Por Ludmila Santos
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Relatório de turma do 9º ano da área de Geografia<br />
RELATÓRIO DE GEOGRAFIA<br />
1º Semestre/2015<br />
Turma: 9º ano<br />
Professora: <strong>Ludmila</strong> <strong>Santos</strong><br />
Coordenação pedagógica: Maria Aparecida de Lima Leme<br />
Primeiro Semestre de 2015<br />
<strong>Por</strong> <strong>Ludmila</strong> <strong>Santos</strong><br />
A Europa jaz, posta nos cotovelos: De Oriente a Ocidente jaz, fitando,<br />
E toldam-lhe românticos cabelos. Olhos gregos, lembrando.<br />
O cotovelo esquerdo é recuado; O direito é em ângulo disposto.<br />
Aquele diz Itália onde é pousado; Este diz Inglaterra onde, afastado,<br />
A mão sustenta, em que se apoia o rosto Fita, com olhar esfíngico e fatal,<br />
O Ocidente, futuro do passado O rosto com que fita é <strong>Por</strong>tugal.<br />
O dos Castelos - Fernando Pessoa<br />
O poema de Pessoa revela o primeiro sentimento que a turma do nono ano<br />
mostrou nas aulas sobre o continente europeu. O olhar esfíngico para o ocidente traz<br />
consigo ideias de povos que literalmente se jogaram no oceano com pretensões do<br />
conhecimento de outras terras, mas que infelizmente era carregado de um oportunismo<br />
arraigado na exploração desses lugares e por isso mesmo o poeta descreve como “fatal”.<br />
O “Fitar de <strong>Por</strong>tugal” como é descrito, revela a cobiça premente nas questões<br />
das grandes navegações do século XV. <strong>Por</strong>tugal não apenas colonizou o território<br />
brasileiro, mas também as pessoas que aqui moravam trazendo o pecado como fator de<br />
dominação, buscando o que para a Europa era caro, e dessa maneira destruindo purezas<br />
que aqui jaziam.<br />
Atrelados a um sistema econômico, ainda jovem, os europeus procuravam<br />
acumular capitais e com isso veio a aniquilação de nações inteiras, que ironicamente<br />
eram tidas com não civilizadas. Entendemos que a linguística do nome capitalismo,<br />
perdoem-me se não for esse o termo, estrava enraizada nesses capitais tirados dos<br />
territórios e dos povos que aqui se organizavam. Entendemos que o tal do mercado<br />
aberto abria mais do que as nações permitiam e a chamada globalização era só para<br />
quem tinha recursos financeiros que ironicamente desde a época colonial eram<br />
arrancados dos mais fragilizados. Nossa contribuição “espontânea” servira de ponta pé<br />
inicial para um sistema que escraviza e deteriora o planeta há centenas de anos. E ainda<br />
o faz.
Um continente inteiro olhando para as terras americanas que seria mais justo<br />
serem lembradas com nomes Incas, Maias, Astecas ou das inúmeras tribos indígenas<br />
que aqui habitavam. Escreveríamos, caso fosse, naturais do continente Tupinambás ou<br />
Apache. Seríamos tupinambaenses na identidade e autenticidade. Teríamos uma<br />
economia cooperativa e sustentável.<br />
Estudamos que há alternativas, mesmo no sistema capitalista, e que a exploração<br />
dos recursos naturais poderia ser cíclica e de reaproveitamento. Essa turma é boa na<br />
busca de alternativas, e sincera nas questões da inserção no sistema. Não radicalizam os<br />
debates em revoluções de derrubada de poderes, mas pensam em situações de<br />
minimização dos usos indevidos de um consumismo desenfreado. Sabem que<br />
necessitam de menos, bem menos para viver bem.