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Edição 32 - Revista Algomais

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24 > > novembro<br />

Política<br />

Lições das urnas<br />

Acabo de passar por uma das<br />

mais extraordinárias experiências<br />

que um cidadão pode viver:<br />

disputar uma eleição. Vi por<br />

dentro do processo eleitoral tudo<br />

que como cientista político analisava<br />

à distância.<br />

Fazendo uma campanha absolutamente<br />

limpa, respeitando<br />

a cidade, o eleitor e a lei, recebi<br />

mais de 5 mil votos. Não obstante<br />

ter obtido mais votos do que nove<br />

vereadores eleitos, não consegui<br />

o mandato, fiquei na primeira<br />

suplência do PSDB. Mas isso é o<br />

final da história.<br />

O fato é que gostei de ter disputado.<br />

Meus amigos, familiares,<br />

ex-alunos, e pessoas que conheci<br />

durante o período eleitoral, e que<br />

se sentiram atraídos pelas nossas<br />

propostas, se uniram em torno<br />

da minha candidatura. Foi uma<br />

candidatura voltada para a defesa<br />

dos interesses da classe média.<br />

Na minha campanha, não houve<br />

qualquer tipo de assistencialismo,<br />

como distribuição de cestas básicas<br />

ou remédios. Não tive líderes<br />

comunitários.<br />

Assim o custo de campanha<br />

foi extremamente baixo. Basicamente,<br />

os gastos foram relativos<br />

à manutenção do comitê e ao material<br />

impresso de propaganda. O<br />

item mais caro foi a propaganda<br />

nos grandes jornais.<br />

Alguns eleitores me perguntavam qual era meu programa.<br />

Sempre respondia que não tinha programa, que o vereador<br />

tem duas grandes obrigações: fiscalizar a administração pública<br />

e legislar. Para as duas funções me sentia preparado<br />

para o exercício do mandato.<br />

Os melhores momentos da campanha se deram durante<br />

os encontros, as palestras e panfletagens nas portas das<br />

faculdades, onde tive a oportunidade de falar diretamente<br />

com o eleitor, de pedir votos, de discutir os problemas<br />

“Quem financia sua<br />

própria candidatura, em<br />

caso de sucesso eleitoral,<br />

corre o sério risco de<br />

confundir o interesse<br />

público com seus<br />

próprios interesses”<br />

André Regis<br />

andreregis@revistaalgomais.com.br<br />

da cidade, de justificar minha<br />

candidatura. Mesmo num contexto<br />

de tanto descrédito com<br />

a política, tive a grata satisfação<br />

de perceber que as pessoas<br />

eram bastante receptivas<br />

e educadas. Ouviam e prometiam<br />

pensar a respeito de minhas<br />

idéias.<br />

Vale destacar que há também<br />

um lado não político da<br />

campanha: o do plano das relações<br />

pessoais. O candidato é<br />

alguém especial. As pessoas se<br />

preocupam com ele, são atenciosas,<br />

são prestativas. Isso é<br />

realmente impagável. Lógico,<br />

em considerando uma campanha<br />

bem estruturada, em que<br />

o candidato não transgrida regras<br />

básicas para a estabilidade<br />

de sua vida pessoal e familiar,<br />

como por exemplo, não se desfazer<br />

de patrimônio pessoal<br />

para colocar o dinheiro na campanha.<br />

Quem se propõe ser candidato<br />

deve ser representante<br />

de pelo menos um determinado<br />

segmento da sociedade, e a este<br />

segmento cabe a responsabilidade<br />

de financiar sua candidatura.<br />

Quem financia sua própria candidatura,<br />

em caso de sucesso<br />

eleitoral, corre o sério risco de<br />

confundir o interesse público<br />

com seus próprios interesses.<br />

Por fim, aproveito o espaço para estimular outras pessoas<br />

a se candidatarem nas próximas eleições, precisamos<br />

renovar de fato nossa classe dirigente. E para agradecer a<br />

todos aqueles que participaram dessa campanha. Que me<br />

apoiaram e que acreditaram que é possível fazer política<br />

com idéias e princípios. Em especial, aos 5.359 eleitores<br />

recifenses que me honraram com seu voto. Sinto-me orgulhoso<br />

com a confiança em mim depositada nas urnas.<br />

Muito obrigado.

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