13.04.2013 Views

Jose_Cimar - UFF

Jose_Cimar - UFF

Jose_Cimar - UFF

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

instituições políticas surgiram da interação e do desacordo entre as forças sociais e do<br />

desenvolvimento gradativo de procedimentos e dispositivos organizacionais para resolver<br />

esses desacordos”, concluindo o autor que foi “precisamente esse desenvolvimento, porém,<br />

que deixou de ocorrer em muitas sociedades em modernização no século XX”, com forças<br />

sociais fortes e instituições políticas fracas o “legislativo e o executivo, as autoridades<br />

públicas e os partidos políticos permaneceram frágeis e desorganizados. O desenvolvimento<br />

do estado ficou atrás da evolução da sociedade.” 62 Nesse caso, quando um “estado que não<br />

possui os meios de mudar, não tem as armas necessárias para a sua própria conservação” 63 .<br />

Para Bertrand de Jouvenel, a comunidade significa “a institucionalização da<br />

confiança”; e a “função essencial das autoridades públicas” é “ampliar a confiança mútua<br />

predominante no âmago do todo social” 64 .<br />

“As sociedades carentes de governos estáveis e eficientes são também carentes de<br />

confiança mútua entre seus cidadãos, de lealdades nacional e pública e de habilidade e<br />

capacidade de organização” 65 . Nessas sociedades, “suas culturas políticas são freqüentemente<br />

assinaladas pela suspeita, inveja e hostilidade latente ou manifesta em relação a todos os que<br />

não sejam membros da família, da aldeia, ou talvez da tribo” 66 e, poder-se-ia acrescentar, das<br />

mesmas categorias econômicas, religiosas, ideológicas, burocráticas, dentre outras,<br />

características encontradas “em muitas culturas, mas talvez sejam mais patentes no mundo<br />

árabe e na América Latina”. 67<br />

Ao discorrer sobre autonomia (e subordinação), critério de institucionalização, já<br />

citado, afirma Samuel Huntington que um “sistema político altamente desenvolvido tem<br />

procedimentos para reduzir, quando não para eliminar, o papel da violência no sistema e para<br />

limitar a influência do dinheiro no sistema a canais explicitamente definidos” e, por isso, em<br />

função da “medida em que as autoridades políticas podem ser derrubadas por alguns poucos<br />

soldados ou influenciadas por alguns poucos dólares é que falta autonomia às organizações e<br />

procedimentos.”, complementando que na “linguagem comum, diz-se que as organizações e<br />

procedimentos políticos a que faltam autonomia são corruptos”. 68<br />

E se essas organizações são influenciáveis por elementos que não tem origem política<br />

da própria sociedade, seriam, também, vulneráveis a influências de fora desta sociedade e<br />

62 HUNTINGTON, 1975, p. 22 e 23.<br />

63 Edmund BURKE, em Reflections on the Revolution in France (Reflexões Sobre a Revolução na França),<br />

Chicago: Regnery, 1955, p. 37. Citado in HUNTINGTON, 1975, p. 31.<br />

64 Bertrand de JOUVENEL, em Sovereignty (Soberania), Chicago: University of Chicago Press, 1963, p. 123.<br />

Citado in HUNTINGTON, 1975, p. 40.<br />

65 HUNTINGTON, 1975, p. 40.<br />

66 Idem.<br />

67 Ibidem.<br />

68 Ib., p. 33.<br />

32

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!