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Uma viagem no Tempo..

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Relatório de Grupo<br />

1º Semestre/2015<br />

Turma: Jardim II<br />

Professora: Myriam Wonski<br />

Professora Auxiliar: Fábia Serabo Baseio<br />

Coordenação Pedagógica: Lucy Ramos Torres<br />

<strong>Uma</strong> <strong>viagem</strong> <strong>no</strong> <strong>Tempo</strong>...<br />

O a<strong>no</strong> começou com uma deliciosa vivência de ciranda e sensibilização para o tema<br />

do a<strong>no</strong>:<br />

“Gaia – a vida mantendo a própria vida.”<br />

Em seguida, a turma ganhou um presente: uma rodela de madeira na qual teria<br />

que fazer um registro que fosse significativo para as crianças. <strong>Uma</strong> representação de que<br />

éramos parte de um todo, e este todo era a escola e até mesmo o Planeta Terra.<br />

Depois dos primeiros dias <strong>no</strong>s conhecendo melhor, brincando de rei e rainha,<br />

fazendo uma linda coroa e inventando histórias com teatro de fantoches, brincando<br />

muito juntos e conversando sobre muitas coisas, surgiu uma e<strong>no</strong>rme vontade das<br />

crianças em ter um <strong>no</strong>me para a turma.


Elas começaram a sugerir os <strong>no</strong>mes: Turma da Professora, Turma do Tubarão,<br />

Turma da Caverna, Turma do Leão, Turma da Amizade, Turma do Avião, Turma da<br />

Amizade Bonita...<br />

E esta foi uma ótima oportunidade para fazermos <strong>no</strong>ssa primeira votação com 1º e<br />

2º tur<strong>no</strong>s. No 1º Tur<strong>no</strong> foi eliminada a maioria das sugestões. Ficaram para o 2º Tur<strong>no</strong> os


dois <strong>no</strong>mes mais votados: Turma da Amizade Bonita e Turma da Caverna, sendo que esta<br />

última foi o mais votado!<br />

O homem das cavernas e de hoje em dia<br />

Então, enfim, somos uma turma e <strong>no</strong>sso semestre foi de muitos trabalhos coletivos,<br />

mais até do que individuais, pois precisávamos ter coesão, ligação, laço, elo para fazer<br />

acontecer a <strong>no</strong>ssa <strong>viagem</strong>. O <strong>no</strong>me da turma sempre proporciona às crianças uma<br />

identidade e um sentido de coletividade que são muito importantes para o<br />

desenvolvimento do projeto pedagógico, assim como para a socialização das crianças que<br />

passam a ter objetivos e temas em comuns para serem trabalhados e alcançados.<br />

Pois bem, então começamos a pensar sobre caverna, pois brincávamos que <strong>no</strong>ssa<br />

sala, por ser escondidinha, parecia uma caverna. Eis que surgiu o tema do homem das<br />

cavernas. Discutimos bastante este assunto e fizemos dois textos coletivos com as<br />

hipóteses das crianças.<br />

O HOMEM DAS CAVERNAS<br />

ELES DORMIAM NA TERRA, DEITADOS NA PEDRA<br />

E MORAVAM NA CAVERNA. ELES COMIAM OVOS<br />

DE TUDO.<br />

FAZIAM FOGUEIRA COM PEDRAS E GALHOS.<br />

VIVIAM EM CAVERNAS MUITO ESCURAS. ELES<br />

FAZIAM BARULHOS AO INVÉS DE FALAR.<br />

OS HOMENS DAS CAVERNAS USAVAM GRANDES<br />

PEDRAS COMO PORTAS PARA FECHAR A<br />

ENTRADA DA CAVERNA.<br />

O HOMEM DE HOJE<br />

ELES TOMAM BANHO NO CHUVEIRO: FRIO,<br />

QUENTE, MORNINHO.<br />

DORMEM NA CAMA DE COLCHÃO,<br />

TRAVESSEIRO, LENÇOL E COBERTA.<br />

COMPRAM COMIDA NO MERCADO, MORAM<br />

NUMA CASA.<br />

DESENHAM NO PAPEL, ESCREVEM, FAZEM AS<br />

LETRAS.<br />

ELES DESENHAVAM NAS PAREDES COM PEDRAS<br />

PARA CONTAR COMO FOI A CAÇA. ELES<br />

CAÇAVAM COM PEDRAS, FAZIAM MACHADINHAS<br />

COM PEDRA E PAU.<br />

COZINHAVAM NA FOGUEIRA. FAZIAM BALDES<br />

COM FOLHAS DE ÁRVORES. PEGAVAM ÁGUA NO<br />

RIO.<br />

ELES ERAM MUITO PELUDOS E TINHAM ROUPAM<br />

DE FOLHAS E COM PELES DE ANIMAIS.<br />

OS ANIMAIS GRANDES QUERIAM COMER ELES.<br />

ELES SABIAM A HORA PELA LUA, O SOL E O CÉU.<br />

TEM CASAS, PRÉDIOS.<br />

ANDAM DE CARRO, MOTO, CAMINHÃO,<br />

CAVALO, AVIÃO, HELICÓPTERO, BICICLETA,<br />

SKATE, PATINS.<br />

USAM ROUPA DE TECIDO, USA PIJAMA PARA<br />

DORMIR.<br />

VAI NO SHOPPING, NAS LOJAS, VISITAR OS<br />

OUTROS.<br />

OLHA O TEMPO NO RELÓGIO, PELA JANELA.<br />

É preciso reiterar que a construção de textos coletivos na educação infantil é uma<br />

atividade bastante importante por diversos motivos, principalmente por tornar a sala de<br />

aula um estimulante ambiente de letramento. Nessas situações, as crianças entendem<br />

que registrar por escrito as suas ideias e falas é garantir a comunicação do que elas<br />

expressaram oralmente, organizando a coerência dos seus pensamentos. O professor<br />

então toma o lugar de mediador e escriba, fazendo perguntas e questionamentos que


desencadeiam na criança a percepção sobre a sua própria fala e argumentação,<br />

auxiliando-a a esclarecer e informar melhor e mais precisamente aquilo que deseja, e<br />

registrando tudo <strong>no</strong> livrão.<br />

A atividade de produção de texto deve possibilitar a constituição de um espaço<br />

dialógico e sócio-interativo, tão defendido pelo psicólogo do desenvolvimento Vygotsky,<br />

e que faz parte das orientações contempladas pelo Referencial Curricular para a<br />

Educação Infantil (RCNEI), documento do Ministério da Educação que, precisamos<br />

contemplar na educação infantil.<br />

Em seguida a isso, assistimos ao filme “Os Croods”, um disparador para vários<br />

outros assuntos, além de ser diversão garantida! <strong>Uma</strong> das coisas que mais chamou a<br />

atenção da turma foi um personagem que tinha ideias: sabia usar o fogo, usava a concha<br />

como um apito, fazia armadilhas usando fantoches, usava uma prancha na água, tinha<br />

bicho de estimação, sapato, cinto, guarda-chuva, óculos escuros, catapulta, peruca e<br />

sabia fazer piada. As crianças disseram que ele inventava coisas que ainda não existiam<br />

naquela época, mas que ajudavam eles a sobreviver e viver melhor.<br />

No filme, vimos a pintura rupestre na parede da caverna, então levei um livro “Arte<br />

para Crianças” (Publifolha), e lemos sobre a arte dos homens das cavernas. Vimos que<br />

eles usavam tintas feitas com barro, plantas e pedras, e que usavam a mão para fazer os<br />

desenhos. Então fizemos uma pintura parecida e uma exposição para mostrar a <strong>no</strong>ssa<br />

arte para os amigos da educação infantil. Também fizemos a mesma técnica <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso<br />

mural <strong>no</strong> fundo da sala, personalizando a <strong>no</strong>ssa “caverna” com a <strong>no</strong>ssa arte.<br />

Processo de produção da primeira pintura rupestre da turma: pintura do fundo com esponja e<br />

guache imitando a textura de uma parede de pedra; pintura do desenho da família usando os<br />

dedos com guache preto; montagem da exposição.


Pintura do painel da sala: preparação do<br />

fundo com tinta guache e esponja; pintura<br />

de autorretrato com dedo usando guache<br />

preto; carimbo da mão como registro da<br />

identidade de cada um. Um trabalho<br />

coletivo que uniu a turma.<br />

Começamos a falar sobre outros assuntos do passado, o tempo dos di<strong>no</strong>ssauros,<br />

um tema que as crianças gostam muito! Então, a partir das <strong>no</strong>ssas conversas e de alguns<br />

livros trazidos pelos alu<strong>no</strong>s para a roda, fizemos mais um texto coletivo.<br />

NO TEMPO DOS DINOSSAUROS<br />

OS DINOSSAUROS VIVIAM NAS ÁGUAS TAMBÉM. O METEORO CAIU NO PLANETA<br />

TERRA.<br />

OS DINOSSAUROS VIVERAM HÁ MILHÕES DE ANOS, MAS O HUMANO NÃO EXISTIA.<br />

QUANDO OS SERES HUMANOS EXISTIRAM, SÓ EXISTIAM OS FÓSSEIS DOS<br />

DINOSSAUROS. OS DINOSSAUROS VIRARAM OSSOS. ELES VIVIAM NO PLANETA<br />

TERRA.<br />

ALGUNS DINOSSAUROS COMIAM OUTROS DINOSSAUROS, ERAM CARNÍVOROS. O<br />

“DINOSSAURO REX” COMIA OUTROS DINOSSSAUROS.<br />

Além de cada um ter feito um registro com desenho para a pasta de atividade,<br />

mais tarde também fizemos coletivamente um vulcão para compor a exposição final.<br />

Depois do texto coletivo sobre os di<strong>no</strong>ssauros, surgiu uma pergunta de um dos<br />

alu<strong>no</strong>s na roda: de onde nasceu o homem das cavernas: da natureza? da árvore?...da<br />

caverna?...da mãe?...como?...o que sabíamos com certeza é que ele nasceu bem depois<br />

dos di<strong>no</strong>ssauros.<br />

Junto a essas discussões começamos a perceber que não éramos mais homem das<br />

cavernas porque tínhamos mudado muito de vida, porque o Homo Sapiens tinha


inventado muitas coisas para viver com me<strong>no</strong>s perigo. Então, procuramos em revistas<br />

figuras que faziam parte da natureza, como na época do homem das cavernas, e outros<br />

elementos construídos pelos homens de hoje em dia. Também conhecemos um pouco<br />

mais sobre o inventor Leonardo Da Vinci, um grande gênio que <strong>no</strong>s inspirou com seu<br />

Diário de Invenções, cheios de a<strong>no</strong>tações e desenhos de objetos que eram muito<br />

avançados para a sua época.<br />

A Linha do <strong>Tempo</strong><br />

Para entendermos melhor a <strong>no</strong>ção de passado, presente e futuro, levei para as<br />

crianças a ideia de fazer uma Linha do <strong>Tempo</strong>. Para os adultos essa <strong>no</strong>ção de tempo<br />

parece fácil, mas para as crianças é bastante complexo falar sobre coisas que elas não<br />

viram acontecer e que pertencem a um passado muito distante. <strong>Uma</strong> forma de organizar<br />

e visualizar melhor todos os temas que estávamos vendo, foi fazer a linha do tempo com<br />

desenhos registrando <strong>no</strong>ssas descobertas sobre os assuntos da Pré-história e<br />

contemplando os di<strong>no</strong>ssauros e a evolução dos homens desde o Australopitecos.<br />

Sequenciar ações ou eventos auxilia a criança a adquirir conceitos de tempo. Saber<br />

o que vem primeiro, em seguida e por último será um grande aliado para que os alu<strong>no</strong>s<br />

adquiram <strong>no</strong>ções de sequência, que irão ajudá-los <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s seguintes de escola, assim<br />

como a construir suas próprias <strong>no</strong>ções de tempo. Segundo Piaget, a construção da <strong>no</strong>ção<br />

de espaço e tempo é um dos elementos fundamentais que constituem a inteligência da<br />

criança pequena.<br />

O trabalho com a montagem da rotina e o calendário são de grande importância<br />

para a criança estruturar tanto a <strong>no</strong>ção de tempo (o quê e quando as atividades vão<br />

acontecer), quanto a de espaço (onde vão acontecer). Por isso que a chegada à escola <strong>no</strong><br />

horário e a participação na roda são tão importantes para o Jardim II. A rotina auxilia a<br />

criança a se organizar na sequência de atividades do dia, e lhe confere segurança e<br />

auto<strong>no</strong>mia para suas ações. O calendário faz com que a criança visualize uma fração de<br />

tempo maior ainda, pois trabalha com a ideia de previsões do que ainda vai acontecer e<br />

do que já aconteceu dentro do período do mês corrente.<br />

Continuamos brincando de homem das cavernas e montando a barraca <strong>no</strong> tapete<br />

da sala para ser a caverna, apagando a luz para viver os perigos e as aventuras para


escaparmos dos predadores ou para fazermos a caça. Esse trabalho corporal fez com que<br />

pensássemos nas diferenças entre o corpo e a postura do homem das cavernas e a <strong>no</strong>ssa.<br />

Então, certo dia, um alu<strong>no</strong> da turma trouxe um crânio de plástico para vermos.<br />

Depois trouxe uma revista que tinha algumas informações sobre como eram os ossos do<br />

homem das cavernas e como é hoje. Também pesquisamos na internet sobre este<br />

assunto e encontramos essas imagens abaixo.<br />

O homem das cavernas era mais curvado, peludo e tinha a mandíbula mais<br />

acentuada que a caixa craniana, pois usava mais a força do que a inteligência. Já nós<br />

somos me<strong>no</strong>s peludos, temos uma coluna mais ereta, temos mandíbula mais suavizada e<br />

a caixa craniana mais acentuada.<br />

Junto a isso descobrimos que havia um esqueleto <strong>no</strong> 1º a<strong>no</strong>. Nossa curiosidade fez<br />

com que escrevêssemos uma carta para eles pedindo para conhecê-lo. Então<br />

descobrimos que era uma “esqueleta”, chamada Esquelita! Foi uma conversa com muitas<br />

trocas de informações. Levamos para eles imagens que mostravam a diferença do<br />

esqueleto e do crânio do homem das cavernas em comparação com os homens de hoje.


Um filósofo entre nós<br />

Já tínhamos explorado várias linguagens e recursos como vídeos, imagens, livros,<br />

revistas...e então resolvi trazer uma história que cabia direitinho <strong>no</strong> tema da caverna.<br />

Dramatizei para eles a “ALEGORIA DA CAVERNA”, uma história da autoria de PLATÃO, o<br />

filósofo grego.<br />

Expliquei que Platão foi um desses homens que pensavam muito e em tudo:<br />

felicidade, pensamentos, conhecimento, outros sentimentos...e, por isso, tinha inventado<br />

aquela história. Apaguei as luzes da sala enquanto as crianças estavam em roda, usei<br />

apenas a claridade das janelas para projetar sombras e fui contando a história. Depois,<br />

eles a registraram com uma pintura usando guache com os dedos e fizemos o seguinte<br />

texto...<br />

MITO DA CAVERNA<br />

ERA UMA VEZ MUITOS HOMENS NAS CAVERNAS. ELES NUNCA<br />

OLHAVAM PARA A SAÍDA, OLHAVAM NA PAREDE. ELES TINHAM MEDO.<br />

ELES OLHAVAM A SOMBRA. UM CARA MUITO CURIOSO FOI LÁ FORA E<br />

VIU UMA COISA LINDA: O SOL, A ÁRVORE E OS BICHOS.<br />

ELE CHAMOU OS AMIGOS MAS ELES NÃO FORAM PORQUE ELES<br />

TINHAM MEDO E CONTINUARAM OLHANDO AS SOMBRAS NA PAREDE.<br />

*<strong>Uma</strong> das conclusões que as crianças tiveram depois dessa história é que vale<br />

mais a pena sair da caverna<br />

Percebemos que estávamos viajando sempre <strong>no</strong> tempo, então assistimos dois<br />

desenhos animados antigos da Hanna-Barbera: Os Flinstones e Os Jetsons. <strong>Uma</strong> família


era da idade da pedra, e a outra do futuro. Esses desenhos são referências bastante<br />

presentes na memória de alguns pais, e na minha também. Logo depois que assistimos,<br />

uma aluna chegou e disse que era um desenho do tempo da mãe dela. Foi engraçado, e<br />

também me fez pensar o quanto é bom podermos compartilhar com <strong>no</strong>ssos filhos as<br />

referências que fazem parte da <strong>no</strong>ssa história de infância.<br />

Assistimos também uma animação chamada “Meus amigos di<strong>no</strong>ssauros”, nessa<br />

história as crianças viajam <strong>no</strong> tempo numa máquina que era oval. Elas voltam para o<br />

passado, na época dos di<strong>no</strong>ssauros, e uma fêmea de Tira<strong>no</strong>ssauro Rex confunde a<br />

máquina do tempo com um de seus ovos, e as crianças vivem uma grande aventura.<br />

Depois deste filme, resolvemos fazer uma MÁQUINA DO TEMPO!<br />

A Máquina do <strong>Tempo</strong><br />

Fizemos uma roda de conversa para votar se íamos fazer mesmo a máquina do<br />

tempo e todos aprovaram a ideia por unanimidade. Então a primeira fala de uma criança<br />

foi “a gente precisa de um projeto”. Todos concordaram e combinamos que a <strong>no</strong>ssa<br />

Máquina do <strong>Tempo</strong> seria retangular, que precisaria de cinto de segurança, botões para<br />

programar a qual “tempo” queríamos ir, de um botão para abrir e fechar a porta.<br />

Ela deveria ser amarela por dentro para conseguir viajar para o passado e o<br />

presente (investigando melhor esta ideia, descobri que a criança que sugeriu estava<br />

associando a <strong>viagem</strong> <strong>no</strong> tempo à velocidade da luz), também precisaria de botões que<br />

mostrassem os lugares para onde ir, e também que deveria ter figuras geométricas para<br />

apertar quando quiséssemos ir para o tempo dos dragões, das pirâmides, di<strong>no</strong>ssauros,<br />

coelhos da páscoa e etc.<br />

Para construir a máquina do tempo, conseguimos caixas grandes, mas aí surgiu<br />

uma questão...será que todos da turma caberiam nela? Então medimos todas as crianças<br />

e depois as colocamos nas caixas e já começou a diversão! Com as caixas à <strong>no</strong>ssa<br />

disposição tivemos que tomar muitas decisões e entrar em ação! Pintamos, colamos<br />

papéis, enfeites, objetos e deixamos ela parecendo mesmo uma engenhoca.


Depois de pronta a máquina do tempo, aproveitamos para brincar muito! Todos os<br />

dias na entrada da sala ela era montada até iniciarmos a roda. E também a levamos<br />

várias vezes para fora da sala, <strong>no</strong>s parques. Compartilhamos com amigos de outras salas<br />

que ficavam muito curiosos para brincar com ela. Então era um entra e sai da máquina<br />

que ficava até difícil tirar foto! Mesmo assim, eu e Fabia tentávamos registrar...mas desta<br />

vez, as imagens não revelam todo o potencial lúdico que esta engenhoca trouxe para a<br />

turma.


Enquanto construíamos a máquina do tempo, contávamos muitas histórias. As<br />

crianças inventavam histórias do lugar e do tempo para onde iriam, o que iriam<br />

encontrar...então, sugeri que escrevêssemos uma história coletiva. A ideia principal já<br />

tínhamos: era a turma toda viajando junto na <strong>no</strong>ssa máquina do tempo. Então pensamos<br />

muito em formas diferentes para começar a história sem precisar usar “Era uma vez...”.<br />

Deste modo, fomos ampliando o repertório de possibilidades para o início de uma<br />

narrativa.<br />

Porém, eram muitas as ideias sugeridas, então a cada momento tínhamos que<br />

escutar todas as ideias, enumerar e votar para dar sequência a cada parte da história. Foi<br />

um processo que durou cerca de sete dias. O mais bonito foi ver as crianças terem muitas<br />

ideias e conseguirem ouvir a ideia dos amigos. Nossa história ficou cheia de aventuras,<br />

personagens e lugares diferentes. E agora tínhamos que pensar como era fazer um livro.<br />

Como fazer um livro<br />

Para começar, pegamos vários livros diferentes, contamos os números de páginas,<br />

observamos o que era importante ter na capa, como eram as ilustrações, comparamos os<br />

tamanhos, analisamos como apareciam ou não os textos.<br />

Depois de fazer esse reconhecimento de como era um livro de verdade, tivemos<br />

que dividir a história em partes para desenhá-las. Então chegamos a 11 partes. Foi assim<br />

que os números entraram na <strong>no</strong>ssa rotina: contando os números de páginas dos livros


infantis e dividindo a <strong>no</strong>ssa história em partes. Surgiu um interesse maior pelos números,<br />

pelas quantidades e pelo traçado dos algarismos. Passamos a trabalhar frequentemente<br />

com as <strong>no</strong>ções de sequência numeral, quantidades, algarismos, antecessor e sucessor.<br />

Fazer um livro de verdade é um processo longo. Fazer um livro na escola também<br />

é. A maior parte das <strong>no</strong>ssas atividades ficou voltada para este compromisso. Então,<br />

enquanto cada um fazia seu registro individual para o livro, coletivamente construíamos<br />

a máquina do tempo, e assim passamos a brincar com ela diariamente. Às vezes dentro<br />

da sala, às vezes fora. Ao final do semestre ela já estava até bastante “abatida”, mas não<br />

abrimos mão dela, arrumávamos aqui, costurávamos ali e, de <strong>no</strong>vo, estávamos brincando<br />

nela se parar...e os amigos de outras turmas também queriam brincar toda vez que a<br />

levávamos para fora, isso provocou uma felicidade nas crianças da turma, por verem que<br />

aquela máquina era apreciada por grandes e peque<strong>no</strong>s.<br />

Bem, portanto, a imaginação não parou apenas nas viagens relatadas <strong>no</strong> livro, pois<br />

aconteceram inúmeras outras durante as brincadeiras com a máquina. Ou seja,<br />

multiplicaram-se narrativas paralelas ao que estávamos produzindo, promovendo<br />

experiências e vivências dentro dos jogos simbólicos que as crianças inventavam o tempo<br />

todo. Os jogos simbólicos permitem à criança que ela viva qualquer papel, nessa<br />

brincadeira séria ela reelabora o mundo, as suas emoções e sentimentos, resolve<br />

conflitos inter<strong>no</strong>s, realiza aquilo que está em seu desejo, tudo isso é de extrema<br />

importância para a sua formação psíquica, emocional e social.


Inventores e invenções<br />

Simultaneamente às brincadeiras com a máquina do tempo, a produção do livro e o<br />

encantamento com as invenções de Leonardo da Vinci, experimentamos pensar as<br />

<strong>no</strong>ssas próprias invenções, um exercício de livre criatividade. Desenhamos <strong>no</strong>ssa primeira<br />

ideia e demos o <strong>no</strong>me para <strong>no</strong>ssa criação. Com a ajuda dos pais, juntamos bastante<br />

sucata e então fizemos uma atividade que já era constante com outros materiais<br />

cotidia<strong>no</strong>s: classificamos, separamos e quantificamos o material que tínhamos para as<br />

construções.<br />

Assim ficou fácil cada criança escolher e separar o que precisaria para a sua<br />

invenção. Classificar, separar e quantificar fazem parte dos conteúdos lógicomatemáticos<br />

a serem trabalhados na educação infantil. Com a manipulação de objetos<br />

concretos a criança constrói o conceito de quantidade, peque<strong>no</strong>, grande, faz relações<br />

entre os objetos selecionados.<br />

O conceito de número baseia-se na formação e sistematização da mente em duas<br />

operações: classificação e seriação. A simples observação de classificações ou seriações<br />

prontas não são suficientes para a criança. Cabe ao professor oportunizar desde a préescola<br />

várias situações que permitam ao alu<strong>no</strong> elaborar estes processos. Para Constance<br />

Kamii, o ensi<strong>no</strong> do número deveria encorajar a criança a colocar todos os tipos de coisas<br />

em todas as espécies de relações.<br />

Na educação infantil as <strong>no</strong>ções matemáticas estão nas brincadeiras, <strong>no</strong>s jogos<br />

inteligentes e recreativos, nas músicas (com seus ritmos variados), na construção de<br />

regras simples, enfim, tudo que existe <strong>no</strong> contexto escolar deve ser aproveitado para o<br />

desenvolvimento<br />

lógico-matemático.<br />

Dos conceitos básicos como maior/me<strong>no</strong>r, cheio/vazio, aberto/fechado, mais/me<strong>no</strong>s,<br />

ideias de quantidade, etc. Posteriormente, ela passará a fazer registros com o uso dos<br />

números entendendo a utilização dos mesmos <strong>no</strong> dia-a-dia: datas, telefones, endereços,<br />

placas de carro, documentos, etc<br />

Explorando um pouco mais com eles sobre onde os números aparecem, fizemos uma<br />

lista: relógio, calendário, tamanho de roupa e sapato, etc, e, curiosamente, um alu<strong>no</strong><br />

disse que os números apareciam na matemática, perguntei o que era a matemática e<br />

eles disseram que “é uma lição de números, quando a gente aprende a fazer números”.<br />

Sabemos que a matemática é muito maior que isso, mas é interessante levantar a<br />

hipóteses das crianças para ampliar a partir do que elas <strong>no</strong>s trazem.<br />

Fabricar um objeto exige criatividade, paciência e o uso de materiais diversificados.<br />

Num primeiro momento percebia que a criança escolhia as sucatas sem pensar


objetivamente <strong>no</strong> objeto que iria montar, então eu ia fazendo perguntas, manipulando os<br />

objetos, colocava um sobre o outro, perguntava o que parecia, se parecia com aquilo que<br />

a criança tinha escolhido fazer, perguntava se ia colocar mais elementos como asa, olho,<br />

enfeite, antena, etc. Manipulando os materiais a criança ia percebendo se era adequado<br />

e coerente com a sua ideia, então trocávamos as sucatas, pensávamos em cores e íamos<br />

elaborando juntos a invenção.<br />

Quando, finalmente, a invenção tomava forma, era evidente o encantamento da<br />

criança com aquilo que foi capaz de construir, logo perguntava se podia levar naquele<br />

mesmo dia a sua criação. Por isso, conversamos bastante que seria muito legal<br />

compartilhar com as outras crianças e com as crianças de outras turmas aquilo que foi<br />

construído. Por isso, montamos uma exposição e também fizemos um registro coletivo<br />

de todas elas <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso “Diário de Invenções”, que foi inspirado <strong>no</strong> livro que um dos<br />

alu<strong>no</strong>s compartilhou com a turma. Enfim, era preciso olhar para a sua invenção e<br />

registrá-la num desenho bastante fiel ao objeto construído.<br />

Ananda e o Livro Maluco; Cassia<strong>no</strong> e a Roda-Para Raio; Ciro e a Casa Robô<br />

Dante com a Televisão Que A Gente Entra Dentro; Elisa com o Robô<br />

que troca a <strong>no</strong>ssa roupa; Felipe com o Peixe-Robô.


Heitor com o carro com Buzina na Cadeirinha; Lara com o Carro Voador; Leonardo e o Robô Que Corta<br />

Cabelo; Letícia e a Cadeira Maluca de Esportes.<br />

Lucas e o Carro que Voa; Mariana com o Carro Monstro; Marina e sua Máquina que Faz Tudo Brilhar;<br />

Pamela e a Boneca Robô.<br />

Pedro B. e Pedro G. e o Carro Para-Raio que Voa; Pedro O. e o Patins que Acelera; Sofia e a Bicicleta que Voa<br />

até a Lua


Exposição: passado, presente e futuro<br />

Com as invenções prontas passamos a ter a etapa final para preparar: a exposição<br />

para as turmas da educação infantil e 1º A<strong>no</strong>. Para isso, mudamos de lugar tudo na <strong>no</strong>ssa<br />

sala de aula. E também preparamos algumas surpresas para expor: as miniaturas do<br />

vulcão e da caverna, o plantio e os instrumentos feitos a partir de elementos da natureza<br />

que encontramos <strong>no</strong> parque e na horta.<br />

Com argila modelamos coletivamente o vulcão. Experimentamos a textura, a<br />

temperatura e a umidade da argila. Fomos colocando um a um o pedaço de argila que<br />

recebemos. Tivemos que esperar secar para poder fazer a erupção do vulcão, mas como<br />

a curiosidade era muita, mostrei a eles a experiência da mistura que utilizaríamos:<br />

bicarbonato de sódio, detergente, vinagre e anilina vermelha. Claro que foi pura diversão<br />

e eles pediram para fazer mais uma vez...e mais uma...e mais uma.<br />

Fomos ao parque repetir uma atividade porque, da primeira vez, eles gostaram tanto<br />

que quiseram levar para casa. Recolhemos galhos, folhas e cascas para confeccionar<br />

instrumentos, como lança, arco e flecha, vara, assim como os homens das cavernas<br />

faziam para poderem caçar, pescar e se defender.


Com um garrafão grande de água cortado e papel pedra para embrulha-lo fizemos<br />

coletivamente uma miniatura de caverna. Então as crianças quiseram também fazer uma<br />

fogueira e alguns homens das cavernas para compor este cenário.<br />

Experimentamos representar um plantio para representar a plantação, um recurso<br />

que levou os homens das cavernas deixarem de ser nômades em busca de comida e<br />

abrigo, para serem residentes em lugares mais fixos e com maior segurança para<br />

conseguir alimentos.<br />

Assim completaríamos a <strong>no</strong>ssa linha do tempo em relação à pré-história e <strong>no</strong>s<br />

divertiríamos mais um pouco aprendendo sobre esse assunto e compartilhando <strong>no</strong>ssas<br />

descobertas com os amigos e os pais. Os visitantes também poderiam brincar na<br />

máquina do tempo e experimentar um pouco do <strong>no</strong>sso mundo de imaginação.<br />

Deste modo, finalizamos a <strong>no</strong>ssa <strong>viagem</strong> <strong>no</strong> tempo...começamos <strong>no</strong> passado distante<br />

dos di<strong>no</strong>ssauros e dos homens das cavernas, e avançamos para o futuro com <strong>no</strong>ssas<br />

criativas invenções. Convidamos outras pessoas para virem à exposição e participarem da<br />

<strong>no</strong>ssa <strong>viagem</strong>! Todo público que chegava à <strong>no</strong>ssa sala era convidado a apreciar <strong>no</strong>sso<br />

autorretrato, a entrar na máquina do tempo, a conhecer <strong>no</strong>ssas invenções apresentadas


pelos próprios criadores, a saber um pouco mais sobre o passado e ver a erupção do<br />

<strong>no</strong>sso vulcão bem de pertinho!<br />

A exposição começa com o painel do Autorretrato<br />

As turmas entraram na brincadeira da Máquina do <strong>Tempo</strong> e adoraram!


Conhecendo as invenções


Contação da História do Livro<br />

A erupção do vulcão


Agora, alguns sinais indicam um <strong>no</strong>vo caminho para o segundo semestre. Um<br />

caminho cheio de histórias e personagens interessantes como o guardião da turma: O<br />

Curupira... mas aí... começa uma <strong>no</strong>va história a partir do mês de agosto!<br />

Muitas foram as aventuras da Turma da Caverna do 1º<br />

Semestre. E já começaram as aventuras que<br />

continuarão depois das férias...mistério, personagens<br />

e <strong>no</strong>vas histórias estarão aguardando o <strong>no</strong>sso retor<strong>no</strong><br />

das férias!

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