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Jose_Cimar - UFF

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explanação clara do conceito de sistema internacional aqui utilizado. Ele parte do<br />

conceito elaborado por Kenneth Waltz de que os Estados são os atores<br />

predominantes no cenário internacional, cuja característica mais saliente em termos<br />

teóricos é a descentralização, ou ausência de qualquer órgão ou instituição política<br />

hierarquicamente superior aos países. Essa anarquia internacional ensejaria, através<br />

do processo de socialização e competição/emulação entre os Estados, um sistema<br />

internacional composto por atores assemelhados. A diferença entre eles estaria<br />

circunscrita somente à capacidade ou poder relativo desfrutado por cada um,<br />

característica que, de qualquer modo, não faria parte das unidades e sim da estrutura<br />

do sistema (Waltz, 1988, caps. 4 e 5).” 16<br />

Dessa forma, após a apresentação das idéias que condicionaram a visão de mundo dos<br />

principais protagonistas das relações internacionais, particularmente considerando o período<br />

desse estudo, de vigência da Guerra Fria, que inclinou o mundo para uma clivagem<br />

ideológica e de poder nitidamente realista e bipolar, verifica-se que aos Estados Nacionais<br />

periféricos não restavam alternativas que não fossem a adesão a um dos blocos de Poder<br />

vigentes, fato que não os isentava de conflitos, originários das suas fragilidades políticas<br />

internas e dos avanços expansionistas dos contendores, com preponderância econômica pelo<br />

lado da aliança liderada pelos EUA e ideológica da URSS.<br />

Ao mesmo tempo, embora não explicitado pelos autores acima mencionados, é lícito<br />

inferir que, para os pólos de poder determinantes; quais sejam, EUA e a URSS, a<br />

configuração de uma hierarquia entre os Estados Nacionais sob suas respectivas esferas de<br />

influência seria desejável, adicionando funcionalidade aos mesmos, o que poderia ser obtido<br />

por intermédio de tratados e acordos que, de alguma forma, vinculassem e subordinassem os<br />

Estados, porque não dizer dependentes, aos seus ditames.<br />

2.2 RELAÇÕES ENTRE CIVIS E MILITARES<br />

As bases teóricas para as relações entre civis e militares constituem a essência deste<br />

trabalho, especialmente no que afeta a segurança e a defesa do Estado nacional.<br />

Para Samuel Huntington 17 :<br />

“A relação entre civis e militares constitui um dos aspectos da política de segurança<br />

nacional. O objetivo da política de segurança nacional é fortalecer a segurança das<br />

instituições sociais, econômicas e políticas contra ameaças que surjam de outros<br />

países independentes [...] tendentes a enfraquecer ou destruir um país através de<br />

forças armadas que operam de fora de suas fronteiras institucionais e territoriais. [...]<br />

A relação entre civis e militares forma o principal componente institucional da<br />

política de segurança militar. 18<br />

16 Vágner Camilo ALVES, 1999, p. 1.<br />

17 HUNTINGTON, Samuel P. O Soldado e o Estado: teoria política das relações entre civis e militares. Rio de<br />

Janeiro: Biblioteca do Exército, 1996.<br />

18 HUNTINGTON, op. cit., 1996, p. 19.<br />

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