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[Digite texto] Oxyruncus cristatus, Turdus flavipes, Tangara cyanocephala e Saltator fuliginosus são consideradas espécies de montanhas na região de Boa Nova (Serra da Ouricana - GONZAGA et al., 1995). São elementos tipicamente atlânticos compartilhados por áreas altas, tais como Serra das Lontras e Javi (SILVEIRA et al., 2005) e que requerem um cuidado especial em termos conservacionista, uma vez que áreas de proteção integral destas montanhas sul baianas, ainda são bem menos representadas em termos de superfície do que matas de tabuleiro de baixada. Exceções é o Parque Nacional da Serra das Lontras e complexo de Reservas Particulares Serra Bonita. 3.3.2.2 Espécies endêmicas e ameaçadas da Mata Atlântica Utilizou-se o conceito de BENCKE et al. (2006) para a consideração de endemismo - neste caso são consideradas endêmicas da Mata Atlântica, as espécies com distribuição restrita aos estados brasileiros com ocorrência de Mata Atlântica. Segundo este critério, 49 táxons foram registrados neste estudo. De 49 espécies endêmicas registradas, apenas 9 não o foram nas Áreas 1 e 2 (Almadina e arredores). A grande maioria das espécies está presente nas áreas de altitude. Por outro lado, na área de tabuleiro ao sul do PESC, encontra-se uma série de espécies endêmicas (30) e um ligeiro maior número de espécies ameaçadas e de alta importância conservacionista. Como exemplo pode-se citar dois beija-flores ameaçados, um deles restrito a esta parte litorânea (Phaethornis margarettae), que tem distribuição bastante restrita e é considerada uma das espécies de beija-flor mais ameaçadas do mundo (SILVEIRA, 2008). Uma espécie endêmica encontrada na área e considerada como “espéciebandeira” é o mutum Crax blumenbachii, que atualmente é registrados em habitats restritos, com destaque nas matas de baixadas na região entre Una e Ituberá (obs. pessoal). Esse espécie é uma das prioridades para a conservação no contexto de grandes aves de potencial cinegético na costa brasileira. Outro destaque é o macuquinho baiano Scytalopus psychopompus, criticamente ameaçado em nível mundial (BENCKE et al., 2006) também com distribuição restrita ao litoral da Bahia, entre Una e Valença (GATTO, relatório não publicado para a Save Brasil - Birdlife International). Outra espécie importante é o acrobata Acrobatornis fonsecai, gênero monotípico e endêmico da região sul da Bahia descrito por Pacheco et al. (1996). Neste estudo ficou restrito à Área 3 - Lagoa Encantada, e sua distribuição compreende as Áreas 1, 2 e 4 (Nascentes do Almada, Serra do Corcovado e Serras de Inema), tendo como limite norte, as cabrucas de Ibirataia (obs. pessoal). Sua presença deve ser constatada com uma pequena ampliação do esforço de campo na região. 3.3.2.3 Considerações gerais sobre as áreas e respectivas avifaunas 3.3.2.3.1 Área 1 - Serras das Nascentes do Almada Foi considerada como a grande revelação em termos de oportunidade para conservação. Esta afirmação é justificada pela presença, não esperada, de grandes áreas de floresta em estádios avançados de regeneração, principalmente nas cristas das grandes formações montanhosas e também em algumas áreas de encosta, como as matas encontradas no “Vale do Manuelzinho” e no “Vale do Sete-Paus”, este último contíguo ao primeiro. Algumas afirmações verbais coletadas na Área dos Sete-Paus, são realmente interessantes e dizem respeito à presença de aves já extintas em outras áreas na região, mas ainda presentes nesta área, como a “capoeira” Odontophorus capueira e o “macuco” 25
[Digite texto] Tinamus solitarius, muito perseguidos por caça predatória. Ciclopsis l. leucogenys, Procnias nudicollis e Synallaxis whitneyi (cinerea), ameaçadas de extinção e também Notharchus swainsoni, típica de altitude, foram exclusivamente registradas aqui. 3.3.2.3.2 Área 2- Serra do Corcovado Não possui tanta disponibilidade de mata em avançado estádio sucessional quanto a Área 1 - Serras das Nascentes do Almada. Boa parte de sua constituição é de mata secundária em bom estádio de conservação. Alguns elementos montanos típicos, como Iodopleura pipra e Dysithamnus stictothorax (quase-ameaçados globalmente), Saltator fuliginosus, Oxyruncus cristatus e Hypoedaleus guttatus foram registrados exclusivamente aqui e outras importantes aves, como Carpornis melanocephala, vulnerável à extinção, também foram registradas nas partes mais altas da Serra do Corcovado. 3.3.3 Mamíferos Ao todo foram registradas 31 espécies de mamíferos terrestres de médio e grande porte. Destas, cinco são da Ordem Rodentia, cinco Primates, uma Didelphimorphia, três Pilosa, três Cingulata, duas Artiodactyla, 11 Carnivora e uma Lagomorpha. De forma geral, as quatro áreas amostradas apresentaram números semelhantes de espécies de mamíferos de médio e grande portes. A Área 4 - Serras de Inema apresentou o maior número, com 30 espécies, seguida da Área 1 - Serras das Nascentes do Almada com 29, e depois das áreas 3 e 4, com 28 espécies cada. Dentre as espécies registradas, vale destacar a ocorrência de nove espécies ameaçadas de extinção, incluídas na Lista da fauna brasileira ameaçada de extinção (MACHADO et al., 2008), e destas, seis encontram-se ameaçadas globalmente (IUCN, 2010) (Figura 16). Núm. espécies ameaçadas 10 8 6 4 2 0 Area 1 Area 2 Area 3 Area 4 Nacional Global Figura 16. Espécies de mamíferos de médio e grande porte ameaçadas de extinção nas áreas amostradas na BHRA, sul da Bahia. O ouriço-preto (Chaetomys subspinosus) encontra-se na categoria “Vulnerável” pela IUCN. Foi encontrado em todas as áreas amostradas (Figura 17). Já o mico-leão-dacara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) foi registrado apenas nas Áreas 1- Serras das Nascentes do Almada e Área 2 – Serra do Corcovado, e encontra-se na categoria “Ameaçado” pela IUCN (Figura 18). 26
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