Editorial
10 - New Golf
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State University é da divisão 1 da<br />
Liga. Vim para os Estados Unidos<br />
em agosto de 2000 e moro aqui<br />
desde então. Tento ir ao Brasil<br />
todos os anos, mas acabo indo<br />
em média uma vez a cada dois<br />
anos. Uma razão é que meus pais<br />
e meu irmão vêm nos visitar praticamente<br />
todos os anos.<br />
O que essa ida para os EUA<br />
mudou em sua trajetória no<br />
esporte?<br />
Foi fundamental para a melhora<br />
do meu jogo. O golfe é um<br />
esporte muito expressivo aqui.<br />
Muitas pessoas jogam e existem<br />
boas oportunidades. Em<br />
2000, 2001 morei no campus da<br />
Wingate University, na cidade de<br />
Wingate, a 30 minutos de Charlotte,<br />
onde moro hoje. De 2001<br />
a 2004 morei em Raleigh, a capital<br />
do Estado da Carolina do<br />
Norte. E em 2004 me mudei para<br />
Charlotte, onde moro desde então.<br />
Cursei Business Finance na<br />
universidade e consegui me formar<br />
em quatro anos, fato do qual<br />
tenho muito orgulho porque sei<br />
que muitos atletas cursam universidades<br />
somente para jogar<br />
seu esporte e acabam nem se<br />
formando.<br />
Quais foram suas maiores<br />
dificuldades no início morando<br />
no exterior?<br />
Acredito que a língua tenha<br />
sido a maior dificuldade. Quando<br />
saí do Brasil estava confiante que<br />
sabia o suficiente de inglês para<br />
me virar, mas quando cheguei<br />
aos Estados Unidos percebi que<br />
não sabia muito. O outro grande<br />
desafio foi morar longe dos meus<br />
pais e do meu irmão logo a partir<br />
dos 17 anos. Ainda me lembro<br />
de várias ocasiões em que chorei<br />
bastante com saudade deles, dos<br />
meus amigos e da minha vida no<br />
Brasil.<br />
Como você lidou com o drama<br />
da tragédia aérea de 2004?<br />
Conheci os Hendrick em<br />
2001 e desenvolvi uma proximidade<br />
familiar com eles alguns<br />
meses depois. Fui morar com<br />
eles depois que me formei, em<br />
maio de 2004. O acidente aconteceu<br />
em outubro do mesmo<br />
ano, levando o pai John e duas<br />
de suas três filhas, Jennifer e<br />
Kimberly. A outra filha já era casada<br />
e não morava mais conosco.<br />
Naquela época ficamos em<br />
casa somente eu e a mãe, Cathy.<br />
Foi o momento mais triste da<br />
minha vida. Eles eram a minha<br />
família. Ainda me lembro de<br />
todos os detalhes daquele dia.<br />
Nesse momento choro somente<br />
ao me lembrar que não os tenho<br />
mais ao meu lado. Parei de jogar<br />
por três meses e foi muito difícil<br />
voltar, mas o John era uma pessoa<br />
que me incentivava muito<br />
e não gostaria de me ver desistindo.<br />
Depois de conversas com<br />
a Cathy e meus pais resolvi retornar<br />
a busca de meus sonhos<br />
no esporte. Apesar de ainda ser<br />
muito próximo à Cathy, hoje<br />
moro sozinho a uns 10 minutos<br />
da casa dela.<br />
Em que momento você decidiu<br />
se profissionalizar?<br />
Por volta dos meus 13 anos,<br />
já sabia que gostaria de jogar<br />
golfe profissionalmente. O momento<br />
certo seria depois de me<br />
formar na universidade para que<br />
pudesse desfrutar dos benefícios<br />
do golfe amador americano enquanto<br />
estava estudando. E assim<br />
foi feito. Uma das maiores<br />
mudanças no dia-a-dia foi o fato<br />
de não precisar estudar mais e<br />
poder usar todo o meu tempo<br />
com o golfe. A transição não foi<br />
fácil. Percebi que existem muitos<br />
jogadores excelentes no mundo<br />
profissional que estão tentando<br />
chegar ao PGA Tour, assim como<br />
eu. Percebi o quanto o meu jogo<br />
tinha que melhorar para que<br />
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