Jose_Cimar - UFF
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d) identificar as repercussões da atuação dos segmentos radicais de direita na esfera<br />
das relações civis e militares e verificar as possíveis consequências para a segurança e a<br />
defesa nacionais.<br />
Para facilitar a análise, a pesquisa em tela adotará a distribuição geométrica do<br />
espectro político nas tradicionais denominações de esquerda e direita, da mesma forma que o<br />
seu espelhamento nas tendências progressistas e conservadoras. Essa distribuição permite a<br />
simplificação da análise das interações que ocorrem na estrutura democrática e a inserção da<br />
categoria a ser estudada, no caso a direita radical nesse todo.<br />
Com a finalidade de complementar essa exposição introdutória ao tema, abordar-se-á,<br />
em seguida, a literatura existente e o delineamento metodológico visualizado.<br />
1.1 LITERATURA PERTINENTE<br />
A literatura que trata da participação militar na sociedade e na política brasileiras é<br />
abundante 20 , incluída aquela originada dos estudos de brasilianistas. Nesta revisão, estará<br />
dividida em três abordagens: a primeira, de caráter contextual; a segunda, destacando aquelas<br />
obras que se direcionaram para o estudo dos militares no contexto do conservadorismo; e a<br />
terceira, da literatura existente sobre a direita radical.<br />
As referências bibliográficas de caráter contextual, aqui destacadas, foram realizadas<br />
em importantes obras, das quais destacam-se quatro autores em três obras: René Armand<br />
Dreifuss e Otávio Soares Dulci 21 , Antônio Carlos Peixoto 22 e Edmundo Campus Coelho 23 ; a<br />
partir de cujas leituras inferem-se as seguintes categorias gerais de abordagem para o estudo<br />
do fenômeno: sistêmicas, estruturais, institucionais, ideológicas, sócio-econômicas ou<br />
identitárias, as quais serão explicitadas abaixo.<br />
Tanto Dreifuss como Dulci destacam as pesquisas de Alfred Stepan 24 no quesito de<br />
abordagem sistêmica dos militares, uma vez que este último postula que seus padrões de<br />
conduta são politicamente coerentes com a realidade externa aos quartéis e que, como<br />
20 A presente revisão apóia-se, em parte, em Um Estudo da Escola de Guerra Naval na Formação dos Oficiais<br />
Superiores da Marinha de Guerra do Brasil, de Sylvio dos Santos VAL. Dissertação (Mestrado em Ciência<br />
Política) – Programa de Pós-Graduação de Antropologia e Ciência Política, Universidade Federal Fluminense,<br />
Niterói, 1998.<br />
21 DREIFUSS, René Armand e DULCI, Otávio Soares, “As Forças Armadas e a Política”, em A sociedade e a<br />
Política no Brasil Pós 64, organizado por Bernardo SORJ e Maria Hermínia Tavares de ALMEIDA. São Paulo:<br />
Brasiliense, 1985, p. 87-117.<br />
22 PEIXOTO, Antônio Carlos. “O Exército e a Política no Brasil: Uma Crítica aos Modelos de Interpretação” em<br />
Os Partidos Militares no Brasil, organizado por Alain ROUQUIÉ. Rio de Janeiro: Record, p. 27-42, 1982.<br />
23 COELHO, Edmundo Campus. “A Instituição Militar no Brasil: Uma Análise Bibliográfica”, em Revista<br />
Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, n.19, p. 5-15, jul., 1985. São Paulo: ANPOCS.<br />
24 STEPAN, Alfred. Os Militares na Política. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.<br />
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