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quem apanha nunca esquece: um estudo de caso sobre a violência ...

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assegura que tais manifestos acontecem por <strong>de</strong>sentendimentos no jogo <strong>de</strong> futsal. Vejamos<br />

alguns dos <strong>de</strong>poimentos dos alunos:<br />

Sempre por causa <strong>de</strong> besteira, às vezes até por causa <strong>de</strong> <strong>um</strong> jogo <strong>de</strong> futebol.<br />

(Aluno 1°/30)<br />

Outro motivo banal, <strong>um</strong> chute, a bola acertou a cabeça <strong>de</strong> alguém e a briga ta<br />

feita. (Aluno 1º/7)<br />

Porque o gol que eu fiz disseram que não valeu aí tive <strong>de</strong>sentendimento com<br />

eles. (Aluno 1º/21)<br />

Tivemos, pelo menos mais uns cinco <strong>de</strong>poimentos como esses, que praticamente<br />

repetem o mesmo discurso. Acreditamos que realmente existam esses motivos relacionados<br />

aos jogos propostos nessa disciplina, porém será que eles realmente não percebem a exclusão<br />

como <strong>um</strong>a <strong>violência</strong>?<br />

Vimos em nossas observações que <strong>um</strong>a das turmas quase não tinha aulas práticas,<br />

mas quando tinham os meninos é <strong>quem</strong> ocupavam a maior parte da quadra, sempre jogando<br />

bola. Duas meninas brincavam <strong>de</strong> bola em <strong>um</strong> pequeno espaço e as <strong>de</strong>mais ficavam sentadas,<br />

conversando.<br />

Na outra turma, gran<strong>de</strong> parte das aulas eram práticas e muitos meninos e meninas<br />

participavam, porém ainda assim existe aqueles alunos que ficavam <strong>de</strong> canto, encostados, sem<br />

participar. Conversando com alguns <strong>de</strong>sses alunos eles disseram não participar, muitas vezes,<br />

porque não dava para todos pela escassez do material ou pela má distribuição do espaço.<br />

Vejamos o que alguns sujeitos dizem <strong>sobre</strong> isso:<br />

Não, eu nem jogo bola, vôlei e tênis. Fico sentado (Aluno 9º/25)<br />

Assim por causa <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>a brinca<strong>de</strong>ira que vários querem brincar, mas as<br />

vezes <strong>um</strong> não <strong>de</strong>ixa o outro brincar, e assim começa <strong>um</strong>a briga (Aluno 9º/33)<br />

[...] se você vai fazer <strong>um</strong>a ativida<strong>de</strong> com muita gente vai haver intriga<br />

porque começa a se chocar <strong>de</strong>mais porque o espaço é muito pouco, aí eles<br />

começam a se juntar <strong>de</strong>mais e isso é ruim. Eles se sentem excluídos<br />

justamente por isso, eles sabem que não vão participar, porque não vai dá,<br />

pelo tempo ser curto e pela quantida<strong>de</strong> dos presentes, então eles vão ser<br />

excluídos e a gente as vezes nem po<strong>de</strong> fazer nada [...] (P1)<br />

Metaforizando <strong>um</strong> dito popular, ouvimos que só sabe o que é ser excluído <strong>quem</strong><br />

passa por isso, peguemos, então, o exemplo <strong>de</strong> como a nossa disciplina é tratada na escola<br />

diante das <strong>de</strong>mais disciplinas e nos colo<strong>quem</strong>os no local daquele aluno para enten<strong>de</strong>r que o<br />

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