<br />

Ao mesmo tempo, houve a criação dos Comitês de Alfabetização, com o objetivo<br />

de mobilizar a comunidade escolar e apresentar ações e produções construídas em<br />

parceria com um grupo de professores alfabetizadores, por ocasião dos Encontros<br />

Regionais de Alfabetização das Redes Estadual e Municipais, constituindo-se como<br />

referencial importante para a elaboração dos planos escolares.<br />

Também contribuiu para a obtenção dos resultados alcançados a participação dos<br />

professores alfabetizadores na “Formação Alfabetização: Teoria e Prática (2008-2009)”<br />

que os capacitaram para a compreensão do multifacetado fenômeno do ensino e da<br />

aquisição da língua escrita pelo estudante como parte integrante de um processo<br />

fundamental para uma prática pedagógica significativa. A aquisição e distribuição<br />

de materiais pedagógicos que têm contribuído significativamente para execução de<br />

aulas mais dinâmicas, contextualizadas e prazerosas, é outro fator a ser citado.<br />

Os dados da 2ª avaliação PAEBES Alfa 2009 nos levam a concluir que a proposta de<br />

intervenção desenvolvida pelas escolas com o assessoramento da SEDU Central e<br />

SEDU Regional e, especialmente, o empenho de cada professor alfabetizador nesse<br />

processo contribuíram para os avanços observados no resultado da avaliação. Os<br />

gráficos apresentam um comparativo entre os resultados da 2ª Onda 2008 e da 2ª<br />

Onda 2009 da avaliação na rede estadual.<br />

Percentual de Alunos por Padrão de Desempenho – Rede Estadual<br />

100% –<br />

90% –<br />

13,1<br />

20,0<br />

80% –<br />

70% –<br />

35,5<br />

46,5<br />

60% –<br />

55,6<br />

ALTO<br />

50% –<br />

58,6<br />

INTERMEDIÁRIO<br />

40% –<br />

30% –<br />

52,4<br />

46,8<br />

BAIXO<br />

20% –<br />

10% –<br />

0% –<br />

31,3<br />

21,4<br />

12,1<br />

6,6<br />

2008 2009 2008 2009<br />

ONDA 2 SÉRIE 1 ONDA 2 SÉRIE 2<br />

18


O gráfico “Percentual de Alunos por Padrão de Desempenho – Rede Estadual” apresenta<br />

os avanços no desempenho dos estudantes da rede estadual e o grande desafio<br />

que ainda temos até o final de 2010.<br />

Para tanto, as SEDU Central e Regional realizaram o 1º Ciclo de Encontros Regionais<br />

com professores das séries iniciais do Ensino Fundamental e pedagogos, para apresentação<br />

e análise dos resultados 2ª Avaliação PAEBES Alfa 2009 e PAEBES 2009 4ª<br />

série, além de orientações específicas sobre a intervenção pedagógica.<br />

O material que subsidiará a elaboração do Plano de Intervenção da Sala de Aula se<br />

constitui por coletâneas de novas sequências didáticas, uma para os professores<br />

das turmas de alfabetização e outra para os professores da 4ª série/5º ano e 5ª a<br />

8ª séries/6º ao 9º ano, ambas produzidas pelos professores da rede estadual de<br />

ensino.<br />

Para os professores de alfabetização, foram construídos Planos de Estudos (Anexo<br />

1) para subsidiar o processo de intervenção pedagógica da escola com o objetivo<br />

de promover a potencialização da prática pedagógica do professor, com resultados<br />

imediatos no desempenho dos estudantes. A proposta é que a escola se planeje e organize<br />

para estudar os referidos planos. Nossa recomendação é de que esse estudo<br />

ocorra mensalmente.<br />

Como estratégia de intervenção para as turmas de 4ª série/5º ano do Ensino Fundamental,<br />

a SEDU Central propôs o Projeto Aluno Monitor (Anexo 2), desenvolvido<br />

em escolas da rede estadual em 2008, com o objetivo de contribuir para a melhoria<br />

da aprendizagem, especialmente em Língua Portuguesa e Matemática, por meio da<br />

interação com estudantes monitores do Ensino Médio e/ou estudantes da 8ª série /<br />

9º ano do Ensino Fundamental.<br />

Um número significativo de estudantes foi beneficiado pelo projeto ao longo de<br />

2008. Ressalta-se a importante contribuição dessa iniciativa para a aprendizagem<br />

dos estudantes da 4ª série/5º ano e a satisfação dos estudantes monitores que atuaram<br />

no projeto.<br />

Diante dos resultados da implementação do Projeto Aluno Monitor, propõe-se como<br />

alternativa estratégica de intervenção pedagógica a aplicação do projeto nas turmas<br />

da 4ª série /5º ano com baixo desempenho.<br />

No sentido de alcançar os resultados esperados para os estudantes do Ensino Fundamental,<br />

toda escola deve estar consciente de que pode e deve fazer a diferença,<br />

garantindo a todos os estudantes o direito de aprender.<br />

19


1.3 A gestão escolar na intervenção pedagógica<br />

As ações de natureza pedagógica devem ser colocadas como eixo do trabalho da<br />

equipe gestora escolar. Essas ações dizem respeito à gestão da Proposta Pedagógica<br />

da Escola, do Currículo Básico, do Plano de Intervenção Pedagógica, do desenvolvimento<br />

profissional e da avaliação, ou seja, dos próprios elementos que constituem<br />

a natureza da atividade escolar. Todos os membros da equipe escolar devem estar<br />

envolvidos nessas ações, mas a responsabilidade direta sobre elas é da competência<br />

de quem dirige a escola.<br />

Nessa perspectiva, cada unidade escolar deverá, por meio do Comitê de Implementação<br />

do Currículo, assegurar a efetivação do currículo e da intervenção pedagógica,<br />

bem como garantir o estudo dos roteiros quinzenais. Nesse contexto, compete:<br />

a) Ao Gestor Escolar:<br />

Conhecer, apropriar-se e divulgar os resultados das avaliações externas para<br />

toda comunidade escolar, conscientizando-a e sensibilizando-a da necessidade<br />

da intervenção pedagógica;<br />

Coordenar e mobilizar a equipe escolar para elaboração do Plano de Intervenção<br />

Pedagógica Escolar;<br />

Articular as ações de planejamento às ações avaliativas, tendo como ponto de<br />

partida os resultados da aprendizagem dos estudantes;<br />

Definir, no coletivo escolar, propostas de intervenção pedagógica que melhor<br />

atendam à sua realidade, considerando as ações de implementação do currículo<br />

e os roteiros de estudos;<br />

Dar o suporte necessário para o desenvolvimento das ações planejadas no âmbito<br />

da intervenção pedagógica;<br />

Monitorar e acompanhar as ações de execução do Plano de Intervenção Pedagógica;<br />

Promover um trabalho compartilhado com o conselho de escola durante todo<br />

o processo de implementação do currículo, da intervenção pedagógica e dos<br />

roteiros de estudos;<br />

Garantir ambiente de trabalho acolhedor, possibilitando que cada indivíduo<br />

possa exercer seus direitos, seus deveres e suas responsabilidades, de acordo<br />

com as atribuições de cada cargo/função;<br />

Conscientizar estudantes, professores e família quanto à importância de sua<br />

participação nas avaliações sistêmicas;<br />

Promover, junto aos membros da equipe escolar, momentos de reflexão/avaliação<br />

sobre os resultados obtidos após a intervenção pedagógica para redefinição<br />

de metas.<br />

20


) Ao Pedagogo:<br />

Coordenar e articular o processo de elaboração do Projeto de Intervenção Pedagógica<br />

Escolar, sendo corresponsável com a direção da escola;<br />

Conhecer e apropriar-se dos resultados dos estudantes nas avaliações externas<br />

e das metas propostas e pactuadas com a escola;<br />

Assessorar o planejamento, a implementação e o desenvolvimento das ações<br />

educacionais relativas à intervenção pedagógica;<br />

Promover os momentos de integração, estudo, reflexão a partir dos roteiros<br />

quinzenais, num constante repensar da prática pedagógica;<br />

Conhecer os princípios norteadores do Currículo Básico Estadual para garantir<br />

a articulação de ações que promovam a interdisciplinaridade e a contextualização<br />

do trabalho participativo dos docentes;<br />

Coordenar, acompanhar e articular, juntamente com o corpo docente, o planejamento<br />

e a implementação da intervenção pedagógica, garantindo que a<br />

realidade do educando seja o foco para (re)dimensionamento das atividades;<br />

Acompanhar sistematicamente o processo de aprendizagem a partir do interesse<br />

e da necessidade do corpo docente e discente, sugerindo medidas práticas<br />

inovadoras que contribuam para a melhoria da qualidade dessa aprendizagem;<br />

Assessorar a ação do professor na orientação e observação quanto aos registros<br />

da intervenção pedagógica;<br />

Garantir a circulação de informações sobre o acompanhamento e os resultados<br />

da intervenção pedagógica;<br />

Coordenar as ações de avaliação do processo de aprendizagem, visando a garantir<br />

um clima favorável ao seu desenvolvimento e a participação e o envolvimento<br />

com os pais e a comunidade.<br />

c) Ao Professor:<br />

Conhecer e apropriar-se dos resultados das avaliações externas e das metas<br />

definidas para sua escola, bem como do desempenho recomendável;<br />

Considerar as características dos estudantes de cada turma e as intervenções<br />

necessárias para melhor atendê-los, sensibilizando-os para a necessidade de<br />

pactuar o compromisso pela melhoria da aprendizagem;<br />

Identificar as competências e habilidades específicas a serem trabalhadas e o<br />

nível de entendimento desejável a ser alcançado pelos estudantes;<br />

Participar da elaboração do Plano de Intervenção Escolar, planejando ações para<br />

melhoria da aprendizagem que atendam às necessidades de cada turma;<br />

Desenvolver uma rotina diária de trabalho pedagógico em sala de aula, a ser<br />

elaborado sob coordenação e orientação do pedagogo;<br />

21


Respeitar a especificidade de cada disciplina em função da sua natureza, o que<br />

exige tempo, estratégias e formas de abordagens diferentes;<br />

Romper com a tradicional linearidade dos planos de ensino, reforçando a interdisciplinaridade<br />

e contextualização;<br />

Planejar e desenvolver metodologias inovadoras, a exemplo das sequências<br />

didáticas, entre outras;<br />

Promover a auto e heteroavaliação num processo contínuo de ação-reflexãoação;<br />

Manter registros das ações desenvolvidas no âmbito da intervenção pedagógica;<br />

Participar de momentos de avaliação/reflexão dos resultados alcançados após<br />

a intervenção pedagógica.<br />

d) Ao Estudante:<br />

Conscientizar-se de que a educação é um direito constitucional e a aprendizagem<br />

é o princípio orientador da ação educativa preconizada no Currículo<br />

Básico Estadual;<br />

Conhecer os resultados das avaliações sistêmicas de sua escola, sensibilizar-se<br />

da necessidade de mudança e pactuar com a escola o compromisso com a<br />

melhoria de sua aprendizagem;<br />

Participar das atividades de intervenção pedagógica desenvolvidas na sala de<br />

aula e outras destinadas à sua formação promovidas pela escola, tendo assegurado<br />

o seu direito de aprender;<br />

Receber assessoramento e apoio pedagógico do professor quando apresentar<br />

necessidade;<br />

Receber informações sobre o seu aproveitamento escolar e sua frequência às<br />

aulas;<br />

Ser assíduo e pontual às atividades desenvolvidas pela escola, respeitando a<br />

carga horária vigente;<br />

Participar de atividades de estudos desenvolvidas pela escola no âmbito da<br />

intervenção pedagógica, bem como frequentar os espaços de aprendizagens<br />

disponíveis no ambiente escolar;<br />

Participar de momentos de avaliação/reflexão dos resultados alcançados durante<br />

a intervenção pedagógica para redefinição das metas da escola.<br />

22


e) À Família:<br />

Conhecer os resultados das avaliações sistêmicas divulgados pela escola de<br />

seu filho;<br />

Informar-se e acompanhar as ações desenvolvidas pela escola no âmbito da intervenção<br />

pedagógica, estabelecendo relações de apoio, cooperação e confiança,<br />

sobretudo no desenvolvimento da responsabilidade do estudante pelo seu<br />

próprio aprendizado, com vistas à melhoria da aprendizagem de seu filho;<br />

Participar de reuniões escolares sempre que convocado;<br />

Receber e ter acesso a informações relacionadas à frequência, ao comportamento<br />

e ao desempenho escolar de seu filho;<br />

Valorizar a escola, incentivar e criar no filho o hábito de estudo diário, primando<br />

pelo cumprimento das tarefas escolares;<br />

Incentivar o filho a frequentar espaços de leitura.<br />

O trabalho de orientação, acompanhamento, implementação e avaliação do processo<br />

de ensino e de aprendizagem é de fundamental importância, pois tem por<br />

objetivo criar condições para o bom desempenho dos envolvidos para que ocorram<br />

mudanças de fato na prática pedagógica. Dentre essas mudanças, está a possibilidade<br />

de consolidação de uma cultura de avaliação, análise de dados e intervenção<br />

pedagógica, para que os estudantes melhorem sua aprendizagem.<br />

Nesse contexto, o Plano de Intervenção Pedagógica, em estreita relação com o Projeto<br />

Pedagógico da Escola, o Currículo Básico Escola Estadual e demais documentos<br />

norteadores da ação escolar, consiste na organização do processo de trabalho a ser<br />

desenvolvido pela escola no âmbito geral e pelo professor em cada série/turma e disciplina.<br />

A intervenção em sala de aula deve ser planejada de forma contextualizada,<br />

imersa em uma proposta coletiva maior: o Plano de Intervenção Escolar.<br />

Potencializar a gestão democrática é acreditar que todos podem encontrar caminhos<br />

para atender melhor aos anseios da comunidade escolar. É assim, compartilhando<br />

planos, decisões e ações, avaliando e replanejando processos, que o gestor escolar<br />

possibilitará a sua escola e a todos que aí somam esforços atingir as metas pactuadas,<br />

integrar ideias e ações que possam solidificar o compromisso com as famílias e<br />

comunidades envolvidas.<br />

1.4 A avaliação das aprendizagens<br />

Conforme apresenta o Currículo Básico Escola Estadual (2009), a avaliação na<br />

rede estadual é diagnóstica e tem caráter formativo, por considerar o processo<br />

educativo contínuo, com vistas a reorientações permanentes. É instrumento de<br />

23


suporte do planejamento e da execução das atividades, envolvendo professor<br />

e educando, gestores escolares, gestores regionais e estaduais. É uma atividade<br />

integrante do processo pedagógico, orientada para manter ou melhorar nossa<br />

atuação futura.<br />

A diminuição ou a superação da desigualdade escolar de estudantes que frequentam<br />

a mesma classe, ou escolas do mesmo município ou bairro, é altamente relevante<br />

para a qualidade educacional. É necessário que todos os educadores compreendam<br />

a complexidade da ação educativa no/do ambiente escolar.<br />

O Currículo Básico Escola Estadual (2009) considera que três níveis de avaliação devem<br />

estar conectados na dinâmica da educação, em perfeita sincronia, e de forma a<br />

legitimá-la técnica e politicamente. “Legitimidade técnica subsidiada pela formação<br />

do profissional educador e legitimidade política, que pressupõe respeito a princípios<br />

e critérios definidos coletivamente e referenciados na política educacional e no projeto<br />

político pedagógico.”<br />

Os níveis considerados são:<br />

Avaliação da aprendizagem dos estudantes, em que o protagonismo é do professor,<br />

marcada pela lógica da inclusão, do diálogo, da mediação;<br />

Avaliação da instituição como um todo, na qual o protagonismo é do coletivo dos<br />

profissionais que trabalham e conduzem um processo complexo de formação na<br />

escola, tendo como referencial a política educacional e o projeto político pedagógico;<br />

Avaliação do sistema escolar ou do conjunto das escolas de uma rede escolar,<br />

na qual a responsabilidade principal é do órgão central, como instrumento para<br />

subsidiar o monitoramento e acompanhamento das reformas das políticas educacionais.<br />

Como exemplos desse último item, destacam-se as avaliações de<br />

sistemas que ocorrem no cenário educacional brasileiro.<br />

I<strong>DE</strong>B - O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (I<strong>DE</strong>B) foi criado em 2007<br />

para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador é<br />

calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento escolar (aprovação)<br />

e média de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo INEP. Assim,<br />

para que o I<strong>DE</strong>B e uma escola ou rede cresça é preciso que o estudante aprenda,<br />

não repita o ano e frequente a sala de aula. O índice é medido a cada dois<br />

anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais,<br />

tenha nota 6 (seis) em 2022 – correspondente à qualidade do ensino em<br />

países desenvolvidos.<br />

24


PROVA BRASIL e SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) – São avaliações<br />

para diagnóstico em larga escala, que objetivam avaliar a qualidade<br />

do ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro a partir de testes<br />

padronizados e questionários socioeconômicos. A Prova Brasil e o SAEB são a<br />

base para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (I<strong>DE</strong>B). A<br />

Prova Brasil avalia as habilidades em Língua Portuguesa (foco em leitura) e em<br />

Matemática (foco na resolução de problemas). É aplicada somente a estudantes<br />

de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental da rede pública de ensino em área urbana.<br />

A avaliação é universal e, portanto, oferece resultados para o Brasil, para cada<br />

unidade da Federação, município e escola participantes. O SAEB, por sua vez, é<br />

uma avaliação amostral. A amostra de turmas e escolas sorteadas é representativa<br />

das redes estadual, municipal e particular no âmbito do país, das regiões e dos<br />

estados. Participam do SAEB estudantes de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental<br />

e também estudantes do 3º ano do ensino médio regular, tanto da rede pública<br />

quanto da rede privada, em área urbana e rural.<br />

PAEBES (Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo) - No<br />

âmbito do Sistema Estadual de Ensino, desde 2000, a Secretaria de Estado da<br />

Educação, lançou o PAEBES como instrumento para subsidiar o monitoramento<br />

e acompanhamento das reformas das políticas educacionais. Visa a diagnosticar<br />

o desempenho dos estudantes em diferentes áreas de conhecimento e níveis de<br />

escolaridade.<br />

Em 2004 a avaliação envolveu estudantes da 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental<br />

e estudantes do 1º ano do Ensino Médio das escolas da rede pública estadual, nas<br />

disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.<br />

Em 2008, foi aplicado o PAEBES Alfa, a avaliação da alfabetização nas turmas de<br />

1ª e 2ª séries do Ensino Fundamental, e PAEBES na 1ª série do Ensino Médio. O<br />

PAEBES representa um dos esforços da SEDU para consolidar a construção de uma<br />

escola de educação básica de qualidade, capaz de promover a autonomia intelectual<br />

e ampliar as capacidades cognitivas, sociais e afetivas.<br />

Em novembro de 2009, o PAEBES foi aplicado para os estudantes que cursam a 4ª<br />

série/5º ano e 8ª série/9º ano do Ensino Fundamental e 1ª série do Ensino Médio.<br />

Todas as escolas das redes estadual e municipais de ensino de 76 municípios participaram<br />

da avaliação.<br />

Numa avaliação sistêmica, o desempenho dos estudantes recebe influência de<br />

um conjunto de fatores, tais como: opções pessoais, antecedentes sociodemográficos,<br />

estrutura e valores de sua família e da sociedade em que vivem e, finalmente,<br />

a escola em que estudam.<br />

Os resultados do PAEBES 2009 evidenciam que a garantia da aprendizagem dos<br />

estudantes ainda constitui um importante desafio, como apresentam os gráficos<br />

a seguir:<br />

25


PAEBES/2009 - Resultado Geral do Estado do Espírito Santo<br />

Os resultados de desempenho<br />

Distribuição do percentual dos estudantes por nível e padrão em 2009<br />

Língua Portuguesa – 4ª Série/5º Ano do Ensino Fundamental - Rede Estadual<br />

Média do Estado: 194,3<br />

Rede Estadual<br />

20,29%<br />

27,35%<br />

21,44%<br />

Níveis<br />

0,25% 1,98% 8,78%<br />

12,18%<br />

7,73%<br />

Padrões<br />

Até 100 a 125 a 150 a 175 a 200 a 225 a 250 acima de 250<br />

11,01% 47,64% 33,62% 7,73%<br />

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado<br />

Língua Portuguesa – 8ª Série/9º Ano do Ensino Fundamental - Rede Estadual<br />

Média do Estado: 235,7<br />

Rede Estadual<br />

Níveis<br />

Padrões<br />

20,20% 23,30% 19,37%<br />

12,04%<br />

11,25%<br />

0,22% 1,74% 5,64% 4,72% 1,53%<br />

Até 125 a 150 a 175 a 200 a 225 a 250 a 275 a 300 a 325 acima de 325<br />

19,63% 62,86% 15,97% 1,53%<br />

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado<br />

26


Matemática – 4ª Série/5º Ano do Ensino Fundamental - Rede Estadual<br />

Média do Estado: 196,2<br />

Rede Estadual<br />

Níveis<br />

4,62%<br />

12,07%<br />

18,80% 20,96% 17,19% 13,54%<br />

7,07% 5,75%<br />

Padrões<br />

Até 100 a 125 a 150 a 175 a 200 a 225 a 250 acima de 250<br />

35,48% 38,16% 20,61% 5,75%<br />

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado<br />

Matemática – 8ª Série/9º Ano do Ensino Fundamental - Rede Estadual<br />

Média do Estado: 241,2<br />

Rede Estadual<br />

Níveis<br />

Padrões<br />

17,98% 20,81% 17,87% 12,54%<br />

11,46%<br />

2,58% 5,45% 7,24%<br />

2,67% 1,40%<br />

Até 150 a 175 a 200 a 225 a 250 a 275 a 300 a 325 a 350 acima de 350<br />

37,47% 51,22% 9,91% 1,40%<br />

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado<br />

27


PAEBES 2009 - Prova Brasil 2007 Língua Portuguesa – Rede Estadual<br />

Comparação da Proficiência Média - Rede Estadual<br />

250 –<br />

225 –<br />

200 –<br />

175 –<br />

150 –<br />

125 –<br />

100 –<br />

241<br />

236<br />

230<br />

194<br />

176<br />

5º Ano EF 9º Ano EF 1º Ano EM<br />

Prova<br />

Série/Ano Brasil<br />

PAEBES<br />

2007 2009<br />

4ª Série/5º Ano 176,0 194,3<br />

8º Série/9º Ano 230,0 235,7<br />

1º Ano EM – 240,8<br />

Prova Brasil<br />

PAEBES<br />

PAEBES 2009 - Prova Brasil 2007 Matemática – Rede Estadual<br />

Comparação da Proficiência Média - Rede Estadual<br />

249<br />

250 –<br />

242 241<br />

225 –<br />

200 –<br />

175 –<br />

150 –<br />

125 –<br />

100 –<br />

193<br />

196<br />

5º Ano EF 9º Ano EF 1º Ano EM<br />

Prova<br />

Série/Ano Brasil<br />

PAEBES<br />

2007 2009<br />

4ª Série/5º Ano 193,0 196,2<br />

8º Série/9º Ano 241,6 241,2<br />

1º Ano EM – 249,2<br />

Prova Brasil<br />

PAEBES<br />

O momento é de rever todo o processo de aprendizagem dos estudantes e propor<br />

ações de intervenção pedagógica na escola e na sala de aula, de forma contextualizada,<br />

imersa em uma proposta coletiva maior, com uma parcela de trabalho de cada<br />

professor da escola.<br />

Os relatórios dos resultados do PAEBES 2009, especialmente a “Revista do Educador<br />

– volume <strong>II</strong>I”, evidenciam com detalhes as competências e habilidades mínimas que<br />

os estudantes dominam dentro de cada nível de desempenho. Esses referenciais servirão<br />

como ponto de partida para a construção de estratégias de intervenção que<br />

promovam a aprendizagem, ou seja, para a elaboração do Plano de Intervenção da<br />

Escola e da Sala de Aula.<br />

Dados preocupantes: 74% dos estudantes de 4ª e 29% dos de 8ª ainda não atingiram<br />

o nível 200, mínimo a ser atingido pelos estudantes de 4ª série, de acordo com o<br />

movimento Todos pela Educação. É importante lembrar que a média dos estudantes<br />

brasileiros de 4ª série na Prova Brasil 2005 foi 174,14.<br />

28


73% dos estudantes de 8ª não alcançaram o nível 250, mínimo a ser atingido, de<br />

acordo com o movimento Todos pela Educação. É importante lembrar que a média<br />

dos estudantes brasileiros de 8ª série na Prova Brasil 2005 foi 225,17.<br />

Para que os estudantes melhorem seu desempenho, é importante que a escola avalie<br />

se os conteúdos relacionados às habilidades são ensinados e aprendidos de fato. Com<br />

a participação dos professores de todas as séries, é fundamental discutir a organização<br />

dos conteúdos, de tal forma que todos pactuem as expectativas de aprendizagem de<br />

cada estudante, a partir da reflexão sobre a importância da diversificação de estratégias<br />

de ensino e do atendimento a estudantes com diferentes ritmos de aprendizagem.<br />

Mesmo levando em conta que o fenômeno do fracasso escolar é complexo e decorrente<br />

de inúmeros fatores internos e externos à escola, causa impacto constatar que<br />

tantos estudantes não conseguem aprender. O que a escola tem a ver com isso? Que<br />

ações ela pode promover para reverter essa situação?<br />

1.5 Olhando para dentro da escola<br />

O Plano de Intervenção da Escola é um plano de intervenção estratégica que beneficiará<br />

todas as etapas do ensino atendidas pela Unidade Escolar. Corresponde a<br />

pensar alternativas que enriqueçam e apoiem o processo de intervenção na sala de<br />

aula, na perspectiva coletiva. Como exemplo temos o redimensionamento do tempo<br />

e do espaço, a criação de novos ambientes de aprendizagem, a provisão de recursos<br />

didáticos, dentre outras estratégias que favoreçam o trabalho do professor em seu<br />

âmbito específico, o da sala de aula.<br />

1.5.1 Questionamentos para elaboração do Plano de Intervenção da Escola.<br />

a) Como se apresentam os dados de desempenho escolar dos estudantes nas avaliações<br />

sistêmicas: PAEBES de 2004, PAEBES ALFA e PAEBES 2008 e 2009, PROVA<br />

BRASIL de 2005 e 2007 e I<strong>DE</strong>B?<br />

b) Existem ainda na escola estudantes que se encontram abaixo do nível mínimo da<br />

escala? Qual a porcentagem deles em relação ao total de estudantes da escola? O<br />

que se pode concluir a partir dessa constatação?<br />

c) Qual a porcentagem de estudantes que, em cada série avaliada, ainda não atingiu<br />

a média da escola? O que esse dado revela?<br />

d) Avalie as questões vinculadas à gestão estratégica da escola, envolvendo aspectos<br />

organizacionais, relacionais e pedagógicos, tais como:<br />

• A organização dos espaços escolares favorece o desenvolvimento de práticas<br />

educativas inovadoras?<br />

29


• A organização do tempo escolar (horários diários e semanais) contribui para a<br />

efetividade da prática docente e da aprendizagem discente?<br />

• A escola dispõe de recursos didáticos e pedagógicos para atender ao trabalho<br />

dos professores de forma satisfatória?<br />

• As estratégias de integração com a família têm mobilizado a participação dos<br />

pais e responsáveis?<br />

Para tanto, sugerimos passos que poderão ser seguidos na elaboração do Plano de<br />

Intervenção Pedagógica da escola, com vistas ao melhor desempenho escolar dos<br />

estudantes do Ensino Fundamental.<br />

2 Hora de elaborar o Plano de Intervenção<br />

da Escola<br />

Pensar alternativas de intervenção no cotidiano da escola significa levar a termo profundas<br />

alterações na organização curricular e na forma de difusão dos conteúdos.<br />

Isso implica não apenas subdividir responsabilidades; trata-se, mais precisamente,<br />

de reconstruir o movimento real do meio escolar, de reconstruir cada experiência<br />

vivida pela comunidade escolar e concretizar um processo político-pedagógico que<br />

represente uma ação cultural da própria escola.<br />

A avaliação da aprendizagem e do sistema nos permite perceber os níveis de<br />

aprendizagem de cada estudante para intervir e é um dos procedimentos essenciais<br />

de verificação da situação atual da escola, da turma e de cada estudante. Mas<br />

a avaliação, por si só, não dá conta dessa tarefa. É preciso aliar a análise da avaliação<br />

à elaboração e execução de um Plano de Intervenção Pedagógica realista e em<br />

sintonia com as possibilidades de cada escola, construído por toda a comunidade<br />

escolar.<br />

Após a conclusão da análise dos resultados do PAEBES 2009 da escola, é hora de<br />

elaborar o Plano de Intervenção Escolar. Para tanto, além das orientações básicas<br />

citadas abaixo, é fundamental que a escola utilize como material de pesquisa para a<br />

elaboração do Plano o Guia de Orientação para elaboração do Plano de Intervenção<br />

Pedagógica, o Currículo Básico Escola Estadual, o Plano de Ensino, a Proposta Pedagógica<br />

e os Relatórios dos Resultados das Avaliações PAEBES (2004 e 2009). Lembramos<br />

que o Plano de Intervenção da Escola subsidiará o professor na elaboração do<br />

Plano de Intervenção Pedagógica da sala de aula. A intervenção aqui sugerida tem<br />

como referencial os meses de junho a novembro de 2010.<br />

30


2.1 Passo a passo para organizar o Plano de<br />

Intervenção da Escola<br />

a) Coordenação - A coordenação para elaboração do Plano de Intervenção fica sob<br />

a responsabilidade da equipe técnica pedagógica da Escola (Diretor, Pedagogo,<br />

Coordenador) e tem como objetivo coordenar e acompanhar a elaboração e execução<br />

de todas as ações a serem desenvolvidas.<br />

b) Análise dos Resultados (PAEBES 2004 e 2009, Prova Brasil 2005 e 2007 e<br />

I<strong>DE</strong>B) - Pesquisar e analisar especialmente os dados da escola referente às avaliações<br />

do PAEBES 2009 “Revista do Educador – Vol <strong>II</strong>I” no que se refere:<br />

aos Domínios e às Competências da Escola - p. 16 a 28;<br />

ao Detalhamento das Habilidades – p. 29 a 45;<br />

às Sugestões de Práticas Pedagógicas – p. 47 a 50.<br />

c) Preparação da Escola – Organizar uma reunião de trabalho com os professores<br />

de 4ª série/5º ano a 8ª série/9º ano para análise e discussão dos resultados da avaliação,<br />

com proposições para Elaboração do Plano de Intervenção.<br />

d) Elaboração do Plano de Intervenção (Anexo 3) – Para elaboração do plano deve<br />

se utilizar os seguintes documentos:<br />

(i)<br />

Currículo Básico Escola Estadual;<br />

(ii) Revistas PAEBES 2009;<br />

(iii) Relatório PAEBES 2004 (2005);<br />

(iv) Documento Prova Brasil;<br />

(v) Caderno da Formação Gestar <strong>II</strong>,<br />

(vi) Cadernos da Olimpíada de Língua Portuguesa;<br />

(vii) Cadernos do Multicurso Matemática; e<br />

(viii) Documento do P<strong>DE</strong>/Escola, Documento MEC: A criança de 6 anos, a linguagem<br />

escrita e o Ensino Fundamental de Nove Anos (2009), dentre outros.<br />

e) Ampliando a Discussão – Realizar reunião com as famílias para apresentação<br />

dos dados da avaliação e proposta do Plano de Intervenção e ouvir sugestões.<br />

Informar às famílias que elas são parceiras nesse processo, orientando as ações a<br />

serem desempenhadas. Convide também pessoas da comunidade comprometidas<br />

com a escola.<br />

f) Execução – Após análise e discussões com a comunidade escolar e a família, definir<br />

os profissionais que desempenharão cada ação dentro do Plano de Intervenção. A<br />

avaliação do Plano de Intervenção deverá ocorrer ao final de cada trimestre na escola.<br />

A equipe gestora é mola mestra para orientar, acompanhar e incentivar o trabalho.<br />

Toda a equipe da escola deve participar da elaboração do Plano de Intervenção,<br />

considerando as ações e ideias levantadas pelo grupo de discussão;<br />

31


Para a elaboração do Plano de Intervenção da Escola, deve haver consenso<br />

entre o grupo de gestores e professores de que esse é o melhor caminho para<br />

contribuir com a melhoria do desempenho dos estudantes;<br />

Após a conclusão dos trabalhos de reflexão com os diferentes grupos, a equipe<br />

pedagógica deverá realizar a sistematização das sugestões e elaborar o documento<br />

da escola, que será compartilhado com todos e apresentado para a SRE.<br />

2.2 Olhando para dentro da sala de aula<br />

O Plano de Intervenção da Sala de Aula é um plano de intervenção específico, destinado<br />

a uma determinada turma/série, considerando suas características de desempenho.<br />

O trabalho do professor, orientado pelo pedagogo, consiste na adequação do Plano<br />

de Ensino, considerando as necessidades apresentadas no PAEBES e no resultado do<br />

trimestre letivo. Implica a definição de sequências didáticas, dentre outras estratégias<br />

metodológicas inovadoras e adequadas à intencionalidade educativa, que promovam<br />

o avanço dos estudantes em seus diferentes estágios de aprendizagem.<br />

A transformação que buscamos passará necessariamente pela sala de aula e pela<br />

relação professor-estudante. Portanto, sugerimos que a escola tenha foco especial<br />

na orientação e no suporte aos professores na elaboração do Plano de Intervenção<br />

Pedagógica da Sala de Aula.<br />

2.2.1 Elaborando o Plano de Intervenção da Sala de Aula<br />

Passo a passo para a organização do Plano de Intervenção na Sala de Aula:<br />

a) Coordenação – Está a cargo dos professores. O pedagogo da escola e/ou o diretor<br />

ou o coordenador tem a responsabilidade de organizar os horários de planejamento<br />

por área de conhecimento, no sentido de promover o melhor momento para os professores<br />

organizarem seus Planos de Intervenção Pedagógica da Sala de Aula, bem<br />

como acompanhar todo o processo de elaboração e implementação. A intervenção<br />

deve se constituir no cotidiano da sala de aula, após a verificação dos resultados das<br />

avaliações da aprendizagem e de sistema, discutidas no Conselho de Classe.<br />

b) Análise da situação atual de desempenho dos estudantes – Os professores,<br />

juntamente com seus pares, irão, a partir dos dados da avaliação, analisar a situação<br />

de aprendizagem de cada estudante, identificando as fragilidades que podem<br />

ter impactado diretamente os resultados das avaliações da aprendizagem e<br />

de sistema tais como: metodologias inadequadas, conteúdos importantes e necessários<br />

que não foram considerados, competências e habilidades não trabalha-<br />

32


das e práticas avaliativas pouco construtivas. Lembramos que a responsabilidade<br />

pelos resultados dos estudantes nas avaliações é de toda a escola, de todos os<br />

profissionais das áreas do conhecimento.<br />

c) Preparação para elaboração – Para a elaboração do Plano da Sala de Aula, é importante<br />

utilizar os seguintes materiais: Proposta Pedagógica da escola; Plano de<br />

Intervenção Pedagógica da Escola; Currículo Básico Escola Estadual; Guia para Intervenção<br />

Pedagógica pela aprendizagem no Ensino Fundamental (2009); Atas dos<br />

Conselhos de Classes; Dados da turma referente ao PAEBES 2009 “Revista do Educador”<br />

(Domínios e Competências da Escola - p. 16 a 28; Detalhamento das Habilidades<br />

– p. 29 a 45 e Sugestões de Práticas Pedagógicas – p. 47 a 50); Cadernos da<br />

Olimpíada de Língua Portuguesa; Material do Multicurso Matemática; Cadernos da<br />

Formação Gestar <strong>II</strong>, Documento MEC: A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o<br />

Ensino Fundamental de Nove Anos (2009), dentre outros.<br />

d) Metodologias e Estratégias de Intervenção<br />

• Organização das Sequências Didáticas – A sequência didática é uma metodologia<br />

inovadora que possibilita ao professor desenvolver suas aulas de forma<br />

mais dinâmica e integrada, tornando-as mais atrativas e prazerosas. Nesse sentido,<br />

o Guia de Orientações da Intervenção Pedagógica apresenta várias sequências,<br />

organizadas por professores da rede, que podem ser adaptadas e utilizadas<br />

na intervenção pedagógica da sala de aula ou mesmo servir de referência para a<br />

elaboração de sequências específicas adequadas à realidade de cada turma.<br />

• Espaços de Aprendizagem – Os espaços de aprendizagens disponíveis na escola<br />

(biblioteca, sala de leitura, laboratórios e outros) devem fazer parte das estratégias<br />

definidas para potencializar a aprendizagem dos estudantes. Tais espaços<br />

possibilitam aulas interessantes, envolvendo, na maioria das situações,<br />

o ensino pela pesquisa e devem, portanto, ser considerados nas estratégias do<br />

Plano de Intervenção da Escola e da Sala de Aula.<br />

• Materiais Pedagógicos – Os materiais pedagógicos são recursos importantes,<br />

que auxiliam o professor em sua prática e possibilitam a criação de aulas lúdicas,<br />

contextualizadas e prazerosas.<br />

e) Ampliação do debate<br />

• Estudantes – Os estudantes são os sujeitos mais importantes na ação de intervenção<br />

pedagógica. O Plano de Intervenção Pedagógica da Sala de Aula deve ser<br />

construído à luz dos dados disponíveis acerca das aprendizagens construídas pelos<br />

estudantes até ao final do 1º trimestre. É importante, nesse momento, apresentar<br />

aos estudantes os resultados de todas as avaliações – tanto da aprendizagem<br />

quanto as sistêmicas –, para que conheçam, opinem, concordem e discordem, enfim,<br />

para que haja um momento de ampla discussão. A partir daí, estabeleça com<br />

eles metas objetivas e claras a serem alcançadas até o final de 2010.<br />

33


• Família – A família deve ser parceira em todo o processo de construção da<br />

aprendizagem dos estudantes. Nesse sentido, convide-a para participar de alguns<br />

momentos do cotidiano escolar para apresentar as ações de intervenção<br />

que estão sendo propostas pela escola com o objetivo de promover a aprendizagem<br />

para todos os estudantes. Crie situações estratégicas para garantir sua<br />

presença na escola.<br />

f) Acompanhamentos e Assessoramento Pedagógico – A visita periódica do pedagogo<br />

e/ou diretor às salas de aula para acompanhar o desenvolvimento do Plano<br />

de Intervenção da Sala de Aula é fundamental. Essa é uma parceria que deve<br />

ser valorizada e preservada, pois, se bem construída, poderá agregar valor em<br />

todo o processo. Lembramos que garantir o direito de aprender de todos e de<br />

cada um é compromisso de toda a escola.<br />

g) Execução – Um plano bem executado considera também outros fatores, além<br />

dos citados acima. É nesse momento que o professor utiliza toda a sua sensibilidade<br />

para afetar cada estudante, despertando nele o desejo de aprender, criando<br />

proximidades a partir das diferenças e das histórias de vida presentes em sala de<br />

aula. Esse é um momento único entre professor e estudante.<br />

h) Avaliação – A todo momento, as ações pertinentes ao Plano necessitam ser avaliadas<br />

e reavaliadas no sentido de garantir os melhores resultados. A avaliação<br />

permanente do processo permitirá ao professor reconsiderar algumas situações<br />

no percurso, rever o Plano de Ensino, as metodologias, os conteúdos, as competências<br />

e habilidades não assimiladas. O apoio da equipe técnica pedagógica da<br />

escola em todo processo facilitará essa avaliação.<br />

3 Cronogramas de ações estratégicas<br />

Séries/Anos Iniciais do Ensino Fundamental<br />

3.1 Cronograma de ações no âmbito da SEDU Central<br />

Nº Ações Objetivos Data<br />

01 Realização do 3º Encontro Estadual de<br />

Alfabetização.<br />

02 Reorganização das sequências<br />

didáticas das turmas das séries iniciais<br />

e elaboração dos Planos de Estudo<br />

para os professores alfabetizadores.<br />

Apresentar e analisar<br />

pedagogicamente os resultados do<br />

PAEBES Alfa 2009.<br />

Viabilizar material de apoio pedagógico<br />

para subsidiar a elaboração do Plano de<br />

Intervenção Pedagógica da Sala de Aula<br />

por parte dos professores.<br />

Abril 2010<br />

Março<br />

2010<br />

34


Nº Ações Objetivos Data<br />

03 Elaboração e distribuição do Guia de<br />

Orientações/Intervenção Pedagógica.<br />

04 Orientação às Regionais de Educação<br />

para a participação dos professores<br />

da 4ª série no encontro regional para<br />

orientação sobre a interpretação dos<br />

dados da avaliação e informações<br />

gerais sobre a intervenção pedagógica,<br />

organizado pela GEIA/CAED.<br />

Subsidiar a elaboração do Plano de<br />

Intervenção Pedagógica da escola.<br />

Compreender os dados do PAEBES<br />

2009 e obter informações gerais sobre<br />

as ações de intervenção pedagógica<br />

na escola.<br />

Março<br />

a Junho<br />

2010<br />

Abril 2010<br />

05 Análise dos resultados do PAEBES 2009. Analisar resultados do PAEBES 2009<br />

para compreendê-los e orientar a<br />

intervenção pedagógica nos níveis<br />

regionais e nas escolas.<br />

Maio 2010<br />

06 Coordenação do I Ciclo de Encontros<br />

Regionais de orientação sobre<br />

a Intervenção Pedagógica para<br />

professores das séries iniciais e<br />

pedagogos.<br />

07 Orientação às Regionais de Educação<br />

sobre o dia da família na escola para<br />

a pactuação do Compromisso com a<br />

Educação dos estudantes – Projeto<br />

Família Presente (ANEXO 4).<br />

08 Assessoramento pedagógico às<br />

turmas das séries iniciais do Ensino<br />

Fundamental, para acompanhar<br />

o desenvolvimento do Plano de<br />

Intervenção Pedagógica.<br />

09 Orientação às Regionais de Educação<br />

sobre a implementação do Projeto<br />

“Aluno Monitor” nas turmas de 4ª<br />

série com baixo desempenho na<br />

aprendizagem.<br />

10 Coordenação da formação da<br />

“Olimpíada de Língua Portuguesa<br />

(OLP)” para professores da 4ª série do<br />

Ensino Fundamental.<br />

11 Coordenação e orientação às Regionais<br />

de Educação sobre a realização dos<br />

“Festivais de Leitura” na Escola.<br />

12 Coordenação e orientação das<br />

Regionais de Educação sobre a<br />

participação dos professores nas<br />

oficinas para a utilização do “Jornal na<br />

Escola”: A Tribuna e A Gazeta.<br />

Compreender a proposta de<br />

Intervenção Pedagógica da Escola e da<br />

sala de aula.<br />

Orientar as Regionais de Educação<br />

sobre a organização do dia da família<br />

na escola para a assinatura do Termo<br />

de Compromisso com a educação dos<br />

filhos.<br />

Assessorar e acompanhar o<br />

desenvolvimento do Plano de<br />

Intervenção Pedagógica da Escola e da<br />

Sala de Aula.<br />

Orientar as Regionais sobre o Projeto<br />

“Aluno Monitor” para atender<br />

estudantes com desempenho abaixo<br />

do básico.<br />

Viabilizar a participação dos<br />

professores da 4ª série nos encontros<br />

da OLP para potencializar sua prática<br />

pedagógica.<br />

Promover o acesso à prática de leitura<br />

e escrita na escola para melhorar o<br />

desempenho dos estudantes.<br />

Utilizar o jornal como mais um<br />

recurso pedagógico no sentido de<br />

potencializar a aprendizagem dos<br />

estudantes, especialmente em Língua<br />

Portuguesa e Matemática.<br />

Maio 2010<br />

Junho<br />

2010<br />

Julho a<br />

Novembro<br />

2010<br />

Agosto<br />

Fevereiro/<br />

Novembro<br />

2010<br />

Abril a<br />

Outubro<br />

2010<br />

Agosto<br />

2010<br />

35


Nº Ações Objetivos Data<br />

13 Orientar as SRE para realização do<br />

<strong>II</strong> Ciclo de Encontros Regionais de<br />

orientação sobre a Intervenção<br />

Pedagógica para professores das séries<br />

iniciais e pedagogos.<br />

14 Coordenação e orientação das<br />

Regionais de Educação sobre a<br />

participação das escolas nos “Festivais<br />

Regionais de Leitura”.<br />

15 Coordenação do <strong>II</strong>I Ciclo de<br />

Encontros Regionais para avaliação<br />

da Intervenção Pedagógica com<br />

professores das séries iniciais e<br />

pedagogos.<br />

Acompanhar os resultados de<br />

desempenho dos estudantes no 1º e 2º<br />

trimestres.<br />

Promover o acesso à prática de<br />

leitura e escrita na escola no sentido<br />

de melhorar o desempenho dos<br />

estudantes.<br />

Avaliar as ações e os resultados<br />

obtidos, visando à constatação de seu<br />

bom desempenho ou da necessidade<br />

de replanejamento.<br />

Setembro<br />

2010<br />

Junho a<br />

Novembro<br />

2010<br />

Novembro<br />

2010<br />

3.2 Cronograma de ações no âmbito da SRE<br />

Nº Ações Objetivos Data<br />

01 Mobilização dos professores<br />

alfabetizadores para participação no 3º<br />

Encontro Estadual de Alfabetização.<br />

02 Orientação às escolas quanto à<br />

participação dos professores da 4ª série<br />

no encontro regional para orientação<br />

sobre a interpretação dos dados da<br />

avaliação e informações gerais sobre a<br />

intervenção pedagógica, organizado<br />

pela GEIA/CAED.<br />

Participar do <strong>II</strong>I Encontro Estadual de<br />

Alfabetização.<br />

Compreender os dados do PAEBES<br />

2009 e obter informações gerais sobre<br />

as ações de intervenção pedagógica<br />

na escola.<br />

Abril 2010<br />

Abril 2010<br />

03 Análise dos resultados do PAEBES 2009. Analisar os resultados do PAEBES 2009<br />

para compreender os dados e orientar<br />

a intervenção pedagógica na escola e<br />

na sala de aula.<br />

Maio 2010<br />

04 Sensibilização e mobilização dos<br />

professores das séries iniciais do<br />

Ensino Fundamental e pedagogos para<br />

participarem do I Ciclo de Encontros<br />

Regionais de orientação sobre a<br />

Intervenção Pedagógica.<br />

05 Realização de assessoramento<br />

pedagógico em todas as escolas<br />

para orientação sobre a organização<br />

e desenvolvimento do Plano de<br />

Intervenção Pedagógica.<br />

Viabilizar a participação dos<br />

professores e pedagogos nos<br />

encontros regionais.<br />

Assessorar e acompanhar<br />

pedagogicamente a elaboração<br />

e o desenvolvimento do Plano de<br />

Intervenção pedagógica.<br />

Abril a<br />

Maio 2010<br />

Junho a<br />

Novembro<br />

2010<br />

36


Nº Ações Objetivos Data<br />

06 Orientações às escolas sobre o dia da<br />

família na escola para a pactuação<br />

do Compromisso da Família com a<br />

Educação dos estudantes – Projeto<br />

Família Presente (ANEXO 4).<br />

07 Orientação e acompanhamento dos<br />

grupos escolares quanto aos Planos<br />

de Estudos para os professores<br />

alfabetizadores.<br />

08 Orientação e acompanhamento da<br />

implementação do projeto “Aluno<br />

Monitor” nas turmas de 4ª série com<br />

baixo desempenho na aprendizagem.<br />

09 Sensibilização e mobilização<br />

dos professores da 4ª série para<br />

participação na formação da<br />

“Olimpíada de Língua Portuguesa”.<br />

10 Sensibilização e mobilização das<br />

escolas para realizarem os “Festivais de<br />

Leitura”.<br />

11 Sensibilização e mobilização dos<br />

professores das séries iniciais do Ensino<br />

Fundamental para participar das<br />

oficinas para a utilização do “Jornal na<br />

Escola”: A Tribuna e A Gazeta.<br />

12 Realização do <strong>II</strong> Ciclo de Encontros<br />

Regionais de orientação sobre<br />

a Intervenção Pedagógica para<br />

professores das séries iniciais e<br />

pedagogos.<br />

13 Sensibilização e mobilização das<br />

escolas para participar dos “Festivais<br />

Regionais de Leitura”.<br />

14 Sensibilização e mobilização dos<br />

professores das séries iniciais do Ensino<br />

Fundamental e pedagogos para<br />

participarem do <strong>II</strong>I Ciclo de Encontros<br />

Regionais para avaliação do Plano de<br />

Intervenção Pedagógica desenvolvido<br />

na escola.<br />

Orientar as escolas sobre a organização<br />

do dia da família na escola, no sentido<br />

de envolvê-la no compromisso com a<br />

educação dos estudantes.<br />

Subsidiar e fortalecer o trabalho dos<br />

professores alfabetizadores por meio<br />

do estudo e incremento da prática.<br />

Garantir a implementação e o<br />

desenvolvimento do Projeto “Aluno<br />

Monitor” nas turmas de 4ª série com<br />

baixo desempenho.<br />

Potencializar a prática pedagógica dos<br />

professores da 4ª série por meio de<br />

metodologias inovadoras, objetivando<br />

melhorar o desempenho dos<br />

estudantes em leitura e escrita.<br />

Promover o acesso à prática de<br />

leitura e escrita na escola, no sentido<br />

de melhorar o desempenho dos<br />

estudantes.<br />

Viabilizar a participação dos<br />

professores das séries iniciais na oficina<br />

de utilização do jornal na sala de aula.<br />

Acompanhar os resultados de<br />

desempenho dos estudantes no 1º e 2º<br />

trimestres.<br />

Promover o acesso à prática de<br />

leitura e escrita na escola, no sentido<br />

de melhorar o desempenho dos<br />

estudantes.<br />

Avaliar as ações e os resultados<br />

obtidos visando à constatação do bom<br />

desempenho e da necessidade de<br />

replanejamento.<br />

Junho<br />

2010<br />

Julho a<br />

Novembro<br />

2010<br />

Agosto<br />

2010<br />

Fevereiro a<br />

Novembro<br />

2010<br />

Maio a<br />

Outubro<br />

2010<br />

Agosto<br />

2010<br />

Setembro<br />

2010<br />

Junho a<br />

Novembro<br />

2010<br />

Novembro<br />

2010<br />

37


3.3 Cronograma de ações no âmbito da escola/sala de aula<br />

Nº Ações Objetivos Data<br />

01 Participação dos professores e<br />

pedagogos no 3º Encontro Estadual de<br />

Alfabetização.<br />

02 Participação dos professores da 4ª série<br />

no encontro regional de orientação<br />

sobre a interpretação dos dados da<br />

avaliação e informações gerais sobre a<br />

intervenção pedagógica, organizado<br />

pela GEIA/CAED.<br />

03 Análise dos resultados do PAEBES 2009<br />

da escola.<br />

04 Participação dos professores e<br />

pedagogos no I Ciclo de Encontros<br />

Regionais de orientação sobre a<br />

Intervenção Pedagógica.<br />

05 Organização do Plano de Intervenção<br />

Pedagógica.<br />

06 Convocação da família dos estudantes<br />

da escola para pactuação do<br />

Compromisso com a Educação dos<br />

estudantes – Projeto Família Presente<br />

(ANEXO 4).<br />

07 Efetivação dos Planos de Estudos para<br />

os professores alfabetizadores.<br />

08 Implementação do Projeto “Aluno<br />

Monitor” nas turmas de 4ª série com<br />

baixo desempenho na aprendizagem.<br />

09 Participação dos professores da 4ª série<br />

na formação da “Olimpíada de Língua<br />

Portuguesa”.<br />

10 Assessoramento pedagógico às<br />

turmas das séries iniciais do Ensino<br />

Fundamental para acompanhar<br />

o desenvolvimento do Plano de<br />

Intervenção Pedagógica.<br />

11 Participação dos professores das séries<br />

iniciais do Ensino Fundamental nas<br />

oficinas sobre a utilização do “Jornal na<br />

Escola”: A Tribuna e A Gazeta.<br />

Apresentar e analisar<br />

pedagogicamente os resultados do<br />

PAEBES Alfa 2009.<br />

Compreender os dados do PAEBES<br />

2009 e obter informações gerais sobre<br />

as ações de intervenção pedagógica<br />

na escola.<br />

Analisar resultados do PAEBES 2009<br />

para conhecê-los e compreendê-los e<br />

planejar a intervenção pedagógica na<br />

escola e na sala de aula.<br />

Compreender a proposta de<br />

Intervenção Pedagógica da Escola e da<br />

Sala de Aula.<br />

Organizar o Plano de Intervenção<br />

Pedagógica da Escola e da Sala de Aula.<br />

Organizar o dia da família na escola, no<br />

sentido de envolvê-la no compromisso<br />

com a educação dos estudantes;<br />

Apresentação do Plano de Intervenção<br />

da Escola à família do estudante.<br />

Garantir o incremento do trabalho em<br />

alfabetização por meio de estudos e<br />

reflexões sobre a práxis docente.<br />

Implementar o Projeto “Aluno<br />

Monitor” para atender estudantes com<br />

desempenho abaixo do básico.<br />

Viabilizar a participação dos<br />

professores da 4ª série nos encontros<br />

da OLP no sentido de potencializar sua<br />

prática pedagógica.<br />

Assessorar e acompanhar o<br />

desenvolvimento do Plano de<br />

Intervenção Pedagógica.<br />

Viabilizar a participação dos<br />

professores da 4ª série/5º ano, nas<br />

oficinas de utilização do jornal na sala<br />

de aula, no sentido de potencializar sua<br />

prática pedagógica.<br />

Abril 2010<br />

Abril 2010<br />

Maio e<br />

Junho<br />

2010<br />

Maio 2010<br />

Junho<br />

2010<br />

Junho<br />

2010<br />

Julho a<br />

Novembro<br />

2010<br />

Agosto<br />

Fevereiro a<br />

Novembro<br />

2010<br />

Agosto a<br />

Novembro<br />

2010<br />

Agosto<br />

2010<br />

38


Nº Ações Objetivos Data<br />

12 Participação de professores e<br />

pedagogos no <strong>II</strong> Ciclo de Encontros<br />

Regionais de orientação sobre a<br />

Intervenção Pedagógica.<br />

13 Planejamento, desenvolvimento de<br />

atividades e realização do “Festival de<br />

Leitura na Escola”.<br />

14 Participação nos “Festivais Regionais de<br />

Leitura”.<br />

15 Participação dos professores das séries<br />

iniciais e pedagogos no <strong>II</strong>I Ciclo de<br />

Encontros Regionais para avaliação<br />

do Plano de Intervenção Pedagógica<br />

desenvolvido na escola.<br />

Acompanhar os resultados de<br />

desempenho dos estudantes no 1º e 2º<br />

trimestres.<br />

Promover o acesso do estudante e do<br />

professor a práticas de leitura e escrita<br />

na escola, no sentido de melhorar o<br />

desempenho dos estudantes.<br />

Promover a participação de estudantes<br />

e professores no “Festival Regional de<br />

Leitura”, para incentivar essa prática.<br />

Avaliar as ações e os resultados obtidos<br />

visando à constatação de seu bom<br />

desempenho e da necessidade de<br />

replanejamento.<br />

Setembro<br />

2010<br />

Abril a<br />

Outubro<br />

2010<br />

Novembro<br />

2010<br />

Novembro<br />

2010<br />

3.4 Cronograma de ações no âmbito da família –<br />

Família Presente na Educação<br />

Nº Ações Objetivos Data<br />

01 Valorização dos estudos dos filhos, de<br />

acordo com as orientações da escola.<br />

02 Fortalecimento do diálogo com<br />

os filhos quanto à importância da<br />

pontualidade e da assiduidade, criando<br />

assim um senso de responsabilidade e<br />

compromisso do aluno com a escola.<br />

03 Participação nas ações promovidas<br />

pela escola.<br />

04 Valorização do diálogo e da parceria<br />

com a escola e manutenção de<br />

um relacionamento cordial com os<br />

professores.<br />

05 Pactuação da família com o<br />

Compromisso pela aprendizagem dos<br />

filhos (ANEXO 4).<br />

Incentivar os filhos quanto à<br />

participação nas atividades escolares<br />

desenvolvidas na sala de aula e no<br />

cumprimento das tarefas de casa.<br />

Dialogar com os filhos sobre valores<br />

fundamentais que garantam seu bom<br />

desempenho nas atividades escolares.<br />

Conscientizar-se da importância<br />

da participação nas atividades<br />

promovidas pela escola para o bom<br />

desempenho escolar dos filhos.<br />

Interação com os profissionais<br />

da escola visando a estabelecer<br />

relacionamento cordial e de respeito<br />

mútuo.<br />

Participar do dia da família na<br />

escola para conhecer a proposta de<br />

intervenção da escola e assinar o Termo<br />

de Compromisso com a educação dos<br />

filhos.<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

28 de<br />

junho 2010<br />

39


Nº Ações Objetivos Data<br />

06 Acesso periódico ao Boletim Escolar<br />

Eletrônico.<br />

07 Participação nas reuniões trimestrais<br />

organizadas pela escola para avaliação<br />

dos resultados da Intervenção<br />

Pedagógica Escolar.<br />

Acompanhar o processo escolar dos<br />

filhos por meio do Boletim Escolar<br />

Eletrônico.<br />

Dialogar sobre o desenvolvimento<br />

da intervenção pedagógica ao<br />

longo dos trimestres e discutir novas<br />

possibilidades.<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

Ao final do<br />

trimestre<br />

4 Cronograma de ações estratégicas<br />

Séries Finais do Ensino Fundamental<br />

4.1 Cronograma de ações estratégicas no âmbito da<br />

SEDU Central<br />

Nº Ações Objetivos Data<br />

01 Constituição do GT para a elaboração<br />

do Projeto “Aprendizagem de 5ª a 8ª<br />

séries”.<br />

02 Organização de Encontros Regionais<br />

com Técnicos, Professores de Língua<br />

Portuguesa e Matemática para<br />

Elaboração de Sequências Didáticas.<br />

03 Elaboração do Guia de Orientações/<br />

Intervenção Pedagógica.<br />

04 Organização e realização de reunião<br />

com o GT para avaliação e realização<br />

de ajustes do Guia de Intervenção<br />

Pedagógica.<br />

05 Coordenação e orientação às SRE sobre<br />

a participação dos professores de<br />

Língua Portuguesa nas “Olimpíadas de<br />

Língua Portuguesa”.<br />

Realizar discussão/estudo sobre a<br />

aprendizagem dos alunos de 5ª a 8ª<br />

série.<br />

Orientar e acompanhar professores<br />

de Língua Portuguesa e Matemática<br />

na produção de sequências didáticas<br />

para compor o Guia de Intervenção<br />

Pedagógica.<br />

Subsidiar a elaboração do Guia de<br />

Intervenção Pedagógica da escola.<br />

Avaliar/reestruturar e aprovar o Guia de<br />

Orientações/Intervenção Pedagógica.<br />

Potencializar a prática pedagógica dos<br />

professores de Língua Portuguesa por<br />

meio de metodologias inovadoras,<br />

objetivando melhorar o desempenho<br />

dos estudantes em leitura e escrita.<br />

Agosto<br />

2009<br />

Setembro/<br />

Outubro<br />

2009<br />

Novembro/<br />

Dezembro<br />

2009<br />

Dezembro<br />

2009<br />

Fevereiro/<br />

Novembro<br />

2010<br />

06 Análise dos resultados do PAEBES 2009. Analisar resultados do PAEBES 2009<br />

para compreender os resultados e<br />

orientar a intervenção pedagógica nos<br />

níveis regionais e nas escolas.<br />

Março/<br />

Abril 2010<br />

40


Nº Ações Objetivos Data<br />

07 Participação nos encontros regionais<br />

para professores de Língua Portuguesa<br />

e Matemática sobre orientação,<br />

interpretação dos dados da avaliação e<br />

informações gerais sobre a intervenção<br />

pedagógica, organizados pela GEIA/<br />

CAED.<br />

08 Organização e realização de Encontros<br />

Regionais com professores de Língua<br />

Portuguesa e Matemática e pedagogo<br />

para orientação sobre a Intervenção<br />

Pedagógica.<br />

09 Coordenação do I Ciclo de Encontros<br />

Regionais de orientação sobre<br />

a Intervenção Pedagógica para<br />

professores de Língua Portuguesa e<br />

Matemática e pedagogos.<br />

10 Orientações às escolas sobre o dia da<br />

família na escola para a pactuação<br />

do Compromisso da Família com a<br />

Educação dos estudantes – Projeto<br />

Família Presente (ANEXO 5).<br />

11 Realização de assessoramento<br />

pedagógico nas escolas que obtiveram<br />

resultado abaixo do básico no PAEBES<br />

2009.<br />

12 Coordenação e orientação às SRE sobre<br />

a participação dos professores de<br />

Língua Portuguesa e Matemática nas<br />

oficinas para a utilização do “Jornal na<br />

Escola”: A Tribuna e A Gazeta.<br />

13 Orientação às SRE para realização<br />

do <strong>II</strong> Ciclo de Encontros Regionais<br />

de orientação sobre a Intervenção<br />

Pedagógica para professores de<br />

Língua Portuguesa e Matemática e<br />

pedagogos.<br />

14 Coordenação e orientação às SRE<br />

sobre a participação das escolas nos<br />

“Festivais Regionais de Leitura”.<br />

15 Coordenação do <strong>II</strong>I Ciclo de<br />

Encontros Regionais para avaliação<br />

da Intervenção Pedagógica com<br />

professores das séries iniciais e<br />

pedagogos.<br />

16 Coordenação e orientação às SRE<br />

sobre a participação das escolas nos<br />

“Festivais de Leitura”.<br />

Orientar sobre a interpretação dos<br />

dados do PAEBES 2009 e informar<br />

sobre as ações de intervenção<br />

pedagógica na escola.<br />

Orientar a SRE e escolas sobre a<br />

elaboração do Plano de Intervenção da<br />

Escola.<br />

Compreender a proposta de<br />

Intervenção Pedagógica da Escola e na<br />

Sala de Aula.<br />

Orientar as escolas sobre a organização<br />

do dia da família na escola, no sentido<br />

de envolvê-la no compromisso com a<br />

educação dos estudantes.<br />

Assessorar e acompanhar<br />

pedagogicamente o desenvolvimento<br />

do Plano de Intervenção.<br />

Utilizar o jornal como mais um<br />

recurso pedagógico no sentido de<br />

potencializar a aprendizagem dos<br />

estudantes em Língua Portuguesa e<br />

Matemática.<br />

Acompanhar os resultados de<br />

desempenho dos estudantes no 1º e 2º<br />

trimestres.<br />

Promover o acesso à prática de<br />

leitura e escrita na escola, no sentido<br />

de melhorar o desempenho dos<br />

estudantes.<br />

Avaliar as ações e os resultados<br />

obtidos, visando ao bom desempenho<br />

e ou replanejamento das ações.<br />

Promover o acesso à prática de<br />

leitura e escrita na escola, no sentido<br />

de melhorar o desempenho dos<br />

estudantes.<br />

Abril 2010<br />

Maio 2010<br />

Maio/<br />

Junho<br />

2010<br />

Junho<br />

Junho a<br />

Novembro<br />

2010<br />

Agosto<br />

2010<br />

Setembro<br />

2010<br />

Outubro<br />

2010<br />

Novembro<br />

2010<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

2010<br />

41


4.2 Cronograma de ações no âmbito da SRE<br />

Nº Ações Objetivos Data<br />

01 Sensibilização e mobilização dos<br />

professores de Língua Portuguesa<br />

e Matemática para participação nos<br />

Encontros Regionais para Elaboração<br />

de Sequências Didáticas.<br />

02 Participação do GT em reunião<br />

de avaliação e ajustes do Guia de<br />

Intervenção Pedagógica.<br />

Produzir Sequências Didáticas para<br />

compor o Guia de Intervenção<br />

Pedagógica.<br />

Avaliar/reestruturar e aprovar o Guia de<br />

Orientações/Intervenção Pedagógica.<br />

Setembro/<br />

Outubro<br />

2009<br />

Dezembro<br />

2009<br />

03 Análise dos resultados do PAEBES 2009. Analisar resultados do PAEBES 2009<br />

para compreender os dados e orientar<br />

a intervenção pedagógica nas escolas.<br />

Março/<br />

Abril 010<br />

04 Participação nos encontros regionais<br />

sobre orientação, interpretação dos<br />

dados da avaliação e informações<br />

gerais sobre a intervenção pedagógica,<br />

organizados pela GEIA/CAED para<br />

professores de Língua Portuguesa e<br />

Matemática.<br />

05 Sensibilização e mobilização dos<br />

professores de Língua Portuguesa<br />

e Matemática e pedagogos para<br />

participarem do I Ciclo de Encontros<br />

Regionais de orientação sobre a<br />

Intervenção Pedagógica.<br />

06 Orientações às escolas sobre o dia da<br />

família na escola para a pactuação<br />

do Compromisso da Família com a<br />

Educação dos estudantes – Projeto<br />

Família Presente (ANEXO 5).<br />

07 Realização de assessoramento<br />

pedagógico em todas as escolas<br />

para orientação sobre a organização<br />

e o desenvolvimento do Plano de<br />

Intervenção Pedagógica.<br />

08 Identificação junto às escolas<br />

da necessidade de contratação<br />

de professor DT para reforçar a<br />

aprendizagem de estudantes em<br />

situação abaixo do básico no PAEBES<br />

2009.<br />

09 Sensibilização e mobilização dos<br />

professores de Língua Portuguesa para<br />

participação na “Olimpíada de Língua<br />

Portuguesa”.<br />

Orientar sobre a interpretação dos<br />

dados do PAEBES 2009 e informar<br />

sobre as ações de intervenção<br />

pedagógica na escola.<br />

Viabilizar a participação dos<br />

professores e pedagogos nos<br />

encontros regionais.<br />

Orientar as escolas sobre a organização<br />

do dia da família na escola, visando<br />

a envolvê-la no compromisso com a<br />

educação dos estudantes.<br />

Assessorar e acompanhar<br />

pedagogicamente a elaboração<br />

e o desenvolvimento do Plano de<br />

Intervenção pedagógica.<br />

Contratar professor DT para atender<br />

estudantes com desempenho abaixo<br />

do básico na avaliação PAEBES 2009.<br />

Potencializar a prática pedagógica dos<br />

professores de Língua Portuguesa por<br />

meio de metodologias inovadoras,<br />

objetivando melhorar o desempenho<br />

dos estudantes em leitura e escrita.<br />

Abril 2010<br />

Abril/Maio<br />

2010<br />

Junho<br />

2010<br />

Junho a<br />

Novembro<br />

2010<br />

Junho<br />

2010<br />

Fevereiro/<br />

Novembro<br />

2010<br />

42


Nº Ações Objetivos Data<br />

10 Sensibilização e mobilização das<br />

escolas para participar dos “Festivais de<br />

Leitura”.<br />

11 Sensibilização e mobilização dos<br />

professores de Língua Portuguesa<br />

e Matemática e pedagogos para<br />

participar das oficinas de utilização do<br />

“Jornal na Escola”: A Tribuna e A Gazeta.<br />

12 Realização do <strong>II</strong> Ciclo de Encontros<br />

Regionais de orientação sobre a<br />

Intervenção Pedagógica para professores<br />

de Língua Portuguesa e Matemática e<br />

pedagogos.<br />

13 Sensibilização e mobilização das<br />

escolas para participar dos “Festivais<br />

Regionais de Leitura”.<br />

14 Sensibilização e mobilização dos<br />

professores de Língua Portuguesa<br />

e Matemática e pedagogos para<br />

participarem do <strong>II</strong>I Ciclo de Encontros<br />

Regionais para avaliação do Plano de<br />

Intervenção Pedagógica desenvolvido<br />

na escola.<br />

Promover o acesso à prática de leitura<br />

e escrita na escola para melhorar o<br />

desempenho dos estudantes.<br />

Utilizar o jornal como mais um<br />

recurso pedagógico no sentido de<br />

potencializar a aprendizagem dos<br />

estudantes em Língua Portuguesa e<br />

Matemática.<br />

Acompanhar os resultados de<br />

desempenho dos estudantes no 1º e 2º<br />

trimestres.<br />

Promover o acesso à prática de<br />

leitura e escrita na escola, no sentido<br />

de melhorar o desempenho dos<br />

estudantes.<br />

Avaliar as ações e os resultados obtidos<br />

visando à constatação de seu bom<br />

desempenho e da necessidade de<br />

replanejamento.<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

2010<br />

Agosto<br />

2010<br />

Setembro<br />

2010<br />

Outubro<br />

2010<br />

Novembro<br />

2010<br />

4.3 Cronograma de ações no âmbito da escola<br />

Nº Ações Objetivos Data<br />

01 Participação dos professores de Língua<br />

Portuguesa e Matemática e Pedagogos<br />

nos Encontros Regionais de Elaboração<br />

de sequências didáticas.<br />

02 Análise dos resultados do PAEBES 2009<br />

da escola.<br />

03 Participação dos professores de Língua<br />

Portuguesa e Matemática no encontro<br />

regional de orientação sobre a<br />

interpretação dos dados da avaliação e<br />

informações gerais sobre a intervenção<br />

pedagógica, organizado pela GEIA/<br />

CAED.<br />

04 Participação dos professores de Língua<br />

Portuguesa e Matemática e pedagogos<br />

no 1º Ciclo de Encontros Regionais<br />

de orientação sobre a Intervenção<br />

Pedagógica.<br />

Produzir sequências didáticas para<br />

compor o Guia de Intervenção<br />

Pedagógica.<br />

Analisar resultados do PAEBES 2009<br />

para compreender os dados e planejar<br />

a intervenção pedagógica na escola.<br />

Compreender os dados da avaliação<br />

PAEBES 2009 e obter informações<br />

gerais sobre as ações de intervenção<br />

pedagógica na escola.<br />

Compreender a proposta de<br />

Intervenção Pedagógica da Escola.<br />

Setembro/<br />

Outubro<br />

2009<br />

Abril 2010<br />

Abril 2010<br />

Maio/<br />

Junho<br />

2010<br />

43


Nº Ações Objetivos Data<br />

05 Organização do horário de<br />

planejamento por área de<br />

conhecimento por parte da equipe<br />

pedagógica, em conjunto com os<br />

professores de Língua Portuguesa e<br />

Matemática, visando à organização do<br />

Plano de Intervenção Pedagógica.<br />

06 Identificação de necessidade de<br />

contratação de professor DT para<br />

reforçar a aprendizagem de estudantes<br />

em situação abaixo do básico no<br />

PAEBES 2009.<br />

07 Convocação da família para pactuação<br />

do Compromisso com a Educação dos<br />

estudantes – Projeto Família Presente<br />

(ANEXO 5).<br />

08 Assessoramento/acompanhamento<br />

pedagógico das turmas de 5ª a 8ª<br />

séries sobre o desenvolvimento do<br />

Plano de Intervenção Pedagógica.<br />

09 Participação dos professores de Língua<br />

Portuguesa na “Olimpíada de Língua<br />

Portuguesa”.<br />

10 Participação da escola nos “Festivais de<br />

Leitura”.<br />

11 Participação dos professores de Língua<br />

Portuguesa e Matemática nas oficinas<br />

sobre a utilização do “Jornal na Escola”:<br />

A Tribuna e A Gazeta.<br />

12 Participação de pedagogos e<br />

professores de Língua Portuguesa<br />

no <strong>II</strong> Ciclo de Encontros Regionais<br />

de orientação sobre a Intervenção<br />

Pedagógica.<br />

13 Participação nos “Festivais Regionais de<br />

Leitura”.<br />

14 Participação dos professores de Língua<br />

Portuguesa e Matemática e pedagogos<br />

no <strong>II</strong>I Ciclo de Encontros Regionais para<br />

avaliação do Plano de Intervenção<br />

Pedagógica desenvolvido na escola.<br />

Organizar o Plano de Intervenção<br />

Pedagógica.<br />

Solicitar a contratação de professor<br />

DT para atender estudantes com<br />

desempenho abaixo do básico na<br />

avaliação PAEBES 2009.<br />

Organizar o dia da família na escola, no<br />

sentido de envolvê-la no compromisso<br />

com a educação dos estudantes;<br />

Apresentação do Plano de Intervenção<br />

da Escola à família do estudante.<br />

Assessorar e acompanhar<br />

pedagogicamente o desenvolvimento<br />

do Plano de Intervenção Pedagógica.<br />

Viabilizar a participação dos<br />

professores de Língua Portuguesa<br />

nos encontros da OLP, objetivando<br />

potencializar sua prática pedagógica.<br />

Promover o acesso do estudante e<br />

do professor a práticas de leitura e<br />

escrita na escola, para melhorar o<br />

desempenho dos estudantes.<br />

Viabilizar a participação dos<br />

professores de Língua Portuguesa e<br />

Matemática nas oficinas de utilização<br />

do jornal na sala de aula para<br />

potencializar sua prática pedagógica.<br />

Acompanhar os resultados de<br />

desempenho dos estudantes no 1º e 2º<br />

trimestres.<br />

Promover a participação dos<br />

estudantes e professores no Festival<br />

Regional de leitura, para mobilizá-los<br />

em relação a essa prática.<br />

Avaliar as ações e os resultados obtidos<br />

visando à constatação de seu bom<br />

desempenho e da necessidade de<br />

replanejamento.<br />

Junho<br />

2010<br />

Junho<br />

2010<br />

Junho<br />

2010<br />

Julho a<br />

Novembro<br />

2010<br />

Fevereiro/<br />

Novembro<br />

2010<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

2010<br />

Agosto<br />

2010<br />

Setembro<br />

2010<br />

Outubro<br />

2010<br />

Novembro<br />

2010<br />

44


4.4 Cronograma de ações no âmbito da família –<br />

Família Presente na Educação<br />

Nº Ações Objetivos Data<br />

01 Valorização de estudos dos filhos de<br />

acordo com as orientações da escola.<br />

02 Fortalecimento do diálogo com<br />

os filhos quanto à importância da<br />

pontualidade e da assiduidade, criando<br />

assim um senso de responsabilidade e<br />

compromisso do aluno com a escola.<br />

03 Participação nas ações promovidas<br />

pela escola.<br />

04 Valorização do diálogo e da parceria<br />

com a escola e manutenção de<br />

um relacionamento cordial com os<br />

professores.<br />

05 Pactuação da família com o<br />

Compromisso pela aprendizagem dos<br />

filhos.<br />

06 Acesso periódico ao Boletim Escolar<br />

Eletrônico.<br />

07 Participação nas reuniões trimestrais<br />

organizadas pela escola para avaliação<br />

dos resultados da Intervenção<br />

Pedagógica Escolar.<br />

Incentivar os filhos para a participação<br />

nas atividades escolares desenvolvidas<br />

na sala de aula e para cumprimento<br />

das tarefas de casa.<br />

Dialogar com os filhos sobre valores<br />

fundamentais que garantam seu bom<br />

desempenho nas atividades escolares.<br />

Conscientizar-se da importância<br />

da participação nas atividades<br />

promovidas pela escola para o bom<br />

desempenho escolar dos filhos.<br />

Interagir com os profissionais da<br />

escola, no sentido de estabelecer<br />

relacionamento cordial e de respeito<br />

mútuo.<br />

Participar do dia da família na<br />

escola para conhecer a proposta de<br />

intervenção da escola e assinar o Termo<br />

de Compromisso com a educação dos<br />

filhos.<br />

Acompanhar o processo escolar dos<br />

filhos por meio do Boletim Escolar<br />

Eletrônico.<br />

Dialogar sobre o desenvolvimento<br />

da intervenção pedagógica ao<br />

longo dos trimestres e discutir novas<br />

possibilidades.<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

28 de<br />

junho 2010<br />

Ao longo<br />

do ano<br />

Ao final do<br />

trimestre<br />

45


5 Sequências Didáticas<br />

Entende-se por sequência didática o conjunto de aulas planejadas para ensinar um<br />

determinado conhecimento numa perspectiva dinâmica, contextualizada e interdisciplinar.<br />

Sua duração pode variar de dias a semanas e várias sequências podem ser<br />

trabalhadas durante o ano, de acordo com o planejamento ou com as necessidades<br />

da turma. A sequência didática apresenta desafios cada vez maiores aos estudantes,<br />

permitindo a construção do conhecimento e, principalmente, o desenvolvimento de<br />

competências.<br />

A sequência didática caracteriza-se por um conjunto de atividades que constituem<br />

uma unidade de ensino e propiciam o desenvolvimento e a construção do conhecimento<br />

relativo ao conteúdo e à área relacionada, respeitando as capacidades dos<br />

estudantes, sem, contudo, limitar-se a elas. Para isso, as atividades propostas devem<br />

possibilitar o desenvolvimento das capacidades de ação e das capacidades discursivas<br />

e linguístico-discursivas, por meio de intervenções que o favoreçam.<br />

Ao se elaborar a sequência didática, é necessário que se faça um levantamento prévio<br />

dos conhecimentos dos estudantes a partir da avaliação diagnóstica, para planejar<br />

uma série de aulas com desafios e/ou problemas, atividades diferenciadas, jogos,<br />

uso de diferentes linguagens e gêneros de textos, análise e reflexão. Gradativamente,<br />

deve-se aumentar a complexidade dos desafios e dos textos, permitindo um aprofundamento<br />

do tema proposto.<br />

A sequência didática organizada e planejada permite construir as ferramentas (habilidades/competências)<br />

da pesquisa científica com o estudante. Permite ainda vivências,<br />

visando a atingir os aspectos conceituais, atitudinais e procedimentais propostos,<br />

fundamentais à aprendizagem do estudante e ao desenvolvimento da autonomia<br />

intelectual.<br />

O trabalho com sequências didáticas implica um rico processo de interação em sala<br />

de aula, com a participação e orientação do professor como parceiro experiente e conhecedor<br />

do conteúdo que ensina, criando um campo que favorece a apropriação,<br />

por parte dos estudantes, de um dos instrumentos culturais elaborados historicamente<br />

pelo homem.<br />

Enfim, as estratégias de ensino pressupõem a busca de intervenções no meio escolar<br />

que favoreçam a mudança e promovam uma melhor aprendizagem por parte dos<br />

estudantes, fornecendo-lhes instrumentos necessários para que progridam. Nesse<br />

sentido, as sequências didáticas são instrumentos que podem guiar as intervenções<br />

dos professores.<br />

46


Pensadas sob o enfoque de uma (re)significação da dinâmica da práxis pedagógica,<br />

o desenvolvimento de sequências didáticas prevê, dentro de perspectivas de curto,<br />

médio e longo prazos, uma mudança de postura da escola. Consequentemente, esse<br />

método prevê uma (re)orientação do trabalho escolar, estabelecendo aprendizagens<br />

significativas e relevantes.<br />

Destaque especial deve ser dado ao fortalecimento dos vínculos entre família e escola<br />

pelo compartilhamento da tarefa de educar de modo mais amplo, com o exemplo e o<br />

cultivo de valores sociais e morais pela comunidade escolar e pela comunidade local,<br />

envolvendo a escola e seu entorno. A preocupação majoritária com a eficiência no sistema<br />

de ensino, vista a partir dos indicadores de fluxo, deve conviver com a crescente<br />

atenção à qualidade da educação ofertada, assim como a equidade de oportunidades<br />

promovida pela educação formal. Conciliar eficiência e qualidade, entretanto, é ainda<br />

um desafio, uma vez que muitos fatores concorrem para o resultado.<br />

Segundo Zabala (1998), “a sequência considera a importância das intenções educacionais<br />

na definição dos conteúdos de aprendizagem e o papel das atividades que<br />

são propostas. Alguns critérios para análise das sequências reportam que os conteúdos<br />

de aprendizagem agem explicitando as intenções educativas, podendo abranger<br />

as dimensões: conceituais, procedimentais e atitudinais”:<br />

a) conceituais – englobam fatos, conceitos, princípios (“O que se deve saber”);<br />

b) procedimentais – dizem respeito a técnicas e métodos (“O que se deve saber<br />

fazer”);<br />

c) atitudinais – abrangem valores, atitudes, normas (“Como se deve ser”).<br />

Com base nessas afirmações, a SEDU propõe maneiras de integrar e articular as<br />

diferentes atividades ao longo da ação educativa, a exemplo das sequências didáticas<br />

propostas no Guia para Intervenção Pedagógica no Ensino Fundamental.<br />

5.1 Sequências didáticas de Anos Iniciais<br />

do Ensino Fundamental<br />

Sequência Didática I<br />

Competências:<br />

Ampliar a competência comunicativa do aluno;<br />

Utilizar diferentes linguagens e tipologias textuais; e<br />

Conviver, crítica e ludicamente, com situações de produção de textos, atualizados em<br />

diferentes suportes e sistemas de linguagem – escrita, oral, imagética, entre outras.<br />

47


Habilidades:<br />

Ler e reconhecer textos variados e de diferentes gêneros;<br />

Produzir textos de vários gêneros, obedecendo às estruturas e aos mecanismos<br />

de articulação da língua;<br />

Reescrever textos lidos e ouvidos, identificando os diferentes tipos de letra;<br />

Expressar-se oralmente com clareza e objetividade; e<br />

Emitir opinião e fazer comentários pessoais.<br />

Conteúdos:<br />

Leitura em diversos gêneros textuais, atribuindo-lhes significação e reconhecendo<br />

a intencionalidade e o processo de interlocução;<br />

Produção de diversos gêneros textuais;<br />

Atividades reflexivas de produção textual – reescrita e autocorreção de texto;<br />

Estrutura e articulação do texto – segmentação das palavras no texto, letras maiúsculas<br />

e minúsculas; e<br />

Pontuação, paragrafação, margem e separação de palavras no texto.<br />

Pontos de contato: Matemática, Educação Física e Arte<br />

Tempo de duração: 6 aulas<br />

Conversando sobre:<br />

O que são parlendas?<br />

As parlendas são versinhos com temática infantil recitadas em brincadeiras de<br />

crianças. Possuem uma rima fácil e, por isso, são populares entre as crianças. Muitas<br />

parlendas são antigas e algumas delas foram criadas há décadas. Elas fazem<br />

parte do folclore brasileiro, pois representam uma importante tradição cultural<br />

do nosso povo.<br />

1ª AULA<br />

RODA <strong>DE</strong> CONVERSA<br />

Atividades de leitura<br />

Faça um cartaz da parlenda “A galinha do vizinho” e afixe na sala. Realize a leitura da<br />

parlenda.<br />

48


A galinha do vizinho<br />

A galinha do vizinho<br />

Bota ovo amarelinho.<br />

Bota um,<br />

Bota dois,<br />

Bota três,<br />

Bota quatro,<br />

Bota cinco,<br />

Bota seis,<br />

Bota sete,<br />

Bota oito,<br />

Bota nove,<br />

Bota dez.<br />

Questionamentos orais, feitos pelo professor, sobre a parlenda:<br />

Qual o nome da parlenda?<br />

Qual a cor do ovo da galinha?<br />

Quais os números que aparecem no texto?<br />

Leitura coletiva com o acompanhamento do aluno.<br />

Entregue aos alunos folhas xerocadas da parlenda “A galinha do vizinho” e peça para<br />

que façam uma leitura silenciosa.<br />

Peça aos estudantes para:<br />

pintar os espaços em branco entre as palavras;<br />

contar o número de palavras que formam cada frase (linha) da parlenda, registrando,<br />

na frente de cada linha, o numeral; e<br />

destacar palavras do texto e contar as sílabas, marcando ao lado o numeral correspondente.<br />

49


Atividade integrada à disciplina de Educação Física<br />

1) Ensaie com os alunos uma coreografia da parlenda com professor(a) de Educação<br />

Física.<br />

2) Realize a brincadeira “A galinha do vizinho”:<br />

• As crianças formam uma grande roda e se dão as mãos.<br />

• Depois correm em círculo cantando:<br />

A galinha do vizinho.<br />

Bota ovo amarelinho.<br />

Bota um,<br />

Bota dois,<br />

Bota três,<br />

Bota quatro,<br />

Bota cinco,<br />

Bota seis,<br />

Bota sete,<br />

Bota oito,<br />

Bota nove,<br />

Bota dez.<br />

• Nesse momento todos devem agachar-se.<br />

• Quem ficar por último é ovo gorado, que vai para o meio da roda e tem de<br />

ficar agachado enquanto os outros continuam a cantiga. E assim a brincadeira<br />

prossegue.<br />

2ª AULA<br />

Atividade integrada à disciplina de Arte<br />

Fazer a dobradura da galinha.<br />

Enrolar bolinhas de papel crepom.<br />

Contar as bolinhas e colar a quantidade ao numeral.<br />

50


Atividade coletiva<br />

Confeccionar o cartaz abaixo, colando tampinhas de garrafa para representar os numerais,<br />

relacionando números com quantidades.<br />

Peça aos estudantes para que façam esse mesmo registro no caderno, representando<br />

as quantidades com colagens.<br />

Para refletir:<br />

É importante utilizar parlendas em atividades variadas de leitura, expressão oral<br />

e escrita por ser um texto de fácil domínio oral, com palavras agrupadas com ritmo<br />

e sonoridade, possibilitando assim a integração da língua com brincadeiras, a<br />

aquisição de habilidades de leitura e a ampliação do volume de escrita.<br />

3ª AULA<br />

Entregue aos alunos o texto fatiado da parlenda “A galinha do vizinho”.<br />

Solicite a eles que colem o texto entregue em uma folha e contem quantas palavras<br />

existem em cada frase, grafando o número correspondente ao lado de cada uma<br />

delas.<br />

Trabalhe com o alfabeto móvel, montando, na carteira, as palavras fatiadas que foram<br />

entregue aos alunos.<br />

Peça a elas para escreverem as palavras e responderem às perguntas:<br />

Quantas letras tem a palavra?<br />

Quantas vogais?<br />

Quantas consoantes?<br />

51


Produção de texto<br />

Separe os alunos em dupla e solicite que criem uma história com a<br />

personagem do desenho.<br />

Troque os textos entre as duplas e solicite que façam a leitura e o<br />

reescrevam buscando melhorá-lo, fazendo as correções que julgarem<br />

necessárias.<br />

Selecione o texto de uma das duplas, registre no quadro e coordene<br />

uma revisão coletiva.<br />

Exponha o texto no mural da sala.<br />

Atividade de casa<br />

Peça que os alunos perguntem à família sobre as parlendas que conhecem e anotem<br />

no caderno.<br />

4ª AULA<br />

RODA <strong>DE</strong> CONVERSA<br />

Socializar a pesquisa sobre parlenda feita em casa.<br />

Liste as parlendas citadas pelos estudantes. Eleja, com a turma, uma das parlendas e<br />

a escreva no quadro para recitá-la com os alunos.<br />

Realize um jogral com a parlenda selecionada.<br />

Atividade de Matemática<br />

1) Elabore, junto com os alunos, situações-problema envolvendo adição e subtração<br />

e que tenham palavras do texto (galinha, ovos, etc).<br />

2) Bingo de numerais<br />

Material necessário: cartolinas numeradas semelhantes às cartelas de bingo, marcadores<br />

(grãos de feijão, tampinhas, etc) e giz.<br />

52


Objetivo:<br />

Este jogo, além de auxiliar a memorização, atenção e raciocínio, desperta o gosto<br />

pela matemática de maneira lúdica.<br />

Procedimento:<br />

O educador deverá entregar para cada aluno uma cartela contendo vários números<br />

e alguns marcadores;<br />

No quadro, o educador escreverá operações elaboradas a partir de situações-problema<br />

envolvendo a parlenda “A galinha do vizinho”, por exemplo: 7+4, 3x5; 8-2;<br />

Os alunos deverão procurar em suas cartelas os resultados das operações. Caso<br />

encontrem, deverão marcar os números;<br />

Diversas operações serão escritas pelo educador, até que algum aluno complete<br />

a cartela;<br />

O vencedor será aquele que, ao completar a cartela, gritar BINGO.<br />

5ª AULA<br />

Atividade de leitura<br />

Exponha o cartaz da música “A galinha magricela”.<br />

A Galinha Magricela<br />

Eu conheço uma galinha<br />

A galinha da vizinha<br />

Avezinha magricela e depenada<br />

Quem tem pena da galinha<br />

Avezinha depenada<br />

A galinha magricela da vizinha?<br />

Bota ovos pela sala<br />

No banheiro e na cozinha<br />

Ela bota, bota, bota<br />

Sem parar<br />

A galinha magricela<br />

Bota ovos sem parar<br />

A galinha magricela<br />

É magrela de botar<br />

A galinha magricela<br />

E bota um e bota dois e bota três<br />

A galinha magricela<br />

Vira cambota e bota quatro de uma vez<br />

A galinha magricela<br />

E bota dez e bota cem e bota mil<br />

A galinha magricela<br />

Bota ovo bota banca<br />

De mais bela do Brasil.<br />

53


Explore o texto:<br />

Leia a letra da música para os alunos;<br />

Cante a música “A galinha magricela”;<br />

Solicite aos alunos que façam a leitura;<br />

Ensaie com os alunos uma coreografia com a letra da música.<br />

Entregue uma cópia da música para cada aluno:<br />

Peça para que circulem no texto palavras desconhecidas;<br />

Solicite que copiem no caderno as palavras desconhecidas, com o seu significado<br />

(trabalhar com os alunos o uso do dicionário);<br />

Entregue aos alunos o texto em tiras (frases) e peça para que montem o texto, em<br />

duplas.<br />

Atividade em duplas<br />

Vamos escrever uma história para a ilustração acima?<br />

Após a conclusão dos trabalhos:<br />

Solicite que cada dupla leia seu texto para o colega;<br />

Revise coletivamente os textos;<br />

Reescreva o texto;<br />

Exponha os textos revisados.<br />

... é importante:<br />

Propiciar aos alunos o convívio diverso e intenso com situações de leitura e escrita,<br />

a fim de facilitar o processo de alfabetização.<br />

Revise as atividades coletivamente, com a participação ativa dos alunos, porque<br />

o conhecimento e o domínio da linguagem oral e escrita se dão junto com a<br />

representação e reflexão sobre a realidade (leitura e escrita de textos) e, dessa<br />

forma, possibilita-se a conscientização de seus “erros” (hipóteses).<br />

54


6ª AULA<br />

RODA <strong>DE</strong> CONVERSA<br />

Perguntar aos estudantes:<br />

Vocês se recordam o que é uma parlenda?<br />

Quais parlendas conhecem?<br />

Registre no quadro o título das parlendas ditadas pelos alunos.<br />

Proceda a leitura da lista de parlendas junto com os alunos.<br />

Atividade de leitura<br />

Apresente, em um cartaz, a parlenda do jacaré.<br />

Jacaré foi ao mercado<br />

não sabia o que comprar<br />

comprou uma cadeirinha<br />

para comadre se sentar<br />

A comadre se sentou<br />

A cadeira esborrachou<br />

Jacaré chorou, chorou<br />

O dinheiro que gastou<br />

Realize a leitura para os alunos, com ritmo e entonação.<br />

Realize a leitura compartilhada (professor e aluno).<br />

Solicite que os alunos façam a leitura silenciosa do texto.<br />

Peça aos alunos para anotarem no caderno as palavras que rimam (consciência fonológica).<br />

Organize situações didáticas de escrita coletiva das parlendas conhecidas.<br />

55


Sequência Didática <strong>II</strong><br />

Competências:<br />

Ampliar a competência comunicativa do aluno;<br />

Utilizar diferentes linguagens e diferentes tipologias textuais;<br />

Aproveitar os conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas<br />

de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e<br />

considerando sua diversidade sociocultural.<br />

Habilidades:<br />

Reconhecer a diversidade de gêneros textuais que circulam na sociedade;<br />

Comparar diferentes gêneros textuais, apontando suas características;<br />

Usar adequadamente a linguagem oral em seu cotidiano;<br />

Conhecer a biodiversidade de sua cidade e seu Estado para aprender a preservá-la.<br />

Conteúdos:<br />

Textos de gêneros diversos;<br />

Leitura e interpretação de texto;<br />

Produção de texto individual e coletiva, operando com os conhecimentos sobre a<br />

língua;<br />

Textos extraverbais (música, fotografia, pintura, escultura e outros);<br />

Exercícios práticos de situação de uso da língua, que demonstrem uma postura<br />

cidadã crítica e reflexiva.<br />

Pontos de contato: Geografia, Ciências e Arte.<br />

Tempo de duração: 7 aulas<br />

Para refletir:<br />

Quando se pretende que o aluno construa conhecimento, a questão não é apenas<br />

qual informação deve ser oferecida, mas, principalmente, que tipo de tratamento<br />

deve ser dado à informação que se oferece. A questão é, então, de natureza didática.<br />

Nesse sentido, a intervenção pedagógica do professor tem valor decisivo<br />

no processo de aprendizagem e, por isso, é preciso avaliar sistematicamente se<br />

ela está adequada e se está contribuindo para as aprendizagens que se espera<br />

alcançar.<br />

56


1ª AULA<br />

Forme equipes de quatro a cinco alunos. Distribua a cada uma delas uma cartolina na<br />

qual terão que desenhar ou escrever o que sabem a respeito do tema “Aquecimento<br />

global”.<br />

Estipule um tempo para que realizem o levantamento do conhecimento prévio. É<br />

preciso definir o que os estudantes já sabem e o que precisam saber.<br />

Em seguida, abra as descobertas dentro do grupo classe. Esse momento de discussão<br />

permite que os alunos partilhem seus conhecimentos entre si e com o professor,<br />

gerando mudanças de atitude em relação ao tema.<br />

Leitura da reportagem “O planeta tem pressa”, da Revista Veja de maio de 2008.<br />

O planeta tem pressa<br />

Até mesmo os mais incrédulos já concordam: a temperatura da Terra está subindo<br />

e a maior parte do problema é provocada por ações do homem, como<br />

a queima de combustíveis fósseis. Ainda persistem divergências acerca do tamanho<br />

do impacto sobre a vida humana. O conjunto demonstra que é preciso<br />

agir agora.<br />

O acúmulo de gases começou com o advento da Revolução Industrial, no século<br />

XV<strong>II</strong>I. O aquecimento é diretamente proporcional à atividade industrial.<br />

Portanto, quanto mais intensa ela for, mais dióxido de carbono (CO2), metano<br />

e óxido nitroso (N2O) serão lançados na atmosfera. Os problemas começaram<br />

a se manifestar agora porque esses gases tendem a se acumular.<br />

A mais grave consequência para o Brasil seria a mudança de vegetação em<br />

metade da Amazônia, que se tornaria uma espécie de savana ou cerrado já<br />

a partir de 2050. Isso porque a temperatura na região subiria pelo menos 3<br />

graus. Com a temperatura média do país, que hoje é de 25 graus, passando aos<br />

29 graus, milhares de famílias teriam de deixar o sertão nordestino em busca<br />

de regiões de clima mais ameno. O nível do mar também subiria nas cidades<br />

litorâneas, como Recife e Rio de Janeiro.<br />

As chuvas seriam muito mais intensas, e isso afetaria todas as regiões. Esperase<br />

que haja um maior número de noites quentes e ondas de calor, mas também<br />

invernos mais rigorosos. A temperatura variaria em extremos. Se for mantido o<br />

atual ritmo de emissões – e levando-se em conta as projeções de crescimento<br />

econômico, populacional etc. –, haverá elevação do nível do mar, redução de<br />

florestas, enchentes nas regiões mais úmidas, secas mais severas nas regiões<br />

de clima árido e semiárido.<br />

57


Discussão baseada no texto sobre aquecimento global e suas consequências.<br />

Atividade em grupo<br />

Promover fontes de pesquisa (sites, revistas, livros, reportagens, etc) para que cada<br />

grupo possa aprofundar e se atualizar frente aos problemas ambientais.<br />

Propor que os estudantes coletem, selecionem e organizem os dados obtidos na<br />

pesquisa.<br />

Atividade de casa<br />

Pesquisar, junto com a família, reportagens sobre o tema estudado em sala de aula.<br />

Trazer recortes de gravuras que mostrem impactos ambientais causados pela ação<br />

humana.<br />

2ª AULA<br />

RODA <strong>DE</strong> CONVERSA<br />

Questionar:<br />

Encontraram com facilidade o material da pesquisa?<br />

Tiveram apoio da família?<br />

Quais os conhecimentos adquiridos com a pesquisa?<br />

Socialize as pesquisas e as gravuras trazidas pelas estudantes.<br />

Produção de texto<br />

Divida a turma em duplas e proponha a produção de um texto baseado nas pesquisas,<br />

discussões e leitura da reportagem “O planeta tem pressa”.<br />

Ilustrar a produção de texto com as gravuras que os estudantes trouxeram de casa.<br />

Proponha a leitura do texto elaborado para a turma (solicite que 5 duplas façam a<br />

apresentação).<br />

Produção de texto coletivo<br />

Elaborar um texto coletivo sobre o tema a partir das produções das duplas. Confeccionar<br />

um cartaz com o texto coletivo e ilustrações dos estudantes para montagem<br />

do mural da escola.<br />

58


3ª AULA<br />

RODA <strong>DE</strong> CONVERSA<br />

Apresentar o cordel “A terra está esquentando e a culpa é do homem”, de Walter<br />

Medeiros.<br />

Aprofundamento sobre o gênero textual.<br />

Literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois<br />

impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para<br />

venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome, que<br />

vem lá de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes.<br />

No Nordeste do Brasil, herdamos o nome (embora o povo chame esta manifestação<br />

de folheto), mas a tradição do barbante não perpetuou. Ou seja, o<br />

folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes.<br />

São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras,<br />

o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são<br />

as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas,<br />

recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada,<br />

acompanhados de viola, como também fazem leituras<br />

ou declamações muito empolgadas e animadas para<br />

conquistar os possíveis compradores.<br />

Atividade no Laboratório de Informática<br />

Dividir a turma em duplas e propor:<br />

Pesquisa sobre o que é literatura de cordel;.<br />

Pesquisa de alguns títulos de literatura de cordel.<br />

Socializar as pesquisas realizadas no Laboratório de Informática.<br />

Leitura do poema de Cordel de Walter Medeiros.<br />

59


A terra está esquentando e a culpa é do homem<br />

Falam em mais um, porém<br />

Sobre as camadas polares<br />

Que perderão seus lugares<br />

Pois esquentarão também;<br />

Derreterão sob olhares<br />

Dos filhos que aqui deixares<br />

E a quem queres muito bem.<br />

Vai ter coisa até nos mares<br />

Que já têm seus perímetros<br />

Cinquenta e oito centímetros<br />

Já te mandam calculares<br />

Usarão até multímetros<br />

Pois a tensão dos voltímetros<br />

Será medida nos ares.<br />

Mais de dois mil cientistas<br />

Assinam o relatório<br />

Não é um dado simplório<br />

É de encher as revistas<br />

Apesar do falatório<br />

De um ianque inglório<br />

Prá quem tudo é terrorista.<br />

Nada ali é irrisório<br />

Pois as secas e tufões<br />

Terão mais situações<br />

Sem nada de ilusório;<br />

Diversas populações<br />

Terão suas aflições<br />

Afetando até cartório.<br />

O aquecimento global<br />

Não é nada por engano<br />

É culpa do ser humano<br />

Que destruiu manguezal;<br />

Desse jeito, ano a ano<br />

Algo pior que profano<br />

Fez assim o maior mal<br />

Já faz quase doze anos<br />

Que se falou em Kyoto<br />

Não era coisa de boto<br />

Mas sobre erros humanos<br />

Gases, fumaça, esgoto,<br />

Não é coisa de garoto<br />

Mas faltam americanos.<br />

O tal do efeito estufa<br />

Cujo estrago já se viu<br />

Teve ilha que sumiu<br />

Onde tambor não mais rufa;<br />

Geleira também caiu<br />

E muita gente sentiu<br />

Quem escapou disse “ufa!”.<br />

Muita coisa nesta vida<br />

Já conseguiu me chocar<br />

Me fez rir e fez chorar<br />

E continuei na lida;<br />

Mas agora vou narrar<br />

O pior fato que há<br />

Na nossa terra querida.<br />

Não é de se apavorar<br />

Mas é bem preocupante<br />

Pois um problema gigante<br />

Acabam de anunciar;<br />

É dose prá elefante<br />

Pois deu no alto-falante<br />

Que a terra vai esquentar.<br />

Não se trata de rompante<br />

Pois quem disse foi a ONU<br />

Nem se deve perder sono<br />

Ou ver algo delirante;<br />

Se a terra não tem dono,<br />

Dióxido de carbono<br />

É pior que meliante.<br />

Falam também no metano<br />

E no óxido nitroso<br />

Um efeito horroroso<br />

Para o habitat humano;<br />

O calor calamitoso<br />

Que já é muito danoso<br />

Aumenta a cada ano.<br />

60


Não é conto de trancoso<br />

Mas é de bem e de mal<br />

Catástrofe ambiental<br />

É bom ficar bem cioso;<br />

Rádio, tv e jornal<br />

Divulgaram tudo igual<br />

Sem ter mais vez prá dengoso.<br />

E olhe que é parcial<br />

Essa conclusão enfática<br />

Sobre mudança climática<br />

Deveras fenomenal;<br />

Parece coisa galática<br />

Mas tem uma matemática<br />

Ruim prá planta e animal.<br />

Explicando a problemática<br />

Dizem que em dois mil e cem<br />

Ninguém viverá tão bem<br />

Já dá prá pensar na prática;<br />

Esse tempo que se tem<br />

Terá quatro graus além<br />

Numa era sorumbática.<br />

O relatório saiu<br />

Algo precisa mudar<br />

Para da terra cuidar<br />

Começar pelo Brasil<br />

Bastava não desmatar<br />

Para muito ajudar<br />

Já seria nota mil.<br />

Quando quiser viajar<br />

Evite ir de avião<br />

Pois em qualquer estação<br />

Ele vai gás espalhar;<br />

Andar de carro, então,<br />

Se não tiver solução,<br />

Motor sempre revisar.<br />

Dessa forma, cidadão,<br />

A mudança começou<br />

Nosso clima esquentou<br />

Temos um novo padrão<br />

Tempestades de horror<br />

Muita gente já pegou<br />

E pode ter mais, então.<br />

A ciência observou<br />

Que essa variação<br />

Teve a participação<br />

Do homem que relegou<br />

Por causa de ambição<br />

Destrói da terra o pulmão<br />

Que Deus um dia criou.<br />

Não é qualquer impressão<br />

Capaz de gerar enganos<br />

Pesquisaram em mil anos<br />

Região por região<br />

Então daqui a cem anos<br />

Caso sejam mais insanos<br />

Não sei como será não.<br />

A ONU tem grande plano<br />

Para enfrentar o problema<br />

Estuda um grande esquema<br />

Até o fim deste ano<br />

Uma coisa prá cinema<br />

Que pode levar o lema<br />

De salvar o ser humano.<br />

Pensando nesse sistema<br />

Vamos raciocinar<br />

Como essa terra será<br />

Na praia de Ipanema<br />

Quarenta graus ao luar<br />

Mais quatro graus aumentar<br />

Aí vai ser um problema.<br />

Acho que vou terminar<br />

Deixo a bola com você<br />

Para não enlouquecer<br />

Vou parar de matutar;<br />

Para quem conseguiu ler<br />

Quero apenas dizer<br />

Que só quem viver verá.<br />

Reflexão e ilustração do poema.<br />

61


4ª AULA<br />

Produção de texto em grupo<br />

Criar um poema de cordel que alerte sobre as questões ambientais abordadas.<br />

Atividade integrada à disciplina de Arte<br />

Produzir a capa do poema de cordel elaborado pelos estudantes na técnica de xilogravura.<br />

Exposição dos poemas produzidos pelos estudantes no varal imitando cordel.<br />

Selecionar, com os alunos, um poema de cordel elaborado pela turma e transformálo<br />

em rap.<br />

5ª AULA<br />

Apresentação de cartaz com o poema “Aquecimento Global (Dia da natureza)”, de<br />

Maria Alice Ferreira da Silva, que mostra como o assunto é anunciado e denunciado<br />

em versos.<br />

Aquecimento Global<br />

Promovendo o reflorestamento<br />

Contribui-se para amenizar<br />

O efeito-estufa na Terra<br />

Que tanto pode nos prejudicar.<br />

O degelo nas calotas polares<br />

Já é uma evidência<br />

Se você ouve os noticiários<br />

Veja bem as conseqüências.<br />

Se o nível do mar subir<br />

E muitas ilhas ficarem submersas,<br />

Muitas áreas ficarão sem água doce<br />

E quem sobreviverá nessa?<br />

Não nos apressemos<br />

Para a destruição<br />

A Terra também sente<br />

Esse mal no coração.<br />

Você que é humano<br />

E gosta de viver<br />

Preserve esse planeta<br />

Para poder crescer.<br />

O planeta Terra<br />

É lindo e é legal<br />

Mas temos um problema<br />

O aquecimento global.<br />

Se o planeta esquenta<br />

Prejudica a criação<br />

A natureza tão bela<br />

Em forma de canção.<br />

A vida humana<br />

E o ecossistema<br />

São prejudicados<br />

Por causa desse dilema.<br />

Não podemos esquecer<br />

Que é preciso diminuir<br />

A queima de combustíveis fósseis<br />

E a emissão de gás carbônico reduzir.<br />

Muitos países, então,<br />

Devem proteger suas florestas<br />

Evitando as queimadas<br />

Enquanto esse tempo nos resta.<br />

62


Leitura, reflexão e discussão.<br />

Leitura do poema em forma de jogral.<br />

Estabelecer um paralelo entre o poema de cordel “A terra está esquentando e a culpa<br />

é do homem” de Walter Medeiros e o poema “Aquecimento Global”, de Maria Alice<br />

Ferreira da Silva:<br />

Quais as semelhanças e diferenças entre os poemas quanto ao tema estudado?<br />

Quais as características em relação à estrutura dos textos?<br />

Em nossa comunidade, observamos os problemas abordados nos textos?<br />

Entrevista com técnico da EMCAPER ou IDAF sobre o tema estudado em relação à<br />

comunidade local.<br />

Elaborar as perguntas com os estudantes para o dia da entrevista.<br />

Junto com a turma, elabore o convite a ser enviado ao profissional que será entrevistado.<br />

6ª AULA<br />

RODA <strong>DE</strong> CONVERSA<br />

Preparar a turma para a realização da entrevista:<br />

Distribua as perguntas entre os alunos;<br />

Selecione um estudante para registrar as respostas;<br />

Indique um estudante para realizar o agradecimento em nome da turma.<br />

Produção de texto coletivo<br />

Elaborar um texto coletivo e confeccionar um cartaz a partir da contribuição individual<br />

dos estudantes e dos registros da entrevista, com o tema: “Esta é a terra que eu<br />

quero, porém preciso fazer a minha parte”.<br />

63


7ª AULA<br />

Atividade individual<br />

Leitura Imagética: criar slogans com outras leituras sugeridas pela imagem.<br />

Apresentação dos slogans e exposição dos trabalhos na escola.<br />

Atividade integrada à disciplina de Arte<br />

Confecção de maquete mostrando os desequilíbrios ambientais da comunidade em<br />

que vive.<br />

Para refletir:<br />

O trabalho com a leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes<br />

e, consequentemente, a formação de escritores, pois a possibilidade de<br />

produzir textos eficazes tem sua origem na prática de leitura, espaço de construção<br />

da intertextualidade e fonte de referências modelizadoras.<br />

A leitura, por um lado, fornece a matéria-prima para a escrita – o que escrever<br />

– e, por outro, contribui para a constituição de modelos – como escrever É um<br />

processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado<br />

do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto,<br />

sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do<br />

portador, do sistema de escrita etc.<br />

64


5.2 Sequências didáticas de Anos Finais do Ensino<br />

Fundamental – Língua Portuguesa e Matemática<br />

Sequência Didática <strong>II</strong>I<br />

Área: Ciências da Natureza<br />

Disciplina: Matemática<br />

Ponto de Contato: História<br />

Série: 5ª série/6º ano do Ensino Fundamental<br />

Competências:<br />

Compreender o conceito de comprimento, massa e desenvolver aptidão para utilizar<br />

conhecimento sobre esses conceitos na resolução de problemas no cotidiano;<br />

Visualizar, reconhecer, analisar e estabelecer relações entre as figuras geométricas.<br />

Habilidades:<br />

Estimar medidas de diversas grandezas utilizando unidades convencionais ou não;<br />

Resolver problemas envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas desenhadas<br />

em malhas quadriculadas;<br />

Resolver problemas, envolvendo o cálculo ou estimativa de área de figuras planas<br />

desenhadas em malhas quadriculadas;<br />

Explorar diferentes unidades de medida e instrumentos de uso social para medir<br />

comprimento;<br />

Resolver problemas que envolvem a determinação de medidas usando o centímetro<br />

e o metro como unidade;<br />

Conhecer instrumentos de medição e unidades de medida e as diversas relações<br />

entre elas.<br />

Conteúdos:<br />

Cálculo de área de figuras planas;<br />

Perímetro;<br />

Noções de volume;<br />

Medição e comparação de medidas de comprimento, utilizando unidades de medida<br />

não convencionais (passos, palmos, etc) e convencionais (centímetro, metro,<br />

quilômetro), com diferentes instrumentos (régua, fita métrica, etc);<br />

Estimativa de medidas de comprimento.<br />

Tempo de Duração: 5 Aulas<br />

65


1ª AULA<br />

A humanidade inventou várias maneiras de fazer medições, como as citadas nesse<br />

quadro. Só no século XV<strong>II</strong>I, o sistema métrico decimal começou a ser elaborado. Até<br />

então se usava, na França, o pé-de-rei. Com a queda da monarquia naquele país, a<br />

Academia de Ciências de Paris sugeriu adotar uma referência invariável: a décima<br />

milionésima parte do comprimento de um quarto do meridiano terrestre. Depois<br />

de sete anos de estudos para conhecer a distância entre os pólos, o novo padrão<br />

recebeu o nome de sistema métrico decimal (do latim metru, medida). Utilizando<br />

correspondências físicas com outras grandezas, foram definidos o litro e o quilograma.<br />

Os territórios dominados pela Inglaterra, inimiga política da França, continuaram<br />

a usar pés, polegadas e libras, sistema baseado em medidas do corpo que não têm<br />

equivalência com o métrico decimal.<br />

O corpo como medida<br />

Quando deixou de ser nômade, o homem sentiu necessidade<br />

de medir o tamanho de suas terras e construções.<br />

As primeiras formas de quantificar as grandezas<br />

apareceram no Egito, com base no tamanho de<br />

pés, palmos, polegadas e na distância entre a ponta do<br />

nariz e a extremidade do dedo médio (o côvado). Elas<br />

foram adotadas por gregos e romanos.<br />

Ilustração: Carlo Giovani<br />

Vale quanto pesa<br />

As primeiras balanças surgiram no Egito para quantificar<br />

o peso de metais preciosos. Nos mais diferentes<br />

cantos do mundo, porém, as unidades de medida de<br />

massa não foram incorporadas ao dia a dia, pois era<br />

mais útil determinar o volume para resolver situações<br />

cotidianas: na compra de alimentos, por exemplo, ninguém<br />

falava em gramas, mas em cuias.<br />

Especialista em passos<br />

No século 4 a.C., o imperador Alexandre Magno criou uma profissão em seus domínios:<br />

o bematistai. Esse funcionário público media distâncias em passos. Cada mil<br />

deles equivaliam a 1 milha, unidade que se consagrou na medição de comprimentos<br />

e até hoje é utilizada nos países que tiveram influência da cultura anglo-saxã.<br />

Padrão sagrado<br />

Na Idade Média, as unidades de medida continuavam imprecisas e os instrumentos<br />

aferidores, raros. Nessa época, um hábito tornou-se comum na Europa: esculpir na<br />

66


parede externa de igrejas e castelos, em baixo-relevo, a<br />

medida de um côvado. O padrão ficava disponível para<br />

consulta e era acima de qualquer suspeita, já que assumia<br />

um caráter sacrossanto.<br />

Grão do sapato<br />

Em 1305, o rei Eduardo I, da Inglaterra, determinou<br />

que 1 polegada seria igual a três grãos secos de cevada<br />

dispostos lado a lado em seu comprimento máximo.<br />

A ideia não vingou, mas essa medida foi adotada para<br />

determinar a numeração de calçados: um sapato de<br />

tamanho 37, originalmente, equivalia a 37 grãos secos<br />

alinhados.<br />

2ª AULA<br />

Filme: Donald no país da Matemática<br />

Só de falar em Matemática algumas pessoas<br />

têm calafrios, mas, se um pato pode<br />

aprender, por que nós não podemos?<br />

É isso mesmo! O pato mais famoso do<br />

mundo tem uma aula muito divertida e<br />

aprende que a Matemática está em todos<br />

os momentos de nossa vida, começando<br />

pela música, passando pela arquitetura e<br />

até mesmo por nosso corpo. Neste desenho<br />

de 1959, podemos ver a importância<br />

desta ciência sem ter arrepios.<br />

Assista a história da Matemática pela ótica<br />

do pato (ótica, aliás, tem matemática! he he<br />

he he).<br />

Postado por: Câmera Educação Matemática<br />

– 05/09/2009<br />

67


3ª AULA<br />

Comente sobre como a matemática está presente em nosso cotidiano e peça aos<br />

alunos para que descrevam através de desenhos, palavras ou mímicas, situações retratadas<br />

no filme.<br />

Geometria na Natureza<br />

Haverá alguma relação entre a Geometria e a Natureza? Qual a sua opinião?<br />

Nas imagens acima, por exemplo, o que você vê?<br />

Que ligação elas têm com a geometria?<br />

A existência de uma Natureza geométrica não passou despercebida aos sábios da<br />

Antiguidade. Pitágoras (filosofo da Grécia Antiga) fez estudos sobre o assunto e, ao<br />

referir-se a esse fenômeno, dizia: “Todas as coisas são números”.<br />

Frases célebres numa conversa de filósofos:<br />

Platão: “– Por toda a parte existe geometria.”<br />

Euler concordou, dizendo:”– Mas é preciso olhos para vê-la.”<br />

Lagrange afirmou: “– E inteligência para compreendê-la.”<br />

Malba Tahan completou: “– E alma de artista para admirá-la.”<br />

68


Comente essas frases:<br />

Que forma geométrica sugerem cada figura acima?<br />

Caminhando pelas ruas<br />

Haverá alguma relação entre estas fotos e as anteriores?<br />

As fotos acima têm alguma coisa em comum com os elementos naturais presentes<br />

nas anteriores? Qual?<br />

Que formas podemos ver nas calçadas?<br />

A geometria faz parte do nosso dia a dia?<br />

No caminho de casa à escola, você encontra formas geométricas?<br />

Quais e onde se encontram?<br />

Leve para a aula uma foto ou um desenho de uma forma geométrica que encontrar<br />

no caminho de casa à escola.<br />

Uma possível resposta:<br />

A geometria faz parte do nosso dia a dia, mas não reparamos porque utilizamos as<br />

formas geométricas naturalmente.<br />

4ª AULA<br />

Separe os alunos em grupos para pesquisar no LIED sobre os seguintes pensadores:<br />

Pitágoras, Galileu, Platão, etc.<br />

No final da aula, cada grupo vai discutir e expor o que pesquisou sobre cada pensador,<br />

fechando com um debate.<br />

69


Pitágoras<br />

Pitágoras foi um importante matemático e filósofo<br />

grego. Nasceu no ano de 570 a .C na ilha de Samos, na<br />

região da Ásia Menor (Magna Grécia). Provavelmente,<br />

morreu em 497 ou 496 a.C em Metaponto (região sul<br />

da Itália). Embora sua biografia seja marcada por diversas<br />

lendas e fatos não comprovados pela História,<br />

temos dados e informações importantes sobre sua<br />

vida.<br />

Com 18 anos de idade, Pitágoras já conhecia e dominava<br />

muitos conhecimentos matemáticos e filosóficos da época.<br />

Através de estudos astronômicos, afirmava que o planeta Terra era esférico e suspenso<br />

no espaço (ideia pouco conhecida na época). Encontrou uma certa ordem no<br />

universo, observando que as estrelas, assim como a Terra, giravam ao redor do Sol.<br />

Recebeu muita influência científica e filosófica dos filósofos gregos Tales de Mileto,<br />

Anaximandro e Anaxímenes.<br />

Enquanto visitava o Egito, impressionado com as pirâmides, desenvolveu o famoso<br />

Teorema de Pitágoras. De acordo com este teorema, é possível calcular o lado de um<br />

triângulo retângulo, conhecendo os outros dois. Desta forma, ele conseguiu provar<br />

que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.<br />

Atribui-se também a ele o desenvolvimento da tábua de multiplicação, o sistema decimal<br />

e as proporções aritméticas. Sua influência nos estudos futuros da matemática<br />

foram enormes, pois foi um dos grandes construtores da base dos conhecimentos<br />

matemáticos, geométricos e filosóficos que temos atualmente.<br />

Alguns ensinamentos (frases) de Pitágoras:<br />

– “Não é livre quem não consegue ter domínio sobre si”.<br />

– “Todas as coisas são números”.<br />

– “Aquele que fala semeia; aquele que escuta recolhe”.<br />

– “Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo e tudo fazer bem”.<br />

– “Educai as crianças e não será preciso punir os homens”.<br />

– “A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar é aproximar-se de Deus”.<br />

– “A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus”.<br />

– “Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a carregues”.<br />

70


Galileu Galilei<br />

Físico, matemático e astrônomo italiano (1564-1642). É o<br />

responsável pela fundamentação científica da Teoria Heliocêntrica<br />

de Copérnico e pela sistematização da mecânica<br />

como ciência. Nasce em Pisa. Inicia o curso de Medicina,<br />

mas o abandona para estudar Geometria e Física. Em 1585,<br />

vai a Florença dar aulas de Matemática. Em 1589, tornase<br />

professor de Matemática na Universidade de Pisa. Três<br />

anos depois, assume a cátedra na Universidade de Pádua,<br />

onde fica até 1609. É o primeiro astrônomo a construir<br />

uma luneta para observar os corpos celestes. Volta à Universidade<br />

de Pisa em 1610. No mesmo ano, registra a presença<br />

de mares, crateras e montanhas na Lua. Publica “História e Demonstração em<br />

Torno das Manchas Solares (1613)” e descobre os quatro satélites de Júpiter – prova<br />

de que alguns astros são capazes de orbitar em torno de outros. Observa que Vênus<br />

tem as mesmas fases da Lua e conclui que o planeta, como a Terra, também orbita<br />

ao redor do Sol. Em 1632, defende o sistema heliocêntrico na obra “Diálogo sobre os<br />

Dois Máximos Sistemas do Mundo”. Em 1633, sob ameaça de excomunhão e morte<br />

pela Igreja Católica, renega suas descobertas.<br />

Platão<br />

Platão foi um filósofo grego (427 a.C.?-347 a.C.?), um<br />

dos mais importantes de todos os tempos. Suas teorias,<br />

chamadas de platonismo, concentram-se na distinção de<br />

dois mundos: o visível, sensível ou mundo dos reflexos, e<br />

o invisível, inteligível ou mundo das ideias. Discípulo de<br />

Sócrates, desenvolve a teoria do método (ou dialética) e<br />

a teoria da reminiscência, segundo a qual o homem vive<br />

no mundo das ideias antes de sua encarnação e as contempla<br />

em seu estado puro.<br />

Após a morte de Sócrates, em 399 a.C., deixa Atenas e viaja por muitos anos, passando<br />

pelo Egito e pela Itália. Na Sicília, é incumbido de ensinar Filosofia ao rei Dionísio,<br />

que depois o expulsa de sua corte, vendendo-o como escravo. Volta a Atenas em 387<br />

a.C. e funda a Academia, procurando reabilitar a filosofia de Sócrates. Não há consenso<br />

sobre a cronologia da obra de Platão. Seus livros mais conhecidos são “Apologia<br />

de Sócrates”, no qual retoma as teorias do filósofo sobre a ideia, dando-lhes novo<br />

sentido, “O Banquete”, que expõe de forma poética a dialética do amor, e “A República”,<br />

que contém em síntese toda a sua filosofia e aborda teorias sobre a imortalidade<br />

da alma, a política e a dialética.<br />

71


5ª AULA<br />

Introduzir a parte teórica do conteúdo, mostrando a relação entre as unidades de<br />

medidas (m, cm, mm, km) e as figuras e formas geométricas.<br />

Como ensinar?<br />

Medir significa comparar grandezas de mesma natureza e verificar quantas vezes a<br />

grandeza tomada como unidade de medida “cabe” na outra.<br />

É conveniente, portanto, iniciar o trabalho com as medidas de comprimento, tendo<br />

como foco o conceito de medir como sinônimo de comparar. No início, o professor<br />

pode utilizar unidades não padronizadas de medida, tais como palitos, canudinhos,<br />

palmos, passos e propor atividades que levem os alunos a perceber que:<br />

O número que indica a medida de um dado comprimento varia conforme a unidade<br />

de medida escolhida para a comparação.<br />

Ao escolher uma unidade de medida, ela pode não caber exatamente um número<br />

inteiro de vezes no comprimento a ser medido. Para se obter uma medida<br />

mais precisa, surge então a necessidade de dividir a unidade escolhida em partes<br />

iguais, de modo que uma dessas partes caiba um número exato de vezes no “pedaço”<br />

que ficou faltando ou sobrando na medida anterior. Nesse caso, o número<br />

que expressará a medida não será um número natural, podendo ser racional ou<br />

irracional.<br />

Como exemplos de atividades com as unidades de medidas de comprimento não<br />

padronizadas, o professor pode pedir aos alunos que:<br />

a) Meçam a largura de seu livro usando a borracha ou o lápis como unidade de<br />

medida;<br />

b) Meçam a largura da sala de aula usando o pé;<br />

c) Meçam o comprimento do rodapé da sala de aula usando barbante ou tiras de<br />

papel de comprimentos diversos.<br />

72


Nessas atividades, é importante que se discutam as ideias básicas do processo de<br />

medir, a escolha da unidade conveniente e as transformações de unidades sem uso<br />

de regras. Aproveitando a discussão, o professor pode abordar aspectos históricos<br />

relacionados aos problemas de medida, como por exemplo, as dificuldades de comunicação<br />

dos povos antigos causadas pelo uso de padrões de medida diferentes. A<br />

discussão em torno dos exemplos históricos e das dificuldades geradas pelo uso de<br />

unidades que dependiam do tamanho do pé ou do dedo de um rei, por exemplo, certamente<br />

contribuirão para que os alunos se convençam da necessidade da escolha<br />

de uma unidade “padrão” universal. A contextualização histórica da escolha do metro<br />

como unidade padrão para as medidas de comprimento é uma ótima oportunidade<br />

para que os alunos percebam que o estudo da matemática não está desconectado<br />

de necessidades reais.<br />

A introdução dos múltiplos e submúltiplos do metro pode ser feita através de atividades<br />

que coloquem os alunos diante do inconveniente do uso dessa unidade para<br />

medir comprimentos muito pequenos, como o da capa de um livro, por exemplo, ou<br />

muito grandes, como a distância entre duas cidades.<br />

Para o trabalho com o metro, seus múltiplos e submúltiplos, recomenda-se:<br />

Ressaltar a relação decimal entre eles;<br />

Não enfatizar o trabalho com os múltiplos e submúltiplos do metro pouco utilizados<br />

na vida prática como é o caso do dam e do hm;<br />

Utilizar instrumentos de medida diversos, tais como régua, fita métrica, trena, entre<br />

outros, para que os alunos sejam levados a trabalhar a relação entre o metro, o<br />

centímetro e o milímetro através da observação desses instrumentos. O professor<br />

pode dirigir aos alunos perguntas como: “Quantos centímetros existem em um<br />

metro?”, “Quantos milímetros existem em um centímetro?”, etc;<br />

Trabalhar com situações em que as unidades mais usadas – cm, mm e km – são<br />

mais adequadas. Por exemplo, para medir o comprimento ou a largura de uma<br />

carteira, é mais adequado utilizar o centímetro do que o metro. Para medir a<br />

distância entre duas cidades, é mais adequado usar o quilômetro do que o<br />

metro;<br />

Trabalhar a ideia de proporcionalidade em situações que envolvem o metro, seus<br />

múltiplos e submúltiplos. Por exemplo: recortando uma tira de papel de 7,2 m em<br />

tiras de 1,2 m cada, obtêm-se 7,2 m = 6 tiras de 1,2 m. O mesmo número de tiras<br />

s obtido se as medidas forem expressas em centímetros, ou seja: 720 cm = 6 tiras<br />

de 120 cm.<br />

É importante que os alunos se familiarizem com o tamanho correspondente a 1 metro,<br />

1 decímetro, etc. Para isso, o professor pode fornecer tiras de papel no tamanho<br />

de 1 metro e 1 decímetro, por exemplo, e propor aos alunos que verifiquem o nú-<br />

73


mero de vezes que uma unidade menor cabe numa maior. Desse modo, encontra-se<br />

uma justificativa para os nomes decímetro e centímetro.<br />

Para o trabalho com as reduções de unidade, dependendo da classe, recomenda-se<br />

usar o Quadro Valor do Lugar. O objetivo é enfatizar que as transformações de unidades<br />

são feitas multiplicando-se ou dividindo-se por potências de 10 convenientes.<br />

É bom lembrar que o trabalho com as medidas de comprimento não deve se esgotar<br />

na 5 a série. Ele deve ser retomado ao longo das séries. Por exemplo, a ideia de proporcionalidade<br />

entre as unidades de medida deve ser explorada ao se trabalhar com<br />

escalas em séries posteriores, fazendo um trabalho integrado com a Geografia na<br />

exploração de mapas. O conceito de medidas de comprimento é retomado ainda ao<br />

se estudar o Teorema de Tales e a semelhança de triângulos, para se calcular a altura<br />

de torres ou edifícios e a largura de rios.<br />

Quanto ao trabalho com as estimativas, é interessante desenvolver atividades em<br />

que o aluno usa partes do próprio corpo ou tiras de papel. Ao usar partes do próprio<br />

corpo, é preciso que ele conheça algumas medidas. Por exemplo: a largura do dedo<br />

de uma criança dá a ideia de centímetro; o palmo da criança tem aproximadamente<br />

10 centímetros; os braços abertos têm cerca de 1 metro; e a espessura das unhas,<br />

cerca de 1 milímetro.<br />

Caso a escola possua computadores, sugerimos a utilização de softwares de geometria<br />

dinâmica, como o Cabri e o Tabulae, para o estudo de medidas de comprimento.<br />

Através do recurso “Medir”, os alunos podem desenhar figuras diversas e comprovar<br />

propriedades já estabelecidas, como, por exemplo, que, em um triângulo, a medida<br />

de um lado é sempre menor do que a soma das medidas dos outros dois.<br />

Outras atividades, citadas abaixo, também podem ser realizadas com os alunos<br />

para trabalhar o conceito de medidas de comprimento:<br />

1) Medir a altura dos alunos, usando a fita métrica e compará-las ou fazer a estimativa<br />

antes da medição e registrá-las em ordem crescente ou decrescente;<br />

2) Interpretar mapas rodoviários, registrando a distância entre duas cidades, a altura<br />

dos picos, comprimento de rios, etc;<br />

3) Sem usar a régua, fazer a estimativa de segmentos usando um outro segmento<br />

como unidade de medida;<br />

4) Usar a régua para medir segmentos e lados de polígonos;<br />

5) Obter o ponto médio de um segmento utilizando a régua;<br />

74


6) Medir o comprimento aproximado de algumas curvas, aproximando-as por poligonais<br />

(unindo por um segmento de reta um extremo com um ponto da curva<br />

próximo do extremo, esse segundo ponto com um terceiro, esse terceiro ponto<br />

com um quarto, etc, até se unir com o outro extremo – no caso de curva aberta –<br />

ou o ponto inicial – no caso de curva fechada). Repare que a “aproximação” é tanto<br />

melhor quanto mais segmentos se obtenha;<br />

7) Resolver problemas envolvendo perímetro e medidas de comprimento;<br />

8) Elaborar problemas utilizando as medidas de comprimento, a partir de situações<br />

representadas em cartazes ou descritas em palavras ou desenhos;<br />

9) Dados diversos objetos e diversas medidas de comprimento, decidir, por estimativas,<br />

quais das medidas correspondem a cada um deles:<br />

Como sugestão de trabalho em grupo, pode ser realizada uma pesquisa, com<br />

indicação das fontes, sobre as diversas unidades de medidas não padronizadas<br />

ou sobre a evolução das definições do metro. O resultado pode ser apresentado<br />

pelo grupo em textos e cartazes.<br />

Como exemplo de questões fechadas – que permitem ao professor avaliar se o<br />

aluno é capaz de efetuar transformações de unidades entre os múltiplos e submúltiplos<br />

do metro e a habilidade de lidar com a noção de escala –, apresentamos<br />

abaixo algumas questões do teste de Matemática do SIMAVE – PROEB<br />

– 2001.<br />

1) Um túnel mede 960 metros de comprimento. Essa medida, quando considerada<br />

em quilômetros, é igual a:<br />

(A) 96,0 km<br />

(B) 9,60 km<br />

(C) 0,960 km<br />

(D) 0,0960 km<br />

2) Luiz mediu os lados da sua sala de aula. Em seguida, utilizando uma escala de<br />

1 para 100 (1 :100), fez o seguinte desenho:<br />

3 cm<br />

6 cm<br />

75


Observando o desenho, pode-se concluir que os lados da sala de aula medem,<br />

respectivamente:<br />

(A) 300 cm e 600 cm<br />

(B) 30 cm e 60 cm<br />

(C) 3 cm e 6 cm<br />

(D) 0,3 cm e 0,6 cm<br />

Experimentando diversas medidas<br />

Formar grupos para uma pesquisa de campo, na qual os alunos deverão ser capazes<br />

de observar e investigar as variações de unidades de medidas.<br />

Antes de falar em litro, quilograma e metro, é imprescindível usar, por exemplo, ladrilhos<br />

para comparar comprimentos, copos para volumes e palmas em música para<br />

quantificar o tempo. Métodos não convencionais, aliás, foram a origem dos sistemas<br />

de medida (conheça mais no quadro). É possível desenvolver diversas atividades exploratórias.<br />

Alguns exemplos:<br />

Comparar o tamanho do passo de uma criança com o de outra ou com o de um adulto.<br />

Os alunos perceberão as diferenças, mas somente com a intervenção do professor<br />

conseguirão constatar que, quanto maior a unidade (o passo), menos unidades são<br />

necessárias para percorrer determinada distância. E vice-versa.<br />

Pensar diferentes organizações para as mesas da sala de aula sem deslocá-las. Ao estimar<br />

que o piso de um lado da sala tem 30 lajotas e que as carteiras ocupam quase<br />

três delas, fica fácil concluir que não se podem colocar dez mesas em uma só fileira,<br />

pois vai faltar espaço para circular.<br />

Determinar o tempo de cada um brincar no balanço antes de ceder a vez ao próximo<br />

recorrendo à contagem das “balançadas” ou a uma música ritmada.<br />

Descobrir o volume de uma piscina de plástico usando um balde como unidade.<br />

Outro ponto importante é criar situações de comunicação em que seja necessário<br />

estabelecer um padrão para se chegar à solução. Que tal encomendar a uma loja um<br />

pedaço de tecido para cobrir a mesa da professora? Dizer ao vendedor que o móvel<br />

mede quase cinco estojos de comprimento por três de largura não será suficiente<br />

para a compreensão do tamanho desejado.<br />

76


6ª AULA<br />

Debate sobre a pesquisa e seus questionamentos e atividades relacionadas a cálculo<br />

de área de figuras planas, perímetro, volume, etc.<br />

Atividades com área e volume<br />

As figuras geométricas: embalagem Tetra Pak e lata de alumínio<br />

Desenhos de Everson Sena<br />

77


Pergunte à turma:<br />

Qual a principal diferença entre as imagens impressas na Ficha 6 e as embalagens<br />

trazidas para a aula?<br />

Para medir as figuras, utilizamos quantas dimensões?<br />

Para medir as embalagens, utilizamos quantas dimensões?<br />

Que figuras geométricas percebemos nas imagens? E nas embalagens?<br />

Oriente os educandos(as) a desmontarem a embalagem longa vida (caixas de leite),<br />

para verificar como o volume é restringido por formas geométricas acopladas entre<br />

si. No caso da lata de alumínio, oriente a construção de um similar em papel, cartolina<br />

ou papelão, a partir das formas observadas na ficha.<br />

Educador(a):<br />

Em relação às perguntas acima, é importante ressaltar a diferença entre a bidimensionalidade<br />

(superfície) das imagens e a tridimensionalidade (volume) das<br />

embalagens.<br />

Utilize os subsídios a seguir para enriquecer suas atividades, sempre observando<br />

o registro dos principais conceitos e informações nos cadernos dos alunos.<br />

Sequência Didática IV<br />

Área: Ciências da Natureza<br />

Disciplina: Matemática<br />

Ponto de Contato: Área de Ciências da Natureza e Humanas<br />

Série: 6ª Série/7º ano do Ensino Fundamental<br />

Competências:<br />

Visualizar, reconhecer, analisar e estabelecer relações entre as figuras geométricas;<br />

Estabelecer conexões entre os diversos campos da Matemática e suas relações<br />

com outras áreas do saber.<br />

78


Habilidades:<br />

Observar, investigar e explorar;<br />

Estabelecer conexões entre os diversos campos da Matemática e suas relações<br />

com outras áreas do saber;<br />

Utilizar a visualização e o raciocínio espacial na análise das figuras geométricas<br />

e na resolução de problemas geométricos, bem como suas relações com outras<br />

áreas da Matemática.<br />

Eixo: Geometria e Grandezas e Medidas<br />

Conteúdos:<br />

Perímetro;<br />

Área de figuras planas;<br />

Medidas de comprimento para aplicação em resolução de problemas.<br />

Tempo de realização da sequência: 6 aulas.<br />

Material utilizado:<br />

Jornal (ou cartolina, papel cartão e E.V.A.), régua, tesoura (sem ponta), cola e instrumentos<br />

de medidas diversas (fita métrica ou outros).<br />

Proposta metodológica<br />

Em sala de aula, trabalhe com os alunos de maneira a despertar o interesse e a curiosidade<br />

pelo assunto, fazendo uma abordagem interdisciplinar sobre a área da pele<br />

que temos no corpo, ligando o conteúdo de Matemática à disciplina de Biologia.<br />

Na aula seguinte, leve os alunos subdivididos em grupos à sala de informática para<br />

pesquisa histórica das unidades de medidas de comprimento, bem como dos diversos<br />

profissionais que usam a Matemática em suas profissões.<br />

Retornando à sala de aula, corrija os exercícios e proponha uma discussão sobre os<br />

dados obtidos na pesquisa. Pode ser feita ainda uma avaliação diagnóstica em relação<br />

ao conteúdo da sequência didática. Em grupo, os alunos irão medir os diversos<br />

ambientes da escola, reproduzindo-os, em seguida, em uma planta baixa.<br />

Em sala de aula, o professor deve optar pelo trabalho cooperativo, subdividindo os<br />

alunos em grupos para que haja colaboração entre eles na aquisição do conhecimento,<br />

desenvolvendo o trabalho em equipe.<br />

79


1ª AULA<br />

Em sala de aula, proponha a leitura coletiva do texto “À flor da pele” e, em seguida,<br />

abra uma discussão para as possíveis interpretações dos dados matemáticos nele<br />

contidos.<br />

À flor da pele<br />

Em apenas 1 cm2 de pele existem em média 300 pelos e 150 poros.<br />

Também há 150 glândulas de suor e 70 terminais nervosos.<br />

Um corte profundo mostraria 12 sensores de calor e 200 de dor.<br />

Considerando o corpo inteiro, a pele de uma pessoa chega a pesar 5 kg e tem uma<br />

área total de 18 m2.<br />

(Superinteressante, São Paulo: Abril, ano 16, nº 14, abril 2001, pág. 18).<br />

Quantos pelos existem em nossa pele quando a área é de 1cm2? E quantos poros<br />

há nessa mesma área?<br />

Quantas são as glândulas de suor e quantos são os terminais nervosos em 1 cm2<br />

de pele?<br />

Num corte, veríamos quantos sensores de calor? E quantos de dor?<br />

Você consegue imaginar qual a área que poderia ser coberta com a quantidade<br />

de pele que temos em nosso corpo?<br />

Como seria se invertêssemos e, em vez de 200 sensores dor e 12 de calor, tivéssemos<br />

200 sensores de calor e 12 de dor?<br />

Atividade de casa:<br />

Responda às questões de acordo com as informações contidas no texto:<br />

Quantos pelos temos em 10cm2 de pele?<br />

Quantos poros temos em 15cm2 de pele?<br />

80


Quantas glândulas de suor temos em 5cm2 de pele?<br />

Quantos sensores de calor são vistos em 10cm2 de pele?<br />

Quantos sensores de dor temos em 50cm2 de pele?<br />

Elabore uma situação problema baseado no texto.<br />

2ª AULA<br />

No laboratório de informática, os alunos serão subdivididos em duplas. Proponha<br />

uma pesquisa relacionada aos seguintes temas:<br />

Surgimento do metro no sistema de medida;<br />

As unidades de medidas de comprimento e largura mais utilizadas;<br />

As principais unidades de medidas que expressam área;<br />

Quais os profissionais que utilizam conhecimentos de medidas em seu dia a dia?<br />

Nesse momento o professor poderá relembrar o texto utilizado na aula anterior, para<br />

abordar a utilização da Matemática por profissionais da área de Ciências da Natureza,<br />

Humanas e Saúde.<br />

Você faz ideia de quantos profissionais<br />

precisam conhecer fatos sobre medidas?<br />

Pedreiros, carpinteiros, marceneiros, decoradores,<br />

comerciantes, pintores, engenheiros, químicos,<br />

biólogos, médicos, arquitetos...<br />

3ª AULA<br />

Em sala de aula, corrija os exercícios propostos na 1ª etapa e, em seguida, proponha<br />

um debate sobre a pesquisa realizada na 2ª etapa. Os alunos irão expor os dados obtidos,<br />

mediados pelo professor, que deve corrigir possíveis inverdades.<br />

81


4ª AULA<br />

Em sala de aula, proponha uma avaliação diagnóstica individual sobre o assunto da<br />

sequência didática. Segue uma sugestão para a avaliação, que deverá ser entregue<br />

ao final da aula.<br />

1) Relacione cada situação da 1ª coluna com suas respectivas unidades de medidas<br />

na 2ª coluna:<br />

O Brasil tem 8,5 milhões de...<br />

( ) m<br />

A fazenda tem 10...<br />

( ) cm2<br />

O perímetro do campo de futebol é de 300...<br />

( ) km2<br />

A área da quadra de vôlei é de 162...<br />

( ) Hectares<br />

A área da capa do meu caderno é de 600...<br />

( ) m2<br />

2) Leia e comente o texto abaixo:<br />

82


3) Relacione as informações do texto, da tabela e do gráfico, leia e responda às questões<br />

abaixo:<br />

Área desertificada<br />

Área de alto risco<br />

Segundo a notícia, os 18.000 km2 de área desertificada correspondem ao tamanho<br />

de que estado do Brasil?<br />

Qual é a maior área desertificada dentre as apresentadas na tabela? Quantos metros<br />

quadrados ela tem?<br />

Quantos metros quadrados a área desertificada Irauçubá (procure no mapa) tem<br />

a mais que Seridó (procure no mapa)?<br />

Qual a superfície da área assinalada no mapa como de alto risco para uma futura<br />

desertificação?<br />

Algumas causas da desertificação poderiam ser evitadas. Dê exemplos de como<br />

você acha que o homem deveria proceder para evitar essa catástrofe.<br />

Atividade de casa:<br />

Os alunos deverão trazer na próxima aula os seguintes materiais: jornal (ou cartolina,<br />

papel cartão e E.V.A.), régua, tesoura (sem ponta), cola e instrumentos de medidas<br />

diversas (fita métrica ou outros).<br />

83


VOCÊ SABIA?<br />

O hectare é uma medida agrária muito<br />

usada em medidas de superfície de sítios,<br />

fazendas, plantações etc.<br />

Um hectare é igual a um hectômetro quadrado.<br />

Isso corresponde, aproximadamente,<br />

à área de um quarteirão de uma cidade.<br />

Além disso, cem hectares correspondem a<br />

um quilômetro quadrado. Temos então:<br />

1 ha = 1 hm² = 10.000 m²<br />

100 ha = 1 km²<br />

5ª AULA<br />

Separe os alunos em grupos de quatro<br />

componentes, e, com o material solicitado<br />

na aula anterior, peça para que construam<br />

quadrados com área igual a 1 cm2,<br />

1 dm2 e 1 m2.<br />

Em seguida, delimite o ambiente que<br />

cada grupo irá medir dentro da escola. O professor deverá pedir que os alunos apresentem<br />

também o perímetro desses ambientes.<br />

Dicas:<br />

O professor poderá variar os ambientes a serem medidos;<br />

O professor pode construir seu próprio esquadro, garantindo o formato quadrado<br />

da atividade. Dobre uma folha de papel A4 de acordo com a figura abaixo e corte<br />

o excesso. Use–a como molde em um papel cartão, pois, com um material mais<br />

resistente, a ferramenta será mais bem utilizada.<br />

84


6ª AULA<br />

Em sala de aula, com as medidas em mãos, o professor deverá pedir aos alunos que<br />

desenhem o ambiente medido, reproduzindo uma planta baixa com o papel quadriculado,<br />

utilizando escalas.<br />

Observação: Se a escola não dispuser de papel quadriculado, peça aos alunos que<br />

providenciem.<br />

Sequência Didática V<br />

Área: Ciências da Natureza<br />

Disciplina: Matemática<br />

Ponto de contato: Arte<br />

Série: 7ª série/8º ano do Ensino Fundamental<br />

Competências<br />

Reconhecer as operações que são necessárias à resolução de cada situação-problema<br />

e explicar os métodos e o raciocínio que foram utilizados;<br />

Relacionar e aplicar os saberes da Matemática nas diversas áreas do conhecimento;<br />

Saber utilizar instrumentos geométricos para efetuar medições e construção de<br />

objetos geométricos.<br />

Habilidades:<br />

Utilizar as propriedades das operações em situações concretas, de forma a facilitar<br />

os cálculos;<br />

Calcular comprimentos, áreas e volumes e saber aplicar esse conhecimento no<br />

cotidiano;<br />

Reconhecer os vários tipos de triângulos e estabelecer relações de semelhança e<br />

congruência.<br />

Conteúdos:<br />

Sólidos geométricos;<br />

Ângulos;<br />

Perímetro;<br />

85


Área;<br />

Frações;<br />

Operações fundamentais;<br />

Triângulos.<br />

Tempo de duração: 7 aulas<br />

1ª AULA<br />

O tangram é um quebra-cabeça originário da China. Sua idade e seu inventor são desconhecidos.<br />

Os chineses o conhecem por “tch’, tch’iao pan”, que significa “As sete tábuas da argúcia<br />

(habilidade, destreza)” ou “Tábua das sete sabedorias”. Com o agrupamento das sete peças,<br />

podem-se compor figuras geométricas abstratas ou de pessoas de ambos os sexos em diferentes<br />

posições, peixes, animais, plantas, flores, objetos utilitários, barcos, casas, etc.<br />

O número de figuras que estes sete pedaços conseguem produzir é bem grande. Segundo<br />

Yoost Elffers, autor de uma obra sobre o assunto, os chineses conseguiram armar 1 600 formas.<br />

Elffers obteve mais 750 outros trabalhos.<br />

Como qualquer outro jogo, o tangram tem suas regras:<br />

1ª regra: É necessário, em cada figura, usar sempre todas as peças.<br />

2ª regra: As peças deverão ser colocadas sobre uma superfície plana.<br />

3ª regra: Não é permitido sobrepor peças.<br />

Para formar uma determinada figura, há necessidade de concentração e habilidade. É preciso<br />

conhecer bem as sete formas geométricas que compõem o jogo e perceber certas relações<br />

entre essas formas e a figura que se deseja formar.<br />

A construção do tangram<br />

Materiais necessários:<br />

Dicionário;<br />

Laboratório de informática;<br />

Transferidor;<br />

Figura obtida do tangram;<br />

Régua;<br />

Campo de futebol ou quadra;<br />

Jornais e revistas;<br />

Livros didáticos.<br />

Cartolina ou papel kraft;<br />

Papel sulfite A4 e papel cartão;<br />

86


2ª AULA<br />

Inicie com um questionamento sobre ângulos: o que são? Onde podemos observá-los?<br />

Forme grupos de dois a três alunos e peça que procurem no dicionário a definição<br />

de ângulo.<br />

Em seguida, proponha a pesquisa dos diversos tipos de ângulos e sua construção:<br />

agudos, obtusos, retos, rasos, etc.<br />

A<br />

B<br />

O<br />

ß<br />

α<br />

B<br />

C<br />

A<br />

O<br />

ß<br />

α<br />

C<br />

Para casa<br />

Pesquisar em jornais e revistas os diversos ângulos em objetos da vida cotidiana, tais<br />

como casas, construções, veículos, etc.<br />

3ª AULA<br />

Iniciamos essa aula com os vários recortes pesquisados pelos alunos em casa e montamos<br />

cartazes para a socialização dos trabalhos.<br />

Em um círculo de papel, identificaremos os ângulos de uma volta (360°), meia volta<br />

(180°) e de um quarto de volta (90°), utilizando para tanto régua e transferidor.<br />

90 80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

<strong>II</strong><br />

1<br />

I<br />

40<br />

30<br />

π<br />

rad<br />

– 1<br />

1<br />

0°<br />

20<br />

<strong>II</strong>I<br />

IV<br />

10<br />

– 1<br />

0<br />

87


Para casa<br />

Os alunos farão uma pesquisa em suas casas, identificando quais instrumentos funcionam<br />

por meio de movimentação angular, como o botão de comando do volume<br />

de um rádio, a abertura do registro de um chuveiro, a abertura da porta quando<br />

giramos a a chave, etc.<br />

4ª AULA<br />

Os trabalhos da aula anterior serão apresentados sob a forma de um mural.<br />

Estudaremos a unidade de medida de ângulos, o grau, e manusearemos o instrumento<br />

utilizado para medi-los, o transferidor.<br />

Em folhas de papel, serão construídos vários ângulos com o auxílio do transferidor.<br />

Os ângulos deverão ser os mais variados possíveis – agudos, retos, obtusos – e deverão<br />

pertencer aos quatro quadrantes.<br />

70°<br />

Para casa<br />

Confecção de cartazes com a utilização de recortes de jornais e revistas, nos quais<br />

os alunos identificarão os conceitos aprendidos, a partir das ilustrações pesquisadas.<br />

5ª AULA<br />

Dar a cada um dos alunos uma folha de papel sulfite A4 e discutir a forma geométrica<br />

dessa folha, até chegar à definição de retângulo.<br />

88


Fazer conexões entre figuras planas e sólidos geométricos, mostrando que as faces<br />

dos sólidos geométricos são figuras planas.<br />

Construir as definições das duas figuras planas geradas a partir do cubo e do paralelepípedo:<br />

o quadrado e o retângulo, respectivamente.<br />

Equilátero Escaleno Heptágono Losango<br />

Paralelograma Pentágono Retângulo Quadrado<br />

Para casa<br />

Coletar sucatas de objetos que sejam prismas, tais como, caixas de fósforos, de sabão<br />

em pó, de pasta de dente, de leite longa vida, etc.<br />

6ª AULA<br />

Com as sucatas serão construídas figuras planas.<br />

Com a folha de sulfite A4, obter o maior quadrado possível. Colar o quadrado em um<br />

papel mais firme, como o cartão.<br />

89


Traçar a diagonal do quadrado e cortá-lo em duas partes. Pedir aos alunos que observem<br />

as figuras geométricas obtidas e digam o que sabem sobre elas.<br />

A<br />

B<br />

A<br />

B<br />

D<br />

C<br />

D<br />

α<br />

ß<br />

C<br />

Trabalhar com os triângulos obtidos, classificando-os quanto aos seus lados – equiláteros,<br />

isósceles e escaleno – e quanto a seus ângulos – retângulo, acutângulo e<br />

obtusângulo.<br />

A<br />

A<br />

b<br />

c<br />

b<br />

c<br />

b = c<br />

C<br />

a<br />

B<br />

C<br />

a<br />

B<br />

C<br />

C<br />

C<br />

A<br />

B<br />

B A A B<br />

Acutângulo Retângulo Obtusângulo<br />

Construindo um retângulo por intermédio de um compasso:<br />

D<br />

C<br />

A<br />

Retângulo<br />

B<br />

90


Some os ângulos internos do triângulo, através de recortes dos vértices de um triângulo,<br />

sobrepondo-os no transferidor.<br />

Para casa<br />

Os alunos reverão elaborar um pequeno relatório com os conteúdos abordados, para<br />

o registro individual no caderno.<br />

7ª AULA<br />

Numa roda de conversa, levante o questionamento:<br />

“o que é escala e suas aplicações?” Conclua explicando<br />

que escala é a razão entre a medida real e<br />

a medida a ser transcrita no papel.<br />

Trabalho de campo: coletar informações, medindo os catetos dos triângulos retângulos<br />

escolhidos pelos alunos no campo de futebol, catetos esses iguais as duas laterais<br />

(desiguais) do campo.<br />

91


Trabalho em sala: utilizando a escala, transferir as medidas coletadas em campo<br />

para papel A4. Após transferir as medidas, medir a hipotenusa com auxílio de uma<br />

régua.<br />

A partir da medida observada na régua, calculara medida real do segmento utilizando<br />

a escala.<br />

Conclusão: retornar ao campo de futebol, conferir a real medida da hipotenusa, utilizando<br />

a trena.<br />

8ª AULA<br />

No laboratório de informática, realizar uma pesquisa sobre o tangram:<br />

O que é?<br />

Onde surgiu?<br />

Como é jogado?<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tangram<br />

O que é:<br />

Tangram é um quebra-cabeça chinês formado por 7 peças (5 triângulos, 1 quadrado<br />

e 1 paralelogramo).<br />

Com essas peças podemos formar várias figuras, utilizando todas elas e sem sobrepô-las.<br />

Segundo a Enciclopédia do Tangram, é possível montar mais de 1700 figuras<br />

com as 7 peças.<br />

Esse quebra-cabeça, também conhecido como jogo das sete peças, é utilizado pelos<br />

professores de matemática como instrumento facilitador da compreensão das<br />

formas geométricas. Além de facilitar o estudo da geometria, desenvolve a criatividade<br />

e o raciocínio lógico, que também são fundamentais para o estudo da<br />

matemática. Existem várias lendas sobre o surgimento do Tangram. Dizem algumas<br />

escrituras que uma pedra preciosa se desfez em sete pedaços e com eles era<br />

possível formar várias formas (animais, plantas, pessoas). Outras apontam que um<br />

imperador deixou o seu espelho cair, e esse se desfez em 7 pedaços que poderiam<br />

ser usados para formar várias figuras. A verdade é que não se sabe ao certo como<br />

ele surgiu.<br />

92


As peças do Tangran<br />

Confeccionar cartazes com o resultado da pesquisa.<br />

Dar continuidade à construção do tangram passo a passo, desenvolvendo conceitos<br />

de fração, figuras geométricas planas e área de figuras.<br />

Cada passo é executado pelo aluno concretamente, no papel cartão e, registrado na<br />

folha de papel A4.<br />

Com as figuras prontas, a professora de Língua Portuguesa poderá trabalhar a produção<br />

de texto coletivo, envolvendo as figuras que os alunos montaram.<br />

Propor que os alunos montem figuras diferentes no Tangram (deve-se evitar figuras<br />

repetidas) para serem expostas em um mural.<br />

Sequência Didática VI<br />

Área: Linguagens e Códigos<br />

Disciplina: Língua Portuguesa<br />

Ponto de Contato: História<br />

Série: 8ª série/9º ano do Ensino Fundamental<br />

Competências:<br />

Ampliar a competência comunicativa;<br />

Utilizar diferentes linguagens e tipologias textuais;<br />

Conviver crítica e ludicamente com situações de produção de texto, atualizado<br />

em diferentes suportes e sistemas de linguagem – escrita, oral, imagética, digital,<br />

entre outras;<br />

93


Conhecer a norma culta da língua.<br />

Habilidades:<br />

Identificar a tese de um texto e os argumentos que a sustentam;<br />

Emitir críticas acerca do texto e aprender a desenvolver argumentos;<br />

Participar do debate político – incluindo temas como a sustentabilidade e a diversidade<br />

–, como forma de fortalecer a democracia.<br />

Conteúdos:<br />

Imagem;<br />

Cartas;<br />

Verbetes;<br />

Poemas.<br />

Tempo de duração: 5 aulas<br />

1ª AULA<br />

A arte, em seu potencial, retrata a sociedade e se torna texto na medida em que a<br />

contemplamos e lemos aquilo que ela quer representar.<br />

Observe as imagens abaixo:<br />

1) A que época a primeira imagem alude? E a segunda?<br />

2) O idoso geralmente requer cuidados especiais. Você sabe como os idosos são tratados<br />

em nossa sociedade?<br />

3) A exclusão faz parte do nosso contexto social hoje? Comente.<br />

94


Antes da Leitura<br />

O professor iniciará as atividades apresentando e questionando oralmente os alunos<br />

sobre o título do texto e o gênero textual. Outras considerações poderão ser adicionadas.<br />

Por que o título “Carta Internacional”?<br />

O que você acha que esse título sugere?<br />

O que você espera encontrar de “direitos” em um documento desse tipo?<br />

A palavra estatuto tem o significado de ________________________________.<br />

Atividades durante a leitura:<br />

O professor distribuirá os textos aos alunos e todos farão a leitura silenciosa. Em seguida,<br />

o professor fará o direcionamento e a mediação das questões abaixo, dando<br />

oportunidade para manifestações de opinião e indagações.<br />

1) Localizar informações explícitas no texto: de que fala o primeiro texto? E o segundo?<br />

O primeiro texto é dirigido a quem? E o segundo?<br />

2) Levantar e checar hipóteses: o que você esperava encontrar nesses textos se<br />

confirmou?<br />

3) Ideia principal: você já estudou sobre o contexto mundial de 1948? O que aconteceu<br />

nesta época? Os direitos humanos foram respeitados em sua totalidade?<br />

Apresentação da Carta Internacional dos Direitos Humanos aos estudantes:<br />

Declaração Universal dos Direitos do Homem<br />

Adotada e proclamada pela Assembléia Geral na sua Resolução 217A (<strong>II</strong>I) de 10<br />

de Dezembro de 1948.<br />

Publicada no Diário da República, I Série A, n.º 57/78, de 9 de Março de 1978,<br />

mediante aviso do Ministério dos Negócios Estrangeiros.<br />

Artigo 1º<br />

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.<br />

Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em<br />

espírito de fraternidade.<br />

Artigo 4º<br />

Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato<br />

dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.<br />

95


Artigo 25º<br />

Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à<br />

sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao<br />

vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços<br />

sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na<br />

invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência<br />

por circunstâncias independentes da sua vontade.<br />

Apresentação dos Estatutos do Homem de Thiago de Mello:<br />

Biografia de Thiago de Mello<br />

Thiago de Mello, poeta, cronista e ensaísta, nasceu na cidade interiorana de<br />

Barreirinha, no Amazonas, no dia 30 de março de 1926. Realizou seus estudos<br />

iniciais em Manaus. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde cursou até o<br />

quarto ano da Faculdade de Medicina. Dividido entre a arte poética e a ciência<br />

médica, opta pela poesia.<br />

Comprometido com o seu tempo, com a vida, Thiago exalta em sua obra o homem,<br />

sua luta pela liberdade. Resultado de seu engajamento político, o poeta<br />

foi perseguido pela ditadura militar que se implantou no Brasil em 1964. Viveu<br />

um longo período no exílio, permanecendo no Chile até a derrubada do governo<br />

socialista de Salvador Allende. Estreou em 1951, com o livro de poemas<br />

“Silêncio e Palavra”. Thiago de Mello é o poeta amazonense de maior projeção<br />

nacional, com a sua obra.<br />

(Ato Institucional Permanente)<br />

Artigo I<br />

Fica decretado que agora vale a verdade, agora vale a vida, e de mãos dadas<br />

marcharemos todos pela vida verdadeira.<br />

Artigo <strong>II</strong><br />

Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais<br />

cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.<br />

Artigo <strong>II</strong>I<br />

Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas,<br />

que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem<br />

permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde, onde cresce a esperança.<br />

96


Artigo IV<br />

Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem.<br />

Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o<br />

vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.<br />

Parágrafo único:<br />

O homem confiará no homem como um menino confia em outro menino.<br />

Artigo V<br />

Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais<br />

será preciso usar a couraça do silêncio, nem a armadura de palavras. O homem<br />

se sentará à mesa com seu olhar limpo, porque a verdade passará a ser servida<br />

antes da sobremesa.<br />

Artigo VI<br />

Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e<br />

o lobo e o cordeiro pastarão juntos, e a comida de ambos terá o mesmo gosto<br />

de aurora.<br />

Artigo V<strong>II</strong><br />

Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da<br />

claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na<br />

alma do povo.<br />

Artigo V<strong>II</strong>I<br />

Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se<br />

amor a quem se ama, e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.<br />

Artigo IX<br />

Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas<br />

que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.<br />

Artigo X<br />

Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.<br />

Artigo XI<br />

Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama, e que por<br />

isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.<br />

Artigo X<strong>II</strong><br />

Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive<br />

brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa<br />

begônia na lapela.<br />

97


Parágrafo único:<br />

Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.<br />

Artigo X<strong>II</strong>I<br />

Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs<br />

vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará<br />

em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que<br />

chegou.<br />

Artigo Final<br />

Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários<br />

e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo<br />

vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o<br />

coração do homem.<br />

2ª AULA<br />

Antes da parte escrita da análise, o professor poderá propor que se comente, em<br />

grupos, a ideia principal dos textos e sua relevância para a sociedade, bem como<br />

punições, soluções e outros assuntos pertinentes ao tema.<br />

Comente a realidade e o contexto histórico de 1948, desencadeadores da Declaração<br />

Universal dos Direitos Humanos.<br />

1) Na sua concepção, qual o real valor da Declaração Universal dos Direitos Humanos<br />

e quais seus efeitos práticos?<br />

2) Com que outro tipo de texto Os Estatutos do Homem se identifica?<br />

3) Pesquise o contexto histórico do Brasil em 1964. Como estava o país politicamente?<br />

Havia liberdade de expressão? Por que havia a necessidade de se decretar,<br />

instituir, proibir, estabelecer a liberdade?<br />

4) O dia 31 de março de 1964 é marcado no Brasil como uma data importante. Você<br />

saberia precisar o que aconteceu nesse dia? Que dia da semana foi esse dia? Aponte<br />

uma citação do texto que faz referência a esse dia e comente.<br />

5) Amor fraterno, altruísmo, caridade, cavalheirismo, colaboração, cooperação, disciplina,<br />

generosidade, honestidade, idealismo, lealdade, paciência, responsabilidade,<br />

sensibilidade e muitos outras características de uma humanidade saudável<br />

estão presentes nos textos lidos. Você acredita que poderá haver uma civilização<br />

assim, no futuro? Como?<br />

98


3ª AULA<br />

Introduzindo o gênero<br />

Leitura 3 – Canção<br />

Para o início do estudo do gênero canção nesta sequência didática, faça um círculo<br />

em sala de aula e comece perguntando aos alunos quais são suas canções preferidas<br />

e o porquê desta preferência. Após o bate-papo inicial, apresente aos educandos<br />

várias letras de músicas. Provavelmente irão começar a cantarolar as mais conhecidas.<br />

Conduza a conversa para que notem que toda canção possui uma mensagem e<br />

utilize as que você trouxe para comprovar a teoria.<br />

Sugestão de letras de músicas para essa atividade: “Águas de março”, “Meu guri”,<br />

“Caçador de mim”, “Canção da América”, “Borbulhas de amor”, “O caderno”, “Aquarela<br />

do Brasil”, etc.<br />

Definição do gênero Canção: uma canção é uma composição relativamente curta<br />

que combina uma determinada melodia (música) com um trecho literário (a letra).<br />

As canções também podem ser composições musicais sem letra, recebendo o nome<br />

de canção instrumental.<br />

Atividades:<br />

Antes da leitura o professor deverá providenciar, com antecedência, o CD com a canção<br />

a ser trabalhada.<br />

A letra da música a seguir tem como título a palavra Cidadão. O que você espera encontrar<br />

nesta composição? Liste abaixo algumas palavras que você espera encontrar<br />

na música:<br />

Você costuma ouvir músicas com frequência? Qual seu estilo preferido? Vamos<br />

ouvir a canção?<br />

99


Coloque a música para que os alunos a ouçam uma primeira vez. Em seguida, deixe<br />

tocar novamente e vá pausando, para apresentar as estratégias durante a leitura,<br />

com perguntas como:<br />

Qual a ideia principal?<br />

Qual é o sentimento do sujeito-lírico no texto?<br />

O sujeito-lírico chama o ouvinte a todo momento, como em um desabafo a um<br />

amigo? Quais palavras ele usa para interpelar seu interlocutor?<br />

“Cidadão”<br />

Tá vendo aquele edifício, moço?<br />

Ajudei a levantar<br />

Foi um tempo de aflição, era quatro<br />

condução<br />

Duas pra ir, duas pra voltar<br />

Hoje, depois dele pronto<br />

Olho pra cima e fico tonto<br />

Mas me vem um cidadão<br />

Que me diz desconfiado:<br />

Cê tá ai admirado, ou tá querendo<br />

roubar?<br />

Meu domingo está perdido<br />

Vou pra casa entristecido<br />

Dá vontade de beber<br />

E pra aumentar meu tédio<br />

Eu nem posso olhar pro prédio<br />

Que eu ajudei a fazer<br />

Tá vendo aquele colégio, moço?<br />

Eu também trabalhei lá<br />

Lá eu quase me arrebento<br />

Fiz a massa, pus cimento<br />

Ajudei a rebocar<br />

Minha filha inocente<br />

Veio pra mim toda contente:<br />

Pai, vou me matricular<br />

Mas me diz um cidadão:<br />

Criança de pé no chão aqui não pode<br />

estudar<br />

Essa dor doeu mais forte<br />

Nem sei porque deixei o norte<br />

Então me pus a dizer<br />

Lá a seca castigava<br />

mas o pouco que eu plantava tinha<br />

direito a colher<br />

Tá vendo aquela igreja, moço?<br />

Onde o padre diz amém<br />

Pus o sino e o badalo<br />

Enchi minha mão de calo<br />

Lá eu trabalhei também<br />

Mas ali valeu a pena<br />

Tem quermesse, tem novena<br />

E o padre me deixa entrar<br />

Foi lá que Cristo me disse:<br />

Rapaz, deixe de tolice<br />

não se deixe amedrontar<br />

fui eu quem criou a terra<br />

enchi os rios e fiz as serras<br />

não deixei nada faltar<br />

hoje o homem criou asas<br />

E na maioria das casas<br />

Eu também não posso entrar.<br />

100


Sobre a canção<br />

O compositor Lúcio Barbosa tornou-se conhecido na música popular brasileira<br />

pela composição “Cidadão”.<br />

Em 1976, foi vencedor do Festival Simonense da canção realizado na cidade<br />

paulista de São Simão, com a canção “Êxtase”, parceria com Antônio Claret Mesquita.<br />

Seu grande êxito aconteceu em 1979, quando sua música “Cidadão” foi<br />

gravada pelo cantor Zé Geraldo no LP “Terceiro mundo”, da CBS. Essa composição<br />

conheceu diversas regravações, entre as quais, as de Luiz Gonzaga, Zé Ramalho,<br />

Renato Teixeira, Elymar Santos e, em 1989,tornou-se grande sucesso no<br />

sul do país, na gravação de Wilson Paim.<br />

4ª AULA<br />

Atividades após a leitura<br />

Após a leitura e comentários, o professor poderá introduzir as definições do verbete<br />

cidadão e permitir que os alunos comentem sobre o tema. Em seguida, faça a parte<br />

escrita da compreensão da leitura.<br />

Nota do Dicionário<br />

Leia a definição abaixo retirada do Novíssimo Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa:<br />

Cidadão: s.m. 1. Indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado, ou<br />

no desempenho de seus deveres para com este.<br />

Leia:<br />

“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de<br />

participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania<br />

está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando<br />

numa posição de inferioridade dentro do grupo social”. (DALLARI, Direitos Humanos<br />

e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14) (DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania.<br />

São Paulo: Moderna, 1998. p.14).<br />

101


Reflita:<br />

Todos os brasileiros possuem cidadania, conforme a definição da palavra? Justifique.<br />

Antes da questão 2, é necessário que o professor retome o gênero resumo, com<br />

o intuito de revisar, esclarecer e incentivar sua prática. Abaixo há uma definição<br />

que poderá ser usada pelo professor, com a citação de exemplos:<br />

“resumir S. m. 1. Ato ou efeito de resumir. 2. Exposição abreviada de uma sucessão<br />

de acontecimentos, das características gerais de alguma coisa, tendente a<br />

favorecer uma visão global....”<br />

1) Qual o assunto geral de que nos fala a canção?<br />

2) Faça uma síntese do texto.<br />

3) O trabalhador encontrou dificuldades na cidade grande. Quais as grandes frustrações<br />

de seu cotidiano?<br />

4) Ele é um migrante. Qual é o seu lugar de origem? Como você pôde chegar a esta<br />

conclusão? Cite comprovações no texto.<br />

5) “Foi lá que Cristo me disse: Rapa deixe de tolice não se deixe amedrontar fui eu<br />

quem criou a terra enchi os rios e fiz as serras não deixei nada faltar.”<br />

O trecho acima faz citação à confiança que o eu-lírico deposita em seu Criador.<br />

Você acha que os bens da humanidade são bem distribuídos entre a população<br />

mundial?<br />

Na sua opinião, como seria um mundo idealizado por Deus?<br />

6) A canção de Lúcio Barbosa, cantada por Zé Geraldo, faz referência a alguns problemas<br />

sociais como moradia, educação e trabalho. Quais conceitos estão presentes<br />

na citação destes problemas? Comente e argumente.<br />

5ª AULA<br />

Análise da Língua<br />

1) É comum, na composição das canções, o uso da linguagem oral – a forma comum<br />

de se comunicar. Nos versos transcritos abaixo, identifique as marcas da oralidade<br />

e transcreva os trechos para a linguagem culta:<br />

102


a. Tá vendo aquele edifício, moço?<br />

b. Foi um tempo de aflição, era quatro condução<br />

Duas pra ir, duas pra voltar<br />

c. Mas me vem um cidadão<br />

Que me diz desconfiado:<br />

Cê tá ai admirado, ou tá querendo roubar?<br />

2) Na música Cidadão, há a referência, em diversas partes, de palavras como “hoje”,<br />

“lá”, e “aqui”, que desempenham o papel de advérbios (termos que marcam circunstâncias).<br />

Analise os trechos abaixo:<br />

a. Hoje, depois dele pronto... me vem um cidadão<br />

Que me diz desconfiado:<br />

Cê tá ai admirado, ou tá querendo roubar?<br />

Que circunstância o advérbio hoje exerce nesse trecho?<br />

Qual é a grande decepção que sujeito lírico sofre?<br />

Lá eu quase me arrebento<br />

Fiz a massa, pus cimento<br />

Ajudei a rebocar<br />

Minha filha inocente<br />

Veio pra mim toda contente:<br />

Pai, vou me matricular<br />

Mas me diz um cidadão:<br />

Criança de pé no chão aqui não pode estudar<br />

Que circunstâncias os advérbios lá e aqui denotam? O advérbio aqui denota o<br />

inalcançável para o eu-lírico e seus familiares. Quais as restrições impostas pela<br />

escola?<br />

O Texto em Produção<br />

1) Agora, usando como base musical a melodia da música Cidadão, crie uma paródia<br />

musical, em duplas, tendo como tema a palavra cidadania.<br />

103


REFERÊNCIAS<br />

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 2ª Ed. –<br />

Editora Nova Fronteira – 1986.<br />

GERALDI, J. W. O texto na sala de aula. Cascavel, Assoeste, 1994. Portos de passagem. São<br />

Paulo: Martins Fontes, 2002.<br />

KAUFMAN, A.M.; RODRIGUES, M.H. Escola , leitura e produção de textos. São Paulo, Artmed,<br />

1995<br />

KLEIMAN, Ângela B. Oficina de Leitura. Campinas: Pontes e Editora da Unicamp, 1993.<br />

<strong>PARA</strong>NÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa,<br />

Curitiba, 2006.<br />

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6 ed. Porto Alegre: Artmed. 1998. WIKIPÉDIA PORTUGUÊS<br />

– A Enciclopédia Livre.<br />

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Tradução: Ernani F. da Rosa. PortoAlegre:<br />

Artmed, 1998.<br />

CENTURION, Marilia. Novo Matematica na medida certa. 5ª serie S.P. Scipione, 2003.<br />

JAKUBOVIC, José. Matematica na medida certa. 6ª serie. SP. Scipione, 2002.<br />

ANDRINI, Alvaro. Novo praticando matemática. SP. Editora do Brasil, 2002.<br />

6 Considerações Finais<br />

A afirmação da educação como direito suscitou a necessidade de uma intervenção<br />

ativa no sentido de: contextualizar as aprendizagens escolares; superar a avaliação<br />

classificatória e seletiva estabelecendo a avaliação participativa, diagnóstica e formativa;<br />

considerar os ritmos e tempos de aprendizagem dos educandos; assegurar o<br />

direito de aprender; e promover e ampliar as oportunidades de efetiva participação<br />

dos educadores públicos na (re)significação do sistema de ensino.<br />

Nessa perspectiva, tratar o conhecimento a partir do enfoque interdisciplinar e garantir<br />

as condições efetivas para que o direito à educação passe a se constituir compromisso<br />

e ação coletiva, bem público, são os princípios que fundamentam a elaboração<br />

deste documento.<br />

104


A construção coletiva realizada com o empenho e entusiasmo de um grande grupo<br />

de educadores das escolas estaduais fazem a diferença para a vida de muitos estudantes<br />

da rede estadual de ensino.<br />

Em face disso, a avaliação na intervenção pedagógica é um importante instrumento<br />

do professor para dialogar com os diferentes ritmos de aprendizagem dos estudantes.<br />

Há momentos em que é preciso retomar o conteúdo e outros em que é preciso<br />

avançar mais.<br />

A sensibilidade do professor propicia a percepção desses diferentes ritmos. Para tanto,<br />

é preciso conhecer os estudantes e suas formas de aprendizagem para melhor<br />

intervir no processo de ensino. Como afirma Janssen Felipe (ano 2009, p. 53 – Revista<br />

Presença Pedagógica nº 91): “Descobrir quem são os alunos, como aprendem e o<br />

que é necessário para contribuir para a construção de sua cidadania são os desafios<br />

centrais para o educador organizar e materializar a sua práxis docente”.<br />

Assim, a escola deve oferecer oportunidades de acesso às informações e aos conhecimentos,<br />

de acordo com as necessidades e potencialidades, para que todos consigam<br />

aprender a aprender, aprender a fazer e a ser com autonomia para viverem juntos.<br />

7 Referências<br />

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Como<br />

elaborar o plano de desenvolvimento da escola: aumentando o desenvolvimento da escola por<br />

meio do planejamento eficaz. 3. ed. Brasília, DF: FUN<strong>DE</strong>SCOLA/ DIPRO/MEC/FN<strong>DE</strong>, 2006.<br />

________. Ministério da Educação. Prova Brasil na Escola. Brasília, DF – 2007.<br />

________. Ministério da Educação. P<strong>DE</strong>: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil:<br />

ensino fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC/SEB: Inep,<br />

2008.<br />

ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Educação. Subsecretaria de Educação Básica e<br />

Profissional. Currículo básico da escola estadual. Vitória, ES: SEDU, 2009.<br />

________. Guia para intervenção pedagógica pela aprendizagem no ensino fundamental.<br />

Vitória, ES: SEDU, 2009.<br />

________. Relatório de Análise Qualitativa de itens de prova/2004 – Vitória, ES, 2005.<br />

________. Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (PAEBES). Vitória, ES,<br />

2008.<br />

105


________. Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (PAEBES). Vitória, ES,<br />

2009.<br />

NEVES, Iara Conceição Bitencourt; et.alli. Ler e escrever: compromisso de todas as áreas.<br />

Porto Alegre: UFRGS, 2004.<br />

VASCONCELOS, Celso S.. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala<br />

de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1998.<br />

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.<br />

8 Anexos<br />

ANEXO 1<br />

Introdução<br />

PL<strong>ANO</strong>S <strong>DE</strong> ESTUDOS DA ALFABETIZAÇÃO<br />

PL<strong>ANO</strong> <strong>DE</strong> ESTUDO 1<br />

“Uma perspectiva inclusiva da avaliação”<br />

Segundo Teresa Esteban: “Avaliar o aluno deixa de significar um julgamento sobre<br />

a aprendizagem do aluno, para servir como modelo capaz de revelar o que o<br />

aluno já sabe, os caminhos que percorreu para alcançar o conhecimento, o que o<br />

aluno não sabe, o que pode vir a saber, o que é potencializado e revelado em seu<br />

processo, suas possibilidades de avanço e suas necessidades para superação, sempre<br />

transitória do saber.” Iniciaremos nossos estudos com a análise do resultado<br />

da avaliação PAEBES/ALFA – 2ª Onda 2009 e uma reflexão sobre os procedimentos<br />

avaliativos utilizados pela escola, as metodologias de ensino, a intervenção realizada<br />

pela escola e finalmente, como referencial para a fundamentação teórica, a leitura<br />

do texto “Uma perspectiva inclusiva da avaliação” – Pátio Revista Pedagógica,<br />

maio/julho 2009, pág. 44 a 47.<br />

106


Uma reflexão ampla sobre a avaliação do rendimento escolar, intimamente ligada à<br />

aprendizagem construída, com a identificação da a interação professor-aluno, é um<br />

aspecto fundamental da organização “da situação didática”, tendo em vista alcançar os<br />

objetivos do processo de ensino dentro dos fatores cogniscitivos e socioemocional..<br />

Atividade 1<br />

Debruçando-se sobre os resultados do PAEBES Alfa<br />

Avaliação da intervenção pedagógica realizada pela escola a partir dos resultados<br />

do PAEBES Alfa desenvolvido em 2009;<br />

Análise dos resultados das avaliações do PAEBES ALFA – 2ª Onda 2009;<br />

Leitura dos relatórios referentes ao resultado da avaliação PAEBES ALFA – 2ª Onda<br />

2009;<br />

Questionamentos: analisando a situação atual de aprendizagem dos alunos<br />

De acordo com a análise do resultado da 2ª Onda 2009, o desempenho da escola<br />

foi satisfatório?<br />

Qual o nível de alfabetização de cada turma?<br />

Quais as maiores dificuldades de cada turma?<br />

Relacionar atividades para serem desenvolvidas na sala de aula que possibilitarão<br />

a superação das dificuldades dos alunos.<br />

Atividade 2<br />

Fundamentação Teórica “Uma perspectiva Inclusiva da Avaliação”.<br />

O texto apresenta o tema avaliação como uma nova maneira de descobrir a realidade<br />

e apreciar cada situação de aprendizagem dos estudantes em vez de depreciar;<br />

ver mais longe e mais profundo em vez de ver apenas na superfície mais palpável.<br />

Aprender a ver o invisível, ver com os olhos do coração, que comovem, e com os da<br />

sabedoria, que desvelam e transformam.<br />

Com base no texto, discuta no grupo:<br />

Qual o sentido que a escola deve dar a avaliação?<br />

Qual o grande desafio que a escola deve fazer da avaliação?<br />

Quais os procedimentos avaliativos utilizados pela escola?<br />

Os procedimentos avaliativos utilizados pela escola possibilitam aos estudantes<br />

avanços na aprendizagem?<br />

107


Atividade 3:<br />

Vivenciando, na prática, o estudo realizado<br />

Contemplar nos planejamentos semanais as sugestões de atividades propostas<br />

pelo grupo (relacionadas na realização da Atividade 1);<br />

Desenvolver procedimentos avaliativos para verificação da situação atual da<br />

aprendizagem dos alunos e estabelecer comparativos com os resultados da avaliação<br />

PAEBES/ALFA;<br />

Para o próximo encontro de estudo, socializar o resultado da aplicação do trabalho<br />

pedagógico na sala de aula.<br />

Atividade 4 (Pedagogo):<br />

Registrar em forma de relatório e/ou portfólio os estudos realizados pelo grupo<br />

de professores.<br />

REFERÊNCIAS<br />

COOPERSMITH, S. Studiens in selfesteem. Scientific American, v. 2, n.218, p. 96-106, 1968.<br />

MERTENS, D.The inclusive view of evaluation: visions for the new millennium. In: DONALDSON,<br />

S.I.;<br />

SCRIVEN, M. Evaluating social programs and problems: visions for the new millennium. New<br />

Jersey: Lawrence Erlbaum Associates Publishers, 2003.<br />

PENNA FIRME, T. Effects of social reinforcement on self-esteeem of Mexican American children.<br />

Stanford, California: Stanford University, 1969. Tese de Doutorado (Ph.D).<br />

PRESK<strong>II</strong>LL, H; CATSAMBAS, T.T. Reframing evalution through appreciative inquiry. Thousand<br />

Oaks: Sage Publications, Inc., 2006.<br />

SEARS, P.S.; SHERMAN. In pursuit of self-esteeem. Belmont: Wadsworth Publishing Co., 1964.<br />

WIKIPEDIA. http//pt.vikipedia.org/wiki/Hans Christian Andersen.<br />

108


Uma perspectiva inclusiva da avaliação<br />

Thereza Penna Firme<br />

A avaliação apreciativa propõe ver a realidade no seu lado mais promissor e, na sombra<br />

dessa luz projetada, descobrir com competência e ética o que deve ser corrigido e de fato<br />

corrigi-lo.<br />

Contam que o célebre autor de histórias infantis Hans Christian Andersen, um pobre,<br />

modesto e dedicado sapateiro de Copenhague, na Dinamarca, em sua banca de<br />

trabalho, onde remendava e costurava sapatos, costurava e remendava também a<br />

alegria e a emoção das crianças que por ali passavam a caminho da escola, lá pelos<br />

idos do século XIX. Famoso pelos seus contos de fada, Andersen foi, segundo estudiosos,<br />

“a primeira voz autenticamente romântica a contar histórias para as crianças,<br />

e buscava sempre passar padrões de comportamento que deveriam ser adotados<br />

pela nova sociedade que se organizava, inclusive apontando os confrontos entre<br />

‘poderosos’ e ‘desprotegidos’, ‘fortes’ e ‘fracos’, ‘exploradores’ e ‘explorados’. Andersen<br />

também pretendia demonstrar a ideia de que todos os homens deveriam ter direitos<br />

iguais” (Wikipédia).<br />

Um dia, Andersen decidiu caminhar até a escola para onde aquelas crianças corriam<br />

depois de passar momentos fascinantes junto a ele, de quem possivelmente não desejariam<br />

se afastar jamais. Foi então que ele viu indignado, na saída da escola, a cena<br />

humilhante de um menino “feinho”, tal como era ali percebido, ser agredido, empurrado<br />

e xingado pelos outros meninos, sem que qualquer iniciativa de proteção dos<br />

adultos fosse tomada. Hans puxou-o para perto dele e ali mesmo, sentado no muro<br />

da escola, contou-lhe a história que acabava de inventar especialmente para o “menino<br />

feinho”: “O Patinho Feio”, que não é preciso contar aqui porque tantas vezes<br />

contamos essa história às nossas crianças.<br />

O menino parou de chorar, foi feliz para casa, contou o ocorrido ao pai, que imediatamente<br />

procurou o extraordinário “psicólogo sapateiro” ou talvez ”filósofo”<br />

ou, por certo, “educador”, para agradecer-lhe a transformação de seu menino,<br />

ontem patinho feio, hoje cisne de rara beleza! Andersen tinha costurado a autoestima<br />

de seu filho. Esse pai era editor de histórias infantis e levou toda a obra<br />

rascunhada de Andersen para publicá-la. Foi assim que nasceu o que hoje temos<br />

o privilégio de conhecer: essa literatura de sabedoria e criatividade que já atravessa<br />

séculos.<br />

Tudo isso foi aqui contado por uma única razão: refletirmos sobre o que vem acontecendo<br />

em escolas do mundo inteiro, nas quais crianças e jovens se agridem e não se<br />

respeitam entre si, chegando a situações extremas de violência; nas quais professores<br />

também são envolvidos nesse clima, emaranhado como um nó que não se consegue<br />

desatar. É preciso competência para entender e solucionar o conflito. É preciso des-<br />

109


cobrir quem deu o nó. É preciso compreender como ele aconteceu. Essencialmente,<br />

estamos diante de um fenômeno de falta de respeito ao outro e, corajosamente, nós,<br />

educadores, precisamos reconhecer que as crianças e os jovens nos imitam. Até que<br />

ponto nossa atitude não estará, ainda que inconscientemente, provocando essa reação<br />

desordenada de comportamentos?<br />

Nesse ponto, eu prefiro inocentar professores e alunos e denunciar a avaliação tal<br />

como vem sendo praticada. Com as melhores intenções, erramos em nossa psicologia<br />

quando, no processo avaliativo, agredimos a autoestima do aluno, confundindo<br />

seu desempenho com seu valor como pessoa. É aí que se dá o nó da avaliação. É aí<br />

que o aluno se sente “incapaz”, “lento”, “feinho” e outras coisas mais, porque “tirou<br />

notas baixas”, “perdeu pontos”, “foi reprovado”. É aí que ele se sente o “patinho feio”.<br />

É nesse momento que a autoestima é seriamente afetada, gerando um emaranhado<br />

de atitudes e comportamentos que expressam perda e fracasso no caminho desgovernado<br />

da violência.<br />

A avaliação só tem significado se juntos entendermos o problema e encontrarmos<br />

a solução.<br />

Por que não desatar esse nó criado pela avaliação incompetente, mudando a perspectiva<br />

do enfoque avaliativo para uma visão inclusiva (Mertens, 2003), segundo a<br />

qual ninguém é excluído e a justiça social é a preocupação por excelência. Não se<br />

deve culpar a vítima, mas indagar por que e como o sistema escolar está fracassando<br />

com nossas crianças, em vez de por que e como essas crianças estão fracassando. O<br />

papel do avaliador – no caso, o professor – é buscar corrigir os fatores que sustentam<br />

a injustiça social, descobrindo os elementos que contribuem para os problemas<br />

sociais e sua solução. Avaliadores de várias partes do mundo estão em discussão a<br />

respeito dessa inclusão por meio da qual os vários interesses e as múltiplas perspectivas<br />

ao representados no processo avaliativo. Todos têm voz e voto para chegarmos<br />

juntos ao juízo de valor sobre uma criança, um jovem, uma escola, um sistema, uma<br />

sociedade.<br />

Erramos quando agredimos a autoestima do aluno, confundindo seu desempenho<br />

com seu valor como pessoa.<br />

Esta é a transformação do nó em nós. Avaliação só tem significado se juntos, em<br />

comunhão, entendemos o problema e encontramos a solução. É dessa maneira que<br />

garantimos a representação dos pontos de vista dos interessados no fenômeno em<br />

questão, seja ele aprendizagem, ensino ou desempenho de um programa ou sistema.<br />

Interação e responsividade são imprescindíveis na avaliação. Assim, para preservar<br />

o respeito às pessoas, no caso, a criança, foco da avaliação, o educador precisa<br />

conhecer seu contexto e abrir espaço para que o julgamento sobre seu desempenho<br />

inclua o entendimento de todos os fatores que atuam sobre ela. Inclusive, a própria<br />

110


criança é sumamente importante para falar de si mesma e, sobretudo valorizar-se,<br />

independentemente de qualquer situação de fracasso. Avaliação é um processo coletivo,<br />

feito por nós.<br />

Portanto, a criança e o jovem são, através da avaliação de todos nós, reconhecidos<br />

no seu valor e encorajados a perceber suas dificuldades e trabalhar para corrigi-las,<br />

mas todos juntos. E nessa abordagem, seja qual for nosso procedimento ou método<br />

avaliativo, um fator crucial é a atitude do avaliador. Tirar o aluno da sala? Mandá-lo<br />

embora? Suspendê-lo? Expulsá-lo? Essas são geralmente atitudes de desespero de<br />

um professor ou gestor que, de fato, perdeu a esperança do resgate. Por que não<br />

tentarmos, sempre nós, a solução para o nó?<br />

Interação e responsividade são imprescindíveis na avaliação.<br />

Estudos sobre autoestima (SearseSherman, 1964; Penna Firme, 1969) e a experiência<br />

profissional têm destacado o papel crucial dessa apreciação do autoconceito<br />

no ajustamento pessoal e no desenvolvimento harmonioso dos grupos<br />

humanos e das organizações, enfatizando que autoestima está relacionada com<br />

autoconfiança e tolerância à autocrítica e à frustração. O aumento da autoestima<br />

eleva o nível de aprendizagem e de competência profissional. Ao contrário, as<br />

pessoas tendem a não atuar bem quando se espera menos delas. É necessário,<br />

portanto, descobrir meio efetivos de elevar a autoestima dos alunos, de outros<br />

atores envolvidos no processo educativo e das organizações simultaneamente,<br />

tornando públicos os sucessos alcançados, o que, por certo, resultará em contínuo<br />

aperfeiçoamento. Além disso, quanto mais elevada for a autoestima de um<br />

indivíduo, mais positivos serão seus sentimentos em relação a outros indivíduos<br />

e mais positivamente ele será capaz de perceber os sentimentos de outros a seu<br />

respeito.<br />

Em síntese, a avaliação apreciativa, nesse contexto tradicional e conservador da avaliação,<br />

é um desafio. É desfazer o nó, ou seja, o bloqueio da decepção e da desesperança<br />

e abrir caminhos desobstruídos de crescimento individual e social. Para isso,<br />

precisamos abraçar o “patinho feio” e, junto com ele, descobrir o cisne deslumbrante<br />

que está dentro dele. É preciso levar conosco o que foi deixado de lado, excluído,<br />

abandonado e resgatá-lo. É necessário incluir, apreciar e, sobretudo, amar antes de<br />

ensinar. Avaliação é isso.<br />

111


PL<strong>ANO</strong> <strong>DE</strong> ESTUDO 2<br />

“Elaboração do Plano de Intervenção”<br />

Introdução<br />

De acordo com Silva (2003 p.10), o espaço educativo se transforma em ambiente de<br />

superação de desafios pedagógicos que dinamiza e significa a aprendizagem, que passa<br />

a ser compreendida como construção de conhecimentos e desenvolvimento de competências<br />

em vista da formação cidadã.<br />

E como pode o professor superar os desafios pedagógicos? Para superar dificuldades,<br />

é necessário avaliar sistematicamente o ensino e a aprendizagem. Tradicionalmente,<br />

no entanto, as práticas de avaliação desenvolvidas na escola tem se constituído<br />

em práticas de exclusão: avalia-se para medir a aprendizagem dos estudantes e<br />

classificá-los em aptos ou não aptos a prosseguir os estudos. Para que não tenhamos<br />

essa prática excludente, é preciso que os professores reconheçam a necessidade de<br />

avaliar com diferentes finalidades:<br />

Identificar os conhecimentos prévios dos estudantes, nas diferentes áreas do conhecimento<br />

e trabalhar a partir deles;<br />

Identificar os avanços e encorajá-los a continuar construindo os conhecimentos<br />

nas diferentes áreas do conhecimento e desenvolvendo capacidades;<br />

Conhecer as dificuldades e planejar atividades que os ajudem a superá-las;<br />

Verificar se eles aprenderam o que foi ensinado e decidir se é preciso retomar os<br />

conteúdos;<br />

Saber se as estratégias de ensino estão sendo eficientes e modificá-las quando<br />

necessário.<br />

Nessa perspectiva, os resultados do não-atendimento das metas escolares esperadas<br />

são vistos como decorrentes de diferentes fatores sobre os quais é necessário refletir.<br />

A responsabilidade, então, de tomar as decisões para a melhoria do ensino, passa a<br />

ser de toda a comunidade escolar.<br />

Utilizaremos como referência para elaboração do Plano de Intervenção os documentos:<br />

Guia para Intervenção Pedagógica pela Aprendizagem no Ensino Fundamental –<br />

Todos pelo direito de aprender;<br />

Currículo Básico da rede estadual;<br />

Relatório da avaliação PAEBES Alfa – 2ª onda 2009.<br />

112


Atividade 1<br />

Esquematizando o Plano de Intervenção (equipe pedagógica):<br />

1) Planejamento das etapas do Plano de Intervenção:<br />

Foco na aprendizagem dos alunos (Guia para Intervenção Pedagógica, página<br />

23).<br />

Sugestões para elaboração do Plano de Intervenção (Guia para Intervenção<br />

Pedagógica, página 24).<br />

Atividade 2<br />

Levantamento das principais dificuldades dos alunos na sala de aula.<br />

Refletindo sobre a prática pedagógica<br />

1) Discussão em grupo:<br />

Reflexões importantes para alcançar as metas (Guia para Intervenção Pedagógica,<br />

página 19).<br />

Proposta de questionamentos para reflexão do grupo (Guia para Intervenção<br />

Pedagógica, página 26)<br />

Atividade 3<br />

Vivenciando, na prática, o estudo realizado<br />

1) Para enriquecimento do Plano de Intervenção Pedagógica, sugerimos a utilização<br />

de espaços e recursos pedagógicos disponíveis na escola:<br />

A escola e seus espaços de aprendizagens (Guia para Intervenção Pedagógica,<br />

página 33 a 36).<br />

2) Definindo as ações em grupo:<br />

Roteiro para auxiliar a composição do Plano de Intervenção Escolar (Guia para<br />

Intervenção Pedagógica, páginas 27 e 28).<br />

O que fazer com aqueles alunos que parecem não avançar? (Guia para Intervenção<br />

Pedagógica, páginas 42 e 43).<br />

Atividade 4<br />

Socializando o Plano de Intervenção<br />

Mobilização da Comunidade Escolar (Guia para Intervenção Pedagógica, páginas<br />

29 e 30).<br />

Atividade 5 (Equipe pedagógica)<br />

Acompanhando e monitorando o desenvolvimento do Plano de Intervenção<br />

Pedagógica<br />

113


A gestão da escola, nesse processo, pode fazer a diferença (Guia para Intervenção<br />

Pedagógica, página 30);<br />

Sugestões de ações para implementação do Plano de Intervenção (Guia para Intervenção<br />

Pedagógica, páginas 30 a 32).<br />

REFERÊNCIAS<br />

SILVA, J. Introdução: avaliação do ensino e da aprendizagem numa perspectiva formativa<br />

reguladora. In: SILVA, J., HOFFMANN, J., ESTEBAN, M.T. Práticas avaliativas e aprendizagens<br />

significativas em diferentes área do currículo. Porto Alegre: Mediação, 2003.<br />

114


PL<strong>ANO</strong> <strong>DE</strong> ESTUDO 3<br />

“As capacidades necessárias para a alfabetização”<br />

Introdução<br />

Para a autora Miriam Lemle poucos períodos da vida são tão importantes quanto os momentos<br />

iniciais da alfabetização. Afinal, esse contato com as primeiras letras será decisivo<br />

em mais de um aspecto – nele estará traçado o futuro do estudante e do cidadão.<br />

Este texto apresenta os fundamentos teóricos para a compreensão dos fatos da língua.<br />

Pois é na sala de aula, durante essa incursão inaugural no universo letrado, que é<br />

preciso falar da língua, de suas unidades, de seus mecanismos, de sua representação.<br />

É essencial, portanto que o professor esteja disposto a encarar de maneira criativa e<br />

responsável o complexo (porém recompensador) ofício de ensinar.<br />

Atividade 1<br />

Compartilhando ideias<br />

O primeiro roteiro de estudo abordou o tema avaliação e sugeriu incluir no planejamento<br />

do professor duas atividades para serem desenvolvidas em sala de aula.<br />

Nesse momento, propomos a socialização do resultado da aplicação dessas atividades.<br />

Breve relato sobre a situação atual da aprendizagem dos alunos. Quantos ainda<br />

encontram-se no baixo desempenho?<br />

Quais foram as atividades desenvolvidas em sala de aula, que possibilitaram aos<br />

alunos do baixo desempenho avançar na aprendizagem? Qual foi o resultado?<br />

Atividade 2<br />

Refletindo sobre o sistema alfabético<br />

Discussão do grupo anterior à leitura do texto:<br />

1) Quais os conteúdos que o grupo considera imprescindíveis a serem trabalhados<br />

na alfabetização?<br />

Atividade 3<br />

Fundamentação Teórica<br />

1) Leitura do texto “As capacidades necessárias para a alfabetização” – extraído do<br />

livro “Guia Teórico do Alfabetizador”, de autoria de Miriam Lemle.<br />

2) Após a leitura, confrontar o que foi discutido no grupo com o que o texto apresenta<br />

como conteúdos essenciais na aquisição do sistema alfabético.<br />

115


Atividade 4<br />

Vivenciando, na prática, o estudo realizado<br />

Elaborar, em grupo, atividades (jogos, atividades orais, atividades escritas, brincadeiras,<br />

etc) que ajudem aos alunos a superarem os cinco problemas que dificultam o<br />

processo de alfabetização, apresentados no texto de Miriam Lemle:<br />

Compreender a ideia de símbolo;<br />

Conhecer as letras do alfabeto;<br />

Compreender a direção convencional da escrita;<br />

Discriminar os sons da fala;<br />

Entender a relação entre fonema e grafema (som/letra).<br />

Atividade 5<br />

Compartilhando experiências<br />

1) Socializar com o grupo, no próximo encontro de estudo, os avanços apresentados<br />

pelos alunos em relação à aquisição dos conhecimentos básicos para a alfabetização<br />

a partir das atividades desenvolvidas em sala de aula.<br />

Atividade 6: (Pedagogo):<br />

1) Registrar em forma de relatório e/ou portfólio, os estudos realizados pelo grupo<br />

de professores.<br />

As capacidades necessárias para a alfabetização<br />

Texto extraído do livro Guia teórico do alfabetizador de Miriam Lemle<br />

Para que uma pessoa possa aprender a ler e a escrever, há alguns saberes que ela precisa<br />

atingir e algumas percepções que deve realizar conscientemente. Esse texto trata<br />

desses saberes e dessas percepções, e como ajudar o alfabetizando a atingi-los.<br />

O que o alfabetizando precisa saber<br />

A primeira coisa que a criança precisa saber é o que representam aqueles risquinhos<br />

em uma página branca. Esse conhecimento não é tão simples quanto parece a quem<br />

já o incorporou há muitos anos ao seu saber. Observe que, para entender que os<br />

risquinhos pretos no papel são símbolos de sons da fala, é necessário compreender<br />

o que é símbolo.<br />

116


A ideia de símbolo é bastante complicada. Uma coisa é símbolo de outra sem que<br />

nenhuma característica sua seja semelhante a qualquer característica da coisa simbolizada.<br />

Tomemos alguns exemplos de símbolos. Cor vermelha, no sinal de trânsito,<br />

simboliza a instrução Pare. A cor verde simboliza a instrução Ande. O dedo polegar<br />

voltado para cima simboliza a informação Tudo bem. Bandeira branca, na praia, simboliza<br />

Mar calmo. Esses exemplos de símbolos de uso comum em nossa vida servem<br />

para ilustrar a ideia de que a relação entre um símbolo e a coisa que ele simboliza é<br />

inteiramente arbitrária, ou seja, a razão da forma de um símbolo não está nas características<br />

da coisa simbolizada.<br />

Uma criança que ainda não consiga compreender o que seja uma relação simbólica<br />

entre dois objetos não conseguirá aprender a ler.<br />

Vamos ao segundo problema. As letras, para quem ainda não se alfabetizou, são risquinhos<br />

pretos na página branca. O aprendiz precisa ser capaz de entender que cada um<br />

daqueles risquinhos vale como símbolo de um som da fala. Assim sendo, o aprendiz<br />

deve poder discriminar as formas das letras. As letras do nosso alfabeto têm formas<br />

bastante semelhantes, e, por isso, a capacidade de distingui-las exige refinamento na<br />

percepção. Tomemos um exemplo: a letra p e a letra b diferem apenas na direção da<br />

haste vertical, colocada abaixo da linha de apoio ou acima dela. São sutis as diferenças<br />

que determinam a distinção entre as letras do alfabeto. A criança que não leva em conta<br />

conscientemente essas percepções visuais finas não aprende a ler.<br />

O terceiro problema para o aprendiz é a conscientização da percepção auditiva. Se<br />

as letras simbolizam sons da fala, é preciso saber ouvir diferenças linguisticamente<br />

relevantes entre esses sons, de modo que se possa escolher a letra certa para simbolizar<br />

cada som. É claro que só será capaz de escrever aquele que tiver a capacidade de<br />

perceber as unidades sucessivas de sons da fala utilizadas para enunciar as palavras e<br />

de distingui-las conscientemente umas das outras. A análise a ser feita pela pessoa é<br />

bem sutil: ela deve ter consciência dos pedacinhos que compõem a corrente da fala<br />

e perceber as diferenças de som pertinentes à diferença de letras.<br />

Recapitulando, essas três capacidades analisadas são as partes componentes da capacidade<br />

de fazer uma ligação simbólica entre sons da fala e letras do alfabeto. A<br />

primeira é a capacidade de compreender a ligação simbólica entre letras e sons<br />

da fala. A segunda é a capacidade de enxergar as distinções entre as letras. A terceira<br />

é a capacidade de ouvir e ter consciência dos sons da fala, com suas distinções<br />

relevantes na língua.<br />

Mas a escrita contém, ainda, outras ideias escondidas. A corrente de sons que emitimos<br />

ao falar é a representação de um sentido, de um conteúdo mental. Por exemplo:<br />

a sequência de sons [ali] representa a unidade de sentido em localização longínqua<br />

de quem fala. Quem vai aprender a escrever deve saber isolar, na corrente da fala, as<br />

117


unidades que são palavras, pois essas unidades é que deverão ser escritas entre dois<br />

espaços brancos.<br />

Temos aí, então, o quarto problema para o alfabetizando: captar o conceito de palavra.<br />

Essa unidade “Palavra” é tão natural, que sua depreensão quase não constitui<br />

problema para os aprendizes. Assim, se um principiante na escrita quer escrever a<br />

frase: a bola dela é amarela é pouco provável que ele erre na segmentação das palavras,<br />

escrevendo, por exemplo, abo lade laeama rela.<br />

O tipo de dificuldade na depreensão de unidades vocabulares que se observa muitas<br />

vezes na prática do ensino são coisas como umavez, nonavio, minhavó, ou seja, falta<br />

de separação onde existe uma fronteira vocabular. O inverso – a colocação de um<br />

espaço onde não há fronteira – é mais raro.<br />

Outro saber que precisa ser estabelecido logo no início do trabalho da alfabetização<br />

é a compreensão da organização espacial da página, em nosso sistema de<br />

escrita: a ideia de que a ordem significativa das letras é da esquerda para a direita<br />

na linha, e que a ordem significativa das linhas é de cima para baixo na página.<br />

Note que isso precisa ser ensinado, pois dessa compreensão decorre uma maneira<br />

muito particular de efetuar os movimentos dos olhos na leitura. A maneira de olhar<br />

uma página de texto escrito é muito diferente da maneira de olhar uma figura ou<br />

uma fotografia.<br />

O cultivo das capacidades que permitem os saberes básicos para a alfabetização<br />

Os cinco conhecimentos básicos para a leitura e escrita que acabamos de identificar<br />

podem ser atingidos espontaneamente pelas crianças. Mas podem, também, ser estimulados<br />

a eclodir para que o alfabetizando esteja preparado para o arranque.<br />

As crianças que fazem a pré-escola recebem esse preparo. A familiaridade com papel<br />

e lápis, massinhas e brinquedos de encaixe, quebra-cabeças, canções, narrativas,<br />

jogos ajudam a preparar a criança para os saberes e as tarefas envolvidas na alfabetização.<br />

Entretanto, os professores se quiserem investir alguma criatividade no trabalho, podem<br />

suprir a lacuna da falta da pré-escola e podem ajudar as crianças a ficarem em<br />

pé de igualdade com as outras.<br />

Vamos procurar algumas ideias sobre como se pode estimular o desabrochar de cada<br />

uma das cinco capacidades necessárias para a alfabetização.<br />

Primeiro problema: a ideia de símbolo<br />

Trazer para a escola exemplos de símbolos: escudos de times de futebol, bandeiras<br />

de clubes e de países, sinais de trânsito, apitos convencionais de guardas de<br />

118


trânsito, gestos convencionais, gestos da língua de sinais, manuais dos surdosmudos,<br />

símbolos religiosos, emblemas, amuletos;<br />

Conversar sobre os significados dos símbolos e onde podemos encontrá-los;<br />

Criar um símbolo para representar a turma; organizar uma exposição com todos<br />

os símbolos criados; fazer uma votação para escolher o símbolo da turma;<br />

Passeio pela escola para observarem onde há escritas e onde há desenhos. Propor<br />

uma reflexão conjunta e orientada sobre as escritas e desenhos existentes (suportes,<br />

significados, finalidades, autoria, etc.);<br />

Em pequenos grupos, criar placas para sinalizar a escola. Elaborar minicartazes<br />

com desenhos, recortes e colagens, para serem colocados nos corredores, pátio,<br />

portas e outros locais.<br />

Segundo problema: discriminação das formas das letras<br />

Exercícios de desenho de pequenas formas: círculos, traços, cruzes, quadrados,<br />

ângulos, curvas, espirais, composições com várias unidades de formas diversas;<br />

Aproveitar o fato de as crianças terem interesse em aprender a escrever os seus<br />

nomes próprios para ensinar também os nomes das letras;<br />

Utilizar músicas, jogos e brincadeiras que permitem que essa aprendizagem se<br />

desenvolva de forma lúdica. (bingo das letras, bingos de nomes, agenda em ordem<br />

alfabética, etc);<br />

Expor na sala de aula o alfabeto com os quatro tipos de letras. Confeccionar para<br />

os alunos o alfabeto individual para consulta.<br />

Terceiro problema: discriminação dos sons da fala<br />

Criar listas de palavras que:<br />

• começam com o mesmo som;<br />

• rimam (rimas perfeitas, rimas imperfeitas).<br />

Cantar músicas que apresentam repetições de sílabas;<br />

Tomar uma mesma melodia e cantá-la em diversas sílabas: La-la-la-la... ta-ta-tata...;<br />

Brincar de telefone-sem-fio;<br />

Imitar sotaques.<br />

Quarto problema: consciência da unidade palavra<br />

Dizer o nome dos objetos que estão à vista;<br />

Aprender palavras novas: partes do corpo, termos de parentesco, acidentes geográficos,<br />

profissões, bichos, plantas, frutas, sentimentos, atividades, comidas, instrumentos;<br />

119


Localizar a mesma palavra em posições diferentes no texto;<br />

Contar quantas palavras há numa expressão:<br />

Macaco feio – quantas palavras tem?<br />

Antônio fez gol – quantas palavras tem?<br />

Quinto problema: a organização da página escrita<br />

Brincar de ler: colocar pequenos textos no quadro (ou confeccionar cartazes), memorizá-los<br />

e recitá-los de memória, apontando para as palavras correspondentes<br />

à medida que a recitação vai prosseguindo. Os textos podem ser criados pelos<br />

próprios alunos. Com poesia, essa atividade pode tornar-se muito agradável. A escolha<br />

de textos familiares na cultura local (provérbios, parlendas, ditados, refrões)<br />

fará a leitura ser sentida como algo normal da vida.<br />

A alfabetização<br />

Quando tratamos das capacidades essenciais para a alfabetização, colocamos como<br />

primeiro problema o de compreender que existe uma relação de simbolização entre<br />

as letras e os sons da fala. Todo sistema alfabético de escrita tem essa característica<br />

essencial: os segmentos gráficos representam segmentos de som.<br />

O modelo ideal do sistema alfabético é o de que cada letra corresponda a um som e<br />

cada som a uma letra, mas essa relação ideal só se realiza em poucos casos.<br />

Na verdade, temos em português pouquíssimos casos de correspondência biunívoca entre<br />

sons da fala e letras do alfabeto. Chama-se correspondência biunívoca aquela em que<br />

um elemento de um conjunto corresponde a apenas um elemento de outro conjunto, ou<br />

seja, é de um para um a correspondência entre os elementos, em ambas as direções.<br />

Temos no quadro abaixo, os casos de correspondência biunívoca entre letras e fonemas.<br />

Correspondências biunívocas entre fonemas e letras<br />

(representa, onde quer que apareça sempre a mesma unidade fonêmica).<br />

p<br />

b<br />

t<br />

d<br />

f<br />

v<br />

a<br />

/p/<br />

/b/<br />

/t/<br />

/d/<br />

/f/<br />

/v/<br />

/a/<br />

Exemplo de correspondência não biunívoca: Se a vogal [i] está numa posição de sílaba<br />

acentuada, ela será transcrita, em nossa convenção ortográfica, pela letra i. Isso<br />

ocorre em palavras como vida, saci e rio. Se a vogal [i] está numa sílaba átona final<br />

120


de palavra, ela corresponderá à letra e, em nossa ortografia. É o caso de vale, corre,<br />

morte, leite etc. Com a vogal [u], a situação é simétrica à da vogal [i]. Em posição de<br />

sílaba tônica, a letra que transcreve [u] é u (lua, tudo) e em posição final de palavra, se<br />

a sílaba é átona, a vogal é transcrita na ortografia pela letra o (mato, pego).<br />

É muito importante que o alfabetizador tenha bem claras em sua mente essas particularidades<br />

nas variedades de correspondências entre sons e letras (fonemas/grafemas).<br />

O alfabetizando com capacidade de observação e de crítica fará perguntas do tipo:<br />

– Professor, eu falo [matu] e não [mato]. Devia ser matu a escrita certa.<br />

– [pau] e [sau] se falam igualzinho. Por que se escrevem pau e sal?<br />

A resposta dada pela maior parte dos professores é a de que “a gente é que fala errado,<br />

porque o certo é falar [mato] e [sal]”. Mas é uma péssima resposta.<br />

O professor deve estar apto a explicar que a posição precisa ser levada em conta para<br />

a correspondência entre sons e letras. Essa é a maneira como tais perguntas devem<br />

ser respondidas. Responder dizendo que as pessoas falam errado é um equívoco linguístico,<br />

um desrespeito humano e um erro político.<br />

um equívoco linguístico, pois ignora o fato de que as unidades de som são afetadas<br />

pelo ambiente em que ocorrem, ou seja, sons vizinhos afetam-se uns aos outros;<br />

um desrespeito humano, pois humilha e desvaloriza a pessoa que recebe a qualificação<br />

de que fala errado;<br />

um erro político, pois ao se rebaixar a autoestima linguística de uma pessoa ou de<br />

uma comunidade contribui para amedrontá-la.<br />

Como sistematizar as relações entre sons e letras<br />

Considerando que o primeiro passo do alfabetizando em sua compreensão do sistema<br />

de escrita é o entendimento da situação de que cada letra tem seu som e cada<br />

som tem sua letra (correspondência biunívoca – letras p, b, t, d, f, a), vamos deixá-lo<br />

explorar essa hipótese: inventar versinhos e músicas, criar ritmos alternando as letras,<br />

tomar melodias conhecidas e cantarolá-las, inventar joguinhos de palavras cruzadas<br />

usando essas letras.<br />

A segunda etapa da aprendizagem consiste na rejeição da hipótese de que cada letra<br />

tem seu som e cada som tem sua letra, sendo, portanto um passo crucial na construção<br />

do conhecimento do alfabetizando a respeito do nosso sistema de escrita.<br />

Quando o alfabetizando não dá esse passo e aferra-se à primeira hipótese, ele comete<br />

falhas típicas de leitura e de escrita.<br />

É preciso ajudar o aprendiz a observar que há palavras em que o som da letra l não é<br />

[l] e sim [u], que há posição em que o som da letra o é de [u] e o som da letra e é de<br />

121


[i], que a letra r corresponde a um som forte no início de palavra e a um som brando<br />

quando colocada entre duas vogais. Em suma, esses e outros fatos serão propostos à<br />

atenção do alfabetizando.<br />

Uma ótima maneira de fazer isso é propor atividades de pesquisa. O professor pode<br />

arranjar jornais, revistas, invólucros de produtos e qualquer material impresso, além<br />

de uma folha de papel grande, tesoura e cola, e propor o seguinte:<br />

Vamos estudar a letra l. Que sons ela tem? Em lua e em sala, ela tem um som. Em sol<br />

e em papel, o som é outro. Vamos recortar todas as palavras em que aparece a letra<br />

l; vamos colar as palavras em que o som da letra é igual ao som que ela tem em lua,<br />

em uma metade da folha; vamos colar as palavras cujo l tem o mesmo som que aparece<br />

em sol, na outra metade da folha. O mesmo será feito com a letra c que tem som<br />

igual ao da palavra cinco e com a letra c que tem som igual ao da palavra casa. Depois<br />

faremos a mesma coisa com o e que soa [i] e com o e que soa [e]. E o mesmo com o<br />

o que soa [o] e com o o que soa [u].<br />

Outro procedimento que se pode adotar para o desenvolvimento desse tipo de conhecimento<br />

é depreender palavras de letras de músicas ou de poesias conhecidas,<br />

procurando saber com que letras essa palavra é representada na escrita. Tomemos,<br />

por exemplo, “A banda”, de Chico Buarque:<br />

Eu estava à toa na vida<br />

O meu amor me chamou<br />

Pra ver a banda passar<br />

Cantando coisas de amor<br />

Que palavra tem o som [s]? Passar! Escreve-se com ç ou com ss? Com ss! Quais palavras<br />

são faladas com um som de [z] no meio de duas vogais? Coisas! Escreve-se com<br />

s ou com z? Com s! Que palavra começa com o som de [che]? Chamou! Escreve-se<br />

com x ou ch? Com ch!<br />

O erro característico do alfabetizando que encalhou na ideia da monogamia entre<br />

sons letras é a pronúncia artificial das palavras, com a escansão de letra. Assim, por<br />

exemplo, todo o é lido com o som de [o], mesmo os que estão no fim das palavras;<br />

todo e é lido sempre como [e] e nunca como [i], que é o caso dos finais átonos. Na<br />

maioria das vezes, o aluno é secundado nisso pelos professores, que acreditam ingenuamente<br />

ser essa pronúncia fictícia (artificial), de alguma maneira, a certa da língua.<br />

Aliás, eles até elaboram essa criação artificiosa de uma modalidade de língua que só<br />

existe dentro das salas de aula de alfabetização.<br />

E, finalmente, a mais importante das recomendações: o professor não deve dar muita<br />

importância a erros de escrita dessa espécie. Gradativamente, com a prática da<br />

leitura e da escrita, tais erros diminuirão. A preocupação com a ortografia não deve<br />

crescer a ponto de inibir a expressão escrita da criança.<br />

122


PL<strong>ANO</strong> <strong>DE</strong> ESTUDO 4<br />

“O Som e a Escrita”<br />

Introdução<br />

O artigo escrito pelo professor Artur Gomes de Moraes traz ao debate um tema importante:<br />

a necessidade de alfabetizar letrando. Isto significa mostrar, desde cedo, a<br />

escrita em seus diversos usos e trazer ao instante mágico do nascimento de um novo<br />

leitor a necessária imersão nos diferentes formatos de texto ao qual eles próprios já<br />

estavam expostos, mesmos sem se darem conta disso.<br />

Atividade 1<br />

Refletindo em grupo a nossa prática<br />

Antes de iniciarmos a leitura do texto, vamos refletir:<br />

Na concepção do grupo, como o professor pode ajudar as crianças a compreender<br />

que as letras representam o som da fala e a dominar as relações som/grafia?<br />

Atividade 2<br />

Leitura do texto<br />

Leitura do texto “O som e a escrita”, extraído da Revista do professor – Carta Fundamental,<br />

2009 – nº 08, p 16.<br />

Atividade 3<br />

Confrontando ideias<br />

Estabeleça a comparação entre o texto lido e a concepção do grupo discutida na<br />

atividade 1.<br />

Atividade 4<br />

Vivenciando, na prática, o estudo realizado<br />

1) Considerando a temática do estudo, organizar durante os planejamentos semanais<br />

uma sequência didática, objetivando avanços significativos dos alunos que<br />

se encontram no baixo desempenho.<br />

2) Apresentar ao grupo as sequências didáticas desenvolvidas.<br />

3) Registrar os resultados alcançados para socialização no próximo estudo.<br />

123


Atividade 5 (Pedagogo)<br />

Registrando nossa prática pedagógica<br />

Registrar em forma de relatório e/ou portifólio, os estudos realizados pelo grupo de<br />

professores.<br />

REFERÊNCIAS<br />

Ferreiro, Emília. Reflexões sobre Alfabetização. São Pulo: Cortez, 1985.<br />

Leal, Telma; Albuquerque, Eliana; Morais, Artur. Letramento e Alfabetização: Pensando a prática<br />

pedagógica. In: Brasil/MEC. Ensino Fundamental de 9 anos: orientações para a inclusão da<br />

criança de 6 anos de idade. Brasília: MEC, 2006, v.1, PP. 69-83.<br />

Morais, Artur; Leite, Tânia. Como promover o desenvolvimento das habilidades de reflexão<br />

fonológica dos alfabetizandos? In: Morais, Artur; Albuquerque, Eliana; Leal, Telma. (org.)<br />

Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.<br />

Morais, Artur. Consciência Fonológica e Metodologias de Alfabetização. Presença Pedagógica,<br />

v. 12, 2006.<br />

O Som e a Escrita<br />

Como ajudar as crianças a compreender que as letras representam os sons da fala e<br />

a dominar as relações som-grafia do Português.<br />

Até o fim dos anos 1970, os debates sobre alfabetização giravam em torno da pergunta:<br />

“Qual é o melhor método?” Existia, então, a interpretação de que, dispondo de<br />

um bom método e com alunos que apresentassem “prontidão para a alfabetização”,<br />

o sucesso estaria garantido. Quanto aos métodos, as disputas já vinham de séculos<br />

anteriores e envolviam os métodos “sintéticos” (alfabético, silábico, fônico) e aqueles<br />

denominados “analíticos” (palavração, sentenciação e método global ou dos contos).<br />

Quanto à prontidão, vivia-se até o começo da década de 1980 um conjunto de crenças,<br />

segundo as quais para aprender a ler era suficiente os alunos terem “habilidades<br />

psiconeurológicas” como coordenação motora (fina e grossa), lateralidade, equilíbrio,<br />

discriminação auditiva, discriminação visual, memória, etc.<br />

Para quem só se formou como professor nos últimos anos, talvez alguns desses temas<br />

pareçam estranhos. Fica então a pergunta: por que mudou nossa maneira de<br />

conceber a alfabetização e seu ensino?<br />

124


Diversos fatores podem estar por trás daquelas mudanças. O fato é que passamos<br />

a ter dois tipos de evidências principais que questionaram as velhas crenças e os<br />

velhos métodos. Por um lado, passamos a nos dar conta de que a vivência precoce<br />

de práticas de leitura de textos reais – e não os amontoados de frases artificiais das<br />

cartilhas – era fundamental para que as crianças não só aprendessem as relações<br />

entre letras e sons, mas pudessem, efetivamente, avançar nas competências de ler/<br />

compreender/produzir textos escritos. Assim, em lugar de expormos nossos alunos<br />

a estranhezas como “A aula é ali, Leila” ou “O boi baba”, precisava ler e produzir textos<br />

diversificados e significativos no cotidiano escolar.<br />

Por outro lado, os estudos da psicogênese da escrita demonstraram que aprender o<br />

alfabeto é um trabalho conceitual, que envolve etapas e que requer muito mais que<br />

habilidades perceptivas e motoras. Passamos a nos enfrentar com o dado de que a<br />

escrita alfabética não é um código aprendido com base na memorização e no treino<br />

previsto nos métodos tradicionais. Noutras palavras, ficou demonstrado o grande<br />

equívoco daqueles velhos métodos, ao decidirem o que era “simples” ou “complexo”<br />

para os principiantes e proporem, por exemplo, que se transmitissem, em doses controladas,<br />

informações sobre letras que equivaleriam a fonemas. Passamos a ver, inclusive,<br />

quantos alunos fracassavam porque insistíamos em fazê-los, a cada semana,<br />

pronunciar diferentes fonemas isolados em voz alta ou decorar “famílias silábicas”.<br />

Alfabetizar Letrando<br />

Tanta revolução, infelizmente, criou um vácuo. Passamos a falar de fases ou hipóteses<br />

de escrita, sem discutir, na maior parte das vezes, as questões metodológicas ou<br />

didáticas, tão fundamentais. Afinal, de que adianta observar que as crianças passam<br />

por etapas (pré-silábicas, silábica, alfabética), se não sabemos o que fazer par ajudálas<br />

a avançar em seus conhecimentos?<br />

Infelizmente, no contexto atual, chegamos a encontrar muitos professores e pesquisadores<br />

que passaram a apostar que as crianças poderiam se apropriar “espontaneamente”<br />

da escrita alfabética. Isto é, que se alfabetizariam vivendo apenas situações<br />

em que os adultos leem e produzem textos na sala de aula, sem ajudar os aprendizes<br />

a refletir sobre palavras e sobre as partes – orais e escritas – que as constituem.<br />

Se estamos totalmente de acordo com o princípio e que é necessário “alfabetizar<br />

letrando”, pensamos, contudo, que é papel obrigatório da escola ajudar as crianças a<br />

compreender que as letras representam os sons da fala e a dominar as relações somgrafia<br />

de nossa língua. Para compreender as propriedades do sistema alfabético, o<br />

indivíduo precisa reconstruir uma série de conhecimentos. Mesmo sem saber explicitar<br />

em voz alta, o aprendiz precisa saber que:<br />

125


As letras têm formatos fixos e pequenas variações produzem mudanças na identidade<br />

das mesmas (p, q, b, d), embora uma letra assuma formatos variados (P, p, B, b).<br />

A ordem das letras é definidora da palavra que elas formam, ao ficarem juntas.<br />

Uma letra pode se repetir no interior de uma palavra e em diferentes palavras.<br />

Nem todas as letras podem vir juntas de outras e nem todas podem ocupar certas<br />

posições no interior das palavras (por exemplo, o “Q” vem sempre junto do “U”).<br />

As letras notam segmentos sonoros e não as características físicas ou funcionais<br />

dos referentes que substituem.<br />

As letras notam segmentos sonoros menores que as sílabas orais que pronunciamos.<br />

As letras têm valores sonoros fixos, apesar de muitas terem mais de um valor sonoro<br />

e certos sons poderem ser notados com mais de uma letra.<br />

Um enigma<br />

O tamanho das palavras não<br />

tem nada a ver com o tamanho<br />

do que elas nomeiam.<br />

LEÃO<br />

FORMIGUINHA<br />

Não é tão fácil para a criança<br />

compreender isso.<br />

Metodologia<br />

O fato de termos detectado as limitações dos métodos tradicionais não significa que<br />

não precisamos de metodologias para alfabetizar. Todo ensino eficiente pressupõe<br />

a intencionalidade e a definição de metas e procedimentos que levem o professor a<br />

alcançar seu propósito, no nosso caso, alfabetizar. Em nossa experiência, vemos que<br />

diferentes atividades permitem que objetivos didáticos especificamente voltados à<br />

apropriação da escrita alfabética sejam atendidos. Insistimos que, numa perspectiva<br />

construtivista, não existe uma única forma de alfabetizar que seja “a melhor”.<br />

A grande pergunta é: como fazer os alunos refletirem sobre as palavras – escritas<br />

e orais –, de modo a, progressivamente, compreenderem as oito propriedades do<br />

sistema alfabético acima listadas e dominarem as relações letra-som do Português?<br />

126


A seguir traremos o exemplo de duas atividades ou situações que, dentre tantas outras,<br />

nos parecem bem eficientes para alcançarmos aqueles objetivos.<br />

Rimas para uma nova versão de poema<br />

Jogos e poemas que ensinam<br />

A situação a seguir foi vivenciada pela professora Rosângela Santos, numa turma do<br />

primeiro ano do Ensino Fundamental, na rede pública municipal do Recife. A sua<br />

experiência é inspiradora. Essas e outras atividades ajudam na percepção de como a<br />

escrita representa as palavras que falamos. Eis o que ela nos conta:<br />

A rima foi uma forma divertida e prazerosa que encontrei para trabalhar a escrita, leitura<br />

e reflexão de palavras (som inicial/final/medial). Isto nos permitiu criar e recriar<br />

textos, tais como o trabalho com o poema ‘Perguntas e Respostas Cretinas’, de Elias<br />

José, em que produzimos, coletivamente, outro poema, baseado naquele, só que<br />

utilizando o nome dos colegas da sala.<br />

Primeiramente, foi apresentado o texto para as crianças em um cartaz. Fizemos a leitura<br />

do mesmo e nos divertimos muito com o poema. Deixei o cartaz afixado na sala<br />

e logo observei algumas crianças fazendo a pseudoleitura do mesmo.<br />

Sugeri então à turma que pensassem em palavras que rimassem com seu próprio<br />

nome e/ou dos colegas da sala.<br />

Fui escrevendo no quadro uma lista de nomes e, à medida que encontrávamos uma<br />

rima, escrevia ao lado do nome, como por exemplo:<br />

Raquel – pastel<br />

Jaqueline – biquíni<br />

Rita – fita<br />

Igor de Melo – castelo<br />

Depois, levantei uma proposta: “Que tal criarmos outro poema com os nossos nomes?”<br />

Todos concordaram, então iniciei, escrevendo no quadro: “Você conhece a Taciana?”<br />

Eles concluíram: “Aquela que comeu banana?”<br />

Eles ditavam e eu escrevia no quadro, sempre buscando fazer a reflexão. “Como eu<br />

escrevo a palavra banana?” “Com qual sílaba começa?” “Termina com que sílaba?”,<br />

“Qual é a sílaba do meio?”, “Com quantas letras eu escrevo a palavra banana?”, “Quantas<br />

vezes eu abro a boca para falar banana?”<br />

127


Eles achavam o máximo quando eu dizia que eles tinham de me ensinar a escrever as<br />

palavras. Eu pedia então que fossem me dizendo as letras com que eu deveria escrever<br />

aquelas palavras, que eles tinham descoberto como rimas de seus nomes.<br />

Não fiz isso com todas as palavras do texto, mas só com as que rimavam, para que<br />

a atividade não ficasse cansativa e acabasse se tornando desestimulante.<br />

Essa atividade foi muito prazerosa para a turma e até hoje eles brincam na hora<br />

que faço a chamada.<br />

Outras atividades semelhantes foram feitas quando trabalhei textos que as crianças<br />

já sabiam de cor, tais como cantigas de roda, parlendas, poemas. Percebi que<br />

eles tinham mais autonomia, mesmo aqueles que não escreviam convencionalmente.<br />

As atividades de completar os poemas, buscando as palavras que rimam, e montagem<br />

de uma parlenda ou poema conhecido, em que as crianças montavam o<br />

texto em dupla, ajudaram bastante para que avançassem na alfabetização.<br />

O tamanho das palavras<br />

Para ajudar as crianças a pensar sobre como funciona o sistema alfabético, podemos<br />

usar diversos jogos que incentivem a reflexão sobre características das partes<br />

orais e escritas das palavras. Assim, os alunos podem ser levados a observar o<br />

“tamanho” das palavras, ou seja, a quantidade de sílabas orais que pronunciamos,<br />

quantidade de letras e as diferenças e semelhanças sonoras e gráficas – além de<br />

rimas, como visto na situação 1, acima, podemos explorar semelhanças nas sílabas<br />

ou letras com as quais a palavra começa.<br />

Numa etapa muito inicial, as crianças pensam que as palavras escritas deveriam<br />

registrar características físicas dos objetos que designam. Adotando um raciocínio<br />

realista, pensam, por exemplo, que a palavra “trem” deve ser escrita com muitas<br />

letras, “porque o trem é muito grande”, ao passo que “formiguinha” deveria ser escrita<br />

com poucas letras (ou com letras bem miúdas) “porque é um bichinho bem<br />

pequenininho”. Para ajudá-las a superar essa etapa – que é natural e não tem nada<br />

a ver com “dislexias” -, podemos levá-las a brincar, examinando o tamanho das<br />

palavras.<br />

O jogo Batalha de Palavras tem esse objetivo. Imitando o jogo de baralho denominado<br />

Batalha, dois alunos ou duas duplas recebem a mesma quantidade de cartelas,<br />

no verso das quais aparecem gravuras, cujos nomes variam quanto à quantidade<br />

de sílabas orais (por exemplo, pá, leão, sapato, igreja, computador, mão,<br />

etc.). A cada jogada os participantes “levantam” uma cartela. Ganha quem, estiver<br />

com a gravura cujo nome tem mais “pedaços”. Para dirimir eventuais dúvidas, pro-<br />

128


fessor e alunos checam, comparando as palavras, pronunciando uma sílaba a cada<br />

vez, contando quantas vezes abrem a boca.<br />

Como se pode ver, no caso de crianças com hipóteses de escrita bem primitivas, o<br />

objetivo é levá-las a observar que as palavras são compostas por unidades sonoras<br />

menores, as sílabas orais. Tal conhecimento é fundamental para que aqueles<br />

alunos avancem, desenvolvendo uma hipótese silábica de escrita.<br />

Se quisermos ajudar ainda mais – e se envolvermos alunos com hipóteses mais<br />

evoluídas no mesmo jogo – podemos contrastar alguns pares de palavras que<br />

apareceram, escrevendo-as com um alfabeto móvel. Tal como fez a professora Rosângela<br />

Santos, o ideal é sempre pôr as crianças na condição de quem resolve a<br />

tarefa, pedindo que digam com que letras acham que cada palavra começa, qual<br />

vem depois, quantas letras acham que será preciso para escrever cada palavra<br />

do par, justificando suas respostas. Enfim, fazer o aprendiz pensar sobre propriedades<br />

do sistema alfabético que tem de ser compreendidas, para que ele possa<br />

dominar as correspondências letra/som de nossa língua.<br />

Para concluir, queremos chamar a atenção sobre dois pontos. O emprego de uma<br />

metodologia de ensino que vise “alfabetizar letrando” pressupõe garantir que, a<br />

cada dia letivo, os aprendizes estejam envolvidos em práticas de leitura e produção<br />

de variados gêneros textuais. Mas a metodologia adotada precisa também<br />

assegurar que, de segunda a sexta-feira, nossos alunos vivam momentos sistemáticos<br />

de reflexão sobre as palavras de nossa língua, a fim de compreenderem<br />

como as letras representam as palavras que pronunciamos. Contrariando o que<br />

acontecia quando usávamos os velhos métodos de alfabetização, é necessário garantir<br />

que a descoberta de “como as letras funcionam” não seja vivida pela criança<br />

como uma tarefa solitária, sem um ensino que considere seu modo de raciocinar.<br />

Não temos porque deixar as crianças descobrirem “sozinhas” o mistério das letras.<br />

E, ao assumir nosso dever de ajudá-las, podemos fazê-lo através de jogos e situações<br />

semelhantes, reflexivas e prazerosas.<br />

129


PL<strong>ANO</strong> <strong>DE</strong> ESTUDO 5<br />

“Ambiente Alfabetizador”<br />

Introdução<br />

Um elemento importante do trabalho de alfabetização se refere à qualidade e à diversidade<br />

do material escrito que é disponibilizado no contexto escolar, ou seja, na<br />

criação e na manutenção, pelo professor, de um ambiente alfabetizador. Ambiente<br />

alfabetizador é um contexto de cultura escrita propiciado pela organização da sala<br />

de aula e da escola, que oferece oportunidades de interação dos alunos com diferentes<br />

tipos e usos de textos em práticas sociais.<br />

Atividade 1<br />

Socializando experiências exitosas<br />

No Plano de Estudo 4, trabalhamos com o tema “O som e a escrita”. A proposta de atividade<br />

foi a organização de sequências didáticas que abordassem o referido tema.<br />

Socializar as sequências didáticas elaboradas pelos componentes do grupo;<br />

Apresentar os resultados alcançados com os alunos do baixo desempenho a partir<br />

do desenvolvimento das sequências didáticas.<br />

Atividade 2<br />

Refletindo a prática pedagógica<br />

Na concepção do grupo, o que significa um ambiente alfabetizador?<br />

De que forma a organização da sala de aula pode interferir na aprendizagem dos<br />

alunos?<br />

Para refletir:<br />

Organização do espaço da sala de aula – A organização do espaço da sala de aula reflete<br />

a concepção pedagógica do professor. Carteiras enfileiradas e fixas denunciam<br />

a não permissão de diálogos, de trocas simbólicas, de confrontos de saberes. A mesa<br />

isolada do professor faz supor um distanciamento, uma hierarquia de poder, uma<br />

postura de dono da verdade.<br />

Já os arranjos possíveis com móveis removíveis, a formação de rodas de conversas<br />

e histórias, a exposição das produções individuais ou coletivas da classe – de textos<br />

ou de expressões plásticas – e, ainda, a exibição de situações de aprendizagem, tudo<br />

130


isso reflete as relações pedagógicas concretas existentes neste espaço e contam das<br />

dificuldades e dos progressos.<br />

Guia para intervenção pedagógica pela Aprendizagem no Ensino Fundamental, PP 35.<br />

Que outros recursos e espaços de aprendizagem a escola possui e como estão<br />

sendo utilizados em benefício da aprendizagem dos alunos?<br />

Sala de leitura;<br />

Biblioteca escolar;<br />

Laboratório de informática;<br />

Materiais pedagógicos;<br />

Outros<br />

Atividade 3<br />

Fundamentação Teórica<br />

Leitura do texto “Ambiente Alfabetizador” – extraído do Jornal do Alfabetizador Letra<br />

A, de março de 2008, Ano 4, nº 13.<br />

Quais as orientações apontadas pelo texto que podem ajudar na prática pedagógica<br />

do grupo?<br />

Relacionar ações que dinamizam a utilização dos recursos e espaços de aprendizagem<br />

da escola.<br />

Atividade 4<br />

Vivenciando, na prática, o estudo realizado<br />

Para incluir nos planejamentos semanais:<br />

Organização da sala de aula – ambiente alfabetizador;<br />

Rever a disposição das carteiras de modo a favorecer o trabalho em grupo;<br />

Organizar no plano de aula atividades que possibilitem a utilização dos recursos e<br />

espaços de aprendizagem existentes na escola;<br />

Para o próximo encontro, relato de experiências vivenciadas e resultados alcançados.<br />

Atividade 5 (Pedagogo):<br />

1) Registrar em forma de relatório e/ou portfólio, os estudos realizados pelo grupo<br />

de professores.<br />

131


Ambiente Alfabetizador<br />

O ambiente da sala de aula pode facilitar a alfabetização ao estimular prática de leitura<br />

e escrita. (Flávia Moraes)<br />

As crianças chegam à sala de aula e logo se sentam, à espera de mais um texto que<br />

será lido. É assim que começa cada aula da professora da 1ª série da Escola Estadual<br />

Fioravante Iervolino, em Guarulhos (SP), Aparecida Biruel. “Eu sempre seleciono um<br />

texto de qualidade para esse momento, que é de leitura por prazer”, explica. Os gêneros<br />

textuais que Aparecida Biruel lê para os seus alunos podem ser encontrados em<br />

caixas na própria sala de aula, em um cantinho de leitura com gibis, livros de literatura<br />

infantil, poesia, jornais, etc. “Eles também gostam de desenhar e tentar escrever<br />

sobre o que foi lido”, conta. O objetivo é criar um ambiente alfabetizador, espaço que<br />

desperte nessas crianças o gosto pela leitura e pela escrita.<br />

Para a professora da Escola de Educação da Universidade Federal do Estado do Rio<br />

de Janeiro (UNIRIO), Carmem Sanches, ambiente alfabetizador é aquele em que a<br />

linguagem escrita está presente com sentido, significado e função social. ”Essa linguagem<br />

tem que estar presente, mas não pode estar desarticulada do mundo. As<br />

pessoas têm que usar, praticar e pensar sobre a escrita”, afirma.<br />

A professora da Universidade Federal do Estado do Espírito Santo (UFES), Cláudia<br />

Gontijo, integrante da linha de pesquisa Educação e Linguagens do Programa de<br />

Pós-Graduação em Educação (PPGE) da UFES, explica que “o espaço da sala de aula<br />

deve ser rico em experiências e objetos que possam ser utilizados para ler e escrever”.<br />

Na interação, “experiências com leitura e escrita são construídas pelos próprios<br />

professores, que são os mediadores na relação da criança com os objetos culturais<br />

presentes em sala de aula”, destaca Cláudia.<br />

A coordenadora do Núcleo de Alfabetização da Secretaria Municipal de Educação<br />

de Belo Horizonte, Sara Mourão, diz que o ambiente alfabetizador não precisa ser<br />

somente o espaço físico, e sim incluir também os recursos didáticos utilizados pelo<br />

professor. “A conjugação da metodologia, da organização da sala de aula e de práticas<br />

de leitura e escrita formam um conceito mais amplo do que é ambiente alfabetizador”,<br />

explica.<br />

Na sala de aula<br />

Cartazes e figuras colados na parede podem atrair os alunos, mas não são elementos<br />

que garantem auxílio para a alfabetização. Se a função desses objetos fosse mesmo<br />

tão direta, “a presença constante de propagandas, outdoors e demais escritos no dia<br />

a dia seria suficiente para alfabetizar a todos, sem a necessidade de se frequentar<br />

uma escola”, explica Carmen Sanches. “Coisas escritas por todos os lados não garantem<br />

o aprendizado, porque falta a interlocução com esses elementos”, acrescenta.<br />

132


A coordenadora intermediária da educação infantil de Taguatinga, no Distrito Federal,<br />

e ex-professora de crianças de 6 anos, Márcia Gondim, conta sobre a época em<br />

que não ensinava às crianças o que considerava que elas podiam aprender sozinhas.<br />

“Esse foi um dos grandes problemas que nós, professores, tivemos alguns anos atrás.<br />

A gente deixava os brinquedos nas mãos dos alunos e pronto”, relembra Márcia. Esse<br />

pensamento, porém, sofreu modificações. “Descobrimos que era preciso sentar junto,<br />

interferir e ver a opinião dessas crianças”. Cláudia Gontijo também acredita que<br />

a exposição à linguagem escrita, por si só, não implica a aquisição de saberes. “Não<br />

adianta colocar uma série de materiais escritos na classe sem mostrar para a criança<br />

que ler e escrever são formas de diálogo com outras pessoas. Porque, caso contrário,<br />

fica o ensino da técnica pela técnica”, argumenta a professora da UFES.<br />

A professora da 2ª série da Escola Municipal Professora Veneza Guimarães de Oliveira,<br />

em Santo Antônio dos Campos, distrito de Divinópolis (MG), Ivani de Oliveira, conta<br />

que costuma fazer rodas de conversa com os seus alunos. As crianças falam sobre<br />

assuntos vistos em livros, jornais, revistas e jogos. Depois se dividem em grupos e<br />

cada um deles elabora uma parte dos cartazes com as conclusões, que são colocados<br />

em sala de aula. É importante que os materiais afixados na sala sejam coerentes com<br />

as práticas de leitura e escrita neste contexto. “E nunca deixo os cartazes por tempo<br />

demais”, destaca Ivani.<br />

“Esse tipo de material, construído junto à criança, torna-se significativo para ela e<br />

determinante para o seu bom aprendizado”, diz a professora de Psicologia da Educação<br />

da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Luciane Manera. A pesquisadora<br />

explica que o importante é mostrar aos alunos o que é aquilo e porque está ali, para<br />

que esses objetos não sejam apenas enfeites na sala de aula. Para ela, “o que garante<br />

o aprendizado é a interação do aluno com as escrita e a atuação de um sujeito mediador<br />

entre o conhecimento e o aluno”. Já o professor, para poder fazer essa mediação,<br />

tem que ser um bom usuário da linguagem escrita. “O material sozinho pode pouco”,<br />

diz Carmen Sanches.<br />

A utilização dos textos pode ser mais livre e espontânea, mas é preciso organização.<br />

Aparecida Biruel planeja e distribui o tempo que tem em vários momentos. “Temos a<br />

hora da leitura, a hora do brinquedo, a hora de ouvir e a hora de falar. Eu tenho consciência<br />

dos objetivos que quero atingir em cada um desses momentos”, conta.<br />

Fora da escola<br />

Nenhuma criança chega à escola sem saber nada. Geralmente, desde o nascimento,<br />

as pessoas convivem com uma série de elementos escritos e falados que irão compor<br />

uma espécie de estoque cultural. “Uma criança que tem em casa um ambiente alfabetizador<br />

entra na escola em vantagem com relação à criança que não tem”, pontua<br />

Luciane Manera. A leitura diária de um jornal pelo pai, a mãe que escreve uma lista de<br />

compras ou mesmo o irmão que lê gibis faz com que a criança ainda não alfabetizada<br />

verifique a funcionalidade dos materiais de leitura e de escrita.<br />

133


A falta desse ambiente alfabetizador em casa, entretanto, não significa que o aluno<br />

está fadado ao fracasso. “O que acontece é que ele tem mais chances de demorar a<br />

se alfabetizar, já que teve pouco contanto anterior com os objetos escritos”, comenta<br />

a professora da UFRJ. Com ou sem apoio familiar, é papel do professor se envolver<br />

“com o processo de alfabetização dos alunos. Ele deve estar sempre disponível para<br />

responder às perguntas das crianças e para dialogar com elas”, afirma Sara Mourão.<br />

Diversidade de materiais<br />

Confira mais algumas dicas para a construção de um ambiente alfabetizador em sala<br />

de aula:<br />

Cartazes<br />

Feitos por professores e alunos ou recebidos pela escola. Os cartazes podem ficar<br />

expostos em sala de aula o tempo que for necessário para o seu uso.<br />

Correspondências<br />

A troca espontânea de bilhetes e cartas das crianças entre si, com a professora e<br />

outras pessoas deve ser estimulada.<br />

Cantinho de leitura<br />

Os livros devem estar disponíveis a qualquer momento para os alunos.<br />

“Os professores devem ler bastante para as crianças, encontrar novas formas de<br />

contar histórias, fazer rodinha, sentar no chão e ler”, sugere Márcia Gondim.<br />

Jogos<br />

“Jogos auxiliam bastante na alfabetização e alguns podem ser confeccionados<br />

pelas próprias crianças”, diz Cláudia Gontijo. É interessante ter jogos que estimulem<br />

o reconhecimento ou a escrita de letras e palavras, ou ainda que utilizem<br />

números e figuras geométricas.<br />

134


PL<strong>ANO</strong> <strong>DE</strong> ESTUDO 6<br />

“Literatura Infantil”<br />

Introdução<br />

Qual a importância da literatura infantil para as crianças das séries iniciais do ensino<br />

fundamental?<br />

O texto Letramento e alfabetização: pensando a prática pedagógica, que compõe o<br />

documento “Ensino Fundamental de nove anos”, elaborado pelo MEC, enfatiza que<br />

“a literatura é um bem cultural da humanidade e deve estar disponível para qualquer<br />

cidadão; a leitura do texto literário é fonte de prazer e precisa, portanto, ser considerada<br />

como meio para garantir o direito de lazer das crianças; a leitura do texto literário<br />

promove no ser humano a fantasia, conduzindo-o ao mundo dos sonhos, possibilita,<br />

ainda, que os valores e os papéis sociais sejam ressignificados, influenciando<br />

a construção de sua identidade; por fim, sem ter a pretensão de esgotar tais razões,<br />

promove a motivação para que as crianças aprendam a ler e possibilita inseri-las em<br />

comunidades de leitores.”<br />

Atividade 1<br />

Refletindo em grupo a nossa prática<br />

Antes, porém, de iniciar o estudo do tema Literatura Infantil, vamos retomar questões<br />

sobre o Plano de Estudo 5. No sentido de dinamizar as aulas, foi proposto contemplar<br />

nos planejamentos semanais os recursos e espaços existentes na escola em benefício<br />

da aprendizagem dos alunos, especialmente aqueles com baixo desempenho.<br />

Discussão no grupo:<br />

1) Como foi o desenvolvimento do planejamento proposto na atividade 5 do Plano<br />

de Estudo 5, destacando:<br />

Organização da sala de aula;<br />

Organização do ambiente alfabetizador;<br />

Utilização dos materiais pedagógicos;<br />

Utilização dos espaços de aprendizagens: laboratório de informática, sala de<br />

leitura, biblioteca escolar e outros.<br />

2) Quais os resultados alcançados?<br />

135


Atividade 2<br />

Compartilhando ideias<br />

Apresentar atividades de desenvolvimento da leitura realizadas na sala de aula<br />

com os alunos;<br />

Na opinião do grupo, qual dessas atividades contribui para que as crianças se<br />

constituam leitoras críticas e saibam interrogar o texto, apreciar valores estéticos,<br />

afetivos, éticos e políticos e não apenas decodificadoras de sinais gráficos, de fonemas<br />

ou de informações do texto?<br />

Atividade 3<br />

Fundamentação Teórica<br />

Leitura do texto “Literatura Infantil: práticas adequadas ajudam a despertar o gosto<br />

pela leitura” – extraído da Revista do Professor, Ano XX, nº 78, p. 18.<br />

Discutir no grupo os destaques relacionados ao texto, enfatizando:<br />

Práticas pedagógicas;<br />

Gêneros textuais;<br />

O jogo na aprendizagem do aluno.<br />

Atividade 4<br />

Vivenciando, na prática, o estudo realizado<br />

Contemplar nos planejamentos semanais as atividades propostas no texto;<br />

Registrar avanços e dificuldades observados durante o desenvolvimento das atividades<br />

propostas no planejamento;<br />

Evidenciar as estratégias utilizadas para auxiliar os alunos com dificuldades em<br />

realizar as atividades.<br />

Atividade 5 (Pedagogo)<br />

Registrando nossa prática pedagógica<br />

1) Registrar em forma de relatório e/ou portfólio, os estudos realizados pelo grupo<br />

de professores.<br />

136


REFERÊNCIAS<br />

Azevedo, Ricardo. Aspectos da Literatura no Brasil Hoje. Revista Projeto, v. 4, n. 6, maio 2002.<br />

Bettelheim, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.<br />

Gillig, Jean Marie. O Conto na Psicopedagogia. Porto Alegre: ARTMED, 1999.<br />

Neves, Iara Conceição Bitencourt. Ler e Escrever: Compromisso de todas as áreas. Porto Alegre:<br />

Editora da UFRGS, 1998.<br />

Paulino, Graça; Walty, Ivete; Fonseca, Maria Nazareth; Cury, Maria Zilda. Tipos de Textos, Modos<br />

de Leitura. São Paulo: Formato, 2001.<br />

Piaget, Jean. A Formação do Símbolo na Criança. Rio de Janeiro: LTC, 1990.<br />

Saraiva, Juracy Assmann (Org.). Literatura e Alfabetização: do Plano do Choro ao Plano da<br />

Ação. Porto Alegre: ARTMED, 2001.<br />

Smole, Kátia C. Stocco; Cândido, Patrícia T.: Stancnelli, Renata. Matemática e Literatura Infantil.<br />

Rio de Janeiro: Apoio, 1995.<br />

Zilberman, Regina; Magalhães, Regina Cademartori. Literatura Infantil: Autoritarismo e Emancipação.<br />

São Paulo: Ática, 1982.<br />

Literatura Infantil<br />

Práticas adequadas ajudam a despertar o gosto pela leitura<br />

A Literatura Infantil, devido a sua diversidade de linguagens e riqueza artística, possibilita<br />

muitos momentos prazerosos na complexa tarefa do ensino e aprendizagem<br />

da linguagem escrita.<br />

Cabe à escola utilizá-la de forma lúdica para estabelecer uma relação harmoniosa entre<br />

professor, aluno e texto literário, assim como possibilitar que o contato da criança<br />

com a linguagem escrita não ocorra apenas pela decodificação. O aluno precisa<br />

compreender que ler é um exercício que se presta ao prazer e não serve apenas para<br />

execução de tarefas escolares e atendimento de interesses transitórios.<br />

Segundo Saraiva, é papel da escola alfabetizar, formar indivíduos que convivam com<br />

a leitura, obtendo dela conhecimento e prazer, e oportunizar aos alunos o desenvolvimento<br />

de uma atitude crítica-reflexiva diante dos textos. Com isso, a escola pode<br />

ajudar a compor modos de ler que produzam prazer e conhecimento. “Uma leitura<br />

que não se limita à decodificação; é instrumento de autocompreensão e estabelecimento<br />

de ricas relações interpessoais”, acrescenta o autor.<br />

137


Ao professor que atende alunos em processo de alfabetização, cabe ainda a tarefa de<br />

possibilitar um contato sensorial com o livro. A relação com o livro antes de aprender a<br />

ler auxilia a criança a torná-lo significativo como um objeto que proporciona satisfação.<br />

Isto ocorre porque ao tocar, manusear, olhar, alisar o livro e brincar com suas folhas e<br />

gravuras, a criança sente um prazer similar ao proporcionado por um brinquedo.<br />

No entanto, há crianças que, por diversos motivos, não recebem a oportunidade de<br />

contato sensorial com o livro. Nesses casos, existem duas possibilidades: a criança aceita<br />

o desafio de aprender a ler porque entende a escola como um rito de passagem<br />

para a vida adulta ou tem uma experiência infeliz com a aprendizagem e não consegue<br />

representar mentalmente a escola como um tempo necessário para a vida.<br />

Isso mostra que a criança precisa dar sentido à escola e à leitura antes de dominar o<br />

código da escrita. Permitir que os alunos manuseiem diversos livros e explorem as estantes<br />

da biblioteca são formas de proporcionar o contato significativo com o livro.<br />

Ler histórias para os alunos é também uma atividade que proporciona prazer. Ao<br />

ouvir um conto, a criança sente-se cativada pela entonação e pela sonoridade da voz<br />

do narrador e pelas ilustrações que tem a oportunidade de visualizar.<br />

Zilberman acredita que uma leitura lúdica e desarticulada de propósitos pedagógicos<br />

pode ser um importante instrumento para os alunos aprenderem a gostar de ler<br />

e compreenderem as diversas linguagens literárias. A literatura pode ser uma atividade<br />

lúdica quando dirigida à ficção e à poesia.<br />

Se, ao invés de primar pelo lúdico e pela atividade crítica, a escola burocratizar excessivamente<br />

a leitura de textos, deixando de respeitar os objetivos, iniciativas e estratégias<br />

de leitura dos leitores, poderá afastar o aluno do universo literário, pois irá<br />

impedi-lo de construir sentido. Isso não significa abrir mão de uma pedagogia que<br />

facilite a interação entre aluno e texto; o que se deve evitar é a decodificação pura e<br />

simples e os testes automatizados. È papel da escola auxiliar na formação de leitores<br />

que produzam sentido por meio do diálogo com os diversos gêneros literários.<br />

No entanto, o papel da Literatura Infantil nas quatro primeiras séries do Ensino Fundamental<br />

não se esgota na tarefa de proporcionar o prazer de ler. Diversos autores<br />

vêm estudando os benefícios que a literatura produz no desenvolvimento infantil.<br />

Benefícios para a criança<br />

A escrita é uma tecnologia produzida historicamente pelo homem. Ela representa a<br />

linguagem, mas não é dela a transcrição. Sendo assim, a alfabetização constrói-se a<br />

partir do conhecimento do alfabeto, da reflexão sobre a escrita e de atividade de uso<br />

contextualizado e significativo da língua escrita.<br />

Na tarefa de organizar atividades que favoreçam a aquisição da leitura e da escrita,<br />

o professor deve buscar embasamento nos estudos sobre psicogênese da alfabeti-<br />

138


zação de Ferreiro e Teberosky, na fonética, na fonoaudiologia e na linguística. Com<br />

estes conhecimentos, chega-se à compreensão de que saber ler não é apenas conhecer<br />

o sistema alfabético da língua escrita, mas é também saber ler criticamente,<br />

reconhecendo diferentes tipos de textos.<br />

Ferreiro e Teberosky descrevem os níveis de desenvolvimento do processo de construção<br />

do sistema de escrita pela criança e mostram que a alfabetização não deve<br />

ocorrer apenas pelo conhecimento do alfabeto, mas por meio de atividades reais<br />

de leitura e escrita. O professor envolvido no processo de aquisição da língua escrita<br />

precisa construir um ambiente alfabetizador, o que significa possibilitar o contato<br />

com a diversidade de elementos portadores de texto e utilizar a escrita de forma<br />

ativa e crítica na alfabetização. Para isso, o professor deve trabalhar com as funções<br />

da escrita utilizando uma variedade de materiais gráficos, como por exemplo: livros,<br />

jornais, revistas, encartes, propagandas, rótulos, bulas, cartazes, bilhetes, etc. Segundo<br />

Varella, na obra de Saraiva, incorporar a narração e a poesia e ensinar que a linguagem<br />

é a expressão da subjetividade também é uma prática que faz parte de um<br />

ambiente alfabetizador. Tornar a linguagem escrita uma expressão da subjetividade<br />

requer que o aluno tenha uma compreensão crítica do ato de ler.<br />

Para que o aluno tenha uma compreensão crítica do ato de ler, não basta decodificar,<br />

é preciso que ele possa integrar a leitura com a realidade em que vive, ou seja, que<br />

signifique o texto por meio da sua compreensão do mundo.<br />

A leitura crítica torna-se possível por meio do texto literário porque este é uma expressão<br />

artística que apresenta uma visão de homem e de mundo, dos processos políticos,<br />

históricos e sociais. Quem confere significado ao texto literário é o leitor, que<br />

relaciona o que lê com a própria realidade. Ao significar o texto literário e estabelecer<br />

relações entre este e sua realidade, o leitor acaba por conhecer melhor o mundo e a si<br />

mesmo, além de adquirir mais vocabulário para expressar suas próprias percepções.<br />

Na alfabetização, a relação entre aluno e texto é ainda mais importante, pois o texto<br />

literário torna-se mais uma revelação do que um elemento a ser decodificado, uma<br />

vez que conduz à autocompreensão e ao estabelecimento de ricas relações interpessoais,<br />

uma função que leva o aluno a perceber a linguagem como algo concreto,<br />

importante e significativo.<br />

Atividades que podem ser realizadas a partir da leitura de um livro infantil:<br />

Desenhar a parte da história de que mais gostou;<br />

Fazer a maquete do cenário da história;<br />

Discutir sobre partes da história de que os alunos mais gostaram e o que foi aprendido<br />

a partir da leitura (essa é uma atividade importante, porque trabalha noção<br />

de tempo e sequência lógica);<br />

Adivinhar o que vai acontecer na história ou imaginar finais e situações diferentes para<br />

a trama. Este é um exercício significativo para trabalhar estratégias de inferência;<br />

139


Realizar, em grupos, uma peça de teatro de bonecos, confeccionando os fantoches<br />

dos personagens com palito de picolé e folha de papel ofício e montando o<br />

palco de teatro de bonecos com uma caixa de sapato ou fazendo uma pintura em<br />

um papel pardo para compor o cenário.<br />

Os contos de fadas ajudam a criança a lidar com os dilemas humanos universais<br />

Os contos de fadas têm sua origem no período medieval. Consistiam, inicialmente,<br />

em histórias que faziam parte do folclore das camadas sociais de nível econômico<br />

mais baixo. Mais tarde, estes contos foram recolhidos e transcritos por folcloristas. A<br />

Literatura Infantil nasceu como gênero literário na Revolução Industrial, período no<br />

qual a criança passou a ocupar lugar de destaque na cena familiar.<br />

Dentre os autores que publicaram e popularizaram os contos de fadas, pode-se citar<br />

Charles Perrault (1685), na França, os irmãos Jacob (1785) e Wilhelm Grimm (1786),<br />

na Alemanha, e o dinamarquês Hans Christian Andersen (1805).<br />

Bruno Bettelheim fez um importante estudo sobre a psicanálise dos contos de fadas.<br />

Segundo esse autor, os contos de fadas fornecem importantes contribuições<br />

psicológicas para o desenvolvimento da criança, pois transmitem ao consciente, ao<br />

pré-consciente e ao inconsciente ideias importantes que ajudam a lidar com os problemas<br />

humanos universais, tais como: medo da morte, medo do abandono, sentimento<br />

de culpa, raiva, inveja, sentimentos dualistas, etc. Os contos de fadas oferecem<br />

soluções para estes conflitos e transmitem a mensagem de que a luta contra as<br />

dificuldade é inevitável, mas a vitória é possível.<br />

Ao trabalhar os contos de fadas em sala de aula, o professor não deve interpretar<br />

para os alunos os conteúdos psicológicos subjacentes da história. Os benefícios dos<br />

contos de fadas ocorrem no inconsciente e existem diferentes formas de significá-lo,<br />

uma vez que isto depende das vivências de cada criança. Quando um conto tornase<br />

muito significativo para uma criança, ela tende a querer lê-lo ou ouvi-lo diversas<br />

vezes, por isso é importante que ela possa dispor do livro em casa e que, portanto, a<br />

escola possibilite o empréstimo de livros.<br />

A poesia exerce um papel importante na aquisição da consciência fonológica<br />

A forma como a criança pensa a representação gráfica envolve consciência fonológica.<br />

Consciência fonológica significa o reconhecimento de que as palavras são formadas<br />

por diversos sons, o que é um conhecimento importante para a compreensão<br />

das regras e características da língua.<br />

Há evidências de que a consciência fonológica está relacionada com a aprendizagem<br />

da leitura, embora ainda não se saiba se a consciência fonológica é precondição para<br />

a alfabetização ou se seu desenvolvimento ocorre por meio do processo de aquisição<br />

da língua escrita.<br />

140


Ainda segundo Varella (in Saraiva), a consciência fonológica surge do interesse que a<br />

língua suscita na criança. A rima desempenha um papel importante neste processo,<br />

porque possibilita a exploração de semelhanças e diferenças entre palavras e partes<br />

das palavras. Sendo assim, pode-se afirmar que a rima e a aliteração contribuem para<br />

a aquisição da consciência fonológica.<br />

Atividades que podem ser realizadas a partir da leitura de um poema:<br />

Ler e desenhar os versos da poesia;<br />

Completar uma poesia lacunada usando as palavras mais adequadas;<br />

Circular no poema as palavras que rimam;<br />

Remontar uma poesia com os versos fora de ordem.<br />

O folclore e a poesia folclórica resgatam o lúdico<br />

O jogo integra o desenvolvimento da criança e é uma importante necessidade infantil.<br />

Segundo Magalhães, no momento em que a criança entra na escola lhe é exigido<br />

que se afaste do jogo. Este retraimento lúdico gera um desequilíbrio, pois é pela simbolização<br />

que o jogo permite que a criança consiga trabalhar seus conflitos.<br />

Por isso, é importante que a escola considere, no currículo e no planejamento, as<br />

brincadeiras que algumas crianças já conhecem antes de entrar para a escola.<br />

O poema e a aliteração representam um jogo lúdico por meio do qual a criança descobre<br />

e se familiariza com a sonoridade da língua. Por isso, a poesia pode ser uma<br />

ferramenta para o professor apresentar as convenções da escrita, sem desprezar a<br />

experiência com o som da palavra e a necessidade lúdica da criança.<br />

Segundo Piaget, o jogo ajuda a criança a assimilar dados da realidade (regras e conhecimentos<br />

sociais) e trabalhar conflitos internos por intermédio de representações<br />

simbólicas que podem ser de cenas que aconteceram e foram desagradáveis,<br />

de atitudes desejadas pelas crianças e não permitidas pelos adultos, de desejos, de<br />

necessidades e de regras que devem ser assimiladas.<br />

A poesia e a rima que aparecem nas adivinhações, parlendas, charadas, cantigas de roda<br />

e brincadeiras folclóricas são jogos com regras e símbolos. Piaget explica que os jogos<br />

com regras e símbolos ajudam a criança a compreender regras e a simbolizar. Ao simbolizar,<br />

a criança interpreta e reproduz dados da realidade por meio do faz-de-conta.<br />

Contos também se prestam a brincadeiras. Representar ou inventar uma brincadeira<br />

a partir de uma história, desenhar e recontar um conto, vestir-se como os personagens,<br />

fazer uma produção artística a partir de uma leitura (por exemplo: fantoche do<br />

personagem ou maquete do cenário) são algumas formas lúdicas de trabalhar a Literatura<br />

infantil. Afinal, o símbolo, que é de suma importância para o desenvolvimento<br />

da criança, está presente tanto no jogo, quanto na Literatura Infantil.<br />

141


Atividades com poesias, brincadeiras e histórias do folclore brasileiro:<br />

Debater e pesquisar sobre o que é folclore e quais são suas manifestações;<br />

Procurar informações sobre as músicas conhecidas (de ninar, de roda, etc);<br />

Brincar de roda;<br />

Escrever e desenhar uma das músicas cantadas;<br />

Pesquisar com os adultos alguns versos conhecidos;<br />

Escrever e ilustrar, em grupos, os versos em um painel.<br />

Considerações finais<br />

Atividades com poesias, brincadeiras e histórias do folclore brasileiro:<br />

A Literatura Infantil auxilia na aquisição do gosto pela leitura e contribui para o desenvolvimento<br />

infantil, pois resgata o lúdico na aprendizagem, proporciona um contato<br />

prazeroso com a linguagem escrita e é uma importante ferramenta para a alfabetização,<br />

o conhecimento de mundo e o autoconhecimento.<br />

No entanto, para trabalhar com Literatura Infantil em sala de aula, é preciso tomar<br />

cuidado para não se fazer um uso meramente instrumental do texto. Para aproveitar<br />

o potencial lúdico que a narrativa apresenta, é preciso selecionar livros de acordo<br />

com os interesses das crianças e propor atividades que exercitem a leitura crítica e a<br />

criatividade.<br />

Além disso, a Literatura Infantil deve fazer parte do cotidiano escolar, proporcionando<br />

um ambiente alfabetizador e possibilitando o contato com a diversidade de gêneros<br />

literários.<br />

A inserção da Literatura Infantil no cotidiano escolar vai depender da criatividade e<br />

da boa vontade do professor, pois na própria leitura da narrativa poderão ser encontradas<br />

as ideias e os questionamentos necessários para nortear o planejamento.<br />

Vale lembrar que ler histórias para os alunos, dramatizando e mostrando ilustrações,<br />

propor atividades artísticas, debates e releituras de textos literários são atos importantes<br />

por vários motivos: constituem um modo de ler alternativo à decodificação;<br />

possibilitam o contato prazeroso com o livro e o desenvolvimento do gosto pela leitura;<br />

exercitam a criticidade e a criatividade e ampliam a visão de mundo, favorecendo<br />

o estabelecimento de ricas relações interpessoais.<br />

142


PL<strong>ANO</strong> <strong>DE</strong> ESTUDO 7<br />

“Prática de Produção de Texto”<br />

Introdução<br />

Segundo Emília Ferreiro, “se pensarmos que a criança aprende só quando é submetida<br />

a um ensino formal na escola, e que a sua ignorância está garantida até que receba<br />

tal tipo de ensino, nada poderemos enxergar, mas se pensarmos que as crianças<br />

constroem os seus conhecimentos desde muito cedo, talvez comecemos a achar que<br />

esta não é uma questão banal, e passemos a aceitar essas escritas como um valiosíssimo<br />

documento, que necessita ser interpretado para poder ser avaliado”.<br />

Neste estudo, vamos discutir os conhecimentos que a criança possui quando chega<br />

à escola sobre a função da escrita, decorrente de sua participação em práticas de<br />

leitura e escrita presentes no contexto social, enfatizando que, por meio da leitura<br />

(mesmo que escutada), se aprende a linguagem utilizada nos textos escritos, e que<br />

essa é uma condição para produzir textos de qualidade.<br />

Atividade 1<br />

Compartilhando ideias – a importância da leitura na formação de leitores e escritores<br />

competentes.<br />

1) Analisar escritas infantis espontâneas ou ditadas pelo professor:<br />

O pedagogo deverá levar amostras de escritas realizadas pelas crianças para<br />

que o grupo possa analisar o que o aluno já sabe e o que o professor pode<br />

intervir para ajudá-la a avançar em seu processo de alfabetização.<br />

2) Registrar as conclusões do grupo.<br />

Atividade 2<br />

Fundamentação Teórica<br />

Leitura do texto “Prática de Produção de Texto” – extraído do PCN – Língua Portuguesa.<br />

Com base no texto, discuta no grupo que ações pedagógicas o professor pode<br />

realizar para que o aluno avance na construção da escrita;<br />

Para que possamos ajudar nossos alunos a avançarem no processo de escrita, discutir<br />

e registrar “por que” e “para que” escrevemos em nossa sociedade, ou seja,<br />

quais as funções da escrita e de que forma se realizam;<br />

Refletindo sobre a relação entre estar alfabetizado e saber produzir textos, comentem:<br />

É possível produzir textos sem estar alfabetizado? Quando isso acontece?<br />

143


É possível estar alfabetizado e não saber produzir textos? Por que isso acontece?<br />

4) Com a finalidade de ampliar as respostas dadas as questões propostas, leia o texto<br />

“Que escrita cabe à escola ensinar: Alfabetização e ensino da Língua e O Texto como<br />

unidade de ensino” – PCN de Língua Portuguesa, páginas 32 a 36.<br />

Atividade 3<br />

Vivenciando, na prática, o estudo realizado<br />

Elaborar os planejamentos semanais privilegiando atividades que contribuam para<br />

que os alunos compreendam e valorizem a função social da escrita, com base nas<br />

discussões do grupo e nas ações pedagógicas relacionadas.<br />

Atividade 4 (Pedagogo):<br />

Registrar em forma de relatório e/ou portfólio, os estudos realizados pelo grupo de<br />

professores.<br />

Prática de Produção de Texto<br />

O trabalho com produção de texto tem como finalidade formar escritores competentes,<br />

capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes.<br />

Um escritor competente é alguém que, ao produzir um discurso, conhecendo possibilidades<br />

que estão postas culturalmente, sabe selecionar o gênero no qual seu<br />

discurso se realizará, escolhendo aquele que for apropriado a seus objetivos e à circunstância<br />

enunciativa em questão. Por exemplo: se o que deseja é convencer o leitor,<br />

o escritor competente selecionará um gênero que lhe possibilite a produção de<br />

um texto predominante argumentativo; se é fazer uma solicitação a determinada<br />

autoridade, provavelmente redigirá um ofício; se é enviar notícias a familiares, escreverá<br />

uma carta. Um escritor competente é alguém que planeja o discurso e, consequentemente,<br />

o texto em função do seu objetivo e do leitor a que se destina, sem<br />

desconsiderar as características específicas do gênero. É alguém que sabe elaborar<br />

um resumo ou tomar notas durante uma exposição oral; que sabe esquematizar suas<br />

anotações para estudar um assunto; que sabe expressar por escrito seus sentimentos,<br />

experiências ou opiniões.<br />

Um escritor competente é, também, capaz de olhar para o próprio texto como um<br />

objeto e verificar se está confuso, ambíguo, redundante, obscuro ou incompleto. Ou<br />

seja: é capaz de revisá-lo e reescrevê-lo até considerá-lo satisfatório para o momento.<br />

É, ainda, um leitor competente, capaz de recorrer, com sucesso, a outros textos quando<br />

precisa utilizar fontes escritas para a sua própria produção.<br />

144


As pesquisas na área da aprendizagem da escrita, nos últimos vinte anos, têm provocado<br />

uma revolução na forma de compreender como esse conhecimento é construído.<br />

Hoje já se sabe que aprender a escrever envolve dois processos paralelos:<br />

compreender a natureza do sistema de escrita da língua – os aspectos notacionais –<br />

e o funcionamento da linguagem que se usa para escrever – os aspectos discursivos;<br />

que é possível saber produzir textos sem saber grafá-los e é possível grafar sem saber<br />

produzir; que o domínio da linguagem escrita se adquire muito mais pela leitura do<br />

que pela própria escrita; que não se aprende a ortografia antes de se compreender o<br />

sistema alfabético de escrita; e a escrita não é o espelho da fala.<br />

O conhecimento a respeito de questões dessa natureza tem implicações radicais na<br />

didática da alfabetização. A principal delas é que não se deve ensinar a escrever por<br />

meio de práticas centradas apenas na codificação em letras. Ao contrário, é preciso<br />

oferecer aos alunos inúmeras oportunidades de aprenderem a escrever em condições<br />

semelhantes às que caracterizam a escrita fora da escola. É preciso que se coloquem<br />

as questões centrais da produção desde o início: como escrever, considerando,<br />

ao mesmo tempo, o que pretendem dizer e a quem o texto se destina – afinal, a<br />

eficácia da escrita se caracteriza pela aproximação máxima entre a intenção de dizer,<br />

o que efetivamente se escreve e a interpretação de quem lê. É preciso que aprendam<br />

os aspectos notacionais da escrita (o princípio alfabético e as restrições ortográficas)<br />

no interior de um processo de aprendizagem dos usos da linguagem escrita. É disso<br />

que se está falando quando se diz que é preciso “aprender a escrever, escrevendo”.<br />

Para aprender a escrever, é necessário ter acesso à diversidade de textos escritos, testemunhar<br />

a utilização que se faz da escrita em diferentes circunstâncias, defrontar-se<br />

com as reais questões que a escrita coloca a quem se propõe produzi-la, arriscar-se<br />

a fazer como consegue e receber ajuda de quem já sabe escrever. Sendo assim, o<br />

tratamento que se dá à escrita na escola não pode inibir os alunos ou afastá-los do<br />

que se pretende; ao contrário, é preciso aproximá-los, principalmente quando são<br />

iniciados “oficialmente” no mundo da escrita por meio da alfabetização. Afinal, esse<br />

é o início de um caminho que deverão trilhar para se transformarem em cidadãos da<br />

cultura escrita.<br />

Se o objetivo é formar cidadãos capazes de utilizar a escrita com eficácia, que tenham<br />

condições de assumir a palavra – também por escrito – para produzir textos<br />

adequados, é preciso organizar o trabalho educativo para que experimentem e<br />

aprendam isso na escola. É necessário, portanto, ensinar os alunos a lidar tanto com<br />

a escrita da linguagem – os aspectos notacionais relacionados ao sistema alfabético<br />

e às restrições ortográficas – como com a linguagem escrita – os aspectos discursivos<br />

relacionados à linguagem que se usa para escrever. Para tanto é preciso que, tão logo<br />

o aluno chegue à escola, seja solicitado a produzir seus próprios textos, mesmo que<br />

não saiba grafá-los, a escrever como lhe for possível, mesmo que não o faça convencionalmente.<br />

145


Quando se analisa as principais dificuldades de redação nos diferentes níveis de escolaridade,<br />

frequentemente se encontram narrações que “não contam histórias”, cartas<br />

que não parecem cartas, textos expositivos que não expõem ideias, textos argumentativos<br />

que não defendem nenhum ponto de vista. Além disso, e apesar de todas as<br />

correções feitas pelo professor, encontram-se também enormes dificuldades no que<br />

diz respeito à segmentação do texto em frases, aos agrupamentos dessas em parágrafos<br />

e à correção ortográfica. Uma das prováveis razões dessas dificuldades para<br />

redigir pode ser o fato de a escola colocar a avaliação como objetivo da escrita.<br />

Compreendido como um complexo processo comunicativo e cognitivo, como atividade<br />

discursiva, a prática de produção de textos precisa realizar-se num espaço<br />

em que sejam consideradas as funções e o funcionamento da escrita, bem como as<br />

condições nas quais é produzida: para que, para quem, onde e como se escreve.<br />

Formar escritores competentes supõe, portanto, uma prática continuada de produção<br />

de textos na sala de aula, situações de produção de uma grande variedade de<br />

textos de fato e uma aproximação das condições de produção às circunstâncias nas<br />

quais se produzem esses textos. Diferentes objetivos exigem diferentes gêneros e<br />

esses, por sua vez, têm suas formas características que precisam ser aprendidas.<br />

Tratamento Didático<br />

Alguns procedimentos didáticos para implementar uma prática continuada de produção<br />

de textos na escola:<br />

Oferecer textos escritos impressos de boa qualidade, por meio da leitura (quando<br />

os alunos ainda não lêem com independência, isso se torna possível mediante leituras<br />

de textos realizadas pelo professor, o que precisa, também, ser uma prática<br />

continuada e frequente). São esses textos que podem se converter em referências<br />

de escrita para os alunos;<br />

Solicitar aos alunos que produzam textos muito antes de saberem grafá-los. Ditar<br />

para o professor, para um colega que já saiba escrever ou para ser gravado é uma<br />

forma de viabilizar isso. Quando ainda não se sabe escrever, ouvir alguém lendo o<br />

texto que produziu é uma experiência importante;<br />

Propor situações de produção de textos em pequenos grupos, nas quais os alunos<br />

compartilhem as atividades, embora realizando diferentes tarefas: produzir<br />

propriamente, grafar e revisar. Essa é uma estratégia didática bastante produtiva<br />

porque permite que as dificuldades inerentes à exigência de coordenar muitos<br />

aspectos ao mesmo tempo sejam divididas entre os alunos. Eles podem, momentaneamente,<br />

dedicar-se a uma tarefa mais específica enquanto os outros cuidam<br />

das demais. São situações em que um aluno produz e dita a outro, que escreve,<br />

enquanto um terceiro revisa, por exemplo. Experimentando esses diferentes pa-<br />

146


péis enunciativos, envolvendo-se com cada um, a cada vez numa atividade colaborativa,<br />

podem ir construindo sua competência para posteriormente realizarem<br />

sozinhos todos os procedimentos envolvidos numa produção de textos. Nessas<br />

situações, o professor tem um papel decisivo tanto para definir os agrupamentos<br />

como para explicitar claramente qual a tarefa de cada aluno, além de oferecer a<br />

ajuda que se fizer necessária durante a atividade;<br />

A conversa entre professor e alunos é também uma importante estratégia didática<br />

em se tratando da prática de produção de textos: ela permite, por exemplo, a<br />

explicitação das dificuldades e a discussão de certas fantasias criadas pelas aparências.<br />

Uma delas é a da facilidade que os bons escritores (de livros) teriam para<br />

redigir. Quando está acabado, o texto praticamente não deixa traços de sua produção.<br />

Esse, muito mais que mostra, esconde o processo pelo qual foi produzido.<br />

Sendo assim, é fundamental que os alunos saibam que escrever, ainda que gratificante<br />

para muitos, não é fácil para ninguém;<br />

Transformar um gênero em outro: escrever um conto de mistério a partir de uma<br />

notícia e vice-versa; transformar uma entrevista em reportagem e vice-versa, etc;<br />

Produzir textos a partir de outros conhecidos: um bilhete ou carta que o personagem<br />

de um conto teria escrito a outro, um trecho do diário de um personagem,<br />

uma mensagem de alerta sobre os perigos de uma dada situação, uma notícia<br />

informando a respeito do desfecho de uma trama, uma crônica sobre acontecimentos<br />

curiosos, etc;<br />

Planejar coletivamente o texto (o enredo da história, por exemplo) para que depois<br />

cada aluno escreva a sua versão (ou que façam em pares ou trios).<br />

É importante que nunca se perca de vista que não há como criar do nada: é preciso<br />

ter boas referências. Por isso, formar bons escritores depende não só de uma prática<br />

continuada de produção de textos, mas de uma prática constante de leitura.<br />

Parâmetros Curriculares Nacionais – volume 2 – Ensino Fundamental Língua Portuguesa,<br />

pp. 65 a 70.<br />

Alfabetização e ensino da língua<br />

Que escrita cabe à escola ensinar<br />

É habitual pensar sobre a área de Língua Portuguesa como se ela fosse um foguete<br />

de dois estágios: o primeiro para se soltar da Terra e o segundo para navegar no espaço.<br />

O primeiro seria o que já se chamou de “primeiras letras”, hoje alfabetização, e<br />

o segundo, aí sim, o estudo da língua propriamente dita.<br />

147


Durante o primeiro estágio, previsto para durar em geral um ano, o professor deveria<br />

ensinar o sistema alfabético de escrita (a correspondência fonográfica) e algumas<br />

convenções ortográficas do português — o que garantiria ao aluno a possibilidade<br />

de ler e escrever por si mesmo, condição para poder disparar o segundo estágio do<br />

metafórico foguete. Esse segundo estágio se desenvolveria em duas linhas básicas:<br />

os exercícios de redação e os treinos ortográficos e gramaticais.<br />

O conhecimento atualmente disponível recomenda uma revisão dessa metodologia<br />

e aponta para a necessidade de repensar sobre teorias e práticas tão difundidas e<br />

estabelecidas, que, para a maioria dos professores, tendem a parecer as únicas possíveis.<br />

Por trás da prática em dois estágios, está a teoria que concebe a capacidade<br />

de produzir textos como dependente da capacidade de grafá-los de próprio punho.<br />

Na antiguidade grega, berço de alguns dos mais importantes textos produzidos pela<br />

humanidade, o autor era quem compunha e ditava para ser escrito pelo escriba; a<br />

colaboração do escriba era transformar os enunciados em marcas gráficas que lhes<br />

davam a permanência, uma tarefa menor, e esses artífices pouco contribuíram para a<br />

grandeza da filosofia ou do teatro grego.<br />

A compreensão atual da relação entre a aquisição das capacidades de redigir e grafar<br />

rompe com a crença arraigada de que o domínio do bê-á-bá seja pré-requisito para<br />

o início do ensino de língua e nos mostra que esses dois processos de aprendizagem<br />

podem e devem ocorrer de forma simultânea. Um diz respeito à aprendizagem de<br />

um conhecimento de natureza notacional: a escrita alfabética; o outro se refere à<br />

aprendizagem da linguagem que se usa para escrever. A conquista da escrita alfabética<br />

não garante ao aluno a possibilidade de compreender e produzir textos em<br />

linguagem escrita. Essa aprendizagem exige um trabalho pedagógico sistemático.<br />

Quando são lidas histórias ou notícias de jornal para crianças que ainda não sabem<br />

ler e escrever convencionalmente, ensina-se a elas como são organizados, na escrita,<br />

estes dois gêneros: desde o vocabulário adequado a cada um, até os recursos<br />

coesivos17 que lhes são característicos. Um aluno que produz um texto, ditando-o<br />

para que outro escreva, produz um texto escrito, isto é, um texto cuja forma é escrita<br />

ainda que a via seja oral. Como o autor grego, o produtor do texto é aquele<br />

que cria o discurso, independentemente de grafá-lo ou não. Essa diferenciação é<br />

que torna possível uma pedagogia de transmissão oral para ensinar a linguagem<br />

que se usa para escrever.<br />

Ensinar a escrever textos torna-se uma tarefa muito difícil fora do convívio com<br />

textos verdadeiros, com leitores e escritores verdadeiros e com situações de comunicação<br />

que os tornem necessários. Fora da escola escrevem-se textos dirigidos a<br />

interlocutores de fato. Todo texto pertence a um determinado gênero, com uma<br />

forma própria, que se pode aprender. Quando entram na escola, os textos que circulam<br />

socialmente cumprem um papel modelizador, servindo como fonte de referência,<br />

repertório textual, suporte da atividade intertextual. A diversidade textual<br />

148


que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento<br />

letrado do aluno.<br />

Mas a ênfase que se está dando ao conhecimento sobre as características discursivas<br />

da linguagem — que hoje sabe-se essencial para a participação no mundo letrado<br />

— não significa que a aquisição da escrita alfabética deixe de ser importante. A capacidade<br />

de decifrar o escrito é não só condição para a leitura independente como<br />

— verdadeiro rito de passagem — um saber de grande valor social.<br />

É preciso ter claro também que as propostas didáticas difundidas a partir de 1985, ao<br />

enfatizar o papel da ação e reflexão do aluno no processo de alfabetização, não sugerem<br />

(como parece ter sido entendido por alguns) uma abordagem espontaneísta da<br />

alfabetização escolar; ao contrário, o conhecimento dos caminhos percorridos pelo<br />

aluno favorece a intervenção pedagógica e não a omissão, pois permite ao professor<br />

ajustar a informação oferecida às condições de interpretação em cada momento do<br />

processo. Permite também considerar os erros cometidos pelo aluno como pistas<br />

para guiar sua prática, para torná-la menos genérica e mais eficaz.<br />

A alfabetização, considerada em seu sentido restrito de aquisição da escrita alfabética,<br />

ocorre dentro de um processo mais amplo de aprendizagem da Língua Portuguesa.<br />

Esse enfoque coloca necessariamente um novo papel para o professor das séries<br />

iniciais: o de professor de Língua Portuguesa.<br />

O texto como unidade de ensino<br />

O ensino da Língua Portuguesa tem sido marcado por uma sequenciação de conteúdos<br />

que se poderia chamar de aditiva: ensina-se a juntar sílabas (ou letras) para<br />

formar palavras, a juntar palavras para formar frases e a juntar frases para formar<br />

textos.<br />

Essa abordagem aditiva levou a escola a trabalhar com “textos” que só servem para<br />

ensinar a ler. “Textos” que não existem fora da escola e, como os escritos das cartilhas,<br />

em geral, nem sequer podem ser considerados textos, pois não passam de simples<br />

agregados de frases. Se o objetivo é que o aluno aprenda a produzir e a interpretar<br />

textos, não é possível tomar como unidade básica de ensino nem a letra, nem a sílaba,<br />

nem a palavra, nem a frase que, descontextualizadas, pouco têm a ver com a<br />

competência discursiva, que é questão central. Dentro desse marco, a unidade básica<br />

de ensino só pode ser o texto, mas isso não significa que não se enfoquem palavras<br />

ou frases nas situações didáticas específicas que o exijam.<br />

Um texto não se define por sua extensão. O nome que assina um desenho, a lista do<br />

que deve ser comprado, um conto ou um romance, todos são textos. A palavra “pare”,<br />

pintada no asfalto em um cruzamento, é um texto cuja extensão é a de uma palavra.<br />

O mesmo “pare”, numa lista de palavras começadas com “p”, proposta pelo professor,<br />

149


não é nem um texto nem parte de um texto, pois não se insere em nenhuma situação<br />

comunicativa de fato.<br />

Analisando os textos que costumam ser considerados adequados para os leitores<br />

iniciantes, novamente aparece a confusão entre a capacidade de interpretar e produzir<br />

discurso e a capacidade de ler sozinho e escrever de próprio punho. Ao aluno<br />

são oferecidos textos curtos, de poucas frases, simplificados, às vezes, até o limite da<br />

indigência.<br />

Essa visão do que seja um texto adequado ao leitor iniciante transbordou os limites<br />

da escola e influiu até na produção editorial: livros com uma ou duas frases por página<br />

e a preocupação de evitar as chamadas “sílabas complexas”. A possibilidade de<br />

se divertir, de se comover, de fruir esteticamente num texto desse tipo é, no mínimo,<br />

remota. Por trás da boa intenção de promover a aproximação entre crianças e textos<br />

há um equívoco de origem: tenta-se aproximar os textos das crianças, simplificandoos,<br />

no lugar de aproximar as crianças dos textos de qualidade.<br />

Não se formam bons leitores oferecendo materiais de leitura empobrecidos, justamente<br />

no momento em que as crianças são iniciadas no mundo da escrita. As pessoas<br />

aprendem a gostar de ler quando, de alguma forma, a qualidade de suas vidas<br />

melhora com a leitura.<br />

Parâmetros Curriculares Nacionais – volume 2 – Ensino Fundamental Língua Portuguesa,<br />

pp. 32 a 36.<br />

ANEXO 2<br />

JUSTIFICATIVA<br />

PROJETO ALUNO MONITOR<br />

Apesar do grande avanço no Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito<br />

Santo - PAEBES (18 pontos), o resultado insatisfatório da última Avaliação Nacional<br />

do Rendimento Escolar - ANRESC (vulgo “Prova Brasil”), realizada pelo MEC em 2009,<br />

mostra que ainda precisamos superar as dificuldades que a escola vem enfrentando<br />

para garantir aos alunos da 4ª série que se encontram nos níveis abaixo do básico<br />

e básico as proficiências em leitura/escrita e raciocínio lógico, elevando-os para os<br />

níveis proficiente ou avançado para continuar os estudos.<br />

Nesse sentido, considerando o quadro da educação acima descrito, esta SEDU,<br />

preocupada em transformar o sistema educacional em um conjunto de ações de-<br />

150


mocráticas, capazes de promover a aprendizagem bem sucedida dos alunos, vem<br />

criando, aprimorando e fortalecendo suas estratégias de ação para que a tríade<br />

acesso, permanência e sucesso na aprendizagem estejam presentes no cotidiano<br />

da escola.<br />

Sendo assim, esta Secretaria estabeleceu como uma de suas ações para o ano de<br />

2010 a reorganização do Projeto Aluno Monitor nas escolas da Rede Estadual, que<br />

tem por objetivo auxiliar o professor regente de classe no trabalho com os alunos<br />

que apresentam algum tipo de dificuldade na aprendizagem.<br />

OBJETIVOS<br />

Geral<br />

Contribuir para a melhoria da aprendizagem em português e matemática dos alunos<br />

da 4ª série, por meio da interação com alunos monitores do Ensino Médio.<br />

Específicos<br />

Propiciar aos alunos da 4ª série momentos de interação com alunos do Ensino<br />

Médio para apoio no cumprimento das tarefas escolares.<br />

Auxiliar os alunos da 4ª série na realização de atividades escolares de leitura, produção<br />

de texto e raciocínio lógico.<br />

META<br />

Atender 100% dos estudantes das turmas da 4ª série do Ensino Fundamental da<br />

Rede Pública Estadual que apresentarem índice insatisfatório de aprendizagem em<br />

leitura/escrita e cálculo matemático.<br />

PÚBLICO<br />

Alunos da 4ª série do Ensino Fundamental;<br />

Alunos do Ensino Médio (monitor);<br />

Alunos da 8ª série do Ensino Fundamental (monitor).<br />

PERÍODO <strong>DE</strong> REALIZAÇÃO<br />

Junho a dezembro de 2010<br />

151


METODOLOGIA<br />

O Projeto “Aluno Monitor” será desenvolvido com a participação direta dos alunos do<br />

Ensino Médio, ou na ausência desses, alunos da 8ª série, com a seguinte organização:<br />

Atendimento duas vezes por semana em 2 horas diárias.<br />

O aluno monitor deverá atuar em sala de aula, junto ao professor regente.<br />

O aluno monitor deverá permanecer na sala de aula de 4ª série, prestando atendimento<br />

individual e /ou coletivo (grupo de no máximo 4 alunos).<br />

O trabalho desenvolvido pelo aluno monitor deverá ser orientado e supervisionado<br />

pelo pedagogo e professor regente da 4ª série, podendo contar com a ajuda<br />

do professor do aluno monitor.<br />

O aluno monitor, orientado pelo professor e/ou pedagogo poderá atender os alunos<br />

no contraturno, para auxiliá-los no dever de casa, em pesquisas, sob a supervisão<br />

do pedagogo ou na ausência deste, do coordenador de turno.<br />

ATRIBUIÇÕES<br />

SEDU<br />

Oferecer diretrizes gerais para a elaboração do projeto de monitoria pela escola.<br />

Estabelecer critérios para seleção dos alunos monitores.<br />

Emitir declaração de participação no projeto para o aluno monitor.<br />

Realizar monitoramento do desenvolvimento do Projeto.<br />

Organizar um encontro centralizado com todos os monitores para a premiação e/<br />

ou entrega de certificação.<br />

SRE<br />

Elaborar uma cartilha/manual para o aluno monitor.<br />

Divulgar o projeto junto às escolas.<br />

Organizar um encontro de formação para o aluno monitor.<br />

Acompanhar o desenvolvimento do projeto nas escolas.<br />

Escola<br />

Realizar reuniões com professores do Ensino Médio, professores da 4ª série e pedagogos<br />

para a elaboração do projeto da escola.<br />

Realizar reunião com toda a comunidade escolar para divulgação do projeto.<br />

Realizar o trabalho de orientação e sensibilização acerca do projeto na escola com<br />

as turmas de 4ª, 8ª série e de Ensino Médio.<br />

152


Elaborar o projeto de monitoria da escola, contendo as atribuições do aluno monitor,<br />

o planejamento do trabalho e o cronograma de desenvolvimento.<br />

Proceder a indicação dos alunos.<br />

Selecionar os alunos para atuarem no projeto.<br />

Elaborar relatório mensal sobre o desenvolvimento da monitoria e sobre o desempenho<br />

dos alunos da 4ª série.<br />

Elaborar uma ficha de acompanhamento da frequência do monitor.<br />

Providenciar um termo de “compromisso” para o aluno monitor assinar.<br />

Aluno monitor<br />

Comparecer a escola nos dias e horários pré-estabelecidos no cronograma.<br />

Comunicar a escola, com antecedência, o motivo de atrasos e faltas.<br />

Cumprir com responsabilidade e compromisso as atribuições a ele conferidas.<br />

Participar de reuniões com a equipe gestora da escola e com a SRE/SEDU central.<br />

SELEÇÃO DO ALUNO MONITOR<br />

Perfil<br />

Ter bom desempenho em Língua Portuguesa e Matemática;<br />

Gostar de ler e escrever;<br />

Dominar os conteúdos das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática referentes<br />

ao núcleo comum;<br />

Ter disponibilidade para retornar à escola no horário inverso ao que estuda;<br />

Ter iniciativa, criatividade e autonomia para desenvolver as ações do Projeto;<br />

Ser assíduo, pontual e organizado;<br />

Ter compromisso e responsabilidade com as ações do Projeto;<br />

Participar das reuniões com a equipe gestora para planejamento das atividades;<br />

Ter autoestima elevada;<br />

Ser dinâmico, solidário e educado.<br />

153


TERMO <strong>DE</strong> A<strong>DE</strong>SÃO<br />

Pelo presente instrumento formalizamos o processo de adesão da Escola<br />

Estadual de Ensino Fundamental ,<br />

Município<br />

, Jurisdicionada à SRE<br />

, ao Projeto Aluno Monitor que será oferecido a partir<br />

de junho de 2010.<br />

Diretor<br />

Representante dos Professores no Conselho de Escola<br />

Representante dos Funcionários no Conselho de Escola<br />

Representante dos Pais no Conselho de Escola<br />

Representante dos Alunos no Conselho de Escola<br />

Representante da Comunidade no Conselho de Escola<br />

Local e Data<br />

154


FICHA <strong>DE</strong> INSCRIÇÃO DO ALUNO MONITOR<br />

Escola Estadual de Ensino Fundamental<br />

Nome do Aluno Monitor<br />

Série<br />

Turno<br />

Nome do Professor Regente<br />

Eu ,<br />

responsável pelo aluno ,<br />

autorizo-o a participar do Projeto Aluno Monitor.<br />

Local e Data<br />

Assinatura do Responsável<br />

Assinatura do Diretor<br />

Assinatura do Professor Regente<br />

Assinatura do Aluno Monitor<br />

Assinatura do Supervisor/Coordenador<br />

155


DIAGNÓSTICO INICIAL DA APRENDIZAGEM DO ALUNO DA 4ª SÉRIE<br />

Aluno:<br />

Turma:<br />

Professor:<br />

Pedagogo/Coordenador:<br />

LÍNGUA PORTUGUESA<br />

Já Domina<br />

Domina<br />

Parcialmente<br />

Não Domina<br />

Ainda<br />

Apresenta firmeza, segurança e caligrafia<br />

clara.<br />

Utiliza corretamente a acentuação na<br />

escrita de palavras usuais.<br />

Cria/reproduz, recria história aliando<br />

recursos orais e recursos não verbais<br />

(gestos, desenvolvimento, expressão<br />

facial, movimentos, sons, etc.).<br />

Exercita a criatividade na produção de<br />

texto.<br />

Lê textos verbais (texto com escrita),<br />

associando as informações do texto a<br />

experiências pessoais, a experiências<br />

sociais, ao mundo real ou imaginário.<br />

Produz diferentes tipos de textos<br />

(receitas, bilhetes, recados, legendas,<br />

convites, textos literários, etc.),<br />

compreendendo o seu valor social.<br />

Usa espaço para separar palavras, sem<br />

aglutiná-las ou separá-las de forma<br />

indevida.<br />

Utiliza sinais de pontuação<br />

compreendendo a sua função.<br />

Utiliza a escrita, reconhecendo suas<br />

especificidades e seu objetivo de<br />

comunicação à distância, diferenciando-a<br />

da fala.<br />

Consulta dicionário sem ajuda do<br />

professor.<br />

Outras observações pertinentes:<br />

156


DIAGNÓSTICO INICIAL DA APRENDIZAGEM DO ALUNO DA 4ª SÉRIE / 5º <strong>ANO</strong><br />

Aluno:<br />

Turma:<br />

Professor:<br />

Pedagogo/Coordenador:<br />

MATEMÁTICA<br />

Já Domina<br />

Domina<br />

Parcialmente<br />

Não Domina<br />

Ainda<br />

Utiliza a escrita para representar a<br />

quantidade indicada (leitura e escrita de<br />

numerais).<br />

Resolve e formula problemas envolvendo<br />

as quatro operações.<br />

Domina o sistema monetário e realiza<br />

operações escritas.<br />

Domina sistema de medidas e realiza<br />

operações a partir da unidade padrão<br />

(grama, litro, metro).<br />

Analisa as características dos objetos<br />

quanto à forma geométrica e aos<br />

elementos que a compõem.<br />

Usa números como sistema de registro e<br />

organização de informações.<br />

Emprega os termos unidade, dezena,<br />

centena e milhar para identificar os<br />

respectivos agrupamentos.<br />

Observa que os números naturais podem<br />

ser escritos em forma fracionária.<br />

Utiliza a calculadora em situações que<br />

problematizem as escritas numéricas:<br />

sistema monetário e as 4 operações<br />

fundamentais.<br />

Outras observações pertinentes:<br />

157


ANEXO 3<br />

ESTRUTURA BÁSICA DO<br />

PL<strong>ANO</strong> <strong>DE</strong> <strong>INTERVENÇÃO</strong> <strong>PEDAGÓGICA</strong> ESCOLAR<br />

<strong>INTERVENÇÃO</strong> <strong>PEDAGÓGICA</strong> – <strong>ANO</strong> <strong>II</strong> – 2010<br />

ESTRUTURA BÁSICA DO PL<strong>ANO</strong> <strong>DE</strong> <strong>INTERVENÇÃO</strong> <strong>PEDAGÓGICA</strong> ESCOLAR<br />

Governo do Estado do Espírito Santo<br />

Secretaria de Estado da Educação<br />

I – I<strong>DE</strong>NTIFICAÇÃO DO PL<strong>ANO</strong><br />

1. Escola: 2. SRE: 3. Equipe gestora da Escola<br />

(Diretor, Pedagogos e Coordenador).<br />

4. Professores envolvidos:<br />

(Lembramos que a intervenção pedagógica, que utiliza o trabalho<br />

com sequências didáticas, é de responsabilidade direta de Língua<br />

Portuguesa e Matemática, articuladas com as demais áreas do<br />

conhecimento e respectivas disciplinas, que também são responsáveis<br />

pela melhoria da aprendizagem).<br />

5. Abrangência (séries/turmas envolvidas)<br />

Disciplinas envolvidas:<br />

6. Duração prevista (período de execução):<br />

Junho a Novembro de 2010.<br />

7. Comitê de Implementação do Currículo<br />

Diretor –<br />

Pedagogo –<br />

Coordenador –<br />

Representante de professores –<br />

Representante de Liderança Estudantil –<br />

158


8. Contexto – Resultados – PAEBES, I<strong>DE</strong>B e Prova Brasil (os dois últimos específicos para o EF):<br />

8.1 Da Escola:<br />

DISCIPLINA<br />

PAEBES 2004 Média Estadual 2004 PAEBES 2008<br />

4ª 8ª 4ª 8ª EM<br />

Língua Portuguesa<br />

Matemática<br />

DISCIPLINA<br />

PAEBES 2009 Média Estadual 2009 PAEBES 2009<br />

4ª 8ª 4ª 8ª EM<br />

Língua Portuguesa<br />

Matemática<br />

Prova Brasil e I<strong>DE</strong>B (EF)<br />

SÉRIE<br />

LÍNGUA PORTUGUESA MATEMÁTICA<br />

2005 2007 2005 2007<br />

4ª<br />

8ª<br />

I<strong>DE</strong>B Projeção Real<br />

I<strong>DE</strong>B 2005 da Escola<br />

I<strong>DE</strong>B 2007 da Escola<br />

Projeção do I<strong>DE</strong>B para 2009<br />

Projeção do I<strong>DE</strong>B para 2011<br />

159


<strong>II</strong> - DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DA APRENDIZAGEM<br />

9. Problemas Pedagógicos Identificados<br />

- no âmbito da gestão escolar:<br />

(O próximo item é específico para o Ensino Médio, que abrange uma<br />

única série. No caso do Ensino Fundamental, por se tratar de várias<br />

séries, o referido item será tratado no plano de intervenção da sala de<br />

aula).<br />

- no âmbito da sala de aula:<br />

* quanto à disciplina;<br />

* quanto às questões metodológicas;<br />

* quanto à relação ensino-aprendizagem.<br />

(Obs.: Aqui devem ser tratadas questões que envolvem a<br />

aprendizagem na sala de aula especificamente. Destaque, com sua<br />

equipe escolar, os problemas que deverão ser trabalhados, com o<br />

propósito de melhorar a aprendizagem dos alunos no âmbito da<br />

gestão escolar e no âmbito da sala de aula).<br />

10. Causas dos Problemas Pedagógicos Identificados:<br />

- no âmbito da gestão escolar:<br />

(O próximo item é específico para o Ensino Médio, que abrange uma única série. No caso do Ensino<br />

Fundamental, por se tratar de várias séries, o referido item será tratado no plano de intervenção da sala de<br />

aula).<br />

- no âmbito da sala de aula:<br />

* quanto à disciplina;<br />

* quanto às questões metodológicas;<br />

* quanto à relação ensino-aprendizagem.<br />

(Obs. Aqui devem ser tratadas questões que envolvem a aprendizagem na sala de aula especificamente).<br />

<strong>II</strong>I – JUSTIFICATIVA, OBJETIVOS E RESULTADOS ESPERADOS<br />

11. Objetivos:<br />

(deve indicar onde a escola concentrará esforços para atingir um desempenho de excelência. São de natureza qualitativa e devem começar com verbo no infinitivo. Devem ser claros,<br />

simples e objetivos.)<br />

12. Metas:<br />

(as metas definem os resultados que devem ser atingidos para o alcance dos objetivos estratégicos. São de natureza operacional e respondem à pergunta: aonde se deve chegar no prazo<br />

previamente estabelecido? Toda meta deve ter um conteúdo quantitativo e mensurável e deve ser enunciada focalizando exatamente o resultado que se espera alcançar.)<br />

160


IV – AÇÕES ESTRATÉGICAS<br />

(As ações estratégicas consistem no detalhamento dos objetivos e as metas. As ações do Plano devem ter um encadeamento lógico. Assim, deve-se perguntar: o que devemos fazer em primeiro<br />

lugar para que tal meta seja atingida? E em segundo lugar? E assim por diante. Aconselha-se que sejam colocadas no plano apenas as ações consideradas críticas para o alcance das metas. Uma<br />

ação é considerada crítica para uma meta quando ela é indispensável para o alcance dessa meta e quando tem que ser realizada num dado momento. Para que o plano seja efetivo, os seguintes<br />

pontos devem ser observados: a) identificar corretamente o problema e a meta a ele associada (o resultado que se quer alcançar); b) identificar as causas do problema, buscando bloquear e<br />

eliminar as mais relevantes e que estejam na esfera de governabilidade da escola; c) desenvolver opções de solução do problema (quais as alternativas de solução?); d) detalhar o Plano (o que<br />

deve ser feito, por quem, quando, onde e como); e) executar o Plano (o plano deve ser implementado); f) monitorar e avaliar o progresso do plano; g) concluir o Plano (realizar um balanço do que<br />

foi feito).<br />

13. Início: 14. Término:<br />

Devem ser planejadas ações que contemplem as dimensões:<br />

Responsáveis Início Término<br />

1. Organizacionais: refere-se aos aspectos organizacionais da escola: estrutura e organização dos ambientes,<br />

dos horários de funcionamento, provimento e manutenção da rede física, materiais e equipamentos,<br />

dentre outros.<br />

2. Relacionais: refere-se aos aspectos humano-relacionais: Acolhimento aos estudantes, professores e à família;<br />

cuidado com a comunicação entre a equipe de trabalho; participação e promoção de reuniões e<br />

eventos de integração, dentre outros.<br />

3. Pedagógicas: refere-se aos aspectos político-pedagógicos: discussão e implementação do currículo escolar,<br />

orientação a professores, participação em reuniões pedagógicas; discussão sobre resultados da avaliação<br />

e as implicações no processo ensino-aprendizagem, dentre outros.<br />

(devem ser definidas a partir das ações no âmbito da escola, considerando os itens detalhados nos subtítulos:<br />

Planejamento, Desenvolvimento, Monitoramento e Avaliação)<br />

15. Sequências Didáticas<br />

(definir estratégias para a reformulação dos planos de ensino no planejamento por área de conhecimento e<br />

considerar o desenvolvimento de sequências por todas as disciplinas).<br />

161


V - EQUIPE ELABORADORA DO PL<strong>ANO</strong><br />

Nome Completo dos Integrantes Segmento/Ocupação na Escola<br />

Coordenador da Equipe (Pedagogo):<br />

Assinaturas<br />

Diretor<br />

Pedagogo<br />

162


ANEXO 4<br />

PROJETO “LER, ESCREVER E CONTAR”<br />

TERMO <strong>DE</strong> COMPROMISSO COM A ALFABETIZAÇÃO<br />

O Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Educação,<br />

estabeleceu como meta para as escolas da Rede Estadual alfabetizar 100% dos<br />

alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental até os 8 anos de idade, reforçando<br />

o pacto do Estado do Espírito Santo com o Plano de Metas Compromisso Todos pela<br />

Educação.<br />

Considerando que a Constituição Federal estabelece:<br />

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será<br />

promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno<br />

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua<br />

qualificação para o trabalho.<br />

Considerando que a Lei de Diretrizes e Bases estabelece:<br />

Art. 32. O ensino fundamental, com duração de nove anos, obrigatório e gratuito<br />

na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:<br />

I. O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o<br />

pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;<br />

A Secretaria de Estado da Educação e a Escola Estadual<br />

resolvem celebrar o presente.<br />

TERMO <strong>DE</strong> COMPROMISSO DA ESCOLA COM A ALFABETIZAÇÃO<br />

Este Termo tem como objetivos principais:<br />

Estabelecer como foco principal a aprendizagem, definindo resultados concretos<br />

a atingir;<br />

Alfabetizar as crianças até, no máximo, os oito anos de idade;<br />

Mensurar os resultados escolares por meio de avaliações específicas;<br />

Acompanhar cada estudante da escola pública estadual individualmente, mediante<br />

registro do seu desempenho nas avaliações diagnósticas, que são realizadas<br />

periodicamente;<br />

163


Criar possibilidades para a permanência do estudante na escola para além da jornada<br />

regular, sob responsabilidade do estabelecimento de ensino;<br />

Valorizar a formação ética, moral e social dos educandos;<br />

Garantir o acesso e permanência dos estudantes com necessidades educacionais<br />

especiais nas classes do ensino regular, fortalecendo a inclusão educacional;<br />

Envolver todos os profissionais da educação da instituição de ensino na discussão<br />

e elaboração do Plano de Intervenção no Processo de Alfabetização, respeitando<br />

as especificidades da escola e dos estudantes;<br />

Discutir os resultados da avaliação diagnóstica dos estudantes das turmas de alfabetização<br />

com os professores, o diretor, o pedagogo, o coordenador e com os<br />

pais, preservando a identidade dos alunos;<br />

Zelar pela transparência da gestão escolar e garantir o funcionamento efetivo,<br />

autônomo e articulado do Conselho de Escola;<br />

Promover, por meio da gestão escolar, ações inovadoras que garantam às crianças<br />

o direito de aprender;<br />

Promover e apoiar os conselhos de escola, envolvendo as famílias dos estudantes,<br />

com as atribuições, dentre outras, de zelar pela manutenção de um ambiente alfabetizador<br />

na escola e pelo monitoramento das ações e consecução das metas<br />

do Termo de Compromisso;<br />

Acompanhar e avaliar, com a participação da comunidade escolar e do Conselho<br />

de Escola, o desempenho da escola em relação ao cumprimento do disposto neste<br />

Termo de Compromisso.<br />

COMPROMISSOS DA ESCOLA<br />

Destinar às classes de alfabetização espaços escolares, materiais e professores que<br />

atendam aos requisitos indispensáveis a um processo educativo de qualidade;<br />

Elaborar, executar e monitorar o Plano de Intervenção no Processo de Alfabetização,<br />

com o objetivo de alcançar as metas estabelecidas para a instituição de<br />

ensino;<br />

Combater a repetência nas turmas de 2ª série do Ensino Fundamental, de acordo<br />

com as especificidades da escola, por meio da adoção de práticas de recuperação<br />

paralela da aprendizagem, desenvolvimento de projetos de leitura e outras atividades<br />

que visem a fortalecer principalmente a aprendizagem da leitura, da escrita<br />

e da matemática dos estudantes;<br />

Divulgar o desempenho do professor, representado por meio de sua prática pedagógica,<br />

incluídas a dedicação, assiduidade, pontualidade, responsabilidade, realização<br />

de projetos e trabalhos especializados, além de participação em cursos<br />

de atualização e desenvolvimento profissional;<br />

164


Vincular os programas e/ou projetos escolares ao Projeto Político Pedagógico da<br />

escola com o objetivo de integrá-los e fortalecer a dinâmica da aprendizagem<br />

escolar como meio de dinamizar o Currículo Básico Escola Estadual;<br />

Utilizar os espaços escolares (biblioteca, sala de vídeo, laboratório de informática,<br />

quadra esportiva e outros), visando ao desenvolvimento de ações alfabetizadoras;<br />

Criar espaços alternativos na escola e em seu entorno para o desenvolvimento de<br />

ações alfabetizadoras;<br />

Combater a evasão escolar por meio do acompanhamento individual dos estudantes,<br />

detectar as razões da não-frequência do educando e adotar medidas para<br />

superação deste problema;<br />

Zelar para que as diretrizes curriculares sejam contempladas no Plano de Intervenção<br />

no Processo de Alfabetização do estabelecimento de ensino;<br />

Disponibilizar às SRE documentos comprobatórios dos resultados, que contenham<br />

informações sobre o desenvolvimento do Plano de Intervenção no Processo<br />

de Alfabetização;<br />

Mobilizar a família e a comunidade escolar quanto ao acompanhamento do Plano<br />

de Intervenção no Processo de Alfabetização;<br />

Organizar Comitê Local que deverá ser composto por um representante dos segmentos:<br />

do Conselho de Escola, da equipe gestora da escola, pais de alunos, e<br />

professores alfabetizadores, visando a mobilizar e acompanhar o desenvolvimento<br />

do Plano de Intervenção no Processo de Alfabetização da escola e seus resultados;<br />

Empenhar-se em alcançar os resultados pactuados neste Termo de Compromisso;<br />

Informar a família do estudante sobre o Termo de Compromisso com a Alfabetização<br />

e colher dela assinatura no Compromisso da Família.<br />

COMPROMISSO DA SRE<br />

Orientar a escola na elaboração e execução do Plano de Intervenção no Processo<br />

de Alfabetização;<br />

Assessorar a equipe gestora da escola na superação de possíveis obstáculos e nas<br />

restrições encontradas durante o desenvolvimento do Plano de Intervenção no<br />

Processo de Alfabetização;<br />

Organizar o Comitê Gestor na SRE, para supervisionar e monitorar o Plano de Intervenção<br />

no Processo de Alfabetização das escolas sob a sua jurisdição;<br />

Informar à Gerência de Educação Infantil e Ensino Fundamental sobre atividades<br />

educacionais relevantes desenvolvidas no Plano de Intervenção no Processo de<br />

Alfabetização;<br />

165


Apoiar as ações e demais iniciativas necessárias à obtenção dos resultados previstos<br />

no Plano de Intervenção no Processo de Alfabetização e promover os meios,<br />

quando necessário, para sua execução;<br />

Acompanhar o desenvolvimento do Plano de Intervenção no Processo de Alfabetização<br />

em todas as suas etapas, para garantir o cumprimento das metas acordadas;<br />

Disponibilizar apoio técnico pedagógico para a manutenção e sustentação do<br />

Plano de Intervenção no Processo de Alfabetização.<br />

COMPROMISSO DA SEDU CENTRAL<br />

Orientar a SRE sobre elaboração e execução do Plano de Intervenção no Processo<br />

de Alfabetização pela escola;<br />

Supervisionar e monitorar a execução deste Termo de Compromisso;<br />

Promover ações e demais iniciativas necessárias à obtenção dos resultados pactuados<br />

neste Termo de Compromisso;<br />

Colaborar com as SRE, no sentido de dar apoio quanto ao acompanhamento na<br />

execução do Plano de Intervenção das escolas;<br />

Promover o apoio técnico-pedagógico ao funcionamento do Comitê Gestor do<br />

Plano de Intervenção no Processo de Alfabetização;<br />

Promover o apoio técnico-pedagógico às SRE, quanto ao atendimento junto às<br />

escolas;<br />

Mobilizar os gestores das escolas, por meio de reuniões centralizadas e descentralizadas,<br />

quanto ao cumprimento do Termo de Compromisso;<br />

Prover às escolas os recursos pedagógicos (livros e outros materiais) necessários à<br />

alfabetização das crianças.<br />

Nesses termos, a Escola Estadual ________________________________________________<br />

situada _______________________________________, município de __________________,<br />

jurisdicionada à SRE _____________, assume o Compromisso com a alfabetização das crianças<br />

de até 8 anos de idade, elevando a proficiência em leitura e escrita na ____ série de ______<br />

para ______ pontos e na __série de _______ para ______ pontos, no período letivo de 2010.<br />

Diretor(a)<br />

Pedagogo(a) ou Coordenador(a) de Turno<br />

Representante do Grupo do Magistério no Conselho de Escola<br />

166


Representante dos Servidores no Conselho de Escola<br />

Representante dos Pais ou Responsáveis no Conselho de Escola<br />

Representante do Comitê Regional de Alfabetização<br />

Professores Alfabetizadores:<br />

_______________, ______ de _________de 2010.<br />

TERMO <strong>DE</strong> COMPROMISSO DA FAMÍLIA COM A ALFABETIZAÇÃO<br />

Pelo presente instrumento, declaramos que assumimos o compromisso com a alfabetização<br />

dos estudantes do ____ ano e/ou da ___ série, que compõem a turma<br />

da professora ____________________________________ da Escola Estadual<br />

___________________________, situada no Município de _________________, jurisdicionada<br />

à SRE ___________________, o que implica a observância e o cumprimento<br />

do disposto neste Termo de Compromisso nos três primeiros anos escolares.<br />

COMPROMISSOS DA FAMÍLIA<br />

Acompanhar a execução do Plano de Intervenção no Processo de Alfabetização<br />

da escola;<br />

Valorizar a escola e criar nos filhos uma expectativa positiva em relação à vida<br />

escolar;<br />

Participar ativamente dos eventos e atividades promovidas pela escola: reuniões<br />

de pais, comemorações, ciclo de estudos e outros;<br />

Incentivar os filhos para que criem vínculos de amizades com os colegas da escola;<br />

Dialogar permanentemente com os filhos sobre tudo que ocorre no cotidiano escolar;<br />

Conhecer os professores dos filhos e manter diálogo mútuo, compartilhando informações<br />

sobre o desenvolvimento escolar da criança;<br />

Ir à escola periodicamente para obter informações sobre o desenvolvimento cognitivo<br />

e social dos filhos;<br />

167


Manter com os professores dos filhos um relacionamento de respeito, consideração,<br />

solidariedade e carinho;<br />

Habituar-se em observar os materiais escolares dos filhos, incentivando-os ao<br />

desenvolvimento das tarefas escolares quando necessário. Não se esquecer de<br />

sempre elogiá-los;<br />

Monitorar a utilização dos recursos tecnológicos, garantindo que sejam utilizados<br />

positivamente como recurso favorável à aprendizagem de seus filhos;<br />

Orientar os filhos quanto ao zelo pela sua escola em relação ao espaço físico (biblioteca,<br />

pátio, quadra esportiva, laboratórios, banheiros, salas de aula e outras<br />

dependências) e equipamentos (cadeiras, carteiras, computadores, livros, murais,<br />

bebedouro, quadros e outros);<br />

Incentivar os filhos a frequentar os espaços de leitura da escola e da comunidade,<br />

objetivando desenvolver o gosto pela leitura.<br />

Nome do estudante Nome do responsável Assinatura<br />

Assinatura do Diretor, pedagogo ou professor da turma<br />

168


ANEXO 5<br />

TERMO <strong>DE</strong> COMPROMISSO COM A APRENDIZAGEM<br />

DOS ESTUDANTES <strong>DE</strong> 3ª A 8ª SÉRIES<br />

O Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Educação,<br />

estabeleceu como meta para as escolas estaduais promover a melhoria da<br />

aprendizagem dos estudantes, elevando a proficiência, especialmente nas disciplinas<br />

de Língua Portuguesa e Matemática, em atendimento ao pacto do Estado do<br />

Espírito Santo com o movimento Todos Pela Educação e ao Plano de Desenvolvimento<br />

Espírito Santo 2025, no qual se reafirma a prioridade absoluta à Educação.<br />

Considerando que a Constituição Federal estabelece:<br />

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será<br />

promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno<br />

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua<br />

qualificação para o trabalho.<br />

Considerando que a Lei de Diretrizes e Bases estabelece:<br />

Art. 32. O ensino fundamental, com duração de nove anos, obrigatório e gratuito<br />

na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:<br />

I. O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o<br />

pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo.<br />

A Secretaria de Estado da Educação e a Escola Estadual<br />

resolvem celebrar o presente.<br />

TERMO <strong>DE</strong> COMPROMISSO DA ESCOLA COM<br />

A APRENDIZAGEM DOS ESTUDANTES<br />

Este Termo tem como objetivos principais:<br />

I. Estabelecer como foco principal, melhoria da aprendizagem, definindo resultados<br />

concretos a atingir, especialmente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática;<br />

169


<strong>II</strong>. Acompanhar cada estudante da rede pública individualmente, mediante registro<br />

do seu desempenho nas avaliações diagnósticas, que são realizadas periodicamente;<br />

<strong>II</strong>I. Criar possibilidades para atendimento ao estudante na escola com vistas à melhoria<br />

da aprendizagem;<br />

IV. Valorizar a formação ética, moral e social dos educandos;<br />

V. Garantir o acesso e permanência dos estudantes com necessidades educacionais<br />

especiais nas classes do ensino regular, fortalecendo a inclusão educacional;<br />

VI. Envolver todos os profissionais da educação da instituição de ensino na discussão<br />

e elaboração do Plano de Intervenção, respeitando as especificidades da escola e<br />

dos estudantes;<br />

V<strong>II</strong>. Divulgar na escola e na comunidade os dados relativos aos resultados da avaliação<br />

apresentados pelo PAEBES/2009;<br />

V<strong>II</strong>I. Zelar pela transparência da gestão escolar e garantir o funcionamento efetivo,<br />

autônomo e articulado dos Conselhos Escolares;<br />

IX. Promover, por meio da gestão escolar, ações inovadoras que garantam aos estudantes<br />

do Ensino Fundamental o direito de aprender;<br />

X. Promover e apoiar os conselhos escolares, envolvendo as famílias dos estudantes,<br />

com as atribuições, dentre outras, de zelar pela manutenção da escola e pelo monitoramento<br />

das ações e consecução das metas do Termo de Compromisso;<br />

XI. Acompanhar e avaliar o desempenho da escola em relação ao cumprimento das<br />

diretrizes contidas neste Termo de Compromisso, com a participação do Conselho<br />

Escolar.<br />

COMPROMISSOS DA ESCOLA<br />

I. Elaborar, executar e monitorar o Plano de Intervenção com o objetivo de alcançar<br />

as metas estabelecidas para a instituição de ensino;<br />

<strong>II</strong>. Combater a repetência, de acordo com as especificidades da escola, por meio da<br />

adoção de práticas de recuperação paralela, desenvolvimento de projetos de leitura<br />

e de matemática, e outros projetos que visem a fortalecer a aprendizagem<br />

dos estudantes;<br />

<strong>II</strong>I. Evidenciar o bom desempenho do professor, representado por meio de sua dedicação,<br />

assiduidade, pontualidade, responsabilidade, realização de projetos e trabalhos<br />

especializados, além de cursos de atualização e desenvolvimento profissional;<br />

170


IV. Vincular os programas e/ou projetos escolares ao Projeto Político Pedagógico da<br />

escola, com o objetivo de integrá-los e fortalecer a dinâmica da aprendizagem<br />

escolar, como meio de dinamizar o Currículo Básico Escola Estadual;<br />

V. Utilizar o espaço-tempo escolar (biblioteca, sala de vídeo, laboratório de informática,<br />

quadra esportiva entre outros alternativos), visando ao desenvolvimento<br />

de ações educativas e de projetos socioculturais e ou ações socioeducativas que<br />

potencializem a aprendizagem de Língua Portuguesa e de Matemática;<br />

VI. Combater a evasão escolar por meio do acompanhamento individual dos estudantes,<br />

e detectar as razões da não-frequência do educando e sua superação;<br />

V<strong>II</strong>. Zelar para que as diretrizes curriculares e políticas públicas educacionais sejam<br />

contempladas no Plano de Intervenção da instituição de ensino;<br />

V<strong>II</strong>I. Disponibilizar documentos comprobatórios dos resultados, que contenham informações<br />

sobre o desenvolvimento do Plano de Intervenção;<br />

IX. Sensibilizar e mobilizar a comunidade escolar e a família quanto ao acompanhamento<br />

do Plano de Intervenção;<br />

X. Organizar comitê local que deverá ser composto por representantes do Conselho<br />

Escolar, da equipe gestora da escola, pais, estudantes e professores do Ensino<br />

Fundamental, visando mobilizar e acompanhar o desenvolvimento do Plano de<br />

Intervenção da Escola e seus respectivos resultados;<br />

XI. Comprometer-se em alcançar os resultados pactuados neste Termo de Compromisso;<br />

X<strong>II</strong>. Implementar ações de combate ao bulling no ambiente escolar.<br />

COMPROMISSOS DA FAMÍLIA<br />

I. Acompanhar a execução do Plano de Intervenção da Escola;<br />

<strong>II</strong>. Valorizar a escola e acompanhar a vida estudantil dos filhos, criando uma expectativa<br />

positiva em relação à vida escolar;<br />

<strong>II</strong>I. Participar ativamente dos eventos e atividades promovidas pela escola: reuniões<br />

de pais, comemorações e outros;<br />

IV. Incentivar os filhos para que criem vínculos de amizades com os colegas da escola;<br />

V. Dialogar permanentemente com os filhos sobre tudo o que ocorre no cotidiano<br />

escolar;<br />

VI. Conhecer os professores dos filhos e manter diálogo mútuo, compartilhando informações<br />

sobre o seu desenvolvimento escolar;<br />

171


V<strong>II</strong>. Visitar a escola periodicamente para obter dados/informações a respeito do rendimento<br />

e frequência escolar dos filhos;<br />

V<strong>II</strong>I. Acessar periodicamente o boletim escolar eletrônico objetivando o acompanhamento<br />

escolar dos filhos;<br />

IX. Manter com os professores dos filhos um relacionamento de respeito, consideração,<br />

solidariedade e carinho;<br />

X. Incentivar e criar nos filhos o hábito de estudo diário, primando pelo desenvolvimento<br />

das tarefas escolares;<br />

XI. Monitorar a utilização dos recursos tecnológicos, garantindo que sejam utilizados<br />

como recurso favorável à aprendizagem dos seus filhos;<br />

X<strong>II</strong>. Orientar os filhos quanto ao zelo pela sua escola em relação ao espaço físico<br />

(biblioteca, pátio, quadra esportiva, laboratórios, banheiros, salas de aula e outras<br />

dependências) e equipamentos (mobiliário, equipamentos, livros, murais, bebedouro,<br />

quadros e outros);<br />

X<strong>II</strong>I. Incentivar os filhos a frequentar os espaços de leitura da escola e da comunidade,<br />

objetivando desenvolver o gosto pela leitura.<br />

COMPROMISSO DA SRE<br />

I. Orientar e acompanhar a escola na elaboração e execução do Plano de Intervenção;<br />

<strong>II</strong>. Assessorar a equipe gestora da escola na superação de possíveis obstáculos e nas<br />

restrições encontradas durante o desenvolvimento do Plano de Intervenção;<br />

<strong>II</strong>I. Organizar o comitê gestor na SRE, para supervisionar e monitorar o Plano de Intervenção<br />

das escolas sob a sua jurisdição;<br />

IV. Informar à Gerência do Ensino Fundamental sobre as atividades educacionais relevantes<br />

desenvolvidas no Plano de Intervenção;<br />

V. Apoiar as ações e demais iniciativas escolares necessárias à obtenção dos resultados<br />

previstos no Plano de Intervenção e promover os meios, quando necessário,<br />

para sua execução;<br />

VI. Acompanhar o desenvolvimento do Plano de Intervenção em todas as suas etapas,<br />

para garantir o cumprimento das metas acordadas;<br />

V<strong>II</strong>. Disponibilizar apoio técnico-pedagógico para a manutenção e sustentação do<br />

desenvolvimento do Plano de Intervenção.<br />

172


COMPROMISSO DA UNIDA<strong>DE</strong> CENTRAL<br />

I. Orientar as SRE sobre a elaboração e execução do Plano de Intervenção pela escola;<br />

<strong>II</strong>. Supervisionar e monitorar a execução deste Termo de Compromisso;<br />

<strong>II</strong>I. Promover ações e demais iniciativas necessárias à obtenção dos resultados pactuados<br />

neste Termo de Compromisso;<br />

IV. Colaborar com as SRE, no sentido de dar apoio quanto ao acompanhamento na<br />

execução do Plano de Intervenção das escolas;<br />

V. Promover o apoio técnico-pedagógico ao funcionamento do Comitê Gestor do<br />

Plano de Intervenção;<br />

VI. Promover o apoio técnico-pedagógico às SRE, quanto ao atendimento às necessidades<br />

das escolas;<br />

V<strong>II</strong>. Sensibilizar e mobilizar os gestores escolares quanto ao cumprimento do Termo de<br />

Compromisso por meio de reuniões e seminários centralizados e descentralizados.<br />

Nesses termos, a escola<br />

, situada à Rua<br />

, Nº , Bairro , Município<br />

, jurisdicionada à SRE , assume o compromisso<br />

que, de acordo com o Plano de Intervenção Escolar, promoverá ações que visem<br />

à melhoria da aprendizagem dos estudantes, especialmente nas disciplinas de<br />

Língua Portuguesa e Matemática, dos que se encontram nos níveis Abaixo do Básico<br />

e no Básico, com o objetivo de elevar a proficiência na Leitura e na Matemática.<br />

Diretor(a)<br />

Pedagogo(a) ou Coordenador(a) de Turno<br />

Professores<br />

Representante dos Funcionários no Conselho de Escola<br />

Representante dos Pais no Conselho de Escola<br />

Representante da Comunidade Local no Conselho de Escola<br />

173


TERMO <strong>DE</strong> COMPROMISSO DA FAMÍLIA<br />

COM A APRENDIZAGEM DOS ESTUDANTES<br />

Pelo presente instrumento, declaramos que assumimos o compromisso com a aprendizagem<br />

do(a) meu(a) filho(a) da<br />

série do Ensino Fundamental da Escola<br />

Estadual ,<br />

situada no Município de ,<br />

jurisdicionada à SRE<br />

, o que implica a observância e o cumprimento<br />

do disposto neste Termo de Compromisso.<br />

COMPROMISSOS DA FAMÍLIA<br />

I. Acompanhar a execução do Plano de Intervenção da Escola;<br />

<strong>II</strong>. Valorizar a escola e acompanhar a vida estudantil dos filhos, criando uma expectativa<br />

positiva em relação à vida escolar;<br />

<strong>II</strong>I. Participar ativamente dos eventos e atividades promovidas pela escola: reuniões<br />

de pais, comemorações e outros;<br />

IV. Incentivar os filhos para que criem vínculos de amizades com os colegas da escola;<br />

V. Dialogar permanentemente com os filhos sobre tudo o que ocorre no cotidiano<br />

escolar;<br />

VI. Conhecer os professores dos filhos e manter diálogo mútuo, compartilhando informações<br />

sobre o seu desenvolvimento escolar;<br />

V<strong>II</strong>. Visitar a escola periodicamente para obter dados/informações a respeito do rendimento<br />

e frequência escolar dos filhos;<br />

V<strong>II</strong>I. Acessar periodicamente o boletim escolar eletrônico objetivando o acompanhamento<br />

escolar dos filhos;<br />

IX. Manter com os professores dos filhos um relacionamento de respeito, consideração,<br />

solidariedade e carinho;<br />

X. Incentivar e criar nos filhos o hábito de estudo diário, primando pelo desenvolvimento<br />

das tarefas escolares;<br />

XI. Monitorar a utilização dos recursos tecnológicos, garantindo que sejam utilizados<br />

como recurso favorável à aprendizagem dos seus filhos;<br />

X<strong>II</strong>. Orientar os filhos quanto ao zelo pela sua escola em relação ao espaço físico<br />

(biblioteca, pátio, quadra esportiva, laboratórios, banheiros, salas de aula e outras<br />

dependências) e equipamentos (mobiliário, equipamentos, livros, murais, bebedouro,<br />

quadros e outros);<br />

X<strong>II</strong>I. Incentivar os filhos a frequentar os espaços de leitura da escola e da comunidade,<br />

objetivando desenvolver o gosto pela leitura.<br />

Assinatura do Termo de Compromisso da turma<br />

174


Nome do estudante Nome do responsável Assinatura<br />

Assinatura do Diretor, pedagogo ou professor da turma<br />

175

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