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D - DORIA, LILIAN FLEURY TEIXEIRA.pdf - Universidade Federal ...

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modernidade à direção do polonês Ziembinski, que teria introduzido com esta<br />

peça os recursos do expressionismo 18 na interpretação dos atores e na direção<br />

cênica, além de 132 efeitos de luz e a simultaneidade das cenas.<br />

Vestido de Noiva, para Décio de Almeida Prado, é desses<br />

encontros felizes de um autor e um diretor. E, acrescentaríamos, de um<br />

cenógrafo sensível e inovador - Santa Rosa - que soube compreender o que o<br />

texto propunha.<br />

O espetáculo, perdendo a sua antiga transparência, impunha-se como uma segunda criação,<br />

puramente cênica, quase tão original e poderosa quanto a instituída pelo texto. Não faltou quem<br />

atribuísse maldosamente o êxito da peça mais a Ziembinski do que a Nelson Rodrigues. 19<br />

Podemos afirmar que o grande trunfo do espetáculo que provocou<br />

um choque estético no país em 1943, residia no texto; sem desmerecer o<br />

trabalho excelente do encenador Ziembinski. Mas tudo está no texto: a<br />

multiplicidade do espaço cênico, trabalhando com a simultaneidade, os cortes e<br />

a fragmentação, o expressionismo implícito nos diálogos, e na condução da<br />

luz.<br />

Portanto, consideramos Vestido de Noiva o texto fundador do<br />

drama moderno brasileiro, origem, fonte para toda a linhagem dramática<br />

moderna.<br />

O que este texto inaugura?<br />

1° - a possibilidade do espaço múltiplo (quando situa a casa,<br />

Nelson Rodrigues não a coloca mais como sala de visitas para<br />

18 "No expressionismo aeentua-se essa subjetivação radicalmente, a ponto de se inverterem as posições: a própria<br />

subjetividade constitui-se em mundo. Prescindindo da mediação das impressões flutuantes e fugazes do mundo dado, o autor "exprime" as<br />

suas visões profundas, propondo-as como "mundo". (...) A idéia profunda plasma a sua própria realidade. É evidente o forte traço lírico que<br />

decorre da própria concepção expressionists." In: ROSENFELD, Anatol. Op. cit., p. 96.<br />

19 PRADO, Décio de Atmeida. O Teatro Brasileiro Moderno: 1930-1980. São Paulo : Perspectiva/Editora da<br />

<strong>Universidade</strong> de São Paulo, 1988. p. 40.<br />

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