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4. Oxidações QFL-5928 - Síntese Orgânica Prof. Luiz F. Silva ... - USP

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<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong><br />

<strong>4.</strong>1. Oxidação de Alcoóis para Aldeídos, Cetonas ou Ácidos Carboxílicos<br />

<strong>4.</strong>1.1. Oxidantes de Crômio(VI)<br />

<strong>4.</strong>1.2. <strong>Oxidações</strong> com DMSO<br />

<strong>4.</strong>1.3. <strong>Oxidações</strong> com Reagentes de Iodo Hipervalente<br />

<strong>4.</strong>1.<strong>4.</strong> Oxidação de Oppenauer<br />

<strong>4.</strong>1.5. Oxidação com Dióxido de Manganês<br />

416 <strong>4.</strong>1.6. <strong>Oxidações</strong> com Prata(I) ou (II)<br />

<strong>4.</strong>1.7. Oxidação com TPAP (ou Oxidação de Ley)<br />

<strong>4.</strong>2. Preparação de Epóxidos a partir da Reação de Alquenos com Peróxidos<br />

<strong>4.</strong>3. Diidroxilação de Alquenos<br />

<strong>4.</strong>3.1. Diidroxilação com Permanganato de Potássio<br />

<strong>4.</strong>3.2. Diidroxilação com Tetróxido de Ósmio<br />

<strong>4.</strong><strong>4.</strong> Reação de Baeyer-Villiger<br />

<strong>4.</strong>5. Clivagem Oxidativa<br />

<strong>4.</strong>5.1. Clivagem Oxidativa com Permanganato de Potássio<br />

452 <strong>4.</strong>5.2. Clivagem Oxidativa com Tetróxido de Ósmio + Periodato de Sódio<br />

<strong>4.</strong>5.3. Clivagem Oxidativa com Tetróxido de Rutênio + Periodato de Sódio<br />

<strong>4.</strong>5.<strong>4.</strong> Ozonólise<br />

<strong>4.</strong>6. <strong>Oxidações</strong> com SeO2 <strong>4.</strong>7. Oxidação de Wacker (ou Reação de Wacker)<br />

<strong>4.</strong>8. Preparação de 2-Hidróxi-Cetonas<br />

<strong>4.</strong>9. Oxidação Benzílica<br />

<strong>4.</strong>10. Oxidação de Fenóis para Quinonas<br />

“The ideal synthesis creates a complex skeleton from simpler starting<br />

materials and so must link several such synthon molecules via construction<br />

reactions. Ideally, the synthesis would start from available small molecules so<br />

functionalized as to allow constructions linkingg them together g directly, y, in a<br />

sequence only of successive construction reactions involving no intermediary<br />

refunctionalizations, and leading directly to the structure of the target, not<br />

only its skeleton but also its correctly placed functionality.”<br />

SSystematic t ti Synthesis S th i Design. D i IV. IV NNumerical i l Codification C difi ti of f Construction C t ti Reactions R ti<br />

J. B. Hendrickson<br />

J. Am. Chem. Soc. 1975, 97, 5784<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 1


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

“Economy is referred to as the thrifty and efficient use of material<br />

resources, as the principle of “minimum effort to reach a goal.” More illuminating<br />

is: “the aim to portion ones forces in order to use as little as possible of them to<br />

reach a goal.” g Such statements certainlyy apply pp y when the goal g is to synthesize y a<br />

complex target molecule. Redox economy then implies the use of as few redox<br />

steps as possible in the synthetic conquest of a target compound. While any sort<br />

of economy will help to streamline the effort of total synthesis, redox economy<br />

addresses a particularly weak area in present-day total synthesis.”<br />

Redox Economy in Organic Synthesis<br />

Noah Z. Burns, Phil S. Baran, Reinhard W. Hoffmann<br />

Angew. Chem. Int. Ed. 2009, 48, 2854<br />

Número de oxidação do carbono e a eletronegatividade dos substituintes:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 2


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Número de oxidação do carbono considerando a eletronegatividade iguais<br />

para carbono e hidrogênio:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 3


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Um processo que adiciona átomos eletronegativos tais como halogênio ou<br />

oxigênio, ou remove hidrogênio, constitui uma oxidação.<br />

A remoção de um halogênio ou de um oxigênio ou a adição de um<br />

hidrogênio é definida como redução.<br />

<strong>4.</strong>1. Oxidação de Alcoóis para Aldeídos, Cetonas ou Ácidos Carboxílicos<br />

A primeira vista, a oxidação de um álcool para o correspondente composto<br />

carbonílico pode ser menos interessante do que a redução de um composto<br />

carbonílico, pois enquanto na redução pode ocorrer a criação de um estereocentro,<br />

aumento a complexidade molecular, na oxidação um estereocentro seria destruído.<br />

Contudo, instalar uma carbonila pode propiciar uma série de outras reações, sendo<br />

muito importante em uma rota sintética.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 4


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>4.</strong>1.1. Oxidantes de Crômio(VI)<br />

Oxidantes de crômio(VI) foram provavelmente os mais utilizados no<br />

passado. Atualmente, não devem ser considerados como primeira alternativa.<br />

i) Oxidação de Jones<br />

Condições típicas: CrO 3, H 2SO 4, acetona.<br />

Exemplo 1 – Oxidação de álcool secundário para cetona:<br />

Exemplo 2 – Oxidação de aldeído para ácido carboxílico:<br />

JOC 1977, 42, 3165.<br />

JCS 1946, 6, 39. 3<br />

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<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

ii) Oxidação de Collins (ou Sarett)<br />

Trabalhos pioneiros: Sisler (1948) e Sarett (JACS 1953, 75, 422).<br />

Condições típicas: CrO 3, piridina, CH 2Cl 2.<br />

Procedimento o d o atual: a ua JOC O 1970, 0, 35, 4000. 000<br />

Exemplo 1 – Oxidação de álcool primário para aldeído:<br />

Exemplo 2 – Oxidação de lactol para lactona:<br />

iii) Oxidação com PCC<br />

Condições típicas: PCC, CH 2Cl 2.<br />

Preparação do PCC:<br />

Exemplo:<br />

Desvantagem: condições levemente ácidas.<br />

TL 1968, 3363.<br />

TL 1973, 2647.<br />

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<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

iv) Oxidação com PDC<br />

Condições típicas: PDC, CH 2Cl 2.<br />

Melhor do que PCC na oxidação de substratos sensíveis a condições ácidas.<br />

Exemplo 1 – Oxidação de álcool primário para aldeído:<br />

Notar que a molécula possui um grupo enol éter, o qual não é clivado.<br />

Exemplo 2 – PDC em DMF pode oxidar álcoois primários para ácidos carboxílicos:<br />

<strong>4.</strong>1.2. <strong>Oxidações</strong> com DMSO<br />

i) Oxidação de Swern<br />

PDC,<br />

Condições típicas: DMSO, (COCl) 2, CH 2Cl 2, Et 3N<br />

Equação Geral:<br />

Mecanismo:<br />

JOC 1976, 41, 957, 3329.<br />

Synthesis 1981, 165<br />

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<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

O oxigênio nucleofílico do DMSO pode reagir com centros eletrofílicos formando um sal<br />

de sulfoxônio que fornece cetonas ou aldeídos em condições neutras. O DMSO funciona<br />

como solvente e reagente.<br />

A oxidação de Swern é pouco sensível ao impedimento estérico do substrato.<br />

Aoxidação ç de Swern é muito utilizada para p preparar p p aldeídos.<br />

A reação libera Me 2S que possui um péssimo odor. Isso pode ser evitado utilizando<br />

sulfeto de metil dodecila: Ohsugi et al, Tetrahedron 2003, 59, 8393.<br />

Além de cloreto de oxalila, outros compostos também podem ser utilizados, como DCC<br />

(Oxidação de Moffatt), TFAA, anidrido acético, SO 3/piridina, P 4O 10. Exemplos são<br />

mostrados a seguir. g<br />

Exemplo:<br />

JACS 1963, 85, 3027; JOC 1971, 36, 1909; Org. React. 1990, 39, 297<br />

Oxidação de álcool secundário<br />

para cetona contendo estereocentros<br />

no carbono α-carbonílico.<br />

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<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

A reação com P 4O 10 é particularmente útil para carbo-hidratos. Exemplo:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 9<br />

.<br />

Anidrido acético pode ser utilizado no lugar do cloreto de oxalila. O íon<br />

acetato funciona como base.<br />

Exemplos:<br />

JCS C 1969, 595.


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplos utilizando SO 3 e TFAA<br />

Oxidação de Moffatt: DCC no lugar do Cloreto de Oxalila<br />

Na oxidação de Moffatt, ocorre a formação do derivado de uréia 70 como<br />

produto secundário, que pode ser difícil de separar dos outros produtos.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 10


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplos da Oxidação de Moffatt<br />

Org. Synth. 1967, 47, 25.<br />

<strong>4.</strong>1.3. <strong>Oxidações</strong> com Reagentes de Iodo Hipervalente<br />

Dess e Martin J. Org. Chem. 1983, 48, 4155:<br />

Nº de citações: 1804 (Web of Science, 27/01/2010)<br />

Dess e Martin J. Am. Chem. Soc. 1991, 113, 7277:<br />

Nº de citações : 1492 (Web of Science, 27/01/2010)<br />

DMP: 5 g = US$ 175.50 (Aldrich, 2009/2010).<br />

atmosfera inerte.<br />

DMP é sensível à umidade e deve ser manipulado e armazenado em<br />

DMP não é sensível ao impacto impacto, mas pode explodir quando aquecido aquecido.<br />

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<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Preparação da Periodinana de Dess-Martin<br />

Preparação e Reatividade:<br />

Ireland e Liu, J. Org. Chem. 1993, 58, 2899<br />

Meyer e Schreiber, J. Org. Chem. 1994, 59, 7549.<br />

Condição típica: periodinana de Dess-Martin, CH 2Cl 2.<br />

Mecanismo simplificado:<br />

O<br />

R<br />

O<br />

2CHOH<br />

I OAc<br />

AcO OAc<br />

DMP<br />

O<br />

JACS 1978, 100, 300; JOC 1983, 48, 4155.<br />

R<br />

R<br />

O<br />

H<br />

I O<br />

AcO<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

I<br />

OAc<br />

+<br />

R R<br />

+ AcOH<br />

The first step in DMP-oxidations is the displacement of an acetate group by<br />

the alcohol. The α-proton of the alcohol is subsequently removed by acetate<br />

(internal or external) to form the desired carbonyl compound together with an<br />

iodine(III) side product.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 12<br />

O


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

O intermediário mencionado no slide anterior foi isolado no caso da<br />

oxidação do ciclo-hexanol.<br />

DMP<br />

http://www.periodinane.com/<br />

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<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplos de <strong>Oxidações</strong> com DMP<br />

Nicolaou, Classics II, p. 479.<br />

Natural Product Reports 2011, 28, 1722.<br />

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<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Resultados comparativos na oxidação do álcool 16:<br />

Condição Rendimento<br />

Swern Mistura complexa<br />

PDC, CH2Cl2 , PPTS 62%<br />

PCC, CH2Cl2 36%<br />

PDC, CH2Cl2 , PPTS, celite 44%<br />

PCC, CH2Cl2 , celite 11%<br />

PCC, NaOAc, CH2Cl2 15%<br />

Periodinana de Dess Martin 85%<br />

Molander, Quirmbach, <strong>Silva</strong> Jr, Spencer, Balsells Org. Lett. 2001, 3, 2257.<br />

<strong>Oxidações</strong> em Grande Escala usando DMP?<br />

“While the majority of oxidative methods are acceptable for<br />

manufacturing at large scale, one noteworthy exception is the Dess-<br />

Martin reagent, whichhas not been used on a large scale, most<br />

likely because of the safety concerns in its preparation and its cost.”<br />

“Large-Scale Oxidations in the Pharmaceutical Industry”<br />

Caron, Dugger, Ruggeri, Ragan, Ripin<br />

Chem. Rev. 2006, 106, 2943.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 15<br />

30


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplo:<br />

Aldeídos e cetonas com estereocentro no carbono alfa podem ser<br />

preparados sem epimerização ou racemização. Exemplo:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 16


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Although DMP tolerates several functional groups, Grieco and Piñeiro-Nuñez<br />

reported that the oxidation of a hydroxy carboxylate intermediate (formed by ring<br />

opening the corresponding lactone) was best performed with the less popular<br />

fluorinated iodine(V) compound. This IBX analogue generates only water during the<br />

oxidation, while DMP releases acetic acid. When DMP was applied the required keto<br />

ester was obtained in only 60%, with 40% of the starting lactone recovered.<br />

Oxidação quimiosseletiva de<br />

um álcool primário na presença de um<br />

secundário. Exemplo:<br />

Chemoselectivity:<br />

Th The Mother M th of f Invention I ti<br />

in Total Synthesis<br />

Baran and co-workers<br />

Acc. Chem. Res.<br />

2009, 42, 530.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 17


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Mecanismo da Oxidação de Pinnick<br />

<strong>Oxidações</strong> com IBX<br />

Obtido pela primeira vez em 1893<br />

Mais barato e mas estável do que DMP<br />

Pouco solúvel em solventes orgânicos<br />

Explosivo (aquecimento > 200 ºC e impacto)<br />

Sensível a luz<br />

Frigerio and Santagostino Tetrahedron Lett. 1994, 35, 8019.<br />

Frigerio and co-workers, J. Org. Chem. 1995, 60, 7272.<br />

Frigerio and co-workers, J. Org. Chem. 1999, 64, 4537.<br />

Corey and Palani, Tetrahedron Lett. 1995, 36, 7945.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 18


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Mecanismo para Oxidação de Alcoóis com IBX<br />

The first step in these oxidation reactions is a fast pre-equilibrium, which<br />

can be formally considered as a ligand exchange process (hydroxy ± alkyloxy) on<br />

the iodine atom. A hypervalent twist, which is considered the rate limiting step, then<br />

takes place. Finally, the intermediate disproportionates to the carbonyl derivative and<br />

the iodosoarene IBA.<br />

O<br />

OH<br />

I<br />

O<br />

O<br />

IBX<br />

+<br />

R 1<br />

OH<br />

H<br />

R 2<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 19<br />

O<br />

I<br />

O<br />

O O<br />

R 1<br />

R 2<br />

hypervalent<br />

twist<br />

O<br />

I<br />

O<br />

O<br />

O<br />

R<br />

+<br />

IBA<br />

O<br />

2<br />

H<br />

R 1<br />

I OH<br />

O<br />

O<br />

Su and Goddard JACS 2005, 127, 14146<br />

IBX is not soluble in many organic solvents and the typical oxidation takes<br />

place in DMSO at room temperature.<br />

H<br />

R 2<br />

R 1<br />

37<br />

38


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

A popular way to prepare carboxylic acids from primary alcohols is the<br />

oxidation with DMP or IBX to the corresponding aldehyde, which is then oxidized to<br />

the acid using NaClO 2 (Pinnick oxidation), as exemplified in the synthesis of (+)-<br />

azaspiracid-1 and (─)-penifulvin A.<br />

H<br />

OH<br />

1) 3 equiv IBX<br />

DMSO, rt, 20 min<br />

2) NaClO2, t-BuOH<br />

2-methyl-2-butene<br />

NaH2PO4, rt,1h<br />

92%<br />

O<br />

H<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 20<br />

O<br />

H<br />

O<br />

H O<br />

( )-Penifulvin A<br />

Gaich and Mulzer JACS 2009, 131, 452<br />

H<br />

CO2H<br />

The oxidation of alcohols with IBX can be chemoselective. For example,<br />

after deprotection of an acetonide, an allylic alcohol was selectively oxidized.<br />

Como esta oxidação seletiva pode ser explicada?<br />

39<br />

40


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplo:<br />

The handling of IBX and of DMP requires caution, because these compounds<br />

and their derivatives may explode. Quideau and co-workers developed a formulation<br />

consisting of benzoic acid (22%), isophtalic acid (29%), and IBX (49%). This non-<br />

explosive white power formulation was denominated SIBX (Stabilized IBX) and is a<br />

safe f alternative lt ti tto IBX<br />

Ozanne, Pouysegu, Depernet, Francois, Quideau OL 2003, 5, 2903.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 21<br />

41<br />

42


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Oxidação de Álcoois usando DIB/Radical Nitroxila<br />

Estrutura das radicais nitroxila usados com iodo(III):<br />

N<br />

O<br />

TEMPO<br />

(TetraMethylPiperidine N-Oxide)<br />

N O<br />

AZADO<br />

(2-AZAaDamantane N-Oxide)<br />

N O<br />

1-Me-AZADO<br />

(1-Methyl-2-AZAaDamantane N-Oxide)<br />

Piancatelli e colaboradores J. Org. Chem. 1997, 62, 697<strong>4.</strong><br />

Iwabuchi e colaboradores J. Am. Chem. Soc. 2006, 128, 8412.<br />

Oxidação de Alcóois usando DIB/Radical Nitroxila<br />

A função do DIB nesta transformação é a oxidação do radical nitroxila para<br />

um sal de oxoamônio, que é a espécie que oxida o álcool. DIB também regenera a<br />

NN-hidroxilamina hidroxilamina formada na reação de volta para o sal de oxoamônio:<br />

Iwabuchi and co-workers J. Am. Chem. Soc. 2006, 128, 8412.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 22<br />

43<br />

44


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Na síntese total de produtos naturais, a aplicação mais importante da<br />

combinação DIB/radical nitroxila é a oxidação quimiosseletiva de alcoóis primários na<br />

presença de um secundário.<br />

Este reagente pode ser utilizado em oxidações ainda mais complicadas,<br />

como uma oxidação quimiosseletiva de três alcoóis secundários para o<br />

correspondente ceto-diol com TEMPO/DIB.<br />

Me<br />

Me<br />

OH<br />

O<br />

Me<br />

Me<br />

OMe Me Me i) 1 equiv TEMPO<br />

O OH<br />

2equiv q DIB, , CH2Cl2 2 2<br />

rt, 48 h<br />

OH O Me<br />

ii) 0.7 equiv TEMPO<br />

1.35 equiv DIB, rt, 48 h<br />

71%<br />

OH<br />

Me<br />

O<br />

Me<br />

O<br />

OMe Me<br />

OMe Me Me<br />

Me<br />

OMe Me<br />

OH<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 23<br />

Me<br />

HO<br />

Pr-i<br />

OH<br />

Kleinbeck and Carreira, Angew. Chem. Int. Ed. 2009, 48, 578.<br />

O<br />

O<br />

O<br />

45<br />

OMe Me Me<br />

Me<br />

OH<br />

Me Me OMe Me<br />

Bafilomycin A1<br />

OH


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>4.</strong>1.<strong>4.</strong> Oxidação de Oppenauer<br />

Oxidação de álcoois com alcóxidos de metais (principalmente Al) e uma<br />

cetona, a qual atua como um aceptor de hidrogênio.<br />

Mecanismo: a o<br />

Exemplo:<br />

Rec. Trav. Chim. 1937, 56, 137; Synthesis 1994, 1007.<br />

<strong>4.</strong>1.5. Oxidação com Dióxido de Manganês<br />

Ótimo reagente para a oxidação seletiva de álcoois alílicos e benzílicos.<br />

Dióxido de manganês oxida álcoois alílicos e benzílicos mais rapidamente do que<br />

álcoois primários, mas álcoois alílicos primários e secundários reagem na mesma<br />

velocidade velocidade. Exemplos:<br />

JCS C 1969, 188.<br />

Acta Chem. Scand.<br />

1961, 15, 849.<br />

Dióxido de manganês é insolúvel na maioria dos solventes orgânicos. A<br />

reatividade do MnO 2 depende do método de preparação e da extensão da secagem.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 24


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Mais um exemplo de oxidação quimiosseletiva:<br />

A reação ocorre via intermediários radicalares, o que explica maior<br />

reatividade de alcoóis alílicos.<br />

Na presença de NaCN e de metanol a oxidação pode ir até o ácido<br />

carboxílico (ou éster) conjugado. Exemplo:<br />

Mecanismo simplificado:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 25


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>4.</strong>1.6. <strong>Oxidações</strong> com Prata(I) e (II)<br />

seguir.<br />

Os principais reagentes utilizados como oxidantes são Ag 2CO 3,Ag 2OeAgO.<br />

Carbonato de Prata<br />

0,4769 V<br />

0,342 V<br />

0,599 V<br />

Ag 2CO 3 pode ser utilizado na oxidação de alcoóis, conforme ilustrado a<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 26


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Carbonato de Prata: Reagente de Fétizon<br />

AcombinaçãoAg 2CO 3/celite, conhecida como reagente de Fétizon (Fétizon’s<br />

reagent) pode ser pode ser utilizado na obtenção de aldeídos e de cetonas. Com este<br />

reagente, a reação depende da adsorção do álcool no carbonato de prata. Solventes<br />

polares l iinibem ib a reação, ã pois i podem d iinterferir t f i no processo dde adsorção. d ã A oxidação id ã é<br />

sensível a impedimento estérico no substrato.<br />

OH<br />

Ag2CO3, celite<br />

tolueno, refluxo<br />

97%<br />

Acad. Sci. Ser. C 1968, 267, 900.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 27<br />

CHO<br />

Carbonato de Prata: Reagente de Fétizon<br />

1,3- e 1,4-dióis são oxidados para butirolactonas e valerolactonas, respectivamente.


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Óxido de Prata(I)<br />

Óxido de prata(I) (Ag 2O) é utilizado principalmente na oxidação seletiva de<br />

aldeídos para o correspondente ácido carboxílico. Exemplos<br />

excesso de KOH.<br />

S<br />

DMP<br />

CHO<br />

Ag2O, OH -<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 28<br />

S<br />

CO 2H<br />

Org. Synth. Coll. Vol. 1963, IV, 919.<br />

Óxido de prata(I) pode ser preparado in situ a partir de nitrato de prata e<br />

positivo negativo<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/Tollens'_reagent


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Óxido de Prata(II)<br />

Óxido de prata(II) (AgO) pode ser preparado pela oxidação de nitrato de<br />

prata com K 2S 2O 8 (peroxi dissulfato) em meio alcóolico. Pode ser utilizado na<br />

oxidação aldeídos e alcóois para ácidos carboxílicos ou cetonas. No exemplos a seguir,<br />

aoxidação id ã ocorre sem que seja j observada b d amigração i ã dda li ligação ã ddupla. l<br />

<strong>4.</strong>1.7. Oxidação com TPAP (ou Oxidação de Ley)<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 29<br />

NMO:<br />

100 g=U$ 186,50<br />

TPAP:<br />

1 g=U$ 129,50


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Na presença de água, a oxidação ocorre até o ácido carboxílico. Exemplo:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 30


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 31


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Outras <strong>Oxidações</strong> com Tetróxido de Rutênio<br />

Tetróxido de rutênio pode fazer outros tipos de oxidação. Um álcool<br />

primário pode ser oxidado a um ácido carboxílico, um éter metílico fornece um<br />

éster metílico e ésteres benzílicos são oxidados a benzoatos. Exemplo:<br />

Tetróxido de rutênio também pode ser utilizado para converter um tetra-<br />

hid hidrofurano f em uma γ-lactona. l t EEsta t ttransformação f ã pode d ser bbastante t t estratégica t té i<br />

em síntese orgânica. Exemplo:<br />

<strong>4.</strong>2. Preparação de Epóxidos a partir da Reação de Alquenos com<br />

Peróxidos<br />

i) Introdução<br />

Peróxidos são uma fonte de oxigênio eletrofílico e reagem com a ligação π<br />

(nucleofílica) de um alqueno. Os peróxidos mais usados podem ser divididos em<br />

três categorias:<br />

O<br />

HO OH<br />

Peróxido de Hidrogênio<br />

RO OH<br />

Hidroperóxidos de Alquila<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 32<br />

R<br />

O OH<br />

Peroxiácidos<br />

A epoxidação pode ser considerada como uma SN2 no oxigênio.<br />

Considerando o mecanismo, qual seria a ordem de reatividade das três categorias<br />

de peróxidos?<br />

RO OH + O<br />

R<br />

H<br />

O<br />

O + R OH


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

ii) Epoxidações com Peroxiácidos (ou Perácidos)<br />

Peroxiácidos são eletrofílicos no oxigênio:<br />

Esta reação ocorre por um mecanismo concertado:<br />

O perácido mais utilizado é o ácido m-cloroperbenzóico (m-CPBA, m-<br />

ChloroPerBenzoic Acid). Exemplo:<br />

A configuração da ligação dupla é mantida no epóxido. Exemplos:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 33


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplo:<br />

Grupos doadores de elétrons aumentam a velocidade da reação.<br />

Aadiçãodooxigênioocorrepreferencialmente do lado menos impedido<br />

da molécula. Exemplo:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 34


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

alílicos. Exemplo:<br />

Contudo, podem ocorrer exceções, como no caso de alguns álcoois<br />

A formação de epóxidos também pode ser realizada de maneira<br />

diastereosseletiva. Exemplo:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 35<br />

,H 2O<br />

Como pode ser explicada a formação de epóxidos diferentes a partir do<br />

mesmo material de partida?


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Análise Conformacional em Alquenos Acíclicos: A análise da<br />

conformação mais estável também é essencial na previsão do produto favorecido em<br />

reações com alquenos. Exemplos:<br />

Este efeito é conhecido como tensão alílica (allylic strain ou A 1,3 strain)<br />

Como pode ser explicada a diastereosseletividade das reações mostradas a<br />

seguir? Por que as proporções entre os produtos são tão distintas?<br />

>95:5<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 36


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 37


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Me no lugar de H na ligação dupla!<br />

iii) Epoxidações com Hidroperóxidos de Alquila<br />

Epoxidações com hidroperóxido de alquila requerem a presença de<br />

catalisadores de metais de transição. O hidroperóxido de t-butila (TBHP) é o mais<br />

utilizado. Exemplo:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 38


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Uma proporção de 98:2 significa um excesso enantiomérico (ee)<br />

de 96%.<br />

<strong>Síntese</strong> Assimétrica<br />

Para realizar uma síntese assimétrica é preciso que uma molécula<br />

enantiomericamente pura presente durante a reação (reagente, catalisador<br />

ou auxiliar quiral) interaja com o estado de transição da reação,<br />

controlando a formação do novo centro estereogênico.<br />

O substrato<br />

deve ser pró-quiral.<br />

Os mais utilizados<br />

são alquenos e<br />

compostos<br />

carbonílicos.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 39


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Epoxidação Assimétrica de Sharpless<br />

Na epoxidação assimétrica de Sharpless (SAE reaction), álcoois alílicos são<br />

convertidos em epóxidos oticamente ativos com excesso enantiomérico maior do<br />

que 90%.<br />

Condições típicas: t-BuOOH, Ti(Oi-Pr) 4 e (+)- ou (-)-tartarato de dietila.<br />

JACS 1980, 102, 597<strong>4.</strong><br />

JACS 1981, 103, 464, 6237.<br />

Revisões: Synthesis 1986, 89.<br />

Org Org. React React. 1996 1996, 48 48, 11.<br />

Álcoois homoalílicos também podem ser epoxidados nestas condições, mas<br />

a enantiosseletividade é menor.<br />

Exemplo:<br />

JOC 1984, 49, 3707.<br />

O epóxido que será obtido na epoxidação assimétrica de Sharpless pode<br />

ser previsto de acordo com o modelo abaixo:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 40


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplo:<br />

Classics I, Nicolaou, p. 779.<br />

Mecanismo da Epoxidação Assimétrica de Sharpless<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 41


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Álcoois alílicos são epoxidados com alta quimiosseletividade na presença de<br />

outras ligações duplas. Exemplo:<br />

Epoxidação Assimétrica de Jacobsen<br />

Na epoxidação assimétrica de Jacobsen, alquenos (e não apenas álcoois<br />

alílicos) são convertidos em epóxidos oticamente ativos.<br />

Condições típicas: NaOCl, catalisador.<br />

Catalisador:<br />

JACS 1990 1990, 112 112, 2801 2801.<br />

JACS 1991, 113, 7063.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 42


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplos:<br />

iv) Epoxidações com Peróxido de Hidrogênio<br />

JCS 1949, 665.<br />

JACS 1959, 81, 4901.<br />

Peróxido de hidrogênio reage com cetonas α,β-insaturadas por uma adição<br />

conjugada. Ocorre uma epoxidação nucleofílica. Mecanismo:<br />

Esta reação também pode ser feita com aldeídos, quinonas, sulfonas, etc.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 43


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplo 1 – Comparação com m-CPBA:<br />

Mecanismo:<br />

Reação com m-CPBA:<br />

Exemplo 2 – Aspectos da Seletividade:<br />

H<br />

O<br />

H 2O 2<br />

NaOH, MeOH<br />

TL 1976, 1769.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 44<br />

H<br />

O<br />

O


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>4.</strong>3. Di-hidroxilação de Alquenos<br />

menos impedida.<br />

Adição sin de permanganato de potássio e tetróxido de ósmio pela face<br />

<strong>4.</strong>3.1. Di-hidroxilação com Permanganato de Potássio<br />

Revisão: Synthesis 1987, 85.<br />

Mecanismo simplificado:<br />

A condição reacional deve ser controlada para que não ocorra a formação<br />

de outros produtos de oxidação, incluindo a clivagem da ligação C-C.<br />

Exemplo:<br />

H<br />

H<br />

KMnO 4, NaOH<br />

H 2O, t-BuOH, 25 ºC<br />

JOC O 1974, , 39, 3 , 183. 83<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 45<br />

H<br />

OH<br />

H<br />

OH


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>4.</strong>3.2. Di-hidroxilação com Tetróxido de Ósmio<br />

O reagente mais utilizado para a oxidação de alquenos para um glicol é<br />

tetróxido de ósmio. Esta reação é uma adição sin estereospecífica.<br />

Ann. 1942, 550, 99; Ann. 1936, 522, 75.<br />

Revisão: Chem. Rev. 1980, 80, 187.<br />

Ótimo texto sobre di-hidroxilação com ósmio, incluindo a versão catalítica<br />

e assimétrica: Classics I, Nicolaou, p. 675.<br />

Exemplo:<br />

H<br />

Mecanismo simplificado:<br />

O<br />

CO 2Et<br />

OsO 4<br />

HO HO<br />

JOC 1976, 41, 2095.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 46<br />

H<br />

O<br />

CO 2Et<br />

A reação é muitas vezes realizada na presença de um agente redutor<br />

como bissulfito em piridina ou sulfito em etanol.


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Di-hidroxilação Catalítica com Tetróxido de Ósmio<br />

É possível utilizar catalisadores que oxidem o Os(VI) de volta para Os(VIII).<br />

Melhor catalisador: NMO (N-MethylMorpholine Oxide)<br />

TL 1976, 1973; Org. Synth. Coll. Vol. 1988, 6, 342.<br />

Outros catalisadores: [K3Fe(CN) 6-K2CO3] (JOC 1990, 55, 766)<br />

Esquema Geral:<br />

Exemplo:<br />

H2O2 (JACS 1936, 58, 1302; JACS 1937, 59, 2345).<br />

t-BuOOH (JOC 1978, 43, 2063).<br />

JACS 1979, 101, 7131.<br />

Di-hidroxilação Assimétrica (AD) de Sharpless<br />

Muitas vezes chamada de AD (Asymmetric Dihydroxylation). Utiliza<br />

aminas quirais como ligantes. Exemplos:<br />

JACS 1980, 102, 4263.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 47


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Di-hidroxilação Assimétrica (AD) de Sharpless: Versão Catalítica<br />

assimétrica:<br />

Mistura de reagentes disponível comercialmente para di-hidroxilação<br />

Preço: 50 g = US$ 99,90 (Aldrich, 2009). 1,4 g de AD-mix para cada<br />

mmol do substrato.<br />

JACS 1988, 110, 1968.<br />

Di-hidroxilação Assimétrica (AD) de Sharpless:<br />

Versão Catalítica e Assimétrica<br />

Exemplo:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 48


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Modelo para a previsão do enantiômero favorecido na di-hidroxilação<br />

assimétrica de Sharpless:<br />

Exemplo:<br />

AD-mix α<br />

AD-mix β<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 49


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Amino-hidroxilação Assimétrica (AA) de Sharpless<br />

<strong>4.</strong><strong>4.</strong> Reação de Baeyer-Villiger<br />

Angew. Chem. Int. Ed. 1996, 35, 451.<br />

Cetonas reagem com peroxiácidos ou peróxido de hidrogênio fornecendo um<br />

éster, via um rearranjo, em que ocorre uma “inserção” de oxigênio próximo ao<br />

carbono b carbonílico. b íli NNesta reação ã ocorre a migração i ã paraumoxigênio i ê i ddeficiente fi i em<br />

elétrons. m-CPBA e CF 3CO 2H são os reagentes mais utilizados.<br />

Mecanismo?<br />

Org. React. 1957, 9, 73.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 50


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Cetonas reagem com peroxiácidos ou peróxido de hidrogênio fornecendo<br />

um éster, via um rearranjo. Ocorre uma “inserção” de oxigênio.<br />

m-CPBA e CF 3CO 2H são os reagentes mais utilizados.<br />

Mecanismos:<br />

Ocorre uma migração para um oxigênio deficiente de elétrons.<br />

No caso de cetonas não simétricas, dois produtos são possíveis:<br />

Ordem de aptidão migratória:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 51


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Aptidão Migratória na Reação de Baeyer-Villiger<br />

Ordem de Aptidão Migratória<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 52


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

O estado de transição da etapa lenta da reação de Baeyer-Villiger tem<br />

uma carga positiva espalhada sobre a molécula. Assim, quanto melhor o grupo<br />

migrante estabilizar a carga positiva, mais rápido será o rearranjo.<br />

A retenção de configuração ocorre, pois o orbital sp 3 do carbono<br />

migrante interage com o LUMO do oxigênio (σ* vazio). Isto ocorre também em<br />

outras migrações 1,2:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 53


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplo 1 – Reação de uma metil cetona:<br />

JACS 1955, 77, 2287.<br />

Exemplo 2 – Preparação de Lactonas:<br />

TL 1977, 2173.<br />

Tetrahedron 1978, 34, 1385.<br />

Revisão: Tetrahedron 1981, 37, 2697.<br />

Notar que a migração<br />

ocorre com retenção de<br />

configuração. ã<br />

Pode ocorrer competição com epoxidação. Epoxidação é favorecida com m-<br />

CPBA, solvente inerte e baixa temperatura.<br />

JOC 1976, 41, 2797.<br />

Uma alternativa para favorecer a reação de Baeyer-Villiger é a utilização<br />

de H 2O 2, o qual não epoxida duplas ricas em elétrons. No exemplo abaixo, a reação<br />

de Baeyer-Villiger também é favorecida pelo alívio da tensão de anel, já que ocorre<br />

a formação de um anel de cinco membros a partir de um de quatro.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 54


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

acima?<br />

Exemplo:<br />

Villiger.<br />

Mais um exemplo de Reação de Baeyer-Villiger seletiva:<br />

Como pode ser explicada a quimiosseletividade do perácido na reação<br />

Reação de Dakin: rearranjo de aldeídos ricos em elétrons com H 2O 2.<br />

Org. Synth. Coll. Vol. 1941, 1, 149.<br />

Esta reação ocorre por um mecanismo similar ao da reação de Baeyer-<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 55


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Rearranjo de Beckmann<br />

No rearranjo de Beckmann uma oxima é transformada em uma amida,<br />

através da migração de um grupo alquila ou arila para um átomo de nitrogênio<br />

deficiente em elétrons. Este rearranjo foi primeiramente descrito com PCl 5,maspode<br />

ser realizado com ácidos próticos. Exemplo:<br />

A caprolactama é o material de partida da produção do nylon.<br />

Mecanismo:<br />

Org. React. 1988, 35, 1.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 56


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

O grupo migrante é o que está em anti ao grupo de partida:<br />

Rearranjo de Beckmann em condições de equilíbrio para a oxima:<br />

<strong>4.</strong>5. Clivagem Oxidativa<br />

<strong>4.</strong>5.1. Clivagem Oxidativa com Permanganato de Potássio<br />

Exemplos:<br />

JOC 1974, 39, 1535.<br />

A clivagem pode ser realizada também em alquinos. Exemplo:<br />

JOC 1981, 46, 3933.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 57


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>4.</strong>5.2. Clivagem Oxidativa com Tetróxido de Ósmio + Periodato de<br />

Sódio<br />

Conhecida como oxidação de Johnson-Lemieux JOC 1956, 21, 478.<br />

Esquema Geral:<br />

Exemplo:<br />

Tetrahedron 1968, 24, 6583.<br />

Exemplos de Clivagem Oxidativa com<br />

Tetróxido de Ósmio + Periodato de Sódio<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 58


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Clivagem Oxidativa na Construção Estereosseletiva de Ciclopentanos<br />

HO<br />

HO<br />

OH<br />

N<br />

Ts<br />

f<br />

N<br />

Ts<br />

HO<br />

HO<br />

OH<br />

N<br />

Ts<br />

i, j<br />

97%<br />

(2 steps)<br />

MsO<br />

g<br />

97%<br />

(2 steps)<br />

MsO<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 59<br />

HO<br />

TfO<br />

N<br />

Ts<br />

OH<br />

N<br />

Ts<br />

k, l<br />

43%<br />

(2 steps)<br />

Jackson, Banfield, Kerr OL 2005, 7, 1215.<br />

h<br />

72%<br />

N<br />

Ts<br />

(±)-cis-Trikentrin B<br />

<strong>4.</strong>5.3. Clivagem Oxidativa com Tetróxido de Rutênio + Periodato de<br />

Sódio<br />

Exemplos:<br />

JOC 1987, 52, 2875.<br />

<strong>Silva</strong> Jr, Vasconcelos, Nogueira OL 2008, 10, 1017.


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 60


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>4.</strong>5.<strong>4.</strong> Ozonólise<br />

A reação de alquenos com O 3 é um método geral e seletivo para a<br />

clivagem de ligações duplas carbono-carbono. Ozônio é um 1,3-dipolo bastante<br />

eletrofílico.<br />

Mecanismo:<br />

O produto isolado no final depende das condições de work-up.<br />

A primeira etapa da reação é uma cicloadição 1,3-dipolar que fornece um<br />

1,2,3-trioxolano. Depois ocorre uma fragmentação e recombinação levando a um<br />

1,2,4-trioxolano isomérico. Notar que a clivagem do ozônido pode ser redutiva ou<br />

oxidativa.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 61


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Ozonólise – Exemplos com Work-up Oxidativo<br />

Ozonólise – Exemplos com Work-up Redutivo<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 62


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Ozonólise – Mais um Exemplo com Work-up Redutivo<br />

JOC 1972, 37, 982.<br />

Alquenos ricos em elétrons são oxidados mais rapidamente do que<br />

alquenos pobres em elétrons. Exemplo:<br />

<strong>4.</strong>6. <strong>Oxidações</strong> com SeO 2<br />

Exemplo 1 – Oxidação Alílica:<br />

JACS 1968, 90, 5618.<br />

Uma série de regras permite prever onde ocorrerá a oxidação.<br />

Organic Synthesis, Smith, p. 312.<br />

Exemplo p 2 – Oxidação ç de Cetonas e Aldeídos:<br />

Org. Synth. Coll. Vol. 1963, IV, 229.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 63


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>4.</strong>7. Oxidação de Wacker (ou Reação de Wacker)<br />

A oxidação de alquenos para a correspondente cetona com quantidades<br />

catalíticas de um sal de Pd(II) é conhecida como oxidação de Wacker.<br />

Mecanismo simplificado:<br />

Mecanismo:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 64


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Alquenos terminais reagem muito mais rapidamente do que alquenos<br />

internos. Ou seja, fatores estéricos predominam em relação aos eletrônicos. A<br />

etapa determinante da velocidade deve ser o ataque nucleofílico.<br />

A oxidação de Wacker é um método eficiente para a preparação de metil<br />

cetonas. t EExemplos: l<br />

terminais:<br />

Exemplo adicional na preparação de metil cetonas a partir de alquenos<br />

TL 1980, 3587.<br />

Dienos conjugados, tal como 1,3-butadieno, fornecem aldeídos<br />

conjugados como produto.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 65


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplo:<br />

Wacker-type Oxidation<br />

A oxidação industrial de etileno para acetaldeído em uma atmosfera de<br />

oxigênio utilizando PdCl 2 e CuCl 2 como catalisador é conhecido como Processo<br />

Wacker-Smidt.<br />

Processo Wacker-Smidt<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 66


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>4.</strong>8. Preparação de 2-Hidróxi-Cetonas<br />

Hidroxilação do enolato de cetonas, ésteres e lactonas com MoO 5-piridina-<br />

HMPA, que é preparado dissolvendo MoO 3 em H 2O 2, seguido da adição de HMPA.<br />

Este reagente oxida o enolato de aldeídos, cetonas, éteres e lactonas para o<br />

correspondente d t dderivado i d α-hidroxilado.<br />

hid il d<br />

Vedejs JACS 1974, 96, 5945<br />

Exemplo – Hidroxilação de um aldeído:<br />

Tanis, Nakanishi JACS 1979, 101, 4398.<br />

α-Hidróxi-cetonas podem ser obtidas pela oxidação de silil enol éteres<br />

utilizando uma quantidade catalítica de OsO 4 com NMO como oxidante terminal.<br />

Exemplo:<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 67


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

<strong>4.</strong>9. Oxidação Benzílica<br />

A funcionalização de ligações carbono-hidrogênio de alcanos tem recebido<br />

grande atenção em química nos últimos anos, incluindo um volume especial do<br />

importante periódico Chemical Society Reviews<br />

Shilov, Shul'pin, Chem. Rev. 1997, 97, 2879; Jia, Kitamura, Fujiwara, Acc. Chem. Res. 2001,<br />

34, 633; Labinger, Bercaw, Nature 2002, 417, 507; Gunay, Theopold, Chem. Rev. 2010, 110,<br />

1060; Gutekunst, Baran, Chem. Soc. Rev. 2011, 40, 1976; Wencel-Delord, Droge, Liu, Glorius,<br />

Chem. Soc. Rev. 2011, 40, 4740.<br />

Uma das reações de funcionalização C-H é a oxidação de posições<br />

benzílicas. Esta transformação é normalmente executada com metais de transição,<br />

onde os mais populares são os derivados de crômio(VI) (principalmente CrO 3) e<br />

permanganato de potássio. Existem métodos catalíticos para estas reações.<br />

Catino, Nichols, Choi, Gottipamula, Doyle, OL 2005, 7, 5167; Hamachi, Irie, Katsuki, TL 1996,<br />

37, 4979; Hamada, Irie, Mihara, Hamachi, Katsuki, Tetrahedron 1998, 54, 10017; Nakanishi,<br />

Bolm, Adv. Synth. Cat. 2007, 349, 861; Li, Li, Shi, Tetrahedron 2009, 65, 1856; Muzart, TL<br />

1987, 28, 2131; Chidambaram, Chandrasekaran, JOC 1987, 52, 5048; Choudary, Prasad,<br />

Bhuma, Swapna, JOC 1992, 57, 5841; Noureldin, Zhao, Lee, JOC 1997, 62, 8767; Yamazaki,<br />

OL 1999, 1,2129;Tusar,Laha,Cecowski,Arcon,Kaucic,Glaser,Microporous and Mesoporous<br />

Materials 2011, 146, 166.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 68


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Exemplo adicionais na oxidação benzílica com<br />

KMnO 4 ecomCrO 3.<br />

A oxidação benzílica também pode ser realizada com iodo hipervalente,<br />

onde o protocolo mais importante é provavelmente o desenvolvido por Nicolaou e<br />

colaboradores, que utiliza o reagente de iodo hipervalente(V) IBX.<br />

N<br />

3 equiv IBX<br />

DMSO, 80 ºC, 12 h<br />

70%<br />

3equivIBX<br />

DMSO, 85 ºC, 24 h<br />

70%<br />

Nicolaou, Montagnon, Baran, Zhong, J. Am. Chem. Soc. 2002, 124, 2245.<br />

Nicolaou, Baran, Zhong, J. Am. Chem. Soc. 2001, 123, 3183.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 69<br />

N<br />

O<br />

O


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

Posteriormente, um método que utiliza quantidades catalíticas de IBX e<br />

oxone, como oxidante terminal foi publicado.<br />

Ojha, Kudugunti, Maddukuri, Kommareddy, Gunna, Dokuparthi, Gottam, Botha,<br />

Parapati, Vinod Synlett 2009, 117.<br />

Outros artigos sobre oxidação benzílica que não utilizam metais:<br />

Sil Silvestre, t SSalvador l d TTetrahedron t h d 2007 2007, 63 63, 2439 2439; Ji Jin, Zh Zhang, SSu SSynlett l tt 2011 2011,<br />

1435; Zeng, Chen, Middleton, Zhdankin TL 2011, 52, 5652; Catir, Kilic Synlett<br />

2010, 1319; Zhang, Wang, Wang, Wan, Zheng, Wang, Green Chem. 2009, 11,<br />

1973; Shaikh, Emmanuvel, Sudalai JOC 2006, 71, 5043; Dohi, Takenaga, Goto,<br />

Fujioka, Kita JOC 2008, 73, 7365;Cui,Liu,Zhang,Org. Biomol. Chem. 2011, 9,<br />

2258.<br />

Embora a reação de oxidação benzílica tenha sido efetuada com diversos<br />

reagentes diferentes, informações sobre aspectos de regiosseletividade são escassos<br />

na literatura. Tipicamente, foram estudados apenas substratos com um único tipo de<br />

hidrogênio benzílico. Alguns exemplos de oxidação seletiva estão mostrados a seguir.<br />

MeO<br />

MeO<br />

3 equiv [PhIO]n<br />

1 equiv KBr<br />

M-K10, H2O, 80 ºC, 24 h<br />

59%<br />

JOC 2008, 73, 7365<br />

3 equiv NaClO4<br />

TEMPO (5 mol %)<br />

Co(OAc)2.4H2O (1mol%)<br />

CH2Cl2, 0-5ºC,6h<br />

64%<br />

Synlett 2011, 1435<br />

Rh2(cap)4 ( p) (1 ( mol%) )<br />

0,5 equiv NaHCO3<br />

5,0 equiv t-BuOOH<br />

DCE , rt, 16 h<br />

33%<br />

MeO<br />

OL 2005, 7, 5167<br />

KMnO4/CuSO<strong>4.</strong>5H2O<br />

CH2Cl2, refluxo,72h<br />

JOC 1997, 62, 8767<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 70<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

MeO MeO<br />

85%<br />

+<br />

5%<br />

O


<strong>4.</strong> <strong>Oxidações</strong> <strong>QFL</strong>-<strong>5928</strong> - <strong>Síntese</strong> <strong>Orgânica</strong><br />

A oxidação de posições benzílicas pode ser realizada de maneira<br />

quimiosseletiva com CrO 3. No exemplo a seguir, uma das posições benzílicos é<br />

oxidada preferencialmente a outras duas. Também não foi observada nenhuma<br />

racemização. O oxidante KMnO 4 também foi testado, mas a não foi quimiosseletivo.<br />

Bianco, Ferraz, Costa, Costa-Lotufo, Pessoa, de Moraes, Schrems, Pfaltz, <strong>Silva</strong> Jr.<br />

JOC 2009, 74, 2561.<br />

<strong>4.</strong>10. Oxidação de Fenóis para Quinonas<br />

Exemplo:<br />

Sal de Fremy: nitrosodisulfonato de potássio, (KO3S) 2NO.<br />

Ann. Chim. Phys. 1845, 15, 408.<br />

Mecanismo:<br />

Chem. Ber. 1953, 86, 1036.<br />

Chem. Ber. 1960, 93, 2829.<br />

<strong>Prof</strong>. <strong>Luiz</strong> F. <strong>Silva</strong> Jr - IQ-<strong>USP</strong> - 2012 71

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