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D - DORIA, LILIAN FLEURY TEIXEIRA.pdf - Universidade Federal ...

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passado para o presente inúmeras vezes, mediada pelo plano da alucinação. E<br />

é este impulso de recuperar o passado e a memória que sustenta a<br />

dramaticidade da peça.<br />

(...) a memoria permite a relação do corpo presente com o passado e, ao mesmo tempo, interfere no<br />

processo "atual" das representações. Pela memória, o passado não só vem à tona das águas<br />

presentes, misturando-se com as percepções imediatas, como também empurra, "desloca" estas<br />

últimas, ocupando o espaço todo da consciência. A memória aparece como força subjetiva ao mesmo<br />

tempo profunda e ativa, latente e penetrante, oculta e invasora. 34<br />

E é lidando com matérias tão complexas como memória,<br />

percepção, inconsciente, passado, alucinação, que Nelson Rodrigues coloca o<br />

drama brasileiro na condição de moderno, quando a arte passa a ser não uma<br />

leitura literal da realidade baseada na percepção, mas sim a constatação de<br />

problemas e dúvidas e o despertar do impulso de desvendamento destes<br />

enigmas; "procurando compreender o real mn pouco para além do conjunto de<br />

significações que a vida cotidiana nos tornou familiares." 33<br />

2.2. - RASTO ATRÁS - O ENIGMA DO LABIRINTO<br />

De 1943 - quando foi escrito Vestido de Noiva de Nelson<br />

Rodrigues - a 1966 - ano de criação de Rast o Atrás de Jorge Andrade - o<br />

drama moderno brasileiro caminhou pelas peças de Nelson Rodrigues - que<br />

foram surpreendendo a platéia a cada estréia, encontrou forças na brasilidade<br />

de Guarnieri, em Eles não Usam Black-Tie e em Dias Gomes com O Pagador<br />

de Promessas - e encontrou um novo caminho com o sucesso de Jorge<br />

Andrade em A Moratória (1955) - sua segunda peça, antes havia escrito O<br />

34 BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade. Op. cit., p. 9.<br />

35 SILVA, Franklin Leopoldo e BERGSON, Proust. Tensões do Tempo. In: NOVAES. Adauto. Op. cit. p. 141.<br />

24

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