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Política e Gestão da Educação - UFPB Virtual - Universidade ...

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<strong>Política</strong> e <strong>Gestão</strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong><br />

O Estado de São Paulo tem avançado bastante nesse campo sob a conduta dos tucanos,<br />

ao tempo que acumula desempenho sofrível nos indicadores educacionais. Recentemente, aquele<br />

Estado implantou uma bonificação de salários docentes por mérito. A Lei Complementar nº 1.078,<br />

de 17 de dezembro de 2008, define que a bonificação por resultados não integra nem se<br />

incorpora aos vencimentos, salários, proventos ou pensões para nenhum efeito e não será<br />

considera<strong>da</strong> para cálculo de qualquer vantagem pecuniária ou benefício. Significa, portanto, a<br />

continui<strong>da</strong>de de desvalorização do magistério, com salários indignos, mas agora complementado<br />

por uma espécie de abono produtivista, esporádico e não incorporável aos vencimentos.<br />

A crise <strong>da</strong> educação escolar tem origem na falta de investimentos públicos nos sistemas<br />

de ensino. A per<strong>da</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de caminhou pari passu com a desconstrução <strong>da</strong> carreira docente.<br />

Os professores e demais profissionais <strong>da</strong> educação tiveram seus salários corroídos e perderam<br />

status na socie<strong>da</strong>de.<br />

Reverter esse quadro vai além de medi<strong>da</strong>s tópicas ou produtivistas. Exige, em primeiro<br />

lugar, maior investimento na educação. Implica, ain<strong>da</strong>, valorizar e motivar a carreira docente, com<br />

planos de cargo, carreira e salários atrativos. Criar sistemas de bonificações por desempenho<br />

pode aparentemente significar recursos novos. Mas não é o que, em geral, ocorre. Na ver<strong>da</strong>de,<br />

trata-se de utilizar os recursos já disponíveis. É a multiplicação dos salários na versão neoliberal:<br />

divide-se o que é pouco, e recebe mais quem produz mais. Ocorre que a educação não é uma<br />

fábrica, e a escola não produz mercadoria. Ela forma – ou deveria formar – ci<strong>da</strong>dãos.<br />

A Prefeitura de João Pessoa foi outra instância administrativa que também aderiu a esse<br />

modelo produtivista e decretou uma bonificação de salários com base em metas e resultados, sob<br />

o título Escola Nota 10. É necessário conhecer mais deti<strong>da</strong>mente seus pressupostos, o modelo<br />

operacional, a quanti<strong>da</strong>de de recursos envolvidos etc. Entretanto, ao lançar o Decreto, o governo<br />

municipal reconhece publicamente que a educação sob seus cui<strong>da</strong>dos encontra-se em crise. Daí,<br />

talvez, o porquê dessas ações improvisa<strong>da</strong>s.<br />

Se o objetivo é motivar o corpo docente, é importante que se construam medi<strong>da</strong>s bem<br />

articula<strong>da</strong>s e não de caráter episódico. Nesse sentido, é conveniente dialogar com a<br />

representação dos profissionais <strong>da</strong> educação do município pois, ao que se sabe, não houve<br />

consulta quando <strong>da</strong> elaboração do Decreto. Enfim, é necessário abrir o debate, discutir caminhos<br />

e soluções definitivas para crise <strong>da</strong> educação municipal.<br />

Há fortes indícios de que uma boa aplicação dos recursos aju<strong>da</strong> a melhorar o<br />

atendimento escolar tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. A comparação<br />

internacional mostra que os países que têm melhor desempenho educacional são exatamente os<br />

que mais investem em sua rede escolar. Mas, infelizmente, ain<strong>da</strong> prolifera no Brasil uma visão<br />

tacanha de que a educação não deva ser priori<strong>da</strong>de <strong>da</strong> gestão municipal. Ou pior ain<strong>da</strong>, que a<br />

área tem dinheiro suficiente ou até mais do que o necessário por conta <strong>da</strong> vinculação de recursos<br />

de impostos destinados ao ensino. Em virtude dessa visão equivoca<strong>da</strong>, as verbas direciona<strong>da</strong>s à<br />

rede de ensino público passam a ser vistos por olhares gananciosos, prontos a encontrarem<br />

esquemas e justificativas para desvio de sua correta aplicação.<br />

11. A QUALIDADE DE ENSINO DA EDUCAÇÃO PARAIBANA<br />

Os ci<strong>da</strong>dãos(ãs) brasileiros(as) com, pelo menos, 40 anos de i<strong>da</strong>de devem guar<strong>da</strong>r boas<br />

recor<strong>da</strong>ções <strong>da</strong>s escolas públicas de 1º e 2º graus. De fato, essas escolas eram referências para<br />

a to<strong>da</strong> a socie<strong>da</strong>de. Na Paraíba destacaram-se o Lyceu Paraibano em João Pessoa, o Estadual

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