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I Colóquio Internacional de Epistemologia e Psicologia ... - FUNDEPE

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O Conflito Cognitivo Herói ou Vilão?<br />

Apesar <strong>de</strong> nossa pesquisa não ter produzido junto aos alunos a sensação <strong>de</strong> insatisfação ou o<br />

conflito cognitivo em relação aos conceitos espontâneos dos sujeitos. Ainda assim, acreditamos que<br />

po<strong>de</strong>mos conjecturar sobre este tema amparados nos referenciais teóricos aqui abordados. Pois, no<br />

momento em que o indivíduo vivencia tais sensações este reage orientado <strong>de</strong> acordo com sua meta <strong>de</strong><br />

realização.<br />

Isto posto, po<strong>de</strong>mos esperar que o sujeito orientado à meta apren<strong>de</strong>r sinta-se motivado e <strong>de</strong>sejoso<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que contemplem esta metodologia, pois estas são vivenciadas como um <strong>de</strong>safio a ser<br />

superado. Portanto, é natural que o sujeito se sinta orgulhoso e realizado ao final da tarefa.<br />

Por outro lado, em se tratando <strong>de</strong> um sujeito orientado à meta performance-aproximação po<strong>de</strong>mos<br />

admitir que este se motive em um primeiro momento. Todavia, caso a tarefa aumente gradativamente sua<br />

dificulda<strong>de</strong> exigindo-lhe maior empenho e esforço, talvez se sinta incomodado realizando-a<br />

superficialmente, ou abandonando-a. Ao final, po<strong>de</strong> muito bem avaliá-la como uma estratégia tediosa.<br />

Infelizmente, um sujeito orientado à meta performance-evitação temendo parecer incapaz para<br />

professores e colegas. Po<strong>de</strong>mos, pon<strong>de</strong>rar que inicie a ativida<strong>de</strong> buscando a todo custo escon<strong>de</strong>r sua<br />

suposta incapacida<strong>de</strong>, o que acabaria por produzir os déficits motivacionais <strong>de</strong>scritos no referencial<br />

teórico e captados nas diferentes pesquisas da área. Imaginemos, ainda, os sentimentos <strong>de</strong> angustia que<br />

estes sujeitos estarão expostos ao se <strong>de</strong>pararem com o conflito cognitivo tão bem orquestrado por um<br />

professor competente. Pois, com efeito, po<strong>de</strong>mos avaliar o sucesso da ativida<strong>de</strong> levando-se em<br />

consi<strong>de</strong>ração o quão bem ela possibilita aos sujeitos tomarem consciência <strong>de</strong> suas estruturas <strong>de</strong><br />

pensamento.<br />

Sendo assim, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que o conflito cognitivo não é o responsável direto em produzir<br />

tais déficits. A bem da verda<strong>de</strong>, o sujeito passou anos trabalhando em um ambiente com uma<br />

epistemologia própria <strong>de</strong> ensino. Com o tempo, esta epistemologia produziu no sujeito uma orientação <strong>de</strong><br />

realização que é capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir a forma <strong>de</strong> como se apren<strong>de</strong> e <strong>de</strong>terminar seu possível relacionamento<br />

com o conhecimento. Portanto, o conflito cognitivo não é herói nem vilão, ele apenas possibilita ao<br />

sujeito entrar em contato <strong>de</strong> forma mais sensível com os objetivos que este preten<strong>de</strong> realizar e a auto-<br />

imagem que este comportamento <strong>de</strong> realização carrega.<br />

Parece-nos que o conflito cognitivo além <strong>de</strong> levar o sujeito a tomada <strong>de</strong> consciência <strong>de</strong> suas ações<br />

e da essência do objeto. Destarte, também funciona como um catalisador que acelera o contado do sujeito<br />

com seu perfil motivacional <strong>de</strong> realização. Como todos sabemos, um catalisador não faz parte dos<br />

I <strong>Colóquio</strong> <strong>Internacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Epistemologia</strong> e <strong>Psicologia</strong> Genéticas 262

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