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na poesia<br />
Anchella Monte (poetisa)<br />
Ilustração: Venâncio Pinheiro<br />
Há um livro – lindo! lindo! – publicado pela Bertrand<br />
Brasil (Programa Nacional Biblioteca da Escola, do<br />
Ministério da Educação, Coleção “Literatura em<br />
minha casa”) intitulado “A Poesia dos Bichos”, que reúne poemas<br />
de Carlos Drummond de Andrade, Manoel de Barros e Thiago<br />
de Mello, tendo os animais como matéria-prima poética. O livro<br />
é encantador, pena que tão pouco volumoso, deixando ausentes,<br />
talvez por isso, dois mestres chegados também aos bichos, como<br />
Manuel Bandeira e Mário Quintana.<br />
Aproximei-me do livro por causa do projeto “A presença dos<br />
animais nos textos narrativos”, desenvolvido com meus alunos<br />
da 7ª série da Escola Municipal Professor Ulisses de Góis.<br />
Estudamos, principalmente, fábulas e crônicas, mas também<br />
poemas com enredo.<br />
A presença dos bichos é uma constante na poesia de muitos<br />
autores, quer como metáforas da própria existência humana,<br />
quer como elementos indissociáveis das paisagens da memória,<br />
afetiva (animais de estimação, animais observados, animais cujo<br />
sofrimento ou tipo de vida provocam inquietação) ou espacial<br />
(imagens ligadas à composição de um cenário).<br />
Os bichos estão também vivíssimos no trabalho de poetas<br />
do Rio Grande do Norte, do pioneiro Lourival Açucena, do<br />
tempo em que nossa cidade começava sua vida cultural, aos<br />
contemporâneos Luís Carlos Guimarães, Diógenes da Cunha<br />
Lima, Demétrio Vieira Diniz, Lisbeth Lima (e na minha poesia,<br />
por que não me incluir?), entre outros.<br />
Julho 2003<br />
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