Jose_Cimar - UFF
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que quase explodiu na exposição soviética de 1962 42 ; ou quando trata especificamente dos<br />
extremistas de direita 43 ; ou, ainda, ao mencionar a existência de uma subseção de sabotagem,<br />
no Departamento de Informações do IPES – São Paulo 44 . De resto, apesar dos indícios que<br />
contém, não ficou provada, na obra citada, ação efetiva que corroborasse com tais<br />
declarações, vale dizer, que não se tratavam de mera retórica.<br />
Mais recentemente, em 1990, 1996 e 2004, José Amaral ARGOLO, inicialmente<br />
como pesquisador atuando de per se, e posteriormente associado, faz um relato<br />
pormenorizado da atuação da Direita Radical em três trabalhos esclarecedores. No primeiro,<br />
Autoritarismo e Poder: o Pensamento de Golbery do Couto e Silva 45 , apresenta sua pesquisa<br />
sobre figura-chave na articulação da reação conservadora e que, além da sua conhecida<br />
atuação no período correspondente ao estudo atual, teve participação ativa no Complexo<br />
IPES/IBAD. No segundo, juntamente com Kátia Ribeiro e Luiz Alberto M. Fortunato, em A<br />
Direita Explosiva no Brasil 46 , relata ações sobre a atuação dos radicais de direita em<br />
Jacareacanga, Aragarças e no quase-atentado à Exposição Soviética de 1962, no Pavilhão de<br />
São Cristóvão, Rio de Janeiro, além de mais de quarenta ações que aterrorizaram o País,<br />
abrangendo um período de trinta e cinco anos de conspirações. Em sua terceira obra, Dos<br />
Quartéis à Espionagem: Caminhos e Desvios do Poder Militar 47 , com Luiz Alberto M.<br />
Fortunato, obtém os depoimentos de dois ex-oficiais do Exército Brasileiro, com ativa<br />
participação nos acontecimentos históricos que antecederam à tomada do poder pelos<br />
militares. Estas duas últimas obras, pela sua importância e pertinência com esta dissertação,<br />
serão objeto de avaliação pormenorizada ao longo deste trabalho.<br />
Tais fontes bibliográficas foram complementadas com os depoimentos de participantes<br />
ativos no processo político do período considerado e que estão arquivados no Centro de<br />
Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação<br />
Getúlio Vargas, dentre os quais se destacam, pelo lado da direita radical, o depoimento,<br />
concedido em 1993, por João Paulo Moreira Burnier, no qual traça um panorama geral da sua<br />
atuação que, em muito, complementa aquele concedido a José Amaral Argolo 48 (1996).<br />
42<br />
DREIFUSS, op. cit., 1981, p. 367.<br />
43<br />
Idem, p. 370-371.<br />
44<br />
Ibidem, p. 380.<br />
45<br />
ARGOLO, José Amaral. Autoritarismo e Poder: o Pensamento de Golbery do Couto e Silva. Dissertação<br />
(Mestrado em Filosofia) – Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, 1990.<br />
46<br />
ARGOLO, José Amaral, RIBEIRO, Kátia e FORTUNATO, Luiz Alberto M. A Direita Explosiva no Brasil.<br />
Rio de Janeiro: Mauad, 1996.<br />
47<br />
ARGOLO, José Amaral e FORTUNATO, Luiz Alberto M. Dos Quartéis à Espionagem: Caminhos e Desvios<br />
do Poder Militar. Rio de Janeiro: Mauad, 1996.<br />
48<br />
Ressalta-se que o depoimento concedido a José Amaral Argolo foi direcionado para o Putsch de Henrique<br />
Lott, Jacareacanga, Aragarças e à articulação para o Movimento Militar de 31 de Março de 1964; e ocorreu sob<br />
circunstâncias mais informais, devido à presença, na entrevista, do seu companheiro de lutas, Carlos Alberto<br />
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