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do porto do funchal - APAT

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¬ João Carlos Quaresma Dias<br />

12<br />

coluna<br />

<strong>APAT</strong> Nº 59 | SET·OUT 2009 | www.apat.pt<br />

|O transitário<br />

<strong>do</strong> futuro<br />

<strong>do</strong> século XXI<br />

Professor coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> ISEL,<br />

Professor Associa<strong>do</strong> convida<strong>do</strong> <strong>do</strong> IST<br />

e Investiga<strong>do</strong>r da Unidade de Investigação<br />

em Engenharia e Tecnologia Naval (CENTEC)<br />

<strong>do</strong> IST; Membro Sénior e Especialista<br />

da Ordem <strong>do</strong>s Engenheiros, Presidente<br />

da Secção de Transportes da Sociedade<br />

de Geografia de Lisboa (SGL) e Presidente<br />

<strong>do</strong> Conselho Português de Certificação<br />

Logística (CPCL).<br />

quaresma.dias@mar.ist.utl.pt<br />

O mun<strong>do</strong> mu<strong>do</strong>u muito nos últimos vinte<br />

anos mas os Esta<strong>do</strong>s não foram capazes de estar<br />

em sintonia com essa rapidez da mudança. Escolhese<br />

em minutos e compra-se em segun<strong>do</strong>s e dias<br />

depois recebe-se o que foi adquiri<strong>do</strong> pela net.<br />

Uma licença de construção, passada por<br />

um Município demora o mesmo tempo que há<br />

trinta anos e um processo judicial mais <strong>do</strong> que<br />

há cem anos.<br />

À relativa simplicidade das coisas de há quarenta<br />

anos sucede-se agora uma complexidade que emana<br />

de sociedades e organizações em rede de que é<br />

difícil escapar; a menos que seja por caminhos novos<br />

e diferentes <strong>do</strong>s anteriores que terão de envolver,<br />

necessariamente novas tecnologias inteligentes.<br />

Imaginem-se, em média, cerca de seis<br />

lançamentos anuais por marca de milhentos produtos<br />

que se vendem diariamente desde automóveis,<br />

computa<strong>do</strong>res, medicamentos ou alimentos; três a<br />

quatro milhões de peças montadas por produto,<br />

módulo ou subconjunto, isto sobre uma variedade<br />

de vários milhões de combinações de opções possíveis,<br />

cores, formas, etc.<br />

Linhas de produção e montagem de três ou<br />

quatro modelos em simultâneo funcionan<strong>do</strong> com<br />

milhares de turnos semanais; vinte milhões de<br />

movimentos de aprovisionamento diários por linha<br />

de montagem; entre 300 milhões a 400 milhões de<br />

mensagens, itens e/ou SKU’s (Stock keeping Units)<br />

de aprovisionamento diário, sincroniza<strong>do</strong> em tantos<br />

e tantos produtos compra<strong>do</strong>s diariamente em to<strong>do</strong><br />

o mun<strong>do</strong>.<br />

Imagine-se tu<strong>do</strong> isto, funcionan<strong>do</strong><br />

ininterruptamente, em ciclos cada vez mais racionais,<br />

optimiza<strong>do</strong>s, ágeis e flexíveis, a custos cada vez<br />

menores, com tempos ainda mais “esmaga<strong>do</strong>s”,<br />

num mun<strong>do</strong> cada vez mais volátil, conflituoso,<br />

inseguro e incerto a cada dia que passa.<br />

Como resolver tal magnanimidade de problemas<br />

com as leis, técnicas e estratégias <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>?<br />

Como levar tu<strong>do</strong> isto entre parceiros de redes<br />

e entre fornece<strong>do</strong>res e clientes?<br />

Através da SCM acumulam-se custos friccionais<br />

e parasitas inerente a tanta complexidade como<br />

aquela que o cenário atrás evidenciou.<br />

No caso das redes de transportes com as partes físicas,<br />

plataformas logísticas, <strong>porto</strong>s e aero<strong>porto</strong>s, a impedância que<br />

corresponde ao somatório <strong>do</strong>s custos friccionais é enorme, tanto<br />

a que concerne às taxas e impostos como os custos parasitas<br />

devi<strong>do</strong>s a ineficiências e deficiências <strong>do</strong>s sistemas, produtivos,<br />

logísticos e outros.<br />

Mencionemos apenas alguns de uma vasta lista que poderia<br />

ser quase interminável:<br />

• Circulação em Vazio<br />

• Desperdícios de tempo em fronteiras por mudança de bitola<br />

ferroviária<br />

• Custos de tempo, mão-de-obra e equipamento em operações<br />

de handling<br />

• Demoras administrativas, alfandegárias, conferência, etc.<br />

• Tempos mortos em portarias portuárias, plataformas logísticas,<br />

armazéns, etc.<br />

• Estiva ou desestiva mal treinada ou mal equipada<br />

• Ocorrência de erros ou acidentes<br />

• Mau desempenho <strong>do</strong> material circulante ou das tripulações<br />

• Consolidação/desconsolidação e/ou grupagem/desgrupagem<br />

defeituosa, etc.<br />

• Greves e congestionamentos<br />

E por aí adiante.<br />

Como lidar então com uma problemática tão complexa e que<br />

se agrava a cada dia que passa?<br />

Estão na calha os novos sistemas e tecnologias da comunicação<br />

inteligente. Sistemas <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s de inteligência artificial programa<strong>do</strong>s<br />

de acor<strong>do</strong> com algoritmos que podem mudar constantemente de<br />

acor<strong>do</strong> com as conveniências e que desde há muito deixaram de<br />

ser agentes passivos para ser sensores, actua<strong>do</strong>res e decisores.<br />

Organiza<strong>do</strong>s sob a forma de Sistemas Multi-Agente (Multi-Agent<br />

Systems ou MAS) em conjunto com as tecnologias RFID permitem<br />

aumentar a visibilidade (monitorização e rastreabilidade) nas<br />

Supply Chain Management, amplifican<strong>do</strong> a visibilidade que reduz<br />

o erro e resolven<strong>do</strong> eles próprios, automaticamente, as falhas<br />

detectadas.<br />

A utilização de sistemas inteligentes, multi-agente, pode<br />

proporcionar as seguintes vantagens à SCM:<br />

– Segurança: Os sistemas multi-agente são tolerantes a falhas;<br />

– Modularidade: Em vez de se adicionarem novas funcionalidades<br />

ao sistema, os agentes inteligentes podem ser adiciona<strong>do</strong>s e<br />

retira<strong>do</strong>s sem interrupção da execução de determina<strong>do</strong> processo;<br />

– Adaptabilidade: Os agentes inteligentes tem a capacidade de<br />

se reconfigurar para suportarem novas alterações e eventos;<br />

– Concorrência: Os agentes inteligentes possuem a capacidade

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